• Nenhum resultado encontrado

Modelo para seleção de fornecedores em relacionamentos colaborativos na cadeia de suprimentos do setor de energia eólica

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Modelo para seleção de fornecedores em relacionamentos colaborativos na cadeia de suprimentos do setor de energia eólica"

Copied!
206
0
0

Texto

(1)

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO

ANDERSON TIAGO PEIXOTO GONÇALVES

MODELO PARA SELEÇÃO DE FORNECEDORES EM RELACIONAMENTOS COLABORATIVOS NA CADEIA DE SUPRIMENTOS DO SETOR DE ENERGIA

EÓLICA

Natal - RN 2019

(2)

ANDERSON TIAGO PEIXOTO GONÇALVES

MODELO PARA SELEÇÃO DE FORNECEDORES EM RELACIONAMENTOS COLABORATIVOS NA CADEIA DE SUPRIMENTOS DO SETOR DE ENERGIA

EÓLICA

Tese submetida ao Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito para a obtenção do título de Doutor em Administração na Área de Gestão Organizacional

Orientadora: Prof.ª. Maria Valéria Pereira de Araújo, Dr.ª

Natal - RN 2019

(3)

Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro Ciências Sociais Aplicadas - CCSA

Gonçalves, Anderson Tiago Peixoto.

Modelo para seleção de fornecedores em relacionamentos colaborativos na cadeia de suprimentos do setor de energia eólica / Anderson Tiago Peixoto Gonçalves. - 2019.

204f.: il.

Tese (Doutorado em Administração) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências Sociais Aplicadas,

Programa de Pós-Graduação em Ciências Administrativas. Natal, RN, 2019.

Orientador: Prof.ª. Drª. Maria Valéria Pereira de Araújo. 1. Seleção de Fornecedores - Tese. 2. Relacionamentos Colaborativos - Tese. 3. Cadeia de Suprimentos - Tese. 4.

Energia Eólica - Tese. 5. Tomada de Decisão Multicritério - Tese. I. Araújo, Maria Valéria Pereira de. II. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Título.

RN/UF/Biblioteca do CCSA CDU 658.78 Elaborado por Eliane Leal Duarte - CRB-15/355

(4)

ANDERSON TIAGO PEIXOTO GONÇALVES

MODELO PARA SELEÇÃO DE FORNECEDORES EM RELACIONAMENTOS COLABORATIVOS NA CADEIA DE SUPRIMENTOS DO SETOR DE ENERGIA

EÓLICA

Tese apresentada e aprovada em 28/06/2019, como requisito para a obtenção do título de Doutor em Administração no Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________

Prof.ª Maria Valéria Pereira de Araújo, Dr.ª

Presidente (Orientadora) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

_______________________________________

Prof. Anderson Luiz Rezende Mol, Dr.

Membro Interno - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

_______________________________________

Prof. Max Leandro de Araújo Brito, Dr.

Membro Interno - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

_______________________________________

Prof. Marcus Vinicius Dantas de Assunção, Dr.

Membro Externo - Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN)

_______________________________________

Prof. Renan Felinto de Farias Aires, Dr.

(5)

AGRADECIMENTOS

A Deus, por ter me dado paciência, concentração, perseverança, e por guiar-me pelos melhores caminhos.

À minha Mãe, Cleude, por sempre me escutar, pelo apoio incondicional, e por me motivar a seguir em frente mesmo diante das dificuldades.

À minha Tia Shirley e à minha Avó Maria, que, mesmo distantes, sempre estiveram na torcida pelo meu sucesso pessoal e profissional.

À minha namorada, Marina, por sempre me escutar, apoiar e por compreender a minha ausência em alguns momentos importantes.

À Prof. Dr.ª Maria Valéria, por ter aceitado me orientar mais uma vez, tal como na Graduação, e pelo exemplo de profissional que representa para mim.

Ao Prof. Dr. Anderson Mol e à Prof.ª Dr.ª Fabrícia Abrantes Figueiredo da Rocha, por terem, desde a realização do Seminário Doutoral I, contribuído diretamente para o desenvolvimento e conclusão desta Tese.

Ao Prof. Dr. Gesinaldo Ataíde Cândido, pelo apoio que nunca me foi negado, aos e-mails respondidos prontamente, às reuniões realizadas, um profissional em quem sempre me espelharei.

Aos meus colegas da Turma de Doutorado de 2015, principalmente, Marcos, Mariana, André, Gilson, Leandro, Raimundo e Marcelo, pelos momentos de descontração, de aprendizado, mas também de dificuldades compartilhadas.

Aos Docentes do Programa de Pós-Graduação em Administração da UFRN, pelos conhecimentos compartilhados ao longo destes quatro anos e meio.

Ao Programa de Pós-Graduação em Administração da UFRN, pelo acolhimento com que fui recebido.

Aos funcionários da UFRN, pelo suporte prestado sempre que necessário.

(6)

RESUMO

A presente pesquisa teve como objetivo geral propor um Modelo para Seleção de Fornecedores visando a construção de relacionamentos colaborativos na Cadeia de Suprimentos do Setor de Energia Eólica. Inicialmente, foram identificados os critérios que são atualmente utilizados pelas empresas produtoras de Energia Eólica na Seleção de Fornecedores de bens e serviços. Na sequência, foram definidos os perfis que delimitam os três níveis de relacionamentos da Cadeia de Suprimentos: cooperação, coordenação e colaboração. Por fim, foi apresentado um protocolo para apoiar a tomada de decisão dos Gestores na Seleção de Fornecedores, visando a construção de relacionamentos colaborativos na Cadeia de Suprimentos do Setor de Energia Eólica. A pesquisa é aplicada, quantitativa, exploratória e descritiva e utilizou como procedimentos técnicos a pesquisa bibliográfica, a aplicação de um questionário online e a modelagem quantitativa. A pesquisa foi realizada com as empresas produtoras de Energia Eólica proprietárias dos parques eólicos instalados no Rio Grande do Norte, Bahia e Ceará, que são os três Estados brasileiros com a maior capacidade eólica instalada e o maior número de parques eólicos operando em teste ou comercialmente. Os sujeitos da pesquisa foram 12 Gestores que atuam diretamente no processo de Seleção de Fornecedores de bens e serviços de 10 destas empresas. A pesquisa foi dividida em quatro etapas: identificação de critérios, definição de perfis, construção e validação do Modelo. Quanto aos resultados da pesquisa, desenvolveu-se um quadro referencial de critérios para Seleção de Fornecedores composto por 09 critérios genéricos e 06 específicos do subproblema de relacionamentos colaborativos ou

soft factors; verificou-se que o que diferencia os perfis dos três níveis relacionamentos da

Cadeia de Suprimentos é a intensidade com que as empresas incorporam 07 características (compromisso ou comprometimento, comunicação, confiança, cultura organizacional compatível, integração, interdependência e transparência) e excutam 08 comportamentos (compartilhamento de informações, compartilhamento de tecnologias, estabelecimento de objetivos comuns, implementação conjunta, planejamento conjunto, relações de longo prazo, tomada de decisão conjunta e trabalho em conjunto), variando de baixa na cooperação até alta na colaboração; construiu-se e validou-se um Modelo Multicritério de Apoio à Decisão que permite, de forma sistematizada e estruturada, classificar os fornecedores nos níveis de cooperação, coordenação ou colaboração, de acordo com o seu desempenho no conjunto de critérios estabelecido. Por fim, foi apresentado um protocolo para apoiar a tomada de decisão dos Gestores na Seleção de Fornecedores, visando a construção de relacionamentos colaborativos na Cadeia de Suprimentos do Setor de Energia Eólica.

Palavras-Chave: Seleção de Fornecedores; Relacionamentos Colaborativos; Cadeia de

(7)

ABSTRACT

The purpose of the present research was to propose a Supplier Selection Model in order to build collaborative relationships in the Supply Chain of the Wind Energy Sector. First, currently used criteria by Wind Energy companies for Selecting Suppliers of goods and services were identified. Second, the profiles that encompass the Supply Chain relationships (cooperation, coordination and collaboration) were selected. Third, a protocol supporting the decision-making process of managers for selecting suppliers aimed to build collaborative relationships in the Supply Chain of the Wind Energy Sector was presented. Applied, quantitative, exploratory and descriptive research methods were used. Furthermore, a bibliographic research, an online questionnaire survey and the quantitative modeling were used as technical procedures. This research was carried out in Wind Energy companies that own wind farms in three Brazilian states (Rio Grande do Norte, Bahia and Ceará) that have the highest installed wind energy capacity, as well as the highest number of wind farms either being tested or effectively used. Twelve managers who are directly responsible for selecting the suppliers of goods and services for 10 companies participated in it. For this research the criteria were identified, the profiles were selected, and the model was built and validated. A criteria framework for supplier selection consisting of 9 general criteria and 6 specific criteria of the collaborative relationship subproblem or soft factors was developed. It was observed that there is a difference between the profiles of the Supply Chain relationships with respect to the intensity which companies display characteristics (compromise or commitment, communication, trust, consistent organizational culture, integration, interdependence and transparency) and behavior (information sharing, technology sharing, common goals, joint implementation, joint planning, long-term relationships, joint decision making, and work groups), varying from decrease in cooperation to increase in collaboration. A Multi-criteria Decision-Making Model enables the classification of suppliers in terms of cooperation, coordination or collaboration according to the their performance through the criteria selected in a systemic and organized way. Finally, a protocol supporting the decision-making process of Managers for Selecting Suppliers aimed to build collaborative relationships in the Supply Chain of the Wind Energy Sector was presented.

Key-words: Supplier Selection; Collaborative Relationships; Supply Chain; Wind Energy;

(8)

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABDI Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial ABEEólica Associação Brasileira de Energia Eólica

ABEPRO Associação Brasileira de Engenharia de Produção

ACA Ant colony algorithm

AHP Analytic Hierarchy Process

AI Artificial Intelligence

AMD Apoio Multicritério à Decisão

ANEEL Agência Nacional de Energia Elétrica

ANP Analytic Network Process

ANPAD Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração

AR Association rule

BDTD Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações BIG Banco de Informações de Geração

BN Bayesian networks

BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

CBR Case Based Reasonin

CELPE Companhia Energética de Pernambuco

CEO Chief Executive Officer

CSCMP Council of Supply Chain Management Professionals

DEA Data Envelopment Analysis

DEMATEL Decision Making Trial and Evaluation Laboratory

DP Dynamic programming

DST Dempster shafer theory of evidence

DT Decision tree

ELECTRE Elimination and choice translation reality

FINAME Financiamento da Agência Especial de Financiamento Industrial

GA Genetic algorithm

GP Goal programming

GST Grey system theory

GWEC Global Wind Energy Council

ILP Integer linear programming

INLP Integer nonlinear programming

LAMSADE Laboratoire d'Analyse et de Modelisation des Systèmes pour l'Aide à la

Décision

LP Linear programming

MACBETH Measuring Attractiveness by a Categorical Based Evaluation Technique

MAUT Multiattribute Utility Theory

MCDA Multi-Criteria Decision Analysis

(9)

MP Mathematical programming

NLP Nonlinear programming

NN Neural network

OEMs Original Equipment Manufacturers

O&M Operação e Manutenção

PROEÓLICA Programa Emergencial de Energia Eólica

PROINFA Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica PROMETHEE Preference Ranking Organization Method for Enrichment Evaluation PROMSORT Preference Ranking Organization Method for Enrichment Evaluations

Sorting

PSO Particle swarm optimization

RST Rough set theory

SC Supply Chain

SCC Supply Chain Collaboration

SCM Supply Chain Management

SMART Simple Multi Attribute Rating Technique

SP Stochastic Programming

SSP Supplier Selection Problem

SVM Support vector machine

TCO Total Cost of Ownership

TOPSIS Technique for order preference by similarity to ideal solution

(10)

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Representação de uma Cadeia de Suprimentos ... 27

Figura 2 - Estrutura de rede de uma Cadeia de Suprimentos ... 28

Figura 3 - Um Framework do Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos ... 31

Figura 4 - Modelo conceitual do Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos ... 32

Figura 5 - Transição de negociações de mercado aberto para colaboração ... 34

Figura 6 - Importância estratégica e complexidade de relacionamentos em Cadeias de Suprimentos ... 35

Figura 7 - Escada para a Colaboração ... 36

Figura 8 - Framework para compreender a Cadeia de Suprimentos Colaborativa ... 38

Figura 9 - Modelo Conceitual para Cadeia de Suprimentos Colaborativa ... 39

Figura 10 - O escopo da colaboração em Cadeias de Suprimentos ... 41

Figura 11 - Impacto sobre a importância e a complexidade do processo de Seleção de Fornecedores ... 44

Figura 12 - Processo de Seleção de Fornecedores de De Boer, Labro e Morlacchi (2001) 45 Figura 13 - Etapas do processo de Seleção de Fornecedores de Sonmez (2006) ... 46

Figura 14 - Alguns marcos do uso de métodos de decisão para Seleção de Fornecedores 56 Figura 15 - Definição de classes utilizando perfis de limite ... 81

Figura 16 - Componentes básicos de aerogeradores de eixo horizontal em diferentes configurações ... 90

Figura 17 - Cadeia Produtiva de bens e serviços da indústria eólica ... 91

Figura 18 - Visão geral da Cadeia Produtiva de bens da indústria eólica ... 93

Figura 19 - Esquema sintetizado das Etapas da Pesquisa ... 96

Figura 20 - Procedimento para resolução de um problema de decisão ... 99

Figura 21 - Perfis dos níveis de relacionamentos da Cadeia de Suprimentos ... 109

Figura 22 - Estrutura de classificação das alternativas ... 115

Figura 23 - Modelo proposto ... 119

(11)

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Capacidade adicionada anualmente em GW ... 86

Gráfico 2 - Capacidade instalada total anual em GW ... 86

Gráfico 3 - Evolução da capacidade eólica nacional instalada em GW ... 88

(12)

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Estudos nacionais (Teses e Dissertações) que abordam a seleção de

fornecedores com foco multicritério ... 21

Quadro 2 - Definições para Cadeia de Suprimentos ... 26

Quadro 3 - Definições para Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos ... 29

Quadro 4 - Critérios para Seleção de Fornecedores de Dickson (1966) ... 49

Quadro 5 - Critérios mais utilizados na Seleção de Fornecedores, segundo estudos de revisão de literatura ... 50

Quadro 6 - Critérios para Seleção de Fornecedores parceiros, segundo Ellram (1990) .. 51

Quadro 7 - Lista de critérios de Furtado (2005) ... 52

Quadro 8 - Sumarização dos critérios mais utilizados em estudos nacionais (Teses e Dissertações) que abordam a Seleção de Fornecedores com foco multicritério ... 53

Quadro 9 - Grupos de critérios de Guarnieri (2012) ...,,... 54

Quadro 10 - Classificações dos métodos para Seleção de Fornecedores ... 57

Quadro 11 - Sumarização dos métodos para Seleção de Fornecedores ... 58

Quadro 12 - Níveis de questionamentos dos Modelos Multicritério ... 64

Quadro 13 - Relações de preferências ... 66

Quadro 14 - Matriz de consequências ... 69

Quadro 15 - Tipos de escalas ... 70

Quadro 16 - Principais procedimentos de normalização ... 71

Quadro 17 - Etapas do procedimento para resolução de um problema de decisão ... 72

Quadro 18 - Classificações dos Métodos Multicritério ... 74

Quadro 19 - Síntese das abordagens AMD ... 75

Quadro 20 - Principais Métodos provenientes das abordagens AMD ... 76

Quadro 21 - Referências seminais dos Métodos de Apoio Multicritério à Decisão ... 78

Quadro 22 - Características dos principais Métodos do tipo ELECTRE ... 80

Quadro 23 - Serviços da Cadeia Produtiva do Setor de Energia Eólica ... 90

Quadro 24 - Lista de critérios selecionados na pesquisa bibliográfica ... 97

Quadro 25 - Delineamento Metodológico da Pesquisa ... 102

Quadro 26 - Quadro referencial de critérios para Seleção de Fornecedores ... 107

Quadro 27 - Critérios selecionados para compor o Modelo ... 111

(13)

Quadro 29 - Conjunto de fornecedores avaliados ... 120

Quadro 30 - Alocação das alternativas às classes para um nível de corte λ = 0,7 ... 124

Quadro 31 - Comparação de cada alternativa para cada perfil (λ = 0,7) ... 125

Quadro 32 - Alocação das alternativas às classes para um nível de corte λ = 0,6 ... 126

Quadro 33 - Comparação de cada alternativa para cada perfil (λ = 0,6) ... 126

Quadro 34 - Alocação das alternativas às classes para um nível de corte λ = 0,8 ... 127

Quadro 35 - Comparação de cada alternativa para cada perfil (λ = 0,8) ... 128 Quadro 36 - Comparação das alocações das alternativas para diferentes níveis de corte 128

(14)

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Top 10 em capacidade eólica instalada - 2018 ... 87

Tabela 2 - Perfis dos Gestores ... 103

Tabela 3 - Critérios atualmente utilizados ... 104

Tabela 4 - Critérios que poderiam ser utilizados ... 105

Tabela 5 - Critérios mais utilizados ... 105

Tabela 6 - Critérios melhores avaliados ... 106

Tabela 7 - Escala de avaliação para os critérios genéricos do problema de Seleção de Fornecedores ... 112

Tabela 8 - Escala de avaliação para os critérios específicos do subproblema de relacionamentos colaborativos ... 113

Tabela 9 - Pesos atribuídos aos critérios ... 121

Tabela 10 - Pesos normalizados ... 121

Tabela 11 - Matriz de consequências ... 122

Tabela 12 - Síntese estatística das alocações para um nível de corte λ = 0,7 ... 124

Tabela 13 - Síntese estatística das alocações para um nível de corte λ = 0,6 ... 126

(15)

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 16

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ... 26

2.1 CADEIA DE SUPRIMENTOS (SUPPLY CHAIN) ... 26

2.1.1 Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos (Supply Chain Management) ... 29

2.1.2 Níveis de relacionamentos na Cadeia de Suprimentos ... 33

2.1.3 Cadeia de Suprimentos Colaborativa (Supply Chain Collaboration) ... 37

2.2 SELEÇÃO DE FORNECEDORES ... 43

2.2.1 Critérios para Seleção de Fornecedores ... 48

2.2.2 Métodos para Seleção de Fornecedores ... 55

2.3 ABORDAGEM DE APOIO MULTICRITÉRIO À DECISÃO ... 60

2.3.1 Modelos Multicritério de Apoio à Decisão ... 63

2.3.1.1 Estruturas de Preferências ... 65

2.3.1.2 Critérios de Decisão ... 67

2.3.1.3 Avaliação Intracritério e Intercritério ... 69

2.3.1.4 Escalas, Procedimentos de Normalização e Pesos dos Critérios ... 70

2.3.1.5 Construção do Modelo Multicritério ... 72

2.3.2 Métodos Multicritério de Apoio à Decisão ... 73

2.3.2.1 Métodos ELECTRE ... 79

3 O SETOR DE ENERGIA EÓLICA ... 85

3.1 BREVE PANORAMA DO SETOR DE ENERGIA EÓLICA NO BRASIL ... 87

3.2 CADEIA PRODUTIVA DO SETOR DE ENERGIA EÓLICA ... 89

4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ... 94

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA ... 94

4.2 AMBIENTE E SUJEITOS DA PESQUISA ... 95

4.3 ETAPAS DA PESQUISA ... 96

4.3.1 Identificação dos Critérios ... 96

4.3.2 Definição dos Perfis ... 98

4.3.3 Construção do Modelo ... 98

4.3.3.1 Fase Preliminar ... 99

4.3.3.2 Modelagem de Preferências e Escolha do Método ... 100

(16)

4.3.4 Validação do Modelo ... 101

5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS ... 103

5.1 CRITÉRIOS UTILIZADOS PELAS EMPRESAS DE ENERGIA EÓLICA ... 103

5.2 PERFIS DOS NÍVEIS DE RELACIONAMENTOS DA CADEIA DE SUPRIMENTOS ... 108

5.3 CONSTRUÇÃO DO MODELO MULTICRITÉRIO ... 110

5.4 VALIDAÇÃO DO MODELO MULTICRITÉRIO ... 120

5.4.1 Aplicação do Método ELECTRE TRI ... 122

5.4.2 Análise de sensibilidade do Modelo ... 125

5.4.3 Análise final dos resultados e recomendações para o decisor ... 129

5.5 PROTOCOLO DE APOIO À TOMADA DE DECISÃO ... 130

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 132

REFERÊNCIAS ... 136

APÊNDICE A - Revisão Sistemática ... 152

APÊNDICE B - Lista de Parques Eólicos ... 163

APÊNDICE C - Questionário ... 175

APÊNDICE D - Ficha de Avaliação de Fornecedores ... 179

(17)

1 INTRODUÇÃO

Atualmente, as organizações operam em um ambiente incerto, dinâmico, complexo, imprevisível, competitivo e global, em que precisam mudar sua maneira de fazer negócios se quiserem permanecer competitivas. Sob este contexto, nas últimas décadas, as organizações têm respondido a este desafio implementando Cadeias de Suprimentos Colaborativas ou Supply

Chain Collaboration, que lhes permitem a manutenção e a obtenção de vantagens competitivas

por meio de esforços colaborativos junto aos seus fornecedores e clientes (CAO et al., 2010; CAO; ZHANG, 2011; CHAN; CHONG; ZHOU, 2012; LEHOUX; D’AMOURS; LANGEVIN, 2014; GOMES; KLIEMANN NETO, 2015; HUI; CHENG; FEI, 2015; SOOSAY; HYLAND, 2015;; HU; DING, 2017; RALSTON; RICHEY; GRAWE, 2017; SALAM, 2017; MA; PAL; GUSTAFSSON, 2018; PANAHIFAR et al., 2018; ZHANG; CAO; 2018).

A Cadeia de Suprimentos Colaborativa “consiste em duas ou mais empresas independentes trabalhando em conjunto para planejar e executar operações da Cadeia de Suprimentos, com maior sucesso do que quando atuam isoladamente” (SIMATUPANG; SRIDHARAN, 2002, p. 19). Logo, os objetivos de negócios podem parecer difíceis de serem alcançados pelas organizações de modo isolado, mas podem ser facilmente obtidos por meio de relacionamentos colaborativos nas Cadeias de Suprimentos (HUDNURKAR; JAKHAR; RATHOD, 2014).

As empresas podem adotar diferentes tipos de relacionamentos com diferentes membros na Cadeia de Suprimentos, de acordo com as suas necessidades e os seus recursos disponíveis, os quais iniciam-se com a fase da cooperação, passam pela coordenação, até atingir a colaboração (SPEKMAN; KAMAUFF JR.; MYHR, 1998; MENTZER; FOGGIN; GOLICIC, 2000). Deste modo, a colaboração é apenas um dos níveis de interação em relacionamentos entre os membros da Cadeia de Suprimentos, sendo o objetivo final das fases por meio das quais um relacionamento pode evoluir (BACKSTRAND, 2007; HARRISON; HOEK; SKIPWORTH, 2014). Contudo, Marqui, Moura e Alcântara (2013) destacam que há pouco consenso sobre o que se espera das empresas envolvidas nos diferentes níveis de relacionamentos, quanto às características e aos comportamentos.

A formação de relacionamentos colaborativos com empresas competentes, confiáveis e comprometidas com o resultado de toda a Cadeia é imprescindível (VIANA; ALENCAR, 2012; YILDIZ; YAYLA, 2017). Porém, as organizações devem limitar os relacionamentos de natureza colaborativa a um número pequeno, mas potencialmente crítico, de clientes e fornecedores estrategicamente importantes, ou seja, concentrar sua atenção em um pequeno

(18)

número de relacionamentos próximos, em vez de tentar colaborar com todos (BARRATT, 2004).

Assim, focando-se a relação entre empresas compradoras e os seus fornecedores, faz-se necessário identificar aqueles fornecedores que, mediante prévia classificação em níveis de relacionamentos, reúnem as condições que possibilitem a construção de relacionamentos colaborativos em Cadeias de Suprimentos. Geralmente, as empresas interagem com vários fornecedores (MATOPOULOS et al., 2007), que possuem características e comportamentos diferentes, implicando, consequentemente, em diferentes níveis de relacionamentos.

Sob este contexto, a Seleção de Fornecedores é um dos componentes mais importantes da Cadeia de Suprimentos e se configura como uma das atividades mais críticas, uma vez que capacita a escolha dos fornecedores que reúnem as características necessárias para a construção de relacionamentos colaborativos (OZKOK; TIRYAKI, 2011; LIN, 2012; VIANA; ALENCAR, 2012; YAYLA; YILDIZ; OZBEK, 2012; LIMA JÚNIOR; OSIRO; CARPINETTI, 2013b; CHANG, 2017; YILDIZ; YAYLA, 2017).

A Seleção de Fornecedores permite o estabelecimento eficaz da Cadeia de Suprimentos e contribui fortemente para o seu desempenho geral, bem como de todas as organizações envolvidas (KESKIN; ILHAN; OZKAN, 2010; LIMA JÚNIOR; OSIRO; CARPINETTI, 2013b; PAL; GUPTA; GARG, 2013; LIMA JÚNIOR; CARPINETTI, 2015). O seu principal objetivo é reduzir o risco na compra, maximizar o valor geral para o comprador e desenvolver relacionamentos de longo prazo entre compradores e fornecedores no atual cenário competitivo (PAL; GUPTA; GARG, 2013).

Em vista do exposto, dado que as empresas interagem com vários fornecedores, os quais possuem características e comportamentos diferentes, que implicam em diferentes níveis de relacionamentos (cooperação, coordenação e colaboração), a pergunta que norteou esta pesquisa foi: Como selecionar fornecedores visando a construção de relacionamentos

colaborativos em Cadeias de Suprimentos?

A pesquisa foi desenvolvida no Setor de Energia Eólica, onde, segundo a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial - ABDI (2014), tem-se incentivado a adoção de estratégias de Cadeias de Suprimentos Colaborativas, com estabelecimento de parcerias e contratos de longo prazo entre as empresas compradoras (produtoras ou geradoras de Energia Eólica) e os seus fornecedores, que tendem a contribuir significativamente para a minimização de gaps de fornecimento de bens e serviços, redução de custos, aumento de competitividade e garantia de fornecimento, além de outros benefícios.

(19)

O incentivo tem ocorrido em virtude dos diversos fornecedores de bens e serviços da Cadeia Produtiva do Setor de Energia Eólica estarem recebendo pedidos “por pulsos” e com prazos curtos de entrega, comprometendo preços e volumes no curto prazo (ABDI, 2014). Acredita-se, então, que a otimização da capacidade de fornecimento da Cadeia Produtiva poderá ser atingida pelo estabelecimento de relações de parceria e de contratos de fornecimento e compras no médio ou longo prazo.

A literatura relata que a colaboração dentro da Cadeia de Suprimentos e a Seleção de Fornecedores são dois dos principais problemas que impactam significativamente no Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos (NEJMA et al., 2019). A colaboração é considerada um importante tópico de pesquisa, que tem sido abordado na academia como uma importante estratégia de negócios e, mais que uma opção, uma necessidade para a manutenção e a obtenção de competitividade (MATOPOULOS et al., 2007; SOOSAY; HYLAND, 2015; FAUSTINO et

al., 2018).

A Cadeia de Suprimentos Colaborativa ou Supply Chain Collaboration é um tema de pesquisa relativamente novo, que tem atraído maior nível de interesse nos últimos dez anos, com um ritmo de crescimento acelerado no número de estudos na literatura (RAMANATHAN, 2014; MA; PAL; GUSTAFSSON, 2018). No Brasil, o tema ainda é pouco explorado, uma vez que o aumento acentuado de pesquisas tem ocorrido, principalmente, em países desenvolvidos (FAUSTINO et al., 2018).

Tal constatação é corroborada por Soosay e Hyland (2015), que ao realizarem uma revisão de literatura com uma amostra de 207 artigos publicados em 69 periódicos internacionais entre os anos de 2005 e 2014, evidenciaram que o EUA tem contribuído com 31,40% do total de artigos, seguido por Reino Unido (14,49%), Taiwan (9,17%), Austrália (6,28%) e Canadá (6,28%), enquanto que o Brasil representa apenas 0,96%. Portanto, o tema recente e a escassez de pesquisas no Brasil motivaram o desenvolvimento do presente estudo.

Já a Seleção de Fornecedores têm atraído o interesse de pesquisadores desde a década de 1960, e a quantidade de estudos só tem aumentado (PAL; GUPTA; GARG, 2013). O tema tem recebido considerável atenção, principalmente, na literatura que trata do Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos, sendo um dos mais discutidos (IGOULALENE; BENYOUCEF; TIWARI, 2015; SULTANA; AHMED; AZEEM, 2015).

Ao longo dos anos, foram desenvolvidos vários métodos que podem ser utilizados na busca por soluções eficientes para o referido problema, dentre os quais se destacam os Métodos Multicritério, a Programação Matemática, a Inteligência Artificial, o Data Envelopment

(20)

BENTON, 1991; DEGRAEVE; LABRO; ROODHOOFT, 2000; DE BOER; LABRO; MORLACCHI, 2001; SONMEZ, 2006; HA; KRISHNAN, 2008; HO; XU; DEY, 2010; AGARWAL et al., 2011; VIANA; ALENCAR, 2012; WARE; SINGH; BANWET, 2012; CHAI; LIU; NGAI, 2013; KHODADADZADEH; SADJADI, 2013; LIMA JÚNIOR; OSIRO; CARPINETTI, 2013b; GUARNIERI, 2015; YILDIZ; YAYLA, 2015).

Contudo, o referido tema vem sendo predominantemente abordado como um problema de decisão, no qual diversos critérios podem ser considerados no julgamento das possíveis empresas fornecedoras (LIMA JÚNIOR; OSIRO; CARPINETTI, 2013b; LIMA JÚNIOR; CARPINETTI, 2015). Logo, a necessidade de avaliar estes múltiplos critérios o transformou em um problema de tomada de decisão multicritério, aumentando a complexidade do processo decisório (KESKIN; ILHAN; OZKAN, 2010; WANG, 2010; AGARWAL et al., 2011; AMID; GHODSYPOUR; O’BRIEN, 2011; ERTAY; KAHVECI; TABANLI, 2011; KILINCCI; ONAL, 2011; OZKOK; TIRYAKI, 2011; YUCEL; GUNERI, 2011; LIN, 2012; VIANA; ALENCAR, 2012; YAYLA; YILDIZ; OZBEK, 2012; IGOULALENE; BENYOUCEF; TIWARI, 2015; KARSAK; DURSUN, 2015; SULTANA; AHMED; AZEEM, 2015; YADAV; SHARMA, 2015, 2016; ÇAKIR, 2017; YILDIZ; YAYLA, 2017; SARKAR; PRATIHAR; SARKAR, 2018).

A Seleção de Fornecedores inclui critérios qualitativos e quantitativos, dentre os quais muitos podem conflitar entre si, consequentemente, a sua interpretação requer métodos apropriados (WANG, 2010; ALMEIDA, 2011; AMID; GHODSYPOUR; O’BRIEN, 2011; KILINCCI; ONAL, 2011; OZKOK; TIRYAKI, 2011; YUCEL; GUNERI, 2011; YAYLA; YILDIZ; OZBEK, 2012; DE FELICE et al., 2015; GUARNIERI, 2015; SULTANA; AHMED; AZEEM, 2015; ÇAKIR, 2017; CHANG, 2017; SARKAR; PRATIHAR; SARKAR, 2018).

Assim, para que a avaliação dos fornecedores, mediante os critérios, seja agregada e a tomada de decisão facilitada, vem sendo utilizados os métodos da Abordagem de Apoio Multicritério à Decisão - AMD, os quais têm sido amplamente aplicados em vários campos de pesquisa, principalmente na estruturação de problemas de decisão com múltiplos critérios ou objetivos conflitantes e mal estruturados, como é o caso da Seleção de Fornecedores (GOMES; GOMES, 2014; GUARNIERI, 2015; IGOULALENE; BENYOUCEF; TIWARI, 2015; SULTANA; AHMED; AZEEM, 2015; YADAV; SHARMA, 2015).

A Seleção de Fornecedores, enquanto problema de tomada de decisão multicritério, é bem estabelecida tanto na literatura, pelos pesquisadores acadêmicos, como na prática, pelos profissionais de negócios, constituindo-se em uma área frutífera para pesquisas futuras

(21)

(OZKOK; TIRYAKI, 2011; LIN, 2012; DE FELICE et al., 2015; KARSAK; DURSUN, 2015; DWEIRI et al., 2016).

Um panorama sobre este tema pode ser verificado em estudos recentes de revisão de literatura nacionais e internacionais (HO; XU; DEY, 2010; AGARWAL et al., 2011; VIANA; ALENCAR, 2012; WARE; SINGH; BANWET, 2012; CHAI; LIU; NGAI, 2013; KHODADADZADEH; SADJADI, 2013; LIMA JÚNIOR; OSIRO; CARPINETTI, 2013b; GUARNIERI, 2015; YILDIZ; YAYLA, 2015)

Alguns destes estudos revelam que nos últimos anos há crescimento na quantidade de artigos que tratam do problema de Seleção de Fornecedores utilizando a Abordagem AMD, com estimativa de aumento no número de trabalhos (HO; XU; DEY, 2010; VIANA; ALENCAR, 2012; LIMA JÚNIOR; OSIRO; CARPINETTI, 2013b). Os resultados obtidos por Lima Júnior, Osiro e Carpinetti (2013b) mostram que Taiwan, Turquia, Irã e China são responsáveis pelo desenvolvimento de 68,33% das pesquisas realizadas.

Para melhor compreender o desenvolvimento de estudos sobre o problema de Seleção de Fornecedores sob o foco multicritério, foi realizada uma revisão sistemática da literatura (APÊNDICE A), que apresenta um panorama do tema ao longo dos últimos anos (2006-2017) por meio da identificação de artigos internacionais relevantes.

Diante deste cenário descrito, a Abordagem AMD foi selecionada para conduzir o presente estudo por se adequar melhor aos seus objetivos, uma vez que busca sistematizar e estruturar a escolha de fornecedores, dando suporte aos Gestores e reduzindo as decisões tomadas somente com base na experiência (GUARNIERI, 2015).

A escolha de fornecedores visando a construção de relacionamentos colaborativos, foco do presente estudo, é apenas um dos subproblemas vinculados ao problema de Seleção de Fornecedores ou Supplier Selection Problem, que, segundo Guarnieri (2015), envolvem, ainda: compartilhamento de processos-chave de negócios com parceiros; aquisição de serviços ou produtos de fornecedores externos; escolha de fornecedores para compartilhamento de informações; classificação de fornecedores em categorias a fim de direcionar a melhor estratégia de relacionamento; avaliação para categorização e certificação, dentre outros.

Guarnieri (2015) destaca que há escassez de trabalhos internacionais que tratem especificamente do subproblema da Seleção de Fornecedores sob a perspectiva de parcerias e de relacionamentos colaborativos, vindo a caracterizar uma lacuna na literatura. Em sua pesquisa, o autor identificou apenas 05 artigos que possuem correspondência com este subproblema, sendo que 04 buscam classificar os fornecedores em categorias de acordo com suas similaridades (CHOY et al., 2005; ARAZ; OZKARAHAN, 2007; KESKIN; ILHAN;

(22)

OZKAN, 2010; WANG, 2010) e 01 tem como objetivo selecionar fornecedores para parcerias de co-desenvolvimento de produtos (FENG; FAN; MA, 2010).

Na literatura nacional, estudos recentes, sobretudo, Teses e Dissertações, tratam do tema de Seleção de Fornecedores com foco multicritério, abordando diferentes subproblemas dentre os identificados por Guarnieri (2015). Em uma busca realizada na Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações - BDTD, utilizando em combinado as palavras-chave “seleção de fornecedores” e “multicritério”, foram encontrados 29 estudos, sendo que 20 abordam algum dos subproblemas e 09 não abordam nenhum deles. No Quadro 1 são apresentados os referidos estudos, os quais foram dispostos conforme os subproblemas abordados.

Quadro 1 - Estudos nacionais (Teses e Dissertações) que abordam a seleção de fornecedores com foco multicritério

Subproblema Autor (Ano) Estudo

Seleção de alternativas mais apropriadas para

contratos de terceirização

Salviano (2009) UFPE

(Dissertação)

Modelo de decisão multicritério aplicado à seleção de contratados para construção de subestação de energia elétrica na CHESF

Prado (2011) USP (Dissertação)

Análise de decisão multicritério aplicada na seleção de fornecedores de logística

Falcão (2012) UFPE (Dissertação)

Modelo multicritério para a seleção de fornecedores na reciclagem do resíduo do óleo lubrificante

Gonçalo (2012) UFPE

(Dissertação)

Modelo multicritério para seleção de fornecedores de serviços terceirizados: um estudo de caso para fornecedores de transporte em uma rede varejista

Tramarico (2012) UNESP

(Dissertação)

Avaliação multicritério de prestadores de serviços logísticos Oliveira (2016)

UNINOVE (Dissertação)

Seleção de provedores de serviços logísticos utilizando o método de decisão multicritério AHP: estudo de caso no setor de cargas expressas Seleção de fornecedores para compra de componentes e materiais Ribeiro (2008) ITA (Dissertação)

Método para a solução do problema de seleção de fornecedores utilizando apoio multicritério à decisão Carmo (2009)

UFC

(Dissertação)

Proposta de modelo para seleção de fornecedores e otimização do transporte na cadeia produtiva do biodiesel com base em critérios de sustentabilidade

Giacon (2012) USP (Dissertação)

Seleção de fornecedores por análise de decisão multicritério e otimização combinatória considerando aspectos de logística e sustentabilidade

Silva (2013) UFPE (Dissertação)

Seleção e avaliação de fornecedores: uma proposta de modelo para uma empresa de impermeabilização

Bastos (2016) UNISINOS (Dissertação)

Proposta de aprimoramento do processo de avaliação e seleção de fornecedores: Uma aplicação ao caso do Instituto Federal de Tocantins

Rodriguez (2017) UFPE

(Dissertação)

Modelo de Decisão Multicritério para Seleção de

Fornecedores de equipamentos laboratoriais para pesquisa agropecuária

(23)

Avaliação do desempenho de

fornecedores e classificação em categorias de acordo com suas similaridades

Guarnieri (2012) UFPE (Tese)

Modelo de apoio à decisão multicritério para classificação de fornecedores em níveis de colaboração no gerenciamento da cadeia de suprimentos utilizando o método Electre Tri Silva ALO (2012)

UFPE (Dissertação)

Utilização do método multicritério PROMSORT na

classificação de fornecedores para reparo de motores elétricos de indução em uma empresa pública de saneamento

Simões (2013) UFF (Dissertação)

Aplicação do ELECTRE TRI na Classificação de Fornecedores de Indústria Automotiva

Silva (2014) UFRPE (Dissertação)

Aplicação do apoio multicritério na classificação de fornecedores em uma indústria de transformação de leite

Gerenciamento de fornecedores, incluindo a seleção, avaliação e desenvolvimento Schramm (2008) UFPE (Dissertação)

Modelo de apoio a decisão para seleção e avaliação de fornecedores na cadeia de suprimentos da construção civil Araújo (2012)

UFPE (Dissertação)

Modelo integrado para seleção e avaliação de desempenho de fornecedores Seleção de fornecedores considerando ambientes de incertezas Silva (2015) UFPE (Dissertação)

Modelo de decisão multicritério em contratos de manutenção em meio ao conceito de Delay Time

Seleção de fornecedores para relacionamentos colaborativos Guarnieri (2012) UFPE (Tese)

Modelo de apoio à decisão multicritério para classificação de fornecedores em níveis de colaboração no gerenciamento da cadeia de suprimentos utilizando o método Electre Tri Seleção de fornecedores sob a perspectiva do SCM estratégico Santi (2012) UFRN (Dissertação)

Uma abordagem híbrida para o problema de seleção de fornecedores em Cadeias de Suprimentos

Não aborda nenhum dos subproblemas

Alencar (2006) UFPE (Tese)

Modelo multicritério de decisão em grupo para seleção de fornecedores em gestão de projeto

Silva ACS (2012) ITA (Tese)

Utilização de abordagens não usuais na tomada de decisão multicritério à solução do problema de seleção de

fornecedores Lima Júnior

(2013)

USP (Dissertação)

Comparação entre os métodos Fuzzy TOPSIS e Fuzzy AHP no apoio à tomada de decisão para seleção de fornecedores Perez (2013)

UFPE (Dissertação)

Análise multicritério aplicada na seleção de fornecedores de sistemas ERP para um Grupo de Restaurantes

Schramm (2013) UFPE (Tese)

Modelo de seleção de fornecedores para compras públicas baseado em negociação multibilateral e multiaspecto Pegetti (2014)

USP (Dissertação)

Aplicação de mapas cognitivos e método AHP para a seleção de fornecedores em instituição de ensino superior

Frej (2017) UFPE (Dissertação)

Modelo Multicritério para Seleção de Fornecedores e Análise da Problemática de Ordenação com FITradeoff

Rodrigues (2017) UFSCar

(Dissertação)

Seleção de Fornecedores Sustentáveis utilizando Fuzzy DEMATEL-ANP

Calache (2018) USP (Dissertação)

Comparação de técnicas Fuzzy para a decisão em grupo aplicadas à Seleção de Fornecedores

(24)

Verifica-se no Quadro 1 que apenas o estudo de Guarnieri (2012) aborda o subproblema de parcerias e de relacionamentos colaborativos. O referido autor propõe um Modelo de gerenciamento de fornecedores de forma estruturada, utilizando-se de um Método Multicritério, para facilitar o processo de decisão referente à classificação de fornecedores em níveis de colaboração no Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos.

Em seu trabalho, Guarnieri (2012) adota o entendimento de Cohen e Roussel (2004), que veem a colaboração como um continumm, e a classificam em quatro níveis de parcerias na Cadeia de Suprimentos: transacional, cooperativo, coordenado e sincronizado. Já o presente estudo adotou a classificação proposta por Marqui, Moura e Alcântara (2013), que partem do princípio de que a colaboração é o nível mais alto em relacionamentos na Cadeia de Suprimentos, o qual é antecedido pelas fases de cooperação e coordenação.

Apenas 02 estudos internacionais recentes abordam o tema da Seleção de Fornecedores sob o foco multicritério aplicada em Cadeias de Suprimentos Colaborativas. Xu, Li e Wu (2011) propõem um Modelo de Seleção de Fornecedores para colaboração na Cadeia de Suprimentos, porém sem a prévia classificação dos fornecedores em níveis de relacionamentos. Já Hudnurkar, Rathod e Jakhar (2016), se limitam a apresentar uma lista de 26 critérios, identificados por meio de entrevistas com Gestores de empresas multinacionais de manufatura que operam na Índia, em uma estrutura de decisão multicritério para classificação de fornecedores em Cadeias de Suprimentos Colaborativas, mas sem a proposição de um Modelo.

Portanto, o presente estudo diferencia-se destes 02 trabalhos citados, uma vez que foi desenvolvido um quadro referencial composto por critérios genéricos para Seleção de Fornecedores e específicos do subproblema de relacionamentos colaborativos (soft factors), o qual foi utilizado para subsidiar o desenvolvimento de um Modelo para Seleção de Fornecedores que, mediante prévia classificação nos três níveis de relacionamentos propostos por Marqui, Moura e Alcântara (2013), visa a construção de relacionamentos colaborativos na Cadeia de Suprimentos.

Além disso, ao definir os perfis, compreendendo características e comportamentos, que delimitam cada um dos níveis de relacionamentos da Cadeia de Suprimentos, o presente estudo busca dirimir a dificuldade que há na literatura em diferenciar a cooperação, a coordenação e a colaboração, já que, embora haja um consenso de que o último corresponda ao nível mais alto e que ao alcançar os primeiros o desenvolvimento de suas práticas será facilitado, os referidos termos são frequentemente utilizados sem serem diferenciados uns dos outros (ZACHARIA; NIX; LUSCH, 2009; MOHARANA et al., 2012; MARQUI; MOURA; ALCÂNTARA, 2013;

(25)

HUDNURKAR; JAKHAR; RATHOD, 2014; MONTOYA-TORRES; ORTIZ-VARGAS, 2014; RAMANATHAN, 2014; SOOSAY; HYLAND, 2015).

Outrossim, o Quadro 1 revela que, com exceção de Silva (2014), os demais trabalhos (Teses e Dissertações) são da Área das Engenharias, demonstrando que o tema da Seleção de Fornecedores com foco multicritério tem sido pouco abordado sob o ponto de vista da Gestão. Deste modo, o presente estudo busca contribuir para a área da Gestão Organizacional ao apresentar como resultado final um Modelo que tem a finalidade de apoiar a tomada de decisão dos Gestores de empresas envolvidas em Cadeias de Suprimentos, independentemente do seu setor produtivo, que os capacitará a identificar com maior confiabilidade e facilidade os fornecedores que reúnem as condições que possibilitam a construção de relacionamentos colaborativos.

Portanto, o foco do presente estudo residiu na construção de um Modelo de Apoio à Decisão, embasado por uma discussão teórica que envolveu como pilares, principalmente, a Seleção de Fornecedores e a Cadeia de Suprimentos Colaborativa, e não somente na simples aplicação de um dos Métodos da Abordagem AMD, o qual foi utilizado como ferramenta para se atingir o objetivo geral da pesquisa de forma estruturada e sistematizada.

Ao discutir sobre Cadeias de Suprimentos Colaborativas, Seleção de Fornecedores e Abordagem AMD, o presente estudo busca contribuir teoricamente tanto para a Administração como para a Engenharia de Produção, por serem estes temas, dentre outros, abordados em áreas consideradas de intersecção entre estes dois campos de pesquisa (ABEPRO, 2019; ANPAD, 2019).

Diante da contextualização apresentada, o objetivo geral desta pesquisa é: Propor um

Modelo para Seleção de Fornecedores visando a construção de relacionamentos colaborativos na Cadeia de Suprimentos do Setor de Energia Eólica.

A fim de alcançar o objetivo geral foram definidos os seguintes objetivos específicos: a) Identificar os critérios que são atualmente utilizados pelas empresas produtoras de Energia Eólica na Seleção de Fornecedores de bens e serviços;

b) Definir os perfis que delimitam cada um dos níveis de relacionamentos da Cadeia de Suprimentos;

c) Apresentar o protocolo para apoiar a tomada de decisão dos Gestores na Seleção de Fornecedores, visando a construção de relacionamentos colaborativos na Cadeia de Suprimentos do Setor de Energia Eólica.

(26)

 O Capítulo 2 apresenta uma discussão teórica sobre os temas centrais que nortearam a pesquisa, o qual é composto por três Seções, quais sejam: 2.1 Cadeia de Suprimentos, 2.2 Seleção de Fornecedores e 2.3 Abordagem de Apoio Multicritério à Decisão;

 O Capítulo 3 apresenta o Setor de Energia Eólica, discute brevemente sobre o seu panorama no Brasil e caracteriza a Cadeia Produtiva no país;

 O Capítulo 4 descreve os Procedimentos Metodológicos utilizados, que abrangem a caracterização da pesquisa, a apresentação do ambiente e sujeitos da pesquisa e a descrição das etapas da pesquisa;

 O Capítulo 5 apresenta e analisa os resultados obtidos na pesquisa, conforme os objetivos específicos elencados anteriormente;

 O Capítulo 6 compreende as considerações finais, a apresentação das limitações da pesquisa, bem como as recomendações para estudos futuros.

(27)

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 CADEIA DE SUPRIMENTOS (SUPPLY CHAIN)

A acirrada competição nos mercados globais e as maiores expectativas dos clientes forçam as empresas a investirem e concentrarem os seus esforços na Cadeia de Suprimentos ou

Supply Chain - SC, uma vez que as empresas já não competem individualmente, como entidades

autônomas, uma contra a outra, mas como SC, uma rede de negócios e relacionamentos múltiplos que agrega valor e reduz custos (LAMBERT; COOPER, 2000; SIMCHI-LEVI; KAMINSKY; SIMCHI-LEVI, 2010; CHRISTOPHER, 2014).

Christopher (2014) afirma que na era da “concorrência da SC”, as organizações não podem atuar como entidades isoladas e independentes que concorrem entre si. Porém, muitas organizações ainda se veem como entidades independentes e que de fato precisam competir entre si, o que pode ser autodestrutivo, caso esta filosofia acarrete na falta de disposição em cooperar para competir. Na SC, por definição, as organizações são dependentes umas das outras, assim, torna-se um paradoxo a ausência da cooperação. O Quadro 2 apresenta algumas definições para SC encontradas na literatura.

Quadro 2 - Definições para Cadeia de Suprimentos

Autor (Ano) Definição

Mentzer et al. (2001)

Conjunto de três ou mais entidades (organizações ou indivíduos) diretamente envolvidas nos fluxos, a montante ou a jusante, de produtos, serviços, finanças e/ou informações desde o fornecedor até o cliente.

Chopra e Meindl (2003)

Engloba todos os estágios envolvidos, direta ou indiretamente, no atendimento de um pedido de um cliente. Inclui fabricantes, fornecedores, transportadoras, depósitos, varejistas e os próprios clientes.

Ballou (2006) Abrange todas as atividades relacionadas com o fluxo e transformação de mercadorias, desde o estágio de matéria-prima até o usuário final, bem como os fluxos de informação. Ching (2009) É todo esforço envolvido nos diferentes processos e atividades empresariais que criam

valor na forma de produtos e serviços para o consumidor final. Krajewski, Ritzman

e Malhotra (2009)

Rede de serviços, materiais e fluxos de informação que liga os processos de relacionamento com clientes, de atendimento de pedidos e de relacionamentos com fornecedores da empresa e de seus fornecedores e clientes.

Pires (2010)

É uma rede de companhias autônomas, ou semiautônomas, que são efetivamente responsáveis pela obtenção, produção e liberação de um determinado produto e /ou serviço ao cliente final.

Christopher (2014)

É a rede de organizações que está envolvida, por meio de ligações a montante e a jusante, nos diferentes processos e atividades que produzem valor na forma de produtos e serviços nas mãos do consumidor final.

Harrison, Hoek e Skipworth (2014)

É uma rede de parceiros que convertem coletivamente um material básico (upstream) em um produto final (downstream) que é avaliado pelos clientes finais.

(28)

Gomes e Kliemann Neto (2015)

Arranjo Produtivo que contém um conjunto de relações comerciais e financeiras situado entre os estados de transformação e um fluxo de troca entre fornecedores e clientes. Fonte: Elaboração própria (2019)

Verifica-se no Quadro 2 que praticamente todas as definições são convergentes. Assim, em termos gerais, pode-se considerar que a SC é uma rede de entidades autônomas envolvidas nos processos e atividades necessários para a produção de produtos ou prestação de serviços, desde o fornecedor inicial até o cliente final.

Para Lambert, Cooper e Pagh (1998), a SC inclui todas as empresas com quem uma “empresa foco” interage direta ou indiretamente por meio de seus fornecedores ou clientes, do ponto de origem ao ponto de consumo. Os referidos autores classificam os membros de uma SC em primários, que abrangem empresas autônomas ou unidades de negócios estratégicas que realizam atividades (operacionais e/ou gerenciais) de valor agregado nos processos de produção de um produto para um cliente específico ou mercado; e de apoio, que incluem empresas que fornecem recursos, conhecimento, utilidades ou ativos para os membros primários da SC.

A Figura 1 ilustra uma hipotética SC, apresentada por Pires (2010), na qual uma empresa foco possui um conjunto de fornecedores e clientes com quem atua diretamente (primeira camada) e outro conjunto de fornecedores e clientes com os quais se relaciona indiretamente (segunda camada). A empresa foco conduz relacionamentos nos sentidos a montante (em direção aos fornecedores) e a jusante (em direção aos clientes), nos quais ocorrem fluxos tanto de materiais como de informações.

Figura 1 - Representação de uma Cadeia de Suprimentos

(29)

Mentzer et al. (2001) identificaram três graus de complexidade da SC: (a) direta, constituída por uma empresa foco, um fornecedor e um cliente, envolvidos nos fluxos de produtos, serviços, finanças e/ou informações a montante e/ou a jusante; (b) ampliada, que inclui fornecedores do fornecedor imediato e clientes do cliente imediato; e (c) total, que inclui todas as organizações envolvidas em todos os fluxos a montante e a jusante, do fornecedor final ao cliente final.

Para Lambert, Cooper e Pagh (1998), a estrutura da SC possui três dimensões: (a) horizontal, que refere-se ao número de níveis ou camadas em toda a SC, podendo ser longa ou curta; (b) vertical, que refere-se ao número de fornecedores e clientes em cada nível, podendo ser estreita ou ampla, dependendo da quantidade de fornecedores/clientes; e (c) posição horizontal da empresa foco dentro da SC, a qual pode se posicionar perto da fonte inicial de suprimentos, ou do cliente final, ou em algum lugar entre estes dois pontos da SC, conforme ilustrado na Figura 2. De acordo com os referidos autores, aumentar ou reduzir o número de fornecedores e/ou clientes afetará a estrutura da SC.

Figura 2 - Estrutura de rede de uma Cadeia de Suprimentos

Fonte: Adaptado de Lambert, Cooper e Pagh (1998)

Dada a possibilidade de inúmeras configurações da SC, observa-se que uma determinada organização pode fazer parte de múltiplas SCs, ou seja, uma empresa pode fazer parte de SCs de diversos setores de produção, o que leva ao conceito de Redes de Suprimentos ou Supply Network, uma estrutura mais complexa que a da SC (MENTZER et al., 2001; KRAJEWSKI; RITZMAN; MALHOTRA, 2009).

(30)

2.1.1 Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos (Supply Chain Management)

A Cadeia de Suprimentos e o Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos ou Supply

Chain Management - SCM são termos geralmente utilizados de forma equivalente

(BACKSTRAND, 2007). Contudo, o primeiro é um conceito mais amplo e estrategicamente mais importante que o segundo (CHING, 2009). A SC se diferencia do SCM no sentido de que é um fenômeno que existe nos negócios independentemente de ser gerenciada ou não, enquanto que o SCM exige esforços de gerenciamento das organizações membros da SC (MENTZER et

al., 2001).

O termo SCM foi introduzido na década de 1980 por Oliver e Webber (1982), consultores da área de Gestão (COOPER; LAMBERT; PAGH, 1997; LAMBERT; COOPER; PAGH, 1998; STOCK; BOYER; HARMON, 2010; SHIAU; DWIVEDI; TSAI, 2015; ASGARI

et al., 2016; LEMAY et al., 2017; SWANSON et al., 2018; SWEENEY; GRANT; MANGAN,

2018). Porém, somente a partir da década de 1990 que o interesse pelo tema cresceu (PIRES, 2010; SWANSON et al., 2018).

Há dificuldade em se definir o SCM devido às múltiplas abordagens encontradas na literatura, consequentemente, uma definição consensual é improvável (AL-SHBOUL et al., 2017; LEMAY et al., 2017; SOUZA; MESQUITA; ANTONIALLI, 2017). Inicialmente, as definições para SCM incluíam apenas os fluxos de materiais, mas ao longo dos anos se expandiram para incluir os fluxos de informações (STOCK; BOYER; HARMON, 2010). No Quadro 3 são apresentadas algumas das definições para o SCM.

Quadro 3 - Definições para Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos

Autor (Ano) Definição

Spekman, Kamauff Jr. e Myhr (1998)

É um processo para projetar, desenvolver, otimizar e gerenciar os componentes internos e externos do sistema de suprimento, incluindo o fornecimento de material, a transformação de materiais e a distribuição de produtos ou serviços finais aos clientes. Slack, Chambers e

Johnston (2002)

É a gestão da interconexão das empresas que se relacionam por meio de ligações a montante e a jusante entre os diferentes processos, que produzem valor na forma de produtos e serviços para o consumidor final. É uma abordagem holística de gestão através das fronteiras das empresas.

Ching (2009)

Forma integrada de planejar e controlar o fluxo de produtos, informações e recursos, desde os fornecedores até o cliente final, procurando administrar as relações da Cadeia de Suprimentos de forma cooperativa e para o benefício de todos os envolvidos.

Pires (2010)

Modelo gerencial que busca obter sinergias por meio da integração dos processos de negócios chave ao longo da Cadeia de Suprimentos, seu objetivo principal é atender o cliente final e outros stakeholders da forma mais eficaz e eficiente possível, ou seja, com produtos e/ou serviços de maior valor percebido pelo cliente final e obtido por meio do menor custo possível.

(31)

Simchi-Levi, Kaminsky e Simchi-Levi (2010)

Conjunto de abordagens que integra, com eficiência, fornecedores, fabricantes, depósitos e pontos comerciais, de forma que a mercadoria é produzida e distribuída nas quantidades corretas, aos pontos de entrega e nos prazos corretos, com o objetivo de minimizar os custos totais do sistema sem deixar de atender às exigências em termos de nível de serviço.

Moharana et al. (2012)

É a integração de processos de negócios chave, desde os fornecedores até o usuário final, a fim de agregar valor para clientes e outras partes interessadas.

Christopher (2014) Gestão de relações a montante e a jusante com fornecedores e clientes, a fim de entregar ao cliente valor superior ao menor custo para toda a Cadeia de Suprimentos.

Harrison, Hoek e Skipworth (2014)

Planejamento e controle de todos os processos de negócios, desde os fornecedores de matérias-primas até os clientes finais, que vinculam os parceiros em uma Cadeia de Suprimentos para atender às necessidades do cliente final.

Shiau, Dwivedi e Tsai (2015)

É uma estratégia de gerenciamento empregada para agregar valor ao cliente e manter ou aumentar a vantagem competitiva, integrando e coordenando os processos de negócios dentro e entre as organizações.

Al-Shboul et al. (2017)

É um processo de coordenação das funções de negócios dentro das empresas e entre empresas na Cadeia de Suprimentos, para fornecer e melhorar os fluxos de produtos e informações dos fornecedores até os clientes finais, a fim de melhorar o desempenho da empresa e satisfazer as necessidades, desejos e solicitações dos clientes.

Lemay et al. (2017)

É a concepção e a coordenação de uma rede através da qual as organizações e os indivíduos obtêm, usam, entregam e descartam bens materiais; adquirem e distribuem serviços; e disponibilizam as suas ofertas para os mercados e clientes finais.

Council of Supply Chain Management

Professionals -

CSCMP (2018)

Engloba o planejamento e o gerenciamento de todas as atividades envolvidas no abastecimento e aquisição, conversão e todas as atividades de gerenciamento de logística, inclui a coordenação e a colaboração com parceiros, que podem ser fornecedores, intermediários, prestadores de serviços terceirizados e clientes. Na essência, integra o gerenciamento da oferta e da demanda dentro e entre empresas. Fonte: Elaboração própria (2019)

Segundo Cooper, Lambert e Pagh (1997), alguns pontos são comuns nas definições para o SCM, tais como: abrange toda a SC, desde o fornecedor inicial até o consumidor final; envolve organizações independentes; o gerenciamento das relações intraorganizacionais e interorganizacionais são essenciais; inclui o fluxo bidirecional de produtos e informações e a associação de atividades gerenciais e operacionais; procura cumprir com os objetivos de prover alto valor ao cliente por meio do uso adequado de recursos e criar vantagens competitivas para a SC.

Assim, Cooper, Lambert e Pagh (1997) propõem uma definição para SCM que inclui três elementos: os processos de negócios, os componentes de gerenciamento e a estrutura da SC. A Figura 3 ilustra a aplicação da mesma, na qual a SC está na parte superior; os processos de negócios cruzam as funções de cada uma das empresas inseridas na SC; e os componentes de gerenciamento estão listados na parte inferior. Embora não seja mostrado na Figura 3, cada empresa da SC possui seu próprio conjunto de atividades funcionais, que devem estar relacionadas a cada processo-chave da SC.

(32)

Figura 3 - Um Framework do Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos Fornecedor de nível 2 Fornecedor de nível 1 Compras Gestão de materiais Produção Distribuição física Marketing e vendas Cliente Consumidor/ Ciente final

Fonte: Adaptado de Cooper, Lambert e Pagh (1997)

O conceito de SCM ilustrado na Figura 3 apresenta simplificadamente a estrutura de rede de uma SC; os fluxos de informações e de produtos; e os principais processos de negócios da SC, que penetram os silos funcionais em cada empresa e os vários silos corporativos em toda a SC. Assim, os processos de negócios da SC são vinculados nos limites intra e interempresas (LAMBERT; COOPER; PAGH, 1998; LAMBERT; COOPER, 2000).

Conforme Mentzer et al. (2001), embora as definições para o SCM difiram, elas podem ser classificados em três categorias: filosofia de gerenciamento, conjunto de atividades para implementação de uma filosofia de gerenciamento e conjunto de processos de gerenciamento. Enquanto filosofia de gerenciamento, o SCM tem como caraterísticas: abordagem sistêmica que visualiza a SC como um todo; orientação estratégica em direção aos esforços cooperativos para sincronizar e convergir as capacidades intrafirma e interfirma; e foco no cliente para criar fontes únicas e individualizadas de valor. Já as atividades básicas para a implementação do SCM seriam: comportamento integrado; compartilhamento mútuo de informação, riscos e

Fluxo de Produtos

Gerenciamento de relacionamento com clientes Gerenciamento de serviço ao cliente

Gerenciamento de demanda Atendimento de pedidos Gerenciamento do fluxo de produção

Compras

Desenvolvimento de produtos e Comercialização Retornos

Componentes do Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos: Planejamento e Controle; Estrutura de

Trabalho; Estrutura Organizacional; Estrutura de Instalação do Fluxo de Produtos; Estrutura de Instalação do Fluxo de Informações; Estrutura do Produto; Método de Gerenciamento; Estrutura de Poder e Liderança; Estrutura de Risco e Recompensa; Cultura e Atitude.

Fluxo de Informações P ro ce ss o s de Neg ó cio s da Ca deia de Su pri mento s

(33)

recompensas; cooperação; o mesmo objetivo e o mesmo foco para servir os clientes; integração de processos; parcerias para construir e/ou manter relacionamentos de longo prazo.

Para Mentzer et al. (2001), o SCM é definido como sendo a coordenação sistêmica e estratégica das funções tradicionais de negócios e das ações táticas adotadas em todas essas funções, dentro de uma determinada empresa e entre as empresas da SC, com o objetivo de melhorar o desempenho a longo prazo das empresas individuais e da SC como um todo. Esta definição levou ao desenvolvimento do Modelo conceitual apresentado na Figura 4.

Figura 4 - Modelo conceitual do Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos

Cadeia de Suprimentos Fluxos da Cadeia

de Suprimentos Ambiente Global

Coordenação entre as Empresas

(Intercâmbio funcional, fornecedores terceirizados, gestão

de relacionamentos, estrutura de Cadeia de Suprimentos) Produtos Serviços Informação Recursos financeiros Demanda Previsões Coordenação entre as Funções (Confiança, comprometimento, risco, dependência e comportamentos) Marketing Vendas Pesquisa e desenvolvimento Previsão Produção Compras Logística Sistemas de Informação Finanças Serviços ao cliente Fornecedor do fornecedor Fornecedor Empresa Foco Cliente Cliente do cliente

Fonte: Adaptado de Mentzer et al. (2001)

A Figura 4 demonstra que todas as funções tradicionais de negócios (marketing, vendas, pesquisa e desenvolvimento, previsão, produção, compras, logística, sistemas de informação, finanças e serviços ao cliente), assim como todos os fluxos da SC (produtos, serviços, informações, recursos financeiros, demanda e previsões), devem ser incluídos no planejamento, na organização e nos processos do SCM. Além disso, evidencia que o SCM não pode atingir seu potencial total sem a coordenação entre as funções e entre as empresas; que a maioria das SCs são globais e devem ser gerenciadas como tal; e que o foco nos objetivos finais do SCM deve ser mantido (MENTZER et al., 2001).

A efetiva implementação do SCM proporciona benefícios como agregação de valor, criação de eficiências e aumento de satisfação dos clientes finais, o que, consequentemente,

Satisfação do cliente / Valor / Rentabilidade / Vantagem Competitiva

(34)

gera maior vantagem competitiva, melhorando a rentabilidade da SC e de seus membros (MENTZER et al., 2001; STOCK; BOYER; HARMON, 2010).

Os potenciais benefícios do SCM são vitais para a competitividade das organizações. Porém, somente por meio de estreitas ligações colaborativas ao longo de toda a SC pode-se alcançá-los plenamente, já que em empresas onde as estratégias de SCM foram implementadas com sucesso, a melhoria de desempenho dependeu diretamente da capacidade de alcançar altos níveis de colaboração (SPEKMAN; KAMAUFF JR.; MYHR, 1998; FAWCETT; MAGNAN; MCCARTER, 2008; SHIAU; DWIVEDI; TSAI, 2015).

Nos últimos anos, as organizações tem achado difícil competir de forma eficaz e lucrativa sem estabelecer relações colaborativas e parcerias mutuamente benéficas e, como consequência, vêm desenvolvendo sistematicamente acordos colaborativos com os seus fornecedores e clientes como uma iniciativa do SCM, com o intuito de reduzir custos, aumentar o nível dos serviços e garantir vantagem no mercado (SINGH; POWER, 2009; PIRES, 2010; STOCK; BOYER; HARMON, 2010).

Deste modo, a colaboração tem sido referenciada como a força motriz e o fator-chave para o sucesso do SCM, a qual desloca o seu foco para longe da visão tradicional de empresas como membros individuais da SC, e o aproxima de uma visão em que estas interagem com a finalidade de criar uma SC que contribua para a obtenção de vantagem competitiva (SIMATUPANG; SRIDHARAN, 2004b; MIN et al., 2005; HUI; CHENG; FEI, 2015).

Portanto, a implementação de parcerias e relacionamentos colaborativos ao longo da SC é uma prática essencial para o sucesso do SCM, já que a colaboração permite que todas as organizações envolvidas na SC alcancem vantagem competitiva. No entanto, vale destacar que a colaboração é apenas um dos níveis de interação (integração) em relacionamentos entre membros de uma SC (BACKSTRAND, 2007; PIRES, 2010).

2.1.2 Níveis de relacionamentos na Cadeia de Suprimentos

Os relacionamentos entre empresas na SC foram classificados por autores como Spekman, Kamauff Jr. e Myhr (1998), Moharana et al. (2012), Backstrand (2007) e Ma, Pal e Gustafsson (2018). Neste estudo foi adotada a classificação proposta por Marqui, Moura e Alcântara (2013), que os dispõe conforme três níveis de integração, quais sejam: cooperação, coordenação e colaboração.

No contexto do SCM, estes três termos têm sido utilizados sem serem distinguidos claramente um do outro, ou seja, como se tivessem o mesmo conceito (ZACHARIA; NIX;

Referências

Documentos relacionados