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Rev. Dent. Press Ortodon. Ortop. Facial vol.11 número5

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Academic year: 2018

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R Dental Press Ortodon Ortop Facial 15 Maringá, v. 11, n. 5, p. 15, set./out. 2006

O

Q U E H Á D E N O V O N A

O

D O N T O L O G I A

O uso de bochechos antimicrobianos é superior ao fio

dental no controle da placa

A biomecânica mandibular e o desenvolvimento do

mento humano

A presença do mento é uma característica atribuída exclusivamente ao Homo sapiens. O mento possui im-portante participação na estética da face e é uma aquisi-ção relativamente recente no desenvolvimento da espécie – possui pouco mais de 10 mil anos. Antropologistas e anatomistas têm discutido, há muito tempo, sobre quais seriam as eventuais pressões de seleção que teriam culmi-nado com o desenvolvimento dessa estrutura anatômica e pouca concordância existe a esse respeito. Já se sugeriu que o mento possui participação importante na distribuição das forças ao longo do osso durante a mastigação. Porém, essa hipótese ainda não havia sido testada. Pesquisadores da Nova Zelândia tomaram para si essa tarefa e publicaram seus resultados no Journal of Dental Research2.

Os autores utilizaram os arquivos Dicom de uma to-mografia computadorizada para modelar uma mandíbula dentada 3-D. Utilizando um programa convencional de computação gráfica, foram criados os alvéolos dentários pela subtração da área ocupada pelas raízes da área total da mandíbula. A seguir, os autores criaram uma mandíbula sem mento, pela modelagem de uma mandíbula

anterior-* Doutor em Biologia - Morfologia, Laboratório de Microscopia Eletrôni-ca da Universidade de Brasília. Mestre em Ortodontia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Clínica privada focada no atendimento de pacientes adultos.

2. ICHIM, I.; SWAIM, M.; KIESER, J. A. Mandibular biomechanics and the development of the human chin. J Dent Res, Chicago, v. 85, no. 7, p. 638-42, 2006.

mente obtida. Foram simuladas mordidas na região dos incisivos e molares em um modelo de elemento finito.

Os resultados mostram que a mandíbula que possui o mento não exibe vantagens biomecânicas sobre aquela desprovida dessa área. Os estresses dissipados ao longo do osso não diferiram entre os dois modelos. Assim, não foi possível indicar possíveis fatores contribuidores para a geração dessa estrutura. É interessante notar que, durante a especiação, ou seja, o desenvolvimento de uma espécie, nem todas as estruturas anatômicas que se formam neces-sariamente desempenham alguma função. É possível que o mento seja uma área que se desenvolveu casualmente em nossa espécie e permaneceu porque, embora não traga qualquer vantagem funcional, não causa nenhum prejuízo.

Jorge Faber*

O uso do fio dental todos os dias é de grande impor-tância para redução da gengivite papilar e cárie interproxi-mal. Entretanto, estudos representativos indicam que não mais que 10% a 15% das pessoas realmente usam o fio dental diariamente. Dessa forma, uma busca muito válida é por alternativas ao uso do fio dental que se enquadrem melhor na dinâmica da vida das pessoas, levando a maior aderência ao controle da placa. Possivelmente uma saída para o problema é o desenvolvimento de soluções para bochecho diário que atinjam adequados índices de con-trole de placa, com baixos ou nenhum efeito colateral. Essa idéia norteou um grupo de pesquisadores da Alema-nha a comparar o uso de soluções de antimicrobianos para bochecho diário com o uso do fio dental, que publicaram os achados de seu estudo no Journal of Periodontology1

em agosto de 2006.

Os autores estudaram quatro grupos de 39 indiví-duos cada, que não faziam uso de aparelho ortodôntico fixo. O primeiro escovou os dentes e fez bochecho com solução de clorexidina (0,06%) e fluoreto (0,025%); o segundo escovou os dentes e bochechou com cloreto de cetilperidínio (0,1%) e fluoreto (0,025%); o terceiro escovou os dentes e usou fio dental; por fim, o quarto grupo serviu como controle e apenas escovou os dentes.

Índices de sangramento papilar e de placa proximal dos grupos foram colhidos por um mesmo examinador e comparados estatisticamente.

Os resultados do trabalho mostram que o uso de qual-quer uma das duas soluções testadas é melhor que o uso do fio dental, ou nenhum uso deste, na redução da placa interproximal. Por sua vez, o sangramento papilar apre-sentou um resultado diferente. Todos os grupos teste não diferiram entre si, mas diferiram do grupo controle, pois exibiram menor sangramento. O efeito colateral encontra-do foi a pigmentação encontra-dos dentes e língua nos grupos que fizeram bochechos.

Esses resultados indicam que o uso das soluções testa-das foi clinicamente igual ou superior ao uso do fio dental. Ainda que isso não signifique que devemos trocar a pres-crição do fio pelo bochecho, mostra que pacientes com grande dificuldade de higienização, possivelmente, se be-neficiariam com a implementação dessas soluções. Estudos dessa natureza precisam ser feitos com pacientes ortodôn-ticos e seriam interessantes temas de dissertações e teses.

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