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Rev. Dent. Press Ortodon. Ortop. Facial vol.11 número3

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Academic year: 2018

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R Dental Press Ortodon Ortop Facial 15 Maringá, v. 11, n. 3, p. 15, maio/jun. 2006

O

Q U E H Á D E N O V O N A

O

D O N T O L O G I A

A tradição da Odontologia no neolítico se constitui na

mais antiga evidência de nossa profissão

Jorge Faber*

* Doutor em Biologia - Morfologia, Laboratório de Microscopia Eletrônica da Universidade de Brasília. Mestre em Ortodontia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Clínica privada focada no atendimento de pacientes adultos.

Avanços têm levado a menores índices CPOD na maior parte da população mundial que tem acesso ao tratamento dentário. Entretanto, a Odontologia ainda é associada ao tratamento da cárie, não apenas porque essa condição começou a ser vencida de forma relativamente recente, mas também porque esse é o tipo de interven-ção mais ancestral que se provê à boca. Achados recentes deslocaram ainda mais para o passado os primeiros vestí-gios do tratamento dentário.

Um estudo publicado no mês de abril deste ano, na revista Nature1, descreve os achados de um sítio

neolí-tico no Paquistão. Nove crânios pertencentes a quatro mulheres, dois homens e três indivíduos de gênero não identificado exibiam dentes com preparos cavitários delicados feitos, em quase todos os casos, na superfície oclusal dos dentes. Eles viveram em um período que se iniciou há 9.000 anos e se encerrou há 7.500.

Os preparos feitos em 1os e 2os molares inferiores e

superiores possuíam de 1,3 a 3,2mm de diâmetro e pro-fundidades que variavam entre 0,5 e 3,5mm. Microscopia eletrônica de varredura, microtomografia e microscopia de luz mostraram que esses dentes foram perfurados com uma broca e, em pelo menos um indivíduo, submetidos a preparo manual com delicados instrumentos. A presença de cárie associada a alguns preparos mostra que a inter-venção provavelmente fora terapêutica. Como algumas perfurações expuseram dentina, é possível que algum tipo de preenchimento tenha sido feito, mas nenhuma evidên-cia permaneceu que pudesse confirmar essa hipótese.

Presumivelmente, a tecnologia utilizada fora desen-volvida para a produção de contas de colares e outros ornamentos e, subseqüentemente, transferida para uma forma de Odontologia ancestral. É interessante notar que a prática se estendeu por um período de 1.500 anos, mas cessou há cerca de 6.500 anos, apesar da baixa saúde dentária que ainda persistiu.

1. COPPA, A. et al. Early neolithic tradition of dentistry. Nature,

London, v. 440, p. 755-756, apr. 2006.

2. HEYDECKE, G. et al. The impact of conventional and implant supported prostheses on social and sexual activities in edentu-lous adults: results from a randomized trial 2 months after treat-ment. J Dent, Oxford, v. 33, no. 8, p. 649-657, 2005.

Próteses totais suportadas por implantes impactam

positivamente nas atividades sociais e sexuais quando

comparadas com próteses totais convencionais

Dentes possuem uma grande importância no re-lacionamento de seres humanos. Eles estão presentes na demonstração de diferentes sentimentos e também contribuem para o julgamento de diferentes atributos de personalidade e comportamento. Dessa forma, o de-sempenho de próteses poderia, teoricamente, influenciar nas atividades do dia-a-dia, inclusive nas sexuais. Um es-tudo publicado recentemente no Journal of Dentistry2

analisou o impacto de próteses totais mandibulares con-vencionais e suportadas por dois implantes, exatamente sobre essas questões.

Um total de 102 indivíduos foi incluído em um es-tudo clínico controlado randomizado, no qual dois gru-pos foram formados. O primeiro recebeu próteses totais convencionais (n=48) e o segundo próteses totais sobre implantes (PTImp; n=54). Questionários foram utilizados para identificar a influência ou comportamento dessas próteses nas atividades sexuais e sociais. Foram incluídos itens como a recusa de conversas e convites, o sentimento de desconforto ao beijar e ao se relacionar sexualmente e

a frouxidão das próteses durante essas atividades. Escalas categóricas foram utilizadas para obter escores na época de instalação das próteses e após dois meses de uso. A saú-de oral relacionada à qualidasaú-de saú-de vida foi medida com o questionário Perfil de Impacto da Saúde Oral (PISO).

Dois meses após a instalação das próteses, os indiví-duos do grupo PTImp exibiram escores significativamen-te diferensignificativamen-tes – e melhores – na frouxidão das prósignificativamen-teses ao comer, falar, bocejar e beijar, bem como no PISO. Os in-divíduos com próteses ancoradas em implantes também se sentiram menos desconfortáveis não somente para beijar, mas também durante as relações sexuais.

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