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A literatura infantil e as áreas de conteúdo das orientações curriculares para o pré-escolar

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Academic year: 2021

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Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

Relatório final de estágio

Educação Pré-Escolar

A Literatura Infantil e as Áreas de Conteúdo das

Orientações Curriculares para o Pré-Escolar

Filipa Manuela Castro Ribeiro

Vila real

Dezembro de 2011

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Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

Relatório final de estágio

Educação Pré-Escolar

A Literatura Infantil e as Áreas de Conteúdo das

Orientações Curriculares para o Pré-Escolar

Sob a orientação do Professor Doutor Armindo Mesquita

Filipa Manuela Castro Ribeiro

Vila real

Dezembro de 2011

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B

Relatório final, correspondente ao estágio de natureza profissional/ prática supervisionada, elaborado para a obtenção do grau de mestre

em Ensino - Educação Pré-Escolar,

apresentado à Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, sob a orientação do Professor Doutor Armindo Mesquita.

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C

Às Crianças de Portugal

Às crianças de Portugal direi apenas:

Jovens de Portugal, pequeninos ou grandes, lembrai-vos (ou lembrem-se por vós vossos pais e educadores), que o Portugal de amanhã será o que vós fordes. Mas vós sereis o que forem as vossas leituras! Seleccionai, pois os livros que tendes; assinalai-os bem e difundi a vossa volta tudo o que de bom neles encontrardes. Com boas leituras pertenceis à melhor família do mundo, pois a

cultura é a aristocracia do espírito. Um País vale sempre pela sua História, pelos seus livros e pela sua Juventude. Logo, pela sua dignidade e pela sua Arte.” (Sá, 1981)

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D

Agradecimentos

Para que a realização deste relatório fosse possível muitas foram as pessoas que colaboraram.

Venho por este meio então agradecer aqueles que tiveram directamente ou indirectamente um grande contributo para mim, com a sua paciência, apoio, estímulo e amor para que concretizasse este trabalho. Assim quero agradecer especialmente:

 Ao meu Orientador Professor Doutor Armindo Mesquita, pela orientação feita para que este relatório fosse elaborado, com todas as suas criticas e sugestões ao longo da sua elaboração, um muito obrigado.

 À Professora Doutora Maria Gabriel Cruz, por todos os ensinamentos que me proporcionou ao longo deste ano, sobre a Educação Pré-Escolar e acima de tudo por estar sempre disponível a transmitir os seus conhecimentos e apoio nos momentos mais difíceis.

 À Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, principalmente ao Magnifico Reitor, por contribuir para a minha formação académica e pessoal.

 À Educadora Cooperante, Aida Santos de Carvalho, por todos os ensinamentos que me propôs, pelo seu apoio que deu durante o estágio.

 Ao Infantário de Vila Real instituição onde realizei o estágio, pelo acolhimento de todas as pessoas que lá trabalham.

 Aos meus Colegas e Amigos por toda a paciência e carinho que tiveram, enquanto realizei este relatório.

 Aos meus Pais e Irmão, pela muita paciência que tiveram comigo, e pelo apoio e amos que me deram quando me encontrava mais em baixo, pois

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E

sem vocês não teria conseguido alcançar esta etapa e sempre acreditaram que conseguiria, um muito obrigado.

 Ao meu namorado Rúben Ferreira, por todo apoio e incentivo para o desenvolvimento e conclusão deste relatório.

 E por fim aos meus meninos e meninas que me transmitiram tantos ensinamentos e com quem aprendi a ser uma melhor Educadora.

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F

Resumo

Neste relatório de estágio, iremos abordar inicialmente a prática de ensino no estágio curricular em educação pré-escolar. Pretendemos relacionar a prática educativa com as teorias, demonstrando que sem uma boa prática educativa não obteremos bons resultados. Como com a literatura, se não tivermos contacto com ela não teremos gosto em ler, nem adquiriremos um bom vocabulário.

Assim este relatório final está dividido em cinco capítulos. No primeiro capítulo iremos fazer uma descrição do contexto do estágio curricular, ou seja, uma caracterização de Vila Real, da instituição em que foi praticado o estágio, do grupo de crianças com quem exercemos a prática, dos espaços e materiais, e da relação com a família e a comunidade.

No segundo capítulo, falaremos sobre a atividade educativa, onde facultaremos algumas planificações de atividades realizadas com as crianças, e quais as intervenções feitas nas áreas para uma melhor aprendizagem por parte das crianças.

No terceiro capítulo, abordaremos a avaliação na educação pré-escolar. Achámos muito importante abordar este tema, pois é através da avaliação que poderemos adequar a nossa prática educativa ao grupo em questão, para assim obtermos bons resultados nas aprendizagens das crianças.

No capítulo quatro, abordaremos a literatura infantil e as áreas de conteúdo das

Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar. Neste capítulo, falaremos

sobre as origens, a histórias e a importância de as crianças terem um contacto com a literatura mais cedo.

As Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar estão interligadas com a literatura, pois falam sobre a importância da abordagem da linguagem e da escrita.

Por fim, o último capítulo, o quinto, falaremos sobre os modelos curriculares existentes para a educação pré-escolar, para assim demonstrar-nos as várias visões existentes para o ensino-aprendizagem da criança.

Palavras-Chave: literatura infantil, crianças, leitura, aprendizagem, educação

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G

Abstract

In this report we discuss Stage dissertative first teaching practice in curricular in Preschool Education. We intend to relate the theories to educational practice, demonstrating that without a good educational practice does not achieve good results. As with literature, if we have no contact with her will be happy to read or acquire a good vocabulary.

So this Final Report is divided into five chapters. In the first chapter we give a description of the context of the curricular, ie, a characterization of Vila Real, in which the institution was committed stage, the group of children who practice exercise, space and materials, and the relationship with family and community.

In the second chapter we will discuss the educational activity, which provide some lesson plans for activities carried out with the kids, and what interventions made in the areas to improve learning by children.

Regarding the third chapter, we discuss the Assessment in Preschool Education. We found it very important to address this issue because it is through evaluation that we can adapt our educational practice to the group in question, in order to obtain good results in the learning of children ..

With regard to chapter four, we discuss children's literature and content areas of the Curriculum Guidelines for Preschool. In this chapter we will discuss the origins, history and the importance of children having contact with the literature earlier (early). The Curriculum Guidelines are interconnected with the literature, because they speak

about the importance of the approach to language and writing.

Finally, the last chapter, the fifth, we will discuss the existing curriculum model for pre-school education, so as to show us the different views that exist for teaching and learning of children.

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H

Índice

Agradecimentos………D Resumo……….………F Abstract………...……G Índice………...…H Índice de abreviaturas……….J Índice de Figuras……….I Índice de quadros e tabelas………...L

Introdução……….………1

Capítulo I: Caracterização do contexto……….4

1. Meio envolvente………..4

2. Instituição………....7

3. Caracterização do Grupo……….10

4. Caracterização do Espaço e dos Materiais………...12

5. Caracterização relação com as famílias e a comunidade……….19

Capítulo II: Atividade educativa……….20

1. As Orientações Curriculares para a educação pré-escolar……….20

2. Orientações curriculares e o currículo………...25

3. O educador como gestor do currículo……….………..26

4. A intencionalidade no processo educativo………27

5. Descrição das áreas de conteúdo………...………29

6. Desenvolvimento da atividade educativa……….……….32

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I

Capítulo III: A literatura infantil e as áreas de conteúdo das

OCEPE………...……….55

1. A literatura infantil………..55

2. Importância da literatura infantil……….…58

3. Breve panorâmica histórica da literatura infantil………....60

4. Origens e evolução da literatura infantil portuguesa………...63

5. Formação de leitores………72

6. Literatura e pedagogia……….80

Capítulo IV: A avaliação na educação pré-escolar………….82

1. Avaliação diagnóstica………..84 2. Avaliação formativa………85 3. Estratégias de avaliação………...………86

Reflexão final………..………..91

Bibliografia………...93

Anexos…………...………101

Anexos I………..……..102

Anexo II………103

Anexo III……….….104

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J

Índice de abreviaturas

APEI – Associação de profissionais de educação de infância MEM – Movimento da escola moderna

OCEPE – Orientações curriculares para a educação pré-escolar UTAD – Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

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K

Índice de figuras

Figuras Localização

Figura 1 – Município de Vila Real……… Anexo I Figura 2 – Barro de Bisalhães……….………… Anexo I Figura 3 – Quadro das presenças……… Anexo I Figura 4 – Esquema dos aniversários…………..……… Anexo I Figura 5 – Esquema das regras……… Anexo I Figura 6 - Placares……….. Anexo I Figura 7 - Placares………..… Anexo I Figura 8 – Área da casinha - quarto……… Anexo I Figura 9 – Área da casinha - cozinha………...Anexo I Figura 10 – Área dos jogos………..Anexo I Figura 11 - Área dos jogos………. Anexo I Figura 12 – Área da carpintaria……….…… Anexo I Figura 13 – Área da pintura………... Anexo I Figura 14 – Área da biblioteca………...……… Anexo I Figura 15 – Área do quadro magnético……….……… Anexo I Figura 16 – Área das actividades de mesa……… Anexo I Figura 17 - Área do computador………... Anexo I Figura 18 - Móvel com material……… Anexo I Figura 19 - Móvel com material reciclável……… Anexo I Figura 20 - Móvel com material………. Anexo I Figura 21 - Móvel de apoio à rotina do lanche da manhã…….… Anexo I

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L

Índice de quadros e tabelas

Quadro 1 - Evolução da taxa de cobertura da educação pré-escolar nos países selecionados………...página 61

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Introdução

Com este relatório, pretendemos demonstrar a nossa prática educativa, por isso visa tratar dois aspectos muito importantes contidos no título: a literatura infantil e as áreas de conteúdo das Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar. A literatura infantil é essencial para a formação e desenvolvimento das crianças porque lhes abre as portas do imaginário com as histórias ouvidas e contadas pelos adultos. É sobretudo, através dos contos que as crianças se conhecem a si próprias, ao outro, compreendem o mundo e a desenvolvem a sua imaginação. A literatura infantil está interligada com as Orientações Curriculares, pois é uma matéria abordada nestas.

A literatura infantil tem as suas raízes na tradição (lendas, mitos, fábulas e sagas, etc). Os romances da Idade Média tiveram muita importância no desenvolvimento da literatura infantil dos dias de hoje. Em Portugal, os Descobrimentos, ou seja, a literatura de viagens foi um marco muito importante para o nascimento da literatura para crianças. Mas foi essencialmente a consciência pedagógica, face ao mundo da criança, que fez com que se criassem textos destinados à infância. Os textos escritos para as crianças iniciaram-se na Europa com Perrault e La Fontaine, a partir dos finais do século XVII, embora alguns não escrevessem como para destinatários as crianças. A Literatura em Portugal apareceu, aos poucos, durante os finais do século XIX.

Portugal tem vindo a demonstrar índices de literacia em literatura pouco confortáveis. Verifica-se isto através do Programme for International Students Assessment (PISA), em que revela que é necessário formar leitores capazes de compreender e interpretar o texto escrito. Desta forma, os governantes portugueses não estão indiferentes a este problema, pois criaram o Plano Nacional de Leitura, iniciado no ano letivo 2006/2007, para assim estimular a leitura nas escolas e bibliotecas com diferentes estratégias.

Segundo Peter Hunt citado por Fernando Azevedo (2006: 17) “a literatura infantil padece frequentemente de uma dificuldade de auto-afirmação, quando comparada com a sua irmã dita maior, e que esta dificuldade é dada a ler, por exemplo, na incessante necessidade que a critica manifesta em continuamente definir conceitos básicos, justificar opções teoréticas seguidas ou activamente lutar pela legitimação do seu objecto de reflexão. Desta forma, é fundamental desmistificar a literatura e a sua aprendizagem.

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“Desde os anos 80 que educadores e investigadores têm revisto as suas perspectivas sobre como e quando a criança inicia a sua aprendizagem literácita.” (Fernandes, 2007: 19)

Hoje em dia é importante “não esquecer que a criança tem acesso a diversos meios de comunicação, que pode manipular, ou dos quais pode ser receptora inadvertida. O mundo actual é extremamente aberto e a informação circula a ritmos inimagináveis décadas atrás, o que obriga a repensar a todo o momento o conceito de literatura infantil, as formas de contar e os temas abordados.” (Barreto, 2002:302-303)

Na elaboração deste relatório, percorremos duas fases, em que, na primeira, pesquisámos a bibliografia correspondente aos temas tratados e, na segunda fase, baseados na bibliografia recolhida elaborámos a teoria referente a cada tema.

Este relatório está dividido em quatro capítulos. No primeiro capítulo, referir-nos-emos ao estágio realizado, fazendo uma caracterização não só do contexto e do meio em que a instituição está inserida, como também do seu funcionamento e descrição; do grupo de crianças com quem trabalhamos, quais as suas dificuldades; do espaço e dos materiais em que falaremos das suas organizações e das diferentes áreas existentes na sala; e, por fim, a caracterização da relação com as famílias e comunidade, qual a sua importância na aprendizagem das crianças.

O segundo capítulo consiste na atividade educativa, fizemos uma descrição das

orientações curriculares para o pré-escolar em que falaremos sobre a intencionalidade

no processo educativo e uma abordagem ao educador como gestor do currículo. Abordaremos a organização e gestão dos espaços e materiais, e quais as modificações, assinalámos as unidades de tempo de planificação. As planificações também fazem parte deste capítulo, mas encontram-se em CD anexo. Faremos também uma abordagem sucinta sobre os sete modelos currículares para a educação pré-escolar: o modelo curricular High-Scope, o modelo de Maria Montessori, o modelo de Reggio Emilia, a pedagogia de projecto, a pedagogia de situação, o método de João de Deus e o Movimento da Escola Moderna.

No terceiro capítulo, diz respeito ao tema escolhido “A literatura infantil e as áreas de conteúdo das orientações curriculares”. Esta é a parte do relatório mais importante, porque, durante o nosso estágio, apercebemo-nos do interesse das crianças em contar e recontar histórias aos seus colegas, patente nas perguntas constantes “Filipa, posso ser eu a contar uma história?”, “Filipa posso contar agora a história eu?”, entre

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outras. Assim verificámos que a literatura infantil é indispensável para adquirir aprendizagens e desenvolver as crianças. Desta forma, decidimos abordar este tema, partindo de uma breve panorâmica histórica da literatura infantil realçando opiniões de diferentes autores e estudiosos deste tipo de literatura. Procurámos relacionar este tema com as Orientações Curriculares, pois estas são como um currículo da educação pré-escolar e dão grande importância à língua materna como papel fundamental para a definição da criança, ao nível da sua interação com os outros e da compreensão do mundo. Sendo a aquisição da língua fundamental para o progresso das crianças, a literatura infantil é importante para desenvolver a língua e as orientações curriculares defendem que a língua é essencial para as aprendizagens.

O quarto capítulo abordaremos a avaliação na educação pré-escolar, tema muito valorizado, pois é através da avaliação que adequamos as atividades às necessidades das crianças, ou seja, funciona como suporte para as planificações.

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Capítulo I: Caraterização do contexto

Caracterizar consiste em “descrever” algo ou alguém, deste modo, consideramos que é muito importante caracterizar o meio, a instituição, o grupo, o espaço, os materiais e a relação com as famílias e a comunidade para o desenvolvimento deste projeto.

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1. Meio envolvente

“O meio social envolvente – localidade ou localidades de onde provêm as crianças que frequentam um determinado estabelecimento de educação pré-escolar, a própria 0inserção geográfica deste estabelecimento – tem também influência, embora indirecta, na educação das crianças. As características desta(s) localidades(s) – tipo de população, possibilidades de emprego, rede de transportes, serviços e instituições existentes, meios de comunicação social, etc. – não são também independentes de sistemas mais vastos e englobantes, sistemas políticos, jurídicos, educativos ainda mais alargados” (Ministério da Educação 1997:33).

Relativamente ao meio, Vila Real é sede de concelho e capital de distrito. O concelho de Vila Real conserva características rurais bem marcadas. Tem dois tipos de paisagem: a zona mais montanhosa das serras do Marão e do Alvão. Por toda a parte, existem linhas de água que irrigam a área do concelho, com destaque para o Rio Corgo, que atravessa a cidade num pequeno, mas profundo vale, originando um canhão de invulgar beleza1.

Vila Real é um município com 378,8 km2 de área e 52 219 habitantes (Censos de 2011), subdividido em 30 freguesias: Abaças, Adoufe, Andrães, Arroios, Borbela, Campeã, Constantim, Ermida, Folhadela, Guiães, Justes, Lamares, Lamas de Ôlo, Lordelo, Mateus, Mondrões, Mouçós, Nogueira, Nossa Senhora da Conceição (urbana), Parada de Cunhos, São Miguel da Pena, Quintã, São Dinis (urbana), São Pedro (urbana), São Tomé do Castelo, Torgueda, Vale de Nogueiras, Vila Cova, Vila Marim e Vilarinho da Samardã. Município de Vila Real, figura 1 em Anexo I.

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http://www.cm-vilareal.pt/index.php?option=com_content&view=article&id=218&Itemid=164, consultado a 27 de Dezembro de 2010

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O distrito de Vila Real, pertencente à antiga província de Trás-os-Montes e Alto Douro, faz fronteira a norte com Espanha, a leste com o distrito de Bragança, a sul com o distrito de Viseu e Oeste com os distritos do Porto e de Braga1.

Presentemente, Vila Real encontra-se numa fase de crescimento, a nível industrial, comercial e dos serviços, com relevo para a saúde, o ensino, o turismo, entre outros, apresentando-se como local de eleição para o investimento externo2.

O barro preto de Bisalhães (Figura 2 em Anexo I) é um dos principais produtos de artesanato, destacando-se, de entre ele, a chamada "Bilha dos Segredos". Os linhos de Agarez e a tecelagem são outros produtos de grande importância.

A freguesia de S. Pedro está localizada no centro urbano e tem muitos locais favoráveis para visitas institucionais.

A cidade de Vila Real é um centro muito enriquecido, pois está repleta de instituições tanto a nível educacional como cultural e religioso, entre outros.

No que se refere à educação, destacamos a Escola EB1 de Vila Real (Carvalho Araújo), o Colégio de São José e o Conservatório Regional de Música.

Relativamente à cultura, existe a Casa dos Brocas; a Casa de Diogo Cão; a Casa dos Marqueses de Vila Real; a Estátua de Carvalho Araújo; o Museu de Arqueologia e Numismática de Vila Real; o Museu Etnográfico de Vila Real, sedeado no Centro Cultural e Regional de Vila Real e o Museu da Vila Velha.

No que se refere à cultura religiosa, existe a Capela da Misericórdia, a Igreja dos Clérigos/ Capela Nova, a Igreja de S. Domingos/ Sé de Vila Real e a Igreja de S. Pedro que é ao lado do Infantário de Vila Real.

Há também outras instituições e parques importantes nesta cidade, tais como: Arquivo Municipal, Bombeiros Voluntários de Vila Real e Cruz Verde, Bombeiros Voluntários de Vila Real Salvação Pública Cruz Branca, Complexo Recreativo de Codessais, Correios; Jardim da Carreira, Tribunal, Parque do Corgo e Parque Florestal.

Vila Real possui uma rede urbana de transportes públicos, o Corgobus, que é importante para a visita a algumas infra-estruturas mais distantes e para a circulação na cidade e periferia. Algumas dessas instituições, que também fazem parte da cidade, são: Biblioteca Municipal; Hospital de Vila Real; Museu de Geologia da Universidade de

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http://pt.wikipedia.org/wiki/Vila_Real, consultado a 27 de Dezembro de 2010

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Trás-os-Montes e Alto Douro; Museu do Som e Imagem, sedeado no Teatro Municipal de Vila Real; Piscinas Municipais; Shopping Dolce Vita Douro; Teatro Municipal de Vila Real; entre outros.

Na cidade de Vila Real e arredores, há datas específicas relativas a festas, feiras e romarias1, tais como:

 Festa de São Brás a 2 e 3 de Fevereiro;

 Festa de São Lázaro no domingo anterior ao domingo de Ramos;  Festa de Nossa Senhora dos Prazeres no domingo de Pascoela;  Festa de Nossa Senhora de Guadalupe no segundo domingo de maio;  Festa e Feira de Santo António em Junho, com o ponto alto no dia 13;

 Feira de São Pedro (ou dos Pucarinhos) nos dias 27, 28 e 29 de junho;  Festa de Nossa Senhora da Guia no segundo fim de semana de agosto  Festa de Nossa Senhora de la Salette no dia 15 de agosto;

 Festa de Santa Ana no último domingo de agosto;

 Festa de Nossa Senhora de Almodena no dia 8 de setembro;  Festa de Nossa Senhora da Pena no segundo domingo de setembro;  Festa de Santa Luzia no dia 13 de sezembro

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http://www.cm-vilareal.pt/index.php?Itemid=47&id=142&option=com_content&task=view, consultado a 27 de Dezembro de 2010

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2. Instituição

O Infantário de Vila Real, Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS) situa-se na freguesia de S. Pedro, na Rua 31 Janeiro 62 -, Vila Real 5000-603 VILA REAL1.

Os seus objetivos são promover o desenvolvimento integral da criança, colaborar com a família na promoção da sua saúde e bem-estar, estimular o convívio entre as crianças como forma de integração social e assegurar os cuidados de higiene e alimentação adequados. Esta instituição possui um regulamento interno, elaborado a pensar não só no funcionamento desta, como bem como na melhor maneira de servir a comunidade.

Encontra-se muito próxima da igreja de S. Pedro. Como a freguesia de S. Pedro é urbana permite que as crianças acedam facilmente ao centro cultural, ao tribunal, ao museu de arqueologia e numismática, aos Bombeiros, à câmara e à Rua Direita que está repleta pelo comércio tradicional. Todos estes locais são importantes fontes de enriquecimento cultural, por isso, podem ser organizadas visitas com as crianças para que estas possam desfrutar desses recursos.

Os acessos são satisfatórios, visto que os transportes públicos Corgobus passam mesmo ao lado da instituição, o local onde esta se encontra está vedado à circulação automóvel, exceto para cargas e descargas.

Atualmente, o Infantário de Vila Real abre de segunda a sexta-feira às 7h45 e encerra às 18h00, com um período de tolerância de trinta minutos na parte da tarde. Segundo o regulamento, as crianças devem entrar na instituição até às dez horas da manhã. No período da tarde, as crianças podem começar a chegar a partir das 13h45 (Regulamento Interno do Infantário de Vila Real: 7).

Além disto, a nossa educadora cooperante tem, ainda, um dia de atendimento aos pais que acontece na última terça-feira de cada mês, das 17h00 às 18h00.

A instituição é constituída por dois pisos, no primeiro funciona a creche e no

rés-do-chão o jardim de infância, que é constituído por:

1

http://www.pai.pt/infant%C3%A1rios/infant%C3%A1rio-de-vila-real/y:pt_71359545_9999_7__1.html, consultado a 27 de Dezembro de 2010

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 uma sala com crianças de três anos (com capacidade para vinte cinco crianças);  uma sala com crianças de quatro anos (com capacidade para vinte cinco

crianças);

 uma sala com crianças de cinco anos (com capacidade para vinte cinco crianças);

 uma sala heterogénea no que respeita à idade das crianças (com crianças dos três aos cinco anos de idade, com capacidade para vinte cinco crianças);

 três casas de banho mistas (duas delas com duas sanitas e quatro lavatórios cada uma, outra com cinco sanitas e sete lavatórios);

 em duas das casas de banho mistas, há um compartimento fechado com as casas de banho dos adultos;

 ginásio, com funções polivalentes (funciona como ginásio, sala de acolhimento e de vídeo);

 um recreio exterior (limitado a toda a volta por paredes muito altas);  um hall de entrada;

 uma passagem coberta;  um refeitório;

 uma cozinha;  uma lavandaria;

 entrada, com intercomunicador com todas as salas;  escadas de acesso ao primeiro andar;

 elevador de cozinha de apoio ao refeitório da Creche. Já o primeiro andar é constituído por:

 sala com crianças até aos sete meses (com capacidade para oito bebés);  sala com crianças dos oito aos 17 meses (com capacidade para dez crianças);  sala com crianças dos dezassete aos trinta e cinco meses (com capacidade para

quinze crianças);

 sala com crianças dos vinte e quatro aos trinta e cinco meses (com capacidade para quinze crianças);

 casa de banho para crianças (com potes e quatro sanitas);  casa de banho para adultos;

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 gabinete;  vestiário;

 um hall de espera.

Este edifício frui de saneamento básico e de água potável; de um modo geral, o edifício encontra-se num estado de conservação razoável. A instituição está também equipada por aquecimento central, havendo mais do que um aparelho em cada compartimento, garantindo, desta forma, o bem-estar tanto das crianças como do pessoal docente, não docente e administrativo.

Quanto ao pessoal docente, a instituição tem sete educadores, três pertencem à creche e quatro ao jardim de infância. A nível administrativo, a instituição possui uma directora pedagógica, que é simultaneamente educadora de uma sala de valência pré-escolar, uma chefe de secretaria e um grupo de direção da instituição.

No que diz respeito ao pessoal não docente, existem ainda dez auxiliares de ação educativa, seis pertencem à creche e quatro ao jardim de infância, um porteiro, uma cozinheira, uma auxiliar de cozinha e uma supervisora (Regulamento Interno do Infantário de Vila Real:5).

Relativamente ao projecto educativo, este tem uma duração de três anos, de 2009 a 2011, tendo como ponto forte “As Profissões”. (Regulamento Interno do Infantário de Vila Real:4).

É também importante realçar que o Infantário de Vila Real, para além das atividades educativas normais, disponibiliza atividades extra-curriculares como: natação, ballet, música e karaté. O ballet e a música realizam-se dentro da instituição, já a natação e o karaté têm lugar fora da instituição. A música, o ballet e a natação decorrem no horário de componente educativapor acordo com os pais.

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3. Caraterização do Grupo

O nosso grupo é constituído por 22 crianças, uma raramente vem ao jardim-de-infância e duas frequentam, pela primeira vez, a instituição. Trata-se de um grupo heterogéneo em termos de idade e de género (Tabela 1). Relativamente à idade, existem doze crianças com quatro anos e dez com cinco anos. No que diz respeito ao género, o grupo contém nove crianças do sexo masculino e treze do sexo feminino.

Idade Sexo Masculino Feminino

Quatro anos 6 6

Cinco anos 3 7

Tabela respeitante ao Género e Idade do grupo (Tabela 1)

Os grupos heterogéneos, ao nível da educação pré-escolar, são muito importantes segundo Spodek e Saracho (1998:140) uma vez que “A turma de idades mistas representa uma microssociedade que propicia uma comunidade intelectual mais rica para as crianças”.

As duas crianças, que frequentam, pela primeira vez, a instituição, demonstram grandes dificuldades no respeito das regras da sala e também em algumas áreas de conteúdo tais como a plástica. As restantes crianças têm algum respeito pelas regras da sala, mas verificam-se dificuldades na área de formação pessoal e social, no domínio da escrita.

As crianças, que já frequentavam a instituição, mostram-se bastante autónomas ao nível da alimentação, da higiene (só os que fizeram 4 anos no fim do ano de 2010 é que são menos autónomas) e até mesmo no trabalho da sala. Ao mesmo tempo, verificam-se grandes diferenças entre elas.

Uma destas crianças, que entrou no jardim de infância no ano letivo 2008/2009, demonstra algumas dificuldades de relacionamento e um atraso no desenvolvimento, nomeadamente ao nível da linguagem. Apesar de o seu desenvolvimento ser muito positivo continua a ser acompanhada pela educadora de intervenção precoce para prevenção, até porque é uma das finalistas.

Após esta revisão, continuamos a pensar que a verdadeira necessidade deste grupo, no imediato, é a formação pessoal e social, pois o grupo precisa de desenvolver a

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responsabilização, a autonomia, o respeito pelo outro, entre tantos outros aspectos importantes para a convivência em sociedade. No entanto, não colocámos de lado qualquer área de conteúdo ou domínio.

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4. Caraterização do Espaço e dos Materiais

A sala, onde realizámos o estágio, tem uma área diminuta, mas está bem organizada. Possui boa luminosidade, pois para além da iluminação artificial, dispõe também de seis janelas de grandes dimensões. Bassedas, Huget e Solé (1999:108) salientam a importância desse espaço possuir luz natural e que se apresenta como uma experiência muito enriquecedora o facto de possuir janelas suficientemente baixas para que as crianças possam observar as atividades que decorrem no exterior.

Há três mesas redondas no centro da sala, cada uma com 6 cadeiras, o que, para 22 crianças, se torna insuficiente, quando se está a trabalhar em grande grupo nas mesas. No entanto, em quase todas as atividades, nós trabalhamos de maneira rotativa para que, deste modo, consigamos orientar melhor as crianças.

A sala encontra-se sempre limpa, uma vez que existe uma auxiliar, que nas horas de ausência das crianças, executa as limpezas necessárias.O chão é de soalho flutuante de madeira. Este tipo de piso é bastante funcional no que diz respeito às atividades, que se efectuam no chão, pois não é frio e é de fácil limpeza. As brincadeiras, no chão, são especialmente atrativas para as crianças.

O aquecimento existente na sala é feito através de aquecimento central, mantendo a temperatura da sala amena.

As comunicações aos encarregados de educação são efetuadas pelo telefone, caso aconteça alguma coisa de grave às crianças durante o período educativo, e, por isso, é importante manter sempre atualizado o contacto com os responsáveis pelas crianças. Estas comunicações também são feitas, quando os encarregados de educação vão levar ou buscar as crianças ao infantário.

No que diz respeito ao espaço vertical, os placares expostos na sala, podemos afirmar que este é muito ativo e dinâmico. Tem como funções pedagógicas expor, nas paredes, as atividades escolares, relembrar as atividades realizadas e a realizar. É um espaço de aprendizagem e de trabalho, onde se encontram os registos e instrumentos de aprendizagem.

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Os instrumentos, que regulam a organização de trabalho, são:

Quadro das Presenças e do Tempo (Figura 3 em Anexo I)

No quadro de presenças e do tempo, todos os dias, as crianças marcam a sua presença e o tempo, levando a que se vão situando no tempo e no espaço. “O preenchimento destes quadros proporciona operações matemáticas fundamentais e também situações de comunicação e entreajuda entre as crianças.” (Vasconcelos, 1997: 40)

Esquema de Aniversários e Regras (Figura 4 e 5 em Anexo I)

As regras são elaboradas com as crianças para as sensibilizar para esta área. “Estas normas e outras regras indispensáveis à vida em comum adquirem maior força e sentido se todo o grupo participar na sua elaboração” (Ministério da Educação, 1997:36)

Placares (Figura 6 e 7 em Anexo I)

Nesta sala, existem 4 placares, onde as crianças gostam de expor os seus trabalhos.

Assim, esta sala está dividida em nove áreas bem distintas: a casinha; a biblioteca; o quadro magnético; a carpintaria; os jogos; a garagem; as mesas de atividades; a pintura; o computador.

Área da casinha

Este espaço pode ser frequentado por um máximo de cinco crianças. Está devidamente apetrechado com materiais que estimulam a construção do jogo dramático. Para os finalistas que frequentam esta sala desde os três anos, os objetos já são quase todos familiares, por isso esta área necessita de ser dinamizada um pouco, deste modo iremos tentar trazer-lhe objetos novos.

Área da Biblioteca

A biblioteca pode ser frequentada por quatro crianças em simultâneo. É um espaço com luminosidade natural e bastante confortável. Apela a momentos de calma e

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serenidade, pois é constituído por várias almofadas. Para esta área, tentaremos introduzir objetos novos para assim a dinamizar.

Área do Quadro Magnético

Esta é uma ótima área para explorar a matemática e a expressão escrita. Dada a especificidade das aprendizagens que aí podem ocorrer e o espaço ser reduzido, esta área pode ser frequentada apenas por duas crianças, em simultâneo.

Área da Carpintaria

Esta área, por ser um espaço bastante reduzido, só é frequentada por duas crianças, simultaneamente.

Área dos Jogos

Este “cantinho” é muito enriquecido, a nível dos vários jogos que tem, com diversos temas. Alguns não estão completos, deste modo precisam de ser retirados. É uma área muito procurada devido à ampla escolha que se pode fazer. Esta área não tem limite de crianças, pois como os jogos decorrem no chão ou na área das mesas, o espaço de atividades é muito grande. É um espaço em que as crianças sentem dificuldade em arrumar, por isso é um objetivo que pretendemos alcançar, dinamizando-o.

Área da Garagem

A garagem pode ser frequentada, em simultâneo, por duas crianças. É um espaço pequeno o que obriga a que o frequentem a pares.

Área das Atividades de Mesa

Nesta área, é possível estar o grupo todo, mas normalmente, tal como nas outras, é frequentada de forma rotativa.

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Área das Atividades da Pintura

O local onde se efetuam as pinturas pode ser frequentado, em simultâneo, por duas crianças. É um espaço pequeno e que implica concentração para pintar corretamente, o que obriga a que o frequentem a pares.

Área do Computador

A área do computador só pode ser frequentada, por uma criança. É um espaço pequeno, só existe uma cadeira e só pode estar uma criança a mexer no computador.

Planta da sala sem modificações em Anexo 2 Planta da sala com modificações em Anexo 3

A área da Casinha (Quarto, Figura 8; e Cozinha Figura 9 em Anexo I)

Esta área permite, às crianças, expressarem, para o exterior, situações que as incomodem e que gostem menos.

É fundamental para a criança desenvolver o jogo simbólico. Tentar resolver, a brincar, problemas do quotidiano.

Área dos Jogos (Figura 10 e 11 em Anexo I)

Esta área é muito procurada pelas crianças. É essencial para o desenvolvimento do seu pensamento lógico-matemático e para o domínio da expressão oral. Como as crianças têm que conviver bastante e saber partilhar, esta área torna-se muito importante para desenvolver a área de formação pessoal e social.

Área da Carpintaria (Figura 12 em Anexo I)

Nesta área, as crianças podem manipular diversos objetos de diferentes tamanhos, de encaixe ou de rosca, podem explorar os conceitos espaciais e o domínio da matemática.

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Área da Pintura (Figura 13 em Anexo I)

Nesta área, as crianças podem fazer pinturas diferentes com dimensões diferentes do habitual, desenho de mesa, e maiores e, ao mesmo tempo, trabalharem a expressão plástica, dando largas à imaginação e à criatividade

Área da Biblioteca (Figura 14 em Anexo I)

Esta área é muito importante, pois leva a que as crianças tenham interesse pelos livros, incentivando à leitura e à escrita e que não os danifiquem. É o espaço perfeito para contarem histórias pela visualização das imagens e dando largas à sua imaginação. É um “cantinho” que engloba todas as áreas de conteúdo através dos diferentes livros que tem.

Área do Quadro Magnético (Figura 15 em Anexo I)

Nesta área, as crianças podem trabalhar livremente à abordagem à escrita, à matemática e dar largas à imaginação com desenhos de grandes traços.

Área de Atividades de Mesa (Figura 16 em Anexo I)

Nesta área, as crianças costumam trabalhar a plástica ou trabalho de abordagem à escrita. Estas mesas também são usadas para a atividade de rotina do lanche da manhã. É de notar a sua enorme pertinência.

Área de Informática (Figura 17 em Anexo I)

A pertinência desta área é explícita, visto que, na nossa sociedade, é fundamental conhecer como se trabalha com este tipo de aparelhos

Móveis com Material (Figura 18, 19 e 20 em Anexo I)

No armário da Figura 18 (Anexo I) encontram-se os lápis de cor, os marcadores, os lápis de grafite, as afias e as borrachas, este espaço é fundamental para desenvolver a

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motricidade fina e para adquirirem aprendizagens. Na figura 19 (Anexo I) encontram-se materiais recicláveis, para assim realizar atividades que promovam a reciclagem.

O armário da figura 20 (Anexo I) guarda os materiais utilizados para picotar, que são as esponjas e os picos e ainda os documentos da educadora cooperante.

Móvel de Apoio à Rotina do Lanche da Manhã

Por último a figura 21, é o armário que guarda os pratos e os talheres para o lanche da manhã das crianças, uma das atividades de rotina.

Existe outra área que não se encontra tão visível, que é a do recorte e colagem, pois é sempre orientada pela educadora.

A área do computador não é muito dinamizada, mas é um objetivo que temos definido para alcançar.

Além destas áreas referidas, existem ainda outras, fora da sala, onde decorrem as atividades de rotina e livres.

Esses espaços são: as casas de banho, o ginásio polivalente, o refeitório e recreio exterior.

Nas casas de banho, decorrem as atividades de higiene pessoal, que são uma rotina. Já no ginásio polivalente acontece o momento de acolhimento, a visualização de vídeos e a sessão motora. No refeitório, decorrem as refeições como o almoço e o lanche. Por fim, no recreio exterior, as crianças realizam atividades livres sob supervisão dos adultos, mas este só costuma ser usado quando está sol, pois é descoberto e a borracha, que cobre o chão, acumula muita água, de tal modo que também demora a secar.

O recreio deste jardim de infância é uma área descoberta, mas que se encontra no centro da instituição, ou seja, para se aceder ao recreio é necessário passar pelo interior do edifício. Neste espaço, não se consegue visualizar a rua, devido ao facto de ser rodeado por paredes altas. Não se encontra equipado qualquer tipo de material de exterior, assim, as crianças fazem jogos livres que envolvem corridas ou momentos de faz-de-conta sem suportes materiais, ou brincam com brinquedos que trazem de casa. O recreio possui uma área coberta, servindo apenas de passagem para duas salas de atividades, protegendo as crianças dessas salas de se molharem nos dias de chuva. Todo o chão está coberto por piso de borracha para parques de exterior, garantindo a segurança das crianças no caso de uma queda. Se confrontarmos estes aspectos com a

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legislação para a educação pré-escolar verificamos que há determinados pontos que não coincidem com o que vem no Despacho Conjunto N.º 268/97 de 25 de Agosto relativo aos espaços exteriores “ A organização e o apetrechamento do espaço exterior deve assegurar condições de segurança para a realização de múltiplas actividades.

Localização: junto ou em volta do edifício, acesso fácil à(s) salas (s) de actividades. Dimensionamento: não inferior ao dobro da área da (s) sala(s) de actividades, incluindo o espaço de zona coberta.

Condições de segurança: o espaço deverá ser delimitado de forma não agressiva mas que garanta condições de segurança (por ex. cm vedação ou sebe natural) ”. (Ministério da Educação,1997:104) Nesta instituição verificámos que não existe apetrechamento do espaço exterior fazendo com não haja a realização de múltiplas actividades, da mesma forma é um pouco reduzido no que se refere à sua dimensão, mas a segurança das crianças não é colocada em causa.

Relativamente à sala de atividades, podemos dizer que permite o visionamento de meios audiovisuais e um obscurecimento total, as crianças visualizam perfeitamente o exterior do recreio pelas janelas que ocupam uma parede o que proporciona, também, uma boa iluminação natural. Além disso, possibilita a proteção solar através de persianas. Não tem ponto de água dentro da sala, no entanto, as casas de banho são mesmo ao lado e há comunicação fácil com os lavabos e o recreio exterior. As tomadas eléctricas, apesar de se encontrarem ao alcance das crianças, estão devidamente protegidas. Assim, podemos referir que a sala de atividades cumpre as normas exigidas na Ficha 1 do Anexo 1 do Despacho Conjunto N.268/97 de 25 de Agosto da Legislação. (Ministério da Educação, 1997: 93).

A sala polivalente também cumpre quase todas as normas do referido anexo, mas da Ficha 2, excetuando a sua dimensão que só não é maior devido a limitações físicas da instituição (Ministério da Educação, 1997: 94).

Quanto às instalações sanitárias das crianças, notamos a existência de uma casa de banho para crianças com deficiências e a não separação por géneros, logo, este espaço está de acordo com o que é exigido pela Legislação por possuir, pelo menos, uma casa de banho com apoios para crianças com deficiências. De resto cumpre as normas necessárias que vêm na Ficha 4 do Anexo 1 do referido despacho.

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5. Caraterização da Relação com as Famílias e a

comunidade

As famílias e a comunidade são muito importantes no processo educativo. Fazem parte da vida das crianças e podem constituir-se elementos de referência fundamentais para a integração social da criança na comunidade/sociedade a que pertence.

Durante o ano letivo para além das reuniões, os encarregados de educação poderão aproximar-se mais da realidade do que é o pré-escolar através de algumas atividades que os englobam. A comunidade também poderá ser utilizada como instrumento de aprendizagem para as crianças. Deste modo, procuraremos que haja uma interação com as famílias, pesquisando as profissões de cada encarregado de educação para posteriormente os contactar e realizar visitas aos seus locais de trabalho, ou mesmo levá-los à instituição para falarem um pouco sobre as suas profissões às crianças. Iremos, assim, de encontro ao projeto educativo que está em vigor e que tem como tema “As Profissões”. Pretendemos, de igual modo, desenvolver um projeto sobre as “Abelhas” e englobar a colaboração dos pais neste projeto, pois existe um pai que tem colmeias e pode falar um pouco sobre este assunto na sala.

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Capítulo II: Atividade educativa

Ao elaborar este relatório, tivemos o cuidado de fazer uma breve revisão bibliográfica acerca do mesmo. Além disso, sentimos necessidade de conhecer mais aprofundadamente os objetivos gerais da educação de infância no sentido de, dentro das nossas possibilidades e conhecimento, proporcionar, às crianças, bons momentos de aprendizagem, ou seja, aprendizagens significativas.

1. As Orientações Curriculares para a educação pré-escolar

Para conhecer melhor estes objectivos gerais da educação de infância, apoiámo-nos essencialmente nas Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar, pois “Ao constituírem um quadro de referência para todos os educadores, as Orientações Curriculares pretendem contribuir para promover uma melhoria da qualidade da educação pré-escolar.” (Ministério da Educação, 1997:13).

A Lei-Quadro da Educação Pré-Escolar tem estabelecido, como seu princípio geral, que “a educação pré-escolar é a primeira etapa da educação básica no processo de educação ao longo da vida, sendo complementar da acção educativa da família, com a qual deve estabelecer estreita relação, favorecendo a formação e o desenvolvimento equilibrado da criança, tendo em vista a sua plena inserção na sociedade como ser autónomo, livre e solidário.” (Ministério da Educação, 1997:15).

É deste princípio básico que decorrem os objetivos gerais pedagógicos da educação pré-escolar. Dentro dos vários apresentados nas Orientações Curriculares (Ministério da Educação, 1997:15), achámos pertinente destacar os seguintes:

 “Promover o desenvolvimento pessoal e social da criança com base em experiências de vida democrática numa perspectiva de educação para a cidadania”;

 “Fomentar a inserção da criança em grupos sociais diversos (...)”;

 “Estimular o desenvolvimento global da criança no respeito pelas suas características individuais (...)”;

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 “Desenvolver a expressão e a comunicação através de linguagens múltiplas como meios de relação, de informação, de sensibilização estética e de compreensão do mundo”;

 “Despertar a curiosidade e o pensamento crítico”;

 “Proporcionar à criança ocasiões de bem estar e segurança (...)”;

 “Incentivar a participação das famílias no processo educativo e estabelecer relações de efectiva colaboração com a comunidade”.

Foi em 1996 que se elaboraram as Orientações Curriculares, que tinham como objetivo ser referência para todos os educadores de infância, para que assim os auxiliasse no exercício das suas competências da maneira mais adequada. Desta forma, o estabelecimento das orientações curriculares tem como referência “ constituir um elemento decisivo para a melhoria da qualidade educativa, introduzindo uma dinâmica inovadora e estimulante da actividade pedagógica”. (Ministério da Educação, 2000: 92)

As Orientações Curriculares tiveram sucessivas reformulações, e só a terceira versão é que se publicou oficialmente. Assim, este processo foi considerado pela OCDE, no seu relatório comparativo (2001), uma prática exemplar a nível internacional. (Vasconcelos, 2002)

Até ao aparecimento das Orientações Curriculares em Portugal, a educação pré-escolar era o único sistema educativo que não tinha um currículo. Os educadores exerciam consoante as formações que tinham e, maioritariamente, promoviam, nas escolas, modelos educativos centrados nas crianças. Apesar disto tudo, a qualidade do ensino dependia da capacidade e da vontade dos educadores.

Como a educação pré-escolar não tinha um currículo, a sociedade tinha uma visão de guarda sobre este tipo de ensino.

Perante isto, crê-se que com a implementação das Orientações Curriculares a educação pré-escolar demonstra o seu caráter educativo e a sua especificidade, afirmando-se.

As Orientações Curriculares não são um programa. Segundo Silva (1996:55), são “um conjunto articulado de princípios que permitam ao Educador fumentar as decisões sobre a sua prática, isto é, destinam-se a apoiar o planeamento e a avaliação do processo educativo a desenvolver com as crianças.”

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Com estas orientações, os educadores passaram a ser vistos com outros olhos perante os outros parceiros do sistema educativo. Importa, também, referir que assim pode dar-se uma continuidade educativa do pré-escolar para o 1º ciclo do ensino básico, tornando a transição mais fácil.

As orientações têm como objetivo indicar ao educador as melhores formas de aprendizagem a realizar com as crianças para assim melhorar a qualidade da educação pré-escolar. Não se integram estritamente na definição de currículo, pois estas são mais gerais, flexíveis e abrangentes, ou seja, pode adotar-se diferentes opções educativas, e neste sentido vários currículos.

Perante estes factos, podemos admitir que as Orientações Curriculares são um instrumento fundamental para o processo educativo e para o processo da educação pré-escolar com qualidade.

Para Stenhouse (1975, citado por Silva, 1996: 55), as Orientações Curriculares constituem-se como “ um instrumento de apoio à investigação, reflexão e desenvolvimento do trabalho do educador que lhe [permitirá] ir compreendendo e melhorando a sua prática profissional.” Assim, destaca-se o papel do educador como o primordial para a gestão do currículo.

As Orientações Curriculares organizam-se da seguinte forma:

1- “Principio geral e objectivos pedagógicos enunciados na Lei-Quadro da Educação Pré-Escolar;

2- Fundamentos e organização da Orientações Curriculares;

3- Orientações Gerais para o educador” (Ministério da Educação, 1994: 14) No que se refere aos fundamentos articulados deste documento, temos:

- o desenvolvimento e aprendizagem como vertentes indissociáveis;

- o reconhecimento da criança como sujeito do processo educativo – o que significa partir do que a criança já sabe e valorizar os seus saberes como fundamento de novas aprendizagens;

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- a construção articulada do saber - o que implica que as diferentes áreas a contemplar não deverão ser vistas como compartimentos estanques, mas abordadas de uma forma globalizante e integrada;

- a exigência de resposta a todas as crianças – o que pressupõe uma pedagogia diferenciada, centrada na cooperação, em que cada criança beneficia do processo educativo desenvolvido com o grupo.

No que diz respeito ao desenvolvimento curricular e que o educador deve ter em conta: “- os objectivos gerais – enunciados na Lei-Quadro da Educação Pré-Escolar como intenções que devem orientar a prática profissional dos educadores;

- a organização do ambiente educativo – como suporte do trabalho curricular e da sua

intencionalidade. O ambiente educativo comporta diferentes níveis em interacção: a organização do grupo, do espaço e do tempo; a organização do estabelecimento educativo; a relação com os pais e com outros parceiros educativos;

- as áreas de conteúdo – que constituem as referências gerais a considerar na

planeamento e avaliação das situações e oportunidades de aprendizagem. Distinguem-se três áreas de conteúdo:

 Área de Formação Pessoal e Social;

 Área de Expressão/ Comunicação que compreende três domínios:

a) Domínio das expressões com diferentes vertentes – expressão motora, expressão dramática, expressão plástica e expressão musical;

b) Domínio da linguagem e abordagem à escrita; c) Domínio da Matemática;

 Área de Conhecimento do Mundo;

- a continuidade educativa – como processo que parte do que as crianças já sabem e aprenderam, criando condições para o sucesso nas aprendizagens seguintes;

- a intencionalidade educativa – que decorre do processo reflexivo de observação, planeamento, acção e avaliação desenvolvido pelo educador, de forma a adequar a sua prática às necessidades das crianças.” (Ministério da Educação, 1997: 14)

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Assim, importa referir que este documento revela as reflexões que o educador faz constantemente sobre a sua prática educativa. Tendo em vista tudo que foi referido aqui, não resta dúvida que este documento é um processo global e flexível que marcou uma nova etapa para este nível educativo. Verificámos, também, que a representação que fazemos da Orientações Curriculares é parecida com a definição de currículo.

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2. Orientações Curriculares e o Currículo

Não há uma definição única e abrangente sobre o currículo, pois “apesar da recente emergência do currículo como campo de estudos e como conhecimento especializado, ainda não existe um acordo generalizado sobre o que verdadeiramente significa.” (Pacheco, 2001: 16)

A conceptualização do currículo oscila entre a importância atribuída aos interesses dos alunos e a pertinência das áreas de estudo, podendo tornar-se evidente que a mudança de currículo desenvolve-se em espiral, pois cada nova etapa recupera os conhecimentos prévios, dando-lhe seguimento, no entanto de forma diferente. (Roldão, 1999b)

Para Roldão (1994:15), o currículo é: “ Essencialmente um instrumento concebido para implementar um projecto educativo com o objectivo de produzir, em certo momento e numa sociedade especifica, aquilo que se considera como sendo pessoas educadas. Então, tal instrumento tem de ser examinado de modo crítico no que respeita às suas bases conceptuais e tem de ser constantemente melhorado quanto à sua adequação, para uma melhor obtenção dos objectivos educacionais pretendidos.”

Para completar a ideia deste autor, Sá-Chaves (2000:33) considera que o conceito de currículo “se identifica numa intencionalidade de intervenção, melhoria e transformação sejam estas dimensões consideradas a nível individual (aluno – professor) ou colectivo (escola – comunidade – sociedade)”.

Assim, é com estas mudanças e transformações que se adapta a intervenção e a prática curricular.

Perante estas afirmações, notamos que também é este o objetivo das orientações

curriculares para a educação pré-escolar. Tendo como papel principal o

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3. O educador como gestor do currículo

Tal como referido, os educadores, com as Orientações para a educação pré-escolar, podem refletir sobre como exercer a sua prática educativa.

Segundo Roldão (1999a:29), gerir o currículo “ implica necessariamente assumir opções e tomar decisões sobre o figurino que o currículo deve assumir em cada contexto específico. Implica gerir conteúdos, extensão, metodologias, prioridades, projectos integradores para a situação única de cada escola ou conjunto de escolas. Traduz-se em lógicas de trabalho docente mais gratificantes.”

Mas também é muito importante referir que os principais protagonistas do seu desenvolvimento são todos os elementos integrados, ou seja tanto os educadores como os alunos, tal como Pacheco (2001:45) afirma, “visto tratar-se de um processo que implica ao mesmo tempo uma construção ao nível das intenções e uma desconstrução ao nível da prática.”

Deste modo, importa salientar que “ na educação pré-escolar as crianças aprendam a aprender.” (Ministério da Educação, 1997:17), ou seja, trata-se de ensinar a pensar.

Então, cabe ao educador elaborar as estratégias para que o aluno aprenda a pensar. Como por exemplo: pensar em voz alta, questionar-se e resolver problemas.

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4. A intencionalidade no processo educativo

A intencionalidade é muito importante para a intervenção profissional do educador, e esta passa por diferentes etapas interligadas, que se sucedem e aprofundam, em que estas são: a observação, o planeamento, a ação, a avaliação, a comunicação e a articulação.

Observação

“Observar cada criança e o grupo para conhecer as suas capacidades, interesses e dificuldades, recolher as informações sobre o contexto familiar e o meio em que as crianças vivem.” (Ministério da Educação, 1997:25) É importante conhecer a criança e a sua evolução pois isto “constitui o fundamento da diferenciação pedagógica que parte do que esta sabe e é capaz de fazer para alargar os seus interesses e desenvolver as suas potencialidades.” (Idem, ibidem: 25)

Desta forma, a observação é a base do planeamento e da avaliação, “servindo de suporte à intencionalidade do processo educativo.” (Idem, ibidem: 25)

Planear

Quando o educador faz a sua planificação, deve estar sempre de acordo com o que sabe do grupo e da criança, do contexto familiar e social de cada uma, para que assim “proporcione um ambiente estimulante de desenvolvimento e promova aprendizagens significativas e diversificadas que contribuam para uma maior igualdade de oportunidades.” (Ministério da Educação, 1997:26) Assim, planear tem como condição que o educador reflita sobre as suas intenções educativas para que assim as adeqúe ao grupo, tendo sempre em conta as diferentes áreas de conteúdo e a sua articulação.

Agir

Este ponto consiste em “concretizar na acção as suas intenções educativas, adaptando-as às propostas das crianças e tirando partido das situações e oportunidades imprevistas.” (Ministério da Educação, 1997:27) Para isto acontecer, é muito importante haver a participação de outros adultos, dos familiares, pais e outros membros da comunidade para assim enriquecer o processo educativo.

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Avaliar

Na educação pré-escolar avaliar “implica tomar consciência da acção para adequar o processo educativo às necessidades das crianças e do grupo e à sua evolução.” (Idem, ibidem: 27)

Esta avaliação é importante para o educador para que este reflita e estabeleça a progressão das aprendizagens a desenvolver com as crianças. Neste aspecto a avaliação é o suporte do planear.

Comunicar

É através da comunicação do educador com outros adultos, que também têm responsabilidade na educação das crianças tais como auxiliares da educação, pais e colegas, que este primeiro toma conhecimento da criança e de outros contextos que influenciam a sua educação como por exemplo: família e comunidade.

Articular

Por fim, “cabe ao educador promover a continuidade educativa num processo marcado pela entrada na educação pré-escolar e a transição para a escolaridade obrigatória” (Ministério da Educação, 1997:28) assim, é função do educador proporcionar, às crianças, aprendizagens com sucesso para que assim alcance uma articulação com o 1º ciclo, sendo mais fácil para esta a transição para a escolaridade obrigatória.

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5. Descrição das áreas de conteúdo

Na educação pré-escolar, o termo “área” é usado para referir maneiras de pensar e de organizar a prática educativa, sendo capaz de proporcionar as melhores experiências de aprendizagem às crianças: “Consideram-se “áreas de conteúdo” como âmbitos de saber, com uma estrutura própria e com pertinência sócio-cultural, que incluem diferentes tipos de aprendizagem, não apenas conhecimentos, mas também atitudes e saber-fazer” (Ministério da Educação, 1997:47).

Apesar de as Orientações Curriculares mencionarem três áreas de conteúdo distintas, há uma enorme intencionalidade em relatar que os educadores deverão considerá-las como referências no processo de planeamento e avaliação e não como algo estanque que deva ser trabalhado separadamente (Ministério da Educação, 1997:48).

A área da Formação Pessoal e Social, isto é, a área transversal do processo educativo que está integrada em todas as outras áreas, referindo-se à maneira como a criança se relaciona consigo própria, com os outros e com o mundo. Esta área visa desenvolver, nas crianças, atitudes como o espírito crítico, autonomia, responsabilidade, cooperação, respeito pelos outros, cidadania, solidariedade, etc.

Trata-se de uma área que pode ser concretizada por duas vias: na relação entre a criança e o educador e a criança e os colegas.

A Formação Pessoal e Social tem essencialmente uma grande ligação com a área de Conhecimento do Mundo, porque passa por abordagens de temas como a educação multicultural, prevenção de acidentes, higiene corporal, educação sexual, educação ambiental, educação para a saúde, etc. (Ministério da Educação, 1997:51).

A área da Expressão e Comunicação é uma área que tem, por finalidade, o desenvolvimento físico e psicomotor e o domínio de diferentes tipos de linguagem para que as crianças consigam exprimir os seus sentimentos, opiniões, ideias, etc. Esses domínios são: a expressão motora, expressão dramática, expressão plástica, expressão musical, matemática, linguagem oral e abordagem à escrita (Ministério da Educação, 1997: 57).

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A expressão motora visa o desenvolvimento físico da criança e da motricidade fina e global. É uma área em que, através do corpo, a criança controla os seus movimentos e simultaneamente adquire noções matemáticas.

Por sua vez, a expressão dramática, através da articulação do corpo com a linguagem, desenvolve nas crianças o imaginário, o pensamento simbólico e, também, lhes permite adquirir noções de cultura do meio de que fazem parte e da vida quotidiana (Ministério da Educação, 1997:39).

A expressão plástica é o domínio em que a criança manipula objetos e utiliza um outro tipo de linguagem para exprimir ideias, opiniões, para verbalizar as aprendizagens sobre um determinado tema. (Ministério da Educação, 1997:61).

No que diz respeito ao domínio da linguagem oral e a abordagem à escrita, pode dizer-se que a criança, ao ver a educadora a fazer registos, ao ter que utilizar símbolos (mapa do tempo), ao fazer os seus próprios registos num desenho, ou simplesmente ao tentar reproduzir o código escrito, vai desenvolver o pensamento simbólico e vai, também, perceber que há outras formas, diferentes da oral, para exprimir ideias, pensamentos e opiniões. (Ministério da Educação, 1997:65).

A linguagem oral é uma forma de comunicação básica e deve haver a preocupação de desenvolver e de enriquecer o vocabulário da criança. Isto é feito por situações de diálogo, de comentários de filmes vistos, visitas de estudo, desenhos que fazem, etc.

Por fim, a expressão musical, tal como a expressão dramática e a expressão plástica, permite o desenvolvimento do imaginário, da sensibilidade estética, do sentido rítmico, e simultaneamente é uma outra forma de as crianças interiorizarem noções da cultura do meio de que fazem parte e da vida quotidiana (Ministério da Educação, 1997:63).

Em suma, esta área das expressões é considerada básica, pois coincide com aspetos fundamentais do desenvolvimento e aprendizagem da criança, já que, através dela, o educando “poderá ter acesso a formas e meios diversificados de expressão que lhe permitam ir apropriando-se de meios de comunicação, através de um processo planeado que possibilite situações diversificadas e progressivamente mais complexas” (Serra, 2004:72).

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A área de Conhecimento do Mundo apresenta-se como base para a sensibilização às ciências, ao rigor científico, aos saberes sociais, à Geografia, à História, à Biologia, à Físico/Química, ou seja, visa a compreensão dos fenómenos naturais, humanos e simultaneamente uma sensibilização para os procedimentos científicos. Aproveita a curiosidade natural das crianças para perceberem o porquê das coisas. Através desta área, poderão surgir oportunidades para que as crianças possam experimentar situações de descoberta e exploração do mundo, por exemplo através do recurso a meios informáticos, etc. (Serra, 2004: 73).

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6. Desenvolvimento da atividade educativa

Calendário do Tempo

No que concerne ao calendário do tempo, achámos pertinente elaborar um novo, devido ao facto do que existia na sala estar pouco apelativo, não tendo uma boa funcionalidade.

Mapa das Presenças

Tal como referimos para o calendário do tempo, também o mapa das presenças precisava ser renovado, para se tornar mais apelativo e também se encontrava um pouco degradado.

Área da casinha

O espaço estava devidamente apetrechado com materiais que estimulavam a construção do jogo dramático, mas iremos acrescentar mais alguns objetos nesta área. Para avaliar as atividades realizadas nesta área, iremos usar registos vídeo e registo de ocorrências significativas.

Área da garagem

É um espaço pequeno o que obriga as crianças a frequentá-lo a pares. Há bastante comunicação entre esta área e a da casinha. Para avaliar as atividades, que irão ocorrer nesta área, iremos usar registos vídeo e registo de ocorrências significativas. Área dos jogos

Para avaliar as atividades realizadas nesta área iremos usar registos vídeo e registos de ocorrências significativas. Este espaço precisa ser dinamizado, pois a sua arrumação é uma complicação.

Área da carpintaria

O espaço é bastante reduzido. Para avaliar as atividades realizadas nesta área iremos usar registos vídeo e registo de ocorrências significativas.

Imagem

Tabela respeitante ao Género e Idade do grupo (Tabela 1)
Figura 1- Município de Vila Real
Figura 6 – Placares
Figura 9 – Área da casinha - Cozinha Figura 7 - Placares
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Referências

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