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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

LUCIANA LAURA GUSMÃO CORDEIRO

ANÁLISE DA PARTICIPAÇÃO DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NAS COMPRAS PÚBLICAS DA PREFEITURA MUNICIPAL DE NATAL/RN NO

CONTEXTO DA PANDEMIA DE COVID-19

Natal, RN 2021

(2)

LUCIANA LAURA GUSMÃO CORDEIRO

Análise da participação das micro e pequenas empresas nas compras públicas da Prefeitura Municipal de Natal/RN no contexto da pandemia de Covid-19

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à coordenação do curso de graduação em Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito para obtenção do título de Bacharel em Administração.

Orientadora: Profa. Dra. Anne Emília Costa Carvalho

Natal, RN 2021

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro Ciências Sociais Aplicadas - CCSA

Cordeiro, Luciana Laura Gusmão.

Análise da participação das micro e pequenas empresas nas compras públicas da prefeitura municipal de natal/rn no contexto da pandemia de covid-19 / Luciana Laura Gusmão Cordeiro. - 2021.

63f.: il.

Monografia (Graduação em Administração) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências Sociais Aplicadas, Departamento de Ciências Administrativas. Natal, RN, 2021.

Orientadora: Profa. Dra. Anne Emília Costa Carvalho.

1. Compras públicas - Monografia. 2. Micro e Pequenas

Empresas - Monografia. 3. Administração Municipal - Monografia.

I. Carvalho, Anne Emília Costa. II. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Título.

RN/UF/Biblioteca CCSA CDU 352 Elaborado por Eliane Leal Duarte - CRB-15/355

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LUCIANA LAURA GUSMÃO CORDEIRO

Análise da participação das micro e pequenas empresas nas compras públicas da Prefeitura Municipal de Natal/RN no contexto da pandemia de Covid-19

Monografia apresentada e aprovada ao Departamento de Administração (UFRN) em 23 de abril de 2021 pela banca examinadora composta dos seguintes membros:

_________________________________________________________

Profa. Dra. Anne Emília Costa Carvalho Orientadora

________________________________________________________________

Prof. Dr. Carlos Alberto Freire Medeiros Examinador

_________________________________________________________

Profa. Dra. Matilde Medeiros de Araújo

Examinadora

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"[...] Você cresce quando dá exemplos, quando é forte de caráter, sustentado por sua formação, sensível por temperamento e humano por natureza. Cresce ajudando seus semelhantes, dando à vida mais do que recebe [...]" - A travessia do caminho, Suzana Carizza.

―Eu sei que o meu trabalho é uma gota no oceano, mas sem ele o oceano seria menor‖. - Madre Teresa de Calcutá.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiro a Deus, pelo dom da vida e por ele ter me guiado em todo o meu aprendizado até aqui, e por ter colocado pessoas maravilhosas em meu caminho.

Agradeço enormemente, a minha orientadora Anne Emília que me ajudou a elaborar um TCC em meio à pandemia, aceitou esse desafio que é a orientação à distância, e embarcou comigo junto me orientando sempre que eu tinha dúvidas, pela persistência e paciência com o meu processo criativo de escrita e elaboração de cada parágrafo deste trabalho acadêmico, a ela meu muitíssimo obrigado por todo o seu tempo e orientação a mim destinados!

À equipe do TCE – RN e a todos os envolvidos, que me ajudaram imensamente na formação da base dados das compras públicas do período a ser analisado por este trabalho.

À minha mãe, minha irmã, meu pai que mesmo estando longe, me deram apoio na minha chegada à faculdade, pelos sacrifícios e esforços a mim por eles concedidos, que me possibilitaram chegar até aqui!

A meu companheiro de coração e jornada, Henrique, por todo o apoio e carinho, pelo suporte e os ensinamentos oferecidos até esse ponto da nossa jornada, que representaram uma sustentação nos momentos mais difíceis e críticos deste meu caminho até o diploma.

Obrigada Mozão!

Aos meus avós (Socorro e Sebastião), minhas tias (Jucélia, Jaqueline e Inêz) e ao meu tio (Jairan) por todo o suporte, acolhimento e carinho que vocês me deram quando eu mais precisei, e por toda a ajuda oferecida até eu chegar onde estou hoje aqui. Obrigada Vó, Obrigada Juju!

As queridas e estimadas professoras Pamela Medeiros, Thelma Pignataro e Telma Elita, minha sincera gratidão e apreço pela sempre constante ajuda em diversos momentos da minha trajetória durante meu percurso na UFRN, mas também pelas palavras e conselhos que elas me deram para me orientar quando eu mais precisava.

A todas as minhas amigas, aos colegas de curso, aos colegas de trabalho, e a todas e todos os mestres, que me ajudaram direta ou indiretamente a chegar até aqui, meu muito obrigado!

Gratidão a todos vocês, pois não teria conseguido chegar aqui sozinha!

(7)

RESUMO

O mundo se deparou em 2020 com uma crise inesperada com o surgimento da pandemia do Coronavírus (COVID-19). Conforme alguns especialistas econômicos avaliam, tais como Roubini (2020) é a ―pior e maior crise que o mundo já vivenciou‖

sendo considerada ―pior que a crise de 1929 e 2008‖. Sabendo que as micro e pequenas empresas representam cerca de 27% do PIB brasileiro (SEBRAE, 2020) podemos ter uma dimensão do grande impacto que os pequenos negócios enfrentaram neste contexto pandêmico e da necessidade de medidas governamentais que facilitem a aquisição de bens e serviços oriundos das pequenas e microempresas. Ainda nesse contexto da pandemia, foram realizadas algumas medidas pelo governo federal para facilitar algumas aquisições públicas no ano de 2020, através de iniciativas como a dispensa de licitação definida na Lei nº 13.979/2020. Portanto, este trabalho tem como finalidade principal, investigar como ocorreram as compras públicas nesse novo cenário e entender como foi a participação dos pequenos negócios. Tomou-se como alvo o caso da Prefeitura Municipal de Natal-RN, para identificar as características da participação de pequenos negócios nas contratações promovidas no contexto da pandemia do Coronavírus (COVID-19) no ano de 2020. Visto que a contratação pública de bens e serviços é um meio importante e comumente usado para redistribuir recursos entre os agentes econômicos e prover apoio às empresas de menor porte (MARION, 2007 apud CABRAL; REIS; SAMPAIO, 2015). A pesquisa se constituiu como uma pesquisa descritiva, na qual se buscou estabelecer algumas relações entres as variáveis definidas para analisar como ocorreram as compras públicas para o caso em estudo. A abordagem escolhida para tratar o problema é de natureza quantitativa, pois busca traduzir em números, notadamente, frequências, porcentagens e médias, as características de participação das MPEs nas compras promovidas pela Prefeitura Municipal de Natal-RN.

Para tanto, foram analisados 700 procedimentos de aquisições e contratações públicas, das quais observou-se que 53% do valor total das compras públicas, estimado em R$

97.512.115,01 foi destinado a 178 contratos com empresas de portes acima de MPEs.

Contudo, as compras de empresas de outros portes representaram apenas 25% do número total de procedimentos de aquisições e contratações. Os outros 75% das aquisições e contratações foram oriundos das MPEs, o que representou 522 compras públicas com pequenos negócios, correspondente a apenas 47% do valor total gasto, estimado monetariamente em R$ 86.245.642,25. Por fim, ao analisarmos as compras públicas de maneira geral, pode-se perceber que tanto nesta pesquisa quanto em trabalhos anteriores revisados, o percentual de MPEs vencedoras dos contratos públicos está abaixo de 50% das compras totais realizadas.

Palavras-chave: Compras públicas. Licitação. Pequenos negócios. Micro e Pequenas

Empresas. Administração Municipal.

(8)

ABSTRACT

The world faced an unexpected crisis in 2020 with the emergence of the Coronavirus pandemic (COVID-19). As some economic experts estimate, such as Roubini (2020) it is the ―worst and biggest crisis that the world has ever experienced‖ being considered

―worse than the crisis of 1929 and 2008‖. Knowing that micro and small companies represent about 27% of the Brazilian GDP (SEBRAE, 2020) we can have a dimension of the great impact that small businesses faced in this pandemic context and the need for government measures to facilitate the acquisition of goods and services from small and micro companies. Still in this context of the pandemic, some measures were taken by the federal government to facilitate some public acquisitions in 2020, through initiatives such as the waiver of bidding defined in Law No. 13,979 / 2020. Therefore, the main purpose of this paper is to investigate how public procurement took place in this new context and to understand how small business participation took place. The case of the Municipality of Natal-RN was targeted, to identify the characteristics of the participation of small businesses in the hiring promoted in the context of the Coronavirus pandemic (COVID-19) in the year 2020. Since the public procurement of goods and services is an important and commonly used means to redistribute resources among economic agents and provide support to smaller companies (MARION, 2007 apud CABRAL; REIS; SAMPAIO, 2015). The research was constituted as a descriptive research, in which it was sought to establish some relations between the defined variables to analyze how the public purchases occurred for the case in study. The approach chosen to address the problem is quantitative in nature, as it seeks to translate into numbers, notably, frequencies, percentages and averages, the characteristics of the participation of MSEs in purchases promoted by the Municipality of Natal-RN. To this end, 700 public procurement and contracting procedures were analyzed, of which it was observed that 53% of the total value of public purchases, estimated at R$

97,512,115.01, was allocated to 178 contracts with companies of larger sizes than MSEs. However, purchases from companies of other sizes represented only 25% of the total number of procurement and contracting procedures. The other 75% of acquisitions and contracts came from MSEs, which represented 522 public purchases with small businesses, corresponding to only 47% of the total amount spent, estimated monetarily at R$ 86,245,642.25. Finally, when analyzing public purchases in general, it can be seen that both in this research and in previous revised works, the percentage of MSEs winning public contracts is below 50% of the total purchases made.

Keywords: Public procurement. Bidding. Small business. Micro-enterprises and Small

Enterprises. Municipal Administration.

(9)

LISTA DE QUADROS

Quadro 01 - Síntese dos estudos empíricos sobre participação de micro e pequenas empresas em compras públicas

27

Quadro 02 – Síntese da estratégia da pesquisa 35

(10)

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 01 - Participação no valor gasto nas aquisições e contratações da Prefeitura Municipal de Natal/RN, no ano de 2020, por porte de empresa

41

Gráfico 02 – Participação do quantitativo de aquisições e contratações no ano de 2020 por porte de empresa

42

Gráfico 03 - Áreas de aquisições e contratações no ano de 2020 por porte de empresa 44 Gráfico 04 - Visão geral dos quantitativos de aquisições e contratações com MPEs,

por área, em 2020

49

Gráfico 05 - Visão geral dos valores de aquisições e contratações com MPEs, por área, em 2020

49

Gráfico 06 - Visão geral dos quantitativos de aquisições e contratações com empresas de outros portes, por área, em 2020

50

Gráfico 07 - Visão geral dos valores de aquisições e contratações com empresas de outros portes, por área, em 2020

51

(11)

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Visão geral de valores de aquisições e contratações por área com todos os portes de empresas

46

Tabela 2 – Visão geral do quantitativo de aquisições e contratações por área com todos os portes de empresas

47

Tabela 3 - Visão geral das aquisições e contratações com MPEs a partir de dispensa de licitação com base na Lei nº 13.979/2020 em 2020

52

Tabela 4 - Visão geral das aquisições e contratações com empresas de outros portes a partir de dispensa de licitação com base na Lei nº 13.979/2020 em 2020

53

Tabela 5 - Visão geral das aquisições e contratações com empresas de acordo com os procedimentos licitatórios em 2020.

53

(12)

LISTA DE SIGLAS

BDTD- Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações CF- Constituição Federal

CAGED – Cadastro Geral de empregados e desempregados CEPAL - Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe CPI - Comissão Parlamentar de Inquérito

COVID- 19 - Coronavírus EPP - Empresa de pequeno porte

ESPIN – Estado de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IPECE- Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará ME - Micro empresa

MPEs- Micro e Pequenas Empresas OMS – Organização Mundial da Saúde

RDC- Regime Diferenciado de Contratações Públicas RN- Rio Grande do Norte

SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas SIAFI - Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal TCE CE- Tribunal de Contas do Estado do Ceará

TCE RN - Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Norte

(13)

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 13

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROBLEMA ... 14

1.2 OBJETIVOS ... 15

1.2.1 Objetivo geral ... 15

1.2.2 Objetivos específicos ... 16

1.3 JUSTIFICATIVA ... 16

1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO ... 17

2 REFERENCIAL TEÓRICO-EMPÍRICO E CONTRIBUIÇÕES DA LITERATURA APLICADA ... 19

2.1 AS COMPRAS PÚBLICAS ... 19

2.1.1 A função de compras na gestão pública ... 20

2.1.2 Legislação aplicável a compras públicas e tratamento diferenciado às MPEs ... 22

2.2 COMPRAS PÚBLICAS NO CONTEXTO DA PANDEMIA DE COVID-19 ... 24

2.3 REVISÃO DA LITERATURA ... 26

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS... 35

3.1 NATUREZA E CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA ... 36

3.2 ABRANGÊNCIA DO ESTUDO E PLANO DE COLETA DE DADOS ... 36

3.3 PLANO DE ANÁLISE DE DADOS ... 37

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 40

4.1 PARTICIPAÇÃO DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS (MPEs) EM AQUISIÇÕES E CONTRATAÇÕES PELA PREFEITURA MUNICIPAL DE NATAL/RN ... 40

4.2 ÁREAS DE ATUAÇÃO DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS (MPEs) EM AQUISIÇÕES E CONTRATAÇÕES PELA PREFEITURA MUNICIPAL DE NATAL/RN ... 43

4.3 ESTRATÉGIAS DE AQUISIÇÃO E CONTRATAÇÃO UTILIZADAS PELA PREFEITURA MUNICIPAL DE NATAL/RN ... 53

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 55

REFERÊNCIAS ... 57

APÊNDICE – Protocolo de revisão da literatura. ... 63

(14)

1 INTRODUÇÃO

O mundo enfrentou em 2020, com a pandemia do novo Coronavírus (COVID-19), conforme alguns especialistas econômicos apontam, tais como Roubini (2020), a ―pior e maior crise que o mundo já vivenciou‖ sendo considerada ―pior que a crise de 1929 e 2008‖.

Por conseguinte, os fatores para a crise imposta pela pandemia de Covid-19, se relacionam com cenários nos quais todas as nações vivenciaram (e vivenciam) uma crise sanitária oriunda da disseminação do vírus e uma crise econômica oriunda do isolamento social em massa.

Em virtude dessa medida de prevenção a propagação do vírus através do isolamento social, algumas empresas tiveram que suspender as suas atividades por um período, ação que gerou impactos na economia dos países como um todo, e o Brasil não ficou fora dessa lista.

Como consequência disso, os pequenos negócios que precisaram fechar nesse período, foram mais brutalmente atingidos pela pandemia se comparados a empresas maiores, conforme os dados divulgados pelo IBGE que apontaram um crescimento no fechamento e até mesmo na falência de empresas nesse período pandêmico.

No Brasil, de acordo com dados do SEBRAE (2020) é estimado que existam cerca de 8,9 milhões de micro e pequenas empresas que fazem a economia do país circular e geram postos de empregos nas cidades. Ainda conforme os dados do SEBRAE e a fala do presidente do Órgão, Luiz Barretto, foram divulgados em notícia que cerca de 27% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro corresponde a movimentação financeira gerada pelas micro e pequenas empresas no Brasil. E se levarmos em conta que o PIB do Brasil em 2019 foi cerca de R$

7,257 trilhões, conforme divulgado pelo IBGE (2020), podemos entender melhor a dimensão que a fatia de mercado gerada pelas micro e pequenas empresas representa em nossa economia. Logo uma crise econômica que as afeta, desencadeia-se por toda a economia do país em um efeito em cadeia, impactando os postos de trabalhos e as famílias que contribuem para o dinheiro circular na economia e gerar riqueza para o país.

Tendo em vista este contexto pandêmico, e levando em conta o cenário atípico que o

mundo todo vivência, o governo federal objetivando facilitar as compras públicas para ações

de combate à pandemia nesse período, criou durante o ano de 2020 alguns dispositivos legais,

consolidados na Lei nº 13.979/2020, que possibilitaram à administração pública, uma maior

flexibilização no processo de compras. Este estudo se propõe a analisar então, como

ocorreram as compras públicas e sua relação com as micro e pequenas empresas (MPEs)

nesse cenário pandêmico.

(15)

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROBLEMA

Atualmente, vivemos um cenário de adaptação às mudanças trazidas com a pandemia de Covid-19, que começou em dezembro de 2019 na China e no Brasil somente teve o primeiro caso registrado no fim de Janeiro de 2020, conforme Boletim divulgado pelo Ministério da Saúde (BBC NEWS, 2020; MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2020).

De acordo com pesquisa do IBGE (2020) denominada ―Pulso Empresa: Impacto da covid-19 nas empresas‖ desde que as empresas tiveram que suspender ou encerrar temporariamente as atividades na primeira quinzena de junho, devido à crise sanitária, cerca de 716.000 empresas fecharam as portas em definitivo. E cerca de 552 mil negócios faliram na primeira quinzena de Junho de 2020. E entre essas empresas que tiveram seus negócios fechados pela pandemia, conforme a pesquisa mostra, cerca de ―518,4 mil (99,2%) eram de pequeno porte (tinham até 49 empregados), 4,1 mil (0,8%) de porte intermediário (de 50 a 499 empregados) e 110 de grande porte (mais de 500 empregados)‖. A partir disso, podemos enxergar o quão grave a pandemia de Covid-19 atingiu as empresas e consequentemente, os empregos com carteiras assinadas dos brasileiros. Essa pesquisa mostrou também que cerca de 50% das empresas que fecharam nesse período eram do setor de serviços, e que 36,7% das empresas atuavam no setor do Comércio, 7,4% atuavam no setor da Construção e 6,4% no setor da Indústria.

Consoante a isso, o SEBRAE realizou uma pesquisa com 6.080 microempreendedores individuais, microempresas e empresas de pequeno porte acerca dos efeitos econômicos causados em virtude da pandemia do novo Coronavírus, e a pesquisa identificou que cerca de 600 mil micro e pequenas empresas fecharam as portas e 9 milhões de funcionários foram demitidos (CNN, 2020).

Conforme aponta Publio (2018, p.18) acerca das ações que o governo pode adotar em um cenário de crise, podemos afirmar que ―diagnosticar os problemas e atuar com mecanismos de ação mais rápido, em benefício da sociedade‖ pode ser um caminho para uma atuação mais estratégica frente a atual conjuntura pautada por mudanças político-econômicas, oriundas da crise sanitária que a pandemia da Covid-19 causou.

Neste contexto, o governo federal realizou a adoção de algumas medidas que visaram

auxiliar as empresas para a manutenção e continuidade destes negócios, visto o impacto que

as pequenas empresas representam na economia, em termos de postos de trabalhos e geração

de riqueza na economia. Dentre estas medidas, podemos citar diversas ações relacionadas a

(16)

medidas financeiras para crédito e empréstimos, medidas fiscais, medidas trabalhistas, medidas para o consumidor, medidas de desburocratização, entre outras (SEBRAE, 2020).

Além dessas medidas acima citadas, o governo federal realizou também a criação de legislações específicas nesse período de contexto pandêmico, voltadas para a seara das compras públicas, visto o presente cenário e a urgência na tratativa de algumas compras que contribuiriam com as ações contra a pandemia, com destaque para a Lei nº 13.979/2020 e suas alterações.

Conforme destacam Lima e Arantes (2013 apud SOUSA, 2017) acerca das compras públicas, estas podem ser utilizadas como ferramenta para estímulo ao mercado local e para o fomento de emprego e renda, alavancando assim o desenvolvimento do país. Nesse mesmo sentido, Marion (2007 apud Cabral; Reis; Sampaio, 2015, p. 478) destaca que ―diante do poder de mercado do setor público, a contratação pública de bens e serviços é um meio importante e comumente usado para redistribuir recursos entre os agentes econômicos‖.

Desta forma, sabendo a dimensão do impacto que as microempresas e empresas de pequeno porte representam na economia brasileira; tendo em vista que estes foram um dos atores bastante afetados neste contexto pandêmico; levando em conta que a Lei Complementar nº 123/2006 objetivou aumentar a participação de micro e pequenas empresas nas compras públicas desde a data da sua publicação; tendo em vista também o atual contexto pandêmico e de alterações das legislações acerca das compras públicas; e diante da possibilidade de acesso a dados de compras públicas do município de Natal-RN, o qual possui um relevante mercado de pequenos negócios no contexto da economia local este trabalho propõe a seguinte questão de pesquisa: quais foram as características da participação de micro e pequenas empresas (MPEs) nas aquisições e contratações promovidas pela Prefeitura Municipal de Natal-RN, no contexto da pandemia de COVID-19, no ano de 2020?

1.2 OBJETIVOS 1.2.1 Objetivo geral

O presente estudo tem como objetivo principal analisar as características da

participação de micro e pequenas empresas (MPEs) nas aquisições e contratações promovidas

pela Prefeitura Municipal de Natal-RN, no contexto da pandemia de COVID-19, no ano de

2020.

(17)

1.2.2 Objetivos específicos

a) Avaliar o nível de participação de micro e pequenas empresas (MPEs) em aquisições e contratações realizadas pela Prefeitura Municipal de Natal/RN, durante a pandemia de COVID-19, no ano de 2020.

b) Mapear as principais áreas de atuação de micro e pequenas empresas (MPEs) em aquisições e contratações realizadas pela Prefeitura Municipal de Natal/RN, durante a pandemia de COVID-19, no ano de 2020.

c) Identificar as estratégias de aquisição e contratação utilizadas pela Prefeitura Municipal de Natal-RN, durante a pandemia de COVID-19, no ano de 2020, e sua relação com a participação de micro e pequenas empresas (MPEs).

1.3 JUSTIFICATIVA

As microempresas e empresas de pequeno porte (MPEs) são de grande importância para o crescimento brasileiro e isso reside no fato de que os pequenos negócios possuem grande potencial de geração de emprego e renda, contribuindo para o desenvolvimento da economia nacional (SOUZA, 2016).

E no Brasil há evidências de que as compras governamentais representam uma média de 13,8% do PIB, dos quais o nível federal é responsável por 7,9% (ou seja, 57,2% do total), enquanto estados e municípios respondem por 5,9% (42,8% do total) (RIBEIRO; INÁCIO JR, 2014).

Além disso, no cenário pandêmico que vivenciamos, faz-se necessário cada vez mais buscar formas de ajudar os pequenos negócios a se manterem ativos para haver empregos formais mantidos, visto que as micro e pequenas empresas representam cerca de 27% do PIB Brasileiro (SEBRAE, 2020). Principalmente, em um momento delicado como esse no qual os donos de pequenos negócios locais passam por um momento de adaptabilidade a novos cenários, é crucial que existam caminhos que os possibilite a enfrentar a crise da Covid-19.

Dessa forma, conforme nos apontam Cabral, Reis e Sampaio (2015) as micro e

pequenas empresas (MPEs), em virtude do seu pequeno porte, têm menores condições de

adquirir recursos e desenvolver competências em relação a empresa maiores, e por esta razão,

o seu escopo de atuação torna-se mais reduzido se comparado às grandes empresas que

disputam as licitações, tendo em vista que ―quanto maiores os montantes financeiros

(18)

envolvidos, menores as chances de as MPE participarem de processos de compras públicas‖

(CABRAL; REIS; SAMPAIO, 2015, p. 480). Por esta razão a chance das micro e pequenas empresas mitigarem o efeito das assimetrias existentes em relação às empresas maiores, são menores, mesmo sob a égide de programas de referência.

Levando em conta essas peculiaridades das MPE nos processos licitatórios, que Cabral, Reis e Sampaio (2015) nos apresentam, conforme exposto no parágrafo anterior, é mister avaliar como ocorrem os processos licitatórios, levando em conta não tão somente a Lei Complementar nº 123/2006 como instrumento legislativo norteador, mas também acrescentando em nosso contexto, as atuais legislações acerca das compras públicas conforme dispõem a Lei nº 13.979/2020 e suas alterações, para investigar como tem se comportado a participação das MPEs no novo contexto.

Além disso, essas alterações legislativas que possibilitavam que os órgãos públicos realizassem as aquisições de empresas com a dispensa de licitação e considerando as informações divulgadas em Janeiro de 2020 pela Receita Federal onde foi apontado um expressivo aumento na criação de novas empresas criadas no Estado do Rio Grande do Norte, totalizando um placar de 19.485 novas empresas entre os anos de 2018 e de 2019, onde 65%

dessas mais de 19 mil empresas concentram-se principalmente na Grande Natal (Natal e Parnamirim), optou-se por realizar esta análise das características das compras municipais no referido estado, tomando como base a prefeitura da capital Natal, cidade metropolitana a qual ainda conforme essa mesma divulgação da Receita Federal, foi apontado que este município possuía até Janeiro de 2020 mais de 66 mil pequenas empresas registradas até o momento (AGÊNCIA SEBRAE RN, 2020).

Por fim, o estudo ainda colabora com a literatura aplicada da área que vem abordando questões relativas à participação das MPEs nas compras governamentais, conforme descrito na revisão da literatura desenvolvida na presente pesquisa.

1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO

O presente estudo apresenta-se estruturado pelo capítulo introdutório que abrange a

seção do contexto no qual esta pesquisa está inserida para proporcionar ao leitor um retrato

histórico do cenário ao qual está sendo analisado, bem como quais são os objetivos deste

estudo, explicando o que será buscado analisar a partir desta pesquisa acadêmica, além

(19)

também da seção da justificativa deste trabalho, destacando a sua importância para as próximas pesquisas e a relevância deste estudo para as empresas e sociedade em geral.

Após a justificativa, tem-se a seção de estrutura do trabalho, onde é explicado como foi elaborado a estrutura da pesquisa, tendo como seção posterior o referencial teórico- empírico onde serão discutidos alguns conceitos centrais importantes para a construção científica do conhecimento do leitor, para compreender de maneira clara e objetiva quais pontos serão discutidos ao final deste trabalho nos resultados.

É evidenciado após o referencial teórico, quais métodos e técnicas de pesquisa foram utilizados na seção intitulada procedimentos metodológicos, onde são detalhadas todas as características da pesquisa, o plano de coleta de dados e das análises que foram realizadas. Em seguida, é apresentada a seção resultados e discussão, na qual se expõem quais resultados foram encontrados na pesquisa, quais pontos foram destacados e quais indagações ficaram.

Por fim, temos a seção de considerações finais, onde é mostrado se os objetivos

estabelecidos no início da pesquisa foram alcançados e de que forma a questão inicial da

pesquisa foi respondida, além é claro de deixar quais são as possíveis lacunas que pesquisas

acadêmicas futuras podem buscar em estudos futuros. Ao fim, temos a seção referências e

apêndice onde se destinam, respectivamente a referenciar os autores citados no trabalho e

apresentar conteúdos criados para a realização desta pesquisa, como por exemplo, o protocolo

de pesquisa utilizado.

(20)

2 REFERENCIAL TEÓRICO-EMPÍRICO E CONTRIBUIÇÕES DA LITERATURA APLICADA

2.1 AS COMPRAS PÚBLICAS

O termo ―compras públicas‖, conforme definem Baily et al (2000) citados por Costa e Terra (2019, p. 12), pode ser entendido como ―procedimentos que englobam desde a definição do item a ser adquirido, passando pela seleção dos fornecedores, até a finalização da relação e o pagamento‖.

Consoante isso, devemos ter em mente inicialmente que estamos trabalhando em um contexto diferenciado da administração privada, e por tal razão, temos além de legislação específica que orienta critérios que devem ser adotados no processo de compras na gestão pública, conforme nos aponta Murray (1999) citado por Almeida et al. (2018, p.119): quando ela fala que ―as estratégias de compras tradicionais do setor privado não são suficientes para as necessidades do setor público‖, temos também critérios e fatores que devemos levar em consideração na hora de efetuar a compra pública.

As compras públicas realizadas pela administração pública no Brasil tomavam como base o artigo 37, inciso XXI, da nossa Constituição Federal.

[...] serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações. (BRASIL, 1988).

No entanto, mesmo com a promulgação da Constituição Federal de 1988, no artigo 37, que instituía a ―obrigatoriedade da realização de licitação pública para a contratação de obras, serviços, compras e alienações, como forma de assegurar a igualdade de condições a todos os licitantes‖ (BRASIL, 1988), ocorreram desdobramentos que ocasionaram uma mudança no contexto legislativo das compras públicas, tais como as denúncias que de acordo com Fernandes (2014), conforme citado por Chaves (2016, p.52): ―na época culminaram na instauração da Comissão Parlamentar de Inquérito das Obras Públicas (CPI Obras Públicas) em 25 de abril de 1991‖.

Como resposta a essas denúncias realizadas no ano de 1991, e que passaram pela

Comissão Parlamentar de Inquérito das Obras Públicas (CPI Obras Públicas), no ano de 1993

(21)

foi promulgada então uma nova lei que visava definir melhor a realização das compras públicas, sendo esta a Lei nº 8.666, que ficou conhecida depois como a lei de licitações.

Com a publicação da Lei nº 8.666/1993, a administração pública pôde então, passar a gerenciar os processos de compras públicas de maneira diferente dos processos que eram realizados anteriormente, conforme corrobora Fernandes (2014, p. 12) ao falar sobre as implicações que ocorreram a partir disso ―Isso implicou em maior discricionariedade dos órgãos para a condução dos procedimentos de compras e contratação‖. Frente a esse cenário, podemos entender que a Lei nº 8.666/1993, serviu como um marco legal que contribuiu para um maior detalhamento nos processos de contratações e aquisições públicas.

2.1.1 A função de compras na gestão pública

Kiser (1976) afirma que quando trabalhamos com a função de compras devemos ter em conta as atribuições que isso implica para ―gerar soluções alternativas para problemas de aquisição, proteger a estrutura de custos da empresa, minimizar os custos de compras, assegurar suprimentos de longo alcance e manter boas relações com os fornecedores.‖ (apud Almeida, 2019, pg.119).

De maneira contrária, a essa visão das compras públicas como uma função mais de longo prazo na administração pública, Carter e Narasimhan (1996) conforme citado por Almeida (2019, p. 13) falavam que os gestores das compras públicas deviam abranger suas visões para ―concentrar-se principalmente em questões de curto prazo, em oposição a uma ideal visão de longo prazo integrada com o ciclo de desenvolvimento de produtos e processos‖. E com isso, os autores tentaram mostrar que a função de compras na administração pública, de maneira análoga, a administração de empresas, estava ligada aos processos que ocorriam no curto prazo principalmente, tendo as informações trocadas e intercambiadas com todos os outros setores da organização.

A respeito desses fatores a considerar, Santana (2015) nos apresenta alguns destes fatores que devem ser levados em conta no momento das aquisições públicas, tais como:

―fatores como tempo, economicidade e a qualidade do objeto adquirido ou a ser adquirido‖

(apud COSTA; TERRA, 2019, p.12).

Ainda sobre os fatores, Fenili (2016) acrescenta que devemos ter como um dos fatores

a considerar na hora das compras públicas ―adiciona-se aqui a celeridade do rito como outro

fator que deve ser considerado‖ também junto a todos os outros fatores.

(22)

Terra (2016) ainda complementa que nas compras públicas devemos considerar, além dos atributos comuns, uma visão mais estratégica. O autor usa para isso duas classificações para explicar melhor sua ideia sobre estratégia nas compras públicas, que incluem ―Atributos considerados‖ e ―Aspectos estratégicos‖. Os ―Atributos considerados‖ incluem ―a celeridade do rito de compra, a qualidade do objeto adquirido e o preço econômico‖, já o que ele chama de ―Aspectos estratégicos‖ contém:

uso do poder de compra do Estado, integração para os objetivos estatais (desenvolvimento local, distribuição de renda, meio ambiente, aspectos sociais, entre outros), colaboração para desenvolvimento nacional sustentável (compras sustentáveis); incentivo ao fomento de inovações e desenvolvimento tecnológico, oportunidades para o fomento à competitividade, influência da cadeia de fornecimento; e contribuição para o desenvolvimento. (TERRA, 2016, p.118)

Já Paulraj e Chen (2007) conforme citado por SOULÉ (2015, p. 05 e 06) trazem em suas pesquisas sobre a função de compras uma visão diferenciada, onde ela deixa de ser o que o chama de ―função de apoio‖ e passa a desempenhar um papel mais estratégico, onde necessitará mais estar ―envolvido no processo de planejamento estratégico organizacional‖

para com isso ter uma atuação estratégica das compras. Nesse ponto, os autores constataram que ―o uso de iniciativas estratégicas (tais como orientação de longo prazo, parcerias Inter organizacionais e integração com fornecedores)‖ tem um efeito positivo no desempenho de quem compra e quem fornece e podem auxiliar no processo.

No Brasil as ações de compras governamentais são pautadas nos termos do artigo 37 da constituição e principalmente mas não só, nos termos da Lei nº 8.666/1993, que em seu artigo 6º, incisos III, VII, VIII, nos apresenta a definição de compra no setor público, como sendo ―toda aquisição remunerada de bens para fornecimento de uma só vez ou parceladamente‖ e que a execução dessa compra pode ser realizado de forma ―direta‖ ou

―indireta, sendo a maneira direta realizada ―pelos órgãos e entidades da Administração, pelos próprios meios‖ e a maneira indireta sendo realizada ―por terceiros no regime de: empreitada por preço global, empreitada por preço unitário, tarefa ou empreitada integral‖

(BRASIL,1993).

Além disso, temos os princípios constitucionais previstos na Constituição Federal de

1988 em seu artigo 37, como: ―legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade,

eficiência e a obrigatoriedade de um instrumento licitatório nas contratações públicas‖, além

das próprias orientações sobre como deve ser esse processo licitatório (BRASIL, 1988)

(23)

Acerca dos princípios, Terra (2016, p. 32) acrescenta que se deve ter a ―observância do princípio constitucional da isonomia‖ para ―a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável‖. Motta (2005, p. 6) discorre sobre os princípios propostos no artigo 37 da constituição, afirmando que ―a obrigatoriedade da licitação como antecedente dos contratos com a Administração, explícita no art. 2º da Lei 8.666/93, é expressão do princípio da moralidade‖. (apud ACUNHA, 2009)

A função de compras na gestão pública, então, irá desempenhar um papel crucial para a aquisição dos bens, observando todos os critérios legais e princípios que a legislação brasileira apresenta em seu ordenamento jurídico. Portanto, quando se fala de compras públicas, é essencial conhecer o conceito envolvido nesse processo, pois por trata-se de um processo de aquisição em organizações públicas, as suas ações devem estar então pautadas nas legislações específicas vigentes.

2.1.2 Legislação aplicável a compras públicas e tratamento diferenciado às MPEs

Hodiernamente, os processos de aquisições e contratações públicas, consoante a Chaves (2016, p. 18), são marcados por ―uma ampla e detalhada regulamentação‖ que vigora em todos estes processos de aquisições e contratações públicas, objetivando ―garantir maior controle acerca do gasto público‖ ao qual o órgão público passa a pautar-se ―nos princípios constitucionais como forma de possibilitar a redução dos custos e obter maior eficiência para o processo‖.

Acerca disso, temos no Brasil, um arcabouço legislativo para nortear o processo de compras públicas e garantir iniciativas estratégicas, como é o caso da tratativa sobre a igualdade de todos os concorrentes do processo licitatório, que preza o artigo 37 da constituição federal.

Nesse contexto, considerando entre os objetivos da licitação a isonomia e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável, a estruturação do tratamento diferenciado ofertado às microempresas e empresas de pequeno porte se reveste de importância estratégica.

Historicamente, as MPEs são mais sensíveis a fatores econômicos, pois estas são

dependentes dos fatores envolvidos no círculo virtuoso da economia e do crescimento da

economia nacional, e por tal razão, a sobrevivências das MPEs é afetada tão rapidamente

conforme as oscilações dos fatores econômicos e políticas que o país está inserido e enfrenta.

(24)

De acordo com Silva (2014) isso ocorre, pois as MPEs estão na ―franja‖ da economia, ou seja, dependem do resultado das grandes empresas e do sistema econômico como um todo.

Ainda conforme Silva (2014, p. 8) a maior vantagem de uma pequena empresa é a

―sua capacidade de mudança e adaptação de produtos e processos às demandas de mercado, pois sua estrutura física e de capital humano é de baixa complexidade em relação às grandes empresas, caracterizadas por grandes plantas produtivas e altos investimentos em pessoal e equipamentos‖. Portanto, podemos entender que mesmo as MPEs sendo mais sensíveis aos fatores econômicos do país, elas possuem uma capacidade maior de adaptação.

Essa adaptação pode ainda ser melhor se existirem dispositivos que fortaleçam a sua sobrevivência, como os dispositivos presentes na nossa legislação que oferecem tratamento diferenciado para as MPEs, como ocorre através da Lei Complementar nº 123/2006 que buscou abrir novas oportunidades paras as MPEs, visto que documentadamente, como mostram as pesquisas, no que tange à participação dos pequenos negócios nas compras públicas, comparada aos grandes negócios, são bem menores. Nesse ponto, como medida para ampliar o acesso aos pequenos negócios, tivemos em 14 de dezembro 2006 a criação da Lei Complementar nº 123/2006, que instituiu o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte e que tentou trazer consigo caminhos para dar oportunidades aos pequenos negócios.

Para efeitos da Lei Geral das MPEs, para ser considerada como microempresa, a empresa precisa ter o total da receita anual gerada é igual ou inferior a R$ 360.000,00, e as empresas de pequeno porte são definidas como empresas contribuintes cuja receita anual total

ultrapassa R$ 360.000,00 e é igual ou inferior a R$ 4.800.000,00 (BRASIL, 2006).

Com isso, Lei Complementar nº 123/2006, alterada pela Lei Complementar nº 147/2014, delimitou o tratamento diferenciado às MPEs, conforme segue:

Art. 47. Nas contratações públicas da administração direta e indireta, autárquica e fundacional, federal, estadual e municipal, deverá ser concedido tratamento diferenciado e simplificado para as microempresas e empresas de pequeno porte objetivando a promoção do desenvolvimento econômico e social no âmbito municipal e regional, a ampliação da eficiência das políticas públicas e o incentivo à inovação tecnológica.

Parágrafo único. No que diz respeito às compras públicas, enquanto não sobrevier legislação estadual, municipal ou regulamento específico de cada órgão mais favorável à microempresa e empresa de pequeno porte, aplica-se a legislação federal.

Art. 48. Para o cumprimento do disposto no art. 47 desta Lei Complementar, a administração pública:

I - deverá realizar processo licitatório destinado exclusivamente à participação de microempresas e empresas de pequeno porte nos itens de contratação cujo valor seja de até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais);

(25)

II - poderá, em relação aos processos licitatórios destinados à aquisição de obras e serviços, exigir dos licitantes a subcontratação de microempresa ou empresa de pequeno porte;

III - deverá estabelecer, em certames para aquisição de bens de natureza divisível, cota de até 25% (vinte e cinco por cento) do objeto para a contratação de microempresas e empresas de pequeno porte. (BRASIL, 2006)

Cabe esclarecer que a ―Lei Complementar nº 147/2014, ao alterar dispositivos da Lei Complementar nº 123/2006, suscitou uma profunda modificação da dinâmica das compras públicas, ao acentuar o tratamento diferenciado conferido às micro e pequenas empresas‖

(FENILI, 2016).

2.2 COMPRAS PÚBLICAS NO CONTEXTO DA PANDEMIA DE COVID-19

Tendo em vista a situação pandêmica declarada pela OMS (Organização Mundial de Saúde), e a orientação dada que os países tomassem medidas cabíveis para o enfrentamento deste momento, o governo brasileiro publicou o decreto de calamidade pública, que permitiu que ações mais específicas fossem adotadas.

Dentre essas ações, tivemos as alterações legais na lei de contratações dos órgãos públicos nos processos licitatórios, em virtude do caráter de urgência das compras de equipamentos e medicamentos para atender as demandas de saúde causadas pela COVID-19, como a criação da Lei nº 13.979/2020. Porém, inicialmente, essa lei somente orientava acerca de aquisições e contratações na área da saúde.

Nesse sentido, o governo publicou a Medida Provisória nº 926/2020, no mês de março, que ampliou a abrangência dos procedimentos simplificados, adotando a dispensa de licitação para ―aquisição de bens, serviços, inclusive de engenharia, e insumos destinados ao enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus de que trata esta Lei‖ (BRASIL, 2020), ou seja, sem a limitação para a área da saúde.

Posteriormente, ainda foi aprovada a Lei nº 14.035/2020 que realizou nova alteração na Lei nº 13.979/2020, incluindo as contrações e adicionando dispositivos quanto aos procedimentos a serem observados, com destaque para:

Art. 4º É dispensável a licitação para aquisição ou contratação de bens, serviços, inclusive de engenharia, e insumos destinados ao enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional de que trata esta Lei.

§ 1º A dispensa de licitação a que se refere o caput deste artigo é temporária e aplica-se apenas enquanto perdurar a emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus.

(26)

§ 2º Todas as aquisições ou contratações realizadas com base nesta Lei serão disponibilizadas, no prazo máximo de 5 (cinco) dias úteis, contado da realização do ato, em site oficial específico na internet, observados, no que couber, os requisitos previstos no § 3º do art. 8º da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 , com o nome do contratado, o número de sua inscrição na Secretaria da Receita Federal do Brasil, o prazo contratual, o valor e o respectivo processo de aquisição ou contratação, além das seguintes informações:

[...]

§ 3º Na situação excepcional de, comprovadamente, haver uma única fornecedora do bem ou prestadora do serviço, será possível a sua contratação, independentemente da existência de sanção de impedimento ou de suspensão de contratar com o poder público.

§ 3º-A. No caso de que trata o § 3º deste artigo, é obrigatória a prestação de garantia nas modalidades previstas no art. 56 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993 , que não poderá exceder a 10% (dez por cento) do valor do contrato.

§ 4º Na hipótese de dispensa de licitação a que se refere o caput deste artigo, quando se tratar de compra ou de contratação por mais de um órgão ou entidade, poderá ser utilizado o sistema de registro de preços, previsto no inciso II do caput do art. 15 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993.

[...]

Art. 4º-A. A aquisição ou contratação de bens e serviços, inclusive de engenharia, a que se refere o caput do art. 4º desta Lei, não se restringe a equipamentos novos, desde que o fornecedor se responsabilize pelas plenas condições de uso e de funcionamento do objeto contratado.

Art. 4º-B. Nas dispensas de licitação decorrentes do disposto nesta Lei, presumem- se comprovadas as condições de:

I – ocorrência de situação de emergência;

II – necessidade de pronto atendimento da situação de emergência;

III – existência de risco à segurança de pessoas, de obras, de prestação de serviços, de equipamentos e de outros bens, públicos ou particulares; e

IV – limitação da contratação à parcela necessária ao atendimento da situação de emergência.

Art. 4º-C. Para a aquisição ou contratação de bens, serviços, inclusive de engenharia, e insumos necessários ao enfrentamento da emergência de saúde pública de que trata esta Lei, não será exigida a elaboração de estudos preliminares quando se tratar de bens e de serviços comuns.

Art. 4º-D. O gerenciamento de riscos da contratação somente será exigível durante a gestão do contrato.

Art. 4º-E. Nas aquisições ou contratações de bens, serviços e insumos necessários ao enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional de que trata esta Lei, será admitida a apresentação de termo de referência simplificado ou de projeto básico simplificado.

[...]

Art. 4º-F. Na hipótese de haver restrição de fornecedores ou de prestadores de serviço, a autoridade competente, excepcionalmente e mediante justificativa, poderá dispensar a apresentação de documentação relativa à regularidade fiscal ou, ainda, o cumprimento de 1 (um) ou mais requisitos de habilitação, ressalvados a exigência de apresentação de prova de regularidade trabalhista e o cumprimento do disposto no inciso XXXIII do caput do art. 7º da Constituição Federal . [...] (BRASIL, 2020).

Por fim, a Lei nº 13.979/2020 também foi alterada pela Lei nº 14.065/2020 que

autorizou pagamentos antecipados nas licitações e nos contratos realizados no âmbito da

administração pública, adequou os limites de dispensa de licitação e ampliou o uso do Regime

Diferenciado de Contratações Públicas (RDC) durante o estado de calamidade pública

reconhecido pelo Decreto Legislativo nº 6, de 20 de março de 2020. Importante destacar que,

(27)

nesse último caso, o regramento estabelecido se aplica a quaisquer aquisições e contratações durante o período da pandemia e não apenas as que se destinam ao enfrentamento da situação pandêmica.

2.3 REVISÃO DA LITERATURA

Para a revisão da literatura empírica, adotou-se o protocolo de pesquisa que consta no Apêndice, por meio do qual foram identificadas 13 obras acadêmicas publicadas nas bases de pesquisas estipuladas no referido protocolo, as quais abordavam a temática proposta nesta pesquisa, ou seja, a análise da participação em compras públicas por micro e pequenas empresas.

Os estudos selecionados seguindo os critérios de busca e inclusão que constam no apêndice foram publicados entre os anos de 2009 e 2019, sendo 2 destes trabalhos, artigos publicados em periódicos acadêmicos. E os outros 11 trabalhos encontrados foram dissertações acadêmicas de mestrado disponíveis na Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD).

Sobre a origem dos trabalhos analisados, 6 são oriundos de universidades da região Nordeste, 3 são oriundos de universidades da região Sudeste e 4 são oriundos de universidades da região Centro-oeste. O Quadro 01 sistematiza as principais informações acerca dos estudos selecionados.

Analisaram-se nos trabalhos fatores como as legislações aplicadas às compras públicas e ao tratamento diferenciado a microempresas e empresas de pequeno porte, no Brasil e em outros países, além da caracterização sobre o que são esses pequenos negócios.

As obras buscaram como objetivo matriz, analisar fatores e condições nas quais são

realizadas as compras públicas que têm a participação das micro e pequenas empresas, para

avaliar se as alterações legislativas promovidas pela Lei Complementar nº 123/2006 e pela

Lei Complementar 147/2014 tiveram efeitos impactantes como o aumento da participação ou

o próprio favorecimento de micro e pequenas empresas nas contratações públicas. Além

disso, os estudos também procuraram discutir efeitos do tratamento diferenciado a MPEs no

desenvolvimento regional sustentável, na adequação das MPEs às exigências para atuação nas

compras governamentais e no próprio desempenho das compras públicas quanto a objetivos

como economicidade e competitividade.

(28)

A presente pesquisa se alinha aos objetivos dos estudos anteriores notadamente no que se refere às caraterísticas da participação de MPEs nas contratações promovidas pela Prefeitura Municipal de Natal-RN, incluindo-se o contexto da pandemia de COVID-19.

Quadro 01 – Síntese dos estudos empíricos sobre participação de micro e pequenas empresas em compras públicas.

Autores (Ano) /

Origem Objetivo Abrangência Métodos de

análise

Principais resultados

Cerino (2009) / Dissertação -

UFRGS

Demonstrar que as contratações do

Poder Público efetuadas com às Micro e Empresas de Pequeno Porte, poderão interferir na economia dos

Municípios e no estado de Roraima e propor requisitos necessários para o desenvolvimento

de estratégias utilizando-se o poder de compra como instrumento

de desenvolvimento e

qualificação de fornecedores de micro e pequenas

empresas.

Das 8.335 empresas existentes no estado de

Roraima, foram pesquisadas 60 empresas, validados 55, representando uma

amostra de 0,7% de universo.

Estatística descritiva e teste de

hipótese "qui- quadrado".

Verificou-se que não existe uma

política de incentivos para que

as compras sejam feitas localmente.

Poucas MPEs participam das vendas para órgãos públicos. Quanto à dinâmica interna

das compras governamentais,

apurou-se um elevado desconhecimento

por parte dos gestores públicos sobre a importância

e o papel que as MPEs exercem na

economia do estado. Despreparo

dos empresários sobre o tema

"Compras Públicas" e o que a

empresa precisa para participar das

licitações.

Braga (2010) / Dissertação - UFC

Identificar os ajustes que as micro e pequenas empresas tiveram que implementar

para expandir suas vendas aos órgãos

públicos, a partir do surgimento e implantação da Lei

Complementar 123/06.

114 micro e pequenas empresas

fornecedoras do Estado do Ceará, dos

certames eletrônicos de 2008 do BNB,

TRECE e UFC.

Análise exploratória de

dados, análise confirmatória de dados e análise de

conteúdo.

Os resultados demonstram a evolução da participação das micro e pequenas

empresas em 294% (duzentos e

noventa e quatro por cento), como fornecedoras de órgãos públicos, e

mostram que não houve dificuldades encontradas pelas micro e pequenas empresas do Estado

do Ceará em atender

(29)

Autores (Ano) /

Origem Objetivo Abrangência Métodos de

análise

Principais resultados aos requisitos da Lei Complementar

123/06.

Cabral, Reis e Sampaio (2015) / Artigo - Revista de

Administração RAUSP

Analisar os condicionantes da

participação e do sucesso de micro e pequenas

empresas em compras públicas a

partir de alterações na

legislação, favorecendo tais

grupos.

542 contratos e um conjunto de 305 pregões eletrônicos, realizados

pelo Centro de Pesquisa Gonçalo Moniz (CPqGM/Fiocruz/BA),

no período 2005 a 2011.

Modelo de regressão de escolha dicotômica

Probit.

As mudanças institucionais, promovidas por

uma nova regulamentação,

contribuíram significativamente para o aumento na participação de

MPE nos processos de licitações do órgão pesquisado, porém

não alteraram a probabilidade de

êxito dessas empresas nos certames públicos.

Ulliana (2015) / Dissertação -

UNIFESP

Investigar como esse tratamento

jurídico diferenciado e

privilegiado legalmente concedido às MPEs ocorre nas compras públicas do município paulista de Osasco,

bem como investigar a participação das pequenas empresas locais nos certames

licitatórios.

100 (cem) MPEs, sediadas no município

de Osasco.

Por meio de entrevistas realizadas

por telefone com proprietários ou gestores das MPEs, sediadas em Osasco

em 2015.

Análise documental.

Resultados fornecem indícios

valiosos da baixa participação das

MPEs nas licitações da Prefeitura de

Osasco, especialmente

quando comparados com outros municípios

paulistas com algumas características semelhantes, como

o número de empresas ativas,

que vêm alcançando uma maior participação das MPEs em suas

licitações.

Brandão (2016) / Dissertação -

UFRN

Identificar aspectos positivos e negativos referente

a economicidade, celeridade, competitividade isonômica perante

os benefícios concedidos pelo

estatuto das microempresas e

empresas de pequeno porte e cancelamento de

35 pregões eletrônicos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sertão

Pernambucano referentes ao ano de

2014.

Estatística descritiva.

Foi identificado que Microempresas

e Empresas de Pequeno Porte representaram uma maior porcentagem

do valor total homologado nos pregões eletrônicos quando comparado

a outros enquadramentos

empresariais.

Entretanto, as

(30)

Autores (Ano) /

Origem Objetivo Abrangência Métodos de

análise

Principais resultados itens nas

contratações públicas advindas

dos processos licitatórios na modalidade pregão, na forma

eletrônica, no Instituto Federal de

Educação, Ciência e Tecnologia do

Sertão Pernambucano, no

exercício financeiro de 2014.

pequenas empresas da Região do

Sertão de Pernambuco foram

as que tiveram a menor participação

nos resultados do valor total homologado.

Chaves (2016) / Dissertação - UNB

Avaliar os efeitos sobre as micro e pequenas empresas

(MPE) do uso do poder de compras governamentais para aquisição de bens voltados ao atendimento dos sistemas de ensino,

por meio de um estudo de caso do Registro de Preços

Nacional (RPN).

53 pregões eletrônicos para registro de preços

pelo FNDE, direcionados para a

aquisição de 26 produtos diferentes relacionados com a execução de 8 ações distintas, no período

de 2010 a 2015.

Análise documental e

estatística descritiva.

Constata-se que apesar da previsão

legal de incentivo às MPE,

e do interesse das empresas em participarem dos

processos licitatórios, as MPE vencedoras representam menos

de 5% do total de valores registrados.

Pino (2016) / Dissertação -

UFRN

Verificar se as compras realizadas

pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte,

na modalidade Pregão Eletrônico, a partir do disposto na LC 123/ 2006,

influenciaram o fortalecimento econômico do município de Natal

na percepção dos micro e pequenos empresários locais.

Atas de pregões eletrônicos processados pela UFRN em 2015 e

aplicados questionários aos representantes de MEPP localizadas no

município de Natal, vencedores de tais

licitações.

Análise documental.

Identificou-se que 28% do valor dos itens licitados foi adjudicado para MEPP de Natal, que a UFRN como

cliente ajudou às empresas a aumentarem o

número de empregados ou

diminuir as demissões.

França (2017) / Dissertação - UFG

Analisar os fatores determinantes da

eficiência do Pregão Eletrônico

sob os atributos Celeridade e Economicidade.

3.310 licitações realizadas pelo Estado

de Goiás do ano de 2012 a 2016, na modalidade Pregão

Eletrônico.

Análise descritiva, análise uni variada como correlação de

X2 e a correlação de Pearson, e

análise multivariada como

Análise de Correspondência Múltipla – MCA e

Análise Hierárquica de Cluster – HCA.

Os resultados demonstram que

são fatores determinantes da

eficiência do Pregão Eletrônico os seguintes: a) da

natureza de despesa, consumo ou permanente; b) quantidade de itens no processo; c)

licitações

(31)

Autores (Ano) /

Origem Objetivo Abrangência Métodos de

análise

Principais resultados exclusivas para microempresas – ME e empresas de

pequeno porte – EPP; d) o porte da empresa vencedora da licitação, ME e EPP ou demais; e)

a organização administrativa, Administração Direta ou Indireta;

f) ano eleitoral municipal e estadual/federal; g)

vulto da despesa pretendida.

Sousa (2017) / Dissertação - UFPB

Avaliar o efeito das alterações no

Estatuto das Microempresas e

Empresas de Pequeno Porte

(EMPE) promovidas pela Lei Complementar no 147, que entrou em vigor em 07 de agosto de 2014, particularmente sobre a reserva de

mercado para microempresas e

empresas de pequeno porte (ME/EPP) nas aquisições públicas

no Brasil.

7,26 milhões de itens licitados pela esfera federal entre 2013 e

2015.

Regression Discontinuity Design – RDD,

tipo sharp.

Os resultados indicam um aumento da reserva

de mercado atribuíveis às mudanças no Estatuto das Microempresas e

Empresas de Pequeno Porte, com um aumento

superior a 14%

referente às licitações exclusivas para ME/EPP e 10% de

ME/EPP vencedoras de

licitação, comparando os períodos anterior e

posterior à mudança do Estatuto (2013 -

2015).

Chaves, Bertassi e Silva (2018) / Artigo - Revista de empreendedorismo

e Gestão de Pequenas Empresas

Analisar a influência das MPEs locais e regionais nos

certames licitatórios de uma

universidade pública mineira, no

período de 2015 a 2017.

Dentre os 294 pregões eletrônicos publicados

pela instituição pesquisada, entre 2015

e 2017, foram selecionados 161

certames que apresentavam as

seguintes características: a) tinham como objeto

material ou serviço comum para suprir necessidades de algum

dos campi do município sede da

Estatística descritiva.

Os resultados da pesquisa indicam que, apesar da

ocorrência de aumento significativo do número de MPE contratadas com a

administração pública, as locais

representavam menos de 1% do total de compras da

organização pública investigada.

(32)

Autores (Ano) /

Origem Objetivo Abrangência Métodos de

análise

Principais resultados universidade; e b)

continham algum item homologado para ME ou EPP, validando-se,

desta forma, a amostra.

Marcelino (2018) / Dissertação (UFPE)

Avaliar os impactos da Lei

Complementar 123/2006 sobre as

aquisições de um hospital universitário.

Informações referentes a licitações ocorridas no período de março de 2016 a fevereiro de

2017 e contratações realizadas entre julho

de 2016 e junho de 2017.

Análise documental e

estatística descritiva.

Os resultados demonstraram que

a restrição à competitividade

derivada da licitação exclusiva e da cota provocou

um aumento significativo dos

recursos financeiros despendidos e elevou o número de itens fracassados. A economia na cota principal foi 49%

maior que na cota reservada e em termos monetários houve um aumento

de R$355.614,75 no custo dos

mesmos materiais/produtos com a participação

restrita. Além disso, o percentual

dos itens aceitos com preço acima do estabelecido como referência foi

cinco vezes maior na cota reservada.

Por outro lado, na fase de execução dos contratos, as

empresas beneficiadas apresentaram um

desempenho superior às grandes

empresas.

Publio (2018) / Dissertação - UFC

Analisar os impactos das políticas de favorecimento de

ME e EPP nas compras públicas

para o desenvolvimento

sustentável.

184 municípios do estado do Ceará entre

2010 e 2016.

Estatística descritiva, dados em painel, clusters e regressão entre as

variáveis.

Os resultados da pesquisa evidenciaram que

as compras públicas apresentam um

desempenho diferenciado e

superior nos municípios que

(33)

Autores (Ano) /

Origem Objetivo Abrangência Métodos de

análise

Principais resultados implementaram a

política de favorecimento de

ME e EPP, através da Lei

Geral e que existe uma relação de significância entre

a quantidade de ME e EPP contratadas

nas compras públicas municipais

e os indicadores de desenvolvimento

sustentável municipais, nas três

dimensões: social, econômica e

ambiental.

Lopes (2019) – Dissertação - UFV

Verificar como a nova legislação (Lei Complementar

147/2014) está sendo aplicada e

quais os efeitos dessa imposição

legal nos procedimentos licitatórios em

relação à concorrência,

eficácia e economia.

Foram analisados os procedimentos licitatórios que envolveram a compra

de gêneros alimentícios para o

Restaurante Universitário da Universidade Federal

de Viçosa – Campus Viçosa, entre

2011 a 2017. Essas licitações estavam

dispostas em 25 processos diferentes, ou seja, 25

pregões eletrônicos.

Análises estáticas descritivas e teste

de médias T de student para

amostras independentes.

Os resultados permitiram concluir que a aplicabilidade

da Lei Complementar 147/2014 ainda é

discreta. Em relação aos efeitos

decorrentes do tratamento diferenciado, foi

possível identificar que o

tratamento de exclusividade imposto pela legislação impactou

negativamente a concorrência, a

eficácia e a economia nos procedimentos licitatórios. Ainda,

foi possível auferir que o tratamento não contribuiu para um

aumento de itens homologados para

microempresas e empresas de pequeno porte da região, mas, houve

um aumento de adjudicações para

empresas locais.

Fonte: elaborado pela autora (2020).

Referências

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