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PARLAMENTO EUROPEU 2009 - 2014

Documento de sessão

24.9.2013 A7-0038/2013/err01

ADENDA

ao relatório

sobre a proposta de diretiva do Parlamento Europeu e do Conselho que altera a Diretiva 2005/36/CE relativa ao reconhecimento das qualificações profissionais e o regulamento relativo à cooperação administrativa através do Sistema de Informação do Mercado Interno

(COM(2011)0883 – C7-0512/2011 – 2011/0435(COD)) Comissão do Mercado Interno e da Proteção dos Consumidores

Relatora: Bernadette Vergnaud A7-0038/2013

O parecer seguinte é inserido antes do parecer da Comissão dos Assuntos Jurídicos: PARECER DA COMISSÃO DOS ASSUNTOS JURÍDICOS SOBRE A BASE JURÍDICA Assunto: Parecer sobre a base jurídica da proposta de diretiva do Parlamento Europeu e do Conselho que altera a Diretiva 2005/36/CE relativa ao reconhecimento das qualificações profissionais e o regulamento relativo à cooperação administrativa através do Sistema de Informação do Mercado Interno

Antecedentes 1. A proposta

A proposta tem por objetivo modernizar a atual Diretiva 2005/36/EC1 reduzindo para o efeito, a complexidade dos processos através de uma carteira profissional europeia, utilizando o atual

1

Directiva 2005/36/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 7 de Setembro de 2005, relativa ao reconhecimento das qualificações profissionais (JO L 255 de 30.9.2005, p. 22).

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Sistema de Informação do Mercado Interno (IMI), assente no Regulamento N.º 1024/20121, reformar as regras gerais em matéria de estabelecimento noutro Estado-Membro ou de deslocação a título temporário, modernizar o regime de reconhecimento automático, nomeadamente para enfermeiros, parteiras, farmacêuticos e arquitetos, Alargar o âmbito de aplicação da diretiva aos profissionais não totalmente qualificados e aos notários; clarificar as garantias dos doentes e dos consumidores de serviços profissionais, instituir a exigência legal de prestação de informações conviviais e por conteúdos sobre as regras que regem o

reconhecimento das qualificações, apoiada por serviços abrangentes de administração em linha durante todo o processo de reconhecimento e lançar um exercício de avaliação sistemática e reconhecimento mútuo para todas as profissões regulamentadas nos Estados-Membros.

2. As bases jurídicas em questão a. Base jurídica da proposta

A proposta baseia-se nos artigos 46.º, 53.º, n.º 1, 62.º e 114.º do TFUE, que têm seguinte teor: “Artigo 46.º

O Parlamento Europeu e o Conselho, deliberando de acordo com o processo legislativo ordinário e após consulta do Comité Económico e Social, tomarão, por meio de diretivas ou de regulamentos, as medidas necessárias à realização da livre circulação dos trabalhadores, tal como se encontra definida no artigo anterior, designadamente:

Artigo 53.º

1. A fim de facilitar o acesso às atividades não assalariadas e ao seu exercício, o Parlamento Europeu e o Conselho, deliberando de acordo com o processo legislativo ordinário, adotarão diretivas que visem o reconhecimento mútuo de diplomas, certificados e outros títulos, bem como a coordenação das disposições legislativas, regulamentares e administrativas dos

Estados-Membros respeitantes ao acesso às atividades não assalariadas e ao seu exercício. [...] Artigo 62.º

As disposições dos artigos 51.º a 54.º, inclusive, são aplicáveis à matéria regulada no presente capítulo [Serviços].

Artigo 114.º

1. Salvo disposição em contrário dos Tratados, aplicam-se as disposições seguintes à realização dos objetivos enunciados no artigo 26.º. O Parlamento Europeu e o Conselho, deliberando de acordo com o processo legislativo ordinário, e após consulta do Comité Económico e Social, adotam as medidas relativas à aproximação das disposições legislativas, regulamentares e administrativas dos Estados-Membros, que tenham por objeto o

estabelecimento e o funcionamento do mercado interno. [...]

1

Regulamento (UE) n.º 1024/2012 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 25 de outubro de 2012, relativo à cooperação administrativa através do Sistema de Informação do Mercado Interno e que revoga a Decisão 2008/49/CE da Comissão ("Regulamento IMI") (JO L 316 de 14.11.2012, p. 1).

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b. Proposta de alteração da base jurídica

A comissão IMCO solicitou o parecer da Comissão dos Assuntos Jurídicos sobre a pertinência de suprimir o artigo 114.º do TFUE da base jurídica da proposta, dado que o Conselho já o havia solicitado durante as negociações do trílogo. A comissão IMCO explicou que o Conselho argumenta que as modificações feitas ao Regulamento IMI teriam um caráter acessório relativamente aos objetivos gerais visados na proposta, abrangidos pelos artigos 46.º, 53.º, n.º 1, e 62.º do TFUE.

Análise

Da jurisprudência do Tribunal emergem certos princípios no que respeita à escolha da base jurídica. Em primeiro lugar, tendo em conta as consequências da base jurídica em termos de competência substantiva e processual, a escolha da base jurídica correta reveste importância constitucional1. Em segundo lugar, nos termos do artigo 13.º, n.º 2, do TUE, cada instituição deve atuar dentro dos limites das atribuições que lhe são conferidas pelo Tratado2. Em terceiro lugar, de acordo com a jurisprudência do Tribunal de Justiça “a escolha da base jurídica de um ato comunitário deve fundar-se em elementos objetivos suscetíveis de

fiscalização jurisdicional, entre os quais figuram, nomeadamente, a finalidade e o conteúdo do ato”3. Por fim, no que respeita às bases jurídicas múltiplas, se o exame de uma medida da UE revelar que a medida tem uma dupla finalidade ou uma dupla componente, sendo uma delas identificável como elemento principal ou predominante, sendo a outra meramente acessória, o ato deve basear-se numa base jurídica única, designadamente a que for exigida pela finalidade ou elemento principal ou predominante4. Por outro lado, caso uma medida tenha diversas finalidades ou componentes contemporâneos que se encontrem indissoluvelmente ligados entre si, sem que um seja secundário ou indireto em relação ao outro, a medida deve basear-se nas diversas disposições relevantes do Tratado5.

A diretiva proposta é um ato modificativo que altera a Diretiva 2005/36/CE relativa ao reconhecimento das qualificações profissionais e o Regulamento (EU) N.º 1024/2012 relativo à cooperação administrativa através do Sistema de Informação do Mercado Interno Seria, por conseguinte, lógico que o ato modificativo assentasse nas disposições dos Tratados que constituem a base jurídica do ato de base.

A Diretiva 2005/36/CE foi adotada com base nos artigos 40.º, 47.º, n.º 1 e n.º 2, primeira e segunda frases, e artigo 55.do Tratado que institui a Comunidade Europeia. O artigo 40.º do

1

Parecer 2/00, Protocolo de Cartagena [2001], Coletânea de Jurisprudência I-9713, n.º 5; Processo C-370/07 Comissão contra Conselho, Coletânea [2009] I-8917, n.ºs 46-49; Parecer 1/08, Acordo Geral sobre o Comércio de Serviços [2009], Coletânea de Jurisprudência I-11129, n.º 110

2

Processo C-403/05, Parlamento contra Comissão, Coletânea [2007] I-9045, n.º 49, e jurisprudência aí referida

3

Cf. muito recentemente o Processo C-411/06, Comissão contra Parlamento e Conselho [2009], Coletânea de Jurisprudência I-7585

4

Processo C-42/97, Parlamento contra Conselho, Coletânea [1999] I-868, n.ºs 39 e 40; Processo C-36/98, Espanha contra Conselho, Coletânea [2001] I-779, n.º 59; Processo C-211/01, Comissão contra

Conselho, Coletânea [2003] I-8913, n.º 39 5

Processo C-165/87, Comissão contra Conselho, Coletânea [1988] I-5545, n.º11; Processo C-178/03, Comissão contra Parlamento Europeu e Conselho, Coletânea [2006] I-107, n.ºs 43-56

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Tratado CE corresponde ao artigo 46.º do TFUE, o artigo 47.º do Tratado CE ao artigo 53.º do TFUE e o artigo 55.º do Tratado CE ao artigo 62.º do TFUE. O Regulamento (UE) N.º

1024/2012 baseia-se no artigo 114.º do TFUE. Ao fazer assentar a proposta de diretiva aqui em causa nos artigos 46.º, 53.º, n.º 1, 62.º e 114.º do TFUE, a Comissão acrescenta, assim, as disposições que constituem a base jurídica dos atos modificados.

Como os princípios derivados da jurisprudência do tribunal indicam, a finalidade e o conteúdo do ato proposto são decisivos e, em caso de bases jurídicas múltiplas, a questão de saber se várias finalidades ou componentes têm igual importância pode ser identificada no ato proposto.

A Diretiva 2005/36/CE baseia-se no artigo 40.º do Tratado CE, que prevê que " as medidas necessárias à realização da livre circulação dos trabalhadores [...]" serão adotadas no âmbito do processo de codecisão. No respeitante ao direito de estabelecimento, o artigo 47.º do Tratado CE prevê, em conformidade com o procedimento previsto no artigo 251.º, serão adotadas diretivas que visem "o reconhecimento mútuo de diplomas, certificados ou outros títulos", bem como "coordenar as disposições legislativas, regulamentares e administrativas dos Estados-Membros respeitantes ao acesso às atividades não assalariadas e ao seu

exercício". Por força do artigo 55.º do Tratado CE, o artigo 47.º é aplicável à prestação de serviços. Assim, afigura-se que os artigos 40.º, 47.º, n.º1 e n.º2, primeira e terceira frases, e o artigo 55.º do Tratado CE forma a base jurídica apropriada para a Diretiva 2005/36/CE. Uma vez que a diretiva proposta altera as disposições relativas à liberdade e circulação dos

trabalhadores, ao reconhecimento mútuo de diplomas, certificados e outros títulos e às correspondentes disposições administrativas e se aplica igualmente à área dos serviços, afigura-se apropriado basear a proposta nas correspondentes disposições do TFUE, designadamente, os artigos 46.º, 53.º, n.º 1, e 62.º do TFUE.

De facto, o Regulamento (UE) N.º 1024/2013, em que o Sistema de Informação do Mercado Interno se baseia, foi adotada com base no artigo 114.º do TFUE. O principal objetivo do regulamento é melhorar as condições de funcionamento do mercado interno, propiciando, para o efeito – com o Sistema de Informação do Mercado Interno – uma ferramenta eficaz e convivial que facilita a aplicação prática das disposições dos atos da União que exigem que os Estados-Membros cooperem entre si e com a Comissão e troquem informações. Para o efeito, o Regulamento (UE) N.º 1024/2013 estabelece regras comuns relativas à administração e utilização do IMI.

A diretiva proposta não afeta, porém, de forma alguma, o sistema e as regras comuns

subjacentes ao IMI. Pelo contrário, apenas propões o aditamento de um determinado número de disposições da Diretiva relativa ao Reconhecimento das Qualificações Profissionais alterada ao Anexo ao Regulamento IMI, tendo em vista a utilização do sistema IMI também neste contexto. O âmbito das alterações propostas ao Regulamento N.º 1024/2012 não se alterou durante o processo legislativo. Pode, assim, afirmar-se com segurança que as alterações relativas ao Regulamento N.º 1024/2012 não visam um objetivo independente relacionado com o mercado interno, sendo, antes, de natureza acessória relativamente às alterações à Diretiva 2005/36/CE.

(5)

Na mesma reunião, a comissão decidiu, por unanimidade1, com 22 votos a favor e sem abstenções, recomendar como base jurídica apropriada para a proposta de diretiva do Parlamento Europeu e do Conselho que altera a Diretiva 2005/36/CE relativa ao reconhecimento das qualificações profissionais e o regulamento relativo à cooperação administrativa através do Sistema de Informação do Mercado Interno os artigos 46.º, 53.º, n.º1, e 62.º, sem o artigo 114.º do TFUE.

(Diz respeito a todas as versões linguísticas.)

1

Encontravam-se presentes no momento da votação final: Klaus-Heiner Lehne (presidente, em substituição do relator permanente), Evelyn Regner (vice-presidente), Raffaele Baldassarre (vice-presidente),

Françoise Castex (vice-presidente), Sebastian Valentin Bodu (vice-presidente), Luigi Berlinguer, Sergio Gaetano Cofferati, Christian Engström, Marielle Gallo, Lidia Joanna Geringer de Oedenberg, Sajjad Karim, Eva Lichtenberger, Antonio Masip Hidalgo, Jiří Maštálka, Alajos Mészáros, Angelika Niebler, Bernhard Rapkay, Dimitar Stoyanov, Rebecca Taylor, Alexandra Thein, Axel Voss, Tadeusz Zwiefka e Frédérique Ries (nos termos do artigo 187.º, n.º 2, do Regimento)

Referências

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