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Reciclagem de borra oleosa: uma contribuição para a gestão sustentável dos resíduos da indústria de petróleo em Sergipe

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Academic year: 2021

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(1)UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE. MARA RÉGIA FALCÃO VIANA ALVES. RECICLAGEM DE BORRA OLEOSA: UMA CONTRIBUIÇÃO PARA A GESTÃO SUSTENTÁVEL DOS RESÍDUOS DA INDÚSTRIA DE PETRÓLEO EM SERGIPE. SÃO CRISTÓVÃO - SERGIPE 2003.

(2) MARA RÉGIA FALCÃO VIANA ALVES. RECICLAGEM DE BORRA OLEOSA: UMA CONTRIBUIÇÃO PARA A GESTÃO SUSTENTÁVEL DOS RESÍDUOS DA INDÚSTRIA DE PETRÓLEO EM SERGIPE. Dissertação apresentada ao Programa de PósGraduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente, Núcleo de Estudos do Semi-Árido da Universidade Federal de Sergipe, em cumprimento aos requisitos parciais do exame de qualificação para a obtenção do título de Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente Orientador: Prof. Rodrigues Holanda. Dr.. Francisco. Sandro. Co-orientador: Prof. Dr. Roberto Rodrigues de Souza. SÃO CRISTÓVÃO - SERGIPE 2003.

(3) A472. Alves, Mara Régia Falcão Viana Reciclagem de borra oleosa: uma contribuição para a gestão sustentável dos resíduos da indústria de petróleo em Sergipe / Mara Régia Falcão Viana Alves. São Cristóvão – Sergipe : Universidade Federal de Sergipe, 2003. 191 p: il. Dissertação – Mestrado – Universidade Federal de Sergipe. Bibliografia. 1. Reciclagem de resíduos. 2. Borra oleosa. 3. Indústria de petróleo. 4. Indicadores ambientais. 5. Materiais cerâmicos. 6. Incorporação de resíduos. CDD 628.54.

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(5) Para José Carlos, Meu companheiro Para Luís Antônio e Rebecca, Minhas companhias.

(6) AGRADECIMENTOS Aprendi que um trabalho dessa natureza só se realiza com a ajuda de muitas mãos. Primeiro, a ajuda dos Céus, a mão de Deus nos concedendo vida e saúde. Imediatamente após, a ajuda e o amparo da família, de quem roubamos o tempo e solicitamos compreensão. No trabalho é preciso que acreditem no seu projeto, e, em acreditando, invistam em você. Na Universidade várias mãozinhas são necessárias: professores, colegas, exames, seminários e prazos. Chega-se, enfim, à dissertação, de cuja dimensão e complexidade nunca se tem consciência até que se inicie a sua elaboração. É preciso recorrer a diversas instituições e pedir auxílio a vários profissionais e a quem se disponha a nos ajudar. E, durante todo o tempo, é preciso contar com o auxílio do orientador. Quero deixar registrado que contei com tudo isso. Em cada página construída nessa dissertação houve a ajuda e a mão de um amigo. Impossível relacionar a todos, mas trago-os no meu coração e nas minhas orações. Assim, gostaria de agradecer a meus pais, Luís Antônio e Marlúcia, pelo amor que me dedicaram e a educação que me proporcionaram; a Carlinhos, Luís Antônio e Rebecca, pela presença inspiradora; à minha irmã Mary Jane, pelo corajoso exemplo; ao meu co-orientador Prof. Dr. Roberto Souza e à Profa. MSc. Rosemere Souza, pelas valiosas contribuições; ao Prof. MSc. Alberto Soares Melo, pelo auxílio na análise estatística, e à Profa. MSc. Stefania Buonamassa pela correção ortográfica deste trabalho. Agradeço especialmente ao Geólogo Paulo Manuel Mendes de Mendonça, ao Engenheiro Murilo Tancredo Tavares dos Santos e ao Geólogo Moacir Deusdato dos Santos, Gerentes da PETROBRAS/UN-SEAL, que, acreditando no meu projeto, viabilizaram minha participação neste mestrado. Agradeço, também, a todos os professores, pesquisadores, técnicos, colegas do mestrado e de trabalho, funcionários e amigos da Universidade Federal de Sergipe – Núcleo de Estudos do Semi-Árido; PETROBRAS/UN-SEAL - SMS, Biblioteca e Laboratório; CENPES/PETROBRAS; SONDA Engenharia Ltda; INNOLAB e Cerâmica Alfredo Barata, que colaboraram com muita solicitude para a conclusão deste trabalho. Por fim, meu agradecimento e reconhecimento ao Professor Doutor Francisco Sandro Rodrigues Holanda, meu orientador, pela paciência, confiança, amizade e apoio a mim dedicados desde o início deste trabalho, tendo conseguido enxergar a ambientalista na engenheira. Sandro confirmou, através da sua orientação à distância, a máxima de Richard Bach: “Longe é um lugar que não existe”..

(7) Estando eles saciados, disse Jesus aos discípulos: “Recolhei os pedaços que sobraram, para que nada se perca” (Jo 6, 12)..

(8) RESUMO. A indústria de exploração e produção de petróleo em Sergipe, reproduzindo o modelo de desenvolvimento que tem como principal fonte de energia os combustíveis fósseis, gera um resíduo de difícil tratamento e destinação final conhecido como borra oleosa, constituído pela mistura de óleo, sólidos e água. A disposição, tratamento e/ou reciclagem de tais resíduos constituem aspectos de grande importância na definição de políticas de gestão sustentável, prioridade das empresas que os produzem. Buscando contribuir para a diminuição do impacto ambiental provocado pela disposição deste resíduo poluidor no meio ambiente, este trabalho teve como objetivo estudar uma alternativa para reciclagem da borra oleosa através da sua incorporação à massa argilosa para fabricação de blocos cerâmicos de vedação utilizados na construção civil. Adicionalmente, procurou-se definir indicadores ambientais aplicados à gestão destes resíduos oleosos, instrumento também de grande importância na condução de tais políticas. A fim de definir o melhor tratamento, procedeu-se à caracterização da borra oleosa, posteriormente incorporada à massa para fabricação de tijolos cerâmicos em percentuais que variaram de 0 a 25% em peso. A qualidade dos blocos produzidos foi avaliada através de ensaios de resistência mecânica, absorção de água, eflorescência, teor de sais solúveis e capacidade de retenção de metais pesados, medida através de ensaios de lixiviação e solubilização. Constatou-se que é possível incorporar até 20% de borra oleosa na fabricação dos blocos cerâmicos de vedação sem perda de suas qualidades essenciais e sem prejuízo ao meio ambiente e aos usuários do produto. A reciclagem pode aumentar a ecoeficiência das indústrias envolvidas na fabricação dos blocos cerâmicos, promovendo uma redução da pressão sobre os recursos naturais utilizados, assim como proporcionar à indústria de petróleo uma destinação sustentável do resíduo poluente. Foram propostos quinze indicadores ambientais, que avaliam o impacto ambiental das ações e políticas em curso, ajudando a analisar medidas corretivas, adotar novos rumos no enfrentamento dos problemas ambientais e identificar competências e níveis de responsabilidade importantes para os tomadores de decisão. Palavras-chave: Reciclagem de resíduos; borra oleosa; indústria de petróleo; indicadores ambientais..

(9) ABSTRACT. The oil industry in Sergipe State has reproduced the ongoing development model based on the use of fossil fuels as the main source of energy, and has generated some pollutants which are hard to treat or dispose of, called oil sludge, basically consisting of oil, solids and water. The final disposition, treatment and recycling of this waste is considered a high priority of the oil companies in the discussion of the policies related to its sustainable management. To decrease the environmental impacts resulting from the final disposition of the pollutant, the objective of this work was to study an alternative of recycling the oil sludge as one component in the mixture of ceramic blocks producing for the civil construction industry. Additionally, we tried to define environmental indicators as a very important tool related to oil residues management policies. A characterization of the oil sludge was carried out to define the best treatment related to the addition of the residue mixtures with clay and water to make the ceramic blocks in rates ranging from 0 to 25% in weight. The quality of the ceramic blocks was evaluated based on mechanical resistance, water absorption, efflorescence, soluble salts content and retention capacity of heavy metals, which are measured by leaching and solubilization tests. A better mixture was achieved with the addition of oil sludge until the rate of 20% to make the ceramic blocks, with maintenance of the desirable characteristics related to this type of construction supply, besides no negative effects to the environment. Oil sludge recycling may contribute to the improvement of the eco-efficiency of the ceramic industry, reducing the pressure toward the use of natural resources, and also providing a sustainable use of this hard to manage pollutant to the oil industry. Fifteen environmental indicators were proposed to help evaluate the impacts of the actions and policies to analyze or adopt new solutions to solve environmental problems, and to identify the competencies and responsibilities of decision makers. Key-words: Residue recycling; oil sludge; oil industry; environmental indicators..

(10) LISTA DE FIGURAS. Figura 1. Localização da PETROBRAS/UN-SEAL/ATP-ST........................................... Figura 2. Dique de Resíduos de Jericó em 1997............................................................... 58. Figura 3. Operação do Dique de Jericó após aterramento em 1999.................................. 59. Figura 4. Aspecto do dique de borras oleosas situado no Morro de Jericó em 2002........ 59. Figura 5. Coleta de borra oleosa no separador água e óleo da Estação de Santa Bárbara. Março 2002......................................................................................... 62. Figura 6. Coleta de borra oleosa no separador água e óleo da Estação de Nova Magalhães. Abril 2002....................................................................................... 62. Figura 7. Fluxograma do processo de fabricação dos blocos cerâmicos........................... 67. Figura 8. Incorporação manual da borra oleosa à massa argilosa. Maio 2002.................................................................................................................... 68. Figura 9. Confecção dos blocos cerâmicos. Maio 2002.................................................... 69. 55. Figura 10 Resultados da análise elementar orgânica da amostra bruta das borras oleosas coletadas nos SAO's das Estações de Santa Bárbara e de Nova Magalhães.......................................................................................................... 76 Figura 11 Comportamento da resistência mecânica (MPa) em função dos teores de borra incorporada (%) – São Cristóvão, 2003................................................... 92 Figura 12 Comportamento da absorção de água (%) em função dos teores de borra incorporada (%) – São Cristóvão, 2003............................................................. 95 Figura 13 Blocos apresentando eflorescência (manchas esbranquiçadas). Novembro 2002.................................................................................................................... 97 Figura 14 Comportamento do teor de sais solúveis (%) em função dos teores de borra incorporada (%) – São Cristóvão, 2003............................................................. 98 Figura 15 Comportamento do teor de solubilização de bário (mg/l) em função dos teores de borra incorporada (%) – São Cristóvão, 2003.................................... 102 Figura 16 Comportamento do teor de solubilização de arsênio (mg/l) em função dos teores de borra incorporada (%) – São Cristóvão, 2003.................................... 103 Figura 17 Comportamento do teor de solubilização de sulfato (mg/l) em função dos teores de borra incorporada (%) – São Cristóvão, 2003.................................... 104 Figura 18 Cenários para a gestão do resíduo borra oleosa da atividade petrolífera.......... 107.

(11) LISTA DE TABELAS. Tabela 1. Origens dos principais resíduos sólidos oleosos na indústria do petróleo e sua destinação atual................................................................................................. 31. Tabela 2. Iniciativas de normalização de indicadores e práticas de reporting ambiental. Tabela 3. Caracterização dos resíduos de separador água e óleo da UN-SEAL/ATP/ST. 61. Tabela 4. Métodos utilizados para análises de lixiviação e solubilização das borras oleosas............................................................................................................... 63. Tabela 5. Métodos utilizados na análise da amostra bruta da borra oleosa....................... 64. Tabela 6. Métodos utilizados para identificação dos principais sais solúveis................... 72. Tabela 7. Características físico-químicas da amostra bruta das borras oleosas coletadas nos SAO's das Estações de Santa Bárbara e de Nova Magalhães.......................................................................................................... 78. Tabela 8. Características inorgânicas na amostra bruta das borras oleosas coletadas nos SAO's das Estações de Santa Bárbara e de Nova Magalhães............................ 79. Tabela 9. Características inorgânicas na amostra bruta das borras oleosas coletadas nos SAO's das Estações de Santa Bárbara e de Nova Magalhães............................ 81. 45. Tabela 10 Características orgânicas na amostra bruta das borras oleosas coletadas nos SAO's das Estações de Santa Bárbara e de Nova Magalhães........................... 82 Tabela 11 Composição do extrato lixiviado das borras oleosas coletadas nos SAO's das Estações de Santa Bárbara e de Nova Magalhães............................................. 84 Tabela 12 Composição do extrato solubilizado das borras oleosas coletadas nos SAO's das Estações de Santa Bárbara e de Nova Magalhães....................................... 85 Tabela 13 Análise granulométrica e Limites de Atterberg da argila de Itabaianinha/Se... 88 Tabela 14 Análise de variância dos valores médios de resistência mecânica (RM) em função da utilização das borras dos SAO's das Estações de Santa Bárbara e de Nova Magalhães para os teores de incorporação testados. São Cristóvão, 2003................................................................................................................... 91 Tabela 15 Análise de variância dos valores médios de absorção de água (AA) em função da utilização das borras dos SAO's das Estações de Santa Bárbara e de Nova Magalhães para os teores de incorporação utilizados. São Cristóvão, 2003................................................................................................................... 94 Tabela 16 Concentração de sais solúveis presentes nos blocos cerâmicos fabricados com diversos teores de incorporação de borra oleosas dos SAO's das Estações de Santa Bárbara e de Nova Magalhães. São Cristóvão, 2003........... 99 Tabela 17 Composição do extrato lixiviado dos blocos cerâmicos com incorporação da borra de Santa Bárbara e de Nova Magalhães.................................................. 100 Tabela 18 Composição do extrato solubilizado dos blocos cerâmicos com incorporação da borra de Santa Bárbara e de Nova Magalhães.............................................. 102.

(12) Tabela 19 Indicadores ambientais definidos para o sistema de gestão de resíduos sólidos oleosos da indústria de petróleo em Sergipe. São Cristóvão, 2003..... 117 Tabela 20 Matriz PEIR dos indicadores ambientais definidos para o sistema de gestão de resíduos sólidos oleosos da indústria de petróleo em Sergipe, acrescida de indicadores prospectivos. São Cristóvão, 2003................................................ 118.

(13) SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO.............................................................................................................. 14 2 REFERENCIAL TEÓRICO......................................................................................... 17 2.1. DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL AO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL..................................................................................................... 17 2.1.1 O conceito de desenvolvimento sustentável................................................ 19 2.1.2 Agenda 21 para o desenvolvimento sustentável.......................................... 20. 2.2. OS RESÍDUOS INDUSTRIAIS E A PROBLEMÁTICA AMBIENTAL............. 2.2.1 A poluição ambiental causada pela disposição inadequada dos resíduos industriais..................................................................................................... 2.2.2 Gerenciamento de resíduos industriais no contexto do desenvolvimento sustentável................................................................................................... 2.2.3 Redução, reutilização e reciclagem dos resíduos......................................... 22 24 26 28. 2.3. O PETRÓLEO E A GERAÇÃO DE RESÍDUOS.................................................. 30 2.3.1 Tratamento e disposição final de resíduos de petróleo........................................................................................................ 33. 2.4. FABRICAÇÃO DE PRODUTOS CERÂMICOS................................................... 34 2.4.1 Utilização da borra oleosa na fabricação de blocos cerâmicos..................................................................................................... 36. 2.5. INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE....................................................... 2.5.1 Indicadores ambientais para avaliação de impactos.................................... 2.5.2 Reporting e indicadores ambientais............................................................. 2.5.3 A construção de indicadores ambientais..................................................... 2.5.3.1 O modelo Pressão-Estado-Resposta.......................................... 2.5.4 Indicadores ambientais para a gestão de resíduos sólidos oleosos na indústria de petróleo..................................................................................... 41 43 44 46 48 50. 3 MATERIAIS E MÉTODOS.......................................................................................... 53 3.1. 3.2. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA E DO OBJETO DE ESTUDO......................... 3.1.1 A indústria de petróleo................................................................................ 3.1.2 Características geoambientais da área de exploração de petróleo em Sergipe......................................................................................................... 3.1.3 Geração e armazenamento da borra oleosa no ATP/ST......................................................................................................... 53 53. METODOLOGIA DA PESQUISA......................................................................... 3.2.1 Caracterização da borra oleosa produzida no ATP/ST........................................................................................................ 3.2.2 Incorporação da borra oleosa em blocos cerâmicos.................................................................................................... 3.2.2.1 Caracterização geral da argila........................................................ 60. 54 57. 60 64 65.

(14) 3.2.2.2 3.2.2.3. 3.3. Incorporação da borra oleosa em blocos cerâmicos..................... Avaliação dos blocos cerâmicos após a incorporação da borra oleosa............................................................................................ a) Resistência mecânica................................................................ b) Absorção de água..................................................................... c) Eflorescência............................................................................ d) Teor total de sais solúveis........................................................ e) Lixiviação................................................................................. f) Solubilização.............................................................................. 66 69 70 70 70 71 72 73. INDICADORES AMBIENTAIS PARA A GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS OLEOSOS DA INDÚSTRIA DE PETRÓLEO.................................... 73. 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................................... 75 4.1. CARACTERIZAÇÃO DA BORRA OLEOSA PRODUZIDA NO ATP/ST......... 4.1.1 Análise elementar orgânica......................................................................... 4.1.2 Análise das características físico-químicas................................................. 4.1.3 Análise das características inorgânicas........................................................ 4.1.4 Análise das características orgânicas........................................................... 4.1.5 Análises de lixiviação.................................................................................. 4.1.6 Análises de solubilização............................................................................. 4.1.7 Classificação do resíduo pela NBR 10004 (ABNT, 1987a)......................... 4.2. AVALIAÇÃO DA INCORPORAÇÃO DA BORRA OLEOSA EM BLOCOS CERÂMICOS.......................................................................................................... 4.2.1 Caracterização geral da argila...................................................................... 4.2.2 Avaliação da incorporação através de análises realizadas nos blocos cerâmicos..................................................................................................... 4.2.2.1 Resistência Mecânica................................................................... 4.2.2.2 Absorção de Água........................................................................ 4.2.2.3 Eflorescência................................................................................ 4.2.2.4 Teor de Sais Solúveis................................................................... 4.2.2.5 Lixiviação..................................................................................... 4.2.2.6 Solubilização................................................................................. 76 76 77 79 81 83 84 85 87 87 89 90 93 96 97 99 101. 4.3. A RECICLAGEM COMO SOLUÇÃO PARA O GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS OLEOSOS........................................................................................... 106. 4.4. INDICADORES AMBIENTAIS PARA GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS OLEOSOS DA INDÚSTRIA DE PETRÓLEO...................................................... 4.4.1 Identificação do público interessado........................................................... 4.4.2 Escolha de metodologia a ser utilizada....................................................... 4.4.3 Determinação do sistema a ser estudado..................................................... 4.4.4 Identificação de categorias e elementos significativos em cada categoria.. 4.4.5 Identificação e seleção de descritores.......................................................... 4.4.6 Definição e obtenção de indicadores........................................................... 4.4.7 Análise dos indicadores ambientais............................................................. 4.4.7.1 Indicadores de pressão.................................................................. 4.4.7.2 Indicadores de estado..................................................................... 109 110 111 113 114 115 116 118 118 120.

(15) 4.4.7.3 4.4.7.4 4.4.7.5. Indicadores de impacto................................................................. 121 Indicadores de resposta................................................................. 123 Indicadores prospectivos.............................................................. 125. 5 CONCLUSÕES............................................................................................................... QUANTO À CARACTERIZAÇÃO DA BORRA OLEOSA.............................. 5.1 QUANTO À INCORPORAÇÃO DA BORRA OLEOSA EM BLOCOS 5.2 CERÂMICOS....................................................................................................... QUANTO A SUSTENTABILIDADE DO TRATAMENTO.............................. 5.3 QUANTO À CONTRIBUIÇÃO DA PESQUISA............................................... 5.4. 127 127 127 128 130. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................................. 131 ANEXO A............................................................................................................................ 143 ANEXO B............................................................................................................................ 158 ANEXO C............................................................................................................................ 162 ANEXO D............................................................................................................................ 174 ANEXO E............................................................................................................................ 177 ANEXO F............................................................................................................................ 182.

(16) 14. 1 INTRODUÇÃO. O desenvolvimento econômico baseia-se na transformação do meio no qual ele se processa, rompendo o frágil equilíbrio das relações naturais. Quando perseguido a qualquer preço, causa profundos danos à natureza, na medida em que atinge todas as esferas da vida (biosfera, atmosfera, hidrosfera e litosfera) no planeta na sua característica essencial que é a aptidão para a auto-regulação (Passet, 1994). O ritmo de exploração dos recursos naturais exigidos pelo desenvolvimento econômico não respeita o tempo de processamento dos grandes ciclos biogeoquímicos, esgotando os recursos e degradando o meio ambiente. Um desenvolvimento centrado numa lógica puramente econômica se autodestrói, aniquilando o meio onde se realiza. A partir da década de Sessenta, a questão ambiental começou a ser discutida e, ao se constatar que as estratégias de desenvolvimento focadas apenas na industrialização não diminuíam os índices de pobreza, a sustentabilidade emergiu, então, como princípio fundamental do desenvolvimento. Para ser sustentável, o desenvolvimento deve ser capaz de prosseguir, de forma praticamente permanente, como um processo de aumento do produto, melhoria dos indicadores sociais e preservação ambiental (Gomes, 1995). O atual modelo de desenvolvimento tem como principal fonte de energia os combustíveis fósseis, petróleo e gás natural. Embora a utilização de energia proveniente deste tipo de combustível seja potencialmente poluidora, ainda não existe outra forma de energia que o substitua a contento, mesmo reconhecendo-se que a sustentabilidade desta atividade depende dos limites físicos das suas fontes, que serão alcançados em algum momento, caso se mantenha uma exploração continuada. Diante deste fato, faz-se necessária a conscientização sobre os impactos ambientais que a atividade produz e a busca de soluções que possam minimizá-los. Um dos impactos causados pela atividade de exploração e produção de petróleo é a geração de resíduos sólidos oleosos que necessitam de tratamento e destinação final adequados para não colocar em risco a saúde da população local e a sanidade do meio ambiente. A PETROBRAS SA, uma das empresas que explora e produz petróleo no Brasil, possui, na Unidade de Negócios de Exploração e Produção de Sergipe e Alagoas (UN-SEAL),.

(17) 15. o Ativo de Produção Sergipe Terra (ATP/ST), onde produz cerca de 500 m3/mês de borra oleosa, material pastoso constituído de areia contaminada com óleo, água produzida e produtos químicos utilizados no processo de produção de petróleo. A borra produzida durante o processamento primário dos fluidos nos separadores água e óleo (SAO) das Estações Coletoras de Óleo (ECO) é descartada em diques sobre o solo na área de tratamento e destinação final de resíduos da empresa. A acumulação deste resíduo em tais locais pode vir a contaminar os corpos hídricos adjacentes, degradar o solo devido à presença de água produzida de elevada salinidade, escorrer para os rios gerando poluição, mortandade de peixes, contaminação pela presença de metais pesados, e danificar áreas de preservação permanente segundo o Código Florestal Brasileiro (BRASIL, 1965), como as matas ciliares. O desafio constituído pelo tratamento e disposição final dos resíduos sólidos oleosos da Indústria de Petróleo necessita ser discutido e assim contribuir para melhor compreensão desta teia de inter-relações, onde estão, lado a lado, a sobrevivência da espécie humana, a preservação ambiental, a legislação ambiental, os limites tecnológicos, a economia local, a preservação dos recursos naturais e a sustentabilidade da atividade petrolífera, enquanto geradora de energia, riquezas e, ao mesmo tempo, de poluição. Contemplando esta discussão, surge então uma abertura para a necessidade de se pensar em como gerenciar os impactos promovidos pela geração de tais resíduos. De acordo com Teixeira, E. (2000), a gestão ambiental dos resíduos sólidos baseia-se na sua minimização através da redução na fonte, reutilização e reciclagem, diminuindo sua quantidade e/ou seu potencial de contaminação, minimizando a sua toxicidade e/ou periculosidade, utilizando alternativas que não incluam a disposição sobre o solo. Segundo Costa (1998), no que concerne às razões ambientais e ecológicas, sabe-se que, em todo o mundo economicamente desenvolvido, as ações pertinentes à preservação do ambiente natural e de sua correspondente ecologia vêm ganhando, atualmente, adeptos e conseguindo expressivas vitórias através de legislações preservacionistas e de práticas produtivas cada vez menos predatórias e mais restauradoras. O aproveitamento de rejeitos de qualquer tipo, e em particular os rejeitos industriais, deve ser encarado como uma prática preservacionista-restauradora, de elevado sentido ambiental e ecológico. Este trabalho teve como objetivo avaliar uma alternativa para destinação adequada do resíduo borra oleosa, proveniente do processamento primário dos fluidos na exploração e produção de petróleo pela PETROBRAS SA, no Estado de Sergipe. A pesquisa partiu da hipótese de que é possível incorporar a borra oleosa na massa utilizada para fabricação de.

(18) 16. blocos cerâmicos de vedação, visando diminuir o impacto provocado pelo resíduo no meio ambiente e no ecossistema local, sem alteração da qualidade final do produto, possibilitando sua inserção em um processo produtivo. Buscou-se, também, definir indicadores ambientais que venham mensurar as modificações ocorridas no sistema de gestão de resíduos sólidos oleosos da indústria de petróleo, traduzindo a evolução do mesmo, otimizando sua ecoeficiência e orientando a tomada de decisões na empresa..

(19) 17. 2 REFERENCIAL TEÓRICO. 2.1 DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL AO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL. A invenção da máquina a vapor por James Watt (1736-1819) e a sua aplicação à produção provocou profundas e rápidas mudanças de ordem econômica, política e social que, num lapso de tempo equivalente a um século, foram maiores que as mudanças ocorridas em todo o milênio anterior, dando origem à Revolução Industrial. Ocorrida no século XVIII, a Primeira Revolução Industrial transformou a relação homem/natureza e atuou de maneira decisiva para agravar os problemas relacionados à produção de resíduos (Chiavenato, 2001). Da produção artesanal, o homem passou rapidamente para o regime de produção feita através de máquinas, dentro de grandes fábricas. O crescimento foi acelerado devido à redução de custos, levando à prática de preços competitivos e um alargamento do mercado consumidor. Como conseqüência da Revolução Industrial surgiram as grandes indústrias, uma classe proletariada, a solidificação do capitalismo, o acelerado processo de urbanização e uma intensa ameaça à natureza (Chiavenato, 1983). A Revolução Industrial, caracterizando o capitalismo moderno, contribuiu para a expansão extraordinária da capacidade produtiva e econômica das nações industrializadas, aumentando o acesso da população aos produtos manufaturados e levando a um desenvolvimento centrado na dominação econômica (Hawken et al, 2000). Adler (1993) afirma que o aumento da capacidade produtiva causou uma intensa transformação do planeta, pois, com a aceleração da produção em larga escala, a humanidade, excluindo-se dos ciclos naturais, mudou o curso de sua história, se autodenominando proprietária dos elementos que compõem a natureza. Esta postura tem contribuído para a apresentação de um quadro onde os recursos naturais estão se esgotando e há um aumento crescente de lixo sem destinação adequada. A partir de meados do século XVIII destruiu-se mais a natureza que em toda a história anterior (Rattner, 2000). Apoiando-se na idéia de “progresso”, o modelo atual de desenvolvimento, baseado tão somente na produção cada vez maior de bens materiais, entende a natureza como a base física, fonte ilimitada de recursos, um simples objeto a serviço do homem (Adler, 1993). O crescimento econômico, por sua vez, gerou enormes desequilíbrios. Se, por um lado, nunca.

(20) 18. houve tanta riqueza e fartura, concentrada nos países mais ricos, por outro lado, a miséria, a degradação ambiental e a poluição vêm aumentando de forma extremamente preocupante em todo o planeta. O que caracteriza as mudanças ambientais causadas pelo “crescimento” econômico é o fato de ocorrerem em um curto período de tempo, se expressando em forma de em forma de poluição urbana do ar, de poluição do ar em ambientes fechados, de chuva ácida, de diminuição da camada de ozônio, de aquecimento por efeito-estufa e mudança de clima, de disponibilidade e qualidade de água doce, de degradação costeira e marinha, de desmatamento e desertificação, de resíduos tóxicos, químicos e perigosos. Os problemas citados são causados pelo aumento populacional, o crescimento e a mudança de padrões das indústrias, o transporte, as práticas não sustentáveis da chamada agricultura consumidora de insumos, a disposição inadequada de resíduos e até mesmo o turismo (Goldemberg, 2001). Após a Revolução Industrial, particularmente no século XX, a agressão antropogênica ao meio ambiente tornou-se mais importante devido ao aumento populacional e ao grande aumento no consumo pessoal, principalmente nos países industrializados. Nos últimos anos do século XX e início do século XXI, a humanidade atravessa um período de crise ao constatar que o desenvolvimento a qualquer preço precisa ser substituído por um novo modelo, de forma a garantir a sobrevivência da espécie e do planeta, vivendo, então, um momento de transição, de mudança de conceitos. O paradigma forjado em trezentos anos de Revolução Industrial e Científica, fruto de uma visão cartesiana, mecanicista e reducionista do mundo, que divide o Universo em compartimentos estanques, não consegue compatibilizar a atividade econômica e a conservação do meio ambiente (Capra, 1996). A partir da década de Oitenta emerge um novo paradigma, nascido da percepção de que tudo afeta a todos, cujo eixo é a idéia de integração e interação, propondo uma nova maneira de olhar o mundo, não mais dividindo o Universo em disciplinas, mas como o produto da inter-relação das partes que o compõem. Fruto de uma visão sistêmica, complexa e não linear, o paradigma da sustentabilidade é baseado nos saberes e conhecimentos diversos, transdisciplinares, mais sintético do que analítico, capaz de desvendar e explicar as relações entre as partes. O processo de mudança da visão cartesiana para a compreensão sistêmica da sustentabilidade está em andamento e envolve todas as áreas do pensamento e da ação humana (Almeida, 2002a)..

(21) 19. 2.1.1 O conceito de desenvolvimento sustentável. A década de Sessenta foi marcada por uma preocupação da comunidade internacional com os limites do desenvolvimento do planeta, a partir de discussões sobre os riscos da degradação do meio ambiente. Tais discussões ganharam tanta intensidade que levaram a Organização das Nações Unidas (ONU) a promover, em 1972, a Conferência sobre o Meio Ambiente, em Estocolmo, na Suécia. Naquela oportunidade, os países do sul afirmaram que a solução da poluição não era brecar o desenvolvimento e sim orientá-lo para preservar o meio ambiente e os recursos não renováveis (Andrade et al, 2000). Diante da evidente insustentabilidade do sistema vigente, tornou-se necessário pensar numa forma de prover uma qualidade de vida equânime e socialmente justa, surgindo daí o conceito de desenvolvimento sustentável. Utilizado pela primeira vez no Relatório Nosso Futuro Comum (CNUMAH, 1988), desenvolvimento sustentável, definido de forma bem resumida, seria “aquele que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das futuras gerações satisfazerem suas próprias necessidades”. Ao propor a busca do desenvolvimento sustentável como saída para superar as ameaças à sobrevivência humana, o “Relatório Nosso Futuro Comum” propiciou que se difundisse globalmente a percepção de que, para alcançar esse novo paradigma, deve-se considerar, além dos aspectos sociais e econômicos tradicionalmente lembrados, também a questão ambiental, tratando-a como uma das principais dimensões do problema (IPT, 2002). O conceito de desenvolvimento sustentável passa então a ser entendido sob a ótica de um projeto destinado a erradicar a pobreza, satisfazer as necessidades básicas e melhorar a qualidade de vida da população. O princípio de sustentabilidade surge no contexto da globalização como a marca de um limite e o sinal que reorienta o processo civilizatório da humanidade. A crise ambiental veio questionar a racionalidade e os paradigmas teóricos que impulsionaram e legitimaram o crescimento econômico, que vem negando uma atitude ética em relação à natureza. A sustentabilidade ecológica surge, então, como um critério normativo para a reconstrução da ordem econômica, como uma condição para a sobrevivência humana e um suporte para alavancar um desenvolvimento duradouro, questionando as próprias bases da produção (Leff, 2001)..

(22) 20. A atual crise ambiental e a busca de um desenvolvimento sustentável tornam urgente a inclusão da problemática da entropia no pensamento econômico, uma vez que o que ameaça a sustentabilidade do processo econômico é justamente a base material que lhe serve de suporte, bem como a capacidade do meio de absorver a alta entropia resultante do processo econômico (Georgescu-Roegen, 1971). Almeida (2002b) afirma que nossa capacidade de sobrevivência depende da nossa capacidade de conjugar desenvolvimento com sustentabilidade, considerando que sustentabilidade é sobrevivência latu sensu. Para alcançarmos o desenvolvimento sustentável, a proteção do meio ambiente tem que ser entendida como parte integrante do processo de desenvolvimento e não pode ser considerada isoladamente. O que precisamos para construir uma sociedade sustentável é fazêlo de tal forma a não interferir na já provada capacidade da natureza sustentar a vida (Capra, 2003). A necessidade de se adotar uma abordagem equilibrada e integrada das questões relativas a meio ambiente e desenvolvimento levou as Nações Unidas a convocar, em 1989, uma Conferência sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, num esforço de definir uma agenda global para a humanidade atingir o desenvolvimento sustentável. Essa agenda global, posteriormente chamada Agenda 21, reflete um consenso mundial e um compromisso político, no que diz respeito a desenvolvimento e cooperação ambiental.. 2.1.2 Agenda 21 para o desenvolvimento sustentável. A Agenda 21, documento resultante da Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD) realizada no Rio de Janeiro em junho de 1992, juntamente com a Declaração do Rio, apresenta um plano de ação que tem por objetivo colocar em prática os programas que visam frear o processo de degradação ambiental e transformar em realidade os princípios da Declaração do Rio. Trata-se de um documento consensual para o qual contribuíram governos e instituições da sociedade civil de 179 países num processo preparatório que durou dois anos (Andrade et al, 2000). A Agenda 21 (CNUMAD, 2001) é um programa de ação baseado num documento de 40 capítulos que constitui a mais ousada e abrangente tentativa já realizada para promover, em.

(23) 21. escala planetária, um novo padrão de desenvolvimento, conciliando métodos de proteção ambiental, justiça social e eficiência econômica traduzindo em ações o conceito de desenvolvimento sustentável. A Agenda 21 apresenta um programa estratégico e universal para alcançarmos o desenvolvimento sustentável no século XXI, estabelecendo uma verdadeira parceria entre governos e sociedades, servindo de guia para as ações do governo e de todas as comunidades que procuram o desenvolvimento sem com isso destruir o meio ambiente. Trata-se de um planejamento do futuro com ações de curto, médio e longo prazo, apresentando um roteiro de ações concretas, com metas, recursos e responsabilidades definidas (DESTINOAZUL, 2003). Segundo este importante documento, cabe a cada país definir a sua própria Agenda Nacional com os mesmos métodos participativos, os mesmos valores e mesmos princípios que nortearam o pacto global em torno de um novo desenvolvimentismo, inspirado nos princípios da Carta da Terra, na governabilidade, na sustentabilidade e na eqüidade e, sobretudo, na soberania e na “responsabilidade comum, mas diferenciada” dos países que compõem a comunidade internacional. A Agenda 21 Brasileira tem um compromisso inadiável com um novo paradigma de desenvolvimento que vem se delineando há décadas na passagem da sociedade industrial para a sociedade da informação, do conhecimento ou dos serviços, estimulando o país a percorrer, sem receios, o caminho das grandes mudanças (Camargo, 2002). É destacada a necessidade de que se tomem medidas de proteção e promoção da participação da mulher, dos jovens, dos povos indígenas, dos líderes das Organizações Não Governamentais (ONG’s), dos trabalhadores e sindicatos, dos representantes da comunidade científica e tecnológica, dos agricultores e empresários, atribuindo-lhes o papel de parceiros na estratégia de sustentabilidade. A cada um deles, a Agenda 21 dedica um capítulo inteiro, propondo medidas para que se integrem aos processos de implementação em seus diversos níveis (DESTINOAZUL, 2003). Este trabalho procurou inspiração nas propostas constantes dos Capítulos 19, 20, 21 e 22 da Agenda 21, que se referem ao manejo ambientalmente saudável e seguro dos resíduos, e que apresentam um roteiro de ações concretas, com metas, recursos e responsabilidades definidas. O manejo ambientalmente saudável dos resíduos deve procurar mudar os padrões não sustentáveis de produção e consumo. Isso implica na utilização do conceito do manejo integrado com a proteção do ambiente. A partir da ECO 92, ou CNUMAD, oficializou-se a.

(24) 22. postura política da busca da minimização do resíduo sólido desde a sua prevenção (redução na fonte), passando pela reutilização (reuso) e reciclagem (Barbieri, 1997).. 2.2 OS RESÍDUOS INDUSTRIAIS E A PROBLEMÁTICA AMBIENTAL. Produzir significa utilizar materiais e energia para transformá-los. Uma parte do resultado da transformação é calor dissipado; outra parte, resíduos; outra ainda, os bens econômicos. Os materiais e a energia a serem utilizados no processo produtivo e, posteriormente, no consumo humano são “retirados“ do ambiente. No processo produtivo, uma parte destes materiais volta ao ambiente transformada em resíduos (Gomes, 1995). John (1997) explica que estes resíduos, gerados por diferentes processos econômicos, são a principal fonte de degradação ambiental, principalmente da degradação do solo que, segundo Alvarenga & Souza (1997), é o resultado de atividades humanas depredadoras e sua interação com o ambiente natural. De acordo com a Norma Brasileira NBR 10004 (ABNT, 1987a), são considerados resíduos sólidos industriais os resíduos em estado sólido e semi-sólido que resultam da atividade industrial, incluindo-se os lodos provenientes das instalações de tratamento de águas residuárias, aqueles gerados em equipamentos de controle da poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos d’água, ou exijam, para isto, soluções economicamente inviáveis, em face da melhor tecnologia disponível. Os resíduos sólidos são classificados em função de seus riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde pública, de forma que eles possam ter manuseio e destinação adequados. Quando o resíduo é manuseado ou destinado de forma inadequada, a sua periculosidade é em função de suas propriedades físico-químicas ou infecto-contagiosas que possam apresentar risco à saúde da população, provocando ou acentuando, de forma significativa, um aumento de mortalidade ou incidência de doenças e/ou risco ao meio ambiente. As decisões técnicas e econômicas tomadas em todas as fases do trato dos resíduos sólidos industriais (manuseio, acondicionamento, armazenagem, coleta, transporte e disposição final) deverão estar fundamentadas na sua classificação (Rocca et al, 1993). A Norma Brasileira NBR 10004 (ABNT, 1987a) agrupa os resíduos em três classes: Resíduos Classe I, Resíduos Classe II e Resíduos Classe III..

(25) 23. Resíduos Classe I ou Perigosos são os resíduos sólidos ou mistura de resíduos que, em função de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade, podem apresentar risco à saúde pública, provocando ou contribuindo para um aumento de mortalidade ou incidência de doenças, e/ou apresentar efeitos adversos ao meio ambiente, quando manuseados ou dispostos de forma inadequada. Os resíduos que, submetidos ao teste de lixiviação da NBR 10005 (ABNT, 1987b), apresentarem teores de poluentes no extrato lixiviado em concentração superior aos padrões constantes da Listagem 7: ‘Limite Máximo no Extrato obtido no Teste de Lixiviação’ da NBR 10004 (ABNT, 1987a), são classificados como perigosos. Resíduos Classe II ou Não Inertes são os resíduos sólidos ou mistura de resíduos que não se enquadram na Classe I ou na Classe III. A grande maioria dos resíduos se enquadra nesta classe, por causa dos critérios adotados. Há resíduos Classe II mais ou menos tóxicos ou mais ou menos perigosos, que não chegam a ser perigosos como define a Classe I, nem são inertes como define a Classe III. Resíduos Classe III ou Inertes são os resíduos sólidos ou mistura de resíduos que, submetidos ao teste de solubilização da NBR 10006 (ABNT, 1987c), não tenham nenhum de seus constituintes solubilizados em concentrações superiores aos padrões definidos na Listagem 8: ‘Padrões para o teste de solubilização’ da NBR 10004 (ABNT, 1987a). Têm como característica um extrato solubilizado igual aos padrões de água potável, o que é muito raro. Devido à forma de coleta e disposição final, os resíduos sólidos industriais são responsáveis pela maior parte da contaminação do solo, do ar e dos recursos hídricos nos grandes centros urbanos. Assim, são muitos os riscos que a disposição inadequada do resíduo oferece, pois estão ligados a processos naturais que, na maioria dos casos, estão fora da esfera de controle do homem, como a lixiviação, percolação, evaporação, ciclo das chuvas, combustão, fumaça, pluma e vetores (Lima, 1995). O meio ambiente apresenta uma capacidade natural de se regenerar, restabelecendo seu equilíbrio inicial propício à vida. É sabido que estes processos regenerativos naturais ocorrem com velocidades finitas e muito variáveis, em função do tipo de fator que tenha causado o desequilíbrio. Também é sabido que, ultrapassados certos limites, a capacidade regenerativa do ambiente pode ser superada, dando lugar ao aparecimento de mudanças que são irreversíveis (Gomes, 1995). Em muitas áreas rurais e urbanas ainda predomina a disposição final inadequada de resíduos industriais. Os resíduos industriais perigosos são.

(26) 24. quase sempre depositados em locais inadequados, como lixões, margens de estradas, terrenos baldios, encostas florestadas, manguezais, rios, baías e vales, comprometendo a qualidade ambiental e de vida da população, levando o problema da disposição final dos resíduos a assumir uma magnitude alarmante.. 2.2.1 A poluição ambiental causada pela disposição inadequada dos resíduos industriais. A poluição ambiental é geralmente conseqüência da atividade humana, sendo causada pela introdução de substâncias (ou de condições), que normalmente não estão no ambiente ou que nele existem em pequenas quantidades. Poluente é o detrito introduzido em um ecossistema não adaptado a ele, ou que não suporta as quantidades de poluentes que são nele introduzidas (FEEMA, 1992). O acelerado processo de industrialização acarretou um aumento considerável na produção de resíduos sólidos de origem industrial. O trato inadequado dos resíduos sólidos industriais contribui de forma marcante para o agravamento dos problemas ambientais, principalmente quanto à sua destinação final, que constitui tarefa potencialmente poluidora do meio ambiente (Rocca et al, 1993). Pode-se visualizar três tipos de problemas decorrentes do acúmulo de resíduos: a diminuição do espaço útil disponível, a ameaça direta à saúde por agentes patogênicos e os danos indiretos à saúde, por causa do comprometimento do ar e de águas subterrâneas (Fellenberg, 1980). A possibilidade de escassez de água doce ameaça o desenvolvimento e a sobrevivência mundial nas próximas décadas podendo causar conflitos e guerras pelo seu uso. A poluição dos recursos hídricos é uma das principais causas da sua escassez, que vem atingindo grande parte da população mundial, tornando os recursos hídricos subterrâneos uma esperança de abastecimento, representando um potencial imensurável (Zimbres, 2003). No entanto, de acordo com Canter (2000), as atividades industriais produzem numerosos focos de contaminação para as águas subterrâneas, principalmente ligadas ao manejo de resíduos, como as lagoas de efluentes, vazamentos de tanques, derrames acidentais, disposição de efluentes e resíduos sobre os solos ou nos rios, injeção de efluentes em poços e através das partículas aéreas. Os principais tipos de contaminantes ambientais decorrentes das atividades industriais são os metais pesados, os compostos orgânicos, a salinização e a acidificação, descritos a seguir..

(27) 25. Os metais pesados são compostos inorgânicos liberados por muitos ramos industriais na forma de resíduos sendo a principal fonte de contaminação do solo e das águas. São os agentes tóxicos mais conhecidos pelo homem, não podem ser destruídos e são altamente reativos do ponto de vista químico, o que explica a dificuldade de encontrá-los em estado puro na natureza. Quando lançados na água como resíduos, podem ser absorvidos pelos tecidos animais e vegetais, acumulando-se em todos os organismos que fazem parte da cadeia alimentar do homem, tornando-os tóxicos e perigosos. Os principais metais pesados mais perigosos ao homem são o mercúrio, cádmio, chumbo, zinco, níquel, cobre, arsênio, cromo e cobalto (Greenpeace, 2003). O petróleo e seus derivados estão entre os principais compostos orgânicos que, nos últimos decênios, têm sofrido aumento na sua produção e industrialização, aumentando, também, a quantidade dos mesmos como poluente ambiental, pois, quando em contato com a água, o petróleo se espalha sobre a superfície formando uma fina película que impede a troca de gases entre o ar e a água e a chegada de luz ao fitoplâncton, afetando, assim, as cadeias alimentares. Nas plantas, veda a entrada dos estômatos, impedindo a respiração e a fotossíntese. Nos peixes e caranguejos a película de petróleo recobre as guelras e os órgãos respiratórios, impedindo a respiração. No solo, bloqueia a absorção de nutrientes pelas raízes das plantas. Como os homens e os animais não possuem enzimas capazes de promover a decomposição de petróleo, a sua ingestão impede a absorção dos alimentos pelas mucosas do aparelho digestivo, além de conter substâncias tóxicas ao organismo (Fellenberg, 1980). A salinização é a degradação de terras férteis causadas pelo sal. Afeta a germinação e a densidade das culturas, bem como seu desenvolvimento vegetativo, reduzindo sua produtividade e, nos casos mais sérios, levando à morte generalizada das plantas. A salinização resultante da ação antrópica é conhecida como salinização secundária e resulta da lixiviação dos sais presentes nos efluentes e nos resíduos acumulados sobre o solo podendo, também, contaminar as águas superficiais e subterrâneas (MMA, 2002b). A acidificação é causada pelos poluentes como o óxido de nitrogênio (NOx) e o óxido de enxofre (SOx) liberados pela queima de carvão ou de derivados de petróleo, que reagem com a água formando o ácido nítrico (HNO3) e o ácido sulfúrico (H2SO4), presentes nas precipitações de chuva ácida, que é uma das principais conseqüências da poluição do ar. Os poluentes do ar são carregados pelos ventos e viajam milhares de quilômetros. Assim, as chuvas ácidas podem cair a grandes distâncias das fontes poluidoras, prejudicando outros países. O solo se empobrece e a vegetação fica comprometida. A acidificação prejudica os.

(28) 26. organismos em rios e lagoas, comprometendo a pesca. A acidez é dada pela concentração de íons Hidrogênio (H+) liberado pelos ácidos e é normalmente indicada pelos valores de pH (Fellenberg, 1980). É consenso que, se a poluição não for imediatamente combatida com alternativas viáveis, a humanidade caminhará para um desastre ecológico de grandes proporções. Se os resíduos forem eliminados por meio de um aumento do rendimento dos processos industriais, não só teremos uma natureza mais harmoniosa, como toda a sociedade se beneficiará com uma indústria mais eficiente, limpa e, conseqüentemente, mais lucrativa, uma vez que o resíduo industrial, quando submetido a tratamento apropriado, gera matéria prima rica e de baixo custo (Lima, 1995).. 2.2.2 Gerenciamento de resíduos industriais no contexto do desenvolvimento sustentável. A saúde humana e a qualidade do meio ambiente se degradam constantemente devido à quantidade cada vez maior de resíduos perigosos que são produzidos em processos industriais diversos. O manejo racional dos resíduos se encontra entre as questões mais importantes para a manutenção da qualidade do meio ambiente, visando o alcance de um desenvolvimento sustentável e ambientalmente saudável em todo o mundo (CNUMAD, 2001). O controle efetivo da geração, do armazenamento, do tratamento, da reciclagem e reutilização, do transporte, da recuperação e do depósito dos resíduos perigosos são de extrema importância para a saúde humana, assim como para a proteção ambiental. Uma das primeiras prioridades do manejo de resíduos perigosos é a sua minimização, como parte de um enfoque mais amplo de mudança dos processos industriais e dos padrões de consumo, por meio de estratégias de prevenção à poluição e de tecnologias limpas (CNUMAD, 2001). O Brasil possui legislações e normas específicas para tratar a questão dos resíduos. A Constituição Brasileira (BRASIL, 1997), em seu Artigo 225, dispõe sobre a proteção ao meio ambiente. Outras leis tratam do assunto, como a Lei 6.938 (BRASIL, 1981), que estabelece a Política Nacional de Meio Ambiente; a Lei 6.803 (BRASIL, 1980), que dispõe sobre as diretrizes básicas para o zoneamento industrial em áreas críticas de poluição e as Resoluções do CONAMA – Conselho Nacional de Meio Ambiente. A questão também é amplamente tratada nos capítulos 19, 20, 21 e 22 da Agenda 21..

(29) 27. O manejo e a disposição final dos resíduos industriais obedecem ao princípio do “poluidor-pagador”, que se encontra estabelecido na Lei da Política Nacional do Meio Ambiente (BRASIL, 1981). Isso significa dizer que “cada gerador é responsável pela manipulação e destino final do seu resíduo”. Os estados interferem no problema através de seus órgãos de controle ambiental, exigindo dos geradores de resíduos perigosos (Classes I e II), sistemas de manuseio, estocagem, transporte e de destinação final adequados (Monteiro et al, 2001). Martins (2000) afirma que existe hoje um largo consenso em torno da importância das medidas que vão ao encontro da reutilização das águas, bem como da reciclagem dos resíduos sólidos, e sendo assim, espera-se a materialização dessa vontade em obras que busquem demonstrar a eficiência das opções tomadas nesse desígnio e reforçar os mecanismos de gestão que as suportam. A gestão ambiental dos resíduos sólidos baseia-se na minimização dos resíduos e na recuperação energética, sempre que possível. Destaca-se como objetivo da minimização de resíduos a prevenção da geração de resíduos perigosos e a utilização de alternativas de disposição que não incluam a destinação no solo (Rocca et al, 1993). A minimização consiste em, através da redução na fonte, reutilização e reciclagem, diminuir a quantidade de resíduos e/ou seu potencial de contaminação, minimizando a sua toxicidade e/ou periculosidade (Teixeira, E., 2000). Para uma efetiva minimização de resíduos, Formosinho et al (2000) orienta que, em primeiro lugar, é necessário verificar se não será possível evitar a produção do resíduo (redução na fonte); em segundo lugar é necessário verificar se não é possível encontrar uma nova serventia para esse produto (reutilização); e, em terceiro lugar, verificar se podemos aproveitar a matéria-prima que o constitui (reciclagem). Estes três princípios constituem a sigla dos 3 R’s: Reduzir, Reutilizar e Reciclar. A política dos 3 R’s: Redução, Reutilização e Reciclagem, consagrada na Agenda 21, tem por objetivo reduzir o impacto ambiental negativo das atividades humanas, já que normalmente a sua aplicação implica na poupança de recursos não-renováveis e uma mais baixa emissão de poluentes para o solo, águas e atmosfera (Pio, 2002)..

(30) 28. 2.2.3 Redução, reutilização e reciclagem dos resíduos.. A estratégia de redução ou eliminação de resíduos ou poluentes na fonte geradora consiste no desenvolvimento de ações que promovam a redução de desperdícios, a conservação de recursos naturais, a redução ou eliminação de substâncias tóxicas (presentes em matérias-primas ou produtos auxiliares), a redução da quantidade de resíduos gerados por processos e produtos, e conseqüentemente, a redução de poluentes lançados para o ar, solo e águas (CETESB, 1998). A redução na fonte consiste na redução ou eliminação da geração de um resíduo do processo através de modificações dentro do próprio processo, através da alteração dos materiais utilizados, alterações tecnológicas e mudanças de procedimento ou de práticas operacionais (Frick, 1995). Reduzir é a forma mais interessante para a preservação ambiental ou a preservação dos recursos naturais (Portugal, 2002) A reutilização, ou reuso, é qualquer prática ou técnica que permite a reutilização do resíduo, sem que o mesmo seja submetido a um tratamento que altere as suas características físico-químicas (CETESB, 1998). Reutilizar é voltar a usar um produto de várias maneiras. De acordo com Teixeira, E. (2000), a reutilização consiste no aproveitamento do resíduo nas condições em que é descartado, submetendo-o a pouco ou nenhum tratamento. Portugal (2002) afirma que a reutilização de qualquer resíduo, transformando-o ou não, cria, pela nova utilização, um bem novo que provavelmente teria que ser fabricado às custas da exploração de mais recursos naturais virgens e energia. Temos como exemplo de reutilização o caso das embalagens tipo PET (Poli ETileno), que podem ser reutilizadas para detergentes, e os garrafões de água mineral. A reciclagem, segundo definição da CETESB (1998), é qualquer técnica ou tecnologia que permite o reaproveitamento de um resíduo, após o mesmo ter sido submetido a um tratamento que altere as suas características físico-químicas. A reciclagem pode ser dentro e fora do processo. A reciclagem dentro do processo permite o reaproveitamento do resíduo como insumo no processo que causou a sua geração. A reciclagem fora do processo permite o reaproveitamento do resíduo como insumo em um processo diferente daquele que causou a sua geração. A reciclagem também pode ser definida como o processo através do qual os resíduos retornam ao sistema produtivo como matéria prima. Este retorno ao processo produtivo pode.

(31) 29. ser de forma artesanal ou industrial. Com a reciclagem obtém-se um resgate daqueles resíduos que ainda podem ter utilidade e, desta forma, reduz-se a quantidade de resíduos que terão que ser adequadamente dispostos. Retira-se ainda, da massa de resíduos a ser disposta, aqueles materiais mais resistentes a um tratamento biológico e/ou que seriam problemáticos para um tratamento térmico. Pode-se entender a reciclagem como uma forma de recuperação energética uma vez que, com a reciclagem, exige-se menos energia para a produção de materiais do que usando matéria-prima virgem e, portanto, economiza-se energia ou, ainda, deixa-se de gastá-la (Teixeira, E., 2000). A reciclagem, através do reuso ou recuperação de resíduos ou de seus constituintes que apresentem algum valor econômico, é uma das formas mais atraentes de solução dos problemas de gerenciamento de resíduos, tanto do ponto de vista empresarial, como dos órgãos estaduais de proteção ao meio ambiente, pois diminui a quantidade de resíduos lançados no meio ambiente, além de contribuir para a conservação dos recursos naturais, minimizando a utilização daqueles não renováveis. Para incentivar a reciclagem, alguns estados possuem bolsas de resíduos, que são publicações periódicas, gratuitas, onde a indústria coloca os seus resíduos à venda ou para doação (Rocca et al, 1993). É comum proceder ao tratamento de resíduos industriais com vistas a sua reutilização ou, pelo menos, torná-los inerte. A solução adotada tem repercussões ambientais e sociais significantes e essas questões serão consideradas juntamente com os custos econômicos de se projetar o melhor sistema de gerenciamento (Gallardo & Ferrer, 2001). Contudo, dada a diversidade dos mesmos, não existe um processo pré-estabelecido, havendo sempre a necessidade de realização de uma pesquisa e o desenvolvimento de processos economicamente viáveis (Monteiro et al, 2001). O “segredo” para o êxito dos projetos de preservação ambiental está na sua sustentabilidade econômica. Neste contexto, a reciclagem tem-se mostrado excelente oportunidade de alavancagem de novos empreendimentos, traduzindo-se em geração de emprego e renda para diversos níveis da pirâmide social (Vilhena, 2002). Em termos práticos, um determinado material só será recuperado se o seu preço de venda puder ser menor ou igual ao preço do mercado, ou então, se for mais barato recuperá-lo que transportá-lo e tratá-lo ou dispô-lo adequadamente (Rocca et al, 1993)..

Referências

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