Realização
Mihaela CORDELEANU
(1), Tânia LOPES
(2), Albertina RAPOSO
(3) eAdelaide ESPÍRITO SANTO
(3)micaelarichie@gmail.com
1 - Estudante Instituto Politécnico de Beja
2 - Intérprete de Língua Gestual Portuguesa. Agrupamento nº1 de Beja e Instituto Politécnico de Beja 3 - Docente Instituto Politécnico de Beja
A RODA DOS ALIMENTOS COMO RECURSO PEDAGÓGICO INCLUSIVO E ACESSÍVEL
4. Resultados e Reflexões
O resultado expectável da utilização deste recurso é a possibilidade de, em contexto de sala de aula, estudantes ouvintes e surdos participarem simultaneamente de um momento planeado por uma docente surda fomentado a viabilização da inclusão.
A European Agency Development in Special Needs Education (2012, p.12) refere que a educação inclusiva “diz respeito à reforma na sociedade” reforma essa que exige que todo(a)s trabalhem junto(a)s desenvolvendo as capacidades para
“desconstruir a história educacional, (…) valorizar e entender a diversidade como um recurso que aumenta as oportunidades de aprendizagem e acrescenta valor às escolas e comunidades”.
Numa altura em que a inclusão e a equidade são palavras-chave para o sucesso, a disponibilização de recursos pedagógicos inclusivos é imprescindível. Porém, há ainda um longo caminho a percorrer para que isto se torne uma realidade acessível a todo(a)s. Os recursos tecnológicos existentes que suportem o armazenamento de instrumentos em língua gestual são poucos estando neste momento o Instituto Politécnico de Beja (IPBeja) consciente de que é preciso desenvolver trabalho para alojar e disponibilizar estes materiais.
Referências
Giroux, H (2005) Border Crossings (Second Edition), New York: Routledge
Jara, O (2016) ‘Dilemas y desafíos de una educación para la transformación - algunas aproximaciones freirianas’, Revista Sinergias-Diálogos educativos para a transformação social, Vol. 4, pp. 19-26,
available: http://www.sinergiased.org/index.php/revista/item/101-educacion-transformacion (accessed 20 June 2019)
Pacheco, J. (2018) https://observador.pt/especiais/jose-pacheco-aulas-no-seculo-xxi-sao-um-escandalo- aulas-ninguem-aprende/ acedido a 18 abril 2018
Ribeiro, I.C.; Schwartz, G.M. (2017) Valores em transformação: por uma felicidade sustentável. São Paulo: Garcia Ediziones
Agência Europeia para o Desenvolvimento da Educação Especial (2012). Perfil de professores Inclusivos, Odense, Dinamarca: Ed; Agencia Europeia para o Desenvolvimento da Educação Especial ISBN
(eletrónico) 978-87-7110-354-0 http://europa.eu.int/comm/dgs/education_culture/index_en.htm acedido em 15 junho2019
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INSTITUIÇÃO QUE RECEBE
1. Introdução
Longe dos tempos em que os processos de aprendizagem estavam fortemente condicionados aos saberes dos docentes e aos apports que apenas estes podiam trazer para o espaço aula, sabemos hoje que a motivação dos estudantes para a aprendizagem está associada aos desafios lançados nas mais diversas vertentes/estratégias metodológicas onde se incluem as práticas de aprendizagem ativa (Giroux, 2005; Jara, 2016).
Nestas práticas e dinâmicas educativas em que a solicitação do estudante para a evolução continua do trabalho é constante, uma avaliação que evidencie ao longo das semanas de aulas o conhecimento construído em ciclos de pesquisa – reflexão – compreensão – ação parece ser a mais ajustada porque tem em conta a coerência entre teoria e prática, métodos e técnicas ou relação dialógica entre ensino e aprendizagem/ docente e discente (Pacheco, 2018; Ribeiro e Schwartz,2017).
Nesta ótica, os estudantes são muitas vezes chamados a desenvolver trabalhos que possam evidenciar as aprendizagens e dar-lhes significado. Naturalmente quando um desses estudantes se expressa em Língua Gestual Portuguesa, a integração dessa forma de comunicação está presente e tem que ser valorizada sob pena de prejudicar a aprendizagem.
2. Objetivos
O presente trabalho tem por objetivos a) demonstrar como um trabalho desenvolvido no âmbito de uma unidade curricular se transformou num recurso pedagógico de extrema utilidade para a comunidade surda, podendo ser disponibilizado on-line, em plataformas especificas, b) sensibilizar para a importância do recurso a ferramentas tecnológicas na diferenciação pedagógica e c) questionar o paradigma de inclusão na escola do século XXI na perspetiva dos diferentes atores educativos.
3. Metodologia
A metodologia do trabalho assentou na pesquisa temática específica para a Unidade Curricular (UC) Biologia Saúde e Ambiente no tema “Alimentação e roda dos alimentos”, a que se seguiu a produção de texto, imagem e vídeo numa ferramenta que constitui um recurso pedagógico destinado a servir crianças de 1º ciclo ouvintes e surdos.
Após uma pesquisa sobre o tema e decidido o ano curricular sobre o qual o trabalho iria incidir, os textos foram trabalhados e transformados em “glosa” (Figura 1) para facilitar a sua compreensão pela estudante que assim passou à filmagem ilustrando o conhecimento em língua gestual.
Fig. 1 – Exemplo de texto trabalhado em glosa que é posteriormente passado para língua gestual em vídeo.
MOD20_PS02_v01 Fig. 2 – A história da roda dos alimentos (a) e a roda dos alimentos atual (b).
a
b