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Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes. Departamento de Comunicação Social

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Academic year: 2021

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes

Departamento de Comunicação Social

Projeto de pesquisa de pós-doutorado

A formação de ecossistemas comunicativos

e as práticas da Rádio Escolar na

perspectiva da Educomunicação: um estudo

etnometodológico comparativo entre

Natal (RN) e São Paulo (SP)

Autor: Adriano Lopes Gomes

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INTRODUÇÃO

Este projeto pretende estabelecer interfaces de conhecimentos e práticas no âmbito da Educomunicação a partir de olhares sobre projetos em andamento, notadamente no segmento da Rádio Escolar, em duas realidades distintas: Natal (Rio Grande do Norte) e São Paulo (SP).

Em Natal, adotaremos como objeto de análise a Rádio Escolar FIC Ligado!, da Escola Estadual Francisco Ivo (aqui designada por escola-piloto), cujas atividades ainda se mostram de forma incipiente, porém com potencial expressivo, identificado por uma infra-estrutura adequada de equipamentos, estúdio e recursos humanos.

Em São Paulo, selecionaremos uma Rádio Escolar, de uma escola da Rede Pública Municipal, que já se mostra como um projeto consolidado e exitoso.

A ideia inicial é averiguar os protocolos dos ecossistemas comunicativos nas duas comunidades escolares para identificar a singularidade que ambas apresentam no tocante aos procedimentos educomunicativos em suas referidas equipes: docentes, discentes, pessoal técnico-administrativo e comunidade em geral, tais como pais, familiares e atores sociais envolvidos.

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Em São Paulo, sabemos que o projeto Educom.rádio foi reconhecido pelo poder público municipal e ainda é desenvolvido nas escolas. Segundo o site oficial (http://www.usp.br/nce/?wcp=/oquefazemos/texto,4,14,30), o Educom.rádio nasceu em 2001, através do curso Educomunicação pelas Ondas do Rádio “para atender a 12 mil professores, alunos e membros das comunidades educativas de 455 escolas da Secretaria de Educação da Prefeitura de São Paulo, tendo como objetivo colaborar com o Projeto Vida na construção de ambientes favoráveis às manifestações da cultura de paz nas escolas”. Oferece cursos com aproximadamente 1.000 vagas por ano para educadores da rede pública de São Paulo. Esses cursos visam à formação de educadores para o desenvolvimento de projetos e práticas pedagógicas com o uso do rádio no espaço escolar. O programa também propõe trabalhar com a Educomunicação para melhorar a comunicação e a integração nas escolas de São Paulo, promovendo a cultura de paz em unidades localizadas nas regiões com elevados índice de violência. Portanto, podemos inferir que se trata de um programa que já percorreu uma longa história para se consolidar como proposta-modelo.

Se assim o é, levantamos como questões de pesquisa: o que assegura a formação de ecossistemas comunicativos nas escolas da rede pública? Na esfera da Educomunicação em São Paulo (SP), como tais ecossistemas comunicativos foram organizados à conta de elementos fundantes e articuladores nos processos de ensino-aprendizagem? Em Natal (RN), quais os passos que estão sendo implementados para a formação de um ecossistema comunicativo na escola-piloto pesquisada?

Pelo exposto, admitimos que promover uma investigação dessa natureza, in loco, e intercambiar propostas sobre as duas realidades, vem adicionar novas perspectivas de trabalho no contexto das práticas educomunicativas, sobremaneira no Rio Grande do Norte.

1. JUSTIFICATIVA

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sensíveis a este cenário e apresentam-se como protagonistas de um mundo reconfigurado por imagens, sons e textos que se complementam numa intertextualidade baseada na interlocução. Descortina-se um panorama novo que requer uma educação motivadora, participativa, que seja capaz de ganhar força à medida que possibilite ao educando o domínio de várias formas de linguagem para que possa transformar o meio em que vive, familiarizar-se com técnicas, instrumentos e interagir com os meios de comunicação. Para tanto, será necessário desenvolver habilidades de criar textos e intertextos e refletir sobre sua realidade. Diante do quadro aqui esboçado, entendemos que um projeto como este justifica-se, principalmente, por ser um campo epistemológico de reflexão e ação que une as áreas de educação e comunicação, apresentando-se sob a forma de leitura crítica dos meios, produção coletiva de comunicação, através de uma pedagogia de projetos. Assim, é importante que estejamos sintonizados com essa emergente área de conhecimento que opera a intervenção em espaços educativos, e visa, sobretudo, à produção coletiva de comunicação devolvendo aos atores sociais o direito humano de se expressarem sobre os temas que julgarem oportunos. Sendo assim, buscaremos adotar os referenciais teóricos e práticos da Educomunicação, hoje amplamente utilizada nos círculos educacionais, inclusive com cursos de licenciatura e de pós-graduação já consolidados pelo país, bem como bases de pesquisa implementadas com projetos em andamento.

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sistema complexo, dinâmico e aberto, conformado como um espaço de convivência e de ação comunicativa integrada”. Salienta Soares (2011) que sua concepção aproxima-se mais da imagem propiciada pela ecologia, pois, assim como “no meio geofísico-biológico também no meio social existem sistemas áridos, fechados de interconexões, tanto quanto sistemas ricos e intensos de expressão vital” (2011, p. 44). Já as áreas de intervenção, de acordo com Soares (ibidem) “são as ações mediante as quais, ou a partir das quais, os sujeitos sociais passam a refletir sobre suas relações no âmbito da educação” (SOARES, 2011, p. 47). A primeira dessas áreas, a mais antiga e fundante, é a educação para a mídia. Seguem outras como: a mediação tecnológica nos espaços educativos; a pedagogia da comunicação; a gestão da comunicação no ambiente escolar e a reflexão epistemológica sobre a prática em questão. Em outras palavras, Soares (ibidem) afirma que as áreas de intervenção do campo da Educomunicação são, sobretudo, “pontes” lançadas entre os sujeitos sociais e o mundo da mídia, da escola e do terceiro setor. Em qualquer um desses casos, a intervenção significa o novo. Assim sendo, compreendemos que a Educomunicação atinge um espectro maior, abrangendo conceitos como dialogicidade, democracia, expressão comunicativa, gestão compartilhada da informação. Surge como um campo de conhecimentos que ganha relevância dada à condição que apresenta de enfrentar o novo modus comunicandi, suficientemente adequado para uma revisão do sentido da ação comunicativa presente no ato educativo (SOARES, 2011).

Por outro lado, temos clareza sobre o universo epistêmico da Educomunicação por ser uma área que incide sobre diversas formas de interface entre a Educação e a Comunicação. Conforme assinala Baccega (2011, p.32), “comunicação/educação inclui, mas não se resume a, educação para os meios, leitura crítica dos meios, uso da tecnologia em sala de aula, formação do professor para o trato com os meios etc”. E conclui a autora (ibidem): “Tem, sobretudo o objetivo de construir a cidadania, a partir do mundo editado devidamente conhecido e criticado”.

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reunir conhecimentos, experiências e aplicabilidade, cujas informações serão comparadas com a realidade de Natal(RN).

OBJETIVOS: 1.1 Geral:

Desenvolver um estudo etnometodológico comparativo sobre a formação de ecossistemas comunicativos e as práticas educomunicativas da Rádio Escolar entre os municípios de Natal (RN) e São Paulo (SP)

2.2. Específicos:

a) Analisar processos e produtos educomunicativos com vistas a identificar projetos que se caracterizam como exitosos;

b) Compreender os mecanismos de interação e mediação na construção dos ecossistemas comunicativos nas escolas pesquisadas;

c) Observar as dinâmicas de ensino-aprendizagem no âmbito das atividades das rádios escolares.

3. METODOLOGIA:

Para interpretar o fenômeno implicado nesta pesquisa, qual seja a formação de ecossistemas comunicativos nas escolas, além do comportamento, do discurso e das práticas educomunicativas da Rádio Escolar levadas a efeito pelos participantes, optamos fazer uso dos pressupostos etnometodológicos. Admitimos que a Etnometodologia é, portanto, o método mais adequado para a nossa investigação.

A Etnometodologia constitui-se no estudo das atividades cotidianas dos membros de uma sociedade em torno das quais os atores sociais raciocinam, comunicam-se, tomam decisões (COULON,1995a:30). É por esta razão que os sujeitos pertencentes a uma instituição formulam ideias sobre seus procedimentos, refletem em cima de seus relacionamentos e atribuem significados às suas ações até chegarem à compreensão do mundo e de si mesmos. Com estas considerações, desfaz-se a ideia da “idiotice cultural” atribuída aos atores sociais (COULON, 1995a:53), uma vez que são capazes de descrever e interpretar seus próprios métodos de ação interpessoal.

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significados da instituição dos membros a ela filiados (COULON, 1995a:32). E não poderia ser de outra forma, dado que a vida social se constrói por interações em cujo eixo localiza-se a linguagem como fator determinante para as relações entre seus membros, no sentido de permutar conhecimentos, informações e manter a ordem social e cultural.

Nossa pesquisa parte do cotidiano escolar. A escola é aqui considerada como um espaço de organização social onde se reúnem os membros de um grupo de alunos, professores e gestores pedagógicos que, rotineiramente, interagem entre si para se comunicar, socializar experiências, partilhar vivências e adquirir informações. É, portanto, uma comunidade de atores sociais, cada um com suas crenças, valores e ideologias que devem ser administrados por eles mesmos nas inter-relações da discursividade. E nessas comunidades escolares (em Natal-RN e São Paulo-SP) há procedimentos cotidianos com finalidades convergentes no sentido de formarem ecossistemas comunicativos. Queremos desenvolver uma pesquisa de natureza qualitativa, a partir de observações, entrevistas com os atores sociais envolvidos e afetados com e pelas Rádios Escolares, além de registros fotográficos e videográficos. Ato contínuo, pretendemos analisar os referentes condicionados a esta pesquisa, por meio da descrição dos ecossistemas e dos registros aqui mencionados.

Partindo do pressuposto educomunicativo de que as práticas de Educomunicação requisitam a participação efetiva de toda a comunidade escolar, a interação entre uns e outros, nesse caso, será absolutamente favorável para se permutar ideias e ações sobre as quais formar-se-á a tessitura de significados partilhados pela comunidade que comunga um mesmo propósito. Convém delimitar o termo interação, entendido como toda ação conjunta de construção cooperativa de significações, colocando-se em presença dois ou mais atores (VION, 1992). Portanto, os elementos de interação e mediação também serão observados e analisados.

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2. CONSIDERAÇÕES FINAIS:

Com este projeto, pretendemos ampliar o Estado da Arte nos domínios da Educomunicação, de cujas informações podemos fazer inferências, nortear trabalhos semelhantes em escolas da rede pública e da rede privada, propor novas reflexões de estudo e integrar pesquisadores imbuídos do mesmo propósito epistemológico.

A pesquisa etnometodológica aplicada à Educomunicação possui esse viés de qualificar o fenômeno e, como tal, nos vai possibilitar o trabalho in loco observando, analisando e compreendendo o objeto de estudo aqui elencado. Por decorrência, buscaremos visitar as escolas que têm seus projetos de Rádio Escolar implantados no sentido de identificar a dinâmica empregada para formar os referidos ecossistemas comunicativos.

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Cronograma de atividades

Atividade Jun jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun

Revisão da literatura X X Visita à escola/Natal X Visita à escola/São Paulo X Elaboração de instrumental de pesquisa X X Aplicação do instrumental (Natal e São Paulo) X X X Análise do material coletado X X X X Elaboração de artigos científicos com os resultados X X X Elaboração do relatório de pesquisa X X X REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

BACCEGA, Maria Aparecida. Comunicação/educação e a construção de nova variável histórica. In.: CITELLI, Adilson Odair, COSTA, Maria Cristina Castilho (Orgs.). Educomunicação: construindo uma nova área de conhecimento. São Paulo: Paulinas, 2011.

CANCLINI, Nestor Garcia. Consumidores e cidadãos: conflitos multiculturais da globalização, Rio de Janeiro: UFRJ, 1999.

CITELLI, Adílson. Linguagem e persuasão. São Paulo: Ática, 1985.

COULON, Alain. Etnometodologia. Tradução por Ephraim Ferreira Alves. Petrópolis: Vozes, 1995a.

______. Etnometodologia e educação. Tradução por Guilherme João de Freitas Teixeira. Petrópolis: Vozes, 1995b.

FREIRE, P. Ideologia e educação: reflexões sobre a não neutralidade em educação. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981.

LEVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 1998.

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______. Dos meios às mediações. Comunicação, cultura e hegemonia. Rio de Janeiro. UFRJ, 1997.

______. Os Exercícios do Ver: Hegemonia Audiovisual e Ficção Televisiva. São Paulo, Editora Senac, 2001

SOARES, Ismar de Oliveira. Educomunicação: o conceito, o profissional, a aplicação.

Contribuições para reforma no ensino médio. São Paulo: Paulinas, 2011.

______. “Educomunicación: comunicación y tecnologías de la información en la reforma se la enseñanza americana”, in Diálogos de FELAFACS, Lima, Peru, octubre 2000, No. 59-60, p. 137-152.

VALENTE, José A. Computadores e conhecimento: repensando a educação. Campinas: Unicamp, 1993.

Referências

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