TÍTULO: DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO: UM ESTUDO SOBRE A DISTRIBUIÇÃO DA RIQUEZA DAS EMPRESAS DO SETOR DE ENERGIA ELÉTRICA LISTADAS NA BM&FBOVESPA
TÍTULO:
CATEGORIA: CONCLUÍDO
CATEGORIA:
ÁREA: CIÊNCIAS SOCIAIS E APLICADAS
ÁREA:
SUBÁREA: Ciências Contábeis
SUBÁREA:
INSTITUIÇÃO(ÕES): FACULDADE DE ESTUDOS SOCIAIS DO ESPÍRITO SANTO - PIO XII
INSTITUIÇÃO(ÕES):
AUTOR(ES): RAIANE DAIANE BARBOSA SOARES, EDILAINE DO ROSARIO JARDIM
AUTOR(ES):
ORIENTADOR(ES): JULYANA GOLDNER NUNES
ORIENTADOR(ES):
COLABORADOR(ES): ADRIANO MARCOS DE SOUZA, ANDREIA ANGELI MORÀO, TAMIRES ENDRINGER
1. RESUMO
A pesquisa trata sobre a Demonstração do Valor Adicionado (DVA), como fonte de informação de distribuição de riqueza das empresas do Setor de Energia Elétrica listadas na BM&FBovespa. Portanto, diante da relevância do setor de Energia Elétrica para o desenvolvimento econômico e social do país, a pesquisa justifica-se na importância da investigação do retorno econômico e social dessa atividade que tem uma grande representatividade para a sociedade empresarial e social e que tende somente a crescer nos próximos anos. Teve como objetivo principal evidenciar e analisar o comportamento da distribuição da riqueza das empresas do Setor de Energia Elétrica listadas na BM&FBovespa nos anos de 2013 e 2017,identificando os principais agentes econômicos para evidenciar a distribuição da riqueza, verificar se houve crescimento ou retração do valor adicionado, e demonstrar a variação do total do valor adicionado distribuído. Como procedimento metodológico, quanto os fins a pesquisa foi exploratória, e quantos os meios, bibliográfica e documental pois as análises foram feitas tendo como base as demonstrações contábeis das empresas do Setor de Energia Elétrica publicadas no site da BM&FBovespa.
2. INTRODUÇÃO
Diante da importância das informações constantes na DVA, à pesquisa foi realizada nas demonstrações do valor adicionado das empresas do setor de energia elétrica, entendendo que o serviço de energia elétrica é essencial para a sociedade, tanto nas residências da sociedade em geral, como também para diversos setores econômicos, sendo de extrema relevância para desenvolvimento do país. De acordo com os dados da revista Exame (2016), a energia elétrica tornou-se a principal fonte de luz, calor e força, sendo também um insumo fundamental utilizado por 79% das sociedades empresariais, e podendo representar até 40% dos seus custos de produção. Sendo assim, a pesquisa justifica-se pela importância da investigação do retorno econômico e social dessa atividade, que tem uma grande representatividade para a sociedade empresarial e social, e que tende somente a crescer nos próximos anos.
3. OBJETIVOS
Esta pesquisa teve como objetivo principal evidenciar e analisar o comportamento da distribuição da riqueza das empresas do Setor de Energia Elétrica listadas na
BM&FBovespa entre os anos de 2013 e 2017. Para consecução do objetivo final, foram trabalhados os seguintes objetivos intermediários: (i) Descrever sobre a Demonstração do Valor Adicionado; (ii) Evidenciar a distribuição da riqueza; (iii) Identificar os principais agentes econômicos; (iv) Verificar se houve crescimento ou retração do valor adicionado; (v) Demonstrar a variação do total do valor adicionado distribuído.
4. METODOLOGIA
A pesquisa se enquadrou quanto aos fins como exploratória qualitativa-descritiva. E quanto aos meios foi classificada como bibliográfica, pois as informações coletadas estavam dispostas em fontes como livros, revistas e artigos; e também documental, pois as análises foram executadas tendo como base as demonstrações contábeis das 57 empresas do Setor de Energia Elétrica publicadas na BM&FBOVESPA no período de 2013 a 2017. Considerando que apenas 20 empresas representam 79,20% do total da riqueza distribuída no período pesquisado, às demais empresas que representam 20,80% da riqueza distribuída foram agrupadas.
5. DESENVOLVIMENTO
A coleta de dados foi realizada no site da BM&FBovespa, onde as informações necessárias foram retiradas das demonstrações contábeis das empresas do segmento de Energia Elétrica, que serviram para análise e obtenção dos resultados da pesquisa. Após a coleta dos dados foi efetuado o tratamento em três etapas: (1) Seleção: foram selecionados os dados nas demonstrações das empresas objetos de estudo; (2) Codificação: os dados foram classificados e agrupados, para que o cálculo pudesse ser feito e os resultados obtidos e (3) Tabulação: os dados foram organizados em planilhas do Excel para facilitar a interpretação e análise, e posteriormente foram apresentados em tabelas e gráficos. A análise dos dados foi feita relacionando as teorias dispostas no referencial teórico. O estudo não pode ser generalizado para os demais setores, bem como não podem ser considerado exercícios anteriores ou subsequentes aos períodos pesquisados.
6. RESULTADOS
Este tópico tem por objetivo evidenciar e analisar a distribuição do valor adicionado pelos segmentos de pessoal, governos, remuneração de capitais de terceiros e
remuneração de capitais próprios, aplicados pelas empresas do setor de Energia da BM&FBovespa nos anos de 2013 a 2017.
O Gráfico 1 ilustra os dados da tabela 1 e demonstra o valor adicionado distribuído pelas empresas do Setor de Energia Elétrica no ano 2013. Destaque para Setor de Governo que obteve a maior parcela de distribuição, apresentando um percentual de 56%, já o Setor Capital Próprio com apenas 7,38%.
GRÁFICO1: Distribuição do Valor Adicionado das empresas de Energia Elétrica ano 2013
(Fonte: Elaborado pelas autoras, 2018).
Conforme demonstrado na Tabela 1, em média o setor que mais recebeu na distribuição do valor adicionado das empresas no ano de 2013 foi o Governo com 56%. Apenas 7 empresas não atingiram a média nesse setor. Nesse contexto vale ressaltar a empresa que menos distribuiu em 2013 foi a AES TIETE ENERGIA AS com 32,73%. Já o setor que menos recebeu na distribuição do valor Adicionado Capital Próprio em média 7,38%. Porém, foi o setor que mais teve representatividade com quinze empresas acima da média.
TABELA 1: Distribuição do Valor Adicionado das empresas de Energia Elétrica ano 2013
(Fonte: Elaborado pelas autoras, 2018.)
O Gráfico 2, ilustra os dados da tabela 2 e demonstra o valor adicionado distribuído pelas empresas do Setor de Energia Elétrica no ano 2014. Destaque para Setor de
16,64% 56,00% 19,97% 7,38% 0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00%
PESSOAL GOVERNO CAPITAL DE TERCEIROS
CAPITAL PRÓPRIO
Governo que obteve a maior parcela de distribuição apresentando um percentual de 57,58%, já o Setor Capital Próprio com apenas 9,52%.
GRÁFICO 2: Distribuição do Valor Adicionado das empresas de Energia Elétrica ano 2014
(Fonte: Elaborado pelas autoras, 2018.)
Conforme demonstrado na Tabela 2, em média o setor que menos recebeu na distribuição do valor adicionado das empresas no ano de 2014foi o Capital Próprio com 9,52%. A empresa que menos distribuiu para o setor foi a CENTRAIS ELET BRAS S.A. com -21,97%, e a que mais distribuiu foi a CEMIG GERAÇÃO E TRANSMISSÃO S.A. com 37%. Nesse contexto vale ressaltar a setor que mais recebeu em 2014 foi Governo com 57,58%.
TABELA 2: Distribuição do Valor Adicionado das empresas de Energia Elétrica ano 2014
(Fonte: Elaborado pelas autoras, 2018.)
O Gráfico 3, ilustra os dados da tabela 3 e demonstra o valor adicionado distribuído pelas empresas do Setor de Energia Elétrica no ano 2015. Destaque novamente para Setor de Governo que obteve a maior parcela de distribuição apresentando um percentual de 64,43%, já o Setor Capital Próprio com apenas 0,47%.
14,01% 57,58% 18,88% 9,52% 0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00% 70,00%
PESSOAL GOVERNO CAPITAL DE TERCEIROS
CAPITAL PRÓPRIOS
GRÁFICO 3: Distribuição do Valor Adicionado das empresas de Energia Elétrica ano 2015
(Fonte: Elaborado pelas autoras, 2018.)
Conforme demonstrado na Tabela 3, em média o setor que menos recebeu na distribuição do valor adicionado das empresas no ano de 2015 foi o Capital Próprio com 0,47%. A empresa que mais contribuiu para a proporção desse percentual foi a CENTRAIS ELET BRAS S.A. com -74,95%. Pode-se dizer também que a CENTRAIS ELET BRAS S.A. exerceu suas atividades utilizando somente Capital de Terceiros, pois na distribuição o setor contribuiu com 99,58%. Nesse contexto vale ressaltar a setor que mais recebeu em 2015 foi Governo com 64,43%.
TABELA 3: Distribuição do Valor Adicionado das empresas de Energia Elétrica ano 201
(Fonte: Elaborado pelas autoras, 2018.) 9,43%
64,43%
25,67%
0,47%
PESSOAL GOVERNO CAPITAL DE TERCEIROS
CAPITAL PRÓPRIOS
O Gráfico 4, ilustra os dados da tabela 4 e demonstra o valor adicionado distribuído pelas empresas do Setor de Energia Elétrica no ano 2016. Destaque novamente para Setor de Governo que obteve a maior parcela de distribuição apresentando um percentual de 61,39%, já o Setor Capital Próprio com apenas 7,52%.
GRÁFICO 4: Distribuição do Valor Adicionado das empresas de Energia Elétrica ano 2016
(Fonte: Elaborado pelas autoras, 2018.)
Conforme demonstrado na Tabela 4, em média o setor que mais recebeu na distribuição do valor adicionado das empresas no ano de 2016 foi o Governo em com 61,39%. As empresas que mais distribuíram para esse setor foram ELETROPAULO METROP. ELET. SÃO PAULO S. com 81,84%,LIGHT S.A. com 87,07%, e a LIGHT SERVICOS DE ELETRICIDADE S.A. com87,40%. Nesse contexto vale ressaltar a empresa que menos distribuiu em 2016 foi a ENGIA BRASIL ENERGIA S.A.com 34,60%. Já o setor que menos recebeu na distribuição do valor Adicionado Capital Próprio em média 7,52%.
TABELA 4: Distribuição do Valor Adicionado das empresas de Energia Elétrica ano 2016
(Fonte: Elaborado pelas autoras, 2018.) 9,21% 61,39% 21,88% 7,52% 0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00% 70,00%
PESSOAL GOVERNO CAPITAL DE TERCEIROS
CAPITAL PRÓPRIOS
O Gráfico 5, ilustra os dados da tabela 5 e demonstra o valor adicionado distribuído pelas empresas do Setor de Energia Elétrica no ano 2017. Destaque para Setor de Governo que obteve a maior parcela de distribuição apresentando um percentual de 64,47%, e para o Setor Capital Próprio com apenas 5,57%.
GRÁFICO 5: Distribuição do Valor Adicionado das empresas de Energia Elétrica ano 2017
(Fonte: Elaborado pelas autoras, 2018.)
Conforme demonstrado na Tabela 5, em média o setor que mais recebeu na distribuição do valor adicionado das empresas no ano de 2017 foi o Governo em com 64,47%. As empresas que mais distribuíram para esse setor foram CEMIG DISTRIBUIÇÃO S.A com 83,38%,LIGHT S.A. com83,06%, e a LIGHT SERVICOS DE ELETRICIDADE S.A. com 83,89%. Nesse contexto vale ressaltar a empresa que menos distribuiu para o setor em 2017 foi a CENTRAIS ELET BRAS S.A. com 31,21%. Já o setor que menos recebeu na distribuição do valor Adicionado Capital Próprio em média 5,57%.
TABELA 5: Distribuição do Valor Adicionado das empresas de Energia Elétrica ano 2017
(Fonte: Elaborado pelas autoras, 2018.)
O gráfico 6, demonstra variação da distribuição do valor adicionado total das empresas do setor de energia elétrica entre os anos de 2013 a 2017. O segmento
10,84%
64,47%
19,12%
5,57%
PESSOAL GOVERNO CAPITAL DE TERCEIROS
CAPITAL PRÓPRIOS
que destacou foi o Governo com maior percentual em média de 60,77%. Sendo assim, pode-se dizer que maior parte da distribuição das empresas refere-se a impostos e taxas, demonstrando como a carga tributária das empresas é expressiva.
GRÁFICO 6: Distribuição do Valor Adicionado das empresas de Energia Elétrica
(Fonte: Elaborado pelas autoras, 2018.)
No Gráfico 7 pode-se visualizar com mais clareza que o setor de energia elétrica aumentou sua capacidade de distribuição do valor adicionado em 13,9 pontos percentuais que equivalem a 116% no período de 2013 a 2016. Já de 2016 para 2017 teve uma diminuição 2,73 pontos percentuais que equivalem 10,55% na distribuição.
GRÁFICO 7: Distribuição do Valor Adicionado das empresas de Energia Elétrica
(Fonte: Elaborado pelas autoras, 2018.)
Conforme demonstrado na Tabela 6, o setor de energia elétrica distribuiu R$ 991.213.575nos anos de 2013 a 2017, o ano que mais houve a distribuição foi em 2016 com 25,88% do total distribuído do período analisado.
O setor de energia elétrica é composto por 57 empresas listadas na BM&F BOVESPA, 79,20% do valor total de distribuição corresponde a 20 empresas listadas na tabela. As empresas que se destacaram foram a CENTRAIS ELET BRAS
16,64% 14,01% 9,43% 9,21% 10,84% 56,00% 57,58% 64,43% 61,39% 64,47% 19,97% 18,88% 25,67% 21,88% 19,12% 7,38% 9,52% 0,47% 7,52% 5,57% 2013 2014 2015 2016 2017 Pessoal Governo
Capitais de Terceiros Capitais Próprios
11,98% 14,39% 24,59% 25,88% 23,15% 0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00% 30,00% 2013 2014 2015 2016 2017
S.A. com valor distribuído de R$ 68.026.538,00 entre os anos analisados, e que em 2017 foi distribuído 36,05% desse valor, a CEMIG GERAÇÃO E TRANSMISSÃO S.A. com R$ 64.549.264,00, a CIA PARANAENSE DE ENERGIA - COPEL com R$ 57.621.250,00 e a CIA ENERGETICA DE MINAS GERAIS – CEMIG com R$ 52.037.155,00, essas empresas representam 24% que equivalem a ¼ do valor total de distribuição.
TABELA 6: Distribuição do Valor Adicionado das empresas de Energia Elétrica
(Fonte: Elaborado pelas autoras, 2018.)
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estudo teve como base as demonstrações contábeis das empresas do setor de energia elétrica com foco na DVA, visando evidenciar a distribuição da riqueza, identificando os principais agentes econômicos, para verificar se houve crescimento ou retração do valor adicionado.
Os resultados obtidos atendem ao objetivo geral e também aos objetivos específicos, quando se conclui que as empresas incluídas na amostra deste estudo destinam a maior parte do valor adicionado produzido para pagamento de impostos e taxas ao governo, com média de 60,77% da distribuição total analisada, sendo este o elemento que recebe mais da metade da riqueza produzida pelas empresas o que permite inferir que a carga tributária imposta ao setor consome boa parte da riqueza por elas gerada.
O estudo também permitiu concluir que, ao demonstrar a variação do total do valor adicionado distribuído, o setor de energia elétrica aumentou a distribuição do valor adicionado em 13,9 pontos percentuais, que equivalem a 116% no período de 2013 a 2016. Já de 2016 para 2017 teve uma diminuição 2,73 pontos percentuais que equivalem 10,55% na distribuição. Com isso pode-se observar que o setor de energia elétrica vem crescendo cada vez mais, que investimentos estão sendo recebidos do exterior por estas empresas, que as menos auxiliam no crescimento da economia e proporcionam geração de empregos.
A realização deste estudo proporciona valiosos aprendizados, pois a Demonstração do Valor Adicionado é um relevante relatório na divulgação de dados importantes, tanto para sociedade em geral quanto para os profissionais que de alguma forma dela se utilizam.
8. FONTES CONSULTADAS
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BRASIL. Lei nº 11638, de 28 de dezembro de 2007. Lei Nº 11.638, de 28 de
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BRASIL, BM&FBovespa. Disponível em:
<http://www.brasil.gov.br/economia-e-emprego/2009/11/bm-f-Bovespa> Acesso em 29 de outubro de 2017 às 18:59.
CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino. Metodologia cientifica. 5. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2002.
CPC- COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Pronunciamento Técnico
CPC 09- Demonstração do Valor Adicionado (DVA). (2008). Disponível em:
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=40. Acesso em 20 out. 2017.
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FORTUNA, Eduardo. Mercado Financeiro Produtos e Serviços. 19. Ed. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2014.
RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade Avançada. 6. Ed. Saraiva, São Paulo – 2018. SANTOS, Ariovaldo dos. Demonstração do valor adicionado: como elaborar e analisar a DVA. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2007. 268 p