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DIAGNÓSTICO SITUACIONAL DE CADEIAS PRODUTIVAS DE BELO HORIZONTE. Cadeia Produtiva de Tecnologia da Informação e Comunicação

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Academic year: 2021

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DIAGNÓSTICO SITUACIONAL DE CADEIAS PRODUTIVAS DE BELO HORIZONTE

Cadeia Produtiva de Tecnologia da Informação e Comunicação

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FUNDAÇÃO IPEAD

Presidente: Prof. Reynaldo Maia Muniz

Vice-Presidente: Profª Paula de Miranda Ribeiro

Diretor-Executivo: Prof. José Alberto Magno de Carvalho

Diretor Executivo-Adjunto: Prof. Antonio Carlos Ferreira Carvalho

Coordenador Administrativo, Contábil e Financeiro: Prof. Antonio Carlos Ferreira Carvalho

Coordenador de Pesquisas e Desenvolvimento: Prof. Wanderley Ramalho

Coordenador de Projetos: Prof. Renato Mogiz Silva

Coordenador de Gestão Estratégica e Tecnologia: Marcos Murilo Miranda Rocha

Equipe Técnica: Prof. Wanderley Ramalho (Coordenador) Alexandre Moisés de Sena

Eduardo Eustáquio Antunes Elisabeth Pereira dos Santos Nildred Stael Fernandes Martins Thaize Vieira Martins

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Lista de figuras

Figura 1 – Estrutura analítica das atividades do setor de tecnologia da informação ... 16

Figura 2 - Estrutura da cadeia produtiva de Tecnologia da Informação e Comunicação ... 17

Figura 3 - Mercado de softwares e serviços, Brasil, 2010 ... 57

Figura 4– Esquema de computação em nuvem ... 58

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Lista de Gráficos

Gráfico 1– Evolução da participação da Cadeia TIC Brasileira no Valor Adicionado Bruto,

total e por segmentos, 2004 a 2008, Brasil ... 24

Gráfico 2– Participação de Minas Gerais no Valor Adicionado dos Serviços de Informação do Brasil, 2004 a 2008 ... 25

Gráfico 3– Participação dos serviços de informação no valor adicionado total do setor de serviços em Minas Gerais, 2004 a 2008 ... 25

Gráfico 4 - Participação dos serviços de informação no total dos serviços em Belo Horizonte, 2005 a 2010 ... 26

Gráfico 5 – Número de empresas da Cadeia TIC por anos de duração, Belo Horizonte/MG .... 31

Gráfico 6 - Cadeia TIC: Rendimento médio mensal do trabalho principal para pessoas de 10 anos ou mais, 2006 a 2009, localidades selecionadas ... 33

Gráfico 7 - Cadeia TIC: Taxa de Informalidade, 2007 a 2009, Localidades Selecionadas ... 34

Gráfico 8 - Participação das áreas de telecomunicações, informática e componentes eletrônicos no faturamento da indústria de TICs, de 1998 a 2007 ... 39

Gráfico 9 – Variação da produção física na indústria de transformação e setores TICs – comparação com o trimestre do ano anterior ... 40

Gráfico 10 – Distribuição de empresas de TI por ano de fundação ... 48

Gráfico 11 - Posição Brasileira no mercado mundial de software e serviços, 2004 a 2010 ... 50

Gráfico 12 - Participação do mercado de software, 2004 a 2010, Brasil ... 52

Gráfico 13 - Evolução do número de empresas no mercado de softwares e de serviços no Brasil entre 2004 e 2010 ... 53

Gráfico 14 – Evolução do número de assinantes do serviço de telefonia fixa no Brasil ... 64

Gráfico 15 – Variação da densidade do serviço de telefonia fixa entre 2009 e 2010 ... 65

Gráfico 16 – Evolução da quantidade de orelhões no Brasil (em mil), 1998 a 2010 ... 66

Gráfico 17 – Evolução do acesso ao Serviço Móvel Pessoal no Brasil ... 67

Gráfico 18 – Evolução da densidade de acesso ao Serviço Móvel Pessoal no Brasil, 1998 a 2010... 68

Gráfico 19 – Distribuição de acessos em SMP por tecnologia, 2010 ... 69

Gráfico 20 – Competitividade no SMP por empresas prestadoras de serviços, 2010 ... 70

Gráfico 21– Evolução dos acessos ao Serviço de Comunicação Multimídia no Brasil (em milhões), 2000 a 2010 ... 71

Gráfico 22 – Evolução do número de empresas autorizadas do SCM ... 72

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Gráfico 24– Evolução do número de assinaturas de TV no Brasil, 1998 a 2010 ... 76 Gráfico 25 – Evolução da densidade de assinaturas no Brasil por domicílios, 2009 e 2010 ... 76 Gráfico 26 – Utilização de cada modalidade de tecnologia no serviço de TV por assinatura no Brasil, 2010. ... 77 Gráfico 27 – Distribuição das empresas por segmento de atuação e os setores da economia. ... 90 Gráfico 28 – Percentual das vendas para o setor público em relação ao faturamento bruto das empresas. ... 91 Gráfico 29 – Origem do faturamento das empresas de TI por segmento de atuação. ... 93 Gráfico 30 – Percentual das vendas na RMBH (em relação a Minas Gerais) por segmento de atuação. ... 95 Gráfico 31 – Percentual das vendas em Belo Horizonte (em relação a RMBH) por segmento de atuação. ... 96 Gráfico 32 – Percentual das vendas destinadas a outros lugares fora de Minas gerais por segmento de atuação ... 97 Gráfico 33 – Localidades citadas como destino de vendas para outros lugares fora de Minas Gerais (N = 72) ... 98 Gráfico 34 – Perspectiva de expansão das empresas nos próximos 3 anos, por segmento de atuação ... 100 Gráfico 35 – Percentual de compra em Minas Gerais por segmento de atuação ... 101 Gráfico 36 – Percentual de compra na RMBH (em relação a Minas Gerais) por segmento de atuação ... 103 Gráfico 37 – Percentual de compra em Belo Horizonte (em relação a RMBH) por segmento de atuação ... 104 Gráfico 38 – Percentual de compra em outras localidades (fora de Minas Gerais) por segmento de atuação... 105 Gráfico 39 – Localidades citadas como origem das compras em outros lugares fora de MG (N = 64) ... 106 Gráfico 40 – Existência de parcerias por segmento de atuação ... 107 Gráfico 41 – Percentual do faturamento investido em treinamento por segmento de atuação . 109 Gráfico 42 – Perfil de inovação da empresa por segmento de atuação ... 110 Gráfico 43 – Perfil no mercado em que atua por segmento de atuação ... 111 Gráfico 44 – Demandas por políticas públicas por segmento de atuação... 112

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Lista de tabelas

Tabela 1 – Cadeia TIC: Número de estabelecimentos formais e participação no total da

indústria de transformação e serviços, localidades selecionadas, 2007 e 2010 ... 27

Tabela 2 - Cadeia TIC: Participação percentual do número de estabelecimentos, localidades selecionadas em relação ao Brasil e Minas Gerais, 2007 e 2010 ... 29

Tabela 3 – Cadeia TIC: Percentual de estabelecimentos por tamanho do estabelecimento, localidades selecionadas, 2010 ... 30

Tabela 4– Abertura e fechamento de empresas da Cadeia TIC em belo Horizonte/MG, 2009 a abril de 2011 ... 31

Tabela 5 – Cadeia TIC: Número de empregos formais e participação no total dos empregos da indústria e dos serviços, localidades selecionadas, 2007 e 2010 ... 32

Tabela 6 – Participação dos produtos do setor de Tecnologia da Informação e Comunicação – TIC, no total do comércio exterior – Brasil – 2003-2006 ... 36

Tabela 7 - Número de estabelecimentos e de empregos do segmento industrial da cadeia TIC, localidades selecionadas, 2010 ... 42

Tabela 8 - Mercado Mundial de TI, 2010 ... 48

Tabela 9 - PIB do setor de softwares e serviços no Brasil, 2004 a 2010 ... 51

Tabela 10 - Exportação de softwares e serviços, Brasil, 2010 ... 52

Tabela 11 - Empresas do setor de softwares e serviços, Brasil, 2010 ... 53

Tabela 12– Número de estabelecimentos formais prestadores dos serviços de Tecnologia da Informação, localidades selecionadas, 2010 ... 54

Tabela 13– Número de empregos formais por classe dos serviços de tecnologia da informação, localidades selecionadas, 2010 ... 55

Tabela 14 - Mercado Mundial de Softwares e serviços, 2010 ... 56

Tabela 15 – Horas de fiscalização no ano de 2010 ... 63

Tabela 16 – Número de Usuários de Internet no Brasil entre 2000 e 2009 ... 82

Tabela 17 – Distribuição das empresas por segmento de atuação e os setores da economia ... 89

Tabela 18 – Percentual das vendas para o setor público em relação ao faturamento bruto das empresas ... 91

Tabela 19 – Origem do faturamento das empresas de TI por segmento de atuação ... 92

Tabela 20 – Percentual das vendas na RMBH (em relação a Minas Gerais) por segmento de atuação ... 94

Tabela 21 – Percentual das vendas em Belo Horizonte (em relação a RMBH) por segmento de atuação ... 96

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Tabela 22 – Percentual das vendas destinadas a outros lugares fora de Minas Gerais por segmento de atuação ... 97 Tabela 23 – Localiades citadas como destino de vendas para outros lugares fora de Minas Gerais (N=72) ... 98 Tabela 24 – Perspectiva de expansão das empresas nos próximos 3 anos, por segmento de atuação ... 99 Tabela 25 – Percentual de compra em Minas Gerais por segmento de atuação ... 101 Tabela 26 – Percentual de compra na RMBH (em relação a Minas Gerais) por segmento de atuação ... 102 Tabela 27 – Percentual de compra em Belo Horizonte (em relação a RMBH) por segmento de atuação ... 104 Tabela 28 – Percentual de compra em outras localidades (fora de Minas Gerais) por segmento de atuação... 105 Tabela 29 – Localidades citadas como origem das compras em outros lugares fora de MG (N = 64) ... 106 Tabela 30 – Existência de parcerias por segmento de atuação ... 107 Tabela 31 – Percentual do faturamento investido em treinamento por segmento de atuação .. 108 Tabela 32 – Perfil de inovação da empresa por segmento de atuação ... 110 Tabela 33 – Perfil no mercado em que atua por segmento de atuação ... 111 Tabela 34 – Demandas por políticas públicas por segmento de atuação ... 112

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Sumário

1 APRESENTAÇÃO ... 11

2 PARTE 1: CONTEXTO MACROECONÔMICO DA CADEIA PRODUTIVA DE TI ... 13

2.1 Introdução ... 13

2.2 Estrutura da cadeia produtiva e caracterização geral ... 14

2.3 A Cadeia Produtiva de Tecnologia da Informação e Comunicação: cenário internacional e inserção brasileira ... 20

2.3.1 Cenário Internacional ... 20 2.3.2 Inserção Brasileira ... 22 2.4 Importância Econômica ... 23 2.4.1 Produção ... 23 2.4.2 Estabelecimentos... 27 2.4.3 Emprego ... 32 2.4.4 Comércio exterior ... 35 2.5 Fornecedores ... 37 2.5.1 Produção ... 38 2.5.2 Estabelecimentos e emprego ... 41 2.5.3 Tecnologia e Inovação ... 43 2.5.4 Comércio Exterior ... 44 2.6 Produtores ... 45 2.6.1 Tecnologia da Informação ... 46 2.6.2 Segmento de Telecomunicações ... 62 2.7 Consumidores ... 80 2.8 Síntese Parte 1 ... 84

3 PARTE 2: PERCEPÇÃO DOS AGENTES QUE INTEGRAM A CADEIA PRODUTIVA DE TI... 87

3.1 Pesquisa quantitativa ... 88

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3.1.2.1 Perfil das empresas entrevistadas ... 88

3.1.2.2 Caracterização do processo de venda das empresas ... 90

3.1.2.3 Perspectivas de crescimento das emprsas ... 99

3.1.2.4 Caracterização do processo de compras das empresas ... 100

3.1.2.5 Parcerias com empresas fornecedoras ... 106

3.1.2.6 Caracterização dos investimentos em treinamento ... 108

3.1.2.7 Posiçaõ no mercado de atuação ... 109

3.1.2.8 Políticas públicas para o desenvolvimento do setor ... 111

3.1.3 Síntese da pesquisa quantitativa... 113

3.2 Pesquisa qualitativa ... 114

3.2.1 Principais características da cadeia de tecnologia da informação em Belo Horizonte ... 114

3.2.2 Segmentos da tecnologia da informação de maior relevância em Belo Horizonte ... 117

3.2.3 Principais tendências do setor de tecnologia da informação ... 118

3.2.4 Principais tendências do setor de tecnologia da informação ... 121

3.2.5 Importância econômica (em %) do segmento de software, hardware, comércio e serviços e avaliação sobre esta distribuição econômica ... 122

3.2.6.Expectativas em relação ao desempenho futuro da tecnologia da informação em Belo Horizonte. ... 123

3.2.7 Desafio do setor de tecnologia da informação atualmente ... 125

3.2.8 Percepção sobre os três elos da cadeia produtiva em Belo Horizonte: FORNECEDOR, PRODUTOR, CONSUMIDOR. (Aspectos dificultadores e perspectivas de solução). ... 126

3.2.9 Percepção sobre os três elos da cadeia produtiva em Belo Horizonte: FORNECEDOR, PRODUTOR, CONSUMIDOR. (Potencialidades). ... 129

3.2.10 Três principais concorrentes de Belo Horizonte na cadeia produtiva da tecnologia da informação. ... 130

3.2.11 Sugestão de Políticas Públicas para incentivar o desenvolvimento e fortalecimento da cadeia produtiva... 132

3.2.12 Avaliação da atuação da Prefeitura de Belo Horizonte no setor de tecnologia da informação. ... 134

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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 136

5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 141

APÊNDICE 1 - QUESTIONÁRIO PESQUISA QUANTITATIVA ... 143

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1 APRESENTAÇÃO

O presente relatório apresenta os resultados da pesquisa Diagnóstico Situacional de Cadeias Produtivas de Belo Horizonte, desenvolvida pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais – IPEAD/UFMG –, no âmbito do estudo demandado pela Secretaria Municipal de Planejamento, Orçamento e Informação da Prefeitura de Belo Horizonte – PBH.

O estudo inclui pesquisas quantitativas e qualitativas em fontes primárias com empresários e representantes de entidades vinculadas à cadeia produtiva de Tecnologia da informação e comunicação (TIC), além de levantamento em fontes secundárias de dados relacionados à cadeia investigada.

O objetivo é obter um melhor conhecimento da problemática dessa cadeia produtiva no município de Belo Horizonte que permita o desenvolvimento e implementação de projetos de desenvolvimento econômico e social.

Este relatório está dividido em duas partes. A primeira permite contextualizar a cadeia produtiva de TIC no cenário macroeconômico, e a segunda possibilita captar a percepção dos agentes que integram a cadeia, a partir da análise dos resultados de uma pesquisa de campo, especificamente desenhada com este propósito.

Particularmente, a primeira parte contempla uma análise da cadeia produtiva de TIC de Belo Horizonte e sua Região Metropolitana, tendo por pano de fundo os contextos estadual, nacional e internacional. Adicionalmente, nessa primeira parte, procedeu-se a uma análise dos indicadores de desempenho econômico do segmento de TIC em Belo Horizonte e sua Região Metropolitana. Finalmente, é apresentada uma caracterização mais detalhada do desempenho dos elos “fornecedor”, “produtor” e “consumidor” que constituem a cadeia produtiva de TIC. A segunda parte do documento, por seu turno, analisa a percepção dos agentes que integram a cadeia produtiva de TIC por meio de duas pesquisas, uma quantitativa e outra qualitativa. Com este objetivo, elaborou-se um questionário e um roteiro de entrevistas, os quais tiveram, por fundamento, encontros com a equipe técnica da PBH e representantes de entidades de classe da cadeia produtiva de TIC. Tal estratégia permitiu a geração de roteiros mais aderentes à realidade da cadeia.

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Cumpre finalmente destacar a existência de uma síntese correspondente a cada parte constitutiva deste relatório, além de uma última seção de “considerações finais” que explicita os aspectos mais relevantes para o diagnóstico situacional da cadeia produtiva.

Acredita-se que o presente estudo possa funcionar como subsídio a ações gerenciais e de planejamento para as câmaras setoriais da PBH, constituindo-se, ao fim e ao cabo, em uma ferramenta para o desenvolvimento de um instrumento de intervenção na realidade.

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2 PARTE 1: CONTEXTO MACROECONÔMICO DA CADEIA PRODUTIVA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

2.1 Introdução

Este relatório contempla a análise da Cadeia Produtiva de Tecnologia da Informação e Comunicação – TIC - de Belo Horizonte e sua Região Metropolitana tendo como pano de fundo o contexto estadual, nacional e internacional, que parte de uma síntese de pesquisas e estudos recentes sobre as principais tendências e o desempenho de tal cadeia no Brasil, inserido no cenário internacional. Esses estudos constituem a base de análise da cadeia de tecnologia da informação e comunicação de Belo Horizonte e da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Para elaboração deste relatório, os elos da cadeia produtiva de tecnologia da informação e comunicação foram classificados em três segmentos: fornecedores de insumos, produtores e consumidores.

O segmento de fornecedores representa a base da cadeia TIC e é constituído principalmente por fabricantes de máquinas para escritório e equipamentos de informática, fabricantes de material eletrônico básico, fabricantes de equipamentos de telefonia e transmissores de rádio e TV e fabricantes de equipamentos receptores de rádio e TV, reprodutores e gravadores de som e vídeo.

O segmento dos produtores da cadeia TIC é representado pela produção de softwares e hardwares, além da oferta de serviços de tecnologia da informação e de telecomunicações. Os consumidores completam a cadeia produtiva e se caracterizam por representarem um amplo e difundido segmento. Órgãos públicos, instituições privadas, profissionais liberais e autônomos, usuários básicos e avançados, e diversos outros tipos de pessoas físicas e jurídicas compõem o segmento de consumidores. Pode-se dar destaque também para o comércio, caracterizado pela distribuição, representação, varejo, atacado, escritório e informática.

Este relatório está organizado em oito seções, incluindo esta introdução.

A segunda seção descreve e caracteriza a estrutura produtiva da cadeia. Neste caso é feita uma breve descrição dos elos, em que são considerados o sistema produtivo, a estrutura de mercado e a utilização de tecnologia. Também são contempladas a dinâmica produtiva e a interação entre os segmentos.

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A seção 3 faz uma descrição do estado da arte da cadeia no cenário internacional e da inserção do Brasil neste cenário.

A seção 4 analisa os indicadores de desempenho econômico do segmento industrial da cadeia TIC e do segmento de serviços da cadeia TIC em Belo Horizonte, tendo como base de comparação os indicadores de Minas Gerais e do Brasil. São analisados indicadores de produção, estabelecimentos, emprego e comércio exterior.

As seções 5, 6 e 7 fazem a caracterização e análise mais detalhada do desempenho dos elos que compõem os segmentos dos fornecedores, produtores e consumidores, respectivamente.

A seção 8 apresenta a síntese deste estudo.

2.2 Estrutura da cadeia produtiva e caracterização geral

A cadeia produtiva de tecnologia da informação e comunicação (TIC) pode ser segmentada em três pilares fundamentais, a saber, produtores, fornecedores e consumidores, no que diz respeito à participação nas atividades que compõem este setor. Segundo definição do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o setor de TIC pode ser considerado como “a combinação de atividades industriais, comerciais e de serviços, que capturam eletronicamente, transmitem e disseminam dados e informação e comercializam equipamentos e produtos intrinsecamente vinculados a esse processo”.

Encontra-se na literatura especializada diversos conceitos e definições a respeito de TIC, por exemplo, a proposição de John (2000), que compreende TIC como convergência digital entre dados, telefonia, vídeo e internet, valendo-se de avançados recursos de hardware, software, equipamentos de telecomunicações, de armazenamento e de transmissão de dados, bem como das tecnologias de redes. Aproximando-se desse pensamento, Lastres e Ferraz (1999, p.32) apontam que, valendo-se da base teórica da economia da inovação, a TIC reúne áreas como “informática, telecomunicações, comunicações, ciência da computação, engenharias de sistemas e de softwares”. Ainda, segundo Lins (2009), o setor de TIC agrega atividades relacionadas com a produção de bens, que se destinem ao processamento e apresentação da informação por tecnologia digital e de seus componentes, e com a prestação de serviços de tratamento, de transporte e de apresentação da informação em todas as suas modalidades: dados, imagens, voz, audiovisuais e multimídia.

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Considerando-se esta última definição, nota-se que, no cerne do crescimento e do desenvolvimento da tecnologia da informação e da comunicação, estão situadas a informação e o conhecimento. Alguns autores chegaram a propor a existência da “Revolução da Informação”, como novo paradigma, que induz o surgimento de novas atividades e estratégias organizacionais, remodelando até mesmo as relações de poder e de trabalho no Século XXI. Assim sendo, a informação e o conhecimento assumem um papel de maior visibilidade e importância estratégica.

Portanto, se a informação desponta como elemento central de novas atividades e estratégias, a forma de gerenciar, tratar, transportar e armazenar essa informação ganha também grande importância. É nesse contexto que as TICs se enquadram e se tornam de crucial relevância, devido a sua vasta gama de aplicações e a sua pervasividade. É válido destacar que as TICs são responsáveis por uma drástica redução do custo de obtenção, processamento e armazenamento de conhecimento na forma de informação.

Tendo-se em vista a segmentação do setor citada anteriormente, os produtores podem ser compreendidos pela parte responsável pela produção de softwares e hardwares, pela oferta de serviços e de infraestrutura de TI para a cadeia enquanto que os fornecedores são responsáveis por prover insumos, suprimentos, hardwares, equipamentos e peças, dentre outros, abrangendo a questão produtiva. Nota-se que a divisão entre produtores e fornecedores nem sempre se dá de forma clara e objetiva, uma vez que um mesmo elemento dessa cadeia pode transitar entre esses dois ambientes, de acordo com a estrutura existente e as demandas mercadológicas. Os consumidores, por sua vez, representam um complexo e abrangente componente da cadeia produtiva, sendo representados por instituições privadas e instituições públicas, bem como os mais diversos tipos de pessoas físicas, de usuários básicos a avançados.

As Figuras 1 e 2 a seguir mostram duas abordagens distintas da cadeia produtiva do setor de tecnologia da informação e comunicação, à partir das quais é possível entender a complexidade e o dinamismo que envolvem os processos e os agentes a ela associados.

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Figura 1 – Estrutura analítica das atividades do setor de tecnologia da informação

Fonte: Mapa de Oportunidades Nacional Consolidado – SEBRAE

A Figura 1 mostra os diversos componentes da cadeia produtiva de TIC, com ênfase nos serviços ofertados pelos produtores. Percebe-se que o setor é capaz de suprir a demanda de áreas diversas, atendendo às necessidades dos mais variados consumidores, o que vai ao encontro das definições vistas anteriormente, segundo as quais o setor de TIC engloba e utiliza os mais variados campos do conhecimento.

Essa característica do setor de TIC está diretamente associada às inovações tecnológicas e às constantes metamorfoses que permeiam seus processos. As tecnologias da informação e da comunicação se reinventam a todo momento, gerando novos mercados, novos consumidores e novas demandas. Surge, assim, um processo que pode ser entendido como “destruição criadora”, dado que a criação de novas tecnologias implicam o surgimento de novas atividades e agentes e, ao mesmo tempo, desconstrução de antigos paradigmas. As inovações e novas tecnologias geram mudanças e novos desafios, mas também oportunidades, que não ficam restritas somente ao setor das TICs, mas se expandem para toda a economia, devido à vasta aplicação dessas tecnologias.

Por intermédio da Figura 2 é possível ter-se uma visão geral da cadeia produtiva de tecnologia da informação e comunicação, englobando produtores e fornecedores. Os consumidores estão representados pelo comércio. Trata-se, contudo, de um campo muito difundido e vasto, abrangendo todos os segmentos sociais, portanto, maior do que o apresentado no esquema abaixo. Os próprios produtores e fornecedores aparecem muitas vezes como consumidores.

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Nota-se ainda a complexidade dessa cadeia produtiva, que conta com a participação de diversos agentes, como laboratórios e centros de pesquisa e desenvolvimento, universidades e escolas técnicas, investidores, sindicatos, consultorias, empresas de telecomunicação, dentre outros. No centro da cadeia produtiva aparecem os produtores de hardware, desenvolvedores de software, serviços e telecomunicações, e os fornecedores de equipamentos, aparelhos e infraestrutura, contudo, percebe-se que é necessária uma base muito ampla e sólida para sustentar os processos e agentes dessa cadeia. Faz-se necessário, portanto, a existência de uma infraestrutura complexa e moderna para o desenvolvimento das atividades ligadas à cadeia produtiva, especialmente no que diz respeito a insumos, investimentos e mão-de-obra especializada e qualificada.

Figura 2 - Estrutura da cadeia produtiva de Tecnologia da Informação e Comunicação

Fonte:http://www.ot.ufc.br/portal02/index.php?option=com_content&view=article&id=123&Itemid=109 O trabalho de laboratórios e institutos de pesquisa e desenvolvimento (P&D), universidades e escolas técnicas, agências de desenvolvimento e investidores confere à cadeia produtiva de TIC um grande dinamismo nas inovações tecnológicas, com o intuito de proporcionar novas ofertas e serviços para toda a cadeia. Dessa forma, o setor de TIC aparece como expoente em termos de investimentos em P&D, sendo que 7 das 20 maiores empresas inversoras em P&D no mundo pertencem ao setor. (ABDI, 2009)

Outra questão fundamental na análise do setor de TIC diz respeito à dificuldade na definição e identificação das atividades que o compõe, tendo em vista que na literatura associada existem percepções muito diferenciadas sobre o conjunto de atividades que fazem parte de seu cenário

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econômico. Portanto, faz parte da análise do setor TIC a identificação adequada de suas atividades, que pode ser feita, de acordo com definições do IBGE, utilizando-se a Classificação Nacional de Atividades Econômicas – CNAE 2.0, e tendo como base a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE.

Conforme descrito anteriormente, as atividades e os agentes podem ser alocados em três grupos: produtores, fornecedores e consumidores. Os fornecedores caracterizam-se pela atividade industrial na produção de hardware, agregando manufatura de equipamentos de tratamento digital da informação, componentes periféricos, peças, computadores e eletrônicos. Além disso, os fornecedores são responsáveis pela fabricação de elementos de infraestrutura de serviços de telecomunicações, aparelhos terminais desses serviços, além de equipamentos destinados a atividades de áudio, vídeo e entretenimento. (LINS, 2009) Corresponde ainda aos fornecedores a fabricação de equipamentos de comunicação e transmissão, aparelhos e instrumentos de medida, teste e controle, cronômetros e relógios, aparelhos eletromédicos e eletroterapêuticos, aparelhos de irradiação, equipamentos e instrumentos ópticos, fotográficos e cinematográficos, mídias virgens, magnéticas e ópticas, aparelhos telefônicos, dentre outros. Os fornecedores correspondem à base da cadeia produtiva, responsáveis pelo desenvolvimento da infraestrutura do setor (cabeamento, segurança, instalações, servidores, redes, etc) e também por boa parte das inovações tecnológicas existentes. Neste sentido, o desenvolvimento de pesquisas, a criação de agências de desenvolvimento e a participação de investidores tornam-se fundamentais na estruturação do setor. Outro fator de elevada relevância é a qualificação de mão-de-obra especializada, para trabalhar tanto na produção quanto nas inovações e pesquisas. Dentre os fornecedores destacam-se grandes empresas na área de infraestrutura, responsáveis por suprir a contínua demanda, em especial, do setor de telecomunicações, que é intensivo em capital e em oferta de serviços. Além dos fornecedores de componentes e periféricos eletrônicos, pode-se citar os fabricantes de fibras ópticas, largamente empregadas nas telecomunicações, por exemplo, no acesso a internet banda larga.

Em relação à criação de empregos e mão-de-obra, o segmento de fornecedores, apesar de fazer uso de mão-de-obra especializada e dos investimentos feitos em pesquisa e desenvolvimento, não emprega um grande número de pessoas, uma vez que a maior parte de seus processos são automatizados e mecanizados. São, portanto, grandes empresas, que movimentam muito capital, mas em comparação com outros setores, geram poucos empregos.

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Os produtores, por sua vez, são responsáveis pela produção e desenvolvimento de softwares e aplicativos, telecomunicações, além da oferta dos mais variados serviços relacionados à cadeia produtiva. Em algumas ocasiões os produtores podem atuar também como fornecedores.

Como atividades relacionadas aos produtores pode-se citar: desenvolvimento de programas de computador sob encomenda; desenvolvimento e licenciamento de programas de computador customizáveis e não-customizáveis; consultoria em tecnologia da informação; suporte técnico e manutenção; tratamento de dados, provedores de serviços de aplicação e serviços de hospedagem na internet; portais e provedores de conteúdo na internet; reparação e manutenção de computadores e de equipamentos periféricos; telecomunicações por fio, sem fio e por satélite; operadoras de televisão por assinatura por cabo, por microondas e por satélite; reparação e manutenção de equipamentos de comunicação; dentre outras.

O segmento de produtores, em especial no desenvolvimento de softwares, é intensivo em recursos humanos qualificados, possui uma estrutura industrial bastante heterogênea e não requer grandes investimentos em capital. Entretanto, existe investimento em tecnologias, pesquisa e desenvolvimento, e pessoal capacitado para criação e desenvolvimento de softwares, visando atender a grande demanda existente por parte dos consumidores.

Em relação à criação de empregos, o segmento de produtores concentra a maior parte da mão-de-obra empregada na cadeia TIC, em sua maioria na oferta de serviços, que representa 95,6% das empresas, 71,1% dos posto de trabalho e 74% do valor adicionado/valor da transformação industrial. É marcante a participação de micro e pequenas empresas na geração de postos de trabalho, com 36,6% nas empresas com até 10 pessoas ocupadas e 41,5% nas empresas com até R$5 milhões de faturamento (IBGE, 2009).

Apesar da expressiva participação das micro e pequenas empresas, o setor TIC é altamente concentrado nas grandes empresas, com 76,1% do valor adicionado/valor da transformação industrial gerado em empresas com 250 ou mais pessoas ocupadas e 77,2% gerado em empresas com faturamento superior a R$60 milhões. (IBGE, 2009)

Cabe ressaltar ainda que nos serviços TIC, principalmente nas atividades de informática, é expressiva a presença de profissionais liberais ou autônomos, cujas unidades de produção encontram-se nos domicílios, e que, portanto, não compõem as pesquisas formais.

Os consumidores completam a cadeia produtiva e se caracterizam por constituírem um amplo e difundido segmento. Praticamente todos os setores da sociedade fazem parte desse grupo, tendo

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em vista a pervasividade das aplicações TIC na rotina diária atual. Órgãos públicos, instituições privadas, profissionais liberais e autônomos, usuário básicos e avançados, e diversos outros tipos de pessoas físicas e jurídicas compõem o segmento de consumidores. Pode-se dar destaque também para o comércio, caracterizado pela distribuição, representação, varejo, atacado, escritório e informática.

Observa-se nesse segmento a existência de consumidores mais exigentes, com demandas específicas e customizadas, o que estimula os investimentos e o desenvolvimento de novas tecnologias, técnicas e infraestruturas, e, portanto, impulsiona toda a cadeia produtiva TIC. 2.3 A Cadeia Produtiva de Tecnologia da Informação e Comunicação: cenário

internacional e inserção brasileira 2.3.1 Cenário Internacional

A cadeia produtiva de TIC é fortemente marcada pelo fenômeno da globalização e pela liberalização dos mercados, o que gera grande segmentação da cadeia de valor em diversas localidades distribuídas ao longo do globo. Observa-se que, como conseqüência desse fato, ocorreu o deslocamento de significativa parcela de produção de produtos finais e de peças e componentes para países do leste asiático. É cada vez mais notável o desenvolvimento de empresas de países da Ásia, que se definem como players globais, passando do domínio de manufatura para controle e desenvolvimento de atividades de design e de projetos eletrônicos (ABDI, 2009).

No sentido inverso, empresas líderes com sedes em países desenvolvidos buscam manter e ratificar o controle sobre as definições de padrões e de design dominantes mundialmente, de maneira a permanecerem no comando da cadeia de valor global. Isso se reflete diretamente na reprodução de atividades com alto valor agregado, como propriedade da tecnologia, marketing, pesquisa e desenvolvimento e consolidação da marca, que tendem a se concentrar nas matrizes das grandes corporações, que, por sua vez, estão localizadas nos países desenvolvidos, por exemplo, EUA, Japão, Coréia, além de países da Europa.

Já as atividades de valor agregado médio, como produção de commodities a partir de tecnologia proprietária, supervisão de logística e comercial, gerência de filiais e de representantes e produção de componentes e de kits estão alocadas em alguns países, os quais são capazes de implantar grandes plantas industriais, como é o caso da China, de Cingapura e de Taiwan (LINS, 2009).

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O uso intensivo de mão-de-obra e o desenvolvimento de atividades com baixo valor agregado, por exemplo, serviços de apoio, embalagem, montagem e comercialização regional ocorrem em um grande número de países, que são responsáveis por atender ao mercado interno e também de países próximos, como no caso do Brasil, do México e de alguns países do sudeste asiático (LINS, 2009).

No que diz respeito às tendências mundiais do setor TIC, pode-se destacar a convergência tecnológica, as cooperações e alianças estratégicas e a agregação de conteúdos e de serviços aos produtos ofertados. A convergência tecnológica representa a integração e o desenvolvimento conjunto das telecomunicações, da tecnologia da informação e da mídia. Como exemplo prático destaca-se a associação de serviços multimídia (dados e vídeo) com serviços de voz, tendo como base a plataforma de acesso à internet, especialmente com a evolução da internet banda larga.

Esse fenômeno causou alteração na dinâmica de concorrência no setor, que agora se baseia em oferta de serviços chamados multiple play, e também na organização das demandas sociais, como agilidade e rapidez no acesso e qualidade e disponibilidade de conteúdos. Os produtos eletrônicos são exemplos da convergência tecnológica, à medida que incorporam múltiplas funcionalidades em um único aparelho (computadores, celulares, notebooks, netbooks). Dessa forma, eles atendem também a outras exigências da sociedade, que envolvem questões como mobilidade e portabilidade (ABDI, 2009).

Quanto às cooperações e alianças estratégicas, estas têm como objetivo promover o êxito comercial de novas tecnologias, à partir da atuação de grandes empresas, com efetivo poder de mercado. Além disso, essas estratégias servem para reunir e reproduzir competências em hardware e em software, como forma de reduzir e dividir custos (TIGRE 2008/2009).

Já em relação à agregação de conteúdos e de serviços aos produtos, nota-se que existe uma tendência no setor TIC de aumento da importância dos softwares e dos serviços em relação ao custo de equipamentos e de instalações físicas. Dessa forma, há uma mudança na lógica comercial, que passa a focar em “serviços com produtos” em vez de “produtos com serviços”. Espera-se para os próximos anos um aumento significativo da participação da área de softwares e de serviços em empresas de telecomunicações e também em fabricantes de equipamentos. Apesar do papel central do desenvolvimento tecnológico nesse contexto, a incorporação de serviços aos produtos demanda a capacitação em diversos ramos do conhecimento.

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Esta alteração de cenário na demanda por serviços apresenta, contudo, grandes desafios competitivos em relação às indústrias digitais, em função do custo fixo ser facilmente suplantado pela cópia. A produção de produtos digitalizados é cara, porém, sua reprodução é muito barata, ou seja, são produtos que possuem altos custos fixos e baixos custos marginais. Em função disso, observa-se um quadro de concentração de mercado na indústria de pacotes de software por parte de grandes corporações, com intuito de reduzir custos e se proteger de cópias e falsificações.

2.3.2 Inserção Brasileira

Diante deste quadro internacional, fica evidente que as empresas brasileiras têm maiores oportunidades na oferta e na prestação de serviços, que incluem a customização de soluções de acordo com a solicitação dos clientes, os serviços de suporte à aplicação, a integração de sistemas e a terceirização de operações, de infra-estrutura, de comunicações e de atividades de manutenção.

No que diz respeito à indústria no Brasil, especialmente na fabricação de equipamentos e eletrônicos destinados às telecomunicações, a partir do processo de privatização da Telebrás, nota-se que poucas empresas nacionais conseguiram se manter frente à concorrência internacional, altamente difundida após a abertura do mercado. As empresas que sobreviveram enquadram-se como empresas de pequeno ou de médio porte e atuam em áreas que requerem baixo grau de especialização tecnológica. Nesse sentido, predominam as corporações multinacionais, as quais possuem pequena atividade tecnológica local, uma vez que as inovações e incorporações tecnológicas ocorrem nas matrizes.

Segundo Szapiro (2008), o principal problema ligado à desnacionalização e ao aumento da participação das multinacionais no mercado nacional de equipamentos de telecomunicações é que as empresas tendem a importar mais partes, peças, componentes e bens finais em detrimento da produção local, o que acarreta maior dificuldade na competição com outras empresas. O desejável é, então, a utilização de instrumentos de política pública eficientes, que estimulem a agregação de valor localmente.

Com relação ao segmento de informática, que está altamente conectado ao desenvolvimento tecnológico do setor de telecomunicações, verifica-se o ganho de diversos benefícios competitivos nos últimos anos no mercado nacional, em função da diminuição dos preços de produtos nacionais e da expansão de vendas a partir de financiamentos para classes sociais

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menos favorecidas. A redução de vendas em mercados paralelos resultou em importante dinamismo em relação à demanda por produtos originais e de maior qualidade. Contudo, isso não representou elevação das competências tecnológicas nas empresas nacionais, uma vez que a maior parte do conteúdo tecnológico está incorporada nos componentes, provenientes em sua maioria de importações (ABDI, 2009).

2.4 Importância Econômica

2.4.1 Produção

A Cadeia Produtiva TIC brasileira representa aproximadamente 5% do valor adicionado bruto nacional. Dados publicados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE revelam que, entre 2004 e 2008, a participação da cadeia aumentou de 4,8% para 5,1%. Durante este período, o segmento dos serviços da cadeia TIC apresentou maior participação no total dos serviços, quando comparado com o segmento industrial da cadeia TIC no total da indústria brasileira. Em 2004 os serviços TIC representaram 5,6% do valor adicionado bruto gerado pelo setor de serviços nacional. Este percentual atingiu 6,1% em 2005, caiu para 6% e 5,8% em 2006 e 2007, respectivamente, retornando para 6% em 2008. Já a participação do segmento industrial TIC no valor adicionado total da indústria brasileira, equivaleu a 4% em 2004 e 2008, ainda que tenha alcançado 4,3% em 2006. (Gráfico 1)

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Gráfico 1– Evolução da participação da Cadeia TIC Brasileira no Valor Adicionado Bruto, total e por segmentos, 2004 a 2008, Brasil

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Contas Nacionais

Neste período Minas Gerais perdeu participação na geração do valor adicionado dos serviços de informação nacional1. Em 2004 o estado contribuiu com 8,1%, chegou a 8,5% em 2006 e caiu para 7,3% em 2008. (Gráfico 2 )

1 Não foram encontrados indicadores disponíveis referentes à produção e participação do segmento industrial TIC

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Gráfico 2– Participação de Minas Gerais no Valor Adicionado dos Serviços de Informação do Brasil, 2004 a 2008

Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Coordenação de Contas Nacionais (CONAC) – Fundação João Pinheiro (FJP), Centro de Estatísticas e Informações (CEI). Elaborado por IPEAD/UFMG

No que se refere à participação dos serviços de informação no total dos serviços da economia mineira, esta também apresentou queda no período 2004-2008. Passou de 5,9% em 2004 para 5,0% em 2008, após ter alcançado 6,2% em 2005.

Gráfico 3– Participação dos serviços de informação no valor adicionado total do setor de serviços em Minas Gerais, 2004 a 2008

Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Coordenação de Contas Nacionais (CONAC) – Fundação João Pinheiro (FJP), Centro de Estatísticas e Informações (CEI). Elaborado por IPEAD/UFMG

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Em Belo Horizonte, de acordo com os dados publicados pela Secretaria Municipal de Finanças da Prefeitura, a participação dos serviços de informação no total dos serviços municipais oscilou em torno dos 7% entre 2005 e 2010, com exceção de 2006, quando equivaleu a 8,1%. A menor participação foi verificada em 2009 (6,6%), provavelmente como reflexo da crise financeira de 2008; porém, em 2010, já apresentou sinais de recuperação alcançando a participação de 7,2%.

Gráfico 4 - Participação dos serviços de informação no total dos serviços em Belo Horizonte, 2005 a 2010

Fonte: Prefeitura de Belo Horizonte – PBH, Secretaria Municipal de Finanças – SMF, Elaborado por IPEAD/UFMG

Os indicadores analisados mostram que a cadeia TIC representa, em média, 5% do valor adicionado bruto brasileiro, com maior contribuição dos segmento dos serviços em relação ao segmento industrial.

A falta de indicadores mais precisos para Minas Gerais e Belo Horizonte não permite a comparação com os dados brasileiros, especialmente em relação à produção do segmento industrial da cadeia TIC. Entretanto, para o segmento de serviços os dados revelam que a participação dos serviços TIC no total dos serviços em Minas Gerais foi próxima a 5,0% do total de serviços do estado, inferior ao indicador brasileiro (6,0%). Já em Belo Horizonte, utilizando-se como proxy os dados da Secretaria Municipal da Fazenda, tal indicador equivaleu a 7,2% em 2008.

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2.4.2 Estabelecimentos

Os dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), divulgados pelo Programa de Disseminação de Estatísticas do Trabalho (PDET) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), revelam que, em 2010, existiam 55.663 estabelecimentos formais da cadeia produtiva TIC no Brasil, os quais representaram 3,6% do total de estabelecimentos formais da indústria de transformação e do setor de serviços nacional. Dentre estes, os serviços TIC, com 52.097 estabelecimentos, representaram 93,6% do total de estabelecimentos formais da cadeia.

Como se pode observar na Tabela 1, os dados mostram crescimento do número de estabelecimentos da Cadeia TIC brasileira entre 2007 e 2010, apesar da estabilidade dos indicadores de participação. O segmento industrial da Cadeia TIC manteve a participação de 1% no total da indústria de transformação, assim como o segmento de serviços TIC manteve sua participação de 4,4% no total dos serviços. Isto indica que a Cadeia TIC vem acompanhando a evolução da economia brasileira quando considerada a variável número de estabelecimentos.

Tabela 1 – Cadeia TIC: Número de estabelecimentos formais e participação no total da indústria de transformação e serviços, localidades selecionadas, 2007 e 2010

Atividade Brasil Minas Gerais RMBH BH

2007 2010 2007 2010 2007 2010 2007 2010 Indústria TIC 3.171 3.566 331 421 112 130 75 89 Serviços TIC 45.023 52.097 5.419 5.990 2.221 2.329 1.714 1.855 Total TIC 48.194 55.663 5.750 6.411 2.333 2.459 1.789 1.944 Indústria de transformação 321.323 353.431 40.710 43.895 9.715 10.492 5.363 5.601 Serviços 1.019.185 1.196.122 120.757 140.475 41.539 48.655 32.363 37.230 Indústria transformação e serviços 1.340.508 1.549.553 161.467 184.370 51.254 59.147 37.726 42.831 Participação indústria TIC/Indústria 1,0% 1,0% 0,8% 1,0% 1,2% 1,2% 1,4% 1,6% Participação serviços TIC/Serviços 4,4% 4,4% 4,5% 4,3% 5,3% 4,8% 5,3% 5,0% Participação total TIC/total ind. e serv. 3,6% 3,6% 3,6% 3,5% 4,6% 4,2% 4,7% 4,5%

Fonte: MTE-RAIS, Elaborado por IPEAD/UFMG

Em 2010 Minas Gerais apresentou 6.411 estabelecimentos formais da Cadeia TIC, dos quais 5.990 do segmento de serviços e 421 do segmento industrial. A Cadeia TIC respondeu por 3,5% do total de estabelecimentos formais da indústria de transformação e dos serviços do estado. Tal participação foi pouco inferior à apresentada em 2007 que equivaleu a 3,6%. Entre 2007 e 2010 ambos os segmentos apresentaram aumento do número de estabelecimentos. Entretanto a perda de participação da Cadeia TIC deveu-se à redução da participação dos

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serviços (passou de 4,5% para 4,3%) que se sobressaiu ao aumento da participação da indústria (passou de 0,8% para 1,0%).

Entre 2007 e 2010, a Região Metropolitana de Belo Horizonte apresentou resultados superiores aos apresentados pelo Brasil e por Minas Gerais, apesar da perda de representatividade no período. Em 2007 a Cadeia TIC representou 4,6% do total de estabelecimentos da indústria de transformação e dos serviços da Região, já em 2010 este indicador equivaleu a 4,6%. O segmento industrial manteve a participação do número de estabelecimentos constante em 1,2% em relação ao total da indústria de transformação. Já no segmento de serviços, este indicador passou de 5,3% para 4,8% do total de estabelecimentos de serviços na Região.

Belo Horizonte apresentou a maior representatividade da Cadeia TIC no total de estabelecimentos industriais e de serviços. Seguindo a tendência das demais localidades, também apresentou queda de participação, apesar do aumento no número de estabelecimentos. A redução da participação dos estabelecimentos do segmento de serviços TIC (passou de 5,3% em 2007 para 5,0% em 2010) em relação ao total de serviços foi, como nas demais localidades, responsável pela queda de participação da cadeia, visto que o segmento industrial teve sua participação aumentada (passou de 1,4% em 2007 para 1,6% em 2010) no total da indústria de transformação. Em 2010 a participação da Cadeia TIC no total de estabelecimentos industrias e de serviços de Belo Horizonte foi equivalente a 4,5%, enquanto em 2007 este indicador equivaleu a 4,7%.

De uma maneira geral, o indicador número de estabelecimentos mostrou que o segmento industrial TIC apresentou desempenho semelhante ao da indústria de transformação nos casos do Brasil e da Região Metropolitana de Belo Horizonte, e superior a este nos casos de Minas Gerais e Belo Horizonte. Já no caso do segmento dos serviços TIC, em todas as localidades, o indicador mostrou desempenho inferior ao do setor de serviços.

A Tabela 2, mostra a participação percentual da Cadeia TIC mineira em relação ao número de estabelecimentos formais da Cadeia TIC no Brasil, assim como, a participação de Belo Horizonte e Região Metropolitana no número de estabelecimentos formais da Cadeia TIC em Minas Gerais.

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Tabela 2 - Cadeia TIC: Participação percentual do número de estabelecimentos, localidades selecionadas em relação ao Brasil e Minas Gerais, 2007 e 2010

Localidade Setor Participação (%)

2007 2010 Minas Gerais/Brasil Indústria TIC 10,4% 11,8% Serviços TIC 12,0% 11,5% Total 11,9% 11,5% RMBH/MG Indústria TIC 33,8% 30,9% Serviços TIC 41,0% 38,9% Total 40,6% 38,4% BH/MG Indústria TIC 22,7% 21,1% Serviços TIC 31,6% 31,0% Total 31,1% 30,3%

Fonte: MTE – RAIS, elaborado por IPEAD/UFMG

Entre 2007 e 2010, Minas Gerais perdeu participação na Cadeia TIC, passando de 11,9% para 11,5% do total de estabelecimentos da cadeia no Brasil. O aumento da participação do segmento industrial (passou de 10,4% para 11,8%) não foi suficiente para compensar a queda da participação do segmento dos serviços TIC (passou de 11,9% para 11,5%), que concentra a grande maioria dos estabelecimentos da cadeia.

Belo Horizonte e sua Região Metropolitana perderam participação em relação ao número total de estabelecimentos do setor em Minas Gerais. Os segmentos industrial e de serviços contribuíram para este comportamento. Em 2010 a RMBH respondeu por 38,4% dos estabelecimentos da Cadeia TIC em Minas Gerais, dos quais 30,3% estavam em Belo Horizonte.

Em relação ao porte dos estabelecimentos, a Tabela 3 revela que predominam os pequenos (com até 4 empregados) em ambos os segmentos da cadeia nas localidades analisadas. No segmento dos serviços TIC o percentual dos estabelecimentos com até 4 empregados é maior que o percentual apresentado pelo segmento industrial.

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Tabela 3 – Cadeia TIC: Percentual de estabelecimentos por tamanho do estabelecimento, localidades selecionadas, 2010

Tamanho Estabelecimento

Brasil Minas Gerais RMBH BH

Indústria Serviços Indústria Serviços Indústria Serviços Indústria Serviços

ZERO 6,7% 11,1% 10,9% 12,4% 7,7% 12,8% 6,7% 12,5% ATE 4 30,4% 49,4% 28,7% 50,9% 31,5% 48,1% 32,6% 46,8% DE 5 A 9 17,1% 17,3% 16,2% 17,4% 15,4% 15,5% 19,1% 15,8% DE 10 A 19 16,0% 11,0% 13,5% 10,9% 16,2% 11,2% 14,6% 11,4% DE 20 A 49 15,0% 7,1% 16,9% 6,0% 13,1% 7,9% 12,4% 8,6% DE 50 A 99 6,4% 2,1% 5,7% 1,2% 6,9% 2,0% 9,0% 2,2% DE 100 A 249 4,8% 1,2% 5,2% 0,8% 6,2% 1,5% 3,4% 1,5% DE 250 A 499 2,1% 0,4% 2,6% 0,3% 2,3% 0,6% 2,2% 0,7% DE 500 A 999 0,8% 0,2% 0,0% 0,1% 0,0% 0,3% 0,0% 0,3% 1000 OU MAIS 0,6% 0,2% 0,2% 0,1% 0,8% 0,1% 0,0% 0,2% TOTAL 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% Fonte: MTE-RAIS, elaborado por IPEAD/UFMG

Em 2010 30,4% dos estabelecimentos do segmento industrial e 49,4% dos serviços possuíam até 4 empregados no Brasil (excluindo os estabelecimentos que não apresentaram empregados). Em Minas Gerais estes percentuais equivaleram a 28,7% e 50,9%, na Região Metropolitana de Belo Horizonte representaram 31,5% e 48,1%, e em Belo Horizonte equivaleram a 32,6% e 46,8%, respectivamente.

Os dados mostram que a grande maioria das empresas da cadeia se concentram na faixa com até 49 empregados, especialmente no segmento dos serviços TIC, em todas localidades analisadas.

Cabe destacar que, em 2010, Belo Horizonte apresentou 3 empresas do segmento de serviços TIC (0,2%) com 1000 ou mais empregados.

Em relação à abertura e fechamento de empresas em Belo Horizonte, dados da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) mostram que, entre 2009 e abril de 2011, foram abertos 28 estabelecimentos autônomos e 1.598 empresariais. Neste período foram fechados 12 estabelecimentos autônomos e 350 empresariais. O ano de 2010 concentrou o maior número de empresas abertas, totalizando 738, as quais representaram 2,6% das empresas abertas em Belo Horizonte neste ano. Foi também o ano em que mais empresas fecharam, 9 autônomos e 202 empresariais.

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Tabela 4– Abertura e fechamento de empresas da Cadeia TIC em Belo Horizonte/MG, 2009 a abril de 2011

Classificação Abertura/ fechamento 2009 2010 2011 (01/11 a 04/11) Número % em relação ao total Número % em relação ao total Número % em relação ao total

Autônomos Abertura 16 0,5% 8 0,3% 4 0,5%

Fechamento 3 0,4% 9 0,9% 0 0,0%

Empresas Abertura 643 4,1% 738 2,6% 217 2,8%

Fechamento 140 3,9% 202 3,9% 8 5,7%

Fonte: PBH

Uma análise sobre o tempo de duração dos 481 estabelecimentos, entre autônomos e empresariais, que fecharam no período revela que 30,9% apresentaram duração de até 2 anos.

Gráfico 5 – Número de empresas da Cadeia TIC por anos de duração, Belo Horizonte/MG

Fonte: PBH, elaborado por IPEAD/UFMG

Cabe destacar que é comum a ocorrência de processos de fusão e aquisição de empresas na cadeia TIC. Muitas vezes o fechamento de uma empresa pode ser causado pelo processo de incorporação desta a uma outra. Por outro lado, é também comum a abertura de empresas, por parte de autônomos para atender a demandas específicas do mercado e, quando tais demandas se encerram, estes fecham suas empresas.

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2.4.3 Emprego

Os dados da RAIS mostram que, em 2010, a Cadeia TIC gerou 967.768 empregos formais no Brasil, representando 3,0% do total de empregos formais do setor industrial e de serviços brasileiro. Destes, 165.056 pertenciam ao segmento industrial e 802.712 ao segmento dos serviços TIC.

A Tabela revela um aumento no número de empregados formais no período 2007-2010 em ambos os segmentos. Em 2007 a cadeia gerou 154.110 empregos formais no segmento industrial e 662.215 no segmento de serviços. Este aumento refletiu-se no aumento da participação dos empregos formais da cadeia TIC no total dos empregos formais dos setores industrial e serviços nacional, que passou de 2,9% para 3,0% no período.

Tabela 5 – Cadeia TIC: Número de empregos formais e participação no total dos empregos da indústria e dos serviços, localidades selecionadas, 2007 e 2010

Atividade 2007 Brasil 2010 2007 Minas Gerais 2010 2007 RMBH 2010 2007 BH 2010 Indústria TIC 154.110 165.056 12.468 14.328 4.668 5.597 1.925 2.336 Serviços TIC 662.215 802.712 58.293 60.966 37.757 37.765 33.305 33.140 Total TIC 816.325 967.768 70.761 75.294 42.425 43.362 35.230 35.476 Indústria 7.632.278 8.499.202 806.089 898.428 248.944 275.557 102.165 103.146 Serviços 20.134.178 23.268.395 2.032.753 2.301.047 1.033.981 1.153.937 846.082 932.996 Indústria e Serviços 27.766.456 31.767.597 2.838.842 3.199.475 1.282.925 1.429.494 948.247 1.036.142 Participação industria TIC/indústria total 2,0% 1,9% 1,5% 1,6% 1,9% 2,0% 1,9% 2,3% Participação serviços TIC/serviços total 3,3% 3,4% 2,9% 2,6% 3,7% 3,3% 3,9% 3,6% Participação total TIC/indústria e serviços 2,9% 3,0% 2,5% 2,4% 3,3% 3,0% 3,7% 3,4%

Fonte: MTE-RAIS, Elaborado por IPEAD/UFMG

Minas Gerais apresentou aumento do número de empregos formais em ambos os segmentos, entretanto perdeu participação no total dos setores industrial e de serviços do estado, que passou de 2,5% para 2,4% entre 2007 e 2010. Esta perda de participação ocorreu em decorrência da redução da participação do segmento dos serviços TIC no total do emprego formal do setor de serviços, que passou de 2,9% para 2,6% no período.

A Região Metropolitana de Belo Horizonte seguiu a tendência estadual. Apresentou crescimento do emprego da Cadeia TIC, o qual passou de 42.425 para 43.362 entre 2007 e 2010, e redução da participação no total de empregos formais criados pelos setores industrial e de serviços da Região, que passou de 3,3% para 3,0% no período.

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Belo Horizonte, por sua vez, apresentou crescimento do emprego formal da Cadeia TIC entre 2007 e 2010 (passou de 35.230 para 35.476) em conseqüência do aumento do emprego no segmento industrial (passou de 1.925 para 2.336), apesar da queda do emprego apresentada pelo segmento dos serviços (passou de 33.305 para 33.140). Este desempenho causou a redução da participação da Cadeia TIC do município no total de empregos formais criados pelos setores industrial e de serviços da capital, que passou de 3,7% para 3,4%.

Em relação ao rendimento médio mensal do trabalhador da Cadeia TIC, dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD, publicados pelo IBGE, revelam que entre 2006 e 2009, os valores recebidos pelo trabalhador da Cadeia TIC em Belo Horizonte foram superiores aos apresentados pelas demais localidades analisadas.

Gráfico 6 - Cadeia TIC: Rendimento médio mensal do trabalho principal para pessoas de 10 anos ou mais, 2006 a 2009, localidades selecionadas

2.360,1 2.054,2 2.120,5 1.557,6 1.589,9 1.538,8 1.553,1 1.376,4 1.397,7 1.367,9 1.618,6 1.959,0 1.637,1 1.535,8 1.511,7 2.099,2 0,0 500,0 1.000,0 1.500,0 2.000,0 2.500,0 2006 2007 2008 2009

Brasil Minas Gerais RMBH Belo Horizonte Fonte: PNAD, Elaborado por IPEAD/UFMG

O Gráfico revela que durante o período 2006-2009, o comportamento da variável “rendimento médio mensal do trabalhador da Cadeia TIC” em Belo Horizonte foi distinto do apresentado pelas demais localidades. Em 2006 o rendimento médio mensal que equivalia a R$2.360,1 no município, caiu cerca de 13% em 2007, quando atingiu R$2.054,2. Em 2008 verificou-se uma leve recuperação, alcançando R$2.120,5, em 2009 apresentou pequena queda e equivaleu a R$2.099,2.

A Região Metropolitana de Belo Horizonte e Minas Gerais apresentaram tendência semelhante, ainda que a Região Metropolitana tenha apresentado valores superiores aos do estado, dada a

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influência de Belo Horizonte. Destaca-se o aumento apresentado pela variável entre 2008 e 2009, depois da relativa estabilidade nos anos anteriores. Na Região Metropolitana este aumento foi de 29,6%, quando a Região alcançou rendimento médio equivalente a R$1.959,0 em 2009, valor próximo ao apresentado por Belo Horizonte. Já Minas Gerais apresentou aumento de 18,3% no rendimento médio mensal do trabalhador da Cadeia TIC, o qual equivaleu a R$1.618,6 em 2009. Minas, que durante o período apresentou os menores valores desta variável, com o aumento em 2009, superou a média nacional.

No Brasil, a variável apresentou comportamento mais estável no período, com pequena tendência de alta. Passou de R$1.557,6 em 2006 para R$1.618,6 em 2009.

Com relação à participação do segmento informal, o Gráfico 7 mostra que no período 2007-2009, com exceção do Brasil que apresentou relativa estabilidade do indicador com tendência de alta, as demais localidades apresentaram queda expressiva da taxa de informalidade da Cadeia TIC.

Gráfico 7 - Cadeia TIC: Taxa de Informalidade, 2007 a 2009, Localidades Selecionadas

8,9% 29,0% 31,4% 31,7% 27,1% 25,5% 27,4% 24,3% 10,3% 28,2% 19,9% 30,5% 0,0% 5,0% 10,0% 15,0% 20,0% 25,0% 30,0% 35,0% 2007 2008 2009

Belo Horizonte RMBH Minas Gerais Brasil

Fonte: IBGE-PNAD, 2007 a 2009

O Brasil apresentou as maiores taxas de informalidade da Cadeia TIC no período. Já Belo Horizonte e sua Região Metropolitana apresentaram o melhor desempenho em relação a este indicador. Em 2007 a taxa de informalidade da Cadeia TIC equivaleu a 30,5% no Brasil, 28,2% em Minas Gerais, 27,4% em Belo Horizonte e 27,1% na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Estes percentuais mostraram-se consideravelmente inferiores em 2009, com exceção do Brasil que apresentou aumento do indicador. Em 2009 a taxa de informalidade brasileira

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equivaleu a 31,7%, bastante superior aos 19,9% de Minas Gerais, 10,3% da Região Metropolitana e 8,9% de Belo Horizonte.

2.4.4 Comércio exterior

A Cadeia Produtiva TIC apresentou participação pouco expressiva no comércio exterior brasileiro entre 2003 e 2006, conforme estudo realizado pelo IBGE, especialmente em relação às exportações. Neste período as exportações de produtos TIC mantiveram a participação em 3,2% das exportações totais do país, apesar das oscilações em 2004 e 2005. Já as importações apresentaram crescimento constante no período, passando de 12,5% em 2003 para 14,3% do total de importações do país em 2006.

Como pode se observar na Tabela 6, entre os produtos exportados destaca-se a categoria “equipamentos de telecomunicações” que apresentou participação crescente no período (passou de 1,8% em 2003 para 2,3% em 2004). As demais categorias mantiveram ou perderam participação, evidenciando o fato do desempenho das exportações da Cadeia TIC estar diretamente associado ao comportamento das exportações de equipamentos de telecomunicações.

Em relação às importações, a categoria dos componentes eletrônicos apresentou a maior participação e importância crescente no período. Em 2003, sua participação nas importações equivaleu a 6,2%, já em 2006 alcançou 7,3%. As demais categorias apresentaram participação menos significativa e comportamento mais estável.

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Tabela 6 – Participação dos produtos do setor de Tecnologia da Informação e Comunicação – TIC, no total do comércio exterior – Brasil – 2003-2006

Produto

Participação dos produtos do setor de Tecnologia da Informação e Comunicação - TIC, no total do comércio exterior (%)

Exportação Importação

2003 2004 2005 2006 2003 2004 2005 2006

Total Comércio Exterior 100 100 100 100 100 100 100 100 Total de Tecnologia da Informação e

Comunicação – TIC 3,2 2,3 3,4 3,2 12,5 13,4 14,1 14,3 Equipamento de telecomunicações 1,8 1,2 2,4 2,3 1,2 1,4 1,5 1,3 Computadores e equipamentos

relacionados 0,3 0,3 0,3 0,3 2,4 2,3 2,5 2,8

Componentes eletrônicos 0,5 0,4 0,3 0,2 6,2 6,9 7,2 7,3 Equipamento de áudio e vídeo 0,3 0,3 0,1 0,1 0,7 0,9 1,1 1,2 Outros bens de Tecnologia da

Informação e Comunicação – TIC 0,2 0,2 0,2 0,3 1,9 1,9 1,8 1,7 Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, secretaria de Comércio Exterior, apud IBGE, 2009

O comportamento das exportações e importações da Cadeia TIC brasileira sinalizam para um déficit crescente da balança comercial, estimulado pelo aumento das importações (crescimento da demanda interna), pela valorização do real e pela concorrência dos produtos estrangeiros, especialmente dos asiáticos.

Cabe destacar que no processo produtivo brasileiro as empresas nacionais e as filiais estrangeiras realizam as etapas menos intensivas em conhecimento, geralmente associadas à montagem de peças e equipamentos importados. Este fato explica a crescente importação de componentes eletrônicos, os quais incorporam os avanços tecnológicos do setor.

No comércio exterior de Belo Horizonte, estatísticas relativas ao comércio exterior dos municípios, publicadas pela Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), mostram que, entre os 40 principais produtos constantes da pauta de exportação, entre setembro de 2010 e setembro de 2011, não consta nenhum produto da cadeia TIC. Já na pauta de importação do município, constam 5 produtos da cadeia TIC, todos da categoria “componentes eletrônicos”.

Neste mesmo período, apenas dois municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte apresentaram produtos da Cadeia TIC entre os 40 principais da pauta de exportação. Foram eles Nova Lima e São Joaquim de Bicas, que exportaram produtos do segmento aparelhos de telecomunicação. Em relação às importações, cinco municípios da Região apresentaram produtos da Cadeia TIC entre os 40 principais da pauta de importação, além de Belo Horizonte.

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Foram eles Betim, Brumadinho, Lagoa Santa, Nova Lima e Pedro Leopoldo, que importaram produtos das categorias “equipamentos de áudio e vídeo”, “equipamentos de telecomunicação”, “computadores e equipamentos relacionados” e “outros bens de tecnologia da informação e comunicação”.

Minas Gerais, por sua vez, não apresentou produtos da Cadeia TIC entre os 40 principais produtos comercializados com outras localidades.

2.5 Fornecedores

O segmento de fornecedores representa a base da cadeia produtiva do setor TIC e é constituído principalmente por fabricantes de máquinas para escritório e equipamentos de informática, fabricantes de material eletrônico básico, fabricantes de equipamentos de telefonia e transmissores de rádio e TV e fabricantes de equipamentos receptores de rádio e TV, reprodutores e gravadores de som e vídeo.

Em todo o mundo os padrões concorrenciais do setor TIC foram amplamente afetados pelos processos de liberalização e globalização ocorridos no final do século XX. No Brasil, o segmento industrial foi profundamente afetado pela abertura econômica e pelas privatizações ocorridas nos anos 1990, resultando em um domínio por parte das empresas estrangeiras, que, em alguns casos, passaram a ter no Brasil plantas voltadas para exportação, especialmente no caso de aparelhos celulares.

As firmas brasileiras procuram investir em inovação e em acesso ao conhecimento tecnológico para resistirem à competição internacional. Entretanto, elas dificilmente conseguem determinar novos padrões tecnológicos que caracterizam a indústria, ficando sujeitas a seguir os padrões criados por alianças de grandes corporações globais.

Esse cenário revela a dificuldade das empresas nacionais em competir com grandes empresas internacionais, gerando uma forte dependência no país da importação de componentes eletrônicos, que têm importância crescente no valor agregado dos produtos, elevando os custos de produção e, consequentemente, os preços finais aos consumidores.

Dentre as empresas nacionais predominam aquelas de pequeno ou médio porte, porém, com atuação em áreas de reduzido grau de especialização tecnológica. Segundo Szapiro (2008), de maneira geral, o principal problema associado à desnacionalização e ao aumento da participação das multinacionais na indústria nacional de aparelhos de telecomunicações é que,

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não havendo instrumentos de política pública eficazes, que visem estimular a agregação local de valor, há uma tendência por parte das empresas em elevar a importação de peças, componentes e outros bens em detrimento da produção interna, o que dificulta a competitividade das empresas e, consequentemente, do país. (ABDI, 2009)

Para muitos autores, a solução consiste em justamente desenvolver tecnologias que se tornem padrão de mercado e não apenas em seguir tendências externas. Para tanto, a existência de políticas públicas e de incentivos é de fundamental importância. É válido destacar que existem firmas líderes e seguidoras nacionais, além de algumas emergentes, com elevados esforços inovativos, porém, mesmo as maiores empresas brasileiras são relativamente pequenas dentro do próprio mercado interno. Dessa forma, elas se tornam alvos potenciais para aquisição por parte de players que estão em escalas de produção e investimento muito mais elevadas. (IPEA) Para melhor caracterizar o segmento industrial da cadeia TIC são apresentados e analisados a seguir alguns indicadores relativos à produção, número de estabelecimentos e empregos, tecnologia e inovação e comércio exterior.

2.5.1 Produção

No Gráfico 8 são apresentados dados a respeito da participação dos segmentos que compõem a indústria de TICs no faturamento do setor. Entre 1998 e 2007, o segmento de informática foi o que mais contribuiu para o faturamento da indústria, foi seguido pelo segmento de telecomunicações e pelo segmento de componentes eletrônicos. (IPEA)

Referências

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