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financeiros dos hospitais não

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Academic year: 2021

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Texto

(1)

Dados

financeiros

dos

hospitais

não

são

revelados

como

manda

a

lei

3

Págs.

24-25

(2)

DESPACHO

DE

TRANSPARÊNCIA

NÃO

É

CUMPRIDO

Marta

F. Reis

marta.reis@ionline.pt

A

Administração

Central

do

Sistema de Saúde

está obrigada

por lei

a

divulgar mensalmente

informação

sobre

o

desempenho

de

cada

hos-pital

do

SNS

quer

sobre cuidados

que

dispo-nibilizam

à

população

quer

na

vertente

finan-ceira.

dados

sobre desempenho

assisten-cial

até setembro,

mas

a

página dedicada

às

contas

nunca foi atualizada com

dados de

2018.

Como evoluíram osresultados fi-nanceiros dos hospitais do

Servi-çoNacional de Saúde ao longo de 2018? Quantos estão em situação de 'falência técnica' e quantos

funcionaram dentro dos orça-mentos que lhe estão atribuídos? Que efeito teve oregresso às 35 horas nos gastos com

trabalho

extraordinário

ou no recurso a

empresas externas para

assegu-rar

a prestações de serviços mé-dicos, tema que deu que

falar

no

dia de

Natal

com ocaso do

médi-co anestesista que

terá

pedido

500 euros/hora para assegurar um turno na Maternidade Alfre-doda Costa?

Por lei, este tipo de dados sobre

o desempenho económico-finan-ceiro, bem como informação so-bre produção (ou seja obalanço dos cuidados prestados à

popu-lação) devem ser divulgados mensalmente pela

Administra-ção Central do Sistema de

Saú-de. Entrou onovo ano mas a

pá-gina que se foca nas componen-tes económico-financeiras, eque

permitiria

dar algumas respos-tas, só apresenta dados até ao

fi-nal de2017.

Emcausa está a chamada

mo-nitorização mensal, definida no Despacho n.° 11374/2011.

0

diplo-ma prevê a divulgação deum con-junto de indicadores tanto para

os hospitais como para os

cuida-dos primários e estes últimos

es-tão também emfalta. Os

indica-dores de desempenho assistencial, produção e rácios de eficiência e

dados económico-financeiros

es-tão todos definidos no diploma e

prevê-se asua divulgação mensal-mente, com um desfasamento de dois meses. O diploma estabelece que os dados são atualizados ao dia8,pelo que neste momento de-veriam ser conhecidos os

balan-ços mensais até outubro e,dentro

de dias, os denovembro. No site da ACSS, onde édisponibilizada apágina da monitorização men-sal, estasemana estavam disponí-veis dados relativos à produção e

desempenho assistencial dos hos-pitais até setembro de 2018, mas no campo económico-financeira

aúltima atualização diz respeito a dezembro de2017.

OSOL procurou perceber junto

da ACSSpor que motivo não hou-vequalquer atualização com da-dos referentes a2018,mas não

ob-teve resposta até ao fecho da edi-ção. Também contactado, no sentido de esclarecer a ausência de dados e sepretende

alterar

o

despacho de2011,oMinistério da Saúde informou

ter

encaminha-do asquestões para a ACSS.

No setor, atrasos não causam assim tanta estranheza, mas a

não divulgação de dados econó-mico-financeiros para todo oano de 2018é menos compreensível.

Alexandre Lourenço, presidente da Associação Portuguesa de Ad-ministradores Hospitalares, eque

eravogal doconselho diretivo da ACSS quando foram

aperfeiçoa-dos osmecanismos de

monitori-zação mensal, lembra que o

pro-cesso foi benéfico paraas institui-ções e para a administração central. De acordo com o despa-cho, o objetivo era

tornar

mais

acessível informação que até

en-tãoeracoligida pela ACSS

-

o or-ganismo responsável por

acom-panhar agestão doSNS

-

mas não

tinha a mesma visibilidade,

refor-çando-se osmecanismos de trans-parência ede responsabilização.

Alexandre Lourenço lembra que oescrutínio por parte da comuni-dade eda comunicação social eo

facto deosdados serem

publicita-dos para todas as instituições le-vouaque muitos hospitais melho-rassem osseus métodos de

repor-tedeinformação. «A transparência ébenéfica

para

todos,

permite

acompanhar

a

situação

real

dos hospitais e, ao

permitir

o

escrutínio,

melhorar

a

quali-dade da

informação

reporta-da», diz

Alexandre

Lourenço, sublinhando as vantagens que

(3)

últi-mos meses o impacto da redução de

horário

para as 35 horas na

despesa com pessoal nos

diferen-teshospitais mas também que im-pacto tiveram em 2018 aslinhas

de reforço financeiro para liqui-darospagamentos em atraso nos hospitais. «Sabemos que

foram

libertados

1,4

mil

milhões

de euros

para

pagamento de

dívi-das mas

não

sabemos

qual

o

montante

atribuído

a cada

ins-tituição nem

omecanismo

uti-lizado, se

foram

injeções de

ca-pital

estatuário

ou alterações de

orçamento

que possam

ter

funcionado

como a

atribuição

de subsídios.

Além

de todo o processo ser opaco, em

última

instância

acaba

por

poder

be-neficiar

oshospitais que são

in-eficientes», diz oadministrador

hospitalar.

SNS mais

transparente

Se o conceito de monitorização mensal surgiu napassada

legis-latura, oatual Governo renovou

o compromisso com a

transpa-rência elançou em2017um novo

portal

com mais informação e mais dados, alguns

sobreponí-veis aos que atéaqui eram

divul-gados pela ACSS. Ao longo de

2018oportal doSNSfoi

atualiza-do emvárias áreas. Umdos cam-pos em que houve melhorias foi na divulgação dos tempos de

es-pera, que não entravam na moni-torização mensal ehoje são divul-gados emtempo real no caso das urgências e

trimestralmente

para

as cirurgias. Há também

atualizações em áreas que na

pá-gina da ACSS surgem ainda com dados de 2017, como a evolução das dívidas dos hospitais: os

úl-timos dados carregados dizem

respeito aoutubro de 2018. Mas

outros estão ainda mais

desatua-lizados do que na página da

Ad-ministração Central do Sistema de Saúde. Osúltimos dados sobre

recurso aprestadores de servi-ços médicos no portal da trans-parência datam de2016.

A

forma de apresentação de

da-dos édiferente: enquanto que no site da ACSSépossível comparar

os indicadores entre diferentes

instituições deforma mais

intui-tiva

(há mesmo uma página de benchmarking que ordena as

ins-tituições por desempenho) no

portal da transparência são car-regadas listagens brutas com

da-dos por instituição.

mais ou menos transparência? Para Ale-xandre Lourenço, no cômputo

ge-ral

há umreforço da

(4)

portal

nao anula a

utilidade

do

anterior. «O

portal

da

transpa-rência

trouxe

mais dados,

mui-tos que até

aqui

não

estavam

acessíveis.

Mas

não

basta

di-vulgar

dados em estado

bruto

para

que

haja

mais

transpa-rência. Sites como oda

monito-rização

mental

ou do

ben-chmarking

da ACSS são mais

legíveis.

A plataforma

da

transparência

tem

dados que

são

importantes

para

acade-mia,

que

tinha

mais

dificulda-de em

aceder

a

informação,

mas

implicam

uma

capacida-de de

análise

de dados que a

população e os profissionais de saúde não têm», diz Alexandre

Lourenço, acrescentando que, ha-vendo a obrigatoriedade de divul-gar informação mensalmente, a

ausência devia ser justificada. «Deve perceber-se se são

atra-sos técnicos ou se fazem

parte

de

uma estratégia

ou vontade

política.

O

Governo

pode

até

entender

revogar

o despacho ou

tomar

outra

opção, mas

hoje existe

objetivamente

a obrigatoriedade de

divulgar

os

dados».

Já para

Miguel

Guimarães,

bastonário dos Médicos, que tem

defendido auditorias

indepen-dentes ao SNS, a informação prestada em páginas como ada

monitorização mensal éum

pon-to de

partida

que considera ser

fundamental. «Estamos

numa

situação

muito

difícil

em

ter-mos de

funcionamento

do SNS e

ter

acesso aos dados é

impor-tante para

perceber

as

defi-ciências eo que está a ser

fei-to

para

as

colmatar»,

diz,

dan-do como exemplo o capítulo dos recursos humanos.

«Apesar

de

o

Governo sistematicamente

dizer

que

tem aumentado

o

número

de

profissionais,

fal-tam

pessoas. E a

prova

eviden-te de que

faltam

pessoas está

na

despesa com

trabalho

ex-traordinário,

que em 2017

re-presentava

21% da

remunera-ção dos médicos. Com

empre-sas de

prestação

de

serviços

médicos oEstado gastou mais

de 100

milhões

de

euros

em 2017», elenca, defendendo que seria importante perceber como evoluiu estevalor no ano que

ter-minou.

No campo das auditorias, uma

das propostas da Ordem tem por alvo os serviços deurgência em todo opaís. «Fizemos a

propos-ta

à

Inspeção

das

Atividades

em Saúde eé

uma

dasáreas em que nos parece essencial

obter

mais dados sobre gestão e

re-sultados,

no público

eno

pri-vado», diz obastonário.

Fim

daPPP

de

Braga

Hospital terá

gestão

pú-blica

a

partir

de agosto.

A

gestão do Hospital de Braga,

en-tregue até aqui ao grupo José de

Mello Saúde, passará a ser

asse-gurada pelo Estado emagosto. O

Estado eaempresa não chegaram

a acordo sobre omodelo em queo

contrato seria prolongado até que

fosse concluído um novo

concur-sopara assegurar afutura gestão. Emdezembro, quando a

minis-tra

da Saúde anunciou que não

havia interesse do prestador

pri-vado em aceitar ascondições, algo que o grupo negou, pedindo

con-dições 'sustentáveis', BE ePCP congratularam-se com aideia de que seria ofim da experiência em Braga. Esta semana, a indicação de que será agora lançado um

novo concurso

-

portanto manter uma PPP continua em cima da

(5)

mesa

-

levou oBE apedir a ida da

ministra à AReafalar de contra-dição. O Governo remete para o

que estava previsto desde 2017,

quando a equipa criada para

ava-liar

asPPPs recomendou a conti-nuidade da parceria. Ficou

assen-te que seria necessário um novo concurso para rever ocontrato.

Passado um ano, o mesmo não avançou e ofuturo éuma incógnita ainda maior. Braga éamaior das

quatro PPPdo SNS, estimando-se

uma poupança de 199milhões de

euros entre 2011 e 2015face ao queo

Estado teria gasto. Para Alexandre

Lourenço, presidente daAss. Port.

dos Administradores Hospitalares,

oprocesso devia ter sido

antecipa-dopara quetivesse sido

finaliza-doonovo concurso. Quanto à

com-paração entre gestão PPP ou

públi-ca,Lourenço sublinha que a falta

deautonomia dos gestores doSNS, dependentes deautorizações

cen-trais daSaúde dasFinanças, conti-nuaalimitar a ação eimpede maior responsabilização eeficiência. «É óbvio queoshospitais geridos em

PPPtêmtodas ascondições para

serem mais eficientes. Nagestão pública levamos nove meses a

ter

uma autorização para substituir

um

profissional, uma pessoa que

entre de licença.

Na

PPPpodem

fazer ocontrato no diaseguinte», exemplifica.

Referências

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