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(1)

UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO

RIO GRANDE DO SUL

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS, CONTÁBEIS,

ECONÔMICAS E DA COMUNICAÇÃO

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

MICHELE FRANTIESCA GAITA

ESTUDO DA VIABILIDADE ECONÔMICA E FINANCEIRA PARA A

ABERTURA DE UMA EMPRESA DE INSUMOS AGRÍCOLAS

(Trabalho de conclusão de curso)

IJUÍ (RS)

2015

(2)

MICHELE FRANTIESCA GAITA

ESTUDO DA VIABILIDADE ECONÔMICA E FINANCEIRA PARA A ABERTURA DE UMA EMPRESA DE INSUMOS AGRÍCOLAS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado no Curso de Ciências Contábeis da UNIJUÍ, pra obtenção do título de bacharel em Ciências Contábeis.

Profª Orientadora: Stela Maris Enderli

(3)

RESUMO

Este trabalho foi elaborado com o objetivo de realizar a analise de viabilidade econômica e financeira para a abertura de uma empresa que comercializará insumos agrícolas no noroeste do estado do Rio Grande do Sul, através de métodos da contabilidade gerencial que tem como finalidade avaliar os resultados econômicos e financeiros gerados pela empresa nos períodos analisados, verificando se a empresa será capaz de gerar recursos para obter o retorno desejado. Para o desenvolvimento desse trabalho foi resgatado primeiramente o referencial teórico, através de conceitos de diversos autores da área estudada. A metodologia da pesquisa classifica-se como aplicada, descritiva e qualitativa e os dados foram obtidos por meio de entrevista despadronizada. Com base nestes dados foram realizados cálculos e estimativas e a partir dos dados coletados foram geradas planilhas e gráficos que possibilitaram a interpretação e a análise dos resultados obtidos. Foi realizada a análise de viabilidade econômica por meio da elaboração da demonstração do resultado do exercício e dos cálculos do índice de rentabilidade e de lucratividade e a análise da viabilidade financeira por meio dos métodos de fluxo de caixa, taxa interna de retorno, taxa mínima de atratividade, valor presente líquido e período de payback. Os resultados e as análises geraram informações para os investidores demonstrando que o projeto é viável do ponto de vista econômico e financeiro, demonstrando ainda a importância da contabilidade no processo de tomada de decisão.

PALAVRAS - CHAVE: Contabilidade Gerencial, Análise de Viabilidade Econômica e

(4)

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Demonstração do resultado do exercício ... 19

Quadro 2 - Estimativa das despesas iniciais ... 35

Quadro 3 - Estimativa dos investimentos fixos ... 36

Quadro 4 – Projeção das receitas do primeiro ano ... 38

Quadro 5 - Resumo das receitas e impostos do primeiro ano ... 39

Quadro 6 - Previsão das receitas para os próximos 5 anos ... 40

Quadro 7 - Estimativa das despesas no primeiro mês ... 41

Quadro 8 - Despesas com Pessoal ... 41

Quadro 9 - Despesa com pró-labore ... 42

Quadro 10 - Despesa com INSS patronal ... 42

Quadro 11 - Despesas com Depreciação ... 43

Quadro 12 - Despesas Totais da Empresa ... 45

Quadro 13 - Previsão das despesas para os próximos 5 anos ... 47

Quadro 14 - Compras de mercadorias ... 48

Quadro 15 - Compras para os próximos 5 anos... 49

Quadro 16 - Demonstração do resultado do exercício ... 50

Quadro 17 - Demonstração do resultado do exercício para os próximos 5 anos ... 51

Quadro 18 - Índice de rentabilidade ... 52

Quadro 19 - Índice de lucratividade ... 53

Quadro 20 - Fluxo de caixa do primeiro ano de funcionamento ... 55

Quadro 21 - Fluxo de caixa projetado para os próximos 5 anos ... 58

Quadro 22 - Projeção dos valores a receber ano 1 ... 60

Quadro 23 - Projeção dos valores a receber anos seguintes ... 62

Quadro 24 - Projeção dos valores a pagar ano 1 ... 64

Quadro 25 - Projeção dos valores a pagar anos seguintes ... 66

Quadro 26 - Projeção da taxa interna de retorno ... 67

Quadro 27 - Projeção do valor presente líquido ... 68

Quadro 28 - Payback simples ... 69

Quadro 29 - Payback descontado ... 69

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Investimentos necessários para a abertura da empresa ... 37 Figura 2 - Receitas do primeiro ano ... 40 Figura 3 - Despesas fixas do primeiro ano de funcionamento ... 46

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LISTA DE ABREVIATURAS

CMV Custo das Mercadorias Vendidas

CNAE Código Nacional de Atividade Empresarial

COFINS Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social

CS Contribuição Social

CSLL Contribuição Social sobre o Lucro Líquido

DRE Demonstração do Resultado do Exercício

FAP Fator Acidentário de Prevenção

FGTS Fundo de Garantia por Tempo de Serviço

ICMS Imposto sobre Circulação de Mercadorias

IGP-M Índice Geral de Preços do Mercado

IL Índice de Lucratividade

INSS Instituto Nacional do Seguro Social

IR Índice de rentabilidade

IR Imposto de Renda

IRPJ Imposto de Renda Pessoa Jurídica

PIS Programa de Integração Social

RAT Risco de Acidente de Trabalho

TIR Taxa interna de retorno

TMA Taxa mínima de atratividade

VAUE Valor atual uniforme equivalente

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SUMÁRIO RESUMO ... 2 LISTA DE QUADROS ... 3 LISTA DE FIGURAS ... 4 LISTA DE ABREVIATURAS ... 5 INTRODUÇÃO ... 8 1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO... 9

1.1 DEFINIÇÃO DO TEMA EM ESTUDO ... 9

1.2 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA ... 9 1.3 PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA... 10 1.4 OBJETIVOS ... 11 1.4.1 Objetivo geral ... 11 1.4.2 Objetivos específicos ... 11 1.5 JUSTIFICATIVA ... 11 2 REFERENCIAL TEÓRICO... 12 2.1 RAMO DE ATIVIDADE ... 12 2.2 CONTABILIDADE ... 12 2.3 CONTABILIDADE GERENCIAL ... 13 2.4 ANÁLISE DE VIABILIDADE... 14 2.4.1 Investimentos... 15

2.4.2 Receitas, despesas e custos ... 15

2.5 METODOLOGIAS E ANÁLISE DE VIABILIDADE ... 17

2.5.1 Análise de viabilidade econômica ... 17

2.5.2 Análise de viabilidade financeira ... 20

3 METODOLOGIA DO ESTUDO ... 29

3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ... 29

3.1.1 Quanto à natureza ... 29

3.1.2 Quanto à forma de abordagem ... 29

3.1.3 Quanto aos objetivos ... 30

3.1.4 Quanto aos procedimentos técnicos ... 30

3.2 COLETA DE DADOS ... 32

3.2.1 Instrumentos de coleta de dados ... 32

3.3 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ... 33

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS ... 34

(8)

4.2 INVESTIMENTOS NECESSÁRIOS ... 35

4.3 DESPESAS E RECEITAS ... 37

4.3.1 Receitas... 37

4.3.2 Despesas ... 41

4.4 ANÁLISE DE VIABILIDADE... 49

4.4.1 Análise de viabilidade econômica ... 49

4.4.2 Análise da viabilidade financeira ... 53

4.5 ANÁLISE DA VIABILIDADE ... 69

CONCLUSÃO ... 71

(9)

INTRODUÇÃO

A análise da viabilidade é parte da contabilidade gerencial. É uma área de atuação profissional muito importante para as empresas, pois auxiliam os gestores na tomada de decisão.

Com a expansão da agricultura, devido ao aumento da produtividade de cereais na região noroeste do estado do Rio grande do Sul, o comércio varejista de insumos agrícolas está crescendo rapidamente, devido ao uso cada vez maior de defensivos agrícolas em suas culturas.

Esse trabalho de conclusão do Curso de Ciências Contábeis tem como objetivo o estudo da viabilidade econômica e financeira para a abertura de uma empresa de insumos agrícolas e nele foram abordados os métodos de analise da viabilidade econômica e financeira, os quais iram demonstrar para os futuros sócios da empresa se o negócio é viável, ajudando-os na tomada de decisão sobre a abertura da empresa. A pesquisa também possui o objetivo de revisar a bibliografia sobre o tema, para mais tarde identificar quais serão os investimentos necessários, quais as receitas e despesas que serão geradas, calcular e analisar o resultado dos indicadores e apresentar aos sócios.

O presente trabalho de conclusão de curso está dividido em três capítulos: o primeiro apresenta a contextualização do estudo, a definição do tema em estudo, a caracterização da empresa, a problematização do tema, os objetivos e a justificativa. No segundo capítulo apresenta-se o referencial teórico, composto pela contabilidade, contabilidade gerencial e análise de viabilidade econômica e financeira, embasando a realização deste trabalho. No capitulo três, consta a metodologia utilizada, contemplando a classificação da pesquisa e a descrição da coleta e interpretação dos dados.

No quarto capitulo apresenta-se o ramo de atividade da empresa que foi objeto deste estudo, seus investimentos e suas projeções de receitas e despesas. Em seguida é apresentada a análise de viabilidade econômica, que foi obtida através da demonstração do resultado do exercício e dos índices de rentabilidade e lucratividade, seguido da análise financeira que foi obtida a partir do fluxo de caixa, da taxa interna de retorno, da taxa mínima de atratividade, do valor presente líquido e do método de payback.

Finalizando o trabalho, insere-se a conclusão, e o referencial bibliográfico que foi utilizado na execução do trabalho.

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1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO

Esse primeiro capítulo apresenta a contextualização do estudo que aborda a definição do tema, a caracterização da organização, seguido da descrição do problema, objetivos geral e específicos e a justificativa

1.1 DEFINIÇÃO DO TEMA EM ESTUDO

Contabilidade é uma ciência que estuda, interpreta e registra os fenômenos que afetam o patrimônio de uma entidade e tem como principal objetivo controlar, avaliar e mensurar o patrimônio das empresas, conforme Basso (2011).

A Contabilidade é uma área que possui diversos campos de atuação do profissional Contador, sendo um deles a Contabilidade Gerencial, que é mais focada no processo de tomada de decisão, pois ela fornece informações importantes para que possam decidir qual o melhor caminho para a empresa seguir.

O bom uso da contabilidade gerencial faz com que as informações cheguem às pessoas certas, no tempo certo, pois fornece informações indispensáveis para o crescimento e desenvolvimento das empresas.

O estudo da viabilidade econômica e financeira é importante para a abertura de uma nova empresa, pois é possível saber quais serão os investimentos necessários e em quanto tempo haverá o retorno do investimento.

1.2 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA

A empresa pretende se estabelecer na região Noroeste do estado do Rio Grande do Sul, como uma empresa de pequeno porte, que terá como atividade principal o comércio varejista de produtos agrícolas, como fertilizantes, adubos, defensivos, corretivos e sementes. Essa nova empresa será constituída por 2 (dois) sócios, onde cada um terá 50% de participação nas cotas. O capital social inicial será de R$ 60.000,00 (sessenta mil reais), divididos em 6.000 cotas de R$ 10,00 que serão integralizadas no momento da assinatura do contrato social.

A empresa enquadra-se na modalidade de lucro Presumido, e cumprirá com as obrigações acessórias que estão previstas na Lei 8.981/1995. A empresa apresentará escrituração contábil, também deverá adotar para os registros e controle das operações por ela realizadas o Livro Razão, elaborados por escritório contábil terceirizado.

(11)

A empresa pretende contratar um (01) funcionário no primeiro ano de atividades, que exercerá o cargo de serviços gerais, ou seja, o carregamento e a descarga dos produtos.

1.3 PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA

A contabilidade é uma área do conhecimento que possui o foco no controle do patrimônio das entidades e o objetivo de estudar, controlar, avaliar e mensurar a riqueza patrimonial e suas mutações.

Entendemos que Contabilidade, como conjunto ordenado de conhecimentos próprios, leis científicas, princípios e métodos de evidenciação próprios, é a ciência que estuda, controla e observa o patrimônio das entidades nos seus aspectos quantitativo (monetário) e qualitativo (físico) e que, como conjunto de normas, preceitos, regras e padrões gerais, se constitui na técnica de coletar, catalogar e registrar informações de suas variações e situação, especialmente de natureza econômica e financeira e, complementarmente, controla, registra e informa situações impactantes de ordem socioambiental decorrentes de ações praticadas pela entidade no ambiente em que está inserida. (BASSO, 2011, p.26).

Entre os diversos ramos de atuação da contabilidade, o que vem ganhando grande destaque nos últimos tempos é a Contabilidade Gerencial, que fornece informações indispensáveis para o crescimento e o desenvolvimento das empresas, pois funciona como uma ferramenta que auxilia os gestores na redução dos custos e no aumento do lucro, também fornece informações uteis para credores, investidores, fornecedores, entre outros.

Segundo Brizolla (2008, p.14) “a Contabilidade é uma atividade fundamental na vida econômica. Mesmo nas economias mais simples ela é necessária para organizar a documentação dos ativos, das dívidas e das negociações com terceiros”.

Ter um estudo preliminar que demonstre e simule a situação para a empresa é muito importante no sentido de avaliar se é viável ou não, fazendo com que os empresários possam conhecer os riscos inerentes a atividade e diminuindo as margens de insucesso do seu investimento, vai identificar as oportunidades que o mercado oferece e analisa o comportamento do mercado consumidor e dos concorrentes.

Segundo o (SEBRAE, 2013) a parcela de micro e pequenas empresas que sobrevivem aos primeiros dois anos de atividades aumentou no Brasil. De acordo com essa pesquisa, os sócios gostariam de saber, através deste estudo se a abertura da empresa é viável e em quanto tempo eles terão o retorno dos investimentos.

Diante do exposto, questiona-se: É viável a abertura de uma empresa do comércio varejista de insumos agrícolas?

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1.4 OBJETIVOS

Os objetivos estão divididos em objetivo geral e objetivos específicos.

1.4.1 Objetivo geral

Analisar a viabilidade econômica e financeira para a implantação de uma empresa no ramo do comércio varejista de insumos agrícolas.

1.4.2 Objetivos específicos

Revisar a bibliografia sobre o tema em questão.

Identificar os investimentos necessários ao empreendimento, as receitas e as despesas geradas com a sua implantação;

Calcular os indicadores de viabilidade econômica e financeira;

Analisar o resultado dos indicadores e verificar a aceitabilidade do projeto Apresentar os resultados aos empresários nos diferentes cenários propostos.

1.5 JUSTIFICATIVA

Devido à competitividade do mercado e o fechamento das empresas nos primeiros anos de existência, o estudo da viabilidade servirá de base/orientação para os sócios decidirem sobre a abertura da empresa, pois fornecerá informações para a tomada de decisão relacionada sobre a abertura ou não da empresa. Como a empresa em estudo está em fase de implantação, seus sócios querem saber em quanto tempo os investimentos terão retorno para cobrir os custos e despesas e em quanto tempo este ramo de negócio trará lucratividade e rentabilidade.

Para mim, enquanto acadêmica do Curso de Ciências Contábeis, a realização deste trabalho contribuiu para o aprendizado, pois aperfeiçoou os conhecimentos da acadêmica e ainda é possível auxiliar os sócios na tomada de decisão.

Para a Universidade e para o Curso de Ciências Contábeis, este trabalho servirá como fonte de pesquisa para os interessados na área, pois o tema é importante para o gerenciamento das empresas e também fornecerá um conhecimento prático sobre as técnicas de análise de viabilidade econômica e financeira.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

No referencial teórico apresenta-se a revisão bibliográfica, baseada na pesquisa em livros, artigos, sites, entre outros, que serviram de base para o trabalho nos dando uma compreensão melhor dos temas que foram estudados.

Inicia-se com o ramo de atividade, na sequencia os conceitos de contabilidade gerencial e aprofundando-se nas técnicas de análise de viabilidade econômica e financeira.

2.1 RAMO DE ATIVIDADE

Segundo o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social-BNDES (2014) o Brasil é o terceiro maior produtor agrícola do mundo, superado apenas pelos Estados Unidos e pela União Europeia. Segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura), em 2009, o país foi o maior produtor mundial de cana-de-açúcar, laranja e café, o segundo maior de soja e o terceiro em milho.

O Rio Grande do Sul é considerado, atualmente, o quarto estado mais rico do país (INFOESCOLA, 2014). A região noroeste do estado cultiva principalmente soja, trigo, milho e outros cereais como aveia, canola e girassol.

É uma região onde a agricultura está em crescente expansão, crescendo em produtividade, devido ao uso de insumos agrícolas e tecnologias avançadas nas diversificadas culturas. Em virtude do aumento da produtividade e da grande procura dos agricultores por insumos agrícolas, tem-se a ideia de abrir uma empresa que atenda as necessidades dos produtores na região.

Segundo Motta, Calôba (2009, p.23) “Um mesmo objetivo pode ser atingido de várias maneiras. No mundo competitivo e globalizado em que se vive, obtém sucesso quem alcançar o objetivo da maneira mais econômica, ou, ainda, para um mesmo nível de investimento, o investidor ou a empresa com maior rentabilidade”.

2.2 CONTABILIDADE

A história da contabilidade é tão antiga quanto à civilização, e originou-se devido a necessidade das pessoas de registrar os seus bens.

Segundo Crepaldi (2003, p.15) “a Contabilidade é uma das ciências mais antigas do mundo. Existem diversos registros de que as civilizações antigas já possuíam um esboço de técnicas contábeis”.

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Para Franco (1997, p.19) “a Contabilidade, desde seu aparecimento como conjunto ordenado de conhecimentos, com objeto e finalidades definidos, tem sido considerada como arte, como técnica ou como ciência, de acordo com a orientação seguida pelos doutrinadores ao enquadrá-la no elenco das espécies do saber humano ”.

Conforme Crepaldi (2003, p.16) “Contabilidade pode ser definida de diversas formas. Numa visão geral, contabilidade é uma ciência, uma disciplina, um ramo de conhecimento humano, uma profissão que tem por objeto o estudo dos fenômenos patrimoniais”.

Franco (1997, p.22) destaca que:

A Contabilidade desempenha, em qualquer organismo econômico, o mesmo papel que a história na vida da Humanidade. Sem ela não seria possível conhecer o passado nem o presente da vida econômica da entidade, não sendo também possível fazer provisões para o futuro nem elaborar planos para a orientação administrativa. Crepaldi (2003, p.18) conceitua contabilidade como “uma ciência concebida para coletar, registrar, resumir e interpretar dados e fenômenos que afetam as situações patrimoniais, financeiras e econômicas de qualquer entidade”.

Seguindo a mesma linha de pensamento, para Franco (1997, p.21) contabilidade:

É a ciência que estuda os fenômenos ocorridos no patrimônio das entidades, mediante o registro, a classificação, a demonstração expositiva, a análise e a interpretação desses fatos, com o fim de oferecer informações e orientação – necessárias à tomada de decisões – sobre a composição do patrimônio, suas variações e o resultado econômica decorrente da gestão da riqueza patrimonial.

Por sua vez, Basso conceitua contabilidade como:

[...] conjunto ordenado de conhecimentos próprios, leis cientificas, princípios e métodos de evidenciação próprios, é a ciência que estuda, Controla e observa o patrimônio das entidades nos seus aspectos quantitativos (monetário) e qualitativo (físico), e que, como conjunto de normas, preceitos, regras e padrões gerais, se constituem na técnica de coletar, catalogar e registrar informações de suas variações e situação, especialmente de natureza econômica e financeira e complementarmente, controla, registra e informa situações impactantes de ordem socioambiental decorrentes de ações praticadas pela entidade no ambiente em que esta inserida. (BASSO, 2011, p.26).

Examinando os conceitos de contabilidade, entende-se que a contabilidade é responsável por gerir, controlar e informar as variações do patrimônio, sendo uma ferramenta de apoio para a tomada de decisões dos gestores.

2.3 CONTABILIDADE GERENCIAL

Contabilidade Gerencial é uma ferramenta muito importante para os gestores das empresas, pois servirá de apoio para a tomada de decisão. Ela fornece todas as informações necessárias para a correta tomada de decisão e para a permanência da empresa no mercado.

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Conforme Padoveze (2010, p.38) “a contabilidade gerencial é relacionada com o fornecimento de informações para os administradores – isto é, aqueles que estão dentro da organização e que são responsáveis pela direção e controle de suas operações”.

Para Horngren, Foster, Datar apud (Frezatti et al, 2009, p.6) os objetivos da contabilidade gerencial são: “medir e reportar as informações financeiras e não financeiras que ajudam os gestores a tomar decisões, para atingir os objetivos da organização”.

Entendemos que a Contabilidade Gerencial existe ou existirá se houver uma ação que faça com que ela exista. Uma entidade tem Contabilidade Gerencial se houver dentro dela pessoas que consigam traduzir os conceitos contábeis em atuação prática. Contabilidade Gerencial significa gerenciamento da informação contábil. Ora, gerenciamento é uma ação, não um existir. Contabilidade Gerencial significa o uso da contabilidade como instrumento da administração. (PADOVEZE, 2010, p.40).

Padoveze (2010, p.41) também cita que “Contabilidade gerencial não é um existir, mas um fazer. Contabilidade Gerencial é ação, e não técnicas específicas de contabilidade. Não existe Contabilidade gerencial. Faz-se ou não se faz Contabilidade Gerencial”.

Ter uma organização perene, que seja vencedora durante gerações, é uma ambição que pode ser percebida pela maioria das instituições e grupos de pessoas. A longevidade de uma organização impacta diretamente o mercado, os clientes, os colaboradores, e não são muitas as organizações que conseguem se manter durante longos períodos de existência. Afinal, criar uma organização exige recursos, energia e muito senso de oportunidade. Além disso, manter viva e competitiva uma organização é algo que, na maior parte das vezes, não se mostra simples. (FREZATTI et al, 2009, p.2).

A contabilidade gerencial é um instrumento de gestão e por isso está voltada para a administração das empresas, pois trabalha com informações econômicas, financeiras e contábeis, as quais auxiliam os gestores nas tomadas de decisões, no planejamento e no controle para que as empresas consigam atingir as metas desejadas, que geralmente são o retorno do investimento e a lucratividade.

2.4 ANÁLISE DE VIABILIDADE

A decisão de abrir uma empresa ou não envolve uma tomada de decisão, e o primeiro questionamento que surge é quanto pretende-se investir na empresa. Partindo dessa questão, serão traçados os objetivos de análise, e em seguida são avaliadas as alternativas do futuro investimento, pois será uma despesa que irá gerar benefícios futuramente.

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Investir consiste em renunciar a um consumo no presente em troca de uma promessa de um retorno satisfatório no futuro. Investir consiste, então, em deixar de gastar o dinheiro agora em um artigo de consumo para gastá-lo em algo que se espera que irá produzir um bom retorno no futuro.

Ainda, segundo Casarotto Filho, Kopittke (2010, p.93) “Ao instalar uma nova fábrica, comprar novos equipamentos ou simplesmente alugar uma maquina, isto é, ao fazer um novo investimento, uma empresa deve fazer uma análise da viabilidade do mesmo”.

Portanto, deve-se levar em conta os aspectos econômicos do investimento para avaliar se ele é rentável, aplicando os critérios corretamente sabe-se se o negocio é rentável e em quanto se tem o retorno do valor investido.

2.4.1 Investimentos

Para abrir uma empresa e para ela se manter no mercado, é preciso que haja investimentos, pois sem eles não tem como garantir a existência da empresa.

Segundo Bornia (2010, p.18) “Investimento é o valor dos insumos adquiridos pela empresa não utilizados no período, os quais poderão ser empregados em períodos futuros”. Para Padoveze (2010, p.319) “São os gastos efetuados em ativo ou despesas e custos que serão imobilizados ou diferidos. São gastos ativados em função de sua vida útil ou benefícios futuros”.

Conforme Motta, Calôba (2009, p.34)

Considera-se investimento a situação na qual ocorre inversão de capital de alguma forma, podendo ser em um projeto novo, na compra de uma empresa existente etc., buscando com isso criação de valor, ou seja, recuperação do valor investido (principal), mais uma rentabilidade do investimento (taxa de juros), em determinado prazo.

Nesse trabalho serão analisados os investimentos necessários para a abertura da empresa, conforme a necessidade dos sócios.

2.4.2 Receitas, despesas e custos

A meta das empresas é crescer e gerar lucro, para isso ela necessita distinguir o que são receitas, despesas e custos.

Receitas, no entendimento de Basso (2011, p.85) é:

A variação que provoca a entrada de elementos no ativo sob forma de dinheiro ou de direitos a receber, provenientes da realização das atividades principais ou secundarias da entidade, e que geralmente correspondem à venda de mercadorias, produtos e bens, ou à prestação de serviços. Uma receita pode, entretanto, também derivar de rendas sobre títulos, juros de poupança e outros ganhos eventuais.

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Segundo a NBC T 19.30 “Receita é o ingresso bruto de benefícios econômicos durante o período proveniente das atividades ordinárias da entidade que resultam no aumento do seu patrimônio líquido, exceto as contribuições dos proprietários”.

Despesa segundo Bornia (2010, p.16):

Despesa é o valor dos insumos consumidos para o funcionamento da empresa e não identificados com a fabricação. Refere-se às atividades fora do âmbito da fabricação, geralmente sendo separada em Administrativa, Comercial e Finan ceira. Portanto, as despesas são diferenciadas dos custos de fabricação pelo fato de estarem relacionadas com a administração geral da empresa e a comercialização do produto. Basso (2011, p.85) conceitua despesa como “o custo do uso dos bens ou serviços, que direta ou indiretamente deverão produzir uma receita. A característica básica da despesa é que ela se constitui num gasto que não se materializa, isto é, são gastos que se consomem na sua realização”.

Já para Padoveze (2010, p.320) “despesas são os gastos necessários para vender e enviar os produtos. De modo geral, são os gastos ligados às áreas administrativas e comerciais. O custo dos produtos, quando vendidos, transformam-se em despesas”.

Conforme Franco (1997, p.44) “O custo é, portanto, fundamental em qualquer entidade com fim lucrativo, pois dele depende a empresa alcançar os fins a que se destina. A empresa que conseguir melhorar sua eficiência e reduzir progressivamente seu custo estará obtendo um resultado econômico cada vez melhor”.

Para Padoveze (2010, p.320) custos:

São os gastos, não investimentos, necessários para fabricar os produtos da empresa. São os gastos efetuados pela empresa que farão nascer os seus produtos. Portanto, podemos dizer que os custos são os gastos relacionados aos prod utos, posteriormente ativados quando os produtos objeto desses gastos forem gerados. De modo geral são os gastos ligados à área industrial da empresa.

“A grande diferenciação conceitual entre custos e despesas decorre da separação primária entre empresas industriais e comerciais [...]. Custos são gastos para se conseguir um produto (adquirir ou fabricar) e despesas são gastos para vende-los”. (PADOVEZE, 2011, p.327).

No entendimento de Basso (2011, p.262) depreciação é “quando corresponder à perda de valor dos direitos que tem por objetivo bens físicos, sujeitos a desgaste ou perda de utilidade por uso, ação da natureza ou obsolescência”.

A NBC T 19.5 traz a concepção que “depreciação é a redução do valor dos bens pelo desgaste ou perda de utilidade por uso, ação da natureza ou obsolescência”.

(18)

Basso (2011, p.266) cita que “existem vários métodos de depreciação consagrados pela pratica, cujo uso depende da oportunidade e da finalidade dos cálculos da depreciação – se são para fins contábeis ou para fins gerenciais”.

Conforme Basso (2011, p.266) no método das cotas constantes (ou linha reta) a depreciação é representada pela seguinte fórmula:

Depreciação Anual = Valor atualizado (-) Valor Residual Número de Anos de Vida Útil

Com a identificação das receitas, despesas e custos a empresa identifica os resultados projetados com a implantação do negócio.

2.5 METODOLOGIAS E ANÁLISE DE VIABILIDADE

As metodologias de análise de viabilidade deste estudo servirão para analisar a viabilidade da implantação do negócio, em termos econômicos e financeiros, e servirá para levantar os investimentos necessários para a abertura da empresa e para verificar o retorno de tais investimentos.

2.5.1 Análise de viabilidade econômica

Na análise de viabilidade econômica os métodos utilizados pelas empresas são: a demonstração de resultado do exercício, índices de rentabilidade e índices de lucratividade.

Conforme Bruni, Famá (2007, p.79) “Um dos procedimentos mais empregados para a avaliação de investimentos consiste na análise dos valores incrementais gerados pelos fluxos de caixa projetados, considerando o custo de oportunidade dos recursos investidos”.

Analisar a viabilidade de um investimento é importante para conseguir diagnosticar se o investimento alcançará o objetivo desejado.

2.5.1.1 Demonstração do resultado do exercício (DRE)

Na DRE encontram-se informações imprescindíveis para a análise do desempenho da empresa.

Segundo Basso (2011, p.306) “a demonstração do resultado do exercício é o relatório contábil que sintetiza as operações que deram origem ao resultado de um determinado período ou exercício social”.

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Hoji (2010, p.266) destaca que: “A Demonstração de resultado do Exercício é uma demonstração contábil que apresenta o fluxo de receitas e despesas, que resulta em aumento ou redução do patrimônio líquido entre duas datas”.

Conforme a NBC T.3.3 “A demonstração do resultado é a demonstração contábil destinada a evidenciar a composição do resultado formado num determinado período de operações da Entidade”.

Ainda segundo a NBC T.3.3 “A demonstração do resultado, observado o princípio de competência, evidenciará a formação dos vários níveis de resultados mediante confronto entre as receitas, e os correspondentes custos e despesas”.

A NBC TG 26 (R1), diz que a DRE deve, no mínimo, incluir as seguintes rubricas, obedecidas também as determinações legais:

(a) receitas;

(b) custo dos produtos, das mercadorias ou dos serviços vendidos;

(c) lucro bruto;

(d) despesas com vendas, gerais, administrativas e outras despesas e receitas operacionais;

(e) parcela dos resultados de empresas investidas reconhecida por meio do método da equivalência patrimonial;

(f) resultado antes das receitas e despesas financeiras

(g) despesas e receitas financeiras;

(h) resultado antes dos tributos sobre o lucro;

(i) despesa com tributos sobre o lucro;

(j) resultado líquido das operações continuadas;

(k) valor líquido dos seguintes itens:

(i) resultado líquido após tributos das operações descontinuadas;

(ii) resultado após os tributos decorrente da mensuração ao valor justo menos despesas de venda ou na baixa dos ativos ou do grupo de ativos à disposição para venda que constituem a unidade operacional descontinuada;

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Modelo da estrutura básica da demonstração do resultado do exercício, conforme Basso (2011, p.191):

Quadro 1 – Demonstração do resultado do exercício 01. RECEITA OPERACIONA L BRUTA

02. (-) DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA 03. (=) RECEITA OPERACIONA L LÍQUIDA (1-2) (-) CUSTOS DAS VENDAS

04. (-) CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS 05. (=) RESULTADO OPERACIONA L BRUTO (3-4) 06. (-) DESPESAS OPERACIONAIS

07. (+) OUTRAS RECEITAS E DESPESAS OPERACIONAIS 08. (=) RESULTADO OPERACIONA L LÍQUIDO (5-6+7) 09. (+) RECEITAS E DESPESAS NÃO OPERACIONA IS 10. (=) RESULTADO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA (8+9) 11. (-) PROVISÃO PARA IMPOSTO DE RENDA E CSLL

12. (=) RESULTADO DEPOIS DO IMPOSTO DE RENDA (10-11) 13. (-) PARTICIPAÇÕES E CONTRIBUIÇÕES

14. (=) RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO Fonte: Basso, 2011, p.191.

A DRE mede o resultado apurado pelas empresas, confrontando as receitas e despesas do período, e demonstra a capacidade da empresa em gerar o lucro, possibilitando aos sócios avaliar as diferentes possibilidades de investimentos na empresa.

2.5.1.2 Índices de rentabilidade (IR)

O índice de rentabilidade é o método utilizado para avaliar os projetos de investimento, ele irá evidenciar a rentabilidade do capital investido pelos sócios.

Conforme Hoji (2010, p.292) “Os índices de rentabilidade medem quanto estão rendendo os capitais investidos. São indicadores muito importantes, pois evidenciam o sucesso (ou o insucesso) empresarial”.

A fórmula usada para o calculo do índice de rentabilidade é a seguinte: IR = Lucro líquido

Investimento

Com o IR pode-se fazer uma avaliação global do investimento, analisar a saúde financeira desse investimento e verificar a rentabilidade da empresa através dos dados obtidos pela DRE.

2.5.1.3 Índice de lucratividade (IL)

(21)

Conforme Hoji (2010, p.174) “Esse método consiste em obter a relação entre os benefícios líquidos de caixa gerados pelo projeto e o investimento inicial”.

Segundo Kassai et al (2000, p.78):

Outro indicador de aceitação ou rejeição de projetos é o índice de lucratividade (IL). É medido por meio da relação entre o valor presente dos fluxos de ca ixa positivos (entradas) e o valor presente dos fluxos de caixa negativos (saídas), usando -se como taxa de desconto a taxa de atratividade do projeto (TMA). Esse índice indica o retorno apurado para cada $1,00 investido, em moeda atualizada pela taxa de atratividade.

De acordo com Brizolla (2008, p.98) “a lucratividade consiste em comparar os diversos

estágios do resultado (lucro bruto, lucro operacional e lucro líquido do exercício) da empresa com o volume monetário da ROL (receita operacional líquida de venda e serviços) do período em análise”.

A fórmula usada para o calculo do índice de lucratividade é a seguinte: IL = Lucro liquido

Receita líquida

Portanto, o índice de rentabilidade irá evidenciar qual foi a rentabilidade do capital investido.

2.5.2 Análise de viabilidade financeira

Para analisar a viabilidade financeira da empresa serão utilizados o fluxo de caixa, a taxa interna de retorno, a taxa mínima de atratividade, o valor presente líquido, o período de payback simples e descontado, e o valor atual uniforme equivalente.

“A análise de viabilidade de um projeto é feita com base em fluxo de caixa gerado pelo projeto, mas outros aspectos (legais, administrativos, mercadológicos etc.) também devem merecer análises cuidadosas” (HOJI, 2010, p.380).

2.5.2.1 Fluxo de caixa

É o principal instrumento da gestão financeira, que planeja, controla e analisa as receitas, despesas e os investimentos, considerando determinado período projetado, consiste numa representação cronológica de entradas (ingressos) e saídas (desembolsos) de recursos monetários, o que permite às empresas executar suas programações financeiras e operacionais, projetadas para certo período de tempo. Com a elaboração do fluxo de caixa é

(22)

possível verificar e planejar eventuais excedentes e escassez de caixa. O caixa é o centro dos resultados para a tomada de decisões financeiras, pois representa a disponibilidade imediata, conforme Silva (2005).

Segundo Salim et al (2005, p.110) “O fluxo de caixa representa a evolução das entradas e saídas de recursos financeiros da empresa ao longo do tempo, de forma a visualizar, a cada momento, a disponibilidade liquida do caixa e verificar se os desembolsos futuros poderão ser efetuados nas datas previstas”.

Conforme Hoji (2010, p.76) “O fluxo de caixa é um esquema que representa as entradas e saídas de caixa ao longo do tempo. Em um fluxo de caixa, deve existir pelo menos uma saída e pelo menos um a entrada (ou vice-versa)”.

No entendimento de Bruni, Famá (2007, p.19):

O conceito e a análise de fluxo de caixa são o pon to principal do processo de tomada e de compreensão das decisões financeiras. Representa o volume de recursos colocados no investimento ou que poderiam ser retirados do investimento ao longo dos anos. Para construir a estimativa de fluxos de caixa, basta analisar as entradas e saídas de recursos.

Para Padoveze (2010, p. 83) “é importante lembrar que o fluxo de caixa pode ser elaborado por consulta e reacumulação de dados das contas representativas das disponibilidades, bancos e aplicações financeiras”.

Ainda segundo Padoveze (2010, p.83) “a administração diária do fluxo de caixa possa ser elemento vital para o setor financeiro e de sua responsabilidade. A sua necessidade de informação é imediata, e não pode, de forma alguma, esperar tratamento contábil de mais de algumas horas ou de um dia”.

Os objetivos do fluxo de caixa, segundo Silva (2005, p. 19) “são muitos, mas o principal é a visão geral de todas as atividades (entradas e saídas) diárias, do grupo do ativo circulante, assim se tem uma visão das disponibilidades, representando o grau de liquidez da empresa”.

De acordo com Zdanowicz (2004, p.126) “fluxo de caixa projetado pode ser expresso pela seguinte equação”:

SFC = SIC + I – D Onde:

SFC: saldo final de caixa; SIC: saldo inicial de caixa; I: ingressos;

(23)

O fluxo de caixa é um relatório gerencial que fornece informações importantes para a empresa, pois ele informa todas as entradas e saídas de um determinado período, podendo ser diário, semanal, mensal ou anual.

2.5.2.2 Taxa interna de retorno (TIR)

“Por definição, a taxa interna de retorno de um fluxo de caixa é a taxa para a qual o

Valor Presente Líquido do fluxo é nulo. O VPL é o somatório dos valores presentes de todas as parcelas”. (CASAROTTO FILHO, KOPITTKE, 2010, p.39).

A Taxa Interna de Retorno (TIR), também chamada Internal Rate of Return (IRR), representa a taxa de desconto que iguala, em um único momento, os fluxos de entrada com os de saída de caixa – na verdade, produz um VPL igual a zero. O investimento é atraente quando a TIR é maior ou igual à taxa de juros vigente no mercado para uma aplicação com o mesmo nível de risco, segundo Salim et al (2005).

Segundo Hoji (2010, p.77)

A Taxa Interna de retorno (TIR) é conhecida também como taxa de desconto do fluxo de caixa. A TIR é uma taxa de juros implícita numa série de pagamentos (saídas) e recebimentos (entradas), que tem a função de descontar um valor futuro ou aplicar o fator de juros sobre um valor presente, conforme o caso, para trazer ou levar cada valor do fluxo de caixa para uma data focal. Ao aplicar a mesma taxa da TIR sobre os valores correntes, a soma das saídas deve ser igual à soma das entradas, em valor da data focal, para se anularem.

Conforme Braga (1995), TIR é a taxa de rentabilidade periódica equivalente de um investimento. Geralmente, a TIR é definida para períodos anuais. Corresponde a uma taxa de desconto que iguala o valor atual das entradas liquidas de caixa ao valor atual dos desembolsos relativos ao investimento liquido.

Para Kassai et al (2000, p.66)

A taxa interna de retorno (TIR) ou Internal Rate of return (IRR) é uma das formas mais sofisticadas de se avaliar propostas de investimentos de c apital. Ela representa a taxa de desconto que iguala, num único momento, os fluxos de entrada com os de saída de caixa. Em outras palavras, é a taxa que produz um VPL igual a zero.

No entendimento de Casarotto Filho, Kopittke (2010, p.124)

A utilização pratica do método da TIR dá-se normalmente em projeto de implantação ou expansão industrial como comparação com os índices normais do setor a que o projeto se referir. [...]Pesquisas realizadas junto às maiores empresas do Brasil mostram que apesar das dificuldades citadas, o método da TIR é o mais utilizado. Isto se deve provavelmemte ao fato de que seu resultado é bem mais palpável ou “falante” do que os métodos do VPL ou VAUE.

(24)

Para Padoveze (2011, p.477) “O modelo de decisão baseado na Taxa Interna de Retorno é uma variação do critério do VPL. Neste modelo, em vez de se buscar o VPL do fluxo futuro, busca-se a taxa de juros que iguala o total dos fluxos futuros descontados a essa taxa de juros, com o valor do investimento inicial”.

Conforme Kassai et al (2000, p.66), a TIR pode ser obtida com a seguinte fórmula:

Zero = FC 0 + FC 1 + FC 2 + ... + FC n (1+TIR)¹ (1+TIR)² (1+TIR (1+TIR)n

Onde: FC = Fluxo de Caixa

TIR = Taxa Interna de Retorno

Segundo os autores citados acima, a TIR é a taxa de desconto que quando aplicada a um fluxo de caixa, faz com que os valores das despesas, trazidos ao valor presente, seja igual aos valores dos retornos do investimento, também trazidos ao valor presente.

A TIR é uma das maneiras que a empresa poderá utilizar para analisar se o investimento é atrativo ou não, pois é um método de análise de investimentos em que cada empresa se adapta melhor, conforme o seu projeto.

2.5.2.3 Taxa mínima de atratividade (TMA)

Entende-se por Taxa Mínima da Atratividade (TMA) a taxa mínima a ser alcançada em determinado projeto; caso contrário, o mesmo deve ser rejeitado. É, também, a taxa utilizada para descontar os fluxos de caixa quando se usa o método do valor presente liquido (VPL) e o parâmetro de comparação para a TIR. É o rendimento mínimo de uma segunda melhor alternativa do mercado. (KASSAI et al 2000).

No entendimento de Casarotto Filho, Kopittke (2010, p.42)

A TMA é a taxa a partir da qual o investido considera que está obtendo ganhos financeiros. É uma taxa associada a um baixo risco e alta liquidez, ou seja, qualquer sobra de caixa pode ser aplicada, na pior das hipóteses, na TMA. Uma das formas de se analisar um investimento é confrontar a TIR com a TMA do investidor.

Ainda segundo Casarotto Filho, Kopittke (2010, p.97):

Ao se analisar uma proposta de investimento deve ser considerado o fato de se estar perdendo a oportunidade de auferir retornos pela aplicação do mesmo capital em outros projetos. A nova proposta para ser atrativa deve render, no mínimo, a taxa de juros equivalente à rentabilidade das aplicações correntes e de pouco risco.

(25)

Para Silva (2005, p. 52) a TMA “equivale ao custo de oportunidade de capital, expresso sob a forma de taxa de juros”.

A TMA é um método de análise que nos fornecerá um parâmetro para decidir entre deixar o valor aplicado em aplicações de menos risco ou investir em um novo projeto.

2.5.2.4 Valor presente líquido (VPL)

“O Valor Presente Líquido (VPL) é a soma das entradas e saídas de um fluxo de caixa na data inicial”. (HOJI 2010, p.82).

Ainda segundo Hoji (2010, p.170)

Consiste em determinar o valor no instante inicial, descontando o fluxo de caixa líquido de cada período futuro (fluxo de caixa líquido periódico) gerado durante a vida útil do investimento, com a taxa mínima de atratividade, e adicionando o somatório dos valores descontados ao fluxo de caixa liquido do instante inicial. Para Padoveze (2011, p.476)

Valor Presente Líquido significa descontar o valor dos fluxos futuros a determinada taxa de juros, de tal forma que este fluxo se apresente a valores de hoje, ou ao valor atual. O valor atual dos fluxos futuros, confrontado com o valor atual do investimento a ser feito, indica a decisão a ser tomada.

O Valor Presente Líquido (VPL) ou Net Present Value (NPV) é um dos instrumentos mais utilizados para avaliar propostas de investimento de capital. Reflete a riqueza em valores monetários do investimento medida pela diferença entre o valor presente das entradas de caixa e o valor presente das saídas de caixa, a uma determinada taxa de desconto. (SALIM, 2005, p.296)

Conforme Casarotto Filho, Kopittke (2010, p.105):

Esse método é tão simples quanto o VAUE. A ún ica diferença reside em que, em vez de se distribuir o investimento inicial durante sua vida (custo de recuperação do capital), deve-se agora calcular o Valor Presente dos demais termos do fluxo de caixa para somá-los ao investimento inicial de cada altern ativa. Escolhe-se a alternativa que apresentar melhor Valor Presente Líquido. A taxa utilizada para descontar o fluxo (trazer ao Valor Presente) é a TMA.

Bruni, Famá (2007, p.82) citam as principais vantagens e desvantagens do VPL: As principais vantagens do método do VPL podem ser expressas como:

o método do VPL informa sobre o aumento ou não do valor da empresa em função da decisão de investimento tomada.[...];

são analisados todos os fluxos de caixa originários do projeto; o custo de capital é considerado nas analises;

considera também o risco, já embutido no custo de capital. Suas principais desvantagens seriam:

(26)

resposta em valor monetário: seria difícil, por exemplo, responder se é melhor investir $ 100 para a obtenção de um VPL de $ 5 ou investir $ 10 para um VPL de $ 3”.

Conforme Kassai et al (2000, p.62) o VPL “pode ser obtido por meio da seguinte fórmula”:

VPL = FC 0 + FC 1 + FC 2 + FC 3 + ... + FC n (1+i)° (1+i)¹ (1+i)² (1+i)³ (1+i)n

Onde: VPL = Valor Presente Líquido FC = Fluxo de Caixa

I = Taxa de Desconto

O VPL será fundamental nas decisões de investimento, pois mostrará aos investidores se o capital aplicado no investimento será recuperado e remunerado com a taxa requerida.

2.5.2.5 Período de payback

Conforme Hoji (2010, p.173) “O período de payback é o período em que o valor do investimento é recuperado, ou seja, é o prazo em que os valores dos benefícios líquidos de caixa se igualam ao valor do investimento inicial”.

Segundo Braga (1995, p.283) “Esse método determina o tempo necessário para recuperar os recursos investidos em um projeto”.

Para Kassai et al (2000, p.84):

O payback é o período de recuperação de um investimento e consiste na identificação do prazo em que o montante do dispêndio de capital efetuado seja recuperado por meio dos fluxos líquidos de caixa gerados pelo investimento. É o período em que os valores dos investimentos (fluxos negativos) se anulam com os respectivos valores de caixa (fluxos positivos).

“Quanto mais amplo for o horizonte de tempo considerado, maior será o grau de incerteza nas previsões. Deste modo, propostas de investimento com menor prazo de retorno apresentam maior liquidez e, consequentemente, menor risco”. (BRAGA, 1995, p.283).

Conforme Salim (2005, p.298) “Período de payback é o período de recuperação de um investimento. Ou seja, o prazo até que o investimento inicial seja recuperado por meio dos fluxos de caixa líquidos positivos gerados pelo negócio”.

Ainda seguindo a linha de pensamento de Salim (2005, p.298) “corresponde, assim, ao período em que os valores dos investimentos realizados e despesas (fluxos negativos) se igualam às entradas de caixa (fluxos positivos)”.

(27)

Pode-se medir o payback pelo método simples e pelo método descontado.

Segundo Bruni, Famá (2007, p.67): “Para obter o payback simples de um projeto de investimento, basta verificar o tempo necessário para que o saldo do investimento (soma dos fluxos de caixa colocados e gerados pelo investimento) seja igual a zero”.

Ainda segundo Bruni, Famá (2007, p.67) “o método do payback é uma forma simples, fácil e direta, que estima o prazo necessário para se recuperar o investimento realizado. Quando o custo de capital do investimento não é considerado, denomina-se o método de payback simples”.

Conforme Kassai et al (2000, p.85) “O payback original, ou prazo de recuperação do capital, é encontrado somando-se os valores dos fluxos de caixas negativos com os valores dos fluxos de caixas positivos, até o momento em que essa soma resulta em zero”.

De acordo com Bruni, Famá (2007, p.73) “Quando o custo do capital é considerado na análise, o método do payback passa a ser denominado payback descontado”.

“O payback descontado leva em consideração o tempo, isto é, desconta os valores a uma taxa de juros e verifica assim o prazo de recuperação utilizando valores traduzidos ao momento presente”. (Salim, 2005 p.298).

Os critérios de aceitação de novos investimentos com base no payback simples e descontado são iguais, conforme Bruni, Famá (2007, p.69 e 74), e podem ser apresentados como:

se o payback simples e/ou descontado for menor que o prazo máximo de recuperação do capital investido, o projeto deve ser aceito;

se o payback simples e/ou descontado for igual ao prazo de recuperação do capital investido, é indiferente aceitar ou não o projeto;

se o payback simples e/ou descontado for maior que o prazo máximo de recuperação do capital investido, o projeto não deve ser aceito.

As principais vantagens do método do payback simples, conforme Bruni, Famá (2007, p.70):

sua aplicação é fácil e simples;

seu resultado é de fácil interpretação: quanto menor for seu valor, menor será o prazo necessário para a recuperação do investimento;

pode ser visto como uma medida de risco do projeto: já que as estimativas de retorno do projeto diminuem seu grau de certeza à medida que se distanciam da data inicial. Quanto maior o payback simples, maior o risco associado ao projeto, que, por sua vez, pode ser delimitado por meio da determinação do prazo máximo tolerado;

pode ser visto como uma medida de liquidez: po r sua própria definição (período necessário para a recuperação do capital investido), quanto menor o payback simples, maior a liquidez.

(28)

Em relação ao método do payback simples, o descontado apresenta a vantagem de considerar o custo do dinheiro no tempo. Suas principais vantagens podem ser apresentadas, segundo Bruni, Famá (2007, p.74) como:

seu valor pode ser interpretado como o prazo d e recuperação do capital investido remunerado de acordo com o custo de capital do projeto. Valores situados além da data do payback descontado contribuirão com os lucros extras;

pode ser interpretado, também, como um ponto de equilíbrio. Enquanto o método do payback simples representaria um ponto de equilíbrio contábil, o método do payback descontado representaria um ponto de equilíbrio financeiro.

O payback simples apresenta falhas, dentre as quais Bruni, Famá (2007, p.70) cita: não considera o valor do dinheiro no tempo: ao somar/subtrair fluxos de caixa em datas diferentes, supôs -se custos de capital iguais a zero;

não considera todos os capitais do fluxo de caixa: existiria uma tendência de aceitação de projetos mais curtos com menor rentabilidade em det rimento de projetos mais longos e rentáveis;

não é uma medida de rentabilidade do investimento: mede apenas o prazo necessário para a recuperação do capital investido.

Segundo Bruni, Famá (2007, p.75):

As desvantagens do método do payback descontado seriam similares às do payback simples, à exceção de considerar custo do dinheiro no tempo:

o método do payback descontado não considera todos os capitais do fluxo de caixa: existiria uma tendência de aceitação de projetos mais curtos com menor rentabilidade em detrimento de projetos mais longos e rentáveis;

o método do payback descontado não é uma medida de rentabilidade do investimento: mede apenas o prazo necessário para a recuperação do capital investido, remunerado de acordo com o custo de capital.

Segundo Kassai et al (2000, p.87) a fórmula para o calculo do payback é a seguinte:

Payback total = PV (Investimentos) X nº de anos PV(Lucros)

Em função das desvantagens do payback (simples ou descontado), Bruni, Famá (2007,p.75) orienta que seu uso em análise de investimento deve ser feito com o auxilio de outros métodos, como o valor presente liquido ou a taxa interna de retorno

Segundo os autores pesquisados, quanto menor for o tempo para obter o retorno do capital inicial investido, mais atrativo será para os investidores, pois aumentará as chances de entrada de capital para iniciar o negócio.

2.5.2.6 Valor atual uniforme equivalente (VAUE)

“Este método consiste em obter um valor médio periódico dos fluxos de caixa

positivos e compará-los com o valor médio dos fluxos de caixa negativos”. (KASSAI et al, 2000, p.81).

(29)

Segundo Casarotto Filho, Kopittke (2010, p.95)

Esse método consiste em achar a serie uniforme anual (A) equivalente ao fluxo de caixa dos investimentos à Taxa de Minima Atratividade (TMA), ou seja, acha-se a série uniforme equivalente a todos os custos e receitas para cada projeto utilizando -se a TMA. O melhor projeto é aquele que tiver o maior saldo positivo.

O VAUE é mais um método que servirá para analisar os investimentos, e vai auxiliar na aceitação ou não do investimento.

(30)

3 METODOLOGIA DO ESTUDO

Metodologia é a parte do trabalho que está voltada para a classificação da pesquisa, sua natureza e seus objetivos. É onde estão descritas as etapas necessárias para a elaboração do estudo.

3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA

A classificação da pesquisa pode ser quanto a sua natureza, a forma de abordagem do problema, aos objetivos e aos procedimentos técnicos.

3.1.1 Quanto à natureza

A pesquisa se classifica como aplicada. Segundo Zamberlan et al (2014, p.94) “pesquisa aplicada visa a gerar conhecimentos para aplicação prática voltados à solução de problemas específicos da realidade. Envolve verdades e interesses locais”.

Na mesma linha de pensamento, Vergara (2000, p.47) relata que “é fundamentalmente motivada pela necessidade de resolver problemas concretos, mais imediatos, ou não”.

Portanto, este estudo é aplicado, pois na prática avalia a viabilidade de implantação de um comércio de insumos agrícolas na cidade de Ijuí-RS.

3.1.2 Quanto à forma de abordagem

Quanto à forma de abordagem, pode ser quantitativa e qualitativa. Nesse estudo a forma de abordagem é a qualitativa.

Pesquisa Qualitativa: considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vinculo indissociável entre mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números. A interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são requisitos básicos no processos de pesquisa qualitativa. (ZAMBERLAN et al, 2014, p.94)

Do ponto de vista de Roesch (2006, p.154).

pesquisa qualitativa apropriada para a avaliação formativa, quando se trata de melhorar a efetividade de um programa, ou plano, ou mesmo quando é o caso da

proposição de planos, ou seja, quando se trata de selecionar as metas de um programa e construir uma intervenção, mas não é adequada para avaliar resultados de programas e planos.

(31)

Conforme Beuren et al (2004, p.92), “na pesquisa qualitativa concebem-se análises mais profundas em relação ao fenômeno que esta sendo estudado. A abordagem qualitativa visa destacar características não observadas por meio de um estudo quantitativo [...]”.

Este estudo é qualitativo, pois não foram usados métodos estatísticos na coleta e na análise dos dados. Foi realizada uma pesquisa sobre o assunto e os resultados obtidos apresentados aos sócios.

3.1.3 Quanto aos objetivos

Quanto aos objetivos, a pesquisa pode ser classificada em exploratória, descritiva e explicativa.

Segundo Andrade apud (BEUREN et al, 2004, p. 81) “a pesquisa descritiva preocupa-se em obpreocupa-servar os fatos, registrá-los, analisá-los, classifica-los e interpretá-lo, e o pesquisador não interfere neles”.

Para Zamberlan et al (2014, p.96) “a pesquisa descritiva visa a identificar, expor e descrever os fatos ou fenômenos de determinada realidade em estudo, características de um grupo, comunidade, população ou contexto social”.

Vergara (2000, p.47) “a pesquisa descritiva expõe características de determinada população ou de determinado fenômeno. Pode também estabelecer correlações entre variáveis e definir sua natureza”.

Este estudo é descritivo, pois analisa os dados e interpreta, auxiliando na conclusão deste trabalho.

3.1.4 Quanto aos procedimentos técnicos

Os procedimentos técnicos utilizados para a elaboração da pesquisa são o bibliográfico, o levantamento e o estudo de caso.

“Os procedimentos na pesquisa científica referem-se à maneira pela qual se conduz o estudo e, portanto, se obtêm os dados”. Beuren et al (2004, p.83)

Nas pesquisas em geral nunca se utiliza apenas um procedimento metodológico e nem somente aqueles que se conhece, mas todos os que forem necessários ou

apropriados para determinado caso. Na maioria das vezes há necessidade de combinação de dois ou mais tipos, usados concomitantemente, o que vem a se configurar na triangulação da coleta de dados. (ZAMBERLA N et al, 2014, p.94)

(32)

Na pesquisa bibliográfica é demonstrado a base teórica para a realização do estudo. Segundo Gil (2010, p.29):

A pesquisa bibliográfica é elaborada com base em material já publicado. Tradicionalmente, esta modalidade de pesquisa inclui material impresso, como livros, revistas, jornais, teses, dissertações e anais de eventos científicos. Todavia, em virtude da disseminação de novos formatos de informação, estas pesquisas passaram a incluir outros tipos de fontes, como discos, fitas magnéticas, CDs, bem como o material disponibilizado pela internet.

O levantamento (survey) levanta informações para os estudos futuros. “Levantamento permite ao pesquisador realizar uma sondagem de opinião pública sobre um determinado tema de estudo”. (ZAMBERLAN et al, 2014, p.99).

Para Silva (2003, p.62) “pesquisa-levantamento consiste na coleta de dados referentes a uma dada população com base em uma amostra selecionada, de forma clara e direta, dos quais de objetiva saber o comportamento”.

Conforme Gil (2010, p.35)

As pesquisas deste tipo caracterizam-se pela interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer. Basicamente, procede-se à solicitação de

informações a um grupo significativo de pessoas acerca do problema estudado para, em seguida, mediante analise quantitativa, obterem-se as conclusões correspondentes aos dados coletados .

O estudo de caso é utilizado em estudos de casos específicos. “É um estudo que analisa um ou poucos fatos com profundidade”. (SILVA, 2003, p.63).

Silva (apud GIL 1996, p.63) “aponta algumas vantagens do estudo de caso que são: estimulo a novas descobertas, uma ênfase na totalidade e a simplicidade dos procedimentos”.

Segundo Yin (2001, p.33) “Um estudo de caso é uma investigação empírica que investiga um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto da vida real, especialmente quando os limites entre o fenômeno e o contexto não estão claramente definidos”.

Os procedimentos técnicos são muito importantes para a realização do estudo, pois na pesquisa bibliográfica são utilizados livros, artigos científicos e materiais disponíveis na internet, o levantamento forneceu informações sobre os investimentos, receitas e despesas e no estudo de caso foram analisados as informações sobre a viabilidade econômica e financeira para a abertura da empresa.

(33)

3.2 COLETA DE DADOS

A coleta de dados foi importante para a realização deste trabalho, pois permitiu obter informações sobre a viabilidade econômica e financeira.

Conforme Lakatos, Marconi (2003, p.165) “etapa da pesquisa em que se inicia a aplicação dos instrumentos selecionados, a fim de se efetuar a coleta dos dados previstos”.

3.2.1 Instrumentos de coleta de dados

Para a coleta de dados foram utilizados os métodos de observação e de entrevistas despadronizadas.

“A observação é uma técnica frequentemente empregada em estudos descritivos e também exploratórios”. (ZAMBERLAN et al, 2014, p.119).

Para Lakatos, Marconi (2003, p.190) “a observação é uma técnica de coleta de dados para conseguir informações e utiliza os sentidos na obtenção de determinados aspectos da realidade. Não consiste apenas em ver e ouvir, mas também em examinar fatos ou fenômenos que se desejam estudar”.

“Na observação sistemática, o observador sabe o que procura e o que carece de importância em determinada situação”. (LAKATOS, MARCONI 2003, p.193).

“A observação sistemática é usada em pesquisas que requerem a descrição mais detalhada e precisa dos fenômenos ou testes de hipóteses”. (BEUREN et al 2004, p.129).

“Normalmente, as observações são feitas no ambiente real, registrando-se os dados à medida que forem ocorrendo, espontaneamente, sem a devida preparação”. (LAKATOS, MARCONI 2003, p.195).

“Entrevista é uma comunicação verbal entre duas ou mais pessoas, com um grau de estruturação previamente definido. Excelente instrumento de pesquisa, largamente usada no mundo das organizações, com diversas finalidades”. (SILVA, 2003, p.69).

Para Beuren et al (2004, p.132)

A entrevista é considerada a técnica de coleta de dados mais utilizada no campo das ciências sociais. Acredita-se que para compreender as inquietações dos

seres humanos o contato face a face é mais indicado na compreensão dos sentimentos das pessoas, no que elas creem e no que esperam de uma situação futura.

Entrevista despadronizada ou não estruturada “consiste em uma conversação informal, que pode ser alimentada por perguntas abertas, que proporcionam maior liberdade para o informante”. (SILVA, 2003, p.70).

(34)

Este estudo utilizou a observação sistemática, individual, na vida real da empresa para entender o funcionamento da empresa e a entrevista despadronizada serviu para compreender os anseios dos sócios, pois exigiu que algumas questões sejam exploradas mais profundamente.

3.3 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

Inicialmente o estudo traz a sistematização dos conteúdos pesquisados na teoria, seguido das entrevistas e do levantamento dos dados por meio de tabelas, planilhas eletrônicas e gráficos.

Beuren et al(2004, p.136) destaca que:

Quando se fala em analisar dados, espera-se que o estudante consiga sumariar os dados coletados para transformá-los em informações que sustentem um raciocínio conclusivo sobre o problema proposto no trabalho monográfico. Já na fase de interpretação dos dados, deverá haver uma correlação dos dados coletados com a base teórica que sustentou a pesquisa.

Trujillo apud (LAKATOS, MARCONI, 2003, p.168) explica que “Análise é a tentativa de evidenciar as relações existentes entre o fenômeno estudado e outros fatores. Essas relações podem ser estabelecidas em função de suas propriedades relacionais de causa-efeito, produtor-produto, de correlação, de analise de conteúdo etc”.

Interpretação é a atividade intelectual que procura dar um significado mais amplo às respostas, vinculando-as a outros conhecimentos . Em geral, a interpretação significa a exposição do verdadeiro significado do material apresentado, em relação aos objetivos propostos e ao tema. Esclarece não só o significado do material, mas também faz ilações mais amplas dos dados discutidos. (LAKATOS, MARCONI, 2003, p.168).

Neste estudo a análise e interpretação de dados foi uma importante etapa do trabalho, pois a partir da interpretação dos dados coletados, elaboram-se as análises, para verificar a viabilidade econômica e financeira para a implantação da empresa.

Referências

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