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olhares amazonicos Entrevista Davi Kopenawa Yanomami por Maria Goretti L. de Lima

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EduCaÇÃo indÍGEna E dirEitoS HumanoS

A Revista Olhares Amazônicos traz, nesta edição, uma entrevista com o líder, Davi Kopenawa Yanomami, defensor da terra e dos direitos dos povos Yanomami, porta-voz da Floresta Amazônica. Um dos líderes indígenas respeitado mundialmente e articulado no Brasil. Presidente e fundador, em 2004, da Hutukara Associação Yanomami (HAY). A entrevista, concedida à jornalista e professora do Curso de Comunicação Social da UFRR, Maria Goretti Leite de Lima, em 26 de abril de 2016, na sede da associação, em Boa Vista, Roraima. A HAY representa o povo Yanomami no Brasil entre os não índios, “uma embaixada junto ao homem branco”, explica Davi. O objetivo principalmente é defender a terra contra os invasores, cuidar da saúde do índio, preservar costumes, língua, cultura e os direitos dos povos Yanomami. “Não só de Roraima, como também os Yanomami da Venezuela, que são meus parentes.

Dando apoio de longe”, afirma Kopenawa.

Em fevereiro de 2016, Davi completou 60 anos. Nascido ao norte da Amazônia brasileira, no alto rio Toototobi (AM), situado na floresta tropical de Piemonte, no extremo norte do estado do Amazonas, próximo à fronteira com a Venezuela. Casado e pai de cinco filhos, sendo três mulheres e dois homens. Atualmente vive com a família, incluindo quatro netos na comunidade de seus sogros, localizada no Sopé da Montanha do Vento (Watoriki), margem direita do rio Demini no sudoeste do rio Toototobi.

Para se chegar a essa comunidade, é necessário o deslocamento via monomotor, saindo de Boa Vista, ou de barco que compreende uma viagem aproximadamente de dez dias. Ao longo de sua jornada, sua luta tem sido pela permanência da Floresta Amazônica e sobrevivência de seu povo.

A entrevista foi conduzida em português, sem auxilio de interprete.

O tema da entrevista em torno de Educação Indígena e Direitos Humanos.

Durante a conversa, Davi ressalta: Nós somos bem diferentes, o povo da terra é diferente. O branco só pensa em tirar mercadoria da terra. Enquanto isso, nosso povo da terra continua sofrendo. Somos discriminados desde a chegada do branco ao Brasil.

Olhares Amazônicos, Boa Vista, v.4, n.2, jul./dez. de 2016. pp. 798-805.

Indigenous education and human rights - interview with David Kopenawa by Maria Goretti L. de Lima

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Fotos: C

oordcom/UFRR

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OA: Como o senhor enxerga a edu- cação indígena? Em sua opinião, o que é preciso melhorar?

D.Kopenawa - Nós, Yanomami e ou- tros parentes Macuxi, Wapichana, Inga- rikó e Taurepang, pensamos a educação indígena aprender, escrever, falar portu- guês e aprender a defender direitos in- dígenas, direito da terra, a saúde, costu- me, língua, nesse ponto é bom; mas tem dois caminhos: aprender a língua portu- guesa é muito complicado, aí vai esque- cer a própria língua, esquecer a própria comunidade. Gostar da cidade: o indí- gena que estuda na escola não quer vol- tar à sua aldeia, à sua comunidade. Esse é o problema. A escola ensina ao índio, e nós, líderes indígenas, ficamos muito preocupados, porque jovens indígenas, homem e mulher de 15 anos, 20 anos, entrando na educação indígena é muito bom, aprender a trabalhar com saúde, a cuidar de saúde. Nes-

se ponto é bom.

Acrecenta, indí- gena aprender a gos- tar de viver na cidade e se envolver com po- líticos para trabalhar nas fazendas, traba- lhar no garimpo. Nes- se ponto, nós, líderes, ficamos muito preo-

cupados, porque a cultura não indígena é muito forte. A escola manipula nossos jovens, nossos filhos; e nossos filhos não querem voltar para a sua comunidade, porque lá na comunidade não tem luz, não tem televisão, ar-condicionado, não tem geladeira, a escola não tem quali- dade como tem as escolas da cidade, falta tudo. Então, o índio é fácil cair na rede da sociedade não indígena. Isso vem acontecendo também em outras

comunidades, outros povos indígenas há muito tempo no Brasil. Assim, as co- munidades ficam vazias, vulneráveis ao ataque dos invasores, os não indígenas passam a pegar terra; acabamos per- dendo reserva, reduzir a terra pequena.

Esse é o meu pensamento, minha visão do que vem acontecendo até hoje.

OA: Como o senhor vê a presença dos indígenas na universidade?

D.Kopenawa - Indígena estudando na universidade, para ele, é bom. É bom para indígenas estudar, só tem de ter muito cuidado. As escolas en- sinam muitas coisas erradas, ensinam a se envolver com políticos, ensinam a buscar emprego para trabalhar na ci- dade, comprar casa, e também achar uma esposa não indígena. Esse é o problema. Índio que fica envolvido com os políticos, que não são da sua cultura. Nós, lí- deres, estamos enxergando e muito preocu- pados. Nossos filhos ficam na cidade sem vol- tar, não ajuda a defender o pró- prio povo. Ele arruma traba- lho na cidade e tem medo de sair da cidade e perder emprego.

OA: Qual a saída para isso?

D.Kopenawa - Hoje em dia, nós esta- mos cercados por três países: Brasil, Venezuela e Guiana. Hoje, a terra está demarcada, homologada e re- gistrada pelo governo brasileiro, mas continua invadida. Não tem jeito. An-

Olhares Amazônicos, Boa Vista, v.4, n.2, jul./dez. de 2016. pp. 798-805.

‘‘A escola manipula nossos jo- vens, nossos filhos; e nossos filhos não querem voltar para a sua comu- nidade, porque lá na comunidade não tem luz, não tem televisão, ar- -condicionado, não tem geladeira, a escola não tem qualidade como tem

as escolas da cidade, falta tudo’’

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tigamente os jovens só viviam e fica- vam lá na comunidade. A civilização era muito longe como Manaus, Bra- sília e São Paulo. Aqui em Roraima, só tinha índio, Macuxi, Wapichana, Ingaricó; depois Yanomami, Yekua- na e Salomã. Estamos sempre com a terra invadida, e nossos jovens não tem jeito para proteger nosso povo.

Nossos filhos têm de aprender, sim, certas coisas, mas aprender o que é bom, que é olhar seu povo, defender seu povo, defender a saúde que está lá na comunidade. A própria comu- nidade está precisando de seus filhos que aprenderam a falar português, para fazer documento, representar a comunidade na cidade, falar por nós, reivindicar

nossos direi- tos aos polí- ticos. Exigir respeito ao nosso povo e apoiar as

causas indígenas na comunidade.

OA: O que o senhor espera do aluno indígena que busca conhecimento na cidade?

D.Kopenawa - Quem aprendeu na escola não indígena deve voltar para a comunidade e melhorá-la, repassando o conhecimento da escola da cidade, ensi- nando os que estão lá, na comunidade.

Eu penso assim. Quem aprendeu aqui na escola deve levar para a comunida- de. Isso não vem ocorrendo. Ele não quer retornar. É perigo para ele. Não querem trazer melhoramento para os outros irmãos que estão precisando e estão esperando. Melhorar para ele aprender e preparar o pensamento não indígena não é bom.

OA: Quais os avanços nas escolas Ya- nomami com a formação dos profes- sores no magistério Yarapiari?

D.Kopenawa - Bem, nós criamos com a Comissão Pró-Yanomami (CCPY) essa escola específica para Yanomami aprender e escrever a própria língua. Falar Yanomami, escrever carta, fazer livro, e ajudar a nova geração a continuar lendo e mantendo o uso da própria língua e seus costumes. Para nós, povo Yanomami, é muito importante aprender a conversar com a língua não indígena, conversar com o ho- mem da cidade, com a sociedade não indígena, porque não indíge-

na chega lá na aldeia e fica pro- m e t e n d o , mentindo, e n g a n a n - do, dizendo que vai trazer benefício para nos- sa comunidade, trazer mercadoria que tem na cidade. Por isso, o jo- vem precisa aprender. É importan- te aprender a contar matemática para que não seja enganado pelo homem branco. É necessário fa- zer uma cartilha Yanomami, para as crianças continuarem falando e lendo para não esquecer.É fácil o índio cair na rede da sociedade não indígena, e isso já vem ocor- rendo há muito tempo. Envolve e as comunidades ficam vazias e os não indígenas passam a pegar a Política Indígena.

OA: Em sua opinião, como o gover- no Dilma Rousseff tem tratado os povos indígenas?

‘‘Quem aprendeu na escola não indígena deve voltar para a comunidade e melhorá-la, repas- sando o conhecimento da escola da cidade, en-

sinando os que estão lá, na comunidade.’’

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D.Kopenawa - A política da presi- dente Dilma faltou olhar para nós Ya- nomami e ouvir nossas reivindicações, nossas ocorrências, nossos pedidos, foi uma falha. Ela não deu continuida- de à demarcação de outras terras, ela não demarcou as terras dos parentes, o Guarani. Eles lutaram para a presi- dente demarcar, mas os deputados e senadores impediram dela demarcar.

Por outro lado, Dilma Rousseff foi boa para mim, prestou homenagem a mim por duas vezes. É uma grande pessoa, reconheceu minha luta, como líder, meu trabalho, no Brasil e fora do país. O prêmio dado por ela foi de Ca- valeiro. E me entregou a premiação da Ordem do Mérito Cultural do Brasil, considerado uma das maiores honra- rias do país, pela contribuição à cul- tura brasileira e proteção da floresta ficar em pé.

OA: O senhor acha que o povo bra- sileiro respeita os povos indígenas?

D.Kopenawa - O povo brasileiro, outro respeito. Aqueles não querem andar no mato, já têm muito dinheiro, casa boa, já têm uma criação de boi, e a plantação tudo. Já aquele que não tem casa boa, um emprego bom, ele não respeita. Aquele é pequeno, é uma formiga. Tem gente de barriga cheia, olho grande, e quer mais, quer pegar mais riqueza da nossa floresta. Pegar madeira, pegar terreno e destruir, tirar ouro da terra indígena, queria dizer, esse é que não respeita. Os peque- nos que vão lá, na terra indígena, são mandados para pegar ouro, diamante, madeira para aquele rico. “O homem que quer mais não respeita”, ele não quer respeitar nada, não quer saber de nenhuma preservação, não quer saber de povos indígenas. Ele quer maltra- tar, mas os outros não deixam, os ou- tros parentes do índio estão lutando pelos direitos do povo, direito da ter- ra, direito da natureza, direito do rio, direito de tudo, eles estão respeitando

Foto - Marcos Wesley - ISA

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para os índios ficar na própria terra.

Os maus não respeitam o direito do índio; tem Lei da Constituição Fede- ral, na Convenção 169 da Organiza- ção Internacional do Trabalho. Estão passando por cima dessa lei, é por isso que eles não querem respeitar a terra, floresta, saúde, língua e costume.

OA: E o caso da discriminação ra- cial, o povo brasileiro tem discrimi- nado os povos indígenas no que se refere aos direitos humanos?

D.Kopenawa - Yanomami entende que existe discriminação quando o branco chegou aqui invadindo o Bra- sil, explorando, já começou a discri- minar, a usar. O branco já começou a escravizar. Isso aí é crime, a discrimi- nação. Vem andando, vem chegando.

Esse aí continua, o branco usando, discriminando. Trabalhar para ele por um prato de comida ou pouco di- nheiro. Trabalha muito e recebe mui- to pouco. Essa discriminação o ho- mem branco

usa e também nós usamos; o índio também usa, discrimi- na o branco;

chega lá na

nossa aldeia, querer matar ou não. Às vezes, mata. Eu mesmo não mato, eu digo para ele não chegar perto, ensi- nar a não matar, não excitar o ódio.

OA: O que o senhor pensa da ques- tão ambiental?

D.Kopenawa - Essa aí eu entendo que é minha luta. A política ambien- tal eu estou lutando e defendendo o meio ambiente, eu sou o ambiente,

nasci junto do ambiental, as árvo- res, conheço árvores, conheço mato, conheço montanha. Então, ambien- tal, eu quero dizer, está lá dentro da floresta. Minha luta é essa, para proteger, não derrubar muitas árvo- res. Ambiental é cuidar das comidas, frutas, castanha, buriti, açaí, a caça, pássaro, abelhas para fazer mel para branco comer e fazer remédio. Meio ambiente é isso, eu gosto muito, gos- to do ambiente ficar vivo, em pé, mas outros derrubam muito e levam muito pra fora, pra fazer papel. A ár- vore é papel.

OA: Em sua opinião, o garimpo ile- gal tem sido uma ameaça nas terras indígenas Yanomami? O que ele tem causado?

D.Kopenawa - Homem garimpei- ro, pra nós índios, é como selvagem, como um porco queixada e porco que você cria na casa. Ele usa muito a terra procurando as pedras preciosas, ouro, diaman- te e ou- tros. Os g a r i m - p e i r o s são os sem-ter- ra, sem emprego, sem lugar nenhum para eles plantar, criar boi, galinha, peixe, cuidar dos próprios filhos, para sustentar a própria família. Como não tem emprego, entra na terra indígena para destruir igarapé, cavar buraco, porque ouro não fica assim nas árvo- res, ouro fica na terra. Então garimpei- ro vai cavando como tatu canais, fica cavando, gastando, sofrendo, pegan- do doença. Então garimpeiro, para nós, representa um doente, viciado,

‘‘Homem garimpeiro, pra nós índios, é como selvagem, como um porco queixada e porco que você cria na casa. Ele usa muito a terra procuran- do as pedras preciosas, ouro, diamante e outros. ‘‘

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e também é usado pelo homem que tem muito, bastante dinheiro. Por trás desse, tem o homem cobrador de ouro, dona da loja e dono do avião. Esse cobrador de ouro fica rico, mas o garimpeiro não, ga- rimpeiro nunca vai ficar rico, sempre vai para o mato. Eles são escravos, são brabos para índio, mata índio, dar tiro, usar arma de fogo. Já aconteceu com nós, mataram 16 Yanomami em 1993 na aldeia de Ha- ximu. Garimpeiros são assim, leva doen- ça que se chama malária, gripe, outra doença tuberculose, eles carregam DST (doenças sexualmente transmissíveis) no corpo, Aids também. Eles levam arma de fogo e a bebida alcoólica, mercúrio para contaminar nossos rios. Tudo isso garim- peiro usa, mas isso é crime, garimpeiro trabalha ilegal, sem permissão da lei, sem autorização do governo federal, garim- peiro destruir patrimônio da terra.

OA: Nesse processo de reconhecimen- to das terras indígenas, como se deu essa luta, com a presença de não índio (madeireiro, fazendeiro e garimpeiro) pela expulsão dos invasores?

D.Kopenawa - Essa luta foi muito dura para nós. Aqui em Roraima nós luta- mos contra o fazendeiro, aqui na terra dos Macuxi. Os Macuxi lutaram para retirar fazendeiro. Nós, Yanomami lu- tamos para retirada dos garimpeiros, 40 mil garimpeiros, na terra Yanomami apoiados pelo governo do presidente José Sarney, quando o presidente da Funai era Romero Jucá. Todo mun- do sabe, Jucá não ajudou, ele foi quem traiu o povo Yanomami e causa crime.

Traiu o povo indígena no Brasil. O pre- sidente José Sarney não apoiou, liberou a entrada dos garimpeiros nas terras Yanomami. Quem apoiou a retirada de garimpeiro foi uma organização in- ternacional, a ONU, que fizeram uma grande campanha para o presidente do Brasil retirar invasores, garimpeiro, fazendeiro, arrozeiro, os trabalhadores rurais das terras indígenas. A ONU co- brou o erro do governo brasileiro. Até autoridade está trabalhando ilegal na terra, pois desconhece a Constituição.

Essa luta contínua, a terra foi demarcada, mas os invasores sempre retornando.

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OA: Sobre a questão territorial indí- gena do ponto de vista político-ad- ministrativo, como se dá essa relação Yanomami Brasil-Venezuela?

D.Kopenawa - Há relação só de apoio quando Yanomami da Venezuela pre- cisa. Por exemplo, denunciar o que go- verno da Venezuela está fazendo, a Ve- nezuela não cuida da saúde, não respeita Yanomami da Venezuela. Denuncio o que o governo não está fazendo. O meu povo se informa sobre os povos Yanama- mi da Ve-

nezuela.

O homem da flores- ta tem o direito de defender o

“pulmão do mundo”. a cultura Yanoma- mi não tem fronteiras, somos nômades, visitamos lá, festas, em troca de ferra- menta como flecha, panela.

OA: Em sua opinião, como está HAY no contexto pan-amazônico e na rela- ção com a Coordenação das Organiza- ções Indígenas da Amazônia Brasilei- ra (COIAB)?

D.Kopenawa - A HAY não tem rela- ção forte, a Coiab sim, foi a primeira, ela era forte, mas não conseguiu fa- zer funcionar. Ela queria representar todos os povos indígenas no Brasil, mas não conseguiu. Então, a Hutuka- ra está se aproximando da Coiab que se encontra na capital, Brasília.

OA: O senhor pode falar sobre a im- portância do repatriamento do sangue Yanomami? O que isso representa para seu povo?

D.Kopenawa - É muito bom retor- nar onde ele nasceu, o originário, foi uma luta muito importante. Esse sangue é do povo Yanomami, onde nasceu, viveu e que pertence a ou- tros parentes que estão vivos e que continuam morando aqui, esse san- gue regressa de novo para seu povo.

Coletado quando Davi tinha 10 anos de idade, por volta de 1965 a 1970, levado por pesquisadores americanos sem o consentimento do povo Yanoma-

mi. para os Estados Uni- dos. A finali- dade era tirar sangue do povo Yano- mami guar- dar para usar na saúde dosYanomami .

Sem a permissão, o sangue teve que ser repatriado para a aldeia, Piaú/ AM, após 20 anos de luta, liderada por Kopenawa, com o apoio da Comissão Pró-Yanomami, Instituto Socioambiental (ISA), Indian Law Resource Center (organização de Advogados Indígenas norte-americanos), Ministério Público Fede- ral, Itamaraty e Funai que reuniram esforços nos últimos dois anos para retornar os restos mortais com segurança para seus parentes, fa- miliares e para a sua terra natal.

O processo de devolução do sangue Yanomami ocorreu em 27 de março de 2016 pela Universidade do Estado da Pennsylva- nia; que atestou um certificado de autenticida- de, que o material devolvido é mesmo sangue dos Yanomami ou parte dele. O documento foi assinado por Kenneth M. Weiss, pesquisa- dor emérito de Antropologia e Genética desta Universidade.

‘‘Esse sangue é do povo Yanomami, onde nas- ceu, viveu e que pertence a outros parentes que estão vivos e que continuam morando aqui, esse sangue regressa de novo para seu povo.’’

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