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Relatório estágio profissional

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Academic year: 2021

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RELATÓRIO FINAL

DE ESTÁGIO

PROFISSIONALIZANTE

Faculdade de Ciências Médicas | Nova Medical School

Universidade Nova de Lisboa

Regente: Professor Doutor Rui Maio

Orientador: Professor Doutor Bernardo Barahona Corrêa

Mariana Fortunato da Silva | 2013275

Junho de 2019

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ÍNDICE

ÍNDICE DE SIGLAS ... 3

INTRODUÇÃO E OBJETIVOS ... 3

ESTÁGIOS PARCELARES ... 4

I. MEDICINA GERAL E FAMILIAR ... 4

II. PEDIATRIA ... 4

III. GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA ... 5

IV. SAÚDE MENTAL ... 6

V. MEDICINA INTERNA ... 7

VI. CIRURGIA GERAL ... 8

VII. UNIDADE CURRICULAR OPCIONAL – PREPARAÇÃO PARA O EXAME DE SERIAÇÃO PARA INGRESSO NAS ESPECIALIDADES MÉDICAS ... 8

REFLEXÃO CRÍTICA ... 9

ANEXOS ... 11

Anexo 1: CRONOGRAMA DO ANO LETIVO 2019-2020 ... 11

Anexo 2: TEMAS ABORDADOS AO LONGO DOS ESTÁGIOS ... 12

Anexo 3: CONFERÊNCIAS/PALESTRAS ASSISTIDAS ... 14

A. Curso de Suporte Básico de Vida ... 14

B. III Jornadas Médicas da NOVA ... 15

C. 11ª Edição do iMed – Lisboa 2019 ... 16

D. Workshop de Psiquiatria – The Dark Side of the Mood. ... 17

E. Workshop – “Alterações do equilíbrio ácido base” ... 19

F. Workshop – “Decisões de fim de vida” ... 20

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ÍNDICE DE SIGLAS

ACM – Artéria Cerebral Média AVC – Acidente Vascular Cerebral

CHPL – Centro Hospitalar Psiquiátrico de

Lisboa

CHUN – Centro Hospitalar Universitário de

Lisboa

CINTRA – Centro Integrado de Tratamento

e Reabilitação em Ambulatório

CSP – Cuidados de Saúde Primários DM II – Diabetes Mellitus tipo II GO – Ginecologia e Obstetrícia HDE – Hospital Dona Estefânia

HSAC – Hospital Santo António dos

Capuchos

HSFX – Hospital São Francisco Xavier HTA – Hipertensão Arterial

FCMUNL – Faculdade de Ciências Médicas

da Universidade Nova de Lisboa

MGF – Medicina Geral e Familiar SU – Serviço de Urgência

UCSP – Unidade de Cuidados de Saúde

Personalizados

USF – Unidade de Saúde Familiar

INTRODUÇÃO E OBJETIVOS

No seio de uma sociedade cada vez mais tecnologicamente evoluída, também a formação médica tem de acompanhar este percurso e responder de forma eficaz aos desafios levantados, principalmente na área da prevenção e da promoção da saúde. Neste sentido, esta última vai muito para além da aprendizagem de gestos e atitudes indispensáveis à prática profissional, exigindo, igualmente, uma formação científica sólida, sentido ético e moral.

No decurso deste pensamento, o 6º ano do Mestrado Integrado em Medicina assume-se como um ano profissionalizante, constituído por vários estágios parcelares, permitindo ao aluno integrar equipas médicas em diferentes contextos. Pretende-se, assim, que este adquira um conjunto de competências clínicas e humanas que lhe permitam, num futuro próximo, iniciar a vida profissional, com responsabilidade e confiança.

Relativamente a aptidões clínicas, espera-se que, ao longo deste ano, o aluno integre progressivamente os conhecimentos científicos numa perspetiva probabilística, sistematizando a abordagem diagnóstica, terapêutica e prognóstica das patologias mais prevalentes.

No que diz respeito a aptidões socais e humanas, pretende-se que o aluno desenvolva técnicas de comunicação com os restantes profissionais e familiares, visando a integração harmoniosa e proativa nas equipas de trabalho dos vários hospitais de formação. É esperado que, no final do ano, o aluno reconheça a importância da visão holística da medicina, tendo-a como guia de atuação no exercício autónomo da profissão.1

1

(4)

No presente relatório, pretendo descrever, de forma cronológica e sucinta, os estágios parcelares em que fui integrada, explicitando os objetivos específicos e as atividades desenvolvidas em cada um deles. Faço, ainda, uma reflexão crítica sobre o presente ano, na qual apresento os principais aspetos positivos e negativos, por mim considerados. Por fim, acrescento, em anexo, um cronograma do ano letivo, uma tabela de resumo dos temas das várias sessões de formação e certificados de participação em eventos, como complemento para a minha formação médica.

ESTÁGIOS PARCELARES

I. MEDICINA GERAL E FAMILIAR

(09/09/2019 – 04/10/2019) Local de Estágio: USF Monte Pedral | Tutora: Dra. Nicole Fernandes

MGF é uma das especialidades médicas nas quais a visão holística do ser humano é uma realidade irrefutável. De facto, as crenças, os valores e o contexto sociocultural dos doentes surgem, inevitavelmente, no dia-a-dia de um Médico de Família.

Para este estágio defini como objetivos específicos: consolidar conhecimentos acerca das patologias mais prevalentes na comunidade, quer referentes à Saúde do Adulto, à Saúde da Mulher ou à Saúde Infantil; compreender a influência do contexto psicossocial na saúde do doente; implementar medidas preventivas na população; familiarizar-me com o funcionamento dos CSP, com o sistema “Medicine One” e com o sistema ALERT® P1.

Durante este período tive a oportunidade de assistir e participar num total de 46 consultas, nomeadamente de Saúde Infantil, da Mulher e Saúde do Adulto, bem como em consultas de

Intersubstituição. Em contexto de doença aguda, os principais diagnósticos observados foram as

Infeções das Vias Respiratórias Superiores, sendo a HTA e a DM II as principais patologias observadas em contexto de seguimento de doenças crónicas. Para além da participação em consultas, revi e atualizei dois folhetos informativos da USF - “Rastreio do cancro do colo do útero” e “Alimentação no primeiro ano de vida”. Tive ainda a oportunidade de assistir a várias sessões clínicas, cujos temas se encontram discriminados em anexo [Anexo 2]. Realizei, também, três domicílios médicos e dois de

enfermagem, nos quais foi possível perceber o contexto socioeconómico em que algumas famílias

vivem. Como complemento à avaliação contínua, no final do estágio, construi e defendi, presencialmente, um Diário de Exercício Orientado.

II. PEDIATRIA

(07/10/2019 – 31/10/2019)

Local de Estágio: Hospital Dona Estefânia | Tutora: Dra. Marta Conde

Para o estágio profissionalizante de Pediatria, estipulei como objetivos específicos: consolidar conhecimentos relacionados com as patologias mais frequentes nesta faixa etária, com especial foco

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nos sinais e sintomas; treinar a sua abordagem diagnóstica e terapêutica em contexto de internamento e de urgência; aperfeiçoar a realização de manobras do exame objetivo, em particular a otoscopia e a auscultação cardiopulmonar e, ainda, reconhecer a dinâmica inerente à tríade médico-doente-família, em contexto pediátrico.

Neste sentido, apesar da Dra. Marta Conde ser da área de Reumatologia Pediátrica, o estágio foi organizado de forma a que, ao longo das 4 semanas, integrasse o internamento do serviço de

Pediatria Médica 5.1, o internamento do serviço de Infeciologia, as Consultas Externas de Pediatria Médica, de Reumatologia Pediátrica, de Imunoalergologia e, ainda, o SU. A título excecional,

acompanhei a Dra. Mafalda Paiva na realização de domicílios, no âmbito da Unidade Móvel de Apoio

Domiciliário. Assisti, também, a diversas reuniões de serviço e a sessões clínicas, cujos temas se

encontram em anexo [Anexo 2], bem como a um Workshop – “Urgências Pediátricas” - e a uma aula

teórico-prática – “Reações anafiláticas”. Para além da presença em cinco Seminários realizados pelos meus colegas, cujos temas se encontram em anexo [Anexo 2], organizei um Seminário de grupo sobre

a “Abordagem da Enurese”. Por fim, como parte da avaliação contínua, elaborei uma história clínica de uma criança de 8 anos com uma crise convulsiva.

Durante este período, observei um total de 17 doentes em contexto de internamento, 52 doentes em consulta e 26 doentes em contexto de urgência, com idades compreendidas entre os 28 dias e os 19 anos. Uma vez que uma percentagem significativa do tempo de estágio foi passada na Consulta Externa de Reumatologia Pediátrica, o diagnóstico mais frequente com o qual contactei foi o de Artrite Idiopática Juvenil. No entanto, dado tratar-se de um hospital de referência, pude, igualmente, observar diagnósticos menos prevalentes, entre os quais Síndromes Polimalformativos e a Doença de Kawasaki

III. GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA

(04/11/2019 – 29/11/2019) Local de Estágio: Hospital Cuf Descobertas | Tutora: Dra. Carla Baleiras

Para o estágio profissionalizante de GO estabeleci como principais objetivos específicos: desenvolver capacidades individuais de abordagem diferencial das patologias mais frequentes na área da saúde reprodutiva e da mulher, em contexto de consulta e de urgência; treinar a realização de exame mamário, ginecológico e de colpocitologia; identificar e aplicar os principais rastreios em ginecologia, bem como, medidas de planeamento familiar; vigiar uma gravidez de baixo risco, incluindo a solicitação dos respetivos rastreios analíticos e ecográficos de cada trimestre; reconhecer critérios de gravidez de alto risco, assim como sinais e sintomas de início de trabalho de parto.

Assim, durante o estágio, contactei com diversas valências da GO, nomeadamente, Bloco de Partos,

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Ecografias Ginecológicas e Obstétricas, Colposcopias, Histeroscopias e Técnicas ginecológicas com recurso a Laser. Assisti ainda a um Workshop, a reuniões de serviço e a sessões clínicas, cujos temas

se encontram em anexo [Anexo 2]. Como complemento da avaliação contínua, preparei um Journal

Club no qual apresentei um artigo selecionado pelo tutor.2

Durante este período, assisti a um total de 9 partos, dos quais quatro cesarianas eletivas, três cesarianas urgentes, um parto eutócico e um parto distócico com ventosa. No Bloco Operatório observei/participei em três ressetoscopias de pólipos da cavidade endometrial, duas histerectomias e uma anexectomia unilateral, por via laparoscópica. Assisti a um total de 80 consultas, 24 ecografias Ginecológicas e Obstétricas, 5 histeroscopias, 3 colposcopias e 5 tratamentos com Laser de CO2.

IV. SAÚDE MENTAL

(02/12/2019 – 10/01/2020)

Local de Estágio: CHPL, Internamento Geral – Clínica 6 (Pavilhão 29) | Tutor: Dr. João Oliveira

Sendo a Saúde Mental uma especialidade que se distingue das restantes, na medida em que, o principal meio complementar de diagnóstico é a entrevista clínica, estabeleci como objetivo primordial internalizar um conjunto de princípios e atitudes referentes à relação médico-doente. De forma adicional, defini como objetivos específicos: a consolidação de conhecimentos relativos às perturbações mais prevalentes do foro psiquiátrico, diferenciando-as do funcionamento psicológico normal do indivíduo; identificação de elementos patológicos na personalidade, comportamento e relacionamento interpessoal, bem como compreensão da organização e dos recursos existentes de apoio à doença mental. Previamente ao estágio hospitalar, foram lecionadas duas sessões teórico-práticas na FCMUNL, cujos temas se encontram em anexo [Anexo 2].

Tendo em vista a concretização dos objetivos anteriormente descritos, durante o estágio, tive a oportunidade de participar na abordagem do doente com doença mental em diversos contextos, nomeadamente em regime de internamento, no SU e em consulta de ambulatório no CINTRA, unidade comunitária que visa prestar cuidados de proximidade no âmbito da saúde mental. A maioria dos diagnósticos observados nos vários contextos dizia respeito a Perturbações Afetivas, Bipolares ou Depressivas, sendo a Perturbação Afetiva Bipolar o diagnóstico mais frequente.

Adicionalmente, para além das reuniões de serviço, participei numa reunião comunitária na UCSP de

Algueirão/Mem Martins, que contava com a presença de vários profissionais de saúde,

nomeadamente Médicos de Família, Psiquiatras, Psicólogos, Enfermeiros e Assistente Social.

2Carter, P. et al. Management of mesh complications following surgery for stress urinary incontinence or pelvic organ prolapse: a systematic

(7)

Acompanhei, ainda, o meu tutor ao Centro de Diagnóstico Pneumológico Dr. Ribeiro Sanches, em Lisboa, para discussão do plano terapêutico/seguimento de uma doente do sexo feminino, de 39 anos de idade, internada no CHPL, com antecedentes de Dependência de cocaína e Tuberculose Pulmonar. Uma vez que o Dr. João Oliveira integrava a área de medicina forense e legal, foi-me possível assistir a duas Perícias do “Processo de Maior Acompanhado”, no Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa, e a uma Sessão Conjunta no Tribunal de Sintra. Relativamente à primeira atividade, um dos casos dizia respeito a um doente do sexo masculino, de 60 anos de idade, Oligofrénico. O outro caso tratava-se de uma doente do sexo feminino, de 76 anos de idade, que tinha sofrido um AVC da ACM, com sequelas a nível comportamental e executivo. A Sessão Conjunta era referente a um doente do sexo masculino, de 41 anos de idade, com diagnóstico de Perturbação Afetiva Bipolar, anteriormente internado compulsivamente, no CHPL. Por fim, como parte integrante da avaliação contínua, elaborei uma história clínica de um doente com Perturbação Afetiva Bipolar, em episódio maníaco.

V. MEDICINA INTERNA

(20/01/2020 – 09/03/2020)

Local de Estágio: CHUL – Hospital Santo António dos Capuchos | Tutora: Dra. Maria Helena Pacheco

Reconhecendo a Medicina Interna como uma das especialidades mais abrangentes do ponto de vista diagnóstico e terapêutico, compreende-se a sua importância na formação pré-graduada de futuros médicos. De forma a rentabilizar o período de estágio, estabeleci como objetivos específicos: sistematizar a abordagem das patologias mais frequentes na população adulta; identificar e hierarquizar as situações de emergência médica e de risco iminente de vida; adquirir conhecimentos e autonomia na organização interna hospitalar e na articulação com os diversos serviços existentes; desenvolver a capacidade pessoal de exposição a situações clínicas complexas, bem como de justificação de opções terapêuticas selecionadas.

Neste sentido, integrei a equipa da Dra. Maria Helena Pacheco do Serviço de Medicina 2.4 do HSAC, tendo sido a enfermaria o grande foco do estágio, na qual fiquei responsável por uma média de dois doentes por dia.

(8)

[Anexo 2].

VI. CIRURGIA GERAL

(01/06/2020 – 19/06/2020)

Local de Estágio: Hospital da Luz | Tutor: Dr. César Resende

Dada a situação inesperada da Pandemia de Covid-19, não foi possível a realização presencial do estágio de Cirurgia Geral, ficando este limitado a 3 semanas e por via virtual.

Como objetivos específicos, perante tais circunstâncias, defini apenas rever os conceitos teóricos e indicações para intervenção cirúrgica urgente, bem como a abordagem de um doente com quadro de abdómen agudo.

Apesar das limitações inerentes aos meios, tive a oportunidade de assistir a 1 cirurgia de resseção gástrica de um doente com diagnóstico de cancro gástrico, bem como de discutir, semanalmente, alguns casos clínicos com o tutor. Como elemento complementar de avaliação, organizei, em conjunto com três colegas de ano, uma exposição oral com suporte de Power Point, cujo objetivo foi explorar um caso clínico sobre “Adenocarcinoma gástrico” e fazer uma breve contextualização teórica. O trabalho anteriormente referido foi apresentado aos restantes elementos do curso bem como ao Professor Doutor Rui Maio, diretor do departamento de Cirurgia, no último dia de estágio, via Zoom.

VII. UNIDADE CURRICULAR OPCIONAL – PREPARAÇÃO PARA O EXAME DE SERIAÇÃO

PARA INGRESSO NAS ESPECIALIDADES MÉDICAS

(07/05/2020 – 18/06/2020)

Mais uma vez devido à situação de Pandemia do Covid-19, não foi possível realizar o Estágio Opcional no Serviço de Pedopsiquiatria do HSFX, previamente agendado. Neste sentido, como forma de compensar esta limitação, foi-nos proposta uma Unidade Curricular cujo objetivo principal assentava em discutir/rever as perguntas da Prova Nacional de Acesso à especialidade de 2019.

Durante este período assisti a um total de 6 reuniões, realizadas às quintas feiras no período da tarde, via Zoom, dirigidas pelo Professor Doutor Roberto Palma dos Reis e com a colaboração de diversos Médicos especialistas convidados.

(9)

REFLEXÃO CRÍTICA

Concluído este ano letivo em particular e o curso de Medicina em geral, considero cumpridos a maioria dos objetivos gerais e específicos anteriormente estipulados, nos quais se incluem competências

académicas, clínicas e pessoais. De facto, retrospetivamente, todos os estágios parcelares

frequentados contribuíram, em diferentes momentos, para colocar “à prova” os meus conhecimentos teóricos, bem como para identificar e aperfeiçoar possíveis limitações nos mesmos, até então não reconhecidas. Este sentido de responsabilidade e de introspeção, que desenvolvi ao longo do ano, constituiu, sem dúvida, a estratégia mais eficaz de aprendizagem, passando a fazer parte da minha conduta futura.

Apesar da contribuição conjunta, destaco o papel dos estágios de MGF, bem como de Medicina

Interna, na minha formação em termos clínicos. Enquanto especialidades generalistas na sua essência,

permitiram-me contactar com uma diversidade de patologias, assim como, integrar os diferentes sistemas do corpo humano e vias de abordagem dos mesmos. Para além disso, através da atribuição de uma crescente autonomia por parte dos respetivos tutores, constituíram uma força impulsionadora para a aquisição de resiliência e confiança pessoal nas decisões a tomar, caraterísticas estas indispensáveis no dia-a-dia de um médico. Como aspeto menos positivo, em relação a MGF, destaco o contacto reduzido com a Saúde da Mulher, tendo este, no entanto, sido ultrapassado após o estágio de GO. Em relação a este último, de realçar a participação em diferentes áreas da especialidade, nomeadamente na Patologia Autoimune e Tromboembólica da grávida e Senologia, bem como em diversas valências, de entre as quais refiro as ecografias ginecológicas e obstétricas, o bloco de partos, as histeroscopias e a cirurgia. A salientar, ainda, a organização e a calendarização discriminada das atividades do estágio de GO, refletindo-se numa rentabilidade apreciável do mesmo, dentro do que é a limitação do tempo.

Relativamente ao estágio de Pediatria, apesar de inicialmente apresentar alguma renitência face à distribuição dos alunos por subespecialidades, tendo-me sido atribuída a equipa de Reumatologia Pediátrica, no final, as expetativas foram claramente superadas. Este aspeto deveu-se à proatividade e empenho da Dra. Marta Conde, que estruturou o tempo de estágio de forma a que os seus alunos conseguissem integrar os diferentes serviços de Pediatria, nomeadamente a Infeciologia, a Hematologia e a Cirurgia Pediátrica. A destacar, também, a participação ativa e autónoma no SU, o que constituiu um exercício prático de estruturação de uma consulta, incluindo o estabelecimento de um plano terapêutico e de seguimento, competência esta por vezes limitada num aluno de medicina. No que diz respeito ao estágio de Saúde Mental, não só pelo facto de se distinguir nas doenças que aborda, mas também de como as aborda, considero ter sido o mais desafiante no desenvolvimento de competências pessoais e relacionais.

(10)

Um exemplo concreto que guardo como lição para o futuro foi a realização de uma história clínica a um doente com diagnóstico de Doença Afetiva Bipolar, em episódio maníaco, internado no CHPL. Esta constituiu, sem dúvida, um desafio à minha capacidade de alcançar o equilíbrio entre o que é o estabelecimento de uma relação médico doente, indispensável, e o distanciamento profissional exigido num doente em plena desinibição e elação de humor.

Confesso que talvez pelo interesse pessoal nos temas abordados na especialidade de Saúde Mental e dada a recetividade por parte do tutor, procurei integrar, desde o início, o maior número possível de atividades do serviço no qual fui alocada. De entre as várias atividades desenvolvidas, destaco como oportunidade única, até então não conseguida, a presença por diversos momentos no Tribunal de Lisboa, o que permitiu contactar com a componente jurídica da Saúde Mental. Apesar de não ter comprometido a avaliação global do meu estágio em concreto, considero que a distribuição dos alunos, de forma rotatória, pelas várias áreas da Psiquiatria do CHPL poderia ser uma mais valia. Por fim, devido à situação de Pandemia do Covid-19, não foi possível a realização presencial do estágio de Cirurgia, o que constituiu uma limitação à parte prática do mesmo. No entanto, tive a oportunidade de esclarecer alguns conceitos teóricos com o tutor, aguardando completar a aprendizagem no Ano Comum.

Ainda que não tenha contribuído para a aquisição pessoal de competências médicas, não poderia deixar de referir o ano que frequentei em Psicologia, após a decisão difícil e julgável de interromper o curso de Medicina no início do 2º ano. No meio do que eram os milhares de dúvidas acerca da seleção do curso, a juntar ao contacto frequente com a carga emocional inerente ao sofrimento dos doentes, tornava-se difícil continuar a minha formação enquanto futura médica. E é neste sentido que reconheço a importância deste ano no meu desenvolvimento pessoal e na forma como investi nos seguintes anos. De facto, permitiu-me reconhecer que ainda que um Médico seja falível no domínio da imensidão do conhecimento científico, a diferença está na forma humilde de como reconhece as suas limitações e as procura ultrapassar. Foi este o paradigma que permitiu mudar a minha forma de estar no curso de Medicina, e que levo comigo para este novo desafio que é o exercício da profissão de Médico.

Termino esta reflexão agradecendo à Faculdade de Ciências Médicas, em especial a todos os Professores, Assistentes, Tutores e profissionais que me acompanharam ao longo destes seis anos, sem os quais os objetivos alcançados não teriam sido possíveis. Agradeço também a todos os colegas, amigos e, em especial, à minha família que sempre me apoiaram.

(11)

ANEXOS

Anexo 1: CRONOGRAMA DO ANO LETIVO 2019-2020

Estágio Período de Estágio Local de Estágio Serviço Tutor(a)

Medicina Geral

e Familiar

09/09/2019 a

04/10/2019

USF Santo

Condestável

---

Dra. Nicole

Fernandes

Pediatria

07/10/2019 a

31/10/2019

HDE

Reumatologia

Pediátrica

Dra. Marta Conde

Ginecologia e

Obstetrícia

04/11/2019 a

29/11/2019

Hospital Cuf

Descobertas

Ginecologia e

Obstetrícia

Dra. Carla Baleiras

Saúde Mental

02/12/2019 a

10/01/2020

CHPL

Internamento

Geral – Clínica 6

Dr. João Oliveira

Medicina

Interna

20/01/2020 a

09/03/2020

CHULC - Hospital

Santo António dos

Capuchos

Medicina 2.4

Dra. Maria Helena

Pacheco

Cirurgia Geral

01/06/2020 a

(12)

Anexo 2: TEMAS ABORDADOS AO LONGO DOS ESTÁGIOS

ESTÁGIO TEMAS ABORDADOS

MEDI

CI

NA

GER

A

L E

FAMILIAR

SESSÕES CLÍNICAS:

19/09/2019 – “Abordagem terapêutica do Acne”;

26/09/2019 – Apresentação de um artigo de 2017 – “European Pain Federation position paper on appropriate opioid use in chronic pain management” – por parte de um Médico Especialista da Unidade, no âmbito do Mestrado em Cuidados Paliativos; 03/09/2019 – “Cefaleias”, “Enurese” e “Obesidade infantil”;

PED

IA

TRIA

SESSÕES CLÍNICAS:

08/10/2019 – “Pancreatite aguda recorrente e crónica” – Unidade de Gastroenterologia do HDE;

10/10/2019 – “Dormir ou não, eis a questão” – Unidade de Pneumologia Pediátrica do HDE;

15/10/2019 – “Fentanilo intranasal na crise vaso-oclusiva em crianças com doença de

células falciformes” – Unidade de Hematologia do HDE; “Cetoacidose Diabética” –

Unidade de Endocrinologia do HDE; “Alto fluxo por cânulas nasais na bronquiolite

aguda” – Unidade de Pneumologia Pediátrica do HDE;

17/10/2019 – “Introdução às doenças hereditárias do metabolismo” – Unidade de doenças metabólicas do HDE;

22/10/2019 – “Trombocitopénia isolada na criança: para além da PTI” – Unidade de Hematologia do HDE;

24/10/2019 – “Cefaleias na criança” – Unidade de Neurologia do HDE;

SEMINÁRIOS:

30/10/2019 – “Tromboembolismo pulmonar”; “Intoxicação por acetaminofeno"; “Alergia às proteínas do leite de vaca”; “Mitchell-Riley Syndrome”; “Diagnóstico

diferencial de exantema purpúrico”;

GINECO

LOGI

A

E

OB

STET

RÍCIA

SESSÕES CLÍNICAS:

14/11/2019 – “Gravidez complicada por feocromocitoma: multidisciplinariedade”; 21/11/2019 – o “Fenótipos de Parto Pré-termo em Mulheres com Doenças Reumáticas

Autoimunes”; “Progestagénios para a prevenção do parto pré-termo e risco de desenvolver Diabetes Gestacional”;

28/11/2019 – “Protocolo Oligoâmnios e hidramnios”;

(13)

SA

ÚDE

MENTA

L

AULAS TEÓRICO-PRÁTICAS:

02/12/2019 – “Abordagem da ansiedade no SU - ataques de pânico; Abordagem de

doente com tentativa prévia de suicídio; Estados confusionais agudos/delirium tremens; Privação e abuso de substâncias (benzodiazepinas, álcool, opiáceos); Abordagem de doente psicótico no SU; Internamento compulsivo”;

03/12/2019 – “Estigma na Doença Mental”;

SESSÕES CLÍNICAS:

04/12/2019 e 12/12/2019 – Capítulo 1 e Capítulo 3 do Livro de referência.3

MEDICINA INTER

NA

SESSÕES CLÍNICAS:

24/01/2020 – “Serviço de Hospitalização domiciliária do Centro Hospitalar Universitário de Lisboa”;

14/02/2020 – “O Exantema teimoso”;

6/03/2020 – “Uma rara apresentação de um tumor uterino”;

WORKSHOP’S:

05/02/2020 – “Equilíbrio ácido-base: Definições, Sistemas de tampão, Diagrama de Davenport, Principais desvios de pH, Anion Gap”;

19/02/2020 – “Decisões de Fim de Vida: Deliberação Ética e Estratégias de Comunicação”

AULAS TEÓRICO-PRÁTICAS:

30/01/2020 – “Diagnóstico Diferencial das Diarreia”; 04/02/2020 – “Eletrólitos e equilíbrio ácido base”; 17/02/2020 – “Infeções respiratórias”;

02/03/2020 – “Síndrome Febril indeterminado”; 03/03/2020 – “Prescrição de antibióticos”;

04/03/2020 – “Anticoagulantes e antiagregantes”.

(14)

Anexo 3: CONFERÊNCIAS/PALESTRAS ASSISTIDAS

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(16)
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(18)
(19)
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Referências

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