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REVISÃO - META 6 META 6

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Academic year: 2021

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PONTOS PARA REVISAR - META 06

DISCIPLINA PONTOS REVISADO

DIREITO CONSTITUCIONAL

Direito Internacional de Direitos Humanos e Direito Constitucional brasileiro. Mecanismos de proteção aos direitos humanos na Constituição Federal Brasileira de 1988. Federalização de crimes graves contra os Direitos Humanos.

( )

CONSUMIDOR Infrações penais no CDC. ( )

CRIANÇA E

ADOLESCENTE ECA parte II. ( )

DIREITO PENAL Prescrição. ( )

DIREITO PENAL Medidas alternativas à prisão. Pena restritiva de direitos. Efeitos da condenação. Confisco alargado de bens. ( )

DIREITO CIVIL Direitos Reais. ( )

DIREITO

(3)

IDC (INCIDENTE DE DESLOCAMENTO DE COMPETÊNCIA)

O QUE SIGNIFICA O IDC? QUANDO INGRESSOU NO ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO?

O QUE SIGNIFICA “CLÁUSULA FEDERAL”?

ELEMENTOS PRINCIPAIS DO INCIDENTE DE DESLOCAMENTO DE COMPETÊNCIA

1) Legitimidade exclusiva de propositura do Procurador-Geral da República;

2) Competência privativa do Superior Tribunal de Justiça, para conhecer e decidir, com recurso ao STF (recurso extraordinário);

3) Abrangência cível ou criminal dos feitos deslocados, bem como de qualquer espécie de direitos humanos (abarcando todas as gerações de direitos) desde que se refiram a casos de “graves violações” de tais direitos;

4) Permite o deslocamento na fase pré-processual (ex.: inquérito policial ou inquérito civil público) ou já na fase processual;

5) Relaciona-se ao cumprimento de obrigações decorrentes de tratados de direitos humanos celebrados pelo Brasil;

6) Fixa a competência da Justiça Federal e do Ministério Público Federal para atuar no feito deslocado.

Quando será deferido o IDC segundo André de Carvalho Ramos (2018, p. 601/602):1

(4)

QUANDO O DESLOCAMENTO SERÁ DEFERIDO? i) Quando houver grave violação aos direitos humanos; e

ii) Quando estiver evidenciada uma conduta das autoridades estaduais reveladora de falha proposital ou por negligência, imperícia, imprudência na condução de seus atos, que vulnerem o direito a ser protegido, ou ainda que revele demora injustificada na investigação ou prestação jurisdicional, gerando o risco de responsabilização internacional do Brasil, por descumprimento de nossas obrigações internacionais de direitos humanos.

IMPORTANTE: Não basta que ocorra uma grave violação de direitos humanos. É necessário que a conduta da autoridade estadual revele comportamento reprovável que amesquinhe as obrigações internacionais sobre direitos humanos assumidas pelo estado brasileiro, exigindo a demonstração concreta de risco de descumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais firmados pelo Brasil, resultante da inércia, negligência, falta de vontade política ou de condições reais do Estado-membro, por suas instituições, em proceder à devida persecução penal.

Com isso, na medida em que haja inércia ou dificuldades materiais aos agentes locais, pode o Chefe do Ministério Público Federal, o Procurador-Geral da República, requerer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) o deslocamento do feito, em qualquer fase e de qualquer espécie (cível ou criminal) para a Justiça Federal.

Ressalto que nem sempre a inércia nas investigações ou processamento ocorre por dolo ou culpa das autoridades locais. Não raras vezes, até existe a vontade de se proceder às averiguações necessárias, mas falta aparato para tanto (como recursos materiais e humanos).

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IDC N. 1 - DOROTHY STANG

Dorothy Stang foi uma missionária norte-americana, símbolo da luta em favor da reforma agrária no Brasil.

O IDC foi indeferido pelo STJ, pois entendeu-se que as autoridades estaduais estavam desempenhando todos os esforços para a resolução do caso.

De fato, em 2010, houve a condenação de Pereira Galvão, acusado de ser o mandante do crime contra a missionária (em 2017 o STJ redefiniu a dosimetria de sua pena e, atualmente, aguarda-se o trânsito em julgado definitivo).

IDC N.2 - MANOEL MATOS

Manoel Mattos era defensor dos direitos humanos e atuava contra grupos de extermínios. Foi morto em 2009.

Foi o primeiro IDC a ser deferido pelo STJ. O caso saiu da esfera estadual e foi para a Justiça Federal da Paraíba.

IDC N. 3 - GRUPOS DE EXTERMÍNIO EM GOIÁS

Esse IDC guarda relação com a violência policial praticada por grupos de extermínio em Goiás. O STJ julgou parcialmente procedente.

IDC N. 4 - MINISTRO DO TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE PERNAMBUCO

Um Ministro do TCE/PE foi quem propôs o IDC, tendo em vista alguns atos praticados pelo TCE/PE. Foi indeferido por ilegitimidade ativa, já que apenas o PGR, como vimos, tem legitimidade.

IDC N. 5 - THIAGO FARIA SOARES

Lamentável caso do professor e Promotor de Justiça Thiago Faria Soares, que foi executado por grupo de extermínio que agia no interior do Estado de Pernambuco, em região conhecida como “Triângulo da Pistolagem”. O IDC foi deferido.

IDC N. 10 - CHACINA DO CABULA

Ao apresentar o pedido de IDC ao STJ, o MPF alegou ter indícios de que a Polícia Militar baiana promoveu uma execução sem chance de defesa das vítimas. O STJ, no final de 2018, indeferiu o IDC.

IDC N. 14 - GREVE DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

Em 2017, a PM realizou greve por 20 dias no Estado do Espírito Santo, o que causou mortes, roubos, saques, entre outros crimes e prejuízos aos moradores daquele estado. O PGR solicitou o deslocamento das investigações para a Justiça Militar da União ou para a Justiça Federal. O STJ, em 2018, indeferiu o IDC.

(6)

O QUE FOI DECIDIDO NO IDC DO CASO MARIELLE FRANCO? HÁ ALGUMA MEDIDA CAUTELAR EMITIDA PELA COMISSÃO IDH EM FAVOR DOS FAMILIARES DE MARIELLE FRANCO E CONTRA

O BRASIL?

BLOCO DE CONSTITUCIONALIDADE

“Bloco de Constitucionalidade” é uma expressão que foi cunhada por Louis Favoreau, referindo-se a todas as normas do ordenamento jurídico francês que tivessem status constitucional.

BLOCO DE CONSTITUCIONALIDADE

EM SENTIDO ESTRITO EM SENTIDO AMPLO Na visão de Canotilho, o bloco em sentido

estrito é utilizado como sinônimo de parâmetro para fins de controle de constitucionalidade. Seriam as normas do texto da Constituição e os tratados internacionais aprovados na forma do art. 5ª, §3º, da CF/88, etc.

Em sentido amplo, a expressão abrange não apenas normas formalmente constitucionais, mas, também, aquelas que tratem de matéria constitucional ainda que estejam fora da constituição.

Nesse sentido, teríamos abrangidos dentro desse bloco os tratados de direitos humanos (mesmo não aprovados pelo rito das emendas) e demais normas infraconstitucionais que versem sobre assuntos constitucionais (como os dispositivos do Código Civil que dispõem sobre direitos da personalidade, corolários da dignidade da pessoa humana – art. 1º, III, CRFB). ATENÇÃO: autores como Flávia Piovesan e Valério Mazzuoli entendem que os tratados internacionais de direitos humanos não aprovados pelo rito das emendas, ainda assim integram o bloco de constitucionalidade.

DETALHE IMPORTANTE: o STF reconheceu, por maioria, a natureza dos tratados internacionais sobre direitos humanos pactuados pelo Brasil antes da inserção do § 3º ao art. 5º da Constituição como tendo “caráter especial desses diplomas internacionais sobre direitos humanos lhes reserva um lugar específico no ordenamento jurídico, estando abaixo da Constituição, porém acima da legislação interna. O status normativo supralegal dos tratados internacionais de direitos humanos subscritos pelo Brasil torna inaplicável a legislação infraconstitucional com ele conflitante, seja ela anterior ou posterior ao ato de adesão”.

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TRAPÉZIO NORMATIVO

Conforme Flávia Piovesan, o ordenamento jurídico, em vez de ser visto como uma pirâmide, em que a CRFB ocupa seu topo, servindo de referência aos demais diplomas legais, deveria ser visto como um trapézio: ao lado da CRFB, os Tratados Internacionais de Direitos Humanos seriam tão importantes quanto, servindo igualmente de referência aos demais diplomas normativos previstos no ordenamento jurídico.

Conforme se depreende, a teoria é contrária ao disposto no art. 5º, §3º, da CF/88, que assevera que somente tratados de direitos humanos aprovados pelo rito de EC teriam status constitucional. Ocorre que na doutrina internacional, se defende cada vez mais que, na verdade, todo Tratado de Direitos Humanos, por sua importância, possui natureza constitucional por si só, independentemente do procedimento de internalização.

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES SOBRE O TEMA

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CRIMES NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR

QUEM RESPONDE PELOS CRIMES CONTRA O CONSUMIDOR? OS CRIMES DO CDC SÃO DE PERIGO ABSTRATO? APRESENTE CRÍTICAS

OMISSÃO DE DIZERES OU SINAIS

Art. 63. Omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a nocividade ou periculosidade de produtos, nas embalagens, nos invólucros, recipientes ou publicidade:

Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa.

§ 1º Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de alertar, mediante recomendações escritas ostensivas, sobre a periculosidade do serviço a ser prestado.

Sujeito ativo: crime próprio, se considerarmos que apenas pratica o delito quem é o responsável (fornecedor) por fazer constar os dizeres ou sinais ostensivos nas embalagens, invólucros ou recipientes. Na última modalidade, publicidade, o dispositivo refere-se ao anunciante (pois de nada adiantaria o fornecedor fazer constar tais informações e quem faz a publicidade ocultá-las).

Objeto material: o produto que teve as informações relevantes omitidas. Núcleos: omitir, consubstanciando-se em uma omissão do agente.

HÁ PREVISÃO DO CRIME DE OMISSÃO DE DIZERES OU SINAIS EM SUA FORMA CULPOSA?

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DEIXAR DE COMUNICAR A NOCIVIDADE/PERICULOSIDADE

Art. 64. Deixar de comunicar à autoridade competente e aos consumidores a nocividade ou periculosidade de produtos cujo conhecimento seja posterior à sua colocação no mercado:

Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa.

Parágrafo único. Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de retirar do mercado, imediatamente

quando determinado pela autoridade competente, os produtos nocivos ou perigosos, na forma deste artigo.

Sujeito ativo: crime próprio, se considerarmos que apenas pratica o delito quem é o responsável (fornecedor) por comunicar à autoridade E aos consumidores sobre nocividade ou periculosidade do produto descobertas após sua colocação no mercado.

Objeto material: o produto que teve a periculosidade ou nocividade detectada posteriormente à sua colocação no mercado.

Núcleos: deixar de comunicar, consubstanciando-se em uma omissão do agente.

Conduta derivada: o parágrafo único trata de uma modalidade em que o agente deixa de retirar do mercado os produtos referidos no artigo de forma IMEDIATA após ordem da autoridade.

O QUE SIGNIFICA “IMEDIATAMENTE” NO PARÁGRAFO ÚNICO DO ART. 64 DO CDC?

SERVIÇO PERIGOSO CONTRÁRIO À DETERMINAÇÃO DA AUTORIDADE

Art. 65. Executar serviço de alto grau de periculosidade, contrariando determinação de autoridade competente:

Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa.

§ 1º As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à lesão corporal e à morte. (Redação dada pela Lei nº 13.425, de 2017)

§ 2º A prática do disposto no inciso XIV do art. 39 desta Lei também caracteriza o crime previsto no caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.425, de 2017)

Sujeito ativo: crime comum, de maneira que qualquer pessoa que executar o serviço de alto grau de periculosidade (ainda que não seja um fornecedor propriamente dito do serviço), em contrariedade às determinações da autoridade competente, estará praticando, em tese, o referido delito.

Objeto material: o serviço executado, de alto grau de periculosidade, em contrariedade às determinações da autoridade.

Núcleo: Executar o serviço.

AFIRMAÇÃO FALSA OU ENGANOSA

Art. 66. Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir informação relevante sobre a natureza, característica, qualidade, quantidade, segurança, desempenho, durabilidade, preço ou garantia de produtos ou serviços:

Pena - Detenção de três meses a um ano e multa.

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Sujeito ativo: crime próprio, se considerarmos que apenas pratica o delito quem é o responsável (fornecedor) por fazer a afirmação falsa ou enganosa, ou omitir informação relevante2.

Objeto material: a afirmação falsa que foi transmitida ou a informação verdadeira que foi omitida. Núcleos: Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir informação.

Conduta derivada: se o agente patrocinar a oferta, ainda que não seja o fornecedor real, fabricante, produtor, etc., também será responsabilizado.

PREVISÃO CULPOSA § 2º Se o crime é culposo;

Pena - Detenção de um a seis meses ou multa.

PUBLICIDADE ENGANOSA/ABUSIVA

Art. 67. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser enganosa ou abusiva: Pena - Detenção de três meses a um ano e multa.

Sujeito ativo: crime comum, de maneira que qualquer pessoa que faça ou promova publicidade sabidamente, ou que deveria saber, enganosa ou abusiva responde pelo crime.

Objeto material: a publicidade enganosa ou abusiva feita. Núcleos: Fazer ou promover a publicidade enganosa ou abusiva.

RESPONDA PUFFING É ABUSIVO? Explique. MERCHAN É ABUSIVO? Explique. O QUE É TEASER?

PUBLICIDADE CAPAZ DE INDUZIR A ERRO

Art. 68. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa a sua saúde ou segurança:

Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa.

Sujeito ativo: crime comum, de maneira que qualquer pessoa que faça ou promova publicidade sabidamente, ou que deveria saber, capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma

2 Na análise dos crimes do CDC, devemos sempre ter em conta que o legislador pune condutas atinentes ao

mercado do consumidor e não, por exemplo, numa situação em que um particular revende um produto seu para outro particular (eis que nesse caso não incide o CDC). Então, por exemplo, se um particular faz afirmação falsa sobre um veículo seu que ele quer vender mais rápido, não incide o art. 66, CDC, mas sim, a depender das circunstâncias fáticas, o art. 171 do CP.

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prejudicial ou perigosa a sua saúde ou segurança responde pelo crime.

Objeto material: a publicidade capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa a sua saúde ou segurança

Núcleos: Fazer ou promover a publicidade referida.

FAÇA UMA OBSERVAÇÃO IMPORTANTE

AUSÊNCIA DE DADOS EM PUBLICIDADE

Art. 69. Deixar de organizar dados fáticos, técnicos e científicos que dão base à publicidade: Pena - Detenção de um a seis meses ou multa.

Sujeito ativo: crime próprio, de maneira que pratica o crime o fornecedor que não organiza os dados que embasam a publicidade de seus produtos ou serviços (é um dever seu possuir tais dados).

Objeto material: os dados que deixaram de ser organizados.

Núcleos: Deixar de organizar, consubstanciando-se em uma conduta omissiva.

COLOCAR PEÇAS USADAS SEM AUTORIZAÇÃO

Art. 70. Empregar na reparação de produtos, peça ou componentes de reposição usados, sem autorização do consumidor:

Pena - Detenção de três meses a um ano e multa.

Sujeito ativo: crime próprio, de maneira que pratica o crime o fornecedor que emprega peça ou componente de reposição usado sem autorização do consumidor na reparação de produtos. Objeto material: as peças ou componentes usados que foram empregados no reparo. Núcleos: Empregar as peças ou componentes usados.

Professor, e se as peças ou componentes forem falsificados? Como o delito apenas se refere às peças ou componentes USADOS, nada dizendo respeito às peças falsificadas, não poderá o agente ser responsabilizado pelo presente delito (vedação à analogia in malam partem). Contudo, poderá o agente ser enquadrado em outro delito, a depender das circunstâncias fáticas, como estelionato.

COBRANÇA DE DÍVIDAS DE MANEIRA VEXATÓRIA/CONSTRANGEDORA

Art. 71. Utilizar, na cobrança de dívidas, de ameaça, coação, constrangimento físico ou moral, afirmações falsas incorretas ou enganosas ou de qualquer outro procedimento que exponha o consumidor, injustificadamente, a ridículo ou interfira com seu trabalho, descanso ou lazer:

Pena - Detenção de três meses a um ano e multa.

Sujeito ativo: crime próprio, de maneira que pratica o crime o fornecedor que cobra dívida pelas formas tratadas no caput.

Objeto material: as dívidas cobradas pelas maneiras trazidas no dispositivo. Núcleos: Utilizar na cobrança de dívidas os métodos trazidos pelo dispositivo legal.

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DEIXAR DE ENTREGAR AO CONSUMIDOR O TERMO DE GARANTIA É CRIME?

Pessoal, no CDC há agravantes específicas (diferentes das agravantes previstas no Código Penal). Em provas objetivas costumam ser cobradas essas agravantes, portanto vamos trazer as agravantes do CDC ao lado das agravantes do Código Penal, a fim de que vocês possam compará-las.

AGRAVANTES DO CÓDIGO PENAL AGRAVANTES DO CDC

A reincidência. Serem cometidos em época de grave crise econômica ou por ocasião de calamidade. Quando o crime for praticado por motivo fútil

ou torpe. Ocasionarem grave dano individual ou coletivo.

Quando praticado para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou

vantagem de outro crime. Dissimular-se a natureza ilícita do procedimento.

À traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa do ofendido.

Quando cometidos:

a) por servidor público, ou por pessoa cuja condição econômico-social seja manifestamente superior à da vítima;

b) em detrimento de operário ou rurícola3; de

menor de dezoito ou maior de sessenta anos ou de pessoas portadoras de deficiência mental interditadas ou não.

Quando cometido com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que podia resultar perigo

comum. Serem praticados em operações que envolvam

alimentos, medicamentos ou quaisquer outros produtos ou serviços essenciais.

Quando cometido com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que podia resultar perigo comum.

Praticado com emprego de veneno, fogo,

3 Tal agravante parte do pressuposto de que todo operário ou rurícola possui uma capacidade de discernimento

menor do que os ocupantes de outras profissões, o que fere o princípio da isonomia e, por isso, deve ser considerada inconstitucional. No máximo, poderia incidir apenas se ficasse comprovado no caso concreto uma vulnerabilidade EXACERBADA desse consumidor (digo exacerbada pois, a rigor, todo consumidor é vulnerável, presunção essa que é iure et de iure – absoluta).

(13)

explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que podia resultar perigo comum. Praticado contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge.

Cometido com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade, ou com violência contra a mulher na forma da lei específica.

Cometido com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão.

Praticado contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida.

Quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade.

Em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer calamidade pública, ou de desgraça particular do ofendido.

Em estado de embriaguez preordenada.

PRIVATIVAS DE LIBERDADE MULTA RESTRITIVA DE DIREITO

DETENÇÃO

Correspondente ao mínimo e ao máximo de dias de duração da pena privativa da liberdade cominada ao crime.

Na individualização desta multa, o juiz observará o disposto no art. 60, §1º do Código Penal.

I - A interdição temporária de direitos;

II - A publicação em órgãos de comunicação de grande circulação ou audiência, às expensas do condenado, de notícia sobre os fatos e a condenação;

III - A prestação de serviços à comunidade.

Observa-se a regra do Código Penal para fins de substituição.

VALOR DA FIANÇA

a) Reduzida até a metade do seu valor mínimo. b) aumentada pelo juiz até vinte vezes.

AÇÃO PENAL: Apesar de serem os crimes de ação penal pública incondicionada, poderão intervir, como assistentes do Ministério Público, os legitimados indicados no art. 82, inciso III e IV, aos quais também é facultado propor ação penal subsidiária, se a denúncia não for oferecida no prazo legal

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ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL

Segundo a doutrina4 (p. 116), o acolhimento institucional consiste na colocação de crianças e

adolescentes em programas próprios quando não seja possível sua manutenção na família natural ou quando esgotadas as possibilidades de inserção na família natural e extensa ou mesmo a impossibilidade de acolhimento familiar prévio, de forma temporária e excepcional. A criança ou adolescente encaminhados a acolhimento institucional somente poderão ser aceitos mediante o preenchimento da guia de acolhimento expedida pela autoridade judiciária (com exceção da situação prevista no art. 93 do ECA5), com imediata elaboração do Plano Individual de Atendimento, visando a

reintegração familiar.

NO ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL, O QUE SIGNIFICA O “PIA”?

PREFERÊNCIA NO ACOLHIMENTO FAMILIAR

Nos termos do art. 34, § 1º do ECA, a inclusão da criança ou adolescente em programas de acolhimento familiar terá preferência a seu acolhimento institucional, observado, em qualquer caso, o caráter temporário e excepcional da medida. Neste caso, a pessoa ou casal cadastrado no programa de acolhimento familiar poderá receber a criança ou adolescente mediante guarda, observado o disposto nos arts. 28 a 33 do ECA.

4 Zapata, Fabiana Botelho. Direitos da criança e do adolescente/Fabiana Botelho Zapata, Flávio Américo

Frasseto; coordenação Marcos Vinícius Manso Lopes Gomes. – São Paulo: Saraiva, 2016. – (Coleção defensoria pública: ponto a ponto, p. 116).

5 Art. 93. As entidades que mantenham programa de acolhimento institucional poderão, em caráter excepcional

e de urgência, acolher crianças e adolescentes sem prévia determinação da autoridade competente, fazendo comunicação do fato em até 24 (vinte e quatro) horas ao Juiz da Infância e da Juventude, sob pena de responsabilidade. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência.

Parágrafo único. Recebida a comunicação, a autoridade judiciária, ouvido o Ministério Público e se necessário com o apoio do Conselho Tutelar local, tomará as medidas necessárias para promover a imediata reintegração familiar da criança ou do adolescente ou, se por qualquer razão não for isso possível ou recomendável, para seu encaminhamento a programa de acolhimento familiar, institucional ou a família substituta, observado o disposto no § 2º do art. 101 desta Lei.

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VOCÊ LEMBRA O QUE SIGNIFICA “APADRINHAMENTO”? ESCREVA AQUI!

Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta descrita como crime ou contravenção penal.

Art. 104. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às medidas previstas nesta Lei.

Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, deve ser considerada a idade do adolescente à data do fato. Art. 105. Ao ato infracional praticado por criança corresponderão as medidas previstas no art. 101.

O QUE SIGNIFICA “TIPICIDADE DELEGADA?”

I - advertência;

II - obrigação de reparar o dano; III - prestação de serviços à comunidade;

IV - liberdade assistida;

V - inserção em regime de semiliberdade; VI - internação em estabelecimento educacional; VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI.

ADVERTÊNCIA

ECA: Art. 114, Parágrafo único. A advertência poderá ser aplicada sempre que houver prova da materialidade e indícios suficientes da autoria.

ECA: Art. 115. A advertência consistirá em admoestação verbal, que será reduzida a termo e assinada.

ATOS INFRACIONAIS

ESPÉCIES DE MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS

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QUAIS AS CRÍTICAS AO PARÁGRAFO ÚNICO DO ART. 114 DO ECA?

OBRIGAÇÃO DE REPARAR O DANO

Art. 116. Em se tratando de ato infracional com reflexos patrimoniais, a autoridade poderá determinar, se for o caso, que o adolescente restitua a coisa, promova o ressarcimento do dano, ou, por outra forma, compense o prejuízo da vítima.

Parágrafo único. Havendo manifesta impossibilidade, a medida poderá ser substituída por outra adequada.

Lembram Fabiana e Frasseto6 que no descumprimento da medida de reparação de dano, não há que

se falar em imposição de internação-sanção. Isso porque, por ser medida de execução instantânea, o descumprimento não pode ser considerado reiterado. Além disso, a lei prevê expressamente a substituição da medida antes imposta por outra, não havendo outra decisão a ser proferida.

O QUE EU PRECISO LEMBRAR PARA PROVA...

PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À COMUNIDADE

Art. 117. A prestação de serviços comunitários consiste na realização de tarefas gratuitas de interesse geral, por período não excedente a seis meses, junto a entidades assistenciais, hospitais, escolas e outros estabelecimentos congêneres, bem como em programas comunitários ou governamentais. Parágrafo único. As tarefas serão atribuídas conforme as aptidões do adolescente, devendo ser cumpridas durante jornada máxima de oito horas semanais, aos sábados, domingos e feriados ou em dias úteis, de modo a não prejudicar a frequência à escola ou à jornada normal de trabalho.

6 Zapata, Fabiana Botelho. Direitos da criança e do adolescente/Fabiana Botelho Zapata, Flávio Américo

Frasseto; coordenação Marcos Vinícius Manso Lopes Gomes. – São Paulo: Saraiva, 2016. – (Coleção defensoria pública: ponto a ponto, p. 130).

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LIBERDADE ASSISTIDA

Importante medida socioeducativa prevista no art. 118 do ECA. A liberdade assistida será adotada sempre que se afigurar a medida mais adequada para o fim de acompanhar, auxiliar e orientar o adolescente. Anote-se que a autoridade designará pessoa capacitada para acompanhar o caso, a qual poderá ser recomendada por entidade ou programa de atendimento.

DIFERENCIE OS PRAZOS DA LIBERDADE ASSISTIDA DA MEDIDA DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À COMUNIDADE

PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À COMUNIDADE LIBERDADE ASSISTIDA

Máximo de 6 meses.

Devendo ser cumpridas durante jornada máxima de 8 horas semanais, aos sábados, domingos e feriados ou em dias úteis.

Mínimo de 6 meses.

Entende-se que o prazo máximo não pode ser superior a 3 anos (prazo máximo previsto para internação).

Art. 118. A liberdade assistida será adotada sempre que se afigurar a medida mais adequada para o fim de acompanhar, auxiliar e orientar o adolescente.

§ 1º A autoridade designará pessoa capacitada para acompanhar o caso, a qual poderá ser recomendada por entidade ou programa de atendimento.

§ 2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo de seis meses, podendo a qualquer tempo ser prorrogada, revogada ou substituída por outra medida, ouvido o orientador, o Ministério Público e o defensor.

Art. 119. Incumbe ao orientador, com o apoio e a supervisão da autoridade competente, a realização dos seguintes encargos, entre outros:

I - promover socialmente o adolescente e sua família, fornecendo-lhes orientação e inserindo-os, se necessário, em programa oficial ou comunitário de auxílio e assistência social;

II - supervisionar a frequência e o aproveitamento escolar do adolescente, promovendo, inclusive, sua matrícula;

III - diligenciar no sentido da profissionalização do adolescente e de sua inserção no mercado de trabalho;

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IV- apresentar relatório do caso

SÚMULA IMPORTANTE: Importante lembrarmos do Enunciado nº 605 da Súmula do STJ, aprovada em 14/03/2018: “A superveniência da maioridade penal não interfere na apuração de ato infracional nem

na aplicabilidade de medida socioeducativa em curso, inclusive na liberdade assistida, enquanto não atingida a idade de 21 anos”.

REGIME DE SEMILIBERDADE

O regime de semiliberdade está previsto no art. 120 do ECA. Saiba que ele pode ser determinado desde o início, ou como forma de transição para o meio aberto, possibilitada a realização de atividades externas, independentemente de autorização judicial.

O QUE SIGNIFICA “INCOMPLETUDE INSTITUCIONAL”?

Art. 120, ECA. O regime de semiliberdade pode ser determinado desde o início, ou como forma de transição para o meio aberto, possibilitada a realização de atividades externas, independentemente de autorização judicial.

§ 1º São obrigatórias a escolarização e a profissionalização, devendo, sempre que possível, ser utilizados os recursos existentes na comunidade.

§ 2º A medida não comporta prazo determinado aplicando-se, no que couber, as disposições relativas à internação.

INTERNAÇÃO

A internação OBEDECE aos seguintes princípios: 1. Princípio de brevidade;

2. Princípio da excepcionalidade e;

3. Princípio do respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento.

Será permitida a realização de atividades externas, a critério da equipe técnica da entidade, salvo expressa determinação judicial em contrário. Portanto, a regra é a de que SÃO PERMITIDAS ATIVIDADES EXTERNAS.

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A medida não comporta prazo determinado, assim como a liberdade assistida, devendo sua manutenção ser reavaliada mediante decisão fundamentada, no máximo a cada 6 meses. Segundo o §3º do art. 121 do ECA, em nenhuma hipótese o período máximo de internação excederá a 3 anos. Art. 121, ECA. A internação constitui medida privativa da liberdade, sujeita aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento.

§ 1º Será permitida a realização de atividades externas, a critério da equipe técnica da entidade, salvo expressa determinação judicial em contrário.

§ 2º A medida não comporta prazo determinado, devendo sua manutenção ser reavaliada, mediante decisão fundamentada, no máximo a cada seis meses.

§ 3º Em nenhuma hipótese o período máximo de internação excederá a três anos.

FAÇA UMA OBSERVAÇÃO IMPORTANTE

Art. 122, ECA. A medida de internação só poderá ser aplicada quando:

I - tratar-se de ato infracional cometido mediante grave ameaça ou violência a pessoa; II - por reiteração no cometimento de outras infrações graves;

III - por descumprimento reiterado e injustificável da medida anteriormente imposta.

(doutrinariamente chamada de internação-sanção)7

Com relação ao inciso II, o STJ entendia que deveria haver pelo menos a prática prévia de 3 (três) atos infracionais para que a reiteração estivesse configurada. Nessa esteira, há uma tese defensorial a ser considerada: existe diferença entre reiteração e reincidência; enquanto esta se caracteriza com o agente praticando um segundo crime (ou uma segunda contravenção8 ou um crime com uma

posterior contravenção), a reiteração exige, pelo menos, três atos infracionais para se caracterizar. Entendimento contrário faria com que a reincidência e a reiteração fossem institutos sinônimos, o que não é a intenção do legislador.

Enunciado 192 da Súmula do STJ: O ato infracional análogo ao tráfico de drogas, por si só, não conduz obrigatoriamente à imposição de medida socioeducativa de internação do adolescente.

7 A internação-sanção jamais poderá ser imposta contra descumprimento de medida socioeducativa aplicada em

(20)

O CRIME DO ART. 21 DA NOVA LEI DE ABUSO DE AUTORIDADE SE APLICA ÀS CRIANÇAS E ADOLESCENTES APREENDIDOS?

DA REMISSÃO

NÃO confunda como REMIÇÃO na execução penal.

REMISSÃO REMIÇÃO

Perdão Abreviação (ou abatimento) da pena por trabalho, estudo ou outras situações no âmbito da Execução Penal.

Há duas formas de remissão: uma como forma de EXCLUSÃO do processo, e a outra como forma de SUSPENSÃO ou EXTINÇÃO. Saiba que nenhuma remissão poderá ser cumulada com medidas socioeducativas que restrinjam a liberdade do adolescente. Para uma maior fixação, veja a tabela feita pelo Márcio André do DOD em seu site:

REMISSÃO PRÓPRIA REMISSÃO IMPRÓPRIA

Ocorre quando é concedido perdão puro e simples ao adolescente, sem qualquer imposição.

Ocorre quando é concedido o perdão ao adolescente, mas com a imposição de que ele cumpra alguma medida socioeducativa, desde que esta não seja restritiva de liberdade.

A doutrina afirma que, neste caso, não é necessário o consentimento do adolescente nem a presença de advogado.

É indispensável o consentimento do adolescente e de seu responsável, além da assistência jurídica de um advogado ou Defensor Público.

REMISSÃO COMO FORMA DE

EXCLUSÃO DO PROCESSO SUSPENSÃO OU EXTINÇÃO DO PROCESSO REMISSÃO COMO FORMA DE É pré-processual (antes de o processo iniciar). É processual, ou seja, depois que a ação socioeducativa foi proposta. Concedida pelo MP.

Concedida a remissão pelo representante do MP os autos serão conclusos ao juiz para homologar ou não (art. 181 do ECA).

Concedida pelo juiz.

O Ministério Público deverá ser ouvido, mas sua opinião não é vinculante. Quem decide se concede ou não a remissão é o magistrado.

Também chamada de remissão ministerial. Também chamada de remissão judicial. Prevista no art. 126, caput, do ECA:

Art. 126. Antes de iniciado o procedimento judicial para apuração de ato infracional, o representante do Ministério Público poderá conceder a remissão, como forma de exclusão do processo, atendendo às circunstâncias e consequências do fato, ao contexto social, bem como à personalidade do adolescente e sua maior ou menor participação no ato infracional.

Prevista no art. 126, parágrafo único, do ECA: Art. 126 (...)

Parágrafo único. Iniciado o procedimento, a concessão da remissão pela autoridade judiciária importará na suspensão ou extinção do processo.

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Enunciado 108 da Súmula do STJ: “A aplicação de medidas socioeducativas ao adolescente, pela prática de ato infracional, é da competência exclusiva do juiz.”

O QUE SIGNIFICA JUSTIÇA RESTAURATIVA? DÊ UM EXEMPLO NO ÂMBITO DA INFÂNCIA E JUVENTUDE

CONSELHO TUTELAR

Em cada Município e em cada Região Administrativa do Distrito Federal haverá, no mínimo, 1 (um) Conselho Tutelar como órgão integrante da administração pública local, com a seguinte composição:

1. 5 (cinco) membros;

2. Escolhidos pela população local mediante eleição;

3. Mandato de 4 (quatro) anos, permitida mais de uma recondução (CUIDADO, ANTES DE LEI nº 13.824/2019 SÓ ERA PERMITIDA UMA RECONDUÇÃO)

4. Eleição será realizada pelo Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente, sob a fiscalização do Ministério Público.

5. Para a candidatura a membro do Conselho Tutelar, serão exigidos os seguintes requisitos (condições de elegibilidade):

6. Reconhecida idoneidade moral; 7. Idade superior a 21 (vinte e um) anos; 8. Residir no município.

9. Outros requisitos previstos pela lei municipal (Há diversas leis municipais que exigem experiência profissional na área da infância, além da realização de uma prova objetiva com nota mínima para poder candidatar-se. Isso tudo é possível).

Lembre-se, entretanto, que os conselheiros exercem uma função pública (honorífica) por intermédio de mandato eletivo. Logo, é possível a suspensão/cassação do mandato através de deliberação do Conselho de Direitos da Criança e do Adolescente ou através de decisão judicial, no caso de condutas imorais, ímprobas, etc.

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CONSELHO DE DIREITOS É SINÔNIMO DE CONSELHO TUTELAR? CASO NEGATIVO, APONTE AS DIFERENÇAS

ATRIBUIÇÕES DO CONSELHO TUTELAR

Art. 136, ECA. São atribuições do Conselho Tutelar:

I - atender as crianças e adolescentes nas hipóteses previstas nos arts. 98 e 105, aplicando as medidas previstas no art. 101, I a VII;

II - atender e aconselhar os pais ou responsável, aplicando as medidas previstas no art. 129, I a VII; III - promover a execução de suas decisões, podendo para tanto:

a) requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, educação, serviço social, previdência, trabalho e segurança;

b) representar junto à autoridade judiciária nos casos de descumprimento injustificado de suas deliberações.

IV - encaminhar ao Ministério Público notícia de fato que constitua infração administrativa ou penal contra os direitos da criança ou adolescente;

V - encaminhar à autoridade judiciária os casos de sua competência;

VI - providenciar a medida estabelecida pela autoridade judiciária, dentre as previstas no art. 101, de I a VI, para o adolescente autor de ato infracional;

VII - expedir notificações;

VIII - requisitar certidões de nascimento e de óbito de criança ou adolescente quando necessário; IX - assessorar o Poder Executivo local na elaboração da proposta orçamentária para planos e programas de atendimento dos direitos da criança e do adolescente;

X - representar, em nome da pessoa e da família, contra a violação dos direitos previstos no art. 220, § 3º, inciso II, da Constituição Federal;

XI - representar ao Ministério Público para efeito das ações de perda ou suspensão do poder familiar, após esgotadas as possibilidades de manutenção da criança ou do adolescente junto à família natural. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

XII - promover e incentivar, na comunidade e nos grupos profissionais, ações de divulgação e treinamento para o reconhecimento de sintomas de maus-tratos em crianças e adolescentes. (Incluído pela Lei nº 13.046, de 2014)

Parágrafo único. Se, no exercício de suas atribuições, o Conselho Tutelar entender necessário o afastamento do convívio familiar, comunicará incontinenti o fato ao Ministério Público, prestando-lhe informações sobre os motivos de tal entendimento e as providências tomadas para a orientação, o apoio e a promoção social da família. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

Art. 137. As decisões do Conselho Tutelar somente poderão ser revistas pela autoridade judiciária a pedido de quem tenha legítimo interesse.

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PRESCRIÇÃO

Prescrição não é a mesma coisa que decadência.

PRESCRIÇÃO DECADÊNCIA

Antes ou depois (inclusive após o trânsito). Só ocorre antes da propositura da ação. Se aplica em qualquer ação penal, exceto naqueles

em que se apure crimes imprescritíveis. Só ocorre na ação penal de iniciativa privada e na pública condicionada à representação. Extingue o direito punir. Extingue o próprio direito de queixa ou representação. Veja, quando se fala em prescrição, precisamos entender se estamos falando da PPP (perda da pretensão punitiva) ou da PPE (perda da pretensão executória). Beleza, até aí eu entendi, professor. Mas o que tem dentro de cada uma delas?

A prescrição da pretensão punitiva (ou perda da pretensão punitiva – PPP) é subdividida em: a) prescrição da pretensão propriamente dita;

b) prescrição intercorrente (ou superveniente) e; c) prescrição retroativa.

Pronto, todas essas três modalidades são espécies de prescrição da pretensão punitiva. E a prescrição executória, quantas modalidades há dentro dela?

Nenhuma. Ela é uma prescrição isolada, não há espécies dentro dela. PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA PROPRIAMENTE DITA

(ABSTRATO) Não há trânsito em julgado para ninguém. SUPERVENIENTE

(CONCRETO) Há trânsito em julgado para acusação, mas não para defesa. RETROATIVA

(CONCRETO) Há trânsito em julgado para acusação, mas não para defesa.

PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO EXECUTÓRIA PRESCRIÇÃO DA

PRETENSÃO EXECUTÓRIA Há trânsito para acusação e defesa.

O QUE NÃO POSSO ERRAR NA PROVA SOBRE PRESCRIÇÃO

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EFEITOS DA PRESCRIÇÃO

É importante saber os efeitos da prescrição, que vão ser diferentes conforme se trate de prescrição da pretensão punitiva ou prescrição da pretensão executória.

1.3.1 EFEITOS NA PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA

Na prescrição da pretensão punitiva (PPP), a prescrição obsta o exercício da ação penal, por ausência de interesse a legitimidade para a intervenção do Estado. A PPP também apaga todos os efeitos de eventual sentença CONDENATÓRIA, seja principal ou secundário, penais ou extrapenais. É importante dizer que sequer servirá para fins de reincidência, muito menos para fins de execução no juízo cível.

1.3.2 EFEITOS DA PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO EXECUTÓRIA

Na prescrição da pretensão executória, como vimos, já existe trânsito em julgado. O estado não tem o tempo todo do mundo para executar a pena em um condenado. Como já há uma pena aplicada, a prescrição será conhecida pelo juízo da execução penal, cuja decisão caberá agravo em execução, inclusive (art. 66, II, e 197 da LEP).

Neste caso, diferente da PPP, extingue somente a pena (no caso, o efeito principal), mas os demais efeitos (secundários, penais e extrapenais) são mantidos.

PPP PPE

Apaga os efeitos penais e extrapenais, principais

e secundários, da condenação. Somente apaga os efeitos PENAIS PRINCIPAIS da condenação; são mantidos os efeitos penais SECUNDÁRIOS e os efeitos EXTRAPENAIS.

2. PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA

Agora vamos trabalhar as três espécies de prescrição da pretensão punitiva vistas acima, quais sejam: a) propriamente dita; b) superveniente; c) retroativa.

2.1 PRESCRIÇÃO PROPRIAMENTE DITA (EM ABSTRATO)

Está prevista no art. 109 do CP, segundo o qual a prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o disposto no § 1º do art. 110 do Código, regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, em consonância com a seguinte tabela.

PRAZO PRESCRICIONAL PENA MÁXIMA

20 ANOS Se o máximo da pena é superior a doze anos;

16 ANOS Se o máximo da pena é superior a oito anos e não excede a doze; 12 ANOS Se o máximo da pena é superior a quatro anos e não excede a oito;

8 ANOS Se o máximo da pena é superior a dois anos e não excede a quatro; 4 ANOS Se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo superior, não excede a dois; 3 ANOS Se o máximo da pena é inferior a 1 (um) ano.

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Redução dos prazos de prescrição

Art. 115 - São reduzidos de metade os prazos de prescrição quando o criminoso era, ao tempo do crime, menor de 21 (vinte e um) anos, ou, na data da sentença, maior de 70 (setenta) anos.

Art. 111. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, começa a correr: I - do dia em que o crime se consumou (REGRA)

II - no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade criminosa; III - nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanência;

IV - nos de bigamia e nos de falsificação ou alteração de assentamento do registro civil, da data em que o fato se tornou conhecido.

V - nos crimes contra a dignidade sexual de crianças e adolescentes, previstos neste Código ou em legislação especial, da data em que a vítima completar 18 (dezoito) anos, salvo se a esse tempo já houver sido proposta a ação penal.

EXCEÇÕES DO ART. 111: No caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade criminosa. Nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanência. Nos de bigamia e nos de falsificação ou alteração de assentamento do registro civil, da data em que o fato se tornou conhecido. Por fim, nos crimes contra a dignidade sexual de crianças e adolescentes, previstos neste Código ou em legislação especial, da data em que a vítima completar 18 (dezoito) anos, salvo se a esse tempo já houver sido proposta a ação penal.

Precisamos estar atentos às causas interruptivas da prescrição.

O art. 117 do Código Penal traz, do inciso I ao IV, as interrupções da prescrição da pretensão punitiva. Art. 117 - O curso da prescrição interrompe-se:

I - pelo recebimento da denúncia ou da queixa; II - pela pronúncia;

III - pela decisão confirmatória da pronúncia;

IV - pela publicação da sentença ou acórdão condenatórios recorríveis; (Redação dada pela Lei nº 11.596, de 2007).

V - pelo início ou continuação do cumprimento da pena; VI - pela reincidência.

O art. 117, II do Código Penal aduz que a decisão de pronúncia, no Tribunal do Júri, também interrompe a prescrição.

Art. 117 - O curso da prescrição interrompe-se: I - pela pronúncia;

Enunciado 191 - STJ: A pronúncia é causa interruptiva da prescrição, ainda que o Tribunal do Júri venha a desclassificar o crime.

Art. 117 - O curso da prescrição interrompe-se: III - pela decisão confirmatória da pronúncia;

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2.1.2 COMUNICABILIDADE DAS CAUSAS INTERRUPTIVAS

§ 1º - Excetuados os casos dos incisos V e VI deste artigo, a interrupção da prescrição produz efeitos relativamente a todos os autores do crime. Nos crimes conexos, que sejam objeto do mesmo processo, estende-se aos demais a interrupção relativa a qualquer deles.

Nos termos do art. 116 do CP, antes de passar em julgado a sentença final, a prescrição não corre: I - enquanto não resolvida, em outro processo, questão de que dependa o reconhecimento da existência do crime;

Cuidado.

A Lei nº 13.964/2019, conhecida como “Pacote Anticrime”, trouxe algumas alterações ao art. 116. Vejam como era e como ficou!

COMO ERA NO CÓDIGO PENAL COMO FICOU COM O PACOTE ANTICRIME Art. 116 - Antes de passar em julgado a sentença

final, a prescrição não corre: Nenhuma alteração aqui Art. 116 (...) I - enquanto não resolvida, em outro processo,

questão de que dependa o reconhecimento da existência do crime;

Nenhuma alteração aqui II - enquanto o agente cumpre pena no estrangeiro.

(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984). II - enquanto o agente cumpre pena no exterior; Sem correspondência

III - na pendência de embargos de declaração ou de recursos aos Tribunais Superiores, quando inadmissíveis; (tentativa do legislador de impedir a prescrição de crimes através de recursos).

Sem correspondência IV – enquanto não cumprido ou não rescindido o acordo de não persecução penal. II - enquanto o agente cumpre pena no exterior

III - na pendência de embargos de declaração ou de recursos aos Tribunais Superiores, quando inadmissíveis;

IV – enquanto não cumprido ou não rescindido o acordo de não persecução penal

REQUISITOS PARA O ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL

01 - Não ser caso de arquivamento

02 - O investigado precisa ter confessado formal e circunstancialmente 03 - Infração penal sem violência ou grave ameaça

04 - Pena mínima inferior a 4 anos (Para aferição da pena mínima cominada ao delito a que se refere o caput deste artigo, serão consideradas as causas de aumento e diminuição aplicáveis ao caso concreto)

05 - Proposta do MP

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Vejamos agora a diferença entre o acordo de não persecução na Resolução nº 181/2017 do CNMP e na a Lei nº 13.964/2019.

RESOLUÇÃO 181/2017 COM A LEI 13.964/2019 Art. 18. Não sendo o caso de arquivamento, o

Ministério Público poderá propor ao investigado acordo de não persecução penal quando, cominada pena mínima inferior a 4 (quatro) anos e o crime não for cometido com violência ou grave ameaça a pessoa, o investigado tiver confessado formal e circunstanciadamente a sua prática, mediante as seguintes condições, ajustadas cumulativa ou alternativamente:

Art. 28-A Não sendo caso de arquivamento e tendo o investigado confessado formal e circunstancialmente a prática de infração penal sem violência ou grave ameaça e com pena mínima inferior a 4 (quatro) anos, o Ministério Público poderá propor acordo de não persecução penal, desde que necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime, mediante as seguintes condições ajustadas cumulativa e alternativamente: CONDIÇÕES:

I – reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, salvo impossibilidade de fazê-lo; (Redação dada pela Resolução nº 183, de 24 de janeiro de 2018)

II – renunciar voluntariamente a bens e direitos, indicados pelo Ministério Público como instrumentos, produto ou proveito do crime; (Redação dada pela Resolução nº 183, de 24 de janeiro de 2018)

III – prestar serviço à comunidade ou a entidades públicas por período correspondente à pena mínima cominada ao delito, diminuída de um a dois terços, em local a ser indicado pelo Ministério Público; (Redação dada pela Resolução nº 183, de 24 de janeiro de 2018) IV – pagar prestação pecuniária, a ser estipulada nos termos do art. 45 do Código Penal, a entidade pública ou de interesse social a ser indicada pelo Ministério Público, devendo a prestação ser destinada preferencialmente àquelas entidades que tenham como função proteger bens jurídicos iguais ou semelhantes aos aparentemente lesados pelo delito; (Redação dada pela Resolução nº 183, de 24 de janeiro de 2018)

V – cumprir outra condição estipulada pelo Ministério Público, desde que proporcional e compatível com a infração penal aparentemente praticada. (Redação dada pela Resolução nº 183, de 24 de janeiro de 2018)

CONDIÇÕES:

I - reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, exceto na impossibilidade de fazê-lo;

II - renunciar voluntariamente a bens e direitos indicados pelo Ministério Público como instrumentos, produto ou proveito do crime; III - prestar serviço à comunidade ou a entidades públicas por período correspondente à pena mínima cominada ao delito diminuída de um a dois terços, em local a ser indicado pelo juízo da execução, na forma do art. 46 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal);

IV - pagar prestação pecuniária, a ser estipulada nos termos do art. 45 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), a entidade pública ou de interesse social, a ser indicada pelo juízo da execução, que tenha, preferencialmente, como função proteger bens jurídicos iguais ou semelhantes aos aparentemente lesados pelo delito; ou

V - cumprir, por prazo determinado, outra condição indicada pelo Ministério Público, desde que proporcional e compatível com a infração penal imputada.

§ 1º Para aferição da pena mínima cominada ao delito a que se refere o caput deste artigo, serão consideradas as causas de aumento e diminuição aplicáveis ao caso concreto.

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HIPÓTESES DE NÃO CABIMENTO:

I – for cabível a transação penal, nos termos da lei; (Redação dada pela Resolução nº 183, de 24 de janeiro de 2018)

II – o dano causado for superior a vinte salários mínimos ou a parâmetro econômico diverso definido pelo respectivo órgão de revisão, nos termos da regulamentação local; (Redação dada pela Resolução nº 183, de 24 de janeiro de 2018)

III – o investigado incorra em alguma das hipóteses previstas no art. 76, § 2º, da Lei no 9.099/95; (Redação dada pela Resolução nº 183, de 24 de janeiro de 2018)

IV – o aguardo para o cumprimento do acordo possa acarretar a prescrição da pretensão punitiva estatal; (Redação dada pela Resolução nº 183, de 24 de janeiro de 2018)

V – o delito for hediondo ou equiparado e nos casos de incidência da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006; (Redação dada pela Resolução nº 183, de 24 de janeiro de 2018)

VI – a celebração do acordo não atender ao que seja necessário e suficiente para a reprovação e prevenção do crime. (Redação dada pela Resolução nº 183, de 24 de janeiro de 2018)

HIPÓTESES DE NÃO CABIMENTO:

I - se for cabível transação penal de competência dos Juizados Especiais Criminais, nos termos da lei;

II - se o investigado for reincidente ou se houver elementos probatórios que indiquem conduta criminal habitual, reiterada ou profissional, exceto se insignificantes as infrações penais pretéritas;

III – ter sido o agente beneficiado nos 5 (cinco) anos anteriores ao cometimento da infração, em acordo de não persecução penal, transação penal ou suspensão condicional do processo; e IV – nos crimes praticados no âmbito de violência doméstica ou familiar, ou praticados contra a mulher por razões da condição de sexo feminino, em favor do agressor.

§ 3º O acordo será formalizado nos autos, com a qualificação completa do investigado e estipulará de modo claro as suas condições, eventuais valores a serem restituídos e as datas para cumprimento, e será firmado pelo membro do Ministério Público, pelo investigado e seu defensor. (Redação dada pela Resolução nº 183, de 24 de janeiro de 2018)

§ 3º O acordo de não persecução penal será formalizado por escrito e será firmado pelo membro do Ministério Público, pelo investigado e por seu defensor.

2.2 PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE/SUPERVENIENTE

NOME: O nome é superveniente porque sua contagem se dá entre a publicação da sentença condenatória e o trânsito julgado para defesa. Ou seja, conta-se da sentença até o julgamento do recurso da defesa, por exemplo. Sempre para frente! O nome superveniente é justamente por esse motivo.

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2.2.1 CÁLCULO

Diferente da prescrição anterior (PPP propriamente dita), agora eu tenho uma pena concretamente aplicada. Na prescrição propriamente dita (chamada também de prescrição em abstrato), que se opera antes da sentença, eu tenho que utilizar a pena em abstrato porque não tem sentença e muito menos pena aplicada.

2.2.3 TERMO INICIAL

O termo inicial da prescrição superveniente é a publicação da sentença condenatória recorrível, embora fique condicionada ao trânsito em julgado para a acusação. Isso porque é possível que com recurso da acusação haja aumento da pena imposta, e com isso também há mudança do cálculo prescricional.

Em resumo, a prescrição intercorrente dependo do trânsito em julgado para a acusação, mas o prazo inicial retroage à data da publicação da sentença condenatória. É meio difícil de entender, mas é isso mesmo!

2.3 PRESCRIÇÃO RETROATIVA

Ela também é calculada pela pena em concreto, fixada na sentença, por isso depende do trânsito em julgado da sentença condenatória para a acusação no tocante à pena aplicada. Ou seja, não é regulada pela pena máxima em abstrato, pois já existe uma pena em concreto.

É chamada de prescrição retroativa porque conta-se da sentença (ou acórdão) condenatório para trás. A superveniente, como vimos, é da sentença para frente.

2.4 PRESCRIÇÃO VIRTUAL

A prescrição virtual é chamada também de prescrição projetada, antecipada, por prognose, ou retroativa em perspectiva. Decore todos esses nomes, pois costumam aparecer mesmo!

Antes de tudo, quero te dizer que a prescrição virtual é uma criação doutrinária e jurisprudencial, em que o magistrado decreta a extinção da punibilidade imaginando que, caso o MP não recorra, ocorrerá a prescrição retroativa. Por isso o nome: virtual, prognose, antecipada ou projetada.

Ela não tem sido aceita pelos Tribunais Superiores.

Inclusive o STJ encampou a seguinte tese, consubstanciada no Enunciado 438 de sua Súmula:

Enunciado 438: “É inadmissível a extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão punitiva com fundamento em pena hipotética, independentemente da existência ou sorte do processo penal". Versa, portanto, sobre a prescrição retroativa antecipada ou prescrição pela pena em perspectiva ou, ainda, prescrição virtual ou pela pena projetada.

ARGUMENTOS A FAVOR: Primeiro, porque não há interesse de agir. Está-se dando continuidade a um processo que cedo ou tarde vai operar o trânsito em julgado. Segundo, porque não acolher a prescrição virtual é uma afronta à economia processual, gastando tempo, dinheiro e serviço em um processo que o resultado será o mesmo: a prescrição.

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3. PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO EXECUTÓRIA

A prescrição da pretensão executória nada mais é que a perda do direito/dever não de PUNIR, mas de EXECUTAR uma sanção penal estabelecida pelo Judiciário. Essa prescrição também é calculada com base na pena em concreto, ou seja, naquela estabelecida na sentença.

VALE A PENA REVER DE NOVO: Na hipótese de reincidência devidamente reconhecida na sentença (ou no acórdão), o prazo prescricional aumenta de 1/3. Isso está previsto no art. 110, caput do Código Penal.

Art. 110 - A prescrição depois de transitar em julgado a sentença condenatória regula-se pela pena aplicada e verifica-se nos prazos fixados no artigo anterior, os quais se aumentam de um terço, se o condenado é reincidente. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

O art. 113 traz uma valiosa informação, ao expor que no caso de evadir-se o condenado ou de revogar-se o livramento condicional, a prescrição é regulada pelo tempo que resta da pena.

Art. 113 - No caso de evadir-se o condenado ou de revogar-se o livramento condicional, a prescrição é regulada pelo tempo que resta da pena.

3.1 TERMO INICIAL

Qual o termo inicial da contagem da prescrição executória? A resposta está no art. 112 do Código Penal, em seus dois incisos.

Art. 112 - No caso do art. 110 deste Código, a prescrição começa a correr:

I - do dia em que transita em julgado a sentença condenatória, para a acusação, ou a que revoga a suspensão condicional da pena ou o livramento condicional;

II - do dia em que se interrompe a execução, salvo quando o tempo da interrupção deva computar-se na pena.

3.2 INTERRUPÇÃO DA PRESCRIÇÃO EXECUTÓRIA

Art. 117 - O curso da prescrição interrompe-se: (…)

V - pelo início ou continuação do cumprimento da pena; VI - pela reincidência.

3.2.1 INTERRUPÇÃO PELO INÍCIO DO CUMPRIMENTO DA PENA

Após a condenação, transitando em julgado, o condenado iniciará o cumprimento da pena. Com o início do cumprimento da pena, portanto, a prescrição é interrompida. Mas veja que o inciso V fala em início ou “continuação” da pena.

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3.2.2 INTERRUPÇÃO PELA CONTINUAÇÃO DO CUMPRIMENTO DA PENA

Por algum motivo o cumprimento da pena foi interrompido. Imagine, por exemplo, que Marcos estava cumprindo pena há 2 anos, mas fugiu. Nesse caso, quando o condenado é recapturado, há novamente um marco interruptivo da prescrição, voltando esta a correr não do zero, mas com base no restante da pena, como vimos.

3.2.3 INTERRUPÇÃO PELA REINCIDÊNCIA

A reincidência que o art. 117, VI traz, é a chamada “reincidência subsequente”, posterior à condenação transitada em julgado, que INTERROMPE a prescrição já iniciada. Ou seja, o agente pratica um crime APÓS estar cumprindo a pena do crime antecedente. Há, em tese, o fato 01 e o fato 02.

4. PRESCRIÇÃO NO CONCURSO DE CRIMES

Segundo o artigo 119 do Código Penal, no caso de concurso de crimes, a extinção da punibilidade

incidirá sobre a pena de cada um, isoladamente. Portanto, ainda que Marcos pratique 3 crimes em concurso formal, por exemplo, a prescrição incide sobre cada um dos crimes ISOLADAMENTE.

Enunciado 497 do STF: Quando se tratar de crime continuado, a prescrição regula-se pela pena

imposta na sentença, não se computando o acréscimo decorrente da continuação.

Embora o acréscimo da pena não influencie na contagem da prescrição, influencia na suspensão condicional do processo, nos termos do enunciado 723 da Súmula do STF.

Enunciado723 - STF: Não se admite a suspensão condicional do processo por crime continuado, se a soma da pena mínima da infração mais grave com o aumento mínimo de um sexto for superior a um ano.

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES

5. PRESCRIÇÃO NA LEI DE DROGAS

O art. 30 da Lei de Drogas (11.343/2006) expõe que as penas do crime de posse de drogas prescrevem em 2 (dois) anos (tanto a imposição como a execução das penas), observado, no tocante à interrupção do prazo, o disposto nos arts. 107 e seguintes do Código Penal.

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6. PRESCRIÇÃO DA PENA DE MULTA

Por fim, conforme previsto no art. 114 do Código Penal, a prescrição da pena de multa poderá ocorrer de dois diferentes prazos: a) em 2 (dois) anos, quando a multa for a única cominada ou aplicada; b) no mesmo prazo estabelecido para prescrição da pena privativa de liberdade, quando a multa for alternativa ou cumulativamente cominada ou cumulativamente aplicada.

RESUMINDO...

MULTA ISOLADAMENTE Prescrição em 2 anos.

MULTA + PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE

Prescrição no mesmo prazo estabelecido para prescrição da pena privativa de liberdade, quando a multa for alternativa ou cumulativamente cominada ou cumulativamente aplicada.

7. PRESCRIÇÃO DA PENA RESTRITIVA DE DIREITO

De acordo com o art.109, parágrafo único do Código Penal, aplicam-se às penas restritivas de direito os mesmos prazos previstos para as privativas de liberdade.

8. PRESCRIÇÃO NAS FALTAS DISCIPLINARES NA EXECUÇÃO PENAL

Recorde-se que a jurisprudência do STF/STJ é no sentido de que, diante da ausência de norma específica quanto à prescrição da infração disciplinar, utiliza-se, por analogia, o Código Penal. Portanto, a prescrição de infrações disciplinares na execução penal é de 3 anos.9

9 No entanto, como tese defensorial, devemos entender que como se está fazendo uma analogia, então que

essa analogia seja a mais benéfica possível para o preso. Assim, deve-se buscar o menor prazo possível em relação à prescrição, que, no caso, é a prescrição da pena de multa quando é a única pena prevista ou cominada – 2 anos (ressalta-se, contudo, que essa tese é minoritária).

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DIREITO DE VIZINHANÇA

Direitos que visam limitar o direito de propriedade/posse.

DIFERENCIE AÇÃO DEMOLITÓRIA DE AÇÃO DE DANO INFECTO

PASSAGEM FORÇADA

(DIREITO DE VIZINHANÇA) SERVIDÃO DE PASSAGEM (DIREITO REAL)

Decorre da lei (art. 1.285).

Faz parte do direito de vizinhança, portanto é uma obrigação propter rem.

Dispensa registro e surge da existência de contiguidade entre os prédios.

Tem como finalidade evitar que a propriedade fique sem destinação ou utilização econômica por conta do encravamento;

Há diretos e deveres recíprocos.

Decorre da vontade humana.

Segundo o art. 1.378 do Código Civil, a servidão proporciona utilidade para o prédio dominante, e grava o prédio serviente, que pertence a diverso dono, e constitui-se mediante declaração expressa dos proprietários, ou por testamento, e subsequente registro no Cartório de Registro de Imóveis;

É um direito real, portanto pode ser usucapido e requer Registro no Cartório de Registro de Imóveis para sua constituição.

Os efeitos são erga omnes.

CONCEITO DE CONDOMÍNIO

Direito real de propriedade exercido, como regra, por MAIS DE UMA pessoa, no entanto sobre O MESMO OBJETO.

CONDOMÍNIO PRO INDIVISO (ABSOLUTO) CONDOMÍNIO PRO DIVISO (RELATIVO) Todos os condôminos são proprietários de todo

o bem. Não há como saber a parte de cada um. Ex.: herança antes do formal de partilha.

Cada condômino ocupa parte certa e determinada da coisa.

Ex.: herança após o formal de partilha. Cada herdeiro sabe o que ficou exatamente. É possível determinar a fração ideal.

(34)

CONDOMÍNIO GERAL CONDOMÍNIO EDILÍCIO

Qualquer situação em que a propriedade seja comum a duas ou mais pessoas sobre a mesma coisa.

Edificações verticais, havendo partes comuns e frações ideais.

Ex.: condomínio de apartamentos em que a piscina é parte comum e o apartamento é a fração ideal (de cada morador).

O QUE SIGNIFICA “MULTIPROPRIEDADE”? TEM PREVISÃO LEGAL?

PROPRIEDADE RESOLÚVEL PROPRIEDADE FIDUCIÁRIA

Sujeita a termo ou a condição resolutiva por determinação das partes.

Ocorre quando o devedor de certa quantia dá ao credor a propriedade resolúvel de uma coisa sua, com o objetivo de garantir uma dívida. Há a transferência de bem móvel ou imóvel do devedor ao credor como forma de garantia, sempre que sobrevier obrigação pendente entre ambos, a ser realizada.

RESUMA O QUE SIGNIFICA “PACTO COMISSÓRIO”. ELE É PERMITIDO?

DO DIREITO DE SUPERFÍCIE

O proprietário pode conceder a outrem o direito de construir ou de plantar em seu terreno, por tempo determinado, mediante escritura pública devidamente registrada no Cartório de Registro de Imóveis.

ATENÇÃO 01: O direito de superfície não autoriza obra no subsolo, salvo se for inerente ao objeto da concessão. O superficiário responderá pelos encargos e tributos que incidirem sobre o imóvel.

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ATENÇÃO 02: A concessão da superfície será gratuita ou onerosa; se onerosa, estipularão as partes se o pagamento será feito de uma só vez, ou parceladamente.

SERVIDÃO

Direito real. Não confunda com a passagem forçada, pois esta, como vimos, é direito de vizinhança (objetiva limitar o direito de propriedade).

Na servidão há uma imposição de um encargo de um prédio DOMINANTE sobre um prédio SERVIENTE.

QUAIS AS CARACTERÍSTICAS DA SERVIDÃO?

USUFRUTO

É o direito real de tirar os frutos de uma coisa. Nesse instituto você precisa saber que há de um lado o nu-proprietário (dono do imóvel), e do outro o usufrutuário (quem tira os frutos).

Assim, o nu-proprietário transfere a outrem (usufrutuário), a posse direta da coisa e o direito de usar e tirar frutos. Essa transferência pode ser por ato negocial (inter vivos ou causa mortis) ou por alguma imposição legal.

O nu-proprietário pode alienar o seu domínio a terceiro, mas o terceiro deve respeitar o direito do usufrutuário, que estará tirando frutos da coisa.

ATENÇÃO: quando o proprietário aliena tão somente a nua-propriedade do imóvel, ocorre o que se chama de “usufruto deducto”.

CUIDADO: o usufrutuário não pode alienar a coisa, mas pode ceder, a título gratuito ou oneroso, o exercício do direito que resulta do usufruto.

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O QUE DISTINGUE O “USO” DO “USUFRUTO”?

CONCEITO DE PENHOR

Pode ser conceituado como uma garantia real que incide sobre coisas MÓVEIS, constituindo-se, em regra, pela TRADIÇÃO.

PENHOR FIANÇA

É garantia real É garantia pessoal

TIPOS DE PENHOR

PENHOR RURAL Constitui-se o penhor rural mediante instrumento público ou particular, registrado no Cartório de Registro de Imóveis da circunscrição em que estiverem situadas as coisas empenhadas.

PENHOR AGRÍCOLA As máquinas e instrumentos de agricultura, colheitas pendentes, ou em via de formação, podem ser dados em penhor. PENHOR PECUÁRIO Podem ser objeto de penhor os animais que integram a atividade pastoril, agrícola ou de lacticínios. PENHOR INDUSTRIAL E

MERCANTIL Podem ser objeto de penhor máquinas, aparelhos, materiais, e outros instrumentos industriais. PENHOR DE TÍTULOS DE

CRÉDITO Podem ser objeto de penhor direitos, suscetíveis de cessão, sobre coisas móveis. PENHOR DE VEÍCULOS

Podem ser objeto de penhor os veículos empregados em qualquer espécie de transporte ou condução. A alienação, ou a mudança, do veículo empenhado sem prévia comunicação ao credor importa no vencimento antecipado do crédito pignoratício.

PENHOR LEGAL

Decorre da lei.

Ex.: o dono do prédio rústico ou urbano, sobre os bens móveis que o rendeiro ou inquilino tiver guarnecendo o mesmo prédio, pelos aluguéis ou rendas.

Referências

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