Escritório de advogados Justiça e outros
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ACUSAÇÃO PARTICULAR
Exmo. Senhor Procurador da República do Tribunal Judicial da Comarca de Vila Nova de Gaia.
Processo nº 1357/2010
Maria Casimiro Calado Ruivo, assistente nos autos à margem identificados,
Vem, nos termos dos arts. 285º, nº1 e 77º, ambos do CPP,
DEDUZIR ACUSAÇÃO PARTICULAR contra
João Branco Aguiar Mota, arguido nos presentes autos,
nos termos e com os seguintes fundamentos:
1º
No dia 23 de Abril de 2010, por volta das 23h 30m o arguido combinou, por chamada telefónica, encontrar-se à 1h 30m da madrugada com a assistente, à altura sua
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namorada, à porta do Bar “Plano C” sito na Rua do Cais de Gaia, 113, 4000 - 444, Vila Nova de Gaia.
2º
Nesse mesmo contacto telefónico, o arguido insultou a assistente, afirmando: “Vais-me explicar porque é que não atendeste as minhas chamadas?” e “Estavas com outro, ou outros. Vindo de ti, já nada me surpreende.”
3º
A assistente encontrava-se no bar supra referido, desde as 21h., com o intuito de festejar o aniversário da melhor amiga, Patrícia Zangão, não podendo o arguido estar presente porque o seu pai também fazia anos naquele dia.
4º
Conforme o combinado, a assistente encontrava-se à porta do referido bar à espera do denunciado, estando acompanhada pelo irmão da aniversariante, Bernardo Zangão, que se ofereceu, por ser já tarde, para lhe fazer companhia enquanto o arguido não chegava.
5º
O arguido chegou ao local, de mota, por volta da hora combinada – 1h.30m. e, ao ver a assistente com o amigo Bernardo, situação perfeitamente normal dado o adiantado da hora, dirigiu-se a esta e instou-a a saírem dali invocando uma má disposição repentina.
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6 º
O arguido sugeriu que andassem um pouco a pé antes de irem embora, para ver se melhorava, tendo deixado a mota junto do supra referido bar.
7º
Dali seguiram a pé até ao cruzamento da Avenida Diogo Leite com a Rua Cândido dos Reis, começando o arguido a insurgir-se contra a assistente, dizendo-lhe, alto e bom som, os seguintes nomes: “És igual às outras, mal me apanhas pelas costas já me estás a pôr os cornos”, “És uma cabra”.
8 º
Acrescentando, bastante exaltado, que, a propósito do facto de a assistente não ter atendido o telemóvel durante o jantar, “Vais-me explicar porque é que não atendeste as minhas chamadas? Deve ter sido durante a hora em que saíste com o teu amigo Bernardo. Estavas ocupada com outras coisas” e “Se não fosse ele era outro qualquer! Sua ordinária!”
9º
Face a estas palavras, a assistente tenta acalmar o arguido, dizendo-lhe que nada daquilo se tinha passado, que nunca se ausentou com Bernardo durante o jantar, que era tudo mentira. Acrescentou ainda que o Bernardo lhe estava a fazer companhia enquanto ele não chegava uma vez que era perigoso àquela hora da noite estar sozinha à porta de um bar e que ele estava a ter uma crise de ciúmes sem qualquer fundamento.
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10 º
Nem estas palavras acalmaram o arguido. Exaltado, pegou no telemóvel da assistente e atirou-o ao chão, sem que esta pudesse expressar qualquer reacção, tamanha a rapidez de tal acto.
11º
De seguida, empurrou a assistente, desferiu-lhe dois violentos socos na face e um no estômago, fazendo-a cair desamparada no chão batendo fortemente com a cabeça na calçada.
12º
Mantendo o tom de intensa crispação, logo disse à assistente: “Lembra-te que isto só aconteceu porque és uma vagabunda.”
13º
Zulmiro Madeira, testemunha neste processo, que passava no local e assistiu a toda estas agressões, aproximou-se do arguido, em auxílio da assistente.
14º
O arguido, dirigindo-se a Zulmiro Madeira, disse: “Sai daqui pá. Isto é uma discussão de namorados, não tens nada a ver com isto.”
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De salientar que esta situação não se trata de um caso isolado, uma vez que desde que começaram a namorar, já há cerca um ano (desde Fevereiro de 2009), o arguido tem revelado uma faceta bastante agressiva e ciumenta, proibindo a assistente de atender o telemóvel sempre que fossem rapazes a ligar-lhe e de sair à noite com as amigas. Outras atitudes como ameaçar terminar o namoro ou levantar a voz à assistente foram frequentes ao longo do mesmo. Estas atitudes tornaram-se mais frequentes há meio ano, sensivelmente.
16º
Com o referido comportamento, o arguido ofendeu a assistente, imputando-lhe factos e dirigindo-lhe palavras que atentam contra a sua honra e consideração.
17º
O arguido agiu livre e consciente, bem sabendo que a sua conduta era proibida por lei.
18º
Pelo exposto, cometeu, em autoria material e na forma consumada, um crime de injúrias p. e p. pelo artigo 181.º do CPP.
Termos em que e nos demais de direito deve o arguido ser condenado em autoria material e na forma consumada, pela prática de um crime de injúrias p. e p. pelo art. 181.º do CP.
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A assistente acompanha, ainda, a acusação pública deduzida nos autos pelo Ministério Público contra o arguido, no que respeita aos crimes constantes da Douta Acusação.
Prova:
Documental:
Documento nº 1: Relatório Completo de Episódio de Urgência do Hospital de Gaia, a fls. nº … do processo;
Documento nº 2: Relatório do Psicólogo do Colégio, a fls. nº … do processo; Documento nº 3: Relatório Psiquiátrico do Hospital de Gaia, a fls. nº … do
processo.
Prova testemunhal:
1. Filipe Ferreira Calado Ruivo, enfermeiro, casado, portador do C.C. n.º 16 339 844, residente na Rua Dr. Bento da Vitória, 329, 4 300 – 111 Oliveira do Douro, V. N. de Gaia, natural da freguesia de São Nicolau – concelho do Porto
2. Joana Filipa Meireles Saldanha, estudante, solteira, portadora do C.C. n.º 14 351 681, residente na Rua António Francisco de Sousa, 155, 4405 – 751 Madalena, V. N. de Gaia, natural da freguesia de Mafamude – concelho de V. N. de Gaia.
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3. Patrícia Filipa Gomes Zangão, estudante, solteira, portadora do C.C. n.º 11 242 523, residente na Rua das Flores, 211, 4425 – 889 Avintes, V. N. de Gaia, natural da freguesia de Avintes – concelho de V. N. de Gaia.
4. Vasco António Teixeira Borges, estudante, solteiro, portador do C.C. n.º 14 315 862, residente na Rua André Filipe Ganso, 669, 4100-947 Matosinhos, Porto, natural da freguesia de Matosinhos – concelho do Porto.
5. Bernardo Filipe Gomes Zangão, estudante, solteiro, portador do C.C. n.º 12 256 696, residente na Rua das Flores, 211, 4425 -8 89 Avintes, V. N. de Gaia, natural da freguesia de Avintes – concelho de V. N. de Gaia.
6. Jacinto de Nazaré Cunha, psiquiatra, casado, portador do C.C. n.º 12 536 545, residente na Urbanização da Zabumba, Rua 2, 76, 4535 – 332 Paços de Brandão, Santa Maria da Feira, natural da freguesia de Paços de Brandão – Santa Maria da Feira.
7. Zulmiro Mateus de Madeira, desempregado, viúvo, portador do C.C. n.º 11 554 266, residente na Rua das Mimosas, 89, 4000-678 Bonfim, Porto, natural da freguesia do Bonfim – concelho do Porto.
Data: 21/09/2010 A Advogada --- Inês Cortinhas NIF nº 154 789 076 Cédula Prof. nº 10342P