• Nenhum resultado encontrado

Rev. Bras. Enferm. vol.46 número34 v46n3 4a01

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2018

Share "Rev. Bras. Enferm. vol.46 número34 v46n3 4a01"

Copied!
2
0
0

Texto

(1)

EDITORIAL

A

Formacao da Enfermeira em Questao

o

modelo economico brasileiro, excludente e concentrador de renda , que resu ltou numa

sociedade caracterizada por profundas desigualdades sociais, nao s6 quanto as condi;oes de vida

e saude, como tambem quanto ao acesso a bens e servi;os, coloca

0 desafio da construao de un

novo modelo de aten;ao, que leve em conta

0

pefil epidemiol6gico da popula;ao e responda a

este "apatheid" social.

Nesse contexto, coloca-se a questao do perfil das recursos humanos que deverao atender as

demandas do Setor Saude, na perspectiva da reorienta;ao do sistema , levando-se em considera;ao

a pouca aderencia do aparelho formador a realidade de saude da populaao brasileira .

A nivel da graduaao, ten sido enfatizada , em diversos foruns de discussao e documentos, a

inadequa;ao dos atuais curriculos das proissoes da saude. No caso da enfermagem,

0

processo

de reformula;ao curricular, coordenado pela ABEn e resultante de ampla discussao da categoria,

encontra-se em uma etapa decisiva , dependendo do parecer do CFE.

A concep;ao do curriculo ten sido mais frequentemente interpretada como relaao de materias­

disciplinas, dispostas em uma determinada sequencia , a serem cumpridas em un determinado

tempo. Tal concep;ao ten resu ltado em reformas curriculares que nao incorpora m

0

processo

ensinolaprendizagem, e consequentemente, nao impactam significativamente no perfil do profis­

sional graduado.

A atual estrutura curricular da area da saude esta centrad a na dicotomia teoria/pratica , cicio

basi co/cicio profissionalizante, ocorrendo

0

contato do aluno com

0

mundo do tra balho muito

tardia mente. Consequentemente,

0

processo de trabalho em saude nao se constitui no eixo

integrador do curriculo, e

0

aluno apreende a realidade apenas atraves da 6tica da profissao na

qual esta sendo formado, quando a realidade do mundo·do trabalho exige uma pratica multiprofis­

sional.

Os contatos com

0

trabalho serao efetivados atraves do "curriculo paralelo", seja por iniciativa

do aluno, seja atraves de projetos de extensao, vinculados a determinadas disciplinas ou depar­

tamentos , mas geralmente descolados do curriculo formal.

(2)

A preocupação central no processo de formação está voltada para o domínio de habilidades técnicas (quanto mais densidade tecnológica, mais valorizadas), com pouca ênfase no desen­ volvimento da capacidade crítica para a apreensão da realidade.

As características do alunado como procedência escolar, gênero, percepção e motivos de escolha da profissão, geralmente não são levados em consideração. Em síntese, implementa-se um currículo "ideal" para um aluno "idealizado".

A formação profissional inclui, além da definição de uma grade curricular, de uma opção de natureza ética: que compromisso está sendo estabelecido? Com todos ou com um grupo privile­ giado? Estamos formando enfermeiras para quê? Para atender a quem?

Ao publicar um documento encaminhado pela ABEn ao Conselho Federal de Educação e atigos relacionados ao processo de formação da enfermeira, este número da REBEn não só reairma a posição da entidade, mas propicia um avanço da discussão. A questão do ensino de enfermagem

em qualquer nível, é restrita ao âmbito das universidades, escolas docentes e discentes.

É

uma

questão que se explícita no cotidiano da prática profissional.

É

necessário assumí-Ia como um

compromisso ético perante a sociedade.

Referências

Documentos relacionados

Assim, a par das discussões concenentes às questões fundamentais, como a· necessidade de maior aporte de recursos financeiros para o setor saúde, a redefinição

Exemplifiquemos: a que órgão competiria obter decião do INAMPS, digamos, para criar empregos para enfermeiros, técnicos de enfer­ magem e auxiliares de enfermagem, em

A nossa Cata Magna representa a própria sociedade brasileira com suas contradições: alguns avanços em relação à sociedade como um todo, mas sem qualquer avanço

a consLaLa�ao umlnime da enfermagem, de que a legisla�ao em vigor desde 1 972, ao ermite ade­ quar 0 processo de forma;ao do enfenneio as trasfonna�oes da proissao, da lrea

Mayo", ou seja, que este teorico presta pouca atengao ao ambiente e mais a fabrica , e que ignora as restri90es advindas da tecnologia , dando importancia as

o presente estudo teve como objetivo a elabora;80, implementa;80 e avalia;80 de um marco conceitual e processo de enfermagem para assistencia de enfermagem ao individuo em

o presente estudo teve como objetivo a elabora;80, implementa;80 e avalia;80 de um marco conceitual e processo de enfermagem para assistencia de enfermagem ao individuo em

o presente estudo teve como objetivo a elabora;80, implementa;80 e avalia;80 de um marco conceitual e processo de enfermagem para assistencia de enfermagem ao individuo em