• Nenhum resultado encontrado

MAT5711 - C´alculo Avan¸cado

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2022

Share "MAT5711 - C´alculo Avan¸cado"

Copied!
14
0
0

Texto

(1)

MAT5711 - C´ alculo Avan¸cado

Aula 1

18 de mar¸co de 2020

(2)
(3)

Conte´ udo

0.1 Aula 1 - 18 de mar¸co . . . 4 0.2 Aula 2 - 20 de mar¸co . . . 8 0.3 Aula ? - 29 de Abril . . . 12

(4)

0.1 Aula 1 - 18 de mar¸ co

Na ´ultima aula que tivemos presencialmente, no dia 13, foi introduzido o conceito de imers˜ao.

Defini¸c˜ao 1. Seja A um aberto de Rn e f:A → Rn+k (k ≥ 0) uma fun¸c˜ao de classe C1. Dado x0∈A, dizemos quef ´e umaimers˜aoemx0 seDf(x0) ´e injetora.

Lembrar o que isso significa em termos da matriz jacobiana tamb´em ´e importante. Dizer quef

´

e uma imers˜ao emx0 implica que a matriz jaccobiana possui um menorn×n com determinante n˜ao-nulo. e depois, foi apresentada uma proposi¸c˜ao (cuja demonstra¸c˜ao ´e baseada na forma vetorial do teorema do valor m´edio.

Proposi¸c˜ao 1. Sejam, como acima, A ⊆ Rn aberto e f: A → Rn+k (k ≥ 0) uma fun¸c˜ao C1. Suponhamos quef seja uma imers˜ao em um certo pontox0∈A.Ent˜ao existe uma vizinhan¸caU de x0, U ⊆Atal quef ´e injetora emU. Al´em disso, se chamo W =f(U),temos que f−1: W →U ´e cont´ınua.

Exemplo 1. Considere a fun¸c˜aof:R2→R2+1 dada por

f(x, y) = (x2+ 1,2x+ 3y, xy+ 5x2).

Observe quef ´e de classeC1,pois todas as derivadas parciais existem e s˜ao cont´ınuas. Nesse caso, a matriz jacobiana num ponto (x0, y0)∈R2´e

Jf(x0, y0) =

∂ f1

∂x(x0, y0) ∂ f∂y1(x0, y0)

∂ f2

∂x(x0, y0) ∂ f∂y2(x0, y0)

∂ f3

∂x(x0, y0) ∂ f∂y3(x0, y0)

=

2x0 0

2 3

y0+ 10x0 x0

Suponha quef n˜ao ´e uma imers˜ao num certo ponto (x, y∈R2.Ent˜ao, devemos ter todos os menores com determinante nulo, ou seja

2x 0 2 3

=

2x 0 y+ 10x x

=

2 3 y+ 10x x

= 0⇒





 6x= 0 2x2= 0

−28x−3y= 0

⇒(x, y) = (0,0).

Portanto, conclu´ımos quef ´e uma imers˜ao para todos os pontos deR2\ {(0,0,}.

Exemplo 2. DadoA= (0,7)2⊆R2,seja a fun¸c˜aog:A→R3dada por g(x, y) =

xy, x,12y4−49y3+ 66xy2−35yx2+ 6x Veja queg ´e de classeC1.A matriz jacobiana que representaDg(x0, y0) ´e dada por

Jg(x0, y0) =

∂ g1

∂x(x0, y0) ∂ g∂y1(x0, y0)

∂ g2

∂x(x0, y0) ∂ g∂y2(x0, y0)

∂ g3

∂x(x0, y0) ∂ g∂y3(x0, y0)

=

yxy−1 xylogx

1 0

66y2−70xy+ 6 3y2(16y−49)−35x2+ 132xy

Como anteriormente, suponha quegn˜ao ´e uma imers˜ao num certo ponto (x, y)∈R2.Ent˜ao, devemos ter todos os menores com determinante nulo, ou seja

yxy−1 xylogx

1 0

=

yxy−1 xylogx

66y2−70xy+ 6 3y2(16y−49)−35x2+ 132xy

=

(5)

CONTE ´UDO 0.1. AULA 1 - 18 DE MARC¸ O

1 0

66y2−70xy+ 6 3y2(16y−49)−35x2+ 132xy

= 0⇒





−xylogx= 0 2x2= 0

3y2(16y−49)−35x2+ 132xy= 0 Do primeiro menor, devemos−xylogx= 0 o que implica que x= 0 oux= 1.Mas como o dom´ınio de g ´e A, segue que a ´unica op¸c˜ao poss´ıvel ´e x = 1. Analisemos agora o segundo menor. Sendo x= 1,temos y(3y2(16y−49) + 132y−35) = 0.Observando o 3y2(16y−49)−35x2+ 132xy = 0, ex= 1, logo 3y2(16y−49) + 132y−35 = 0. Precisamos analisar as ra´ızes da equa¸c˜ao de terceiro grau 48y3+ 147y2+ 132y−35 = 0. Dada uma equa¸c˜ao de terceiro graux3+a2x2+a1x+a0= 0, se considerarmos

Q=3a1−a22

9 e R= 9a1a2−27a0−2a32

54 ,

temos 3 situa¸c˜oes poss´ıveis:

• SeQ3+R2>0,a equa¸c˜ao possui uma solu¸c˜ao real e duas imagin´arias e conjugadas;

• SeQ3+R2= 0,a equa¸c˜ao possui 3 solu¸c˜oes reais, e pelo menos duas delas s˜ao iguais;

• SeQ3+R2<0,todas as solu¸c˜oes s˜ao reais e distintas entre si, podendo ser obtidas por









x1= 2√

−Qcos

θ 3

x2= 2√

−Qcos

θ 3+3 x3= 2√

−Qcos

θ 3+3

, onde cosθ=− R p−Q3.

Para o nosso caso, temos a equa¸c˜aoy34916y2+114y−3548 = 0,e assim Q= 3 114

− −49162

9 =−

17 48

2

e R=9· 114

4916

−27 −3548

−2 −49163

54 = 2737

110952. Como

174823

+ 1109522737 2

= (2−174·3)66 + 722·17242·3·236 2 = − 230485 2

< 0. Assim, a equa¸c˜ao admite 3 ra´ızes reais distintas, sendo elas









ξ1= 1724cos

θ 3

ξ2= 1724cos

θ 3+3 ξ3= 1724cos

θ 3+3

, onde cosθ=−10752 19363.

Vemos que 0 < ξi < 1, e portanto, (1, ξi) ∈ A. Assim g ´e uma imers˜ao para todo ponto de A\ {(1, ξ1),(1, ξ2),(1, ξ3)}.

Vejamos o que significa a proposi¸c˜ao 1. Dado qualquer ponto que n˜ao seja (1, ξi), vimos que a fun¸c˜aog acima ´e uma imers˜ao. Obviamente, isso n˜ao significa necessariamente que g seja injetora (basta ver queg(1,1) =g(1,2) =g 1,13

=g 1,34

= (1,1,0)). Por´em, o fato degser uma imers˜ao implica uma injetividade local deg.Considere o ponto (2,3). g´e uma imers˜ao nesse ponto. Assim, a proposi¸c˜ao 1 nos garante que existe um abertoU ⊆A contendo (2,3) no qualg´e injetora. Nesse caso espec´ıfico, podemos tomarU = (1,3)×(2,4).

O Teorema faz uso de uma vers˜ao de tipo vetorial do teorema do valor m´edio.

No mesmo arquivo, os exemplos da p´agina 62-63 s˜ao interessantes e sugiro que vocˆes estudem eles.

Uma consequˆencia da proposi¸c˜ao 1 ´e o teorema seguinte:

(6)

Teorema 1 (Teorema da Imers˜ao). Sejam A ⊆Rn aberto e f:Rn →Rn+k (k >0) de classeC1. Sejax0∈Afixado. Sef ´e uma imers˜ao em x0,ent˜ao existe um abertoU ⊆A, tal quex0∈U (ou seja, uma vizinhan¸ca aberta de x0 contida emA e tal que f(U) ´e gr´afico de uma fun¸c˜ao de classe C1g:W →Rk, ondeW ´e um aberto em Rn.

Antes de dar a demonstra¸c˜ao, observe queW n˜ao ser´a contido emA,nem ir´a conterx0.Temos um problema de dimens˜oes; g ser´a uma fun¸c˜ao de n vari´aveis, f ´e uma fun¸c˜ao de n+k vari´aveis.

Observe tamb´em a conclus˜ao do enunciado do teorema, a fun¸c˜aog cai em Rk, assimk precisa ser pelo menos 1.

Outra observa¸c˜ao antes de ver a demonstra¸c˜ao: Pegue uma fun¸c˜ao qualquer (pelo menos C1);

por exemplo h(x) :R→R, h(x) =x2. Veja que hn˜ao ´e injetora. E pegue o gr´afico dela, G(h) = {(x, y)∈R:y=x2}.Observe que tal gr´afico ´e imagem de uma fun¸c˜aof: R→R2, f(x) = (x, x2).

(G(h) ´e imagem def,n˜ao gr´afico def,o gr´afico def est´a emR3e s˜ao os pontos (x, x, x2); ´e outra coisa e aqui n˜ao interessa). Observe quef ´e uma imers˜ao em todos os pontos do dom´ınio (verifique como exerc´ıcio). O teorema trara em geral deste tipo de fun¸c˜oes.

Demonstra¸c˜ao. considereDf(x)0 o operador diferencial, que ´e injetor por hip´otese. Seja a matriz jacobiana associada

Jf(x0) =

∂ f1

∂x1(x0) · · · ∂x∂ f1

n(x0) ... . .. ...

∂ fn+k

∂x1 (x0) · · · ∂ f∂xn+k

n (x0)

Jf(x0) ´e uma matriz retangular, n˜ao tem determinante. As linhas dela s˜ao vetores deRn.Pelos resultados cl´assicos de ´Algebra Linear1, temos nlinhas linearmente independentes emRn.Ou seja, em outras palavras, essas linhas podem ser isoladas para formar uma matriz quadrada que ter´a determinante n˜ao-nulo.

• Caso 1: Suponhamos que tais linhas sejam asnprimeiras. Nesse caso,

Jf(x0) =

∂ f1

∂x1(x0) . . . ∂x∂ f1

n(x0) ... . .. ...

∂ fn

∂x1(x0) . . . ∂ f∂xn

n(x0)

∂ fn+1

∂x1 (x0) . . . ∂ f∂xn+1

n

(x0) ... . .. ...

∂ fn+k

∂x1 (x0) . . . ∂ f∂xn+k

n (x0)

Imagine agora a identifica¸c˜ao natural deRn+k comRn×Rk (parece bobagem, mas ´e bom que seja declarada, porque vamos trabalhar comRn×Rk,´e mais pr´atico). Podemos assim escrever

f(x) = (v(x), w(x)),

ondev:A→Rn, w: A→Rk.Pela hip´otese deste caso 1,Dv(x0) :Rn→Rn´e um isomorfismo.

Aplicamos o teorema da fun¸c˜ao inversa; existem uma vizinhan¸ca abertaU dex0emRn(U ⊆A) e uma vizinhan¸ca abertaV dev(x0) emRn tais que a restri¸c˜ao devaU, v: U →V ´e injetora e sobrejetora, C1 e com inversaC1.Seja agorag:V →Rk,ondeg(y) =w(v−1(y)) definida em um aberto deRn que cont´em v(x0) (n˜aox0).

1Vejam por exemplo o livro do Serge Lang ou muitos outros igualmente

(7)

CONTE ´UDO 0.1. AULA 1 - 18 DE MARC¸ O Agora, a imagem def emU ´e{(v(x), w(x)), x∈U}.O gr´afico deg´e

G(g) ={(y, g(y)) :y∈V};

assimy=v(x), x∈U eg(y) =w(v−1(y)) =w(x), x∈U.Ou seja, os dois conjuntos s˜ao iguais.

• Caso 2: ConsidereDf(x0) e imagine que, emJf(x0),as linhasej1, . . . , ejnsejam linearmente independentes, ondei7→ji´e uma aplica¸c˜ao crescente e injetora de{1, . . . , n}em{1, . . . , n+k}.

A ideia mais natural aqui ´e tentar dar um jeito de fazer essas linhas se tornarem as primeiras e aplicar o caso anterior. Para isso, vamos fazer uma multiplica¸c˜ao de matrizes que resolva nosso problema. Considere o isomorfismo linear T:Rn+k → Rn+k, definido da seguinte maneira:

chame ej o j-´esimo elemento da base canˆonica de Rn+k. T(ej1) = e1, . . . , T(ejn) =en; al´em disso, sobramkvetores da base canˆonica deRn+k (tirando osej) que devem ser aplicados em en+1, . . . , en+k.

Considere ˜f =T◦f:A→Rn+k.Observe queJf˜(x0) possui as primeirasnlinhas linearmente independentes, recaindo no caso 1.

UseT para obterg que funcione paraf.

Ao lado do conceito de imers˜ao tem aquele de submers˜ao:

Defini¸c˜ao 2. SejamAaberto emRn ef: A→Rmde classeC1.Dadox0∈A, f ´e ditasubmers˜ao emx0seDf(x0) ´e sobrejetora.

Neste caso, a matriz jacobiana

Jf(x0) =

∂ f1

∂x1(x0) · · · ∂x∂ f1

n(x0) ... . .. ...

∂ fm

∂x1(x0) · · · ∂ f∂xm

n(x0)

tem estritamente mais colunas do que linhas, porquen≥m,sendoDf(x0) sobrejetora. EJf(x0) possuimcolunas linearmente independentes.

Teorema 2 (Teorema da Submers˜ao). Sejam A ⊆ Rn+p aberto e f: A → Rn+p de classe C1, submers˜ao em um ponto x0 ∈A. Suponhan >0.Ent˜ao existe um abertoU deRn+p, x0∈U ⊆A tal quef(U) ´e aberto emRp.

Demonstra¸c˜ao. Suponhamos que a matriz jacobiana deDf(x0) seja da forma Jf(x0) = J1 J2

, onde

J1=

∂ f1

∂x1(x0) · · · ∂x∂ f1

n(x0) ... . .. ...

∂ fp

∂x1(x0) · · · ∂x∂ fp

n

(x0)

 e

J2=

∂ f1

∂xn+1(x0) · · · ∂x∂ f1

n+1(x0) ... . .. ...

∂ fp

∂xn+p(x0) · · · ∂x∂ fp

n+p(x0)

(8)

Observe que J1 ´e retangular, e suponhamos que estamos num caso an´alogo ao caso 1 do teorema anterior, ou seja, detJ26= 0.

Se n˜ao for assim, podem primeiro ver a demonstra¸c˜ao deste caso onde as colunas linearmente independentes est˜ao ordenadas nas ´ultimas posi¸c˜oes, para depois proceder de um jeito parecido ao caso 2 geral do teorema anterior.

Assim, considere F:A → Rn×Rp. Imagine Rn+p = Rn×Rp e os pontos apresentados como pares (s, t), s∈ Rn, t ∈ Rp. Portanto, definimos F:A → Rn×Rp, por F(s, t) = (s, f((s, t)). Seja (s0, t0) =x0. F ´e claramenteC1,e temos

JF(s0, t0) =

IdRn 0 J1 J2

.

O determinante deJF(s0, t0) ´e n˜ao-nulo.

Portanto, podemos aplicar o teorema da fun¸c˜ao inversa. Existem um abertoU de Rn+p, com x0= (s0, t0)∈U ⊆Ae um abertoW deRn×Rp, F(s0, t0)∈W tais queF U:U →W ´e biun´ıvoca.

Observe quef(U) ´e a proje¸c˜ao deW sobre o segundo espa¸co, ou seja,P: Rn×Rp→Rp, P(w1, w2) = w2ef(U) =P(W) ´e aberto e este fato conclui a prova.

Exerc´ıcio 1. Prove queP manda abertos em abertos.

0.2 Aula 2 - 20 de mar¸ co

Como consequˆencia do Teorema da Submers˜ao 2, temos o seguinte

Corol´ario 1. SejaA⊆Rn+p aberto, ef:A→Rpde classeC1uma submers˜ao em todos os pontos deA. Sen >0,ent˜aof ´e aberta e n˜ao ´e injetora.

Observa¸c˜ao 1. Uma fun¸c˜aof ´e dita aberta se manda conjuntos abertos do dom´ınio em conjuntos abertos do contradom´ınio. A condi¸c˜ao n > 0 serve unicamente para provar que f n˜ao pode ser injetora.

Demonstra¸c˜ao. Vamos provar quef ´e aberta. Seja B ⊆A um aberto (sendo A aberto ou Rn+p, B ⊆A ´e aberto emA se e somente se ´e aberto em Rn+p, diferente seria a hist´oria se falamos B fechado ouAn˜ao aberto; nesses casos, ´e necess´ario dizer claramente em qual topologia). Queremos provar que f(B) ´e aberto em Rp. Seja q ∈ f(B) e seja p∈ B tal que f(p) =q. Pelo Teorema da Submers˜ao 2, existe uma vizinhan¸ca abertaUp ⊆A, comp∈ Up, tal quef(Up) ´e aberto. Assim, f(Up) ´e um aberto deRp que cont´emqe est´a contido emf(B).Pela arbitrariedade dep,isso prova quef(B) ´e aberto. A fun¸c˜ao n˜ao pode ser injetora pela raz˜ao seguinte: sejap0∈A; sabemos que Df(p0) :Rn+p → Rp ´e sobrejetora. Se n > 0, aplicamos o Teorema da Fun¸c˜ao Impl´ıcita e existe uma vizinhan¸caU dep0 tal que o conjunto {x∈Up :f(x) =f(p0)}´e gr´afico de uma fun¸c˜ao de n vari´aveis, ou seja, n˜ao se reduz ao ´unico pontop0.

Vamos agora concluir esta parte do c´alculo diferencial multidimensional com o Teorema do Posto.

Consideramos primeiramente uma matriz

M =

a11 . . . a1n

... . .. ... am1 . . . amn

(9)

CONTE ´UDO 0.2. AULA 2 - 20 DE MARC¸ O que possuimlinhas encolunas, naturalmente associada a um operador linear que tamb´em chama- remos de M:Rn →Rm, abusando um pouco da nota¸c˜ao. Em ´Algebra Linear, se define o posto de M como o n´umero m´axiom de linhas ou colunas linearmente independentes. Se prova que se maxL´e o n´umero m´aximo de linhas linearmente independentes (como vetores deRn,no caso daM acima) e maxC ´e o n´umero m´aximo de colunas linearmente independentes, como vetores em Rm, ent˜ao maxL= maxC.Tal n´umerok≤min{m, n}´e chamado posto deM.

Sabemos que, se o posto de M ´e k, ent˜ao existe uma submatriz de M, quadrada k×k, com determinante n˜ao-nulo. Mas ´e necess´ario definir uma submatriz. Seja ent˜aoM como acima. Seja k≤mek≤n.Sejam duas fun¸c˜oes injetoras crescentesi→ji, i→ei,onde i= 1, . . . , k ji inteiro entre 1 emeei inteiro entre 1 e n.De fato, estamos fazendo uma sele¸c˜ao de klinhas e k colunas.

A nova matriz quadrada ´e

N =

aj1e1 . . . aj1ek ... . .. ... ajke1 . . . ajkek

 .

Esta ´e uma submatriz (tamb´em dita um menor) quadrada. Em outras palavras, n˜ao se pode escolher de qualquer maneira os elementos da nova matriz. Os resultados da ´Algebra Linear dizem que se M tem postok, ent˜ao existe uma submatriz quadradak×kcom deterinante n˜ao nulo e n˜ao existe uma submatriz quadrada (k+ 1)×(k+ 1) com determinante n˜ao nulo.

Do ponto de vista linear, temos trˆes resultados (entre outros):

1. SeM ´e uma matrizm×n,ondem=ne tem posto m´aximo, ent˜ao o operador linear associado

´

e um isomorfismo;

2. Sem≥neM tem poston,ent˜ao operador linear associado ´e sobrejetor;

3. Sem≤neM tem poston, ent˜ao o operador linear associado ´e injetor.

Os trˆes casos anteriores sempre contemplam a situa¸c˜ao de M de posto m´aximo poss´ıvel. Do ponto de vista n˜ao linear, quando temos uma fun¸c˜aof de classe C1 eDf(x0) tem posto m´aximo, temos o Teorema da Fun¸c˜ao Inversa, o Teorema da Fun¸c˜ao Impl´ıcita, o Teorema da Imers˜ao e o Teorema da Submers˜ao, dependendo sen=mou maior ou menor. Trata-se de teoremas n˜ao lineares e locais.

Quando, no caso linear, o posto da matriz n˜ao ´e o m´aximo poss´ıvel temos o cl´assico resultado (que assume nomes diferentes em pa´ıses diferentes)

Teorema 3 (Teorema de Rouch´e-Capelli, Teorema de Rouch´e-Frobenius). Seja M: Rn → Rm o operador linear asssociado `a matri que chamamos ainda deM. Sejak o posto da matriz. Ent˜ao, a dimens˜ao do espa¸co de solu¸c˜oes do sistemaM v= 0 coincide comn−k.

No caso n˜ao linear a situa¸c˜ao ´e diferente, mas temos um resultado que cuida dos casos em que Df(x0) n˜ao tem posto m´aximo.

Teorema 4 (Teorema do Posto). SejaA⊆Rm aberto ef:A→Rn de classeC1.Seja constante o posto deDf(x), ∀x∈A, sendoptal valor. Suponhamosp >0 (Df(x0) n˜ao ´e o operador nulo) e p < n, p < m.Dados0∈A,ent˜ao existe um abertoW ⊆A, s0∈W tal quef(W) ´e gr´afico de uma fun¸c˜aoC1 definida em um aberto deRp com valores emRn−p.

Teorema 5. SejaP uma pergunta. Ent˜ao,P deve ser feita no Posto Ipiranga.

(10)

Demonstra¸c˜ao. Sejasum gen´erico ponto deA(spode ser qualquer). A matriz a ssociada aDf(s)

´ e

Jf(s) =

∂ f1

∂x1(s) . . . ∂x∂ f1

m

(s) ... . .. ...

∂ fn

∂x1(s) . . . ∂x∂ fn

m(s)

Suponhamos que o menor com determinante n˜ao nulo, fixado um pontos0 ∈A, seja embaixo `a direita:

Jf(s0) =

∂ f1

∂x1(s0) . . . ∂x∂ f1

n−p(s0) ∂x∂ f1

n−p+1(s0) . . . ∂x∂ f1

n

(s0)

... . .. ... ... . .. ...

∂ fm−p

∂x1 (s0) . . . ∂ f∂xm−p

n−p(s0) ∂x∂ fm−p

n−p+1(s0) . . . ∂xm−p

n (s0)

∂ fm−p+1

∂x1 (s0) . . . ∂ f∂xm−p+1

n−p (s0) ∂ f∂xm−p+1

n−p+1(s0) . . . m−p+1∂x

n (s0)

... . .. ... ... . .. ...

∂ fm

∂x1(s0) . . . ∂x∂ fm

n−p(s0) ∂x∂ fm

n−p+1(s0) . . . ∂xm

n(s0)

Seja, nesse caso particular, a matriz

Jf(s0) =

∂ fm−p+1

∂xn−p+1(s0) . . . ∂ fm−p+1∂x

n

(s0) ... . .. ...

∂ fm

∂xn−p+1(s0) . . . ∂ f∂xm

n(s0)

com determinante n˜ao nulo. Vamos agora representarRmcomoRm−p×Rp,RncomoRn−p×Rp. Os pontoss∈Acomos= (x, y),ondex∈Rm−p, y∈Rp,e

f(s) =f(x, y) = (u(x, y), v(x, y)), ondeu:A→Rn−p, v: A→Rp.

A submatriz acima, que estamos supondo invers´ıvel ´e de fato a matriz de∂ v∂y(s0),matrizp×p.O determinante ´e uma fun¸c˜ao cont´ınua (e aqui estamos usando a continuidade das derivadas, ou seja, o fato de f se C1.) Pela conserva¸c˜ao s0 ∈U vaso, tal que ∀(x, y)∈U, tenhamos det∂ v∂y(x, y)6= 0.

Considere agoraF:U →Rn−p×Rp,dada porF(x, y) = (x, v(x, y)).Para todo (x, y)∈U,temos JF(x, y) = IdRn−p 0

∂ v

∂x(x, y) ∂ v∂y(x, y)

!

E imediato observar que o determinante ´´ e n˜ao nulo. A menos de restringir eventualmenteU,podemos apliccar o Teorema da FUn¸c˜ao Inversa e dizer que existe um aberto W ⊆A, (x0, y0) =s0 ∈W,e dois abertosU1⊆Rn−p,x0 ∈U eV1⊆Rp,comv(s0)∈V,tais queF(W) =U1×V1. F ´e injetora e sobrejetora e com inversaC1. Chamamos deGtal inversa. Se (α, β) ´e uma vari´avel em U1×V1, ent˜ao pode-se verificar que

v(h(α, β)) =β e v(h(U1×V1)) =v(W) =V.

Portanto

f(W) =f(h(U1×V1)) ={(f◦h)(α, β)|α∈U1, β∈V1},

(11)

CONTE ´UDO 0.2. AULA 2 - 20 DE MARC¸ O que ´e um conjunto do tipo

{(λ(α, β), β),∀(α, β)∈U1×V1},

ondeλ´e de classeC1 sendo composi¸c˜ao de fun¸c˜oes de classeC1.Considere agora f◦h: U1×V1⊆ Rn−p×Rp →Rn num ponto gen´erico (α, β)∈U1×V1,h´a D(f◦h)(α, β) associado `a matriz

Jf◦h(α, β) =

∂ λ

∂α(α, β) ∂ λ∂β(α, β) 0 IdRp

!

Tal matriz ´e produto, pela regra da cadeia, Jf(h(α, β))

| {z } tem postop

· Jh(α, β)

| {z }

´e um isomorfismo .

Portanto, o posto de Jf◦h(α, β) n˜ao ultrapassape isso significa que ∂ λ∂α(α, β) deve ser identica- mente nula (n˜ao determinante nulo, mas sim toda a matriz completamente zerada, sen˜ao ela iria aumentar o posto deJf◦h(α, β),somente tendo um elemento n˜ao nulo).

Portantoλn˜ao depende de sua primeira coordenada e f(W) ={(λ(β), β)|β ∈V1}, ou seja, ´e o gr´afico de uma fun¸c˜ao definida em um aberto deRp.

Para concluir, a t´ecnica ´e parecida `a demonstra¸c˜ao do Teorema da Fun¸c˜ao Impl´ıcita e, como naquele caso, podemos passar ao caso geral removendo a condi¸c˜ao inicial de que a submatrizp×p com determinante n˜ao nulo fosse aquela embaixo e `a direita ouJf(s0).

(12)

0.3 Aula ? - 29 de Abril

SejaE⊆Rn e sejaf :E→Rlimitada e sejax∈E fixado eδ >0 fixado. Definimos:

M(f, x, δ) = sup{f(y) :y∈E,|y−x|< δ}, e tamb´em:

m(f, x, δ) = inf{f(y) :y∈E,|y−x|< δ}.

E f´´ acil ver que a fun¸c˜ao:

δ7→M(f, x, δ)

´

e crescente, e a fun¸c˜ao:

δ7→m(f, x, δ)

´

e decrescente. Assim podemos definir aoscila¸c˜ao def em xcomo:

o(f, x) = lim

δ→0 M(f, x, δ)−m(f, x, δ) .

Ent˜ao temoso(f, x)≥0 para todox∈E.

Exerc´ıcio 2. Mostre quef ´e cont´ınua em xse e s´o seo(f, x) = 0.

Lema 1. Seja Q⊆Rn retˆangulo. Seja f :Q →R limitada. Seja ε >0 tal que o(f, x)< ε para todox∈Q. Ent˜ao existe uma parti¸c˜aoP deQtal que:

S(f, P)−s(f, P)< ε·v(Q).

Demonstra¸c˜ao. Sejax∈Qfixado. Ent˜ao existe um retˆangulo Qx tal que:

sup

t∈Qx

f(t)− inf

t∈Qxf(t)< ε.

A fam´ılia{Qx}x∈Q´e uma cobertura do conjuntoQ, o qual ´e compacto. Assim existe uma subcober- tura finita deQ. Posso definir uma parti¸c˜ao P deQtal que cada Rsubretˆangulo determinado por P seja contida em algum Qx da subcobertura finita. Assim para todo subretˆangulo Rde P temos o seguinte:

sup

t∈R

f(t)−inf

t∈Rf(t)< ε.

Logo:

S(f, P)−s(f, P)< ε·v(Q).

Teorema 6. Seja Q um retˆangulo de RN. Seja f : Q → R limitada. Chame B o conjunto dos pontos deQnas quaisf ´e descont´ınua. Ent˜aof ´e integr´avel se e s´o seB tem medida nula.

Demonstra¸c˜ao. (⇐) Suponhamos queB tenha medida nula. Sejaε >0 fixado. Basta cobrirBcom interiores de retˆangulos fechados Ui tais queP

i=1v(Ui)< ε, e escolher para cada x∈Q\B um retˆangulo fechadoVx, contendoxem seu interior, com:

sup

t∈Vx

f(t)− inf

t∈Vx

f(t)< ε.

(13)

CONTE ´UDO 0.3. AULA ? - 29 DE ABRIL Pela compacidade de Q, ent˜ao existem Ui1, . . . , Uik, Vx1, . . . , Vxl que cobrem Q. Considere uma parti¸c˜aoP tal que todo subretˆangulo esteja contida em algum dosUi1, . . . , Uik, Vx1, . . . , Vxl. Sendo M tal que∀x∈Q:

f(x)

≤M, ent˜ao:

S(f, P)−s(f, P)< εv(Q) + 2M ε.

Portantof ´e integr´avel.

(⇒) Suponhamos quef seja integr´avel. Paraε >0 seja:

Bε={x∈Q:o(f, x)≥ε}.

Ent˜ao:

B=

[

n=1

B1 n. E suficiente mostar que cada´ B1

n tem medida nula. De fato mostraremos que cadaB1

n tem conte´udo nulo. Sejak≥1 um natural fixado. Sejaε >0 fixado. Pela integrabilidade def, existe uma parti¸c˜ao P deQtal que:

S(f, P)−s(f, P)< ε k.

Podemos encerrar a demonstra¸c˜ao de pelo menos duas maneiras diferentes:

Maneira 1:

Seja P1 o conjunto dos subretˆangulos R deP que contˆem algum ponto deB1

k no interior. Ent˜ao P1 cobre os pontos deB1

k que estiverem no interior de algum subretˆangulo de P, enquanto que as bordas dos subretˆangulos deP cobrem o restante dos pontos deB1

k. ´E f´acil ver que a reuni˜ao das bordas dos subretˆangulos deP tem conte´udo nulo, assim pode ser coberto por uma cole¸c˜ao finita de retˆangulosS1, . . . , Sl tais quev(S1) +· · ·+v(Sl)< ε. Al´em disso, paraR∈P1, ent˜ao temos:

sup

t∈R

f(t)−inf

t∈Rf(t)≥ 1 k. Assim:

1 k · P

R∈P1

v(R) ≤ P

R∈P1

sup

t∈R

f(t)−inf

t∈Rf(t)

! v(R)

≤ P

R∈P

sup

t∈R

f(t)−inf

t∈Rf(t)

! v(R)

= S(f, P)−s(f, P)

< kε, de modo que:

X

R∈P1

v(R)< ε.

PortantoB1

k pode ser coberto porS1, . . . , Sle osR∈P1e:

l

X

i=1

v(Si) + X

R∈P1

v(R)<2ε.

(14)

Maneira 2:

SejaP2o conjunto dos subretˆangulosRdeP tais que:

sup

t∈R

f(t)−inf

t∈Rf(t)> 1 4k. Parax∈B1

k, ent˜ao existem pontosa, b∈Qtais que:

f(a)−f(b) > 1

2k

e tamb´em{x, a}esteja contido em algumR∈P e{x, b}esteja contido em algumS ∈P (os ReS podem ser iguais). Ent˜ao existe umc∈ {a, b} tal que:

f(x)−f(c) > 1

4k, a´ı existe umR∈P tal que{x, c} ⊆R, de modo que:

sup

t∈R

f(t)−inf

t∈Rf(t)> 1 4k, assimx∈R∈P2. Portanto os retˆangulos deP2 cobremB1

k. Agora temos o seguinte:

1 4k · P

R∈P2

v(R) ≤ P

R∈P2

sup

t∈R

f(t)−inf

t∈Rf(t)

! v(R)

≤ P

R∈P

sup

t∈R

f(t)−inf

t∈Rf(t)

! v(R)

= S(f, P)−s(f, P)

< kε, de modo que:

X

R∈P1

v(R)<4ε.

Referências

Documentos relacionados

Caso não seja encontrada nenhuma placa, ou caso o hardkey não esteja autorizado ou não foi encontrado, o objeto Reconhecimento conterá uma string vazia como

Analisando os ensaios, observou-se que o fenômeno da cavitação pode ser minimizado se a diferença de pressão entre a montante e jusante for menor ou igual à pressão

Considerando os custos diretos, obteve-se o valor dividindo-se o custo direto total das atividades (MOD e MD) de cada formato de peça pela quantidade de

Thomas’s Falls Risk Assessment Tool in Older Adults (STRATIFY) is a tool to assess the risk of falls; however, it is not translated and adapted to Portuguese. Objective: To

Neste contexto, este trabalho, teve como objetivo descrever práticas para reforma de áreas com pastagens degradadas, por meio do cultivo de gramíneas para pastejo e formação

em outras palavras, essas linhas podem ser isoladas para formar uma matriz quadrada que ter´ a determinante n˜ ao-nulo.. • Caso 1: Suponhamos que tais linhas sejam as

Para criação de bovinos, o produtor deve acompanhar algumas legislações que consequentemente vai ser mais proveitoso para o investidor e mais garantido para o

Dessa forma, diante do exposto acima e da indiscutível relevância do diagnóstico precoce com condutas adequadas para evitar a disseminação e aumento na incidência de