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Avaliação pós-ocupação em habitação de interesse social com ênfase no valor percebido pelo usuário

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO

ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E ENGENHARIAS

Curso de Graduação em Engenharia Civil

CAMILA GONÇALVES MASTELLA

AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO EM HABITAÇÃO DE INTERESSE

SOCIAL COM ÊNFASE NO VALOR PERCEBIDO PELO USUÁRIO

Ijuí/RS

2014

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AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO EM HABITAÇÃO DE INTERESSE

SOCIAL COM ÊNFASE NO VALOR PERCEBIDO PELO USUÁRIO

Trabalho de Conclusão do Curso de Graduação em Engenharia Civil apresentado como requisito parcial para obtenção do título de Engenheiro Civil.

Orientadora: Lia Geovana Sala, Mestre.

Ijuí/RS 2014

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CAMILA GONÇALVES MASTELLA

AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO EM HABITAÇÃO DE INTERESSE

SOCIAL COM ÊNFASE NO VALOR PERCEBIDO PELO USUÁRIO

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para a obtenção do título de BACHAREL EM ENGENHARIA CIVIL e aprovado em sua forma final pelo professor orientador e pelos membros da banca examinadora.

Ijuí, 10 de dezembro de 2014

Prof. Lia Geovana Sala Mestre pela Universidade Federal de Santa Catarina UFSC Orientador Prof. Cristina Eliza Pozzobon Coordenadora do Curso de Engenharia Civil/UNIJUÍ

BANCA EXAMINADORA

Prof. Tarcisio Dorn de Oliveira Mestre pela Universidade Federal de Santa Maria- UFSM Prof. Prof. Lia Geovana Sala

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Dedico este trabalho aos meus pais, irmãos, familiares, namorado e amigos, que sempre me deram apoio e ajuda nas horas difíceis

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AGRADECIMENTO

Agradeço primeiramente a Deus por ter me concedido o dom da vida, por ter-me colocado neste curso maravilhoso e por iluminar a minha trajetória. Agradeço meus pais, pelo incentivo e pela confiança que depositaram em mim, pois sem eles essa conquista não teria se realizado. Aos meus irmãos Diego e Thiago pelo companheirismo,

Agradeço as minhas colegas e amigas Gracieli, Cândida, Pamela e Carolina, e aos demais amigos, pela amizade, carinho, apoio, pelo incentivo, risadas, pelos momentos compartilhados e por estarem ao meu lado em toda esta caminhada.

Agradeço aos colegas do centro acadêmico, ao PET aos Mestres do curso de engenharia civil, por serem exemplos de excelência profissional e por terem me passados tantos ensinamentos técnicos e de vida.

Agradeço a minha professora orientadora Lia, por ter acreditado no meu potencial, por me ensinar e por poder contar com sua amizade e pela demonstração de como ser uma grande profissional.

Aos demais colegas, professores e funcionários, pelos ensinamentos, troca de experiências, companheirismo e parceria durante todo o curso.

Estendo meus agradecimentos a todos que, de alguma forma, contribuíram para a realização deste trabalho. Enfim, a todos aqueles que de alguma forma estiveram do meu lado, me apoiando, incentivando e torcendo pela realização desta conquista.

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„‟Que os vossos esforços desafiem as impossibilidades, lembrai-vos de que as grandes coisas do homem foram conquistadas do que parecia impossível‟‟.

Charles Chaplin

“Habitar com qualidade constitui uma possibilidade que marca o habitante desde o processo que segue na procura e escolha sua casa e dos espaços que a envolvem e a constituem, até à vivência que ai pode ter.”

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RESUMO

A avaliação de empreendimentos tem grande importância para a melhoria da habitação de interesse social, podendo contribuir na avaliação de resultados e na identificação de erros e acertos diante os objetivos e ações do projeto. Desta forma este avaliação pode criar oportunidades de aprendizagem sobre os usuários e produtos, contribuindo para aumentar a geração de valor em futuros empreendimentos. Neste trabalho o objetivo é verificar a potencialidade do conceito de valor percebido pelo usuário e fazer uma Avaliação Pós Ocupação em habitação de interesse social no núcleo do parque popular da pedreira, um ano após sua implantação, compreendendo os dois enfoques. Como metodologia de pesquisa, inicialmente foi realizada a avaliação pós-ocupação por meio de uma entrevista estruturada sobre questões relacionadas ao conjunto habitacional e avaliação técnica visual, em seguida conforme a metodologia proposta por Kowaltowski et al. ( 2009) foram utilizadas técnicas de pesquisa declarada com cartões ilustrados, por meio da classificação hierárquica de valores, ambos como instrumentos de coleta de dados. A amostra constituiu-se de 38 unidades respondentes para a avaliação pós-ocupação e 30 unidades respondentes para a pesquisa declarada, ambos distribuídas em cinco blocos do núcleo habitacional do parque popular da pedreira de Ijuí, seguindo-se inferências estatísticas. Os resultados foram complementares, uma vez que o estudo evidenciou em ambas as verificações a prioridade para o item de segurança, seguido da preferencia em estar morando em uma casa (habitação unifamiliar), a falta de uma boa iluminação nas áreas externas e publica a deficiência de áreas de lazer bem como da natureza, mais cômodos na habitação, gastos operacionais menores e diminuição de nível de ruído.

PALAVRAS CHAVES: Avaliação Pós-Ocupação, Habitação de Interesse Social, Valor percebido pelo usuário.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1-Esquema da APO ... 16

Figura 2: APO ... 20

Figura 3: Déficit habitacional no município de Ijuí- RS ... 29

Figura 4: Gravidade dos problemas habitacionais ... 31

Figura 5: Déficit Habitacional do Município de Ijuí ... 32

Figura 6: Estratégias de Ação ... 34

Figura 7: Propostas de ZEIS ... 35

Figura 8: Projeto multi-eixos ... 36

Figura 9: Escada para duas unidades ... 38

Figura 10: Escada com acesso para 4 unidades ... 39

Figura 11:Blocos laminares. ... 39

Figura 12: Bloco com pátio central ... 40

Figura 13: Blocos em Y ... 40

Figura 14: Localização das obras do Parque Popular da Pedreira ... 46

Figura 15: Localização das pedreiras e vilas ... 48

Figura 16: Mapa do Parque Popular da Pedreira ... 49

Figura 17: Praça do PAC implantação de equipamentos urbanos e qualificação do espaço público. ... 50

Figura 18: foto do lago da pedreira atual (esquerda) e projeto da tirolesa (direita) ... 51

Figura 19: Unidades unifamiliar ... 53

Figura 20:Casa padrão ... 55

Figura 21: Casa padrão - variações ... 55

Figura 22: Unidades multifamiliar ... 57

Figura 23-Residencial Pedreira ... 62

Figura 24: Sexo do entrevistado ... 63

Figura 25: Idade do entrevistado ... 63

Figura 26: Tempo em que se mudou para o imóvel? ... 64

Figura 27: Número de moradores no imóvel ... 64

Figura 28: Adquiriria outro imóvel construído pela mesma construtora? ... 65

Figura 29: Compraria outro imóvel no mesmo bairro ... 65

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Figura 31: Orientação quanto a manutenção ... 66

Figura 32: Atendimento ao cliente após a entrega do imóvel ... 67

Figura 33: Temperatura interna verão ... 67

Figura 34: Temperatura interna Inverno ... 68

Figura 35: Iluminação natural interna ... 68

Figura 36: Iluminação natural áreas comuns ... 69

Figura 37: Iluminação artificial no apartamento ... 69

Figura 38: Iluminação artificial nas áreas comuns ... 70

Figura 39: Falta do interruptor... 70

Figura 40: Falta de lâmpada ... 71

Figura 41: Instalações elétricas... 71

Figura 42: Instalações hidráulicas ... 72

Figura 43: Ventilação - cozinha / área serviço. ... 72

Figura 44: Ventilação - Banheiro ... 73

Figura 45: Ventilação - Dormitório ... 73

Figura 46: Ventilação - Sala ... 74

Figura 47: Acústica ... 74

Figura 48: Área dos dormitórios ... 75

Figura 49: Área da cozinha ... 75

Figura 50: Área da sala ... 76

Figura 51: Refluxo pela tubulação de esgoto sanitário ... 77

Figura 52: Alagamento por esgoto ... 77

Figura 53: Apartamento prejudicado ... 78

Figura 54: Refluxo de esgoto ... 78

Figura 55: Incidência de mau cheiro ... 79

Figura 56: Sinais de umidade no imóvel ... 79

Figura 57: Sinais de fissuras no imóvel ... 80

Figura 58: fissuras ... 80

Figura 59: Plantio de arvores. ... 81

Figura 60: Embelezamento do entrono da moradia? ... 81

Figura 61: Membros da família ... 82

Figura 62: Pretensão em ampliar a família ... 82

Figura 63: Ampliação ou modificação após a obra ... 83

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Figura 66: Pretensão de adquirir um automóvel ... 84

Figura 67: Vagas de garagem ... 85

Figura 68: Garagem existente ... 85

Figura 69: Você gostaria de estar morando ... 86

Figura 70: Fornecimento de água ... 87

Figura 71: Esgoto ... 87

Figura 72: Energia elétrica ... 88

Figura 73: Coleta de lixo ... 88

Figura 74: Iluminação publica ... 88

Figura 75: Transporte coletivo. ... 89

Figura 76: Limpeza ... 89

Figura 77: Segurança ... 90

Figura 78: Segurança no conjunto habitacional ... 90

Figura 79: Meio de proteção. ... 91

Figura 80: Distância ate Posto de saúde ... 91

Figura 81: Distância ate Escolas. ... 92

Figura 82: Distância ate Áreas de lazer ... 92

Figura 83: Distância ate o comercia em geral. ... 93

Figura 84: Avaliação das áreas de lazer ... 93

Figura 85: iluminação artificial nas áreas externas ... 94

Figura 86: áreas de jardim e embelezamento ... 94

Figura 87: espaços comuns para a realização de reuniões no local ou entrono... 95

Figura 88: Presença de áreas de lazer no local ou entrono ... 95

Figura 89: Bancos e mesas ... 96

Figura 90: Praça ... 96

Figura 91: Academia ... 97

Figura 92: Sala de reuniões ... 97

Figura 93: Durante a semana ... 98

Figura 94: Durante o final de semana ... 98

Figura 95: Satisfação com o imóvel ... 98

Figura 96: Cartas ilustrativas ... 101

Figura 97: Tabela de registro e cartas ... 102

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Distribuição da População Brasileira de 1940 a 1991. ... 25

Tabela 2: Quantificação das unidades habitacionais necessárias ... 52

Tabela 3: Detalhamento das fases da obra... 58

Tabela 4: Amostra e porcentagem APO ... 60

Tabela 5: Amostra e porcentagem VP ... 60

Tabela 6: Valores Financeiros ... 103

Tabela 7: Valores Culturais ... 103

Tabela 8: Valores Sociais ... 104

Tabela 9: Valores do Ambiente Interno ... 104

Tabela 10: Valores do Ambiente Externo ... 104

Tabela 11: Valores do Espaço Físico ... 105

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ABNT- Associação Brasileira de Normas Técnicas APO- Avaliação Pós-Ocupação

APP- Área de Preservação Permanente BNH- Banco Nacional da Habitação

FNHIS - Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística PLHIS- Plano Local de Habitação de Interesse Social PNH- Política Nacional de Habitação

PPP- Parque Popular da Pedreira

PAC- Programa de aceleração do crescimento PD- Preferência Declarada

SNHIS- Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social ZEIS- Zonas Especiais de Interesse Social

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ... 14

1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ... 16

1.1 AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO ... 16

1.2 VALOR PERCEBIDO PELO USUÁRIO ... 22

1.3 PROGRAMAS HABITACIONAIS NO BRASIL ... 24

1.4 PLANO LOCAL DE HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL ... 28

1.4.1 Plano local de Habitação de Interesse Social de Ijuí ... 29

1.5 TIPOLOGIA CONSTRUTIVA ... 37

2 METODOLOGIA ... 42

2.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ... 42

2.2 DELINEAMENTO DA PESQUISA ... 42

2.2.1 Universo da pesquisa e determinação da amostra... 44

2.2.2 Elaboração da entrevista estruturada ... 45

2.3. LOCAL DE ESTUDO ... 46

2.3.1 O Parque Popular da Pedreira... 46

2.3.2 o estudo de caso ... 58

3 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS ... 59

3.1 LEVANTAMENTO DE DADOS ... 59

3.1.2 levantamento da população total e amostral da APO ... 59

3.1.2 levantamento da população total e amostral do valor percebido ... 60

3.2 AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO POR MEIO DA ENTREVISTA ESTRUTURADA E AVALIAÇÃO TÉCNICA VISUAL ... 60

3.2.1 Elaboração e aplicação da entrevista estruturada ... 61

3.2.2 Apresentação resultados ... 63

3.3 VALOR PERCEBIDO PELO USUÁRIO ... 100

3.3.1 Apresentação dos resultados ... 103

4 CONCLUSÃO ... 109

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O presente trabalho tem com objetivo geral verificar a potencialidade do conceito de valor percebido pelo usuário e fazer uma Avaliação Pós Ocupação em habitação de interesse social em especifico no núcleo habitacional do parque popular da pedreira um ano após sua implantação, principalmente pelo fato do mesmo possuir um novo sistema construtivo (Tecwall), utilizando assim ambas as técnicas para averiguar se estas edificações atendem as necessidades dos usuários e se as famílias que ocupam o conjunto estão satisfeitas inclusive com a tipologia construtiva adotada, compreendendo os dois enfoques.

Os objetivos específicos foram divididos em duas óticas, sob o ponto de vista do usuário, na incumbência de verificar o nível de satisfação dos usuários quanto à funcionalidade do imóvel, localização no lote e no plano geral, conferir aspectos de conforto térmico, lumínico, acústico, ventilação, e sob o ponto de vista técnico na verificação de que se o imóvel atende as necessidades dos usuários, a análise dos projetos arquitetônicos quanto à funcionalidade e possibilidades de expansão futura, produzir conhecimento sobre APO para o sistema construtivo adotado, produzir conhecimento sobre o conceito de valor percebido pelo usuário, descrever e analisar as alterações realizadas pelos usuários e / ou no projeto, analisar o desempenho dos materiais pelo uso, e a Analise das falhas construtivas.

Como metodologia de pesquisa, inicialmente foi realizada a avaliação pós-ocupação por meio de uma entrevista estruturada sobre questões relacionadas ao conjunto habitacional e avaliação técnica visual, em seguida conforme a metodologia proposta por Kowaltowski et al. (2009) foram utilizadas técnicas de pesquisa declarada com cartões ilustrados, por meio da classificação hierárquica de valores, ambos como instrumentos de coleta de dados. A amostra constituiu-se de 38 unidades respondentes para a avaliação pós-ocupação e 30 unidades respondentes para a pesquisa declarada, ambos distribuídas em cinco blocos do núcleo habitacional do parque popular da pedreira de Ijuí, seguindo-se inferências estatísticas. Deste modo, a presente pesquisa complementa os estudos disponíveis no Brasil sobre a avaliação de satisfação de moradores em habitação de interesse social, e alguns trabalhos com base na percepção de valor pelo usuário.

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De acordo com Conceição (2009), atualmente alguns programas do governo federal tem como objetivo minimizar o déficit habitacional no Brasil, com o propósito de melhorar as condições habitacionais das populações carentes, porem, na prática, ainda necessitam de mais melhorias, uma vez que tais programas são insuficientes, e ao final, trazem prejuízos à população carente.

Embora estejam sendo desenvolvidos muitos estudos sobre a questão habitacional, permanecem ainda muitas lacunas acerca do atendimento das necessidades dos usuários, através de uma melhor definição de soluções de projeto, visando aumentar o valor percebido pelo usuário final (MIRON, 2008).

Apesar de relativamente nova no Brasil, a Avaliação Pós-Ocupação é uma ferramenta importante para avaliar se o projeto atinge os seus objetivos, sendo esse um aspecto importante, principalmente no caso de conjuntos habitacionais, onde os moradores não tem recursos para implementar programas de manutenção corretiva.

Por entender que o déficit habitacional é uma realidade no país, cabe aos profissionais ligados à área de construção civil, buscar soluções técnicas viáveis, no sentido de amenizar as necessidades sociais visando à implementação de obras confortáveis seguras e econômicas. Sendo também de suma importância a identificação de falhas presentes nas principais normas habitacionais, bem como a percepção homem e espaço físico.

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1.1 AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO

A Avaliação Pós-Ocupação (APO) é um conjunto de métodos e técnicas que buscam aferir o nível de satisfação dos usuários e o atendimento das suas necessidades, a partir do diagnóstico dos fatores positivos e negativos do ambiente ao longo do uso. É recomendado que os fatores positivos sejam cadastrados e utilizados na elaboração de projetos futuros, e os negativos embasem pesquisas que realimentem ciclos de processos de produções futuras (ROMÉRO; ORNSTEIN , 2008), já que a APO faz parte de um ciclo de um processo construtivo, conforme figura 01

Figura 1-Esquema da APO

Fonte: (ROMÉRO; ORNSTEIN, 2008).

A APO esta ligada às áreas de Ciências Sociais e/ou à Tecnologia/Construção Civil, que se desenvolveu de modo distinto em diversos países, como nos EUA (percepção espacial), França (percepção espacial e utilização de dados psico-sociais na ação projetual nas escalas do edifício e da cidade), Japão (perspectiva filosófico-cultural), Alemanha (ecologia) e América Latina (condições sociais e aspectos político-culturais). No Brasil as pesquisas na área tem como meta a avaliação de aspectos técnicos, funcionais e comportamentais da edificação, o que inclui uma pesquisa acerca dos aspectos construtivos (estabilidade, estanqueidade, materiais e técnicas utilizados, e

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similares), das condições de conforto ambiental (temperatura, insolação, ventilação natural, acústica, iluminação natural), do consumo energético, entre outros, além de observação dos fatores funcionais que correspondem ao estudo da dimensão dos ambientes, dos fluxos de pessoas, materiais, das possibilidades de realizar as atividades.

Embora a APO seja um método utilizado em vários países desenvolvidos há mais de 40 anos, no Brasil, seu emprego teve início no final da década de 70 e foi restrito à avaliação do comportamento de empreendimentos promovidos pelo Estado de São Paulo, focando especialmente a avaliação de habitações de interesse social, de edifícios institucionais como escolas e hospitais, de edifícios de escritório e de áreas livres como praças e parques (ROMERO e ORNSTEIN, 1992).

A APO, segundo Ornstein (1995), ocupa-se de fazer avaliações comportamentais e avaliações técnicas. A autora organiza esses enfoques da seguinte forma: Avaliação Técnico-Construtiva e Conforto Ambiental – Item dividido em dois sub itens:

a) Materiais e técnicas construtivas, que relaciona pontos como: estrutura, junta de dilatação, cobertura, impermeabilização etc.;

b) Conforto ambiental, que demonstra preocupação com: iluminação e ventilação (naturais e artificiais), conforto acústico e térmico, conservação de energia etc.

Avaliação Técnico-Funcional – Procura avaliar o desempenho funcional do espaço resultante entre aquele proposto originalmente e aquele construído. Podemos relacionar: áreas de lazer, de descanso, de circulação, ocupadas, em uso etc.; fluxos de trabalho, sinalização, orientação etc.

Avaliação Técnico-Econômica – Relação custo versus benefício; variações de custo por área construída, em função da largura ou comprimento da planta-tipo, da altura etc.; custos com manutenção do edifício etc.

Avaliação Técnico-Estética – Cores, texturas, volumetria etc.

Avaliação Comportamental – São as variáveis que lidam com o ponto de vista do usuário: privacidade, território, adequação ao uso e à escala humana etc.

Estrutura Organizacional – Preocupa-se com as subviráveis não necessariamente de ordem física. Podem fazer referência a problemas de ordem funcional ou gerencial de uma empresa.

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A APO difere de outros tipos de investigação sobre o ambiente construído por buscar resultados práticos e aplicáveis, e apontar alterações a curto, médio ou longo prazo. Assim, é possível que a pesquisa modifique o objeto estudado à medida que as informações obtidas, criticam o conhecimento anterior e somam-se ao mesmo. constitui-se de um método de levantamento e análise do comportamento dos ambientes construídos após a ocupação destes ambientes por seus usuários, ao longo de toda a sua vida útil.

Segundo Preiser (1988), a Avaliação Pós-Ocupação é um processo que utiliza uma conduta sistemática e rigorosa, com diversas técnicas de pesquisa e níveis (Quadro 01), após a edificação ter sido ocupada por um determinado período de tempo.

Quadro 01: níveis de Avaliação Pós Ocupação.

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APO - Indicativa ou de curto prazo: visita ao ambiente estudado e entrevistas selecionadas com usuários-chave, indicação dos aspectos positivos e negativos do objeto estudado.

APO - Investigativa ou de médio prazo: trata-se do nível anterior acrescido da explicitação de critérios referenciais de desempenho.

APO – Diagnóstico ou de longo prazo: define detalhadamente critérios de desempenho, utiliza técnicas sofisticadas de medidas correlacionando aquelas físicas com as respostas dos usuários, tendo-se em mente a estrutura organizacional da entidade. Para tanto, exige recursos bem maiores do que os anteriores.

Conforme Jacques (2008) pode haver dois tipos de avaliação do ambiente construído:

a) Avaliação Técnica – abrangendo ensaios em laboratório ou in loco, ou seja, com ou sem o controle das condições ambientais de exposição.

b) Avaliação a partir do ponto de vista dos usuários (comportamental). Que são medidas através de técnicas quantitativas aplicadas em pesquisas sociais, que auxiliam na interpretação dos níveis de satisfação dos usuários quanto a qualidade, consideradas multi-analises, envolvendo os usuários e mantenedores (relativo ao uso), e os profissionais envolvidos na produção (incluindo clientes).

A APO pode ser conduzida através de questionários, entrevistas e observações controladas. Nos questionários, são abordados junto aos usuários temas como conforto, adequação de layout, ergonomia, acessibilidade, etc. Os dados são tabulados em forma de gráficos e as necessidades, ou as áreas mais críticas, são detectadas e a partir da análise destes dados, as soluções são propostas.

De acordo com Jacques (2008), modelo de processo para APO para conjuntos habitacionais (edificios de apartamentos, unidades habitacionais, áreas livres, escola) esta diagramado conforme o esquema da figura 02.

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Segundo Ornstein (1992), no Brasil não existe a prática de controlar a qualidade da produção habitacional de interesse social, porem se faz necessária a avaliação da situação real desses conjuntos construídos, em relação à qualidade construtiva da unidade habitacional e do conjunto como um todo, como também em relação às condições ambientais, de modo que se possam promover o cultivo e a melhoria da cultura urbana, nos hábitos de viver em comunidade. Como também é preciso identificar e mensurar a satisfação e as demandas dos moradores em relação a seu lugar de moradia e avaliar como ocorrem as relações entre o ser humano e o ambiente, ou seja, a influência desses espaços no comportamento de seus habitantes e vice-versa, como se apropriam deles, se adequam e os alteram.

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Conforme Campos (2004) o valor possui vários significados e interpretações, segundo diversos autores e ciências. Seguindo o conceito do marketing, o valor percebido está relacionado com uma situação de troca, onde o valor percebido seria um saldo positivo entre o benefício total recebido e o custo total para obter um produto ou serviço.

Miron (2008) também considera que o conceito de valor, visa estabelecer a relação entre os conceitos de valor e de satisfação para o cliente com base na literatura proveniente da área de marketing. Tomando como base o modelo de desconfirmação (OLIVER, 1980) para explicar o processo de formação da satisfação do cliente. A análise deduz que os julgamentos de satisfação parecem sofrer influência do valor percebido pelo cliente, tanto na situação de pré-compra (valor desejado) quanto na situação pós-compra (valor recebido). Sob este raciocínio Miron (2008) estabelece uma diferenciação sutil entre os conceitos de valor e satisfação. Assim, o valor percebido está relacionado com a ponderação (trade-off) entre os benefícios recebidos e os sacrifícios exigidos, ao passo que a satisfação global tem orientação psicológica, com base no resultado entre o processo de compra e o de consumo, mesmo assim é possível encontrar em algumas literaturas as diferenças decorrentes na mensuração entre satisfação e valor percebido por clientes.

O valor coloca-se como o juízo realizado pelo cliente acerca da aquisição e uso de um determinado produto. Ou seja, é uma razão entre os benefícios percebidos, advindos de um determinado produto, e os sacrifícios percebidos, necessários à compra e à manutenção deste produto (MIRON, 2002).

O conceito de valor na construção civil é antigo, segundo Kowaltowski (2009), o conceito remete ao primeiro século A.C, sendo que atualmente pesquisas sobre percepção de valor pelos usuários têm ganhado importância, em diferentes frentes. Conforme a literatura da área de marketing sinaliza um consenso sobre sua definição. Assim, a percepção de valor pelo cliente é vista como uma ponderação (trade-off) entre os benefícios recebidos pela aquisição do produto ou serviço e os sacrifícios percebidos ao se confrontar o preço destes (MONROE, 1990). Tais benefícios e sacrifícios estão relacionados com as ofertas competitivas disponíveis e tem conotação dinâmica.

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Os usuários pensam concretamente sobre valor na forma de atributos preferenciais e desempenho de atributos, juntamente com as consequências de se avaliar um produto numa situação de uso.

Conforme o quadro 02 Hershberger (1999) classificou os elementos de valor e suas principais características. Estes oito elementos detalhados em seus atributos são a base recomendada para o processo de projeto arquitetônico, especialmente em sua fase de definição do programa de necessidades.

Quadro 02: classificação dos elementos de valor

Fonte: Fonte: Hershberger (1999)

As contribuições desses referenciais teóricos podem ser consideradas também no âmbito do mercado habitacional de interesse social. Nesse contexto, as singularidades do produto da habitação podem ser expressas por meio das características intrínsecas à construção civil e da complexidade de possibilidades e relações que apresentam com os usuários e o solo urbano. (BONATTO 2011). Nesse sentido, cabe salientar que alguns estudos têm buscado esse entendimento e a operacionalização de conceitos sobre a geração de valor e valor percebido, tais como o desenvolvido por Miron (2008), utilizado como ponto de partida do presente estudo, e Granja et al. (2009)e entre outras literaturas.

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Segundo Motta (2009), a questão da habitação pode ser considerada, na atualidade, um dos principais problemas sociais urbanos do Brasil. Problema que não traz consigo apenas, a questão da construção de moradias, para atender ao número alarmante de famílias sem casa própria, mas engloba problemas de infraestrutura (saneamento, pavimentação, etc.) e questionamento das obras de urbanização em áreas periféricas e favelas, ou seja trata-se de um problema de direito à cidade.

É importante ressaltar que os atuais problemas urbanos, relacionados ao déficit habitacional Brasileiro, refletem de um século de políticas, que não consideraram a população mais pobre ou, em que alguns períodos, tratadas como nula. Nesse sentido, torna-se pertinente uma retomada histórica da questão da habitação urbana no Brasil, para que se entenda a configuração atual da questão social, e desta forma tentar combate-la.

No fim do século XIX, no Brasil, há uma conjunção de acontecimentos que influenciaram decisivamente a ampliação e a formação dos espaços urbanos no país. O fim da escravidão fez com que milhares de negros fossem expulsos do campo e migrassem para a cidade. Respectivamente, imigrantes europeus chegaram ao Brasil para trabalhar no campo e também na nascente indústria brasileira. Esses fatores provocaram o aumento da população nas cidades, especialmente em São Paulo e no Rio de Janeiro, fato que acarretou uma demanda por moradia, transporte e demais serviços urbanos, até então inédita (MARICATO,1997).

Segundo Jacques (2008) O êxodo rural teve inicio a partir da liberação dos escravos, que, consequentemente, se refugiaram na vida urbana, longe de seus antigos opressores, para constituírem os aglomerados periféricos de sub-habitações nas grandes cidades, deste modo originando o grande problema habitacional no Brasil. Com o inicio da Industrialização, e, com a vinda de operários e suas famílias, tornou-se necessário à construção de vilas operárias.

Inicialmente, a primeira medida do governo brasileiro foi oferecer crédito às empresas privadas para que elas produzissem habitações. Porém, como os empresários, não obtiveram lucros com a construção de habitações individuais, devido à grande diferença entre os preços delas e das moradias informais; alguns passaram a investir em loteamentos para as classes altas, enquanto outros edificaram prédios para habitações

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coletivas, que passaram a ser a principal alternativa para que a população urbana pobre pudesse permanecer na cidade, especificamente no centro, onde estariam próximos das indústrias e de outras possibilidades de trabalho (PECHMAN; RIBEIRO, 1983).

Apesar de o Governo financiar a construção das habitações coletivas, o poder público considerava os cortiços degradantes, imorais e de ameaça à ordem pública. Assim, em meados do inicio do século XX muitas cidades se remodelaram, com alargamento de avenidas e construções de redes de água e esgoto, sendo necessárias demolições de casas e sub-habitações irregulares. Segundo Maricato (1997), foram demolidos 590 prédios velhos para construção de 120 novos edifícios, o que significou a expulsão de diversas famílias pobres de suas moradias, gerando assim a ocupação dos subúrbios, e a formação das primeiras favelas do Rio de Janeiro.

“No Rio de Janeiro foram demolidos cerca de 3.000 cortiços e estalagens para obras de urbanização, causando desalojamento da população, que se alojou em barracos nos morros, dando origem ao fenômeno das favelas. Então, pressionados pela sociedade, a Prefeitura construiu escassas 120 unidades habitacionais de dois pavimentos independentes, destinados a operários, sendo considerado um dos primeiros conjuntos habitacionais criados por um Governo.” (JACQUES 2008, P 21).

Segundo Mottta (2009), do início do século XX até a década de 1930, diversas cidades brasileiras tiveram o problema da habitação agravado, com o poder público atuando de maneira pontual e ineficiente. É então que a partir dos anos de 1930, modificou-se a estrutura das cidades brasileiras, dada pelo início da grande industrialização, vindo acompanhada da urbanização.

A partir de então, o Brasil viveu um grande surto de crescimento urbano e industrial, (BOTEGA, 2008). Como podemos ver na Tabela abaixo:

Tabela 1: Distribuição da População Brasileira de 1940 a 1991.

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impulsionada pela grande Revolução de 30, é que se inicia uma política para a habitação, é a partir deste momento o governo passa a assumir cada vez mais o problema do déficit habitacional, tornando a ciência e a técnica como um fator de maior relevância que os conceitos de embelezamento, deste modo os problemas urbanos em geral são colocados em um âmbito social. Neste momento, várias são as medias implementadas e programas criados pelo governo para tentar solucionar o déficit habitacional brasileiro. Entretanto, o numero de moradias necessárias não parou de aumentar, fazendo com que os órgãos responsáveis pelo setor criassem outras soluções como os programas habitacionais, baseados em orçamentos fechados e exclusivos para a moradia popular.

SNHIS

Em 16 de junho de 2005, foi instituído pela Lei Federal nº 11.124 o Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social – SNHIS, com o objetivo principal de implementar políticas e programas que promovam o acesso à moradia digna para a população de baixa renda. Segundo o Ministério das cidades, o Sistema centraliza todos os programas e projetos destinados à habitação de interesse social, sendo integrado pelos seguintes órgãos e entidades: Ministério das Cidades, Conselho Gestor do Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social, Caixa Econômica Federal, Conselho das Cidades, Conselhos, Órgãos e Instituições da Administração Pública direta e indireta dos Estados, Distrito Federal e Municípios, relacionados às questões urbanas e habitacionais, entidades privadas que desempenham atividades na área habitacional e agentes financeiros autorizados pelo Conselho Monetário Nacional.

FNHIS

O Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social – FNHIS, (Lei nº 11.124) criado em 2006, tem o objetivos de centralizar os recursos orçamentários dos programas de Urbanização de Assentamentos Subnormais e de Habitação de Interesse Social, inseridos no SNHIS.

O FNHIS nada mais é do que um fundo contábil de habitação de interesse social com destinação específica, composto por uma série de receitas a ele vinculadas, possibilitando a junção de recursos de diferentes fontes, sejam elas da iniciativa privada

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(por meio de doações, pagamento de multas, etc.) ou do Orçamento Geral da União. Esses recursos são repassados para os estados, Distrito Federal e municípios para apoiar a execução de programas habitacionais destinados à população de baixa renda, como construção, conclusão, melhoria, reforma, locação social e arrendamento de unidades habitacionais, a produção de lotes urbanizados para fins habitacionais, a regularização fundiária e urbanística de áreas de interesse social, ou a implantação de saneamento básico, infra-estrutura. Segundo Bacelete (2009) a partir da Constituição de 1988 (parágrafo 4º do artigo 182), a lei federal de desenvolvimento urbano se transformou em requisito obrigatório para o município poder aplicar os instrumentos destinados a garantir o cumprimento da função social da propriedade urbana.

A Secretaria Estadual de Habitação e Desenvolvimento Urbano do Rio Grande do Sul executa Programas em parceria com as Prefeituras Municipais e Cooperativas Habitacionais, desde 1999, atende famílias com renda de ate cinco salários mínimos, com os seguintes programas:

- Programa Moradia Popular – conveniado com Prefeituras em 1999, 2000 e 2001; - ProCoop - conveniado com Cooperativas Habitacionais, iniciado em 2001 e 2002; - ProComunidade – conveniado com Prefeituras a partir de 2003;

- Programa Cheque-Casa – conveniado com Prefeituras a partir de 2002, para quantias significativas de recursos depositados diretamente na conta bancaria do beneficiário, para utilização imediata;

- Programa Minha Casa – conveniado com Prefeituras para habitações novas e melhorias como construção de sanitários, realizados em etapas, a partir de 2003;

- Convênio com a Caixa Econômica Federal – Resolução nº 460 – para reformas e melhorias, integralizado em 2004.

Em resumo, o histórico das políticas nacionais para a habitação mostra como os principais programas nacionais tornaram o problema habitacional - uma obrigação do Estado e um direito - uma questão de mercado (AZEVEDO; ANDRADE, 1982), Por isso, chegamos hoje a um déficit habitacional. Essa situação, somada à persistente ineficiência das políticas, fomenta diversas lutas sociais e políticas no sentido de garantir, não só acesso à moradia, mas o direito à cidade. MOTTA (2009) tornando-se um dos grandes desafios para a Arquitetura, Engenharia e Economia, enquanto ciências integradas.

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1.4 PLANO LOCAL DE HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL

O Plano Local de Habitação de Interesse Social-PLHIS segundo o Ministério das Cidades é um conjunto articulado de diretrizes, objetivos, metas, ações e indicadores que caracterizam os instrumentos de planejamento e gestão habitacionais. É por meio da elaboração do PLHIS, que os municípios e estados consolidam, em nível local, a Política Nacional de Habitação-PNH, de forma participativa e compatível com outros instrumentos de planejamento local, como o Plano Diretor e os Planos Plurianuais Locais. Ou seja, o Plano Municipal de Habitação de Interesse Social – PLHIS – um instrumento político e administrativo com o objetivo de implantar programas, metas e ações com a finalidade, da superação do déficit habitacional e melhoria da qualidade de vida, priorizando principalmente as famílias de baixa renda (0 a 3 salários mínimos).

O PLHIS é um requisito previsto na Lei N°11.124/2005 e na Resolução N°02/2006 do Conselho Gestor do Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social – FNHIS, para adesão ao Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social – SNHIS e deve ser elaborado de forma democrática e participativa em consonância com as políticas nacional e municipal de habitação, considerando os instrumentos locais do de gestão orçamentária e financeira, tais como o Plano Plurianual – PPA, Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO e Lei Orçamentária Anual –LOA. (3C ARQUITETURA E URBANISMO 2012, P 10)

O processo de elaboração do Plano Local de Habitação de Interesse Social (PLHIS) consiste em 3 (três) etapas; a primeira é a proposta metodológica, a segunda o diagnóstico do setor habitacional e, por fim, as estratégias de ação, que resultarão em um conjunto de diretrizes e instrumentos de ação e intervenção para o setor da habitação de interesse social do Município em que o plano foi aplicado. Conforme o texto introdutório para o Plano de Habitação de Santo André, em São Paulo (Prefeitura Municipal de Santo André, 2006):

“A elaboração do Plano Municipal de Habitação insere‐se no contexto de mudanças no quadro institucional no país, que aponta para a progressiva responsabilização dos municípios pela elaboração e implementação de políticas como a urbana e a habitacional. Marco inicial

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nesse quadro, a Constituição Federal de 1988, no bojo do processo de redemocratização pelo qual passava o país, implementa a descentralização administrativa e fortalece o papel dos municípios”...)

1.4.1 Plano local de Habitação de Interesse Social de Ijuí

Conforme dados da empresa de consultoria (Latus Consultoria) é possível diagnosticar o quadro dos problemas habitacionais do município de Ijuí, conforme figura 03. Tal estudo possui referências nos trabalhos da Fundação João Pinheiro, de Minas Gerais que criou uma metodologia de quantificação do quadro das necessidades habitacionais reconhecida nacionalmente e utilizada pelo Ministério das Cidades.

Figura 3: Déficit habitacional no município de Ijuí- RS

FONTE: Latus Consultoria

Tais dados foram construídos com base nos microdados do Censo de 2010 (IBGE), onde a população do município era de respectivamente 78.915 habitantes. Como pode-se observar na figura 04 o déficit habitacional esta presente tanto na zona rural como expressivamente na zona urbana.

Com o objetivo de minimizar os problemas de direito à moradia digna e ao solo urbano regularizado foi criado em março de 2013, pela Lei Municipal n° 5.743 a Secretaria Municipal de Habitação, além de medidas tomada pela prefeitura municipal de Ijuí, seguindo ordens da Lei N°11.124/2005, (que prevê a realização de um PLHIS),dente modo firmando um contrato administrativo em 07 de novembro de 2011, com a empresa 3C arquitetura e urbanismo Ltda, para elaboração do Plano Local de Habitação de Interesse Social. Tal plano foi elaborado nas seguintes etapas:

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 Etapa III: Estratégias de Ação, concluída em 2012.

Com a elaboração do PLHIS foi possível identificar aonde se localizavam os gargalos habitacionais do município, sintetizando alguns problemas‐chave, condicionantes específicos e oportunidades claras de investigação e ação.

ZONA RURAL

Nas áreas rurais, do município, de modo geral, o principal problema é relativo a inadequação dos domicílios por falta de infraestrutura, especialmente esgotamento sanitário. Observa‐se que a habitação está diretamente ligada a saúde econômica da produção rural, havendo problemas maiores junto aos trabalhadores rurais que não possuem terras próprias e vivem situação precária, além da falta de segurança quanto a moradia. De modo geral conforme destacado no estudo, a demanda por novas unidades é baixa, com exceções dos povoados nos distritos de Alto da União – especialmente junto a via férrea e nas sedes dos distritos de Itaí e Chorão. Figura 04 na zona rural do município

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Figura 4: Gravidade dos problemas habitacionais

.

Fonte: Plano local de habitação de Ijuí -2012 ZONA URBANA

Na Zona Urbana, o déficit habitacional se concentra principalmente nos bairros mais afastados do Centro, onde o percentual do déficit total em relação ao número total de domicílios é visivelmente mais grave nas bordas da zona consolidada da cidade, fica claro que os problemas de habitação em Ijuí estão diretamente relacionados ao acesso a urbanidade. Conforme pode-se constatar na figura 05 que demonstra a localização dos problemas habitacionais do município.

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Figura 5: Déficit Habitacional do Município de Ijuí

Fonte: Plano local de habitação de Ijuí -2012

Os problemas dos aglomerados subnormais se concentram junto às áreas de alta declividade, especialmente na zona norte, que concentra áreas de extrema carência, somando total de 876 domicílios em assentamentos precários, e sofrem com a carência generalizada de esgotamento sanitário, de ausência de unidades sanitárias exclusivas às moradias, além de concentrar a maior parcela da população com renda entre zero a três salários mínimos. Segundo a 3c arquitetura e urbanismo os bairros com maior concentração de domicílios em assentamentos precários são Luís Fogliatto, com 394 domicílios, Getúlio Vargas, com 347, Colonial com 187, Alvorada, com 118, Tancredo Neves, com 46 e XV de Novembro, com 18.

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Dentro do perímetro urbano do município ainda se encontram glebas com bom potencial construtivo para habitação popular, áreas com os preços mais baixos, porém que encontrarem‐se afastados do centro. Ou seja, a implantação de equipamentos públicos nos bairros mais periféricos se torna cada vez mais atraentes. As áreas identificadas somam mais de 3 milhões de metros quadrados, suficiente para produzir, em um cenário ideal, 10,6 mil lotes de 200m² ou 17,1 mil lotes de 125m². Se este processo de loteamento hipotético seguisse o padrão atual de renda encontrado na população municipal, teríamos cerca de 8.900 novos lotes de 200m² para oferecer a população de até 3 salários mínimos.

A estrutura municipal, apesar de formalmente responder aos requisitos mínimos exigidos para operação da habitação de interesse social carece de elementos importantes para desempenhar plenamente a gestão do tema. Tendo em vista a complexidade do problema habitacional no município e as potencialidades de execução de ações comprovadas pela história recente, sugere‐se que o órgão municipal seja fortalecido, ganhando mais autonomia e sendo capaz de acumular conhecimento qualificado. (3C ARQUITETURA E URBANISMO 2012, P 24)

Com tais conclusões, se torna necessário medidas de orientações estratégicas apontadas para o enfrentamento do déficit habitacional, assim o PLHIS do município, partiu‐se de dois grandes âmbitos de atuação:

ESTRUTURAÇÃO DO SISTEMA MUNICIPAL: possui o objetivo de promover a administração municipal e as instâncias públicas de deliberação sobre a questão habitacional de condições e meios para executar, revisar e gerir a política habitacional. incluem melhoria da estrutura do poder executivo, reforço da cogestão da política habitacional, atividades de promoção da produção social da moradia, ações de qualificação sistêmica da cidade e estratégia de fortalecimento financeiro do município.

IMPLEMENTAÇÃO DAS POLÍTICAS HABITACIONAIS: realização de ações de construção de moradias, melhoria de casas e terrenos, intervenção integrada assentamentos precários, relocação de populações em áreas de risco, etc. Se estabelecem duas categorias de atuação, uma concentrada e articulada a ser executada nos locais de pobreza e precariedade excepcionais, outra difusa, direcionada a falta crônica de habitação ou qualificação urbana de todo o município.

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Com tais objetivos foram elaborados no plano, diversas estratégias de ação, que diferem conforme seu âmbito e atuação, conforme esquema da Figura 06.

Figura 6: Estratégias de Ação

Fonte: Plano local de habitação de Ijuí -2012

Outro foco do PLHIS de Ijuí é a implementação de Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS) conforme previstas na Lei Municipal n°5.630/2012, do Plano Diretor. Baseadas em dois tipos, tais áreas podem ser identificadas na figura 07

ZEIS Tipo I – Áreas vazias a serem destinadas a produção de novas habitações ou loteamentos para famílias de baixa renda;

ZEIS Tipo II – Áreas ocupadas por assentamentos precários a serem qualificados através de intervenções integradas, reurbanizações e relocações, conforme cada caso.

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Figura 7: Propostas de ZEIS

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O PLHIS também propõe a metodologia de projetos integrados, que visa à integração das ações entre as secretarias para realização de projetos multi‐eixos, que consiste em intervenções complexas e realização de planos e projetos estratégicos. Surgindo então a elaboração do projeto do Parque Popular da Pedreira figura 08

Figura 8: Projeto multi-eixos

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1.5 TIPOLOGIA CONSTRUTIVA

Com passar do tempo, as unidades habitacionais brasileiras vieram passando por diversas variações, além de fatores como a característica das unidades serem unifamiliar, muiltifamiliar, verticais ou horizontais, muitas destas assumem tipologias diversas, em vista disto, é interessante apresentar o mapeamento das diversas tipologias encontradas e analisar seus desdobramentos, suas referências internacionais e nacionais, para que possamos entender as configurações atuais.

Segundo Koury; Bonduki; Manoel (2003) na fase de consolidação da produção habitacional nota-se que alguns institutos fizeram opções próprias quanto à tipologia a ser adotada, que estavam vinculadas de alguma maneira às características de cada categoria e ao amadurecimento do setor de projeto do órgão.

Um dos recursos criado pelo governo federal em 1964 foi o Banco Nacional da Habitação (BNH),segundo Medeiros (2010) apesar de ter o nome de Banco, o BNH era voltado ao financiamento e à produção de empreendimentos imobiliários, nos mesmos moldes do que se faz atualmente a Caixa Econômica Federal, do qual o sucedeu, cabendo, à época, a sua fiscalização ao Banco Central do Brasil. Foi a principal instituição federal de desenvolvimento urbano da história brasileira, na qualidade de gestor do FGTS e da formulação e implementação do Sistema Financeiro da Habitação (SFH) e do Sistema Financeiro do Saneamento (SFS).

Pouco se comenta sobre a arquitetura habitacional popular no Brasil, isso porque não sabemos se, elas não são consideradas dignas de atenção ou por refletirem um momento de desleixo arquitetônico e confusão política, ou por serem em pequeno número de unidades, já que, o desprezo pelo projeto arquitetônico vigorava nas épocas de implementação. Pode-se destacar 5 blocos de tipologias de unidades habitacionais verticais, sendo elas:

1) Os blocos compostos por uma caixa de escada para cada duas unidades.

Foi o modelo mais frequente, contando com variações no pavimento térreo e nas implantações compostas por unidades isoladas e/ou conjugadas, neste último caso configurando edifícios laminares com acessos independentes. Este foi o modelo usado para as habitações de interesse social na Alemanha. Do ponto de vista urbanístico,

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como política habitacional, constituem um importante modelo entre as grandes iniciativas européias de produção habitacional em larga escala. (Figura 09)

Figura 9: Escada para duas unidades

Fonte: KOURY; BONDUKI; MANOEL, 2003.

2) Os blocos em "H" com uma caixa de escada para cada quatro unidades.

Embora menos frequente que o primeiro, também foi amplamente adotado. É provável que tenha sido adotado numa segunda fase da produção dos Institutos, na década de 50, constituindo uma espécie de transição para o BNH. Sua vantagem está em atender o dobro de unidades do modelo anterior, com a mesma caixa de circulação vertical. Neste caso a solução das unidades é dispor as áreas mais valorizadas (salas e dormitórios) nas faces opostas às da circulação e as áreas de serviço dando para estas, aproveitando o espaço da caixa de escadas também como fosso de iluminação. O problema ocorre na orientação dos blocos que ao privilegiar um dos lados com a melhor insolação, necessariamente prejudicando o outro. Este modelo foi bastante difundido no período do BNH e se caracteriza por ser um modelo que menos originou variações. (figura10)

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Figura 10: Escada com acesso para 4 unidades

Fonte: KOURY; BONDUKI; MANOEL, 2003.

3) Blocos laminares.

O bloco laminar composto por caixa de circulação que acessa um grande corredor coletivo, baseado no modelo da Unidade de Habitação de Marselha (1945-1952) O bloco laminar, foi o que mais possibilitou variações do programa em seu interior. Embora o rendimento das circulações coletivas não seja comparável aos modelos anteriores, às possibilidades de variação e adensamento que permitem não foi motivo suficiente para que ele se difundisse como solução preferencial dos conjuntos habitacionais. (figura 11)

Figura 11:Blocos laminares.

Fonte: KOURY; BONDUKI; MANOEL, 2003. 4) Blocos com pátio central.

O aproveitamento dos espaços internos do bloco deixa muito a desejar, gerando espaços perdidos e grande área de circulação. Talvez por isto, não tenha se reproduzido em grande escala (.figura 12)

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Fonte: KOURY; BONDUKI; MANOEL, 2003.

5) Blocos em "Y".

Esse esquema permite o aumento da superfície livremente ensolarada e ventilada, aliando a isso economia de circulação vertical, pois uma caixa de escada pode atender até seis unidades sem necessidade de corredores internos. A otimização deste modelo depende de um sistema de circulação vertical por elevadores para que a densidade por bloco justifique as grandes áreas necessárias para a sua implantação. (Figura 13)

Figura 13: Blocos em Y

Fonte: KOURY; BONDUKI; MANOEL, 2003.

Segundo as bibliografias a primeira grande escala da produção de conjuntos habitacionais se encontra entre o período de 1930 a 1964, Após um longo período de estagnação das políticas habitacionais para a população de baixa renda o governo lança programas como Minha Casa Minha Vida, PAC I e PACII, entre as datas de 2009 ate os

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dias atuais, com o objetivo de diminuir o grave problema crônico brasileiro do déficit habitacional.

Conforme as especificações da caixa econômica federal o número de unidades habitacionais por empreendimento é estabelecido em função da área e do projeto, limitado sempre que possível em 500 unidades por empreendimento. Os empreendimentos na forma de condomínio devem ser segmentados em número máximo de 300 unidades habitacionais. As unidades habitacionais apresentam tipologia horizontal (casas térreas) ou vertical (apartamentos)

Tipologia mínima apresentada para casa térrea:

 02 quartos, sala, cozinha, banheiro e área de serviço;

 Transição: área útil mínima de 32 m² (não computada área de serviço);

 Acessibilidade: área útil mínima de 36 m² (não computada área de serviço). Tipologia mínima apresentada para apartamento:

 02 quartos, sala, cozinha, banheiro e área de serviço;

 Transição: área útil mínima de 37 m²;

 Acessibilidade: área útil mínima de 39 m².

Deve-se atentar-se ao fato de que, a tipologia executada por grandes construtoras, nada se difere da tipologia analisada anteriormente, voltada aos beneficiários que se enquadram na categoria de renda mensal até 3 salários mínimos, uma vez que todos possuem em comum 2 dormitórios, um banheiro, uma sala, uma cozinha, e uma singela área de serviço, que juntos ocupam uma área inferior a 50m².

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Esta pesquisa tem como objetivo a realização de uma avaliação pós-ocupação no estudo de caso a ser desenvolvido, no núcleo habitacional do parque popular da pedreira, que focaliza os ocupantes e suas necessidades, a partir das quais seja possível elaborar percepções sobre as consequências das decisões de projeto na performance da edificação. Este procedimento constitui-se na base para a criação de edificações melhores no futuro. Os critérios de avaliação usados neste caso são originados em expectativas que são baseadas em situações vivenciadas.

Conforme Fischer, “o que determina a escolha de uma metodologia de pesquisa são os pressupostos que a sustentam aliados à especificidade do problema a ser investigado” (2004, p. 534), deste modo é necessário conhecer claramente os instrumentos que serão utilizados no estudo para que os objetivos da pesquisa sejam alcançados.

2.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA

Este estudo classifica-se como uma pesquisa quanti-qualitativa e os procedimentos caracterizam um estudo de caso, ou se já se trata de uma pesquisa exploratória, devido ao fato de utilizar técnicas padronizadas de coleta de dados (entrevistas e observação sistemática), e descrever um determinado grupo, por meio de observações, visitas, registros analisados e classificações.

2.2 DELINEAMENTO DA PESQUISA

Este trabalho tem como objetivo principal fazer uma Avaliação Pós-Ocupação do Núcleo Habitacional do parque popular da pedreira, em especifico o Residencial Pedreira, após um ano de sua implantação, compreendendo três enfoques.

O primeiro avaliação do nível satisfação dos usuários através de uma entrevista estruturada, com o objetivo de apontar pontos positivos e negativos, com ênfase à alguns componentes das unidades habitacionais, como a verificação do conforto quanto a temperatura, ruídos, iluminação natural/ artificial, entre outros.

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O segundo enfoque será a partir da avaliação técnica do projeto e de patologias encontradas, destacando pontos positivos e negativos da edificação, bem como a flexibilidade da tipologia construtiva adotado.

O terceiro Propõe-se a aferir percepção do valor desejado na habitação de interesse social como forma de apurar de maneira mais detalhada e consistente a relação do homem com o ambiente construído, a partir da própria visão dos moradores do conjunto habitacional com a base na técnica de preferência declarada (PD) por meio do uso de cartões ilustrados. Tal técnica consiste em apresentar ao entrevistado, diversas alternativas para que uma seja escolhida, sendo que a opção do entrevistado indica sua escolha preferida de atributos em relação às demais alternativas (ADAMOWICZ; LOUVIERE; WILLIAMS, 1994 apud, KOWALTOWSKI ET AL. 2009) Deste modo, diversas alternativas com diversos atributos podem ser classificadas, ou subclassificações. Esta técnica destina-se a investigar um objeto de estudo na sua potencialidade futura, como ele poderia ser distintamente do que é investigado nos estudos de APO (KOWALTOWSKI et al. 2009).

Algumas críticas são encontradas na literatura na adoção de PD, sendo como um dos problemas o caráter conjectural das questões em PD. Assim, a resposta dos entrevistados se baseia na escolha hipotética dos mesmos no momento da entrevista, que pode ocasionar divergência se a escolha fosse realizada numa situação real. (KOWALTOWSKI et al. 2009).

Deste modo, a presente pesquisa complementa os estudos disponíveis no Brasil sobre a avaliação de satisfação de moradores em habitação de interesse social, e alguns trabalhos com base na percepção de valor pelo usuário. O trabalho propõem-se a elaborar requisitos, para isso desenvolvera um roteiro de investigação, que será aplicado em um estudo de caso. Esta pesquisa trata dos aspectos que estão diretamente ligados a interação usuário-ambiente, deste modo a APO se dará por meio das seguintes etapas:

(a) onde inicialmente será realizada a revisão bibliográfica dos temas a serem abordados. Em linhas gerais a pesquisa bibliográfica é um apanhado sobre os principais trabalhos científicos já realizados sobre o tema escolhido e que são revestidos de importância por serem capazes de fornecer dados atuais e relevantes. Ela abrange: publicações avulsas, livros, jornais, revistas, vídeos, internet, etc. Esse levantamento é importante tanto nos estudos baseados em dados originais, colhidos numa pesquisa de

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b) coleta dos dados juntamente com órgãos públicos e responsáveis pela elaboração do projeto, referentes ao programa habitacional implementado, bem como a caracterização do empreendimento de habitação de interesse social a ser pesquisado e a caracterização dos programas em que esses empreendimentos estão inseridos;

c) visita ao local inicialmente para o contato com a população e reconhecimento dos quesitos a serem analisados, e que possam ser de grande relevância na elaboração da entrevista, uma vez que antes da elaboração da mesma é necessário conhecer o ambiente em que a população estuda se encontra. Em seguida será desenvolvida a elaboração da entrevista estruturada de satisfação do usuário e a aplicação da mesma, juntamente com visitas ao local para a identificação visual de possíveis irregularidades.

d) Nesta fase os dados serão coletados e analisados por meio de gráficos, tabelas etc. deste modo gerando resultados e com o objetivo de respondes as questões do estudo. Ou seja, a metodologia embase-se na seguinte ordem:

 Revisão Bibliográfica

 Levantamento dos dados – arquivos (através de projetos e especificações, etc) e de campo (entrevista, recursos fotográficos, observação, jogos).

 Análise dos dados através de gráficos, planilhas e tabelas, etc., e obtenção dos resultados.

2.2.1 Universo da pesquisa e determinação da amostra

O estudo de caso será aplicado no núcleo habitacional do PPP que é constituído por cinco blocos de quatro pavimentos. Cada bloco possui 16 apartamentos, totalizando 80 apartamentos, com metragem de 49,34 m², distribuídos em dois quartos, sala, cozinha, área de serviço e banheiro. A população a ser estudada, que consiste na definição de quem será o objeto da pesquisa, neste caso são os moradores (usuários) do condomínio, ou seja, a população do estudo é referente à 80 famílias. Para que a entrevista seja aplicada é necessário o conhecimento da amostragem

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A primeira etapa é a definição do tipo da amostra que neste caso se caracteriza como amostra probabilística Segundo Fricke et. al. (2009), existem diversos métodos para o cálculo do tamanho de uma amostra probabilística. O mais famoso é o Método de Cochran (1965), que leva em consideração: a variância populacional, conhecida ou estimada e; se a população é finita (N conhecido) ou tendendo a infinita (N desconhecido). Conforme Fricke et. al. (2009), uma determinante nesse processo é a quantidade de informação que se tem para munir as fórmulas que se irá utilizar. Essa quantidade tem um efeito direto no resultado do tamanho da amostra (n):

Para a elaboração da amostra precisa os dados serão lançados, e com a ajuda de um especialista em estatística será levantado um numero de amostra coerente e de credibilidade.

2.2.2 Elaboração da entrevista estruturada

Com o foco em perguntas claras e objetivas, além de se gerar a oportunidade do desenvolvimento da opinião do usuário sobre determinado quesito, se optou pela elaboração de uma entrevista estruturada.

Nas entrevistas estruturadas, o entrevistador quer ter certeza de que as perguntas estão claramente definidas. A entrevista estruturada ou questionário geralmente é utilizado nos censos como, por exemplo, os do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), nas pesquisas de opinião, nas pesquisas eleitorais, nas pesquisas mercadológicas, pesquisas de audiência, etc. (BONI; QUARESMA, 2005).

Tal entrevista será elaborada com referencias na pesquisa de satisfação e

avaliação de impacto, elaborada pela caixa econômica federal e exigida pela mesma,

buscando mensurar a satisfação dos adquirentes no que se refere às novas moradias, conforme preconiza o Caderno de Orientação em Trabalho Social da caixa econômica federal. Além deste, servirá como referencia questionários, de outras APO‟s realizadas em trabalhos acadêmicos, como a abordagem de questões pertinentes observadas no local.

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2.3.1 O Parque Popular da Pedreira

Atualmente no Brasil alguns empreendimentos habitacionais de interesse social têm sido realizados por meio de programas integrados, sobre uma determinada área urbana a ser recuperada, que envolvem o desenvolvimento de empreendimentos habitacionais, assistência social e obras de infraestrutura (MATTOS 2008). Com estas mesmas características, o projeto do Parque Popular da Pedreira (PPP), consiste em um Plano Geral de Urbanização para uma área localizada no município de Ijuí, interior do estado do Rio Grande do Sul, que apresenta problemas relacionados à sub-habitação em áreas de APP, junto a duas antigas pedreiras desativadas que transformaram-se em um lixão a céu aberto.

Com inicio das obras em junho de 2012 o projeto do Parque Popular da Pedreira prevê a revitalização de todo o entorno do local, que abrange toda a área destacada em vermelho conforme a figura 14, englobando a Avenida 21 de Abril, entre as Ruas Emilio Glitz e a Guilherme Timm; Rua dos Coroados, entre a Avenida 21 de Abril e a Rua Carlos Guilherme Erig; Guilherme Timm entre a Avenida 21 de abril e a rua do comércio, e a rua Guilherme Erig entre a rua Guilherme Timm e a Emilio Glitz.

Figura 14:Localização das obras do Parque Popular da Pedreira

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Segundo a Prefeitura Municipal de Ijuí (2012), o objetivo da construção do parque é solucionar os problemas relacionados à infraestrutura e ao saneamento básico, solucionando as seguintes deficiências do local, como:

Exigências legais que obrigam a preservação e recuperação ambiental - As pedreiras, apesar da degradação ambiental, apresentam belas características paisagísticas além de existirem exigências legais que obrigam a preservação e recuperação ambiental. Soma-se a isto o enorme potencial da área para abrigar atividades de lazer em alguns setores.

Deficiência em áreas de lazer no município – um município com cerca de 80 mil habitantes não conta com estrutura de lazer suficiente para seus moradores, bem como a deficiência de espaços culturais.

Lixão a céu aberto - A área de duas antigas pedreiras desativadas (figura 15) há muitos anos, na periferia oeste do município, transformaram- se em um lixão a céu aberto, com a deposição ilegal de entulhos, lixo doméstico e, até mesmo, de lixo tóxico industrial e farmacêutico. A área contava com uma população de mais de 100 famílias morando em condições subnormais ao entorno e que também depositavam esgoto e lixo doméstico nas pedreiras. Uma das pedreiras desativadas contém um grande lago, de mais de 16mil m², e a outra uma área alagada com características de banhado.

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Fonte: Prefeitura municipal de Ijuí 2012

A região em destaque será transformada em um parque de acesso público (figura 16) com áreas de lazer abrigando estrutura com pistas de caminhada, quadras esportivas, quiosques, salas de reuniões, cinema e biblioteca, além de trazer um beneficio socioambiental para a população da região.

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Figura 16: Mapa do Parque Popular da Pedreira

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que engloba projetos urbanísticos, paisagísticos e de edificações para a urbanização, recuperação ambiental e promoção da inclusão social. Um Plano que foi construído com a participação da população atingida e dos técnicos da municipalidade, e se articula em quatro eixos principais que dão origem aos projetos específicos: habitação social, equipamentos públicos (parque), recuperação ambiental e urbanização. O orçamento para realização do parque popular da pedreira está estimado em cerca de R$ 15.347.200,00 distribuídos nas seguintes áreas:

Urbanização: Urbanização e implantação de serviços públicos e de infraestrutura, tais como a qualificação e complementação da drenagem e redes pluviais; coleta e tratamento de esgoto com duas mini-ETEs nos novos assentamentos; qualificação das redes de abastecimento de água e energia; novo traçado, pavimentação e sinalização das vias existentes, com pistas de rodagem, calçadas, ciclovia, estacionamentos, pontos de transporte coletivo e iluminação pública.

Equipamentos públicos: Implantação da “Praça do PAC” (figura 17) servirá como centro de referência social e cultural das comunidades do entorno. A praça abrigará edificação que reunirá uma Unidade Básica de Saúde, uma Creche e um Posto de Polícia Comunitária, além de outras atividades previstas como: cineteatro, biblioteca, telecentro, CRAS, salas multiuso e espaço para a terceira idade.

Figura 17:Praça do PAC implantação de equipamentos urbanos e qualificação do espaço público.

Referências

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