• Nenhum resultado encontrado

Equações diferenciais com derivadas parciais

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Equações diferenciais com derivadas parciais"

Copied!
98
0
0

Texto

(1)

Equações diferenciais com derivadas

parciais

Alexander Plakhov e Lu´ıs Descalc¸o

Universidade de Aveiro

(2)

Equações e separação das variáveis

• Equações da física-matemática

(3)

Definições e classificação

A equação diferencial parcial (EDP) é uma equação que envolve uma função incógnita de duas (ou mais) vari´aveis, algumas

derivadas parciais desta função e variáveis independentes. A função incógnita vai ser sempre denotada por u(x, y) (ou

u(x, t)).

(4)

Definições e classificação

A equação diferencial parcial (EDP) é uma equação que envolve uma função incógnita de duas (ou mais) vari´aveis, algumas

derivadas parciais desta função e variáveis independentes. A função incógnita vai ser sempre denotada por u(x, y) (ou

u(x, t)).

A ordem da EDP é ordem da derivada de maior ordem que aparece na equação.

(5)

Forma genérica

A forma genérica da EDP de 1a ordem: F(x, y, u(x, y), ∂u

∂x(x, y),

∂u

∂y (x, y)) = 0; ou, em notação mais compacta: F(x, y, u, ux, uy) = 0.

(6)

Forma genérica

A forma genérica da EDP de 1a ordem: F(x, y, u(x, y), ∂u

∂x(x, y),

∂u

∂y (x, y)) = 0; ou, em notação mais compacta: F(x, y, u, ux, uy) = 0.

A equação genérica de 2a ordem:

F(x, y, u, ux, uy, uxx, uxy, uyy) = 0,

(7)

Forma genérica

A forma genérica da EDP de 1a ordem: F(x, y, u(x, y), ∂u

∂x(x, y),

∂u

∂y (x, y)) = 0; ou, em notação mais compacta: F(x, y, u, ux, uy) = 0.

A equação genérica de 2a ordem:

F(x, y, u, ux, uy, uxx, uxy, uyy) = 0,

etc.

Observac¸ ˜ao. Lembramos que uma equação diferencial ordin´aria (EDO)

envolve uma função de uma variável u(x) e as suas derivadas:

F(x, u(x), u′(x), . . .). Geralmente as EDP’s são mais complicadas do que

EDO’s.

(8)

Exemplos das EDP’s 1. ux = 0. 2. ux + uy = sin(x + y). 3. u2x + u2y = 1. 4. uxx + uyy = 0 (equação de Laplace). 5. ux = uyy (equação do calor).

(9)

Exemplos das EDP’s 1. ux = 0. 2. ux + uy = sin(x + y). 3. u2x + u2y = 1. 4. uxx + uyy = 0 (equação de Laplace). 5. ux = uyy (equação do calor).

6. uy + uux + uxxx = 0 (equação de Korteweg - de Vries).

Quest˜ao: Qual é a ordem de cada uma destas equações?

(10)

Resolver EDP’s

• Sistemas da forma ∇F (x, y) = (P (x, y), Q(x, y)). Por exemplo,

(11)

Resolver EDP’s

• Sistemas da forma ∇F (x, y) = (P (x, y), Q(x, y)). Por exemplo,

∇F (x, y) = (2xy2, 2x2y + 1).

Obtemos F (x, y) = x2y2 + φ(y) usando a primeira equação,

(12)

Resolver EDP’s

• Sistemas da forma ∇F (x, y) = (P (x, y), Q(x, y)). Por exemplo,

∇F (x, y) = (2xy2, 2x2y + 1).

Obtemos F (x, y) = x2y2 + φ(y) usando a primeira equação, e usando a segunda, 2x2y + φ(y) = 2x2y + 1, donde

(13)

Resolver EDP’s

• Sistemas da forma ∇F (x, y) = (P (x, y), Q(x, y)). Por exemplo,

∇F (x, y) = (2xy2, 2x2y + 1).

Obtemos F (x, y) = x2y2 + φ(y) usando a primeira equação, e usando a segunda, 2x2y + φ(y) = 2x2y + 1, donde

F(x, y) = x2y2 + y.

• Primitivação direta. Por exemplo, uxxy = 1 resolve-se

primitivando e obtemos a solução

u(x, y) = yx22 + a(x) + xb(y) + c(y)

onde a, b e c são funções arbitrárias de uma variável.

(14)

Resolver EDP’s

• Procurar soluções em formas dadas. Por exemplo, para a

equação uxx + 2uxy + uyy = 0, verificar que u(x, y) = erx+sy é

(15)

Resolver EDP’s

• Procurar soluções em formas dadas. Por exemplo, para a

equação uxx + 2uxy + uyy = 0, verificar que u(x, y) = erx+sy é

solução se r2 + 2rs + s2 = 0.

Basta derivar u na forma dada e substituir na equação.

(16)

Operadores

Já vimos o exemplo do operador ∇ quando definimos o

gradiente e rotacional de um campo. Em geral, um operador é uma aplicação (entre duas famílias de funções) que a uma função faz corresponder outra função.

(17)

Operadores

Já vimos o exemplo do operador ∇ quando definimos o

gradiente e rotacional de um campo. Em geral, um operador é uma aplicação (entre duas famílias de funções) que a uma função faz corresponder outra função.

Exemplos de operadores:

1. Lu = ux + uy (divergente). 2. Lu = u2x + u2y.

3. Lu = uxx − x2uyy.

(18)

Operadores

Já vimos o exemplo do operador ∇ quando definimos o

gradiente e rotacional de um campo. Em geral, um operador é uma aplicação (entre duas famílias de funções) que a uma função faz corresponder outra função.

Exemplos de operadores:

1. Lu = ux + uy (divergente). 2. Lu = u2x + u2y.

3. Lu = uxx − x2uyy.

Definic¸˜ao Um operador diz-se linear se L(u + v) = Lu + Lv e L(λu) = λ · Lu, quaisquer que sejam funções u e v e o número real λ.

(19)

Operadores

Já vimos o exemplo do operador ∇ quando definimos o

gradiente e rotacional de um campo. Em geral, um operador é uma aplicação (entre duas famílias de funções) que a uma função faz corresponder outra função.

Exemplos de operadores:

1. Lu = ux + uy (divergente). 2. Lu = u2x + u2y.

3. Lu = uxx − x2uyy.

Definic¸˜ao Um operador diz-se linear se L(u + v) = Lu + Lv e L(λu) = λ · Lu, quaisquer que sejam funções u e v e o número real λ.

Quest˜ao: Quais dos operadores no exemplo são lineares?

(20)

Propriedades das EDP lineares.

1. Soma de duas soluções de uma equação linear homogénea

também é solução:

(21)

Propriedades das EDP lineares.

1. Soma de duas soluções de uma equação linear homogénea

também é solução:

Se Lu1 = 0 e Lu2 = 0 então L(u1+u2) = 0.

2. Se u é solução de uma equação linear homogénea, então λu

também é:

Se Lu = 0, então L(λu) = 0.

(22)

Propriedades das EDP lineares.

1. Soma de duas soluções de uma equação linear homogénea

também é solução:

Se Lu1 = 0 e Lu2 = 0 então L(u1+u2) = 0.

2. Se u é solução de uma equação linear homogénea, então λu

também é:

Se Lu = 0, então L(λu) = 0.

3. Se u1 é solução de uma EDP linear não

homogénea, Lu1 = f , e u2 é solução da equação homogénea correspondente, Lu2 = 0, então a soma é solução da equação não homogénea: L(u1 + u2) = f .

(23)

Equação linear de primeira ordem

Equação linear homogênea de primeira ordem com coeficientes constantes

aux + buy = 0

(24)

Equação linear de primeira ordem

Equação linear homogênea de primeira ordem com coeficientes constantes

aux + buy = 0 M´etodo geom´etrico. Temos

(25)

Equação linear de primeira ordem

Equação linear homogênea de primeira ordem com coeficientes constantes

aux + buy = 0 M´etodo geom´etrico. Temos

aux + buy = 0 ⇔ (ux, uy) · (a, b) = 0 ⇔ D(a,b)u = 0.

Assim u é constante na direção de (a, b) e por isso depende apenas de bx − ay.

(26)

Equação linear de primeira ordem

Equação linear homogênea de primeira ordem com coeficientes constantes

aux + buy = 0 M´etodo geom´etrico. Temos

aux + buy = 0 ⇔ (ux, uy) · (a, b) = 0 ⇔ D(a,b)u = 0.

Assim u é constante na direção de (a, b) e por isso depende apenas de bx − ay.

A solução é

u(x, y) = f (bx − ay)

(27)

Equação linear de primeira ordem

aux + buy = 0

(28)

Equação linear de primeira ordem

aux + buy = 0

M´etodo das coordenadas. Fazendo

(29)

Equação linear de primeira ordem

aux + buy = 0

M´etodo das coordenadas. Fazendo

s = ax + by e t = bx − ay

Obtemos

ux = aus + but e uy = bus − aut

(30)

Equação linear de primeira ordem

aux + buy = 0

M´etodo das coordenadas. Fazendo

s = ax + by e t = bx − ay

Obtemos

ux = aus + but e uy = bus − aut

Substituindo na equação obtemos

(31)

Equação linear de segunda ordem

EDP’s lineares homogéneas de 2a ordem com coeficientes constantes.: Auxx + 2Buxy + Cuyy + Dux + Euy + F u = 0. Discriminante: ∆ = A B B C = AC − B 2

(32)

Equação linear de segunda ordem

EDP’s lineares homogéneas de 2a ordem com coeficientes constantes.: Auxx + 2Buxy + Cuyy + Dux + Euy + F u = 0. Discriminante: ∆ = A B B C = AC − B 2

Teorema Por uma transformação linear das variáveis

independentes u(x, y) = ˜u(αx + βy, γx + δy), a equação acima pode ser reduzida a uma das três formas:

(i) u˜xx + ˜uyy + E = 0 (equação elíptica), se ∆ > 0; (ii) u˜xx + E = 0 (equação parabólica), se ∆ = 0;

(33)

Equações da Física Matemática

As equações mais simples de cada um dos três tipos:

utt = a2u

xx (equação de corda)

ut = a2uxx (equação de calor)

uxx + uyy = 0 (equação de Laplace)

(34)

Equação da onda para uma corda infinita (1)

Vamos considerar a equação de corda, também conhecida como equação da onda, numa corda infinita (fisicamente uma corda muito longa)

(35)

Equação da onda para uma corda infinita (1)

Vamos considerar a equação de corda, também conhecida como equação da onda, numa corda infinita (fisicamente uma corda muito longa)

utt − a2uxx = 0.

• Podemos fatorizar o operador ficando  ∂ ∂t − a ∂ ∂x   ∂ ∂t + a ∂ ∂x  u = 0

(36)

Equação da onda para uma corda infinita (1)

Vamos considerar a equação de corda, também conhecida como equação da onda, numa corda infinita (fisicamente uma corda muito longa)

utt − a2uxx = 0.

• Podemos fatorizar o operador ficando  ∂ ∂t − a ∂ ∂x   ∂ ∂t + a ∂ ∂x  u = 0

obtemos assim duas equações de primeira ordem vt − avx = 0 e ut + aux = v

(37)

Equação da onda para uma corda infinita (1)

A equação vt − avx = 0 tem solução geral

v(x, t) = h(x + at) com h função arbirária de uma variável

(38)

Equação da onda para uma corda infinita (1)

A equação vt − avx = 0 tem solução geral

v(x, t) = h(x + at) com h função arbirária de uma variável Resta então resolver a equação completa

(39)

Equação da onda para uma corda infinita (1)

A equação vt − avx = 0 tem solução geral

v(x, t) = h(x + at) com h função arbirária de uma variável Resta então resolver a equação completa

ut + aux = h(x + at)

A homogênea associada,

ut + aux = 0,

tem solução

u(x, t) = g(x − at) onde g é uma função de uma variável.

(40)

Equação da onda para uma corda infinita (1)

Se f é uma função tal que f′

(x) = h(s)2a então u(x, t) = f (x + at)

(41)

Equação da onda para uma corda infinita (1)

Se f é uma função tal que f′

(x) = h(s)2a então u(x, t) = f (x + at)

é solução particular da equação completa ut + aux = h(x + at). Como esta equação é linear, todas as funções da forma

u(x, t) = f (x + at) + g(x − at)

são soluções (sol. particular da completa + geral da homogênea)

(42)

Equação da onda para uma corda infinita (2)

• Para obter a solução geral da equação utt − a2uxx = 0,

(43)

Equação da onda para uma corda infinita (2)

• Para obter a solução geral da equação utt − a2uxx = 0,

podemos efetuar a mudanc¸a de vari´aveis ξ = x + at, η = x − at.

(44)

Equação da onda para uma corda infinita (2)

• Para obter a solução geral da equação utt − a2uxx = 0,

podemos efetuar a mudanc¸a de vari´aveis ξ = x + at, η = x − at. Temos ∂u ∂x = ∂u ∂ξ + ∂u ∂η e ∂u ∂t = a ∂u ∂ξ − a ∂u ∂η .

(45)

Equação da onda para uma corda infinita (2)

Substituindo na equação fatorizada  ∂ ∂t − a ∂ ∂x   ∂ ∂t + a ∂ ∂x  u = 0

(46)

Equação da onda para uma corda infinita (2)

Substituindo na equação fatorizada  ∂ ∂t − a ∂ ∂x   ∂ ∂t + a ∂ ∂x  u = 0 obtemos uηξ = 0 ⇔ uη = h(η) ⇔ u = f (η) + g(ξ)

(47)

Equação da onda para uma corda infinita (2)

Substituindo na equação fatorizada  ∂ ∂t − a ∂ ∂x   ∂ ∂t + a ∂ ∂x  u = 0 obtemos uηξ = 0 ⇔ uη = h(η) ⇔ u = f (η) + g(ξ) donde

u(x, t) = f (x + at) + g(x − at) com f e g funções artbitrárias.

(48)

Equação da onda para uma corda finita

Vamos considerar a equação de corda para ilustrar o método da separação das variáveis (ou método de Fourier).

(49)

Equação da onda para uma corda finita

Vamos considerar a equação de corda para ilustrar o método da separação das variáveis (ou método de Fourier).

Consideremos uma corda de comprimento L > 0 cuja dinâmica é descrita por uma função u, sendo u(x, t) é a deslocação

transversal do ponto x ∈ [0, L] da corda no instante t.

(50)

Equação da onda para uma corda finita

Vamos considerar a equação de corda para ilustrar o método da separação das variáveis (ou método de Fourier).

Consideremos uma corda de comprimento L > 0 cuja dinâmica é descrita por uma função u, sendo u(x, t) é a deslocação

transversal do ponto x ∈ [0, L] da corda no instante t.

A corda é presa nas extremidades x = 0 e x = L, ou seja, u(0, t) = 0 e u(L, t) = 0 (condic¸˜oes laterais).

(51)

A corda

0

L

x

x u(x, t) y

A configuração da corda no instante t

(52)

O problema

Vamos considerar o seguinte problema:

(a) utt = a2uxx, x ∈ [0, L], t ≥ 0

(b) u(0, t) = 0 = u(L, t), t ≥ 0

(53)

O problema

Vamos considerar o seguinte problema:

(a) utt = a2uxx, x ∈ [0, L], t ≥ 0

(b) u(0, t) = 0 = u(L, t), t ≥ 0

(c) u(x, 0) = ϕ(x), ut(x, 0) = ψ(x), x ∈ [0, L].

A função ϕ descreve a configuração inicial da corda e ψ descreve a velocidade inicial (transversal) dos pontos da corda.

(54)

Séries de Fourier

Se a função f satisfaz as condições de Dirichlet no intervalo ] − L, L[ (tem um número finito de descontinuidades e de extremos), então para os pontos de continuidade da função verifica-se f(x) = a0 2 + ∞ X m=1 am cos πmx L + ∞ X m=1 bm sin πmx L com am = 1 L Z L −L cos πmx L f(x) dx (m = 0, 1, 2, . . .) e bm = 1 L Z L −L sin πmx L f(x) dx (m = 1, 2, . . .)

(55)

Séries de Fourier

Se am = 0, m = 0, 1, 2, . . . então f é par e temos

f(x) = ∞ X m=1 bm sin πmx L com bm = 2 L Z L 0 sin πmx L f(x) dx (m = 1, 2, . . .)

(56)

O método de separação das variáveis

Vamos então agora aplicar o método da separação das variáveis para resolver o nosso problema com a equação da corda.

Procuramos uma solução na forma u(x, t) = X(x) · T (t)

(portanto separando as variáveis), com o uso das alíneas (a) e (b), e ignorando por agora a alínea (c).

(57)

O método de separação das variáveis

Vamos então agora aplicar o método da separação das variáveis para resolver o nosso problema com a equação da corda.

Procuramos uma solução na forma u(x, t) = X(x) · T (t)

(portanto separando as variáveis), com o uso das alíneas (a) e (b), e ignorando por agora a alínea (c).

(a) utt = a2uxx, x ∈ [0, L], t ≥ 0

(b) u(0, t) = 0 = u(L, t), t ≥ 0

(58)

O método de separação das variáveis (a) ⇒ X(x) · T′′ (t) = a2 X′′(x) · T (t), donde T ′′ (t) a2T(t) = X′′ (x) X(x) ∀x ∈ [0, L], ∀t ≥ 0.

(59)

O método de separação das variáveis (a) ⇒ X(x) · T′′ (t) = a2 X′′(x) · T (t), donde T ′′ (t) a2T(t) = X′′ (x) X(x) ∀x ∈ [0, L], ∀t ≥ 0.

A parte esquerda desta equação depende apenas de t, e a parte direita, de x, logo ambas as partes são iguais a uma constante. Deste modo, (i) X ′′ (x) X(x) = λ, (ii) T′′ (t) a2T (t) = λ.

(60)

O método de separação das variáveis

Notemos que,

(b) ⇒ X(0) · T (t) = 0 = X(L) · T (t) ∀t ≥ 0, logo

X(0) = 0 e X(L) = 0,

(61)

O método de separação das variáveis

Notemos que,

(b) ⇒ X(0) · T (t) = 0 = X(L) · T (t) ∀t ≥ 0, logo

X(0) = 0 e X(L) = 0,

pois caso contrário a função T seria identicamente nula. Vamos primeiro considerar a equação (i):

X′′(x) = λX(x).

Consideremos três casos: (a) λ > 0, (b) λ = 0 e (c) λ < 0. Provemos que os casos (a) e (b) são impossíveis.

(62)

Caso (a)

λ > 0. Seja λ = k2 com k 6= 0. Neste caso a solução geral desta equação (linear homogénea de coeficientes constantes) é

X(x) = α1ekx + α2e−kx

. Temos

(63)

Caso (a)

λ > 0. Seja λ = k2 com k 6= 0. Neste caso a solução geral desta equação (linear homogénea de coeficientes constantes) é

X(x) = α1ekx + α2e−kx

. Temos

X(0) = 0 ⇒ α2 = −α1 ( logo α1 6= 0).

Por outro lado

X(L) = 0 ⇒ α1ekL − α1e−kL = 0 ⇒ ekL = e−kL

o que é impossível, pois k 6= 0 e L 6= 0.

(64)

Caso (b)

λ = 0. A solução geral da equação X′′

(65)

Caso (b)

λ = 0. A solução geral da equação X′′

= 0 é X(x) = α1x + α2. Temos

X(0) = 0 ⇒ α2 = 0 (logo α1 6= 0) e X(L) = 0 ⇒ α1L = 0 o que também é impossível pois α1 6= 0 e L 6= 0.

(66)

Caso (c)

Deste modo, ficamos com o caso (c): λ < 0. Seja λ = −k2 com k 6= 0. A solução geral da equação X′′

= −k2X é X(x) = α1 cos kx + α2 sin kx.

(67)

Caso (c)

Deste modo, ficamos com o caso (c): λ < 0. Seja λ = −k2 com k 6= 0. A solução geral da equação X′′

= −k2X é X(x) = α1 cos kx + α2 sin kx. Temos X(0) = 0 ⇒ α1 = 0 (logo α2 6= 0). X(L) = 0 ⇒ sin kL = 0, logo k = πm L , m ∈ Z.

(68)

Caso (c)

Deste modo, ficamos com o caso (c): λ < 0. Seja λ = −k2 com k 6= 0. A solução geral da equação X′′

= −k2X é X(x) = α1 cos kx + α2 sin kx. Temos X(0) = 0 ⇒ α1 = 0 (logo α2 6= 0). X(L) = 0 ⇒ sin kL = 0, logo k = πm L , m ∈ Z. Deste modo, X(x) = α2 sin πmx L , com m inteiro.

(69)

Equação (ii)

Consideremos agora a equação (ii) (com λ = −k2, k = πmL ):

T′′(t) = −π

2m2a2

L2 T (t).

(70)

Equação (ii)

Consideremos agora a equação (ii) (com λ = −k2, k = πmL ):

T′′(t) = −π 2m2a2 L2 T (t). A sua solução é: T (t) = β1 cos πmat L + β2 sin πmat L .

(71)

Equação (ii)

Temos então, fazendo α2β1 = γ1 e α2β2 = γ2: u(x, t) = X(x)·T (t) = sin πmx L  γ1 cos πmat L + γ2 sin πmat L  , onde m = 1, 2, 3, . . . (se m = 0, a solução é trivial; as soluções

com m = −1, −2, −3, . . . são idênticas às que se obtêm com m positivo).

(72)

Solução na forma de série

Esta solução genérica satisfaz as alíneas (a) e (b); para satisfazer a alínea (c), vamos procurar a solução na forma da série (soma infinita destas soluções):

(∗) u(x, t) = ∞ X m=1 sin πmx L  am cos πmat L + bm sin πmat L  .

(73)

Solução na forma de série

Esta solução genérica satisfaz as alíneas (a) e (b); para satisfazer a alínea (c), vamos procurar a solução na forma da série (soma infinita destas soluções):

(∗) u(x, t) = ∞ X m=1 sin πmx L  am cos πmat L + bm sin πmat L  . A derivada ut é ut(x, t) = ∞ X m=1 sin πmx L  −am πma L sin πmat L + bm πma L cos πmat L  .

(74)

Solução na forma de série Fazendo t = 0 obtemos u(x, 0) = ∞ X m=1 am sin πmx L , ut(x, 0) = ∞ X m=1 bm πma L sin πmx L .

(75)

Solução na forma de série Fazendo t = 0 obtemos u(x, 0) = ∞ X m=1 am sin πmx L , ut(x, 0) = ∞ X m=1 bm πma L sin πmx L . Usando a alínea (c), obtemos as séries de Fourier

∞ X m=1 am sin πmx L = ϕ(x), ∞ X m=1 bm πma L sin πmx L = ψ(x), com as funções ϕ e ψ conhecidas.

(76)

Solução na forma de série

Os coeficientes destas séries são dados por: (∗∗) am = 2 L Z L 0 sin πmx L ϕ(x) dx, (∗ ∗ ∗) bm πma L = 2 L Z L 0 sin πmx L ψ(x) dx.

A fórmula (*), com os coeficientes dados por (**) e (**), dá-nos a solução para o nosso problema.

(77)

Exercício 1

Resolva o problema

utt = uxx, x ∈ [0, π], t ≥ 0

u(0, t) = 0 = u(π, t), t ≥ 0

u(x, 0) = 0, ut(x, 0) = sin x, x ∈ [0, π].

(78)

Exercício 1

Do exposto resulta que a solução do problema é da forma u(x, t) =

X

m=1

sin(mx) (am cos(mt) + bm sin(mt)) ,

onde os coeficientes am e bm são determinados por: am = 2 π Z π 0 sin(mx).0 dx e bm = 2 mπ Z π 0 sin(mx) sin x dx.

(79)

Exercício 1

Do exposto resulta que a solução do problema é da forma u(x, t) =

X

m=1

sin(mx) (am cos(mt) + bm sin(mt)) ,

onde os coeficientes am e bm são determinados por: am = 2 π Z π 0 sin(mx).0 dx e bm = 2 mπ Z π 0 sin(mx) sin x dx.

Daqui resulta de imediato que am = 0, para todo o m ≥ 1.

(80)

Exercício 1

Por outro lado (integrando por partes), Z π

0

sin(mx) sin x dx =  − sin(mx) cos xπ0 +

Z π 0 m cos(mx) cos x dx = m Z π 0 cos(mx) cos x dx = m  cos(mx) sin xπ0 + m Z π 0 sin(mx) sin x dx,

(81)

Exercício 1

Por outro lado (integrando por partes), Z π

0

sin(mx) sin x dx =  − sin(mx) cos xπ0 +

Z π 0 m cos(mx) cos x dx = m Z π 0 cos(mx) cos x dx = m  cos(mx) sin xπ0 + m Z π 0 sin(mx) sin x dx, ou seja, (1 − m2) Z π 0 sin(mx) sin x dx = 0. Se m > 1, Z π 0 sin(mx) sin x dx = 0 =⇒ bm = 0

(82)

Exercício 1 Se m = 1, Z π 0 sin x sin x dx = Z π 0 sin2(x) dx = Z π 0 1 − cos(2x) 2 dx = π 2 , logo, b1 = π2 π2 = 1.

(83)

Exercício 1 Se m = 1, Z π 0 sin x sin x dx = Z π 0 sin2(x) dx = Z π 0 1 − cos(2x) 2 dx = π 2 , logo, b1 = π2 π2 = 1.

Assim, a solução do problema dado é

u(x, t) = sin x sin t.

(84)

Equação de calor

Estudaremos a distribuição de temperatura numa barra de comprimento L.

Os pontos da barra são marcados por x ∈ [0, L]. Nas extremidades da barra a temperatura é nula:

u(0, t) = 0, u(L, t) = 0 (t ≥ 0). A distrubuição inicial de temperatura é

u(x, 0) = ϕ(x). É preciso encontrar a função u(x, t)

(85)

Equação de calor

O problema:

ut = a2uxx, x ∈ [0, L], t ≥ 0

u(0, t) = 0 = u(L, t), t ≥ 0 (condições laterais) u(x, 0) = ϕ(x), x ∈ [0, L] (condição inicial). O coeficiente a > 0 depende das propriedades físicas da barra.

(86)

Equação de calor

O problema:

ut = a2uxx, x ∈ [0, L], t ≥ 0

u(0, t) = 0 = u(L, t), t ≥ 0 (condições laterais) u(x, 0) = ϕ(x), x ∈ [0, L] (condição inicial). O coeficiente a > 0 depende das propriedades físicas da barra.

Diferenças entre este problema e o anterior: (i) na 1a alínea temos ut em vez de utt e

(ii) na 3a alínea temos apenas uma condição inicial, em vez de duas.

(87)

Aplicação do método de separação das variáveis.

Procuramos uma solução na forma u(x, t) = X(x) · T (t). Temos X(x) · T ′ (t) = a2 X′′ (x) · T (t), logo T′ (t) a2T(t) = X′′ (x) X(x) ∀x ∈ [0, L], ∀t ≥ 0.

Daqui conclui-se que ambas as partes da equação são iguais a uma constante λ, logo

X′′ = λX, T′ = λa2T.

(88)

Aplicação do método de separação das variáveis.

Procuramos uma solução na forma u(x, t) = X(x) · T (t). Temos X(x) · T ′ (t) = a2 X′′ (x) · T (t), logo T′ (t) a2T(t) = X′′ (x) X(x) ∀x ∈ [0, L], ∀t ≥ 0.

Daqui conclui-se que ambas as partes da equação são iguais a uma constante λ, logo

X′′ = λX, T′ = λa2T.

Repetindo o que foi dito anteriormente, conclui-se que λ = −k2, k = πm

L , X(x) = α sin

πmx

(89)

Aplicação do método de separação das variáveis.

Além disso, T(t) = β exp(−π2mL22a2 t), logo a solução genérica é

u(x, t) = X(x)·T (t) = αβ sin πmx L e

−π2 m2 a2

L2 t, m = 1, 2, 3, . . . .

(90)

Aplicação do método de separação das variáveis.

Além disso, T(t) = β exp(−π2mL22a2 t), logo a solução genérica é

u(x, t) = X(x)·T (t) = αβ sin πmx L e

−π2 m2 a2

L2 t, m = 1, 2, 3, . . . .

Procuramos a solução do problema na forma da série u(x, t) = ∞ X m=1 cm sin πmx L e −π2 m2 a2 L2 t

(91)

Aplicação do método de separação das variáveis. Substituindo t = 0, temos ∞ X m=1 cm sin πmx L = ϕ(x), os coeficientes cm desta série de Fourier são

cm = 2 L Z L 0 sin πmx L ϕ(x) dx.

(92)

Exercício 2

Resolva o problema de calor ut = 4uxx

u(0, t) = u(2π, t) = 0, t ≥ 0

(93)

Equação de Laplace:

uxx + uyy = 0.

(O operador ∆u = uxx + uyy chama-se operador de Laplace.)

(94)

Equação de Laplace:

uxx + uyy = 0.

(O operador ∆u = uxx + uyy chama-se operador de Laplace.) Vamos estudar o problema

uxx + uyy = 0, (x, y) ∈ D

u⌋C = ϕ (x, y) ∈ C,

onde D ⊂ R2 é uma região, C é uma fronteira de D e ϕ é uma função definida em C. A segunda alínea também pode ser escrita como

(95)

Interpretações físicas

1. Posição de equilíbrio de uma membrana elástica com a fronteira fixa (de acordo com a função ϕ).

2. Distribuição de equilíbrio de temperatura numa lâmina, com a temperatura fixa (mantida a igual a ϕ).

3. Potencial de um campo eléctrico dentro da região D gerado por uma distribuição de carga eléctrica ao longo do

perímetro C.

(96)

O método de separação das variáveis

Restringimo-nos ao problema no círculo D = BR(0, 0). Nas coordenadas polares, a função incógnita tem forma

˜

u(r, θ) = u(r cos θ, r sin θ). O operador de Laplace fica com a forma

∆u = ˜urr + 1

r u˜r + 1

r2 u˜θθ

O método de separação das variáveis leva-nos às seguintes soluções elementares:

˜

u(r, θ) = rk cos kθ; rk sin kθ, r−k

cos kθ, r−k

sin kθ, k = 1, 2, 3, . . . .

(97)

Fronteira

Se a condição de fronteira é dada por uma série de Fourier ϕ(r cos θ, r sin θ) = a0 + ∞ X k=1 ak cos kθ + ∞ X k=1 bk sin kθ,

então a solução do problema é a série composta das soluções elementares: ˜ u(r, θ) = a0 + ∞ X k=1 ak  r R k cos kθ + ∞ X k=1 bk  r R k sin kθ.

(98)

Exercício 3

Resolva o problema

∆u = 0 se x2 + y2 ≤ 1 u(x, y) = x2 − y2 se x2 + y2 = 1.

Sugest˜ao A condição de fronteira ϕ(x, y) = x2 − y2 é definida na circunferência x = cos θ, y = sin θ e pode ser escrita como ϕ(cos θ, sin θ) = cos2 θ − sin2 θ = cos 2θ.

Referências

Documentos relacionados

Esta forma de representação do movimento será estudada sobretudo por Marc Azéma (1992a, 1992b), que identifica um conjunto de figuras que apresentam uma multiplicação de

Este estudo insere-se num projecto que visa investigar a aquisição, em português como segunda língua (L2), de, por um lado, propriedades morfo-sintácticas associadas com o valor

A Região Sudeste, uma região sempre cheia de energia, está planejando, em São Paulo, atividades de seva no Abrigo Bezerra de Menezes e Madre Thereza; Projeto:

Com este livro, que faz uma revisão teórica e empírica da investigação desenvolvida no âmbito da prestação de cuidados informais na doença mental grave, pretendemos contribuir,

Toda modificação ou nova proposta de embalagem deve ser submetida para aprovação Bosch, através dos formulários de embalagens de peças compradas, páginas 10 e 11.. A cor

Entretanto, algumas práticas de justiça alternativa – práticas de micro- justiça – têm um valor positivo intrínseco pelo sistema de justiça, comunidades, e cidadãos, e não

Conforme o autor, essa reprovação nem sempre vai ser ratificada no privado, principalmente no que tange as questões referentes ao racismo no Brasil, Cardoso ainda invoca o

Em estudos do PES nas epilepsias parciais benignas da infância foi observado que os componentes corticais precoces apresentam latências e amplitudes normais, enquanto os de média