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DIREITO AMBIENTAL AULA 1 PRINCÍPIOS QUESTÕES COMENTADAS

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ESCOLA SUPERIOR DA MAGISTRATURA DE PERNAMBUCO

DIREITO AMBIENTAL – AULA 1 PRINCÍPIOS

QUESTÕES COMENTADAS

1. (FCC - 2012 - DPE-PR - Defensor Público) Quanto aos princípios do direito ambiental, é correto afirmar:

a) O princípio do poluidor-pagador está intimamente ligado ao princípio da livre iniciativa e permite a livre utilização dos bens ambientais pelos particulares, ressalvado o posterior ressarcimento à Fazenda Pública pelo uso.

b) O princípio do acesso equitativo aos recursos naturais não impede que se dê preferência a utilização do bem ambiental pelas comunidades que se encontram mais próximas a ele.

c) O princípio da prevenção está ligado à incerteza sobre os riscos de determinada atividade potencialmente poluidora, enquanto o princípio da precaução demanda a adoção de medidas que assegurem a salubridade ambiental quando já se conhecem as consequências daquela atividade. d) O princípio da participação impõe obrigações não só ao Estado, mas também aos particulares, respondendo ambos, solidariamente, por quaisquer danos que venham a ser causados ao meio ambiente.

e) O princípio do direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado impede a utilização dos elementos de fauna e flora em suas formas nativas no intuito de manter o equilíbrio ambiental, tanto quanto possível, sem que haja a intervenção humana.

COMENTÁRIOS:

RESPOSTA LETRA B

a) Não traz o indicativo pagar para poluir, mas duas órbitas de alcance: “a) busca evitar a ocorrência de danos ambientais (caráter preventivo); e b) ocorrido o dano, visa a sua reparação (caráter repressivo). Desse modo, num primeiro

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momento, impõe-se ao poluidor a arcar com as despesas de prevenção dos danos ao meio ambiente que a sua atividade possa ocasionar. Cabe a ele o ônus de utilizar instrumentos necessários a prevenção dos danos. Numa segunda orbita de alcance, esclarece este princípio que, ocorrendo danos ao meio ambiente em razão da atividade desenvolvida, o poluidor será responsável pela sua reparação.” .” (FIORILLO, Celso A. Pacheco. Curso de Direito Ambiental Brasileiro – 11ª ed. rev., atual. e ampl. – São Paulo: Saraiva, 2010, p. 66-67). Importante destacar que esse princípio reclama prioridade da reparação especifica do dano ambiental, através da obrigação de fazer (art. 4º, VI, lei 6938/81) sobre eventual compensação ou reparação monetária do poluidor.

b) “O Direito Ambiental tem a tarefa de estabelecer normas que indiquem como verificar as necessidades de uso dos recursos ambientais. Não basta a vontade de usar esses bens ou a possibilidade tecnológica de explorá-los. É preciso estabelecer a razoabilidade dessa utilização., devendo-se, quando a utilização não seja razoável ou necessária, negar o uso, mesmo que o bem não sejam atualmente escassos. (...) a equidade deve orientar a fruição ou o uso da água, do ar e do solo. A equidade dará oportunidades iguais diante de casos iguais ou semelhantes. Dentre as formas de acesso aos bens ambientais destaquem-se pelo menos três: acesso visando ao consumo do bem (captação de água, caça, pesca, acesso causando poluição (acesso à água ou ao ar para lançamento de poluente; acesso ao ar para a emissão de sons) e acesso para a contemplação da paisagem. Uma ordem hierárquica no acesso aos bens ambientais observará a proximidade ou vizinhança dos usuários com relação aos bens. Podemos dizer que a prioridade no uso dos bens deve percorrer uma escala que vai do local ao planetário, passando pela região, pelo pais e pela comunidade de países. (MACHADO, Paulo Afonso Leme. Direito Ambiental Brasileiro. 18ª ed – rev., atual. ampl - São Paulo: Malheiros Editores, 2010, p. 63-64).

c) “Diante da impotência do sistema jurídico, incapaz de restabelecer, em igualdades de condições, uma situação idêntica à anterior, adota-se o princípio da prevenção do dano ao meio ambiente como sustentáculo do direito ambiental, consubstanciando-se como o seu como seu objetivo fundamental. A nossa Constituição Federal de 1988expressamente adotou o princípio da prevenção, ao preceituar, no caput do art. 225, o dever do Poder Público e da coletividade de proteger e preservar o meio ambiente para as presentes e futuras gerações.” (FIORILLO, Celso A. Pacheco. Curso de Direito Ambiental Brasileiro – 11ª ed. rev., atual. e ampl. – São Paulo: Saraiva, 2010, p. 112). O princípio da prevenção não se confunde com o princípio da precaução. Enquanto a prevenção atua no sentido de inibir o risco de dano em potencial (atividade sabidamente perigosas), a precaução atual para inibir o risco de perigo potencial (o dano em abstrato).

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proteção e preservação do meio ambiente, ao impor á coletividade e ao Poder Público tais deveres. Disso retira-se uma atuação conjunta entre organizações ambientalistas, sindicatos, indústrias, comércio, agricultura e tantos outros organismos sociais comprometidos nessa defesa e preservação. (...) Outrossim, oportuno considerar que o resultado dessa omissão participativa é um prejuízo a ser suportado pela própria coletividade, porquanto direito ao meio ambiente possui natureza difusa.” (FIORILLO, Celso A. Pacheco. Curso de Direito Ambiental Brasileiro – 11ª ed. rev., atual. e ampl. – São Paulo: Saraiva, 2010, p. 118-119). Esse princípio pode ser compreendido sob os seguintes prismas: (I) Dever de proteção da informação ambiental e conscientização pública (CF, 225 par. 1º, VI); (II) Dever de educação ambiental, trazendo consciência ecológica ao povo; e (III) Promoção da política nacional de educação ambiental – lei 9795/1999), reforçando a idéia da proteção do meio ambiente pelo poder público e pela coletividade.

e) “O direito ao meio ambiente equilibrado, do ponto de vista ecológico, consubstancia-se na conservação das propriedades e das funções naturais desse meio, de forma a permitir a ‘existência, evolução e desenvolvimento dos seres vivos. Ter direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado equivale a afirmar que há um direito a que não se desequilibre significativamente o meio ambiente. (...) A especial característica do princípio é a de que o desequilíbrio ecológico não é indiferente ao Direito, pois o Direito Ambiental realiza-se somente numa sociedade equilibrada ecologicamente. Cada ser humano só fruirá plenamente de um estado de bem-estar e de equidade se lhe for assegurado o direito fundamental de viver num meio ambiente ecologicamente equilibrado, determina que incumbe ao Poder Público proteger a fauna e flora, interditando as práticas que coloquem em risco sua função ecológica ou provoquem a extinção das espécies (art. 225, caput, e seu §1º, VII).” (MACHADO, Paulo Afonso Leme. Direito Ambiental Brasileiro. 18ª ed – rev., atual. ampl - São Paulo: Malheiros Editores, 2010, p. 59-60).

2. (FCC - 2011 - PGE-MT - Procurador) São princípios do Direito Ambiental:

a) poluidor pagador, usuário pagador e autonomia da vontade.

b) prevenção, taxatividade e poluidor pagador.

c) função socioambiental da propriedade, usuário pagador e precaução.

d) vedação de retrocesso, prevenção e insignificância.

e) capacidade contributiva, função socioambiental da propriedade e desenvolvimento sustentável.

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RESPOSTA LETRA C

a), b), d) e e) Os princípios da autonomia da vontade, da taxatividade, da insignificância e da capacidade contributiva não são princípio ambientais.

c)Função socioambiental da propriedade. A CF de 1988 “reconheceu, a exemplo das constituições anteriores, “o direito a propriedade, mas impôs limites constitucionais (intrínsecos e extrínsecos) de duas ordens. Primeiro, agregando ao direito de propriedade a exigibilidade do cumprimento de uma função social. Aqui nenhuma inovação quanto à Carta de 1969. Na doutrina, a função social é vista como princípio de controle da propriedade, que, conforme salienta magistralmente, Eros Roberto Grau, ‘impõe ao proprietário – ou a quem detém o poder de controle, na empresa - o dever de exercê-la em benefício de outrem e não, apenas, de não exercer em prejuízo de outrem. Isso significa que a função social da propriedade atua como fonte de imposição de comportamentos positivos – prestação de fazer, portanto, e não, meramente, de não fazer – ao detentor do poder que deflui da propriedade. Vinculação inteiramente distinta, pois, daquela que lhe é imposta a título de concreção do poder de polícia. Segundo, e agora, de modo original, o constituinte de 1988, a partir de bases da função social básica, introduziu uma função ecológica autônoma, que deve ser cumprida necessariamente pela propriedade, sob pena de perversão de seus fins, de sua legitimidade e de seus atributos. É exatamente nesses termos que se expressão art. 186: ‘A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, os seguintes requisitos: (...) II – utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente.” (CANOTILHO, José Joaquim Gomes; MORATO LEITE, José Rubens (Org.). Direito Constitucional Ambiental Brasileiro. 4ª edição. São Paulo: Ed. Saraiva, 2011, p. 139-140).

Princípio do usuário Pagador. “No Brasil, a Lei 6.938 de 31.08.1981, diz que a Política Nacional do Meio ambiente visará ‘a imposição, ao usuário, da contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos’ e ‘à imposição ao poluidor e ao predador’ da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados’ (art. 4º, VII). Em matéria de proteção ao meio ambiente, o princípio do usuário-pagador significa que o utilizador do recurso deve suportar o conjunto dos custos destinados a tornar possível a utilização do recurso e os custos advindos de sua própria utilização. Este princípio tem por objetivo fazer com que estes custos não sejam suportados nem pelos Poderes Públicos, nem por terceiro, mas pelo utilizador. Por outro lado, o princípio não justifica a utilização de taxas que tenham por efeito aumentar o preço do recurso ao ponto de ultrapassar seu custo real, após levarem-se em conta s externalidades e a raridade. O princípio usuário-pagador contém também o princípio poluidor-usuário-pagador, isto é, aquele que obriga o poluidor a pagar a poluição a ser casada ou que já foi causada.” (MACHADO, Paulo Afonso Leme. Direito Ambiental Brasileiro. 18ª ed – rev., atual. ampl - São Paulo: Malheiros Editores, 2010, p. 66-67).

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3. (FCC - 2010 - PGM-TERESINA-PI - Procurador Municipal) O desmatamento indiscriminado do cerrado piauiense sob o argumento de que as empresas criam empregos não é aceitável, pois pode haver atividade economicamente sustentável desde que as empresas estejam dispostas a diminuírem seus lucros, utilizando-se de matrizes energéticas que não signifiquem a política de terra arrasada. (AG2007.01.00.059260-7/PI)

Ao analisar os princípios do direito e, em particular do direito ambiental, é INCORRETO afirmar que

a) o princípio do desenvolvimento sustentável é fundado em três pilares: econômico, ambiental e social.

b) os Estados têm a responsabilidade de assegurar que atividades sob sua jurisdição ou seu controle não causem danos ao meio ambiente de outros Estados ou de áreas além dos limites da jurisdição nacional.

c) de acordo com o princípio da precaução quando houver ameaça de danos sérios ou irreversíveis, a ausência de absoluta certeza científica não deve ser utilizada como razão para postergar medidas eficazes e economicamente viáveis para prevenir a degradação ambiental.

d) a noção de gestão sustentável dos recursos naturais no espaço e no tempo impõe um duplo imperativo ético de solidariedade - equidade intrageracional e intergeracional.

e) de acordo com o princípio poluidor-pagador o poluidor deve pagar pela poluição causada que acarrete danos à saúde humana e os demais custos ambientais da produção devem ser arcados por toda a sociedade para a própria existência das atividades econômicas.

COMENTÁRIOS:

RESPOSTA LETRA E

PRINCÍPIO POLUIDOR-PAGADOR “Podemos identificar no princípio do poluidor-pagador duas órbitas de alcance: a) busca evitar a ocorrência de danos ambientais (caráter preventivo); e b) ocorrido o dano, visa a sua reparação (caráter repressivo). Desse modo, num primeiro momento, impõe-se ao poluidor a arcar com as despesas de prevenção dos danos ao meio ambiente que a sua atividade possa ocasionar. Cabe a ele o ônus de utilizar instrumentos necessários a prevenção dos danos. Numa segunda orbita de alcance, esclarece este princípio que, ocorrendo danos ao meio ambiente em razão da atividade desenvolvida, o poluidor será responsável pela sua reparação. (...) Na Constituição Federal de 1988, encontramos o princípio previsto no art. 225, §3º: ‘§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas

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físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados’ (grifo nosso). Vale observar que na orbita repressiva do princípio poluidor-pagador há incidência da responsabilidade civil, porquanto o próprio pagamento resultante da poluição não possui caráter de pena, nem de sujeição AA infração administrativa, o que, por evidente, não exclui a comutatividade destas, como prevê a Constituição Federal no referido §3º do art. 225.” (FIORILLO, Celso A. Pacheco. Curso de Direito Ambiental Brasileiro – 11ª ed. rev., atual. e ampl. – São Paulo: Saraiva, 2010, p. 88-93). Nesse sentido, de acordo com o princípio poluidor-pagador, o poluidor deve pagar tanto pela poluição causada que acarrete danos à saúde humana, quanto pelos demais custos ambientais da produção.

4. (CESPE - 2012 - TJ-AC - Juiz) Com relação aos princípios do direito ambiental, assinale a opção correta.

a) Embora o princípio da prevenção esteja caindo em desuso com a emergência da chamada sociedade de risco, as medidas preventivas que com aquele não se confundem continuam sendo extremamente necessárias à proteção do meio ambiente.

b) O princípio da participação, veiculado, pela primeira vez, em 1972, durante a Conferência de Estocolmo, dispõe sobre a necessidade de se estabelecerem parâmetros que permitam a participação equitativa das populações carentes nos lucros da exploração econômica da biodiversidade.

c) O princípio da precaução é aplicado como garantia contra os potenciais riscos que, de acordo com o estado atual do conhecimento, não podem ser ainda identificados; consoante esse princípio, ausente a certeza científica formal, a existência de risco de um dano sério ou irreversível requer a implementação de medidas que possam prever esse dano.

d) O princípio do poluidor-pagador foi desenvolvido pelo racionalismo alemão, no século XIX, em decorrência do acelerado processo de industrialização da recém-unificada Alemanha, tendo alcançado

status

constitucional em 1919.

e) O princípio do usuário-pagador, desenvolvido por John Rawls na obra

Uma Teoria da Justiça, fundamenta-se na ideia da maximização do

mínimo, segundo a qual cabe àqueles que alcançam um maior nível de consumo a responsabilidade sobre os custos socioambientais da produção capitalista.

COMENTÁRIOS:

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a) “A Teoria da Sociedade de Risco, característica da fase seguinte ao período industrial clássico, representa a tomada de consciência do esgotamento do modelo de produção, sendo esta marcada pelo risco permanente de catástrofes. Acrescente-se o uso do bem ambiental de forma ilimitada, pela apropriação,a expansão demográfica, a mercantilização, o capitalismo predatório – alguns dos elementos que conduzem a sociedade atual a situações de periculosidade. A sociedade de risco é aquela que, em função do seu contínuo crescimento econômico, pode sofrer a qualquer tempo as conseqüências de uma catástrofe ambiental. (...) O que se discute ,nesse novo contexto, é a maneira pela qual podem ser distribuídos os malefícios que acompanham a produção de bens, ou seja, verifica-se a autolimitação desse tipo de desenvolvimento e a necessidade de redeterminar padrões (estabelecer novos padrões) de responsabilidade, segurança, controle, limitação e consequências do dano. A isso tudo, porem,, somam-se os limites científicos de previsibilidade, quantificação e determinação dos danos. Isso porque se deve se atentar para as limitações da ciência no tocante à previsibilidade, quantificação e determinação dos danos. (...) Essa complexidade da atual sociedade está diretamente vinculada à conformação do Estado à ficção do Estado de Direito Ambiental, que visa a criar e disponibilizar os meios eficazes à proteção do meio ambiente. (...) Pode-se deduzir que a atuação preventiva é um mecanismos para a gestão de riscos, voltado, especificamente, para inibir os riscos concretos ou potenciais , sendo esses visíveis e previsíveis pelo conhecimento humano. Por seu turno, o princípio da precaução opera no primeiro momento dessa função antecipatória, inibitória e cautelar, em face do risco abstrato, que pode ser considerado risco de dano, pois muitas vezes é de difícil visualização e previsão.(CANOTILHO, José Joaquim Gomes; MORATO LEITE, José Rubens (Org.). Direito Constitucional Ambiental Brasileiro. 4ª edição. São Paulo: Ed. Saraiva, 2011, p. 151-194).

b) “A Constituição Federal de 1988, em seu art. 225, caput, consagrou na defesa do meio ambiente a atuação presente do Estado e da sociedade civil na proteção e preservação do meio ambiente, ao impor á coletividade e ao Poder Público tais deveres. Disso retira-se uma atuação conjunta entre organizações ambientalistas, sindicatos, indústrias, comércio, agricultura e tantos outros organismos sociais comprometidos nessa defesa e preservação. (...) Outrossim, oportuno considerar que o resultado dessa omissão participativa é um prejuízo a ser suportado pela própria coletividade, porquanto direito ao meio ambiente possui natureza difusa.” (FIORILLO, Celso A. Pacheco. Curso de Direito Ambiental Brasileiro – 11ª ed. rev., atual. e ampl. – São Paulo: Saraiva, 2010, p. 118-119). Esse princípio pode ser compreendido sob os seguintes prismas: (I) Dever de proteção da informação ambiental e conscientização pública (CF, 225 par. 1º, VI); (II) Dever de educação ambiental, trazendo consciência ecológica ao povo; e (III) Promoção da política nacional de educação ambiental – lei 9795/1999), reforçando a idéia da proteção do meio ambiente pelo poder público e pela coletividade.

c) PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO - "Para proteger o meio ambiente, medidas de precauções devem ser largamente e aplicadas pelos Estados segundo suas capacidades. Em caso de risco de danos graves ou irreversíveis, a ausência de certeza absoluta não deve servir de pretexto para procrastinar a adoção de medidas efetivas visando a prevenir a degradação do meio ambiente" (Declaração do Rio/CNUMAD/92).

d) ”Com efeito, esse princípio reforça a regra de que as agressões ao ambiente, uma vez consumadas, são, normalmente, de reparação difícil, incerta e custosa, e

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pressupõem uma conduta genérica in dúbio pro ambiente. Isso significa que o ambiente prevalece sobre uma atividade de perigo ou risco e as emissões poluentes devem ser reduzidas, mesmo que não haja certeza da prova cientifica sobre o liame de causalidade e os seus efeitos. Assim, deve-se considerar não só os riscos ambientais iminentes, mas também os perigos futuros provenientes de atividades humanas e que, eventualmente, possam vir a comprometer a relação intergeracional e de sustentabilidade ambiental.” .(CANOTILHO, José Joaquim Gomes; MORATO LEITE, José Rubens (Org.). Direito Constitucional Ambiental Brasileiro. 4ª edição. São Paulo: Ed. Saraiva, 2011, p. 196-197).

e) O princípio do Poluidor Pagador surgiu, no âmbito internacional, quando foi formulado pela primeira vez pelo OCDE. .(CANOTILHO, José Joaquim Gomes; MORATO LEITE, José Rubens (Org.). Direito Constitucional Ambiental Brasileiro. 4ª edição. São Paulo: Ed. Saraiva, 2011).

5. ( VUNESP - 2011 - TJ-RJ - Juiz) - Leia as afirmações e relacione cada uma delas com os princípios ambientais, na sequência correta.

1- Tomar decisões no sentido de impedir a superveniência de danos ao meio ambiente, por meio de medidas apropriadas, antes da elaboração de um plano ou da realização de uma atividade potencialmente degradadora.

2- Tomar decisões para limitar o desenvolvimento de atividades e, assim, impedir a superveniência de danos ao meio ambiente em cenários de incerteza e controvérsias quanto às referidas atividades.

3- É dever da Administração Pública garantir o acesso dos cidadãos a registros administrativos e a informações sobre atos de governo relativos ao meio ambiente, inclusive sobre materiais e atividades perigosas.

4- Exigir do empreendedor medidas capazes de reduzir os impactos ambientais, fazendo-o internalizar os custos ambientais de sua atividade.

5- Exigir a retribuição à sociedade pela utilização econômica dos recursos naturais, incentivando, ao mesmo tempo, a racionalização do seu uso.

6- Permitir o desenvolvimento de atividades econômicas e buscar a redução das desigualdades sociais, mantendo, porém, uma base ecológica disponível para as

futuras gerações.

Assinale a alternativa correta.

a) Prevenção, precaução, informação, poluidor-pagador, usuário-pagador e desenvolvimento sustentável.

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b) Precaução, prevenção, informação, poluidor-pagador, usuário-pagador e desenvolvimento sustentável.

c) Prevenção, precaução, participação, usuário-pagador, equivalência dos custos ambientais e solidariedade intergeracional.

d) Precaução, prevenção, participação, equivalência dos custos ambientais, usuário-pagador e solidariedade intergeracional.

COMENTÁRIOS:

RESPOSTA LETRA A

PREVENÇÃO: tomar decisões no sentido de impedir a superveniência de danos ao meio ambiente, por meio de medidas apropriadas, antes da elaboração de um plano ou da realização de uma atividade potencialmente degradadora.

PRECAUÇÃO: tomar decisões para limitar o desenvolvimento de atividades e, assim, impedir a superveniência de danos ao meio ambiente em cenários de incerteza e controvérsias quanto às referidas atividades.

INFORMAÇÃO: é dever da Administração Pública garantir o acesso dos cidadãos a registros administrativos e a informações sobre atos de governo relativos ao meio ambiente, inclusive sobre materiais e atividades perigosas.

POLUIDOR-PAGADOR: exigir do empreendedor medidas capazes de reduzir os impactos ambientais, fazendo-o internalizar os custos ambientais de sua atividade. USUÁRIO-PAGADOR: exigir a retribuição à sociedade pela utilização econômica dos recursos naturais, incentivando, ao mesmo tempo, a racionalização do seu uso. DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: permitir o desenvolvimento de atividades econômicas e buscar a redução das desigualdades sociais, mantendo, porém, uma base ecológica disponível para as futuras gerações.

6. (CESPE - 2011 - TJ-PB - Juiz) Com relação aos princípios de direito ambiental, assinale a opção correta.

a) A necessidade da educação ambiental é princípio consagrado pelas Nações Unidas e pelo ordenamento jurídico brasileiro, e, nesse sentido, a CF determina ao poder público a incumbência de promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino.

b) Na órbita repressiva do princípio do poluidor-pagador, incide a responsabilidade subjetiva caso a sanção resultante da poluição tenha caráter civil, penal ou administrativo.

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c) Em face do princípio da precaução, o licenciamento, por órgão ambiental, para a construção, instalação e funcionamento de estabelecimentos utilizadores de recursos ambientais é exação discricionária do poder público, cabendo a este, a seu critério, enumerar as atividades potencialmente poluidoras e capazes de causar degradação ao ambiente.

d) Considerado o princípio do poluidor-pagador, o conceito do termo poluidor restringe-se ao autor direto do dano ambiental, e não, àqueles que, de forma indireta, tenham contribuído para a prática do dano.

e) O princípio da prevenção é englobado pelo princípio da precaução, na medida em que ambos se aplicam a impactos ambientais já conhecidos e informam tanto o licenciamento ambiental como os próprios estudos de impacto ambiental.

COMENTÁRIOS:

RESPOSTA LETRA A

a) “A Constituição diz que incumbe ao poder Público ‘promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e conscientização pública para a preservação do meio ambiente’ (art. 225, §1º, VI). Duas atividades são preconizadas pelo Constituição: promoção da educação ambiental e promoção conscientização pública. ‘Promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino’ é inserir a transmissão de conhecimentos sobre meio ambiente no ensino escolarizado. A noção de níveis de ensino é fornecida pela legislação infraconstitucional: educação básica (educação infantil, ensino fundamental e ensino médio) e educação superior. A Lei 9.795/1999 dispôs sobre a educação ambiental e instituiu a Política Nacional de Educação Ambiental.” (MACHADO, Paulo Afonso Leme. Direito Ambiental Brasileiro. 18ª ed – rev., atual. ampl - São Paulo: Malheiros Editores, 2010, p. 66-154-155).

b) “Vale observar que na orbita repressiva do princípio poluidor-pagador há incidência da responsabilidade civil, porquanto o próprio pagamento resultante da poluição não possui caráter de pena, nem de sujeição A infração administrativa, o que, por evidente, não exclui a comutatividade destas, como prevê a Constituição Federal no referido §3º do art. 225. Com isso, é correto afirmar que o princípio do poluidor-pagador determina a incidência e aplicação de alguns aspectos do regime jurídico da responsabilidade civil aos danos ambientais: a) a responsabilidade civil objetiva; b) prioridade da reparação específica do dano ambiental; e c) solidariedade para suportar os danos causados ao meio ambiente”. (FIORILLO, Celso A. Pacheco. Curso de Direito Ambiental Brasileiro – 11ª ed. rev., atual. e ampl. – São Paulo: Saraiva, 2010, p. 93).

c) A assertiva está incorreta, seja porque o licenciamento não é exação (cobrança ou arrecadação de impostos), seja porque não é discricionário, já que, se demonstrada que a atividade é potencialmente poluidora, o licenciamento é

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d) Art. 3º, inciso IV, da Lei 6.938/81: “Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por: (...) IV - poluidor, a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental”.

e) O princípio da prevenção não se confunde com o princípio da precaução. Enquanto a prevenção atua no sentido de inibir o risco de dano em potencial (atividade sabidamente perigosas), a precaução atual para inibir o risco de perigo potencial (o dano em abstrato).

7. (VUNESP - 2011 - TJ-SP - Juiz) - Leia atentamente as assertivas que seguem e, depois, proceda à sua vinculação com os princípios enunciados, na correta ordem sequencial.

I. Manter as bases vitais da produção e reprodução do homem e de suas atividades, e igualmente garantir uma relação satisfatória entre os homens e destes com o seu ambiente, para que as futuras gerações também tenham oportunidade de desfrutar os mesmos recursos que temos hoje à nossa disposição.

II. Assegurar a solidariedade da presente geração em relação às futuras, para que também estas possam usufruir, de forma sustentável, dos recursos naturais.

III. Impedir a ocorrência de danos ao meio ambiente, por meio da imposição de medidas acautelatórias, antes da implantação do empreendimento e atividades consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras. IV. Instituir procedimentos capazes de embasar uma decisão racional na fase de incertezas e controvérsias, de forma a diminuir os custos da experimentação.

V. Internalizar os custos resultantes dos danos ambientais, ou seja, levá-los em conta na elaboração dos custos de produção e, consequentemente, assumi-los. VI. Evitar que o “custo zero” dos serviços e recursos naturais acabe por conduzir o sistema de mercado à hiperexploração do meio ambiente.

Assinale a alternativa correta.

a) Desenvolvimento sustentável, solidariedade intergeracional, prevenção, precaução, poluidor-pagador, usuário pagador.

b) Desenvolvimento sustentável, solidariedade intergera- cional, precaução, prevenção, poluidor-pagador, usuário pagador.

c) Solidariedade intergeracional, desenvolvimento susten- tável, precaução, prevenção, usuário pagador, poluidor- pagador.

d) Solidariedade intergeracional, desenvolvimento sustentável, prevenção, precaução, poluidor-pagador, usuário pagador.

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e) Desenvolvimento sustentável, solidariedade intergera- cional, prevenção, precaução, usuário pagador, poluidor- pagador.

COMENTÁRIOS:

RESPOSTA LETRA A

I- DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: manter as bases vitais da produção e reprodução do homem e de suas atividades, e igualmente garantir uma relação satisfatória entre os homens e destes com o seu ambiente, para que as futuras gerações também tenham oportunidade de desfrutar os mesmos recursos que temos

hoje à nossa disposição.

II- SOLIDARIEDADE INTERGERACIONAL: assegurar a solidariedade da presente geração em relação às futuras, para que também estas possam usufruir, de forma sustentável, dos recursos naturais.

III- PREVENÇÃO: impedir a ocorrência de danos ao meio ambiente, por meio da imposição de medidas acautelatórias, antes da implantação do empreendimento e atividades consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras.

IV- PRECAUÇÃO: instituir procedimentos capazes de embasar uma decisão racional na fase de incertezas e controvérsias, de forma a diminuir os custos da experimentação.

V- POLUIDOR-PAGADOR: internalizar os custos resultantes dos danos ambientais, ou seja, levá-los em conta na elaboração dos custos de produção e, consequentemente, assumi-los.

VI- USUÁRIO PAGADOR: evitar que o “custo zero” dos serviços e recursos naturais acabe por conduzir o sistema de mercado à hiperexploração do meio ambiente

8. (TJ-PR - 2011 - TJ-PR - Juiz) - Quanto aos princípios fundamentais do Direito Ambiental, é CORRETO afirmar que:

I. A afirmação: “Os seres humanos constituem o centro das preocupações relacionadas com o desenvolvimento sustentável. Tem direito a uma vida saudável e produtiva em harmonia com o meio ambiente” (princípio 1 – Rio 92), nos leva a reconhecer o princípio da dignidade da pessoa humana como um dos mais relevantes aplicáveis ao Direito Ambiental.

II. O princípio da prevenção caracteriza-se pela ausência de absoluta certeza científica acerca do dano ambiental causado por determinado empreendimento.

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III. O caráter inter geracional do Direito Ambiental pode ser reconhecido no princípio do desenvolvimento sustentável insculpido no

caput

do artigo 225,

in

fine

da Constituição Federal.

a) Somente as afirmativas I e II são verdadeiras.

b) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras.

c) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras. d) Todas as afirmativas são verdadeiras.

COMENTÁRIOS:

RESPOSTA LETRA C

II – “A atuação preventiva é um mecanismo para a gestão dos riscos, voltado, especificamente, para inibir os riscos concretos ou potenciais, sendo esses visíveis e previsíveis elo conhecimento humano. Por seu turno, o princípio da precaução opera no primeiro momento dessa função antecipatória, inibitória e cautelar, em face do risco abstrato, que pode ser considerado risco de dano, pois muitas vezes é de difícil visualização e previsão.” (.(CANOTILHO, José Joaquim Gomes; MORATO LEITE, José Rubens (Org.). Direito Constitucional Ambiental Brasileiro. 4ª edição. São Paulo: Ed. Saraiva, 2011).

9. (CESPE - 2011 - TRF - 1ª REGIÃO - Juiz) - Em defesa do meio ambiente, o STF assim se pronunciou: “O direito à integridade do meio ambiente — típico direito de terceira geração — constitui prerrogativa jurídica de titularidade coletiva, refletindo, dentro do processo de afirmação dos direitos humanos, a expressão significativa de um poder atribuído, não ao indivíduo identificado em sua singularidade, mas num sentido verdadeiramente mais abrangente, à própria

coletividade social”.

Tendo o texto acima como referência, assinale a opção correta com base nas disposições legais de defesa do meio ambiente.

a) Em atendimento ao princípio do poluidor pagador, previsto no direito positivo brasileiro, a Política Nacional do Meio Ambiente determina a proteção de áreas ameaçadas de degradação.

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b) A defesa do direito ao meio ambiente equilibrado nasceu a partir da Declaração de Estocolmo, em 1972, cujas premissas são marcadamente biocêntricas.

c) O objeto de proteção do direito ambiental concentra-se nos fatores bióticos e abióticos, que devem ser tratados isoladamente.

d) Em razão do tratamento dispensado ao meio ambiente pelo texto constitucional, depreende-se que é exigido dos cidadãos, predominantemente, um

non facere

em relação ao meio ambiente.

e) O direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente equilibrado afasta eventual tentativa de desafetação ou desdestinação indireta.

COMENTÁRIOS:

RESPOSTA LETRA E

a) “No Brasil, a Lei 6.938 de 31.08.1981, diz que a Política Nacional do Meio ambiente visará ‘a imposição, ao usuário, da contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos’ e ‘à imposição ao poluidor e ao predador’ da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados’ (art. 4º, VII). Em matéria de proteção ao meio ambiente, o princípio do usuário-pagador significa que o utilizador do recurso deve suportar o conjunto dos custos destinados a tornar possível a utilização do recurso e os custos advindos de sua própria utilização. Este princípio tem por objetivo fazer com que estes custos não sejam suportados nem pelos Poderes Públicos, nem por terceiro, mas pelo utilizador. Por outro lado, o princípio não justifica a utilização de taxas que tenham por efeito aumentar o preço do recurso ao ponto de ultrapassar seu custo real, após levarem-se em conta s externalidades e a raridade. O princípio usuário-pagador contém também o princípio poluidor-pagador, isto é, aquele que obriga o poluidor a pagar a poluição a ser casada ou que já foi causada.” (MACHADO, Paulo Afonso Leme. Direito Ambiental Brasileiro. 18ª ed – rev., atual. ampl - São Paulo: Malheiros Editores, 2010, p. 66-67). Não está, dentre as determinações da Política Nacional do Meio Ambiente, em atendimento ao princípio do poluidor pagador, a proteção de áreas ameaçadas de degradação.

b) As premissas da defesa do meio ambiente são calcadas no antropocentrismo, e não no biocentrismo.

c) O equívoco da assertiva está em dizer que “devem ser tratados isoladamente”.

d) Dispõe o caput do art. 225 da CF: “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”. Sendo assim, em razão do tratamento dispensado ao meio ambiente pelo texto constitucional,

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depreende-se que é exigido dos cidadãos tanto um non facere quanto um facere prestações, com intuito de preservá-lo e defendê-lo.

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