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Relatório de Estágio no Moreirense FC, na equipa de infantis, na época 2011/2012

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UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO

Relatório de estágio no Moreirense FC, na equipa de Infantis,

na época 2011/2012

Mestrado em Ciências do Desporto: Especialização em Jogos Desportivos

Coletivos

Adriano Manuel Alves Moreira

Orientador:Prof. Doutor Vítor Maçãs

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“ Sonhos são a expressão da alma, são intensos desejos geradores de motivação; É o que nos dá asas para voar, que nos deixa sem chão; É a nossa motivação pessoal, um verdadeiro mergulho no solo fértil da fé; É o que faz a vida se tornar interessante, É um convite ao infinito céu! Sonhos são imensos desejos que gritam no íntimo humano, procurando uma oportunidade para se concretizar. Algumas pessoas os afundaram no solo do esquecimento; outras, como eu, anseiam intensamente pela realização dos mesmos. O sonho torna-se real quando empenhamo-nos a torná-lo real”.

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AGRADECIMENTOS

À minha família que me acompanhou neste longo percurso.

Ao Professor Vítor Maçãs, que com a sua sabedoria, rigor e competência me ensinou e ajudou a crescer como profissional exigente.

À equipa de trabalho do Moreirense FC pelo apoio dado na realização deste trabalho e pelas experiencias vividas. São estes momentos que nos fazem evoluir como treinadores.

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INDICE GERAL

Agradecimentos III Índice geral IV Índice Quadros VI Índice de Anexos VII Resumo VIII Abstract IX

1 – Introdução 1

1.1 – Apresentação do clube --- 3

1.2 - Estrutura do grupo de trabalho --- 4

2 – A importância da capacidade tática no processo ensino-aprendizagem do jogo de futebol --- 7

3 – Evolução do processo ensino-aprendizagem do jogo de futebol - modelos de ensino --- 9

4 – O exercício de treino como instrumento de aprendizagem em futebol --- 11

4.1 – Importância do jogo reduzido no processo ensino-aprendizagem --- 13

4.2 – Constrangimentos do exercício de treino--- 15

5- O Nosso processo de ensino-aprendizagem --- 18

5.1 – Alguns princípios do nosso modelo de jogo --- 23

6- Objetivos para a época desportiva --- 28

7 – Planeamento da época desportiva --- 30

7.1 – Periodização do microciclo de treino --- 32

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8 - Reflexão da época desportiva --- 36

9 – Controlo da atividade --- 41

10 - Conclusão --- 44

11 – Bibliografia --- 46 12 - Anexos --- I

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INDICE DE QUADROS

Quadro 1 - Constituição da equipa --- 6

Quadro 2 - princípios específicos do jogo futebol --- 22

Quadro 3 - exercícios de treino baseado nos jogos reduzidos --- 23

Quadro 4 - Objetivos específicos da equipa --- 29

Quadro 5 - horário semanal dos treinos --- 33

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INDICE DE ANEXOS

Anexo 1 – Exemplo – Relatório de treino --- I Anexo 2 - Grelha de avaliação individual dos jogadores --- II Anexo 3 – Grelha de avaliação coletiva da equipa --- III Anexo 4 – Exemplo – observação do jogo Moreirense FC --- IV Anexo 5 – Gestão dos tempos dos microciclos de Treino --- VIII Anexo 6 – Tempo total de treino e de jogo realizado por jogador --- IX Anexo 7 - Calendário 2011/2012 – Campeonato Distrital Infantis Associação de Futebol de Braga, Futebol 7 Série I --- XI

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VII

RESUMO

O futebol é o desporto mais popular do mundo, sendo visualizado e praticado por um número indeterminado de pessoas. Como tal, devemos perceber que existem várias formas de ver e treinar o jogo. Porém, quando se trata em formar bons jogadores, o futebol é e deve ser visto como um fenómeno bastante complexo que exige um entendimento e uma reflexão do fenómeno em causa como sendo um sistema aberto de interações de vários fatores, sendo para isso necessário existir um conhecimento multidisciplinar e atualizado de quem lidera o processo ensino-aprendizagem.

O nosso trabalho foi realizado no Moreirense FC no escalão de Infantis. A equipa por nós conduzida era do primeiro ano (infantis C) e disputou o campeonato distrital de futebol 7 da Associação de Futebol de Braga. Um dos grandes objetivos estabelecidos para a época 2011/2012 foi criar hábitos competitivos na equipa, sendo que a equipa nunca tinha competido a nível federado tratando-se, por isso, de uma experiencia única com vista em promover e desenvolver nos jogadores uma cultura tática preparando-os, deste modo, para a próxima época competitiva. Os jogadores e, consequentemente a equipa, os mesmos tiveram uma evolução substancial no final da época face aos objetivos traçados. Por outro lado, Este trabalho permitiu a nossa primeira experiência como treinadores de futebol, tratando-se de uma experiencia bastante enriquecedora, apesar de nem sempre ter sido fácil superar as dificuldades encontradas durante o nosso percurso e, que ajudaram em muito no nosso crescimento pessoal e profissional. A natureza deste trabalho alia o conhecimento teórico ao conhecimento prático com o objetivo de contribuir para a reflexão do treino do futebol principalmente no que respeita ao processo de formação de jovens jogadores. Assim, neste relatório procuramos demonstrar a nossa forma de olharmos para o jogo e para o treino, aplicando os conhecimentos adquiridos na licenciatura e ao longo de vários anos a estudar esta modalidade, pondo em prática a nossa conceção de jogo e de treino. A criação do modelo de jogo como sendo o guião de todo o processo ensino-aprendizagem; a construção dos exercícios de treino, onde a dimensão tática foi a reguladora de todos os outros fatores (físico, técnico, psico-sociais) e a consideração por alguns princípios que para nós assumiram grande importância em todo o processo; e a

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VIII

ABSTRACT

Football is the most popular sport in the world, being viewed and practiced by an undetermined number of people. As such, we must realize that there are many ways to see and coach the game. However, when it comes to train good players, football is and should be seen as a very complex phenomenon that requires an understanding and a reflection of the phenomenon in question as an open system of interactions of various factors, and for this there is a need multidisciplinary knowledge and updated on who leads the teaching-learning process.

Our work was performed at the level of Moreirense FC Kids. The team was led by us the first year (infant C), and competed in the district championship football 7 of the Football Association of Braga. One of the major goals set for the 2011/2012 season was to create habits competitive in the team, and the team had never competed at federated contexts and therefore a unique experience with a view to promoting and developing players in a culture tactic preparing them thus for the next competitive season. Players and consequently the team, they had a substantial evolution in a season against the objectives. Moreover, this work provides our first experience as soccer coaches, in the case of a very enriching experience, although not always have been easy to overcome the difficulties encountered during our journey, and that helped a lot in our personal growth and professional.

The nature of this work combines the theoretical knowledge to practical knowledge in order to contribute to the reflection of the training football especially with regard to the process of training young players. Thus, this report seeks to demonstrate the way we look at the game and training, applying the knowledge acquired in undergraduate and over several years studying this mode, putting into practice our game design and training. The creation of the game model as the script of the entire teaching-learning process, the construction of the training exercises, where the tactical dimension was the regulator of all other factors (physical, technical, psychological and social) and consideration by some principles that were important to us in the whole process, and reflection on it, were the main factors that contributed to the success of this work.

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1- INTRODUÇÃO

O futebol é uma modalidade desportiva coletiva, que faz parte de um conjunto de modalidades designadas como jogos desportivos coletivos (Garganta, 1994), possuindo características próprias como: o envolvimento complexo e aberto dos jogadores; o seu elevado numero; o grande espaço de jogo e a sua duração (Costa, 2002). Desta forma, o processo de formação de jogadores torna-se também um fenómeno bastante complexo resultante da interação de diversos fatores: táticos, técnicos, físicos e psicológicos (Castelo, 2002).

Ao longo dos anos, os jogos desportivos coletivos, principalmente o futebol tem vindo a sofrer evoluções ao nível dos modelos de ensino e ao nível da conceção dos exercícios de treino. Quer isto dizer, que se tem vindo aprofundar os conhecimentos no âmbito do processo ensino-aprendizagem, partindo de situações de treino onde está presente a essência do jogo num espaço e número de jogadores mais reduzido, verificando uma clara diminuição da complexidade do jogo. Deste modo, no processo de ensino-aprendizagem, reduzir a complexidade do jogo é sinónimo de potenciar contextos situacionais que, por sua vez significam que o treino sob várias formas reduzidas, se torne uma das formas mais pertinentes na abordagem didático-metodológica do jogo, assim como o desenvolvimento qualitativo do mesmo, através da melhoria das capacidades táctico-técnicas dos jovens jogadores (Bastos, 2004).

Porém, os modelos de ensino centrados no jogo, vieram por em causa o contributo dos modelos de ensino centrados nas capacidades técnicas, defendendo que o próprio jogo deve ser a referência fundamental para o desenvolvimento de todos os fatores que ele acarreta. No entanto, nem todo o jogo pode servir os propósitos de ensino já que a sua configuração ditada pelo arranjo particular dos elementos estruturais (numero de jogadores, espaço, tempo, regras, alvo, bola…), têm implicações ao nível das ações produzidas pelos jogadores. Assim sendo, no processo ensino-aprendizagem em futebol, a organização das condições de prática, as condições das tarefas, a quantidade de prática e o êxito obtido pelos jogadores recorrendo a processos de avaliação, são fatores de aprendizagem decisivos (Borba, 2007).

Desta forma, decidimos neste trabalho, desenvolver um processo de estudo, planeamento, intervenção e avaliação de uma época desportiva no escalão de sub 13 do

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Moreirense FC, participante no Campeonato Distrital Infantis da Associação Futebol Braga, Futebol 7 Série I. Neste relatório, procuramos mostrar esse trabalho, definindo os seguintes objetivos:

• Aprofundar ainda mais os conhecimentos acerca da modalidade de futebol, recorrendo a referências bibliografias para nos ajudar a suportar as nossas convicções a cerca do processo ensino-aprendizagem posto em prática neste estágio.

• Perceber diferentes formas de pensar que os treinadores que trabalharam connosco têm acerca do futebol e do processo de formação de jogadores, o que nos ajuda a cimentar o nosso próprio pensamento.

• Ganhar conhecimentos no futebol 7.

• Melhorar a nossa capacidade de planeamento e intervenção no processo de treino. A estrutura deste trabalho será organizada, tendo em consideração as seguintes secções:

→ Introdução – Pretendemos mostrar os objetivos do estágio e a caracterização do

trabalho desenvolvido; iremos fazer ainda uma apresentação do clube onde estagiamos e evidenciamos a estrutura do grupo de trabalho em que estivemos inseridos durante o estágio.

→ Desenvolvimento – Apresentamos os conhecimentos científicos utlizados durante o

estágio.

→ Trabalho desenvolvido – Iremos fazer uma descrição clara do trabalho realizado e

resultados obtidos, bem como evidenciar quais as condicionantes com que nos deparamos no decurso do estágio. Mostraremos também o tipo de controlo da qualidade dos trabalho realizado ao longo da atividade e de que forma foi realizado.

→ Conclusão

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1.1 - Apresentação do clube

O Moreirense Futebol Clube assenta as suas raízes na vila de Moreira de Cónegos pertencente ao concelho de Guimarães. O clube foi fundado em 1938 e, desde então, tem vindo a construir uma história de glórias no futebol português. Destacam-se o título de campeão Nacional da 2ª Divisão B (1994-1995; 2000-2001) e campeão Nacional da 2ª Liga (2001-2002). Manteve-se na 1ª liga durante três anos e sete anos depois regressou novamente à elite do futebol nacional.

Do clube fazem parte nove escalões de formação e um escalão profissional. No departamento de formação existe: escolinhas, três equipas de infantis (infantis A, infantis B e infantis C), duas equipas de iniciados (iniciados A e iniciados B), duas equipas de juvenis (juvenis A e juvenis B) e uma equipa de juniores, fazendo parte do departamento profissional a equipa sénior. No departamento de formação são classificadas três fases de formação: A pré-formação (escolinhas); formação competitiva (equipas de competição juvenil) e maturação (equipa de competição profissional).

Na pré-formação (Os Moreireinhas), é permitido o acesso ao futebol, todas as crianças que gostam da modalidade, com a faixa etária dos 5 aos 12 anos de idade, independentemente das aptidões de cada um. Durante esta etapa, o clube pretende desenvolver as qualidades básicas dos jogadores: qualidades técnicas (passe, receção, condução e remate, drible/finta); qualidades táticas (Visão de jogo, ocupação racional do espaço de jogo, evitar a aglomeração; criar noções de ataque e defesa); qualidades físicas (velocidade, coordenação, agilidade); qualidades sociais e psicológicas (concentração, empenho, espirito de equipa, fair-play).

Na formação competitiva, participam jovens com idades compreendidas entre os 13 e 18 anos. Ao longo desta etapa da formação, os treinadores selecionam os jogadores com melhores qualidades para integrar os quadros competitivos do clube, podendo aceder a elevados níveis de formação e de preparação desportiva. O objetivo desta fase de formação é a otimização das qualidades tático-técnico, física e psicológica dos jogadores em prol das equipas nas quais então inseridos e com o intuito de aproximar os jogadores à realidade competitiva profissional.

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Na fase de maturação, o clube pretende fazer uma preparação e integração dos jogadores selecionados na equipa profissional. Estes jogadores podem, de uma forma temporária ou definitiva integrar nos treinos da equipa profissional, podendo posteriormente fazer parte do plantel ou serem emprestados a outras equipas profissionais de outros clubes através de um protocolo onde será dado o respetivo apoio e acompanhamento aos jogadores.

Desta forma, os jogadores vão sendo selecionados a permanecer à medida que passam de uma fase para a outra. Consoante os jogadores avançam nos escalões, são sujeitos a critérios de seleção cada vez mais exigentes, tendo uma margem de erro das suas qualidades cada vez menor. Assim, através da redução dos jogadores, é possível otimizar as condições de trabalho. Porém, é de salientar que o clube não rejeita a hipótese de fazer o recrutamento de jogadores externos ao clube. Todos os anos, na pré-época, o clube abre uma fase de “captações” a todos os jovens jogadores externos e interessados em fazer parte do clube, pois os bons jogadores são sempre bem-vindos.

Neste âmbito, o Moreirense Futebol Clube procura promover o crescimento e desenvolvimento desportivo e social junto dos habitantes de Moreira de cónegos, especialmente junto dos mais jovens. Neste caso, o clube pretende desenvolver o ensino e a prática do futebol e de outras atividades desportivas, através de técnicos qualificados, visando desta forma alcançar uma formação de qualidade.

1.2 -

Estrutura do Grupo de trabalho

O escalão de infantis (sub-13) é constituído por três equipas (infantis A, infantis B, e infantis C), participantes no Campeonato Distrital de Futebol 7 da Associação de Futebol de Braga. Vamos focar-nos na equipa infantis C, visto que o estágio decorreu apenas nesta equipa. Assim sendo, as funções existentes neste contexto na organização do grupo de trabalho foram: Coordenador Técnico, Subcoordenador do escalão de Infantis, Treinadores, Diretores, massagista e Jogadores.

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A função de Coordenador Técnico foi desempenhada pelo professor Tiago Machado, licenciado em Educação Física pelo Instituto Politécnico de Bragança e possuidor do Grau II de Treinador de Futebol. O papel do Coordenador Técnico é orientar o funcionamento das equipas de cada escalão da Formação, definindo junto dos treinadores as linhas orientadores do trabalho a realizar por forma a maximizar ao máximo o êxito dos jogadores.

O Subcoordenador do escalão de Infantis foi o treinador Martinho. É um treinador da casa já há muitos anos e é responsável por treinar a equipa infantis A, sendo possuidor do Grau I de Treinador de Futebol e possuidor também de uma larga experiência à frente do Futebol 7, tendo sido todas as épocas campeão distrital no campeonato em que participa a sua equipa. A função do sub-coordenador foi acompanhar mais de perto o trabalho que foi sendo realizado com a equipa infantis B e C, com o intuito de estabelecer um pensamento comum com os treinadores das respetivas equipa referente ao escalão de infantis, no que toca ao estabelecimento e cumprimento de objetivos. Assim, o papel do Subcoordenador passa também por estar atento ao desenvolvimento dos jogadores do escalão infantis, existindo a possibilidade de alguns jogadores da equipa infantis B e infantis C poderem jogar pela equipa infantis A, após o subcoordenador ter reconhecido as qualidades e particularidades desses jogadores.

A equipa técnica responsável pela equipa infantis C foi constituída por dois treinadores. A função de treinador principal foi desempenhada por João Freitas, possuidor do Grau I de treinador de futebol. A função de treinador-adjunto foi desempenhada por Adriano Moreira, licenciado em Ciências do Desporto pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e autor deste relatório de estágio. Este estágio proporcionou a sua primeira experiência como treinador de futebol que foi acompanhado por um supervisor de estágio, professor Tiago Machado, Coordenador Técnico do Futebol da formação do Moreirense Futebol Clube. Os treinadores foram responsáveis pelo planeamento, condução, orientação, gestão, avaliação e evolução dos jogadores durante os treinos e jogos.

Os diretores que nos acompanharam durante a época foram o senhor Couto e o senhor Fernandes, ambos pais de jogadores pertencentes à equipa infantis C.

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Os diretores foram responsáveis por toda a logística da equipa, sendo os delegados no jogo de modo a representar o clube diante do público. Foram também responsáveis por passar informação dos treinadores para os pais dos jogadores e vice-versa, servindo de fio condutor entre os pais e os treinadores.

O papel de massagista foi desempenhado pelo senhor Carlos, sendo responsável por prestar apoio de socorrismo aos jogadores da equipa sempre que houvesse alguma lesão durante os treinos e jogos.

A equipa é constituída por vinte e quatro jogadores nascidos em 1998 e 1999, sendo que todos eles realizaram a sua formação anterior no Moreirense Futebol Clube.

Quadro 1: Constituição da equipa

Quadro 1 – Constituição da equipa

Nome Posição Pé dominante Idade

Jogador 1 GR Direito Sub 13

Jogador 2 GR Direito Sub 12

Jogador 3 GR Direito Sub 12

Jogador 4 DC Direito Sub 13

Jogador 5 DC Direito Sub 13

Jogador 6 DC Direito Sub 13

Jogador 7 DC Direito Sub 13

Jogador 8 DC Direito Sub 12

Jogador 9 ED Direito Sub 12

Jogador 10 DC Direito Sub 13

Jogador 11 ED Direito Sub 12

Jogador 12 EE Esquerdo Sub 13

Jogador 13 EE/DC Esquerdo Sub 13

Jogador 14 EE/PL Esquerdo Sub 12

Jogador 15 MC Direito Sub 13

Jogador 16 MC Direito Sub 12

Jogador 17 MC Direito Sub 13

Jogador 18 ED/PL Direito Sub 12

Jogador 19 PL Esquerdo Sub 13

Jogador 20 PL Direito Sub 12

Jogador 21 ED/MC Direito Sub 12

Jogador 22 PL Direito Sub 13

Jogador 23 DC Direito Sub 13

Jogador 24 PL Direito Sub 12

Legenda:

GR – Guarda-redes EE – Extremo Esquerdo DC – Defesa Central PL – Ponta-de-Lança ED – Extremo Direito MC – Médio Centro

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2 - A IMPORTANCIA DA CAPACIDADE TÁTICA NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM

“ 0 Futebol é predominantemente um jogo de decisões tomadas numa dinâmica relacional coletiva”. Araújo (2007)

Como em todos os jogos desportivos coletivos, no futebol as ações do jogo caracterizam-se pela necessidade de um comportamento tático e, sobretudo pela importância da capacidade cognitiva como elemento de base para o desenvolvimento desse comportamento tático, sendo que os jogadores devem de ser capazes de perceber as informações relevantes da situação, a fim de decidirem corretamente que gesto motor executar. Segundo Pinto (1996), a tática prossupõe os níveis de relação entre os elementos da equipa, desempenhando um papel fundamental, visto ser um fator integrador e ao mesmo tempo estimulador de todos os fatores do jogo, condicionando de uma forma marcante a prestação dos jogadores e das equipas.

A formação dos jogadores deve passar pelo desenvolvimento de competências táticas, de acordo com as exigências da competição, de forma a solucionar problemas táticos, face ao fato do futebol ser um desporto que se pratica num contexto aberto, com elevada variabilidade, imprevisibilidade e aleatoriedade, no qual o desempenho motor dos jogadores está relacionado com a capacidade destes responderem, de uma forma eficaz, às constantes e evidentes alterações do seu contexto (Castelo, 2002). Assim sendo, pretende-se que os jogadores realizem ações corretas, nos momentos exatos, imprimindo a velocidade certa, antecipando as ações dos adversários e tornando compreensíveis as suas ações em relação aos companheiros. Face a uma situação tática, o jogador deverá reagir, através de uma resposta motora adequada à situação, pois o principal problema que se coloca aos jogadores é essencialmente tático, influenciando o rendimento desportivo da equipa, sendo que o jogo não permite ações pré-determinadas (Castelo, 1996).

Neste sentido, no processo ensino-aprendizagem do jogo de futebol, o praticante deve desde cedo ser confrontado com a necessidade de resolver problemas, quando as situações assim o exigirem, sendo estas situações que determinam o desenvolvimento do jogador no que toca ao “saber o que fazer” e “quando fazer” para resolver o

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Segundo os mesmos autores, o desenvolvimento tático pressupõe o desenvolvimento da capacidade de decisão, estando esta dependente da atitude de gerar soluções, mas para isso, depende da forma como o jogador concebe e percebe o jogo. Deste modo, a ação tática de um jogador está inerente a um desenvolvimento da sua capacidade de pensar e agir de forma criativa.

Para Maças & Brito (1998), a ação tática é um complicado mecanismo que engloba três etapas sucessivas e interdependentes: perceção e análise da situação (identificação do problema), solução mental do problema (tomada de decisão mais adequada) e a solução motora do problema da qual resulta o desempenho motor. Deste modo, a tática é, segundo Greco (2006), a capacidade baseada em processos cognitivos de receção, transmissão, análise de informação, elaboração da resposta e execução da ação motora, concretizada com uso de uma técnica especifica, implicando uma tomada de decisão, a qual reflete o nível de capacidade tática e experiencia motora do jogador.

O pensamento de que as ações do jogo de futebol são caracterizadas por ações táticas realizadas através da tomada de decisão que implicam em relacionar processos cognitivos com processos motores, tem despertado o interesse de vários investigadores e treinadores que se dedicam ao estudo do ensino do jogo no processo de formação dos jogadores, defendendo que, a aprendizagem do jogo deve ser feita através de situações-problema que ocorrem no jogo, uma vez que o jogador exercita a habilidade técnica após ter sido confrontado com uma dada situação de jogo, no qual o problema tático colocado suscita a utilização da referida habilidade.

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3 - EVOLUÇÃO DO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM DO JOGO DE FUTEBOL – MODELOS DE ENSINO

No passado, o processo de ensino do futebol foi muito influenciado pelos métodos ligados aos desportos individuais, sobretudo ao atletismo, onde o aspeto decisivo da sua preparação assentava na componente física (Silva, 1996). A análise detalhada do esforço específico da modalidade permitiu a criação de métodos analíticos para o desenvolvimento parcelar das capacidades físicas. Este desenvolvimento pretendia uma melhoria global do rendimento desportivo e orientava exclusivamente o planeamento do treino (Oliveira, 1991).

Mais tarde, verificou-se que, aliado à preparação física, a preparação técnica deveria ser considerado um fator preponderante na melhoria do rendimento desportivo, estando a otimização da performance desportiva associada à melhoria dos gestos técnicos, sendo que a aprendizagem das técnicas se apresentava completamente descontextualizada da realidade do jogo. Surgiu assim, o Modelo tradicional de ensino ou fase técnico-tática do jogo (Mesquita & Graça, 2002). Segundo Hopper (2002), neste tipo de abordagem metodológica segue-se o caminho da repetição sistemática da habilidade técnica como objetivo fundamental enfatizando o conteúdo em vez do jogador. Para contrariar esta ideia, no entender de Mombaerts (1996), o treino tradicional do futebol é uma adição de fatores e, pelo facto de a sua estrutura ser excessivamente simplificada e trabalhada de forma isolada, perde toda a sua especificidade geradora do jogo. Por isso, este autor propõe uma nova abordagem ao processo de formação a partir do jogo, colocando o jogador em situação de resolução de problemas a fim de desenvolver o seu reportório táctico-técnica.

Assim sendo, a este período seguiu-se um outro, onde se atribui à dimensão tática o papel principal no ensino do jogo. Deste modo, surgiu o Modelo de ensino para a compreensão ou fase táctico-técnica da aprendizagem do jogo (Mesquita & Graça,2006). O desenvolvimento da capacidade do jogo deve ser feito através da compreensão tática do jogo, contrariando assim, um modelo mais tradicional em que a base incide no ensino das técnicas de forma isolada. Assim sendo, o principal objetivo do modelo de ensino para a compreensão é “deixar de ver o jogo como um momento de

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aplicação de técnicas, para passar a vê-lo como um espaço de resolução de problemas” (Graça & Mesquita, 2007), propondo uma visão mais global e holística através da tática, onde a melhoria do gesto técnico deveria estar articulado com a capacidade de decidir ajustadamente em contexto de jogo, atribuindo à dimensão tática, a principal responsável no processo ensino-aprendizagem (Pinto,2007).

O modelo de ensino para a compreensão surgiu recentemente e tem vindo gradualmente adquirir enorme importância nos dias de hoje no âmbito do processo ensino-aprendizagem. Este modelo assegura uma pedagogia de descoberta, permitindo aos jogadores terem experiencias de caracter lúdico em contexto real do jogo desde o primeiro momento. Contudo, este modelo não implica o ensino das capacidades técnicas, mas sim, a mudança do seu contexto de utilização e aprendizagem. Assim o modelo de ensino para a compreensão, propõe um pensamento diferente da aprendizagem tradicional, através da compreensão do jogo, da apreciação dos elementos que fazem do jogo aquilo que ele é; da consciência tática do objetivo do jogo e das grandes tarefas para o alcançar. Mediante isto, surge a resolução de problemas por parte dos jogadores através da tomada de decisão e a sua execução, seguindo-se uma avaliação dos resultados das decisões e execuções e, por último, a ilação das necessidades de exercitação para melhorar a qualidade do jogo (Mesquita & Graça, 2006).

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4 - O EXERCICIO DE TREINO COMO INSTRUMENTO FUNDAMENTAL NA APRENDIZAGEM DO JOGO EM FUTEBOL

“ O exercício de treino é um meio indispensável para a obtenção de resultados desejados” Castelo (2002)

O exercício de treino em futebol é a ferramenta essencial no processo ensino-aprendizagem pois é a partir dele que o treinador incute a sua forma de jogar nos jogadores e na equipa, pelas aquisições das capacidades táticas, técnicas, físicas e psico-cognitivas. O exercício de treino é definido, segundo Castelo (2002), como uma unidade lógica de programação e estruturação do treino desportivo, sendo um meio pedagógico, com o intuito de melhorar a prestação do jogador e da equipa, organizado em função de um determinado objetivo, orientado por princípios devidamente fundamentados nos conhecimentos científicos.

Os exercícios de treino são classificados, segundo Queiroz (1986) como:

• Exercícios Fundamentais – são todas as formas de jogo em que a finalização (obtenção do golo) é a meta fundamental a atingir. Existem três formas fundamentais: fundamental fase I (exercícios de finalização sem oposição sobre uma baliza - Ataque x 0 Defesas + Gr); fundamental fase II (exercícios de ataque x defesa sobre uma baliza - Ataque x Defesa + Gr); fundamental fase III (exercícios de ataque x defesa sobre duas balizas - Gr + Ataque x Defesa + Gr).

• Exercícios complementares – são todos os exercícios que, qualquer que seja a sua forma, não incluem a finalização (obtenção do golo). Existem duas formas complementares: forma integrada (desenvolvem-se dentro do contexto de jogo); formas separadas (desenvolvem-se fora do contexto de jogo).

Para o exercício se constituir como o elemento preponderante do processo ensino-aprendizagem em futebol, torna-se fundamental termos em conta a sua especificidade. Segundo Castelo (2002), o exercício de treino é específico quando a sua estrutura (objetivo, conteúdo e forma) no seu conjunto apresenta adaptações de base que promovem a melhoria do desempenho dos jogadores e das equipas. Partindo desta afirmação, Oliveira (1991), defende que para o exercício ser específico, os jogadores

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devem vivenciar no exercício situações táctico-técnicas que o nosso jogar requisita, provocando nos jogadores todas as capacidades inerentes ao nosso modelo de jogo e respetivos princípios adotados. Segundo Amieiro (2006), o treinador deve, no exercício, criar condições que propiciem o aparecimento de determinados comportamentos que se pretende vivenciar, para que isso se repercuta em termos de assimilação, aquisição e alteração de comportamentos. Ou seja, no próprio exercício devem existir condições para os jogadores repetirem esses comportamentos de forma sistemática, para assim se tornarem hábitos e, consequentemente aparecerem de forma natural e rápido em jogo.

A tática (princípios táticos), constitui o eixo balizador das situações da aprendizagem e, à medida que o tecido de jogo vai evoluindo em complexidade suscitando novos problemas a evidenciar, as habilidades do jogo (identificação, decisão e ação) vão sendo atualizadas e desenvolvidas contemporaneamente, dotando o jogador de ferramentas capazes de efetivar as soluções táticas elegidas (Mesquita & Graça, 2006). Neste sentido, Castelo (1996) defende, que para os jogadores evoluírem taticamente para níveis cada vez mais superiores, dever-se-á aplicar exercícios cada vez mais difíceis, após terem vivenciado um exercício com uma determinada dificuldade seguida da sua adaptação. Exercícios que se mantenham inalteráveis, podem causar uma melhoria durante um certo tempo, provocando uma diminuição do grau de recursos, mas o seu efeito diminui ate se manter num estado estacionário de adaptação, poes a estagnação da carga de treino, significa estagnação dos resultados. Assim sendo, no processo de formação de jogadores, para que estes estejam em constante evolução, torna-se fundamental, segundo (Musch & Mertens, 1991), na construção dos exercícios de treino atender aos princípios de complexidade crescente, da gradualidade e da continuidade.

• Princípio da complexidade crescente (do simples para o complexo) – partindo de formas mais básicas para formas mais complexas do jogo, numa sequência de progressão da complexidade (1x1, 2x2, 3x3,4x4,5x5, etc.) e eventualmente para a forma do jogo formal. O aumento da complexidade corresponde a um salto para um nível de exigência maior, no que respeita ao plano espacial e temporal, no plano informacional e no plano organizacional.

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• Princípio da gradualidade (do pouco para o muito): da quantidade inicial de habilidades de jogo essenciais, para um reportório de habilidades (táctico-técnicas e social) mais extenso. A cada forma de jogo, coloca-se a tarefa de ampliar as capacidades da ação dos jogadores através do enriquecimento do seu reportório de conhecimentos e habilidades para solucionar os respetivos problemas que o jogo emana.

• Princípio da continuidade (do conhecido para o desconhecido) – As formas dos exercícios de treino estão sequencialmente ligadas, ou seja, o que foi aprendido na forma anterior continua a ser consolidado na forma seguinte. Assim, a validade das aprendizagens vem qualificada pelo contributo que estas dão tanto para a melhoria do jogo atual como para as exigências do jogo futuro.

4.1 -

Importância do jogo reduzido no processo ensino-aprendizagem

Face à complexidade que caracteriza o jogo de futebol, torna-se importante no processo ensino-aprendizagem, a utilização dos exercícios designados de jogos reduzidos. Os jogos reduzidos são situações de jogo que engloba todos os fatores que intervêm no jogo real, através de uma forma mais simplificada (Queiroz, 1986). São formas lúdicas, onde os jogadores são confrontados com os problemas do jogo que se aproximam às condições reais do jogo, contando com a presença do adversário e, pela aplicação de alguns constrangimentos, permitem salientar determinados padrões de comportamentos desejáveis com imensas possibilidades de inovação e criação (Castelo, 2002).

A utilização de situações de jogos reduzidos constitui um meio de ensino-aprendizagem com inúmeras vantagens: permite dar uma maior continuidade às ações do jogo com menos interrupções e menos faltas; os jogadores têm um maior domínio preceptivo do espaço; a cooperação entre os jogadores é maior; aumento da frequência dos contactos de cada jogador com a bola; existência de um maior número de golos; menor complexidade do jogo facilitando a sua compreensão; maior desenvolvimento das capacidades táticas, técnicas e estratégicas, pois independentemente das capacidades dos jogadores, o contexto assim lhes obriga a fazerem constantes passes, receções, remates, desmarcações e intersecções (Hill-Haas & Dawson, 2008).

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Por outro lado, o jogo formal devido às grandes dimensões do terreno de jogo e ao elevado número de jogadores, promove um menor volume de jogo, reduzindo a possibilidade dos jovens jogadores contactarem com a bola e, em consequência, uma intervenção de qualidade por parte do treinador também é dificultada, devido a uma menor ocorrência de situações pertinentes que merecem a sua atenção e intervenção. Assim, os jogos reduzidos estabelecem situações contextualizadas e através da manipulação destas situações, o treinador poderá aumentar gradualmente o grau de complexidade e dificuldade do exercício através do condicionamento de determinadas variáveis (espaço, numero de jogadores, limitação do numero de toques na bola permitido a cada jogador, o tempo de exercitação e repouso, etc.) e em função das capacidades do jogador nos seus diferentes níveis de formação.

Relativamente à forma de jogo que permite um melhor rendimento dos jogadores, Lima (2010) no seu estudo acerca do comportamento tático-técnico em jogos de 3x3 e 6x6 com jogadores sub-13, concluiu que o jogo 3x3 promove uma maior interação dos jogadores e uma maior continuidade das ações do jogo, fazendo com que exista uma maior probabilidade dos jogadores permanecerem no jogo, tendo uma intervenção mais direta sobre a bola. Ainda segundo o mesmo autor, esta ocorrência pode dever-se ao fato de no jogo 3x3, o “centro do jogo” ser o próprio jogo, onde cada jogador pode ser solicitado a qualquer momento por um colega de equipa e, desse modo, ser confrontado de forma mais frequente com a necessidade de decidir sobre o “que fazer” e “como fazer”. Consequentemente, a ocorrência do numero de remates e de golos é superior no jogo 3x3 do que no jogo 6x6. Este fato é um dado importante pois torna-se um fator motivador e adequado para a aprendizagem do jogo.

A manipulação de determinadas variáveis para além de permitir um maior rendimento tático-técnico também permite um maior rendimento físico. Para Sampaio (2007), o treino de jogos reduzidos pode promover um estímulo fiável de treino aeróbio dos jogadores, sendo que a manipulação de algumas variáveis na realização de um exercício pode alterar a sua intensidade. Diante desta perspetiva, Owen (2004) afirma que as variáveis que influenciam a intensidade do exercício são: as dimensões do espaço de jogo; o número de jogadores envolvidos no exercício; a relação entre o número de jogadores de cada equipa; regras específicas, tais como o tipo de marcação defensiva ou a limitação no número de toques na bola; a existência ou não de balizas, bem como o

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seu número; a disponibilidade de bolas, de maneira a evitar tempos mortos quando ela sai do terreno do jogo; a existência ou não de guarda-rede; o número e a duração dos períodos dos exercícios, número de série, duração das pausas entre os períodos de exercício e entre as séries.

Todavia, segundo Mush & Mertens (1991), os jogos reduzidos devem obedecer aos seguintes critérios:

• O objetivo do jogo deve estar sempre presente;

• Todos os elementos estruturais do jogo devem ser conservados; • As ações de ataque e defesa devem ser sempre mantidas;

• As transições de ataque-defesa e defesa-ataque devem ser sempre possíveis;

• As tarefas dos jogadores não devem ser totalmente determinadas, sendo possível o jogador escolher diferentes soluções numa dada situação.

4.2 -

Constrangimentos do exercício de treino

De maneira a proporcionar um ensino do jogo mais estimulante e eficaz, ajudando as equipas e jogadores a melhorarem os seus rendimentos, torna-se necessário o treinador fazer a manipulação dos vários constrangimentos: espaço, tempo, número de jogadores e tarefa. Os constrangimentos são, segundo Borba (2002), definidos como sendo condições que limitam o jogador nas suas ações, tendo implicações no comportamento motor, da compreensão e da aquisição de comportamentos coordenados. Como afirma Castelo (2002), é essencial estes constrangimentos serem equacionados no processo de treino, devendo ser o mais realista possível, adequados às capacidades dos jogadores, respeitando a lógica interna do jogo e o modelo de jogo a aplicar. Deste modo, apresentamos os seguintes constrangimentos:

• Constrangimento tempo

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pressão de tempo imposta pelo jogo, torna-se fundamental que o jogador consiga interpretar as mais variadas situações, no mais curto espaço de tempo possível sem perder a eficácia das suas ações. Desta forma, o fator tempo funciona como um agente limitador, impondo fortes constrangimentos à utilização do espaço, à realização de tarefas e à sua interação, na medida em que os jogadores não podem parar para pensar, devendo rapidamente tomar decisões. No entanto, o treinador deve intervir neste domínio, limitando o tempo de realização de determinadas tarefas nomeadamente: aumentando ou diminuindo o ritmo das ações a desenvolver e aumentar ou reduzir os períodos de jogo e recuperação (Cook & Shoulder, 2006).

• Constrangimento do espaço

Segundo Pinto (2007), reduzir ou alargar o espaço do jogo permite aumentar ou diminuir a pressão sobre as ações táctico-técnicas, dando aos jogadores mais o menos espaço e tempo de manobra. Assim sendo, cabe ao treinador avaliar os comportamentos tático-técnicos que pretende constranger através do aumento ou redução do espaço de jogo. Além disso, o treinador pode restringir determinadas zonas do espaço onde se pode ou não fazer determinados comportamentos (como rematar só depois do meio campo, num espaço de jogo de 20x25m, por exemplo) ou ainda manter determinadas distâncias entre os jogadores, referindo-se sobretudo à aquisição da ocupação racional do espaço.

• Constrangimentos da tarefa

O constrangimento tarefa implica a introdução de determinadas regras ou condições para determinados jogadores ou para todos os elementos envolvidos no jogo com o intuito de salientar uma ou mais habilidades táctico-técnicas (os jogadores da equipa em posse de bola poderem dar no máximo dois toques na bola no corredor central, por exemplo). Assim esta variável pode facilitar ou dificultar a tarefa que o jogador tem a desempenhar. O Treinador pode variar o sistema de pontuação; simplificar os regulamentos; introduzir condições para obrigar os jogadores a estarem concentrados em determinados objetivos (Pinto, 2007).

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• Constrangimento condição humana

Neste constrangimento estão inerentes situações de inferioridade, superioridade e igualdade numérica, sendo obrigatório que todos os jogadores passem por todas as situações de jogo. Diante desta perspetiva, torna-se importante que o treinador faça a manipulação de todas as situações possíveis de maneira a que processo ensino-aprendizagem se faça de uma forma gradual, motivante e desafiante (Cook e Shoulder, 2006).

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5 - O NOSSO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM

“ A educação tática dos futebolistas, chamemos-lhe assim, é o elemento mais importante para uma equipa ter sucesso.” Van Gaal, L. (1998)

Após reflexão das diferentes formas do ensino do jogo no processo de formação de jogadores, tiramos as nossas conclusões e, traçamos um caminho a percorrer. Procuramos concretizar os objetivos estabelecidos para a equipa através do jogo, sendo este o catalisador de todo o processo ensino-aprendizagem. Através do modelo de ensino para a compreensão pretendíamos desenvolver a cultura tática dos jogadores, tornando-os capazes de resolver os problemas que o jogo emana. O jogo é um fenómeno complexo pela interação existente entre os jogadores da equipa e os adversários, tornando as suas dinâmicas imprevisíveis e aleatórias (Garganta, 1997). Concordamos com a afirmação de Oliveira (2004), que “para haver cultura tática dos jogadores, é importante que aprendam a lidar com a aleatoriedade e imprevisibilidade que o jogo provoca”. Desta forma, achamos importante analisar o jogo na sua globalidade e perceber as interações que ele acarreta, quais os conhecimentos que provoca, como organiza-los, direcioná-los e, de certa forma, entender a sua dinâmica e complexidade. Para isso, entendemos ser fundamental a bola estar presente em todos os momentos do treino.

Estamos de acordo com Garganta (1997) que, para o jogador saber o que o seu treinador pretende que ele faça no jogo e nos treinos e, selecionar a resposta mais adequada, é importante termos linhas que guiam todo o processo de treino. A forma de um jogador perceber o jogo e de nele se expressar, depende de um fundo a que poderemos chamar de modelo de jogo que é posto em prática nos treinos. Tal como afirma Guilherme Oliveira (2004), “ o modelo de jogo afigura-se imprescindível na construção de um processo ensino-aprendizagem, uma vez que será o orientador de toda a operacionalização”. Na mesma linha de pensamento, Pedro Sá (2005), diz-nos que o modelo de jogo é um mapa que nos orienta, que nos diz em princípio quais são os comportamentos desejáveis em determinada altura do jogo, funcionando como uma referência. Assim, podemos dizer que o modelo de jogo surge como sendo o guia do nosso estágio, ou seja, do nosso processo de ensino-aprendizagem.

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Contudo, existem vários modelos de jogo, uma vez que cada treinador tem as suas ideias e princípios, logo objetivos comportamentais diferentes. O modelo de jogo é criado em função de vários fatores, sendo um deles as ideias que o treinador tem acerca do jogo. Se o treinador souber claramente como quer que a equipa jogue, e quais os comportamentos que deseja dos seus jogadores tanto no plano individual como coletivo, o processo de ensino-aprendizagem será mais facilmente estruturado, organizado, e controlado (Oliveira,2004). Desta forma, a criação do modelo de jogo, centra-se na conceção de jogo idealizada por nós que provém da forma como olhamos para o jogo de futebol.

Para Castelo (1996), o jogo de futebol é dividido em duas fases, sendo a fase ofensiva e fase defensiva. A fase ofensiva é caracterizada como sendo a fase do jogo em que a equipa está em posse de bola, procurando através de ações individuais e coletivas, sem infringir às leis do jogo, tentar marcar golo. A fase defensiva, é entendida como sendo a fase do jogo em que a equipa não tem a posse de bola, tentando ganha-la através de ações individuais e coletivas de maneira a evitar o golo na sua baliza, sem infringir as leis do jogo. Autores como Oliveira (2004) e Gomes (2008), consideram fundamental fazer uma perspetiva do jogo segundo momentos e não fases, devido à inexistência de uma sequencialidade destas mesmas fases. Estamos de concordância com os autores que não basta apenas defender ou apenas atacar. É necessário ligar estes dois momentos, com vista a potencia-los numa base de entendimento global do jogo. Assim, no jogo de futebol existem, segundo Oliveira (2004), quatro momentos: O momento da organização ofensiva, o momento de transição ataque-defesa, o momento de organização defensiva e o momento de transição defesa-ataque. O momento da organização ofensiva é caracterizado pelos comportamentos que a equipa assume quando tem a posse de bola, com o objetivo de marcar golo na baliza da equipa adversária; o momento de transição ataque-defesa caracteriza-se pelos comportamentos que a equipa assume imediatamente após a perda da posse de bola. Nestes segundos iniciais, as equipas encontram-se momentaneamente desorganizadas e, como tal, ambas tentam aproveitar as desorganizações adversárias; o momento da organização defensiva é caraterizado pelos comportamentos que a equipa assume quando não tem a posse de bola em seu poder e, procura organizar-se, de modo a que a equipa adversária não criar situações de finalização e marque golo;

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Por ultimo, o momento de transição defesa-ataque caracteriza-se pelos comportamentos que a equipa assume nos primeiros segundos após o ganho da posse de bola. Neste sentido, a equipa procura rapidamente aproveitar a desorganização defensiva momentânea da equipa adversária, tentendo chegar rapidamente ao golo. Tendo em conta que o jogo de futebol é consubstanciado por estes quatro momentos, a representação do todo é muito importante, na medida em que, os momentos do jogo não se podem dividir no decorrer do jogo, existindo uma inter-relação dos quatro momentos (Oliveira, 2004).

Contudo, Castelo (2004) afirma que, em cada momento do jogo devem existir padrões de comportamentos, designados de princípios de jogo, que definem a forma de jogar da equipa através da configuração da interação dos jogadores entre várias escalas (setorial, intersectorial e coletiva). Porém, os princípios de jogo variam de equipa para equipa, pois cada equipa tem a sua forma de jogar, tratando-se assim, de princípios relacionados com o modelo de jogo (Amieiro, 2006). Para além dos princípios que a equipa deve evidenciar nos quatro momentos do jogo, também fazem parte do modelo de jogo os princípios que a equipa deve adotar nos esquemas táticos ou lances de bolas paradas. “ Uma situação de bola parada pode ser definida como qualquer momento do jogo em que a bola é colocada em jogo após uma paragem do mesmo” (Bangsbo e Peitersen, 2000). Deste modo, para além de darmos a conhecer aos jogadores alguns princípios por nós adotados e que fazem parte do nosso modelo de jogo, também foi nossa intenção dar-lhes a conhecer os princípios específicos do jogo que serão importantes ao longo da sua formação e das suas carreiras. Uma vez que queríamos promover a cultura tática dos jogadores, achamos fundamental que os jogadores soubessem aplicar os princípios específicos do jogo em qualquer situação do jogo, aumentando desta forma, o seu entendimento do jogo independentemente do modelo de jogo criado, tornando-os autónomos em jogo. Tal como afirma Queiroz (1983), os princípios específicos do jogo (figura 3) são entendidos como sendo “ um conjunto de regras de base que orientam as ações dos jogadores e da equipa durante o ataque e defesa, com o objetivo de criar desequilíbrios na organização da equipa adversária, estabilizar a organização da própria equipa e propiciar aos jogadores uma intervenção ajustada no centro de jogo”.

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Resumindo, tendo em consideração a análise do processo ensino-aprendizagem escolhida por nós, podemos dizer que a dimensão tática foi a coordenadora de todo o processo de treino. No entanto, as restantes dimensões (técnica, física e psicológica) não são menos importantes, uma vez que o tático necessita delas para se manifestar. Todavia, ao estarmos a privilegiar a dimensão tática, estamos a privilegiar todas as outras dimensões do rendimento, porque por necessidade do tático surgem todas as outras componentes, como concorda Faria (2002).

Princípios específicos do ataque Princípios específicos da defesa Penetração (1º atacante)

• Orientar as ações táctico-técnicas para a baliza adversária

• Assumir a iniciativa do jogo

• Enquadrar-se com a baliza adversária procurando o golo

• Procurar conquistar posições mais ofensivas

Contenção (1º defesa)

• Reagir imediatamente à perda da posse de bola

• Diminuir o espaço de ação ofensivo do portador da bola

• Colocar-se entre o jogador com a posse da bola e a sua baliza.

• Orientar as ações táctico-técnicas para posições menos ofensivas.

Cobertura ofensiva (2º atacante)

• Colocar-se atrás do jogador de posse de bola, dando-lhe uma linha de passe segura • Assegurar a manutenção de posse de bola.

• Assumir a contenção se o colega perder a bola para o adversário.

• Ajudar o colega em posse de bola na leitura do jogo.

• Dar incentivo ao colega em posse de bola em criar desequilíbrio defensivo da equipa adversária.

Cobertura defensiva (2º defesa)

• Colocar-se atras do 1º defesa, dando-lhe apoio.

• Colocar-se do lado que converge o corredor central.

• Dar incentivo ao colega 1º defesa na execução do desarme.

• Evitar a inferioridade numérica para a sua equipa.

• Assumir a função de 1º defesa caso o seu colega seja ultrapassado.

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Mobilidade (3º atacante)

• Romper o equilíbrio defensivo adversário

• Deslocar-se para espaços livres à frente da linha da bola.

• Procurar a progressão da ação ofensiva • Assumir a ação de cobertura ofensiva caso o seu colega que inicialmente assegurava esta função se integrou no processo ofensivo para espaços à frente da linha da bola.

Equilíbrio (3º defesa)

• Assegurar a estabilidade do centro de jogo defensivo

• Cortar linhas de passe e ocupar espaços vazios.

• Deslocar-se para trás da “linha da bola” do lado do 3º atacante.

• Assumir a ação de cobertura defensiva caso o seu colega que inicialmente assegurava a contenção foi ultrapassado.

Espaço

• Permitir uma efetiva mudança do angulo de ataque dentro da organização geral da equipa.

• Procurar dar coesão à equipa

• Contribuir para a condução do processo ofensivo.

• Procurar “abrir jogo” através do deslocamento em afastamento do centro do jogo.

Concentração

• Procurar “fechar o jogo” através da redução e fecho de espaços.

• Conduzir o processo ofensivo adversário para certos espaços, procurando evitar outros.

• Propiciar o aumento de pressão no centro de jogo.

• Dificultar a circulação da bola no processo ofensivo adversário.

Quadro 2 – princípios específicos do jogo futebol (baseado em Maças & Brito, 2000)

Após refletirmos acerca das enumeras vantagens que os jogos reduzidos apresentam, decidimos fazer uso deste método, constituindo-se o principal meio de desenvolvimento do rendimento dos jogadores no nosso processo ensino aprendizagem. Acreditamos que é possível desenvolver a cultura tática dos jogadores através dos constrangimentos dos exercícios de treino, no absoluto respeito pelos critérios que os jogos reduzidos devem obedecer, segundo Mush & Mertens (1991). Assim, de forma sucinta apresentamos no quadro 4 alguns exercícios de jogos reduzidos que utilizamos na operacionalização do processo de treino.

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Esquematização Descrição Objetivo Duas equipais dispostas em fila num espaço de 20x15m. Situação de

GR+1x1+GR. Sai a jogar com bola um jogador de uma equipa e tenta marcar golo na baliza contrária. Em simultâneo, sai um jogador sem bola da outra equipa para impedir o golo. Ao fim de existir finalização, o jogador que saiu a jogar com bola fica agora a defender um jogador da equipa contrário que irá sair imediatamente a jogar com bola e assim sucessivamente. O jogador que defende se conseguir recuperar bola deve fazer golo na baliza contrária. Só poderá existir finalização depois do meio campo.

Penetração

Duas equipas. Situação de GR+2x2+GR num espaço de 25x20m. O jogador da equipa que sai a jogar em posse de bola, após finalizar ou ter deixado a bola sair pelas linhas finais ou laterais, deve imediatamente dar uma volta à baliza adversária antes de defender. Em simultâneo, sai rapidamente a jogar com bola dois jogadores da outra equipa, ocorrendo uma situação momentânea de GR+2x1+GR. O jogador da equipa que ficou a defender deve rapidamente tirar espaço ao portador da bola e temporizar ate chegar ajuda do colega que foi dar a volta à baliza.

Contenção

Duas equipas. Situação de 3x2 C/GR Av num espaço de 30x25m. Quando a equipa perde a posse de bola, o jogador da equipa que perdeu a bola e que está mais próximo da sua baliza, deve rapidamente ocupar a posição de guarda-redes. Quando a equipa ganha a posse de bola, o guarda-redes transforma-se num atacante. A equipa em posse de bola deve constantemente criar linhas de passe e ocupar os espaços livres e mais ofensivos para a baliza adversária. Só poderá existir finalização depois do meio campo.

Mobilidade

Quadro 3 – exercícios de treino baseado nos jogos reduzidos

5.1 - Alguns princípios do nosso modelo de jogo

“ Para se construir um modelo de jogo, é necessário que o treinador tenha ideias muito concretas em relação aos princípios que pretende que a equipa e os respetivos jogadores manifestem”. Gomes (2008)

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O modelo de jogo é um fator essencial de todo o processo de treino, sendo ele que orienta tudo aquilo que fazemos (Gomes, 2008). Somos da opinião do autor que a maneira como se idealiza o jogo de futebol é determinante para a sua construção, sendo que para se atingir um determinado jogar, é indispensável treinar esse jogar, além de que, o treinador deve saber muito bem o que pretende treinar. Desta forma, apresentamos alguns princípios do nosso modelo de jogo, inerentes aos diferentes momentos do jogo.

Em momento de organização ofensiva

• Ocupação racional do espaço em função (1º) da posição da bola, (2º) dos colegas e (3º) dos adversários, criando espaços em largura e profundidade (campo grande).

• Circulação de bola de forma objetiva e intencional, chegando rapidamente a zonas de finalização.

• Fazer sucessivas penetrações através da condução de bola e passar para um colega solto (livre de marcação) quando encontrar pressão de um jogador adversário, procurando sucessivas combinações táticas no meio campo ofensivo (mobilidade), rematando sempre quando a oportunidade surge.

• Jogar o mais simples possível (poucos toques na bola) no nosso meio campo defensivo, tomando decisões inteligentes.

• Perceber e aproveitar os espaços vazios deixados pelo adversário para circular ai a bola.

• Os diferentes setores (defensivo, médio, avançado) devem estar sempre próximos uns dos outros, de forma a manter o equilíbrio defensivo no ataque com sucessivas coberturas.

Em momento de transição ataque-defesa

• Pressão imediata ao portador da bola, tentando ganhar rapidamente a bola. Quanto mais perto ganhar a posse de bola junto da baliza adversária, melhor.

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de forma organizada, fechando os espaços e as linhas de passe para a equipa adversária. O jogador mais próximo do portador da bola realiza a contenção e os jogadores mais próximos dessa zona dão coberturas defensivas e fecham o espaço em torno da bola. Os jogadores mais afastados do centro do jogo equilibram a equipa (concentração).

• O jogador que irá fazer contenção sobre o portador da bola não deverá entrar de primeira mas sim diminuir a sua velocidade quando estiver próximo do portador da bola provocando, numa primeira fase o erro deste e orienta-lo para zonas laterais através da contenção com os apoios colocados de forma oblíqua, permitindo que a equipa se organize defensivamente e, só depois numa segunda fase “roubar-lhe” a bola num timing certo.

• Decisão eficaz se fazemos ou não falta para impedir males maiores. Evitar fazermos falta no nosso setor defensivo.

Em momento de organização defensiva

• Ocupação racional do espaço em função (1º) da posição da bola, (2º) dos colegas e (3º) dos adversários, fechando espaços em largura e profundidade (campo pequeno).

• Defesa à zona pressionante alta, tirando tempo e espaço para o adversário jogar, procurando ganhar rapidamente e posse de bola numa zona o mais próxima possível da baliza adversária.

• Rápida mudança de atitude com bloco compacto (basculações). Se a bola se encontrar no corredor central, unir bloco no corredor central. Se a bola se encontrar num dos corredores laterais, unir bloco nesse corredor e no corredor central.

• Usar referências de pressão coletiva: passes para trás em direção à baliza adversária; jogador receber a bola de costas para a nossa baliza; má receção ou passe; bola a saltar; bola nos corredores laterais.

• O jogador que irá fazer contenção sobre o portador da bola não deverá entrar de primeira mas sim diminuir a sua velocidade quando estiver próximo do portador da bola provocando, numa primeira fase o erro deste e orienta-lo para zonas laterais através da contenção com os apoios colocados de forma oblíqua e, só depois numa segunda fase “roubar-lhe” a bola num timing certo.

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Em momento de transição defesa-ataque

• Retirar imediatamente a bola da zona de pressão para uma zona menos povoada através do passe.

• Rápida mudança de atitude de toda a equipa à conquista da posse de bola. Os extremos abrem e dão profundidade. Os jogadores mais próximos do jogador que recuperou a posse de bola devem procura criar linhas de passe em segurança para virar o angulo de ataque e aproveitar os espaços vazios deixados pelo adversário para circular ai a bola. • Jogar através de passes longos em profundidade ou passes curtos em progressão, procurando chegar o mais rápido possível à baliza adversária. Em 2º plano devemos conservar a posse de bola quando não temos referências bem definidas no ataque, passando assim a um ataque mais apoiado, dando tempo a que equipa se organize. .

Esquemas táticos defensivos (lances de bola parada defensivos)

Nos pontapés de saída, forçar o passe longo do guarda-redes através da pressão alta zonal, estando os diferentes setores próximos uns dos outros para evitar a circulação de bola da equipa adversária; Nos pontapés de canto, um jogador posicionado próximo do jogador que executa o pontapé de canto, à frente da trajetória da bola (extremo do lado onde é marcado o canto), quatro jogadores dentro da área a defender à zona e um jogador (ponta-de-lança) fora da área; Nos livres diretos, a equipa deverá rapidamente formar uma barreira, onde os jogadores mais altos deverão colocar-se de forma a proteger o ângulo da baliza contrário ao do posicionamento do guarda-redes. Os restantes jogadores deverão dentro da área fazer uma defesa zonal; Nos lançamentos laterais, a equipa deve defender à zona, não acompanhando possíveis movimentos dos jogadores da equipa adversária, devendo estar posicionalmente e mentalmente preparada para a recuperação da bola.

Esquemas táticos ofensivos (lances de bola parada ofensivos)

Nos pontapés de baliza com passe curto do guarda-redes para os centrais bem abertos (os bicos da grande área são a referência de posicionamento).

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Em 2º plano, o pontapé de baliza deve ser feito através de um passe longo para os extremos em amplitude quando a equipa não consegue construir o jogo através dos centrais; Nos pontapés de canto, marcação para o 1º poste, onde a trajetória da bola deverá ser interna à baliza adversária. Posições pré-estabelecidas com trocas de posições no momento do batimento de canto no sentido de confundir as marcações adversárias (no caso de marcação individual); Nos livres diretos a execução do livre deve ser objetiva e o mais simples possível com a utilização de dois jogadores para a marcação do livre em diferentes ângulos, criando incertezas na equipa adversária e um ou dois jogadores na barreira executando uma cortina/écrans para dificultar a visão do guarda-redes em relação à trajetória da bola; Nos lançamentos laterais pretendemos executar rapidamente os lançamentos pelo jogador mais perto com movimentações específicas pelos jogadores mais próximos dessa zona, no sentido de criar espaços para receber a bola em boas condições, sendo que, sempre que possível o lançamento deverá ser executado em direção à baliza adversária.

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6 - OBJETIVOS DA EQUIPA PARA A ÉPOCA DESPORTIVA 2011/2012

O processo de ensino-aprendizagem, segundo Aranha (2005), está relacionado com a apropriação ou modificação de comportamentos (motores ou cognitivos) ou vontades (socioculturais, sócio-afectivas) alcançada pelos jogadores de acordo com objetivos previamente definidos pelo treinador. Assim sendo, o estabelecimento de objetivos permitiu-nos delinear um caminho a seguir, ajudando-nos a responder às seguintes questões: o que pretendíamos alcançar nesta época desportiva? E com que meios e métodos pretendíamos trabalhar? Partindo destas questões, traçamos os nossos objetivos para a e equipa de forma simples e clara em sintonia com o coordenador técnico, sendo transmitidos aos jogadores para que estes estivessem a par daquilo que se esperava alcançar no final da época.

Como objetivos gerais delineamos os seguintes:

• Permitir que os jogadores tivessem experiências competitivas a nível federado.

• Desenvolver uma cultura tática dos jogadores, tornando-os autónomos em campo, preparando-os, deste modo, para o próximo ano competitivo.

• Incutir nos jogadores atitudes e valores sociais e humanos

Partindo dos objetivos gerais mencionados anteriormente, como objetivos específicos pretendíamos melhorar as capacidades táctico-técnicas e psico-sociais dos jogadores, tal com ilustra o quadro 2:

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Capacidades Técnicas Capacidades Táticas Capacidade Físicas Capacidades psico-sociais • Receção • Condução de bola • Passe • Finta/drible • Remate • Proteção da bola • Desarme • Cruzamentos • Marcação de livres • Marcação de penaltis • Lançamentos Princípios gerais do jogo: • Criar superioridade numérica • Evitar igualdade numérica •Recusar inferioridade numérica Princípios específicos do jogo Princípios específicos do ataque • Progressão • Cobertura ofensiva • Mobilidade • Espaço Princípios específicos da defesa • Contenção • Cobertura defensiva • Equilíbrio • Concentração •Coordenação • Lateralidade • Agilidade • Velocidade • Força • Resistência • Técnica de corrida • Empenho • Concentração • Espirito de equipa • Fairplay • Solidariedade • Humildade • Determinação • Responsabilidade • Relações afetivas • Auto-confiança

Quadro 4 – Objetivos específicos da equipa

Estabelecemos ainda os seguintes objetivos de caracter mais específico no que respeita à organização do jogo:

• Desenvolver a ocupação racional do espaço

• Promover a circulação de bola de forma objetiva e intencional

• Provocar situações de finalização de forma organizada e não contingente • Desenvolver a noção de amplitude e profundidade

• Evitar a aglomeração

• Estimular a criatividade e imprevisibilidade • Promover a visão periférica

Referências

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