LUCIANO
RAMOS
BOFF
,
TRATAMENTo
FARMAcoLoG1Co
DA
H11>ERTENsÃo
No
PACIENTE DIABÉTICO
V
FLORIANÓPOLIS
1998
Trabalho apresentado à Universidade Federal de Santa Catarina, para a conclusão no Curso de
Graduação
em
TRATAMENTQ
FARMACQLÓGICO
QA
.HIPERTENSÃQ
No
PACIENTE DIABETICO
Coordenador do Curso:
Dr
Edson J. CardosoOrientadora:
Dra
Ana
Maria Nunes de FariaStamm
Trabalho apresentado à Universidade Federal de Santa Catarina, para a conclusão no Curso de
Graduação
em
Medicina. _
C
FLORIANÓPOLIS
AGRADECIMENTOS
A
Deus.À
minha
família, pelo incentivo e apoio.À
Flávia,minha
noiva, pelacompreensão
e paciência por tantosmomentos
roubados.
À
minha
orientadora, DrëAna
Maria, pela solidezdo acompanhamento.
A
todos os professoresdo Curso
deMedicina da
UFSC.
Aos
médicos, enfenneiros e funcionáriosdo
HU.
1.
Introdução
... ..7
2.
Revisão
da
literatura
... ... .. .10
2.1.
Considerações
gerais ... ..2.2. Classes
de
agentes anti-hipertensivos ... ..2.2.1. Diuréticos ... ... ..
2.2.2. Inibidores
da
enzima conversora
da
angiotensina II2.2.3. B -
bloqueadores
. ... ..2.2.4. Agonistas alfa central ... ..
2.2.5.
Bloqueadores
alfa adrenérgicos ... ..2.2.6. Vasodilatadores diretos ... ..
2.2.7. Antagonistas
dos
canaisde
cálcio ... ..2.2.8. Antagonistas
do
receptorda
angiotensina II ... ..3.0bj
etivo
... ... ... ..21
6.
Discussão
... .. 7.Conclusões
... .. 8.Referências bibliográficas
9.Normas
adotadas
... .. 10.Resumo
... .. 1 1.Summary
..._ 1.
INTRODUÇÃO
A
hipertensão arterial sistêmica(HAS), definida
como
Luna pressãoarterial
maior
ou
igual a140/90mmHg,
além da
alta prevalênciana população
(em
tomo
de20%
) 1, está associada auma
importante taxade
morbi-mortalidade, resultante principahnente
do acometimento
doschamados
órgãos-alvo(coração, cérebro, rins, olhos e vasos) .
Quando
o óbito ocorre,estima-se
que aproximadamente
50%
seja pororigem
cardiovascular 2.O
diabetes mellitus(DM),
cuja prevalênciano
Brasil é,segtmdo dados
do
Ministério
da
Saúde,em
tomo
de7,6%
da população urbana entre30
e69
anos,
também
apresenta, talcomo
a hipertensão, as doenças cardiovascularescomo
principal causa de mortalidade 3°4.\
A
associaçãoHAS
eDM
émais
comum em
negros,homens
(abaixode 50
anos), mulheres (acima de
50
anos) e naqueles de baixo nivel sócioeconômico
6.Estudos
demonstram
ser a hipertensãoem
tomo
de duas vezesmais
freqüente entre os indivíduos
com
diabetesdo
quena
população geral“Í
além
de aumentarcom
a idade e a duraçãoda
doença.O
riscode morte
pordoença
cardiovascular é duplicado nos portadores desta associação(DM
eHAS),
quando comparado
àquelescom
hipertensãomas
sem
diabetes 2,5.Eventos
como
acidente vascular encefálicotambém
se .encontram consideravelmente elevados' neste tipo de paciente, denotandoo
maior
acometimento
rnicro e macrovascularó.Essas observações são importantes para ressaltar a necessidade
do
diagnóstico precoce edo
tratamento anti-hipertensivo eficiente,nos
pacientesque além
de hipertensãotem
diabetes, seja pormedidas não
farmacológicas(modificações no
estilo de vida) , farmacológicas (drogas anti-hipertensivas)ou
pela associação de ambas,
no
intuito de controlar os níveis tensionais e principalmente proteger os órgãos-alvo 5'6.Os
últirnos consensos sobre tratamentoda
hipertensão arterial1'7trazem
como
tendo indicação de terapia farmacológica imediata os pacientes diabéticosque
tenham
níveis tensionais a partir de 130 a 139mmHg
de pressão arterial sistólica e 85 a89
mmHg
de pressão arterial diastólica.Não
são portanto, classificadoscomo
hipertensos mas,como
portadores de pressão arterialdefinida
como
nonnal-alta., Esta conduta denota toda apreocupação
com
o
risco cardiovascular elevadoque
este tipo de paciente apresenta 17.O
objetivo primárioda
terapêutica farmacológica anti-hipertensiva, depreferência
sempre
associada amedidas não
farmacológicas (reduçãodo
peso,aumento da
atividade fisica, reduçãoda
ingestade
sódio, diminuiçaodo
consumo
de
álcool,abandono do
tabagismo reduçãoda
ingesta de gorduras, ingestaadequada
de cálcio e magnésio) é atingiruma
pressão arterialmenor
do
que
130/ssmmHg”.
O
controleda
hipertensão arterial sistêmicatem
demonstrado
reduzir tanto as complicações característicasdo
diabetes ( reduzindo a taxa de declínioda
ftmção renal naqueles portadores de nefiopatia diabética) quanto ascomplicações
da
própria hipertensão (doenças cardiovasculares, cerebrovasculares e renais) 67.A
discussão sobre aabordagem
farmacológica anti-hipertensivado
paciente hipeitenso
com
diabetes émotivo de
vários estudos e inclusive deste trabalho científico.Algumas
drogas, tradicionahnente utilizadas parao
tratamento
do
hipertensonão
diabético, muitas vezesnão
são as drogasde
primeira escolha para os pacientes hipertensos
com
diabetes, seja pelos seus efeitos adversos, sejaporque não oferecem
o grau. esperado e/ou almejadode
proteção aos órgãos-alvo “_
As
drogas já consagradascomo
arsenal terapêutico nos hipertensosem
geral,como
diuréticos e B-bloqueadores,perderam
espaço neste _ tipode
paciente para drogas consideradas alternativas,
como
os inibidoresda enzima
conversorada
angiotensina II(IECA)
e os antagonistas dos canais de cálcio(ACC).
Além
denão
afetarem adversamenteo
metabolismo
lipídico eglicídico5”8,
têm
uma
possívelmaior
eficáciana
proteção aos órgãos alvo,nefioproteção
no
casodo
diabetes tipo 1 (mais especificamente osIECA)
9 e2.
REVISÃO
DA
LITERATURA
2.1.
Considerações
geraisAntes
de iniciannos -a análise decada
classede
anti-hipertensivoem
particular, é importante
que façamos
a distinção entre os pacientes hipertensoscom
DM
tipo 1 e os hipertensos portadoresde
DM
tipo 2, poiso
mecanismo
desencadeador e/ou responsável pelamanutenção da
hipertensãotem
origem
diferenteem
cadaum
dos tipos de diabetes.No
DM
tipo 1 a hipertensão está freqüentemente relacionada à nefropatiadiabética1”5=°,
não
sendo estacomum
até omomento
em
que
evidencia-seacometimento
renal, caracterizado principalmente peloaumento da
excreçãourinária de albumina.
O
fatorhemodinâmico
mais cogitadocomo
sendo
oresponsável pelo
dano
renal éo aumento da
pressão capilar glomerular,com
conseqüente hiperfiltração glomerular, culminando
na
glomeruloescleroselo.A
nefropatia diabéticaacomete aproximadamente
25%
a40%
dos
diabéticos
do
tipo 11°,com
um
pico de incidência ocorrendo após20
anosde
doença.
Um
estudodemonstrou
que,mesmo
entre aqueles pacientes portadores de microalbuminúria (albumina urinária entre20
e 200pg/min),ou
seja, nefropatia incipiente, os niveis tensionais já se
encontravam
elevados; este fatonão
ocorria entre os diabéticos normoalbuminúricoss.Já
no
DM
tipo 2, a alteraçãoque
se encontra associada à hipertensão, éo
estado de resistência
aumentada
à insulina5”6°8,com
conseqüentemenor
captação de glicose (principahnente a nível muscular),
aumento da
glicemia plasmática e, por fim,'hiperinsulinemia compensatória.Supõe-se
que
oaumento da
insulina sejaum
dos grandes responsáveis pelaorigem
e/ou manutenção
dos niveis tensionais elevadosno
DM
tipo 2. VA
insulina arnnenta a atividadedo
sistema nervoso simpático,promove
maior
retenção renal de sódio, induz à proliferação das células musculares lisas vasculares e atuano
transporte iônico transmembrana,aumentando
asconcentrações intracelulares de sódio e cálcio,
com
conseqüenteaumento do
tônus vascular eda
cxcitabilidade celular”.Além
destes efeitos, éuma
das grandes irnplicadas`
na
piorado
perfillipídico, alteração esta freqüentemente encontrada neste tipo de diabetes,
onde
écomum
a presença de triglicerídeos -e relação LDL-colesterol (lipoproteínade
baixa densidade) /HDL-colesterol (lipoproteína de alta densidade)
aumentados
e baixo HDL-colesterols.
V Entretanto, apesar
do
grandenúmero
de estudos a respeito,o
papelda
resistência à insulina vs hiperinsulinemia
na
gênese e/oumanutenção da
hipertensão
não
está claro.Por
último, ç pela freqüente associação deste tipo de diabetescom
aobesidade, tem-se -aventado a possibilidade
da
resistência insulínica vshiperinsulinemia ser a ligação entre hipertensão-diabetes-obesidade.
Ao
acrescentar-se outros dois fatores, dislipidemia edoença
arterial coronariana,tem-se a sindrome
X
de
Reaven
ou
simplesmente sindromeX
8.É
evidenteque
a droga ideal para tratar a hipertensãodo
diabético tipo 1seria aquela que,
além
de reduziradequadamente
os níveis tensionais elevados, apresentasseum
efeito nefioprotetor, para tentar prevenirou
aomenos
retardar, o declínio inexorávelda
fimção
renal.Ainda
em
relação aos pacientescom
diabetes tipo 1, deve-se darpreferência às
medicações que não
interfiramnos
episódios de hipoglicemia,dificultando
o
seu reconhecimento e/ou prolongando-os.Nos
hipertensoscom
DM
tipo 2, a droga ideal seria aquela que,além da
boa
eficácia anti-hipertensiva, tivesse a capacidade de melhorar a sensibilidadeà insulina, reduzindo desta
forma o
grau de hiperinsulinernia 5.2.2. Classes
de drogas
anti-hipertensivasA
literaturamédica
sobre o tratamento farmacológicoda
hipertensãono
paciente diabéticomenciona
diversas classesde
drogas. Tentaremos, a partirde
agora, ressaltar as principais vantagens e desvantagensdo
usode cada
uma
delas.
2.2.1. Diuréticos
São
das drogas mais antigas e utilizadasno
tratamentoda
HAS,
apresentandocomo
atrativo,além da
eficáciacomo
monoterapia, o baixo custo.No
paciente diabético tem-semostrado eficaz
no
controleda
pressão arterial,porém
aumenta
a resistência à insulina e diminui a sua secreçãos; este efeitopode
ocorrermesmo
quando
utilizadosem baixas doses 12.Os
diuréticospodem
induzir hiperuricemia,hipomagnesemia
e hipocalemia,sendo que
as duas últimaspredispõem
à airitmias ventricularesz.Pioram
operfil lipídico, através
do aumento do
LDL-colesterol edo
VLDL-colesterol(lipoproteína de muito baixa densidade)5*8. A
Em
relação à hipocalemia, vários estudosdemonstraram
quea
ocorrênciapacientes
que desenvolvem
hipocalemiaem
uso de terapêutica diurética,do que
naqueles
que
semantém
nonnocalêmicos
12. Este fato estáprovavehnente
relacionado
à produção
deficiente de insulina frente a elevaçõesda
glicemia,na
presença de baixos níveis séricos de potássio 12.
Contudo, apesar dessas reações adversas, vários estudos ainda
colocam
os diuréticosem
posição de destaque.V
O
“trial”ALLHAT
(Antihypertensiveand
Lipid-Lowering treatment toprevent Heart Attack Trial), coloca os diuréticos (
em
baixas doses) eIECA
como
agentes de primeira linha para prevenção de eventos cardiovasculares neste tipo de paciente”.Outro estudo, o
MIDAS
(Multicenter Isradipine Diuretic Atherosclerosis Study),que
comparou
a isradipina (antagonista dos canaisde
Ca*
de duraçãointermediária) e a hidroclorotiazida (diurético tiazídico),
mostrou
um
riscopara eventos cardiovasculares três vezes
menor
no grupo que
recebeuo
diurético13. '~
Em
um
outro extremo, Siscovick14 eWairam
et al14 encontraramuma
altataxa de mortalidade
com
os diuréticosno
tratamento de pacientes diabéticos”,embora
se saiba que o usode
dosesmenores
dessas drogaspossam
os riscos de efeitos adversos.Deve-se tomar
cuidadona
utilização de diuréticospoupadores
de potássiona
presença dedoença
renal avançada, pelo risco deprovocarem
hiperpotassemia, lembrando-se ainda que,
quando
a creatinina sérica atinge valores superiores _a Zmg/dl,pode
ser necessária a substituiçãopor
mn
2.2.2. Inibidores
da
Enzima
Conversora da
Angiotensina
IISão
apontados, pela maioria dos estudos,como
a drogade
escolhano
hipeitenso diabético15`19, pois
não pioram
a sensibilidade à insulina,nem
alteramo
perfil lipídico.Têm
um
provável efeito renoprotetor que vaialém
daquele esperado pelaredução
da
pressão arterial sistêmica, lentificando a progressãoda
lesão renal e diminuindo a taxa de albuminúriaem
pacientesnormo
e microalbumim'1ricos, e provavelmentetambém
nos macroalbumintuicos.Em
relação à albuminúria, vários estudoscomparando
IECA
com
antagonistas dos canais de cálcio” eIECA
com
B-bloqueadores",demonstraram
ser osIECA
mais eficientesna
sua reduçãodo
que
outrasclasses de agentes anti-hipeitensivos. ,
-
Estes
dados sugerem que
osIECA
têm
mecanismos
de ação peculiares,para os quais são levantadas
algumas
hipóteses:promovem
aqueda da
pressãoarterial, associada à
queda do
tônus vascular eferente,com conseqüente reduçãoda mediada
pressão de filtração glomerular;previnem
a proliferação -angiotensina II -
da
musculatura lisa vascular, celular mesangial eda
acumulação
matricial 2°.Entre ,os efeitos colaterais,
sem
dúvida a hipercalemia é a quemerece maior
atenção.
Como
elatambém
pode
estar relacionada à nefropatia diabéticaclínica, deve-se evitar a associação de
IECA
com
diuréticospoupadores
depotássio e/ou suplementos de potássio.
'
O
controle periódico dos níveis séricos de potássio dos pacientesem
uso
deIECA
é fundamentalna
presença de hipoaldosteronismo hiporreninêmico. Esta condição *tfieqüência
entre os diabéticos. Este éum
dos motivos pelo qual .este tipo depaciente é mais susceptível à desenvolver hipercalemiaz.
A
reduçãoda
filtração glomerular,com
conseqüenteaumento dos
niveis séricos de uréia e creatininacom
ouso
dosIECA,
deve
levantar a suspeitade
hipertensão renovascular bilateralou de
rim único2*6.Essas drogas são contra-indicadas durante a gravidez e
em
mulheres
em
idade fértil, quenão
usem
método
anticoncepcional seguro, porterem
sidorelatados sérios problemas
com
osneonatoslm. Tosse
éum
efeito colateralque
pode
aparecer; angioedema, exantema, perdado
paladar e leucopeniaocorrem
raramente7. '
O
VI
Relatóriodo Comitê
Nacional Conjunto sobre Prevenção, Detecção, Avaliação e Tratamentoda
Hipertensão Arterial Sistêrnica(TheVI
Report of
the Joint National
Committee on
Prevention, Detection, Evaluationand
Treatment of
High Blood
Pressure -JNC
VI
)7 trazcomo
compulsória aindicação de
IECA
no
pacientecom
DM
tipo l e proteinúria, e ressalta apossibilidade
de
efeitos favoráveisno
DM
tipo 2com
proteinúria.O
IIIConsenso
Brasileiro de Hipertensão Arterial ( IIICBHA
)1 salientao
efeitobenéfico
dessas drogas devido, principalmente, à sua neutralidade metabólica( perfil lipídico e controle glicêmico ) e ao efeito renoprotetor
nos
pacientesportadores de nefropatia diabética (incipiente e clínica).
2.2.3. [3-Bloqueadores
Segundo o
JNC
VI,em
conjuntocom
os diuréticos, os B-bloqueadoresdevem
ser as drogas de escolhano
inícioda
terapia farmacológicaanti-hipertensiva
na
presença deHAS
não-complicada,na
ausênciade
indicaçãopara
algum
outro tipo de droga.Porém, na
presença deDM,
esta classe de anti-hipertensivosfica
relegada asegundo
plano,em
grande parte pelos seus efeitos colaterais. Destaca-se a piorada
resistência à insulina(com
exceção dos B-bloqueadorescom
atividadesimpaticomimética intrínseca) e
do
perfil lipidico, diminuiçãodo
HDL-C(
ljpoproteína de alta densidade) eaumento
dosTG
(triglicerídeos)8.Provocam
impotência, principahnente naquelescom
neuropatia autonômicas,tomam
mais
dificil o reconhecimento
dos
episódios hipoglicêmicos, cuja sintomatologia émediada
basicamente pelas catecolaminas;impedem
a elevaçãode
reboteda
glicemia, durante episódio hipoglicêmico,
em
diabéticos usuáriosde
insulina5'14 epioram
acirculação nos pacientes portadores dedoença
arterial periférica.Apesar
disto,na
presença de certas doenças associadas, são drogasde
grande valia
no
arsenal terapêutico.Como
exemplo,temos
o períodopós-IAM
(infartoagudo do
miocárdio ) , indicação compulsória aouso dos
agentesB-
bloqueadores 7.
Estudos
mostram
que
a proteção contra eventos cardiovasculares obtidapelos pacientes diabéticos
em
uso de B-bloqueadores é igualou maior
àquela dosnão
diabéticosque
também
fazem
uso destamedicaçãoml.
2.2.4. Agonistas alfa central
Essa
classe de drogas,que
já foiamplamente
utilizada,tem
como
representantemaior
a metildopa, seguida pela clonidina.Pelos seus efeitos colaterais, decorrentes principalmente da
ação
centralagentes
mais
eficazes emais
toleráveis, estão relegados asegundo
plano parao
tratamento
do
hipertenso diabético.Possuem, no
entanto,o
benefíciode não
interferir
no
metabolismo
dos carboidratos enão
piorar o perfil lipídicos _Um
de seus representantes (guanabenzo) mostrou-se
capaz
atémesmo
de reduzir oCT
(colesterol total)2.A
moxonidina
mostrou,em
um
estudo, melhorar asensibilidade à insulina”.
2.2.5.
Bloqueadores
AlfaAdrenérgicos
Seria
uma
das drogas de primeira escolhano
hipertenso diabético (boa eficáciana
reduçãoda
PA,
provávelmelhora na
sensibilidade insulínica,podendo
atémesmo
melhoraro
perfil lipídico)3›8 ,não
fosse pelo seu principalefeito colateral - a hipotensão posturall (mais relacionada à primeira dose
da
medicação), principalmente nos diabéticos
com
neuropatia autonômica. Já a impotência sexual, apesar de serum
efeito colateral desagradável, ébem
menos
freqüentes.ç Deste grupo de drogas,
o
prazosin,além
de ser amais
conhecida, é,sem
dúvida, a
que
mostrauma
melhora
mais evidentedo
quadro metabólico, principalmenteem
relação ao perfil lipídico, diminuindo os níveis de colesteroltotals.
É
importante ressaltar que,quando
se encontra presente a dislipidemia, autilização de
um
bloqueador alfa-l toma-seuma
opção
interessante,como
2.2.6.
Vasodilatadores
DiretosPossuem
avantagem
de terum
efeito neutro sobreo
metabolismo
glicídico e sobre o perfil lipídico,podendo
atémesmo
reduzir o colesterols.Desta
forma,seria
uma
classe de anti-hipeitensivosadequada
parao
tratamentoda
associação
HAS
eDM,
não
fosse pela necessidadeda
sua associaçãocom
diuréticos e B-bloqueadores, para minimizar a retenção de líquido e o
aumento
da
freqüência cardíaca,como
mecanismo
compensatório àqueda da
resistência vascular periférica1°2°5.2.2.7.
Antagonistas
dosCanais de
CálcioPossuem boa
eficácia anti-hipertensiva,não
interferemcom
a resistência àinsulina e
não
prejudicam o perfil 1ípídico5°8.Alguns
estudos experimentais alertam para a possibilidade dos antagonistasdos canais de cálcio terem, assim
como
os inibidoresda
ECA,
um
efeito renoprotetor (supostamente relacionado aum
efeito inibitório sobreo
crescimento celular mesangial)15.Diminuem
a excreção urináriade
proteínas, efeito esteque
,como
sugerem
alguns estudos, relaciona-se à diminuiçãodos
niveis tensionaiss.
Já os antagonistas dos canais de cálcio de curta duração,
mais
especificamente a nifedipina,
em
um
estudo de meta-análise feitopor
Weidmann
et al.,mostrou
um
aumento na
albuminúria de21%,
ao
passoque
outros antagonistas dos canais
de
cálcio(ACC)
reduziram-naem
24%”.
O
estudoEPESE
(Established Populations for Epidemiologic Studies of the Elderly)13,que
comparou
a nifedipina(ACC
de curta duração)com
agentesB-bloqueadores,
em
pacientes hipertensos diabéticos idosos, encontrouuma
taxade mortalidade três vezes
maior
no
grupoque
recebeu o antagonistado
cálcio.Um
outro estudo,o
ABCD
(AppropriateBlood
Pressure Control inDiabetes)13,
que
comparou
a nisoldipina(ACC
de longa duração)com
oenalapril (IECA),
mostrou
uma
associação muitomaior
de infartodo
miocárdio(fatal e
não
fatal)no
grupoque
recebeu nisoldipinado que
no que
fezuso de
enalapril.
No
diabético portador de neuropatiaautonômica,possuem
avantagem
deraramente
causarem
hipotensão postural e/ou impotências.Quando
angina 'e/ou alguns tipos de taquicardias supra-ventiicularesestiverem associadas ao quadro clínico
do
paciente,tomam-se
uma
alternativa interessante pelos efeitos favoráveisque
podem
desempenhar
nessas situações7.Segtmdo o
Dr. Franz Messerli, acombinação
deum
ACC
com
mn
IECA
seria tuna associação interessante para a proteção vascular e de Órgãos-alvo,
no
pacientecom
HAS
eDM23.
Mesmo
assim, são necessários estudosadicionais para
comprovar
o provável efeito sinérgico dessa associação ' de drogas sobre a microalbuminúria e a evoluçãoda doença
renal”.Como
efeitos colaterais,pode
desencadear cefaléia, rubor facial, tontura, estimulação simpáticareflexa
(estesmais
relacionados aos diidropiridínicosde
curta duração),
edema
periférico, depressão cardíaca (ínotrópica ecronotrópica) e constipação (mais
comum
com
o usodo
verapamil)1'2°7.2.2.8.
Antagonistas
do
Receptor
da
Angiotensina
IIEstas drogas
possuem
efeito semelhante aosIECA,
reduzindo eficazmenteprovocarem
tosse seca 7.Na
presençade
insuficiência cardíaca, jámostraram
reduzirem a morbi-mortalidadel;
não pioram
a resistência à insulina(podem
até melhora-la) e parece teremum
efeito neutro sobre o perfil lipídico 8.Como
há poucos
estudos envolvendo essas drogas,em
comparação
com
a vasta literatura a respeito dosdemais
anti-hipertensivos,além
da
incertezade
um
efeito protetor renal e cardíacocomo
oque
tem
demonstrado
ter osIECA,
fica
claro, peloIV JNC,
que
os antagonistasdos
receptores da angiotensina II(ARA
II)devem
ser utilizados, preferencialmente, apenas nos pacientesque
possam
obteralgum
beneficiocom
osIECA,
mas
nos quais estessejam
intoleráveis pelos efeitos adversos.3.
OBJETIVO
Verificar se as classes de agentes anti-hipeitensivos
mais
utilizadasno
tratamento dos hipertensoscom
diabetes mellitus, atendidosno
ambulatório deClínica
Médica
do
Hospital Universitário(HU) -UFSC,
são asque
parecem
ter4.
MÉTODO
4.1.
Delineamento do
estudo “Estudo
do
tipo descritivo, observacional e exploratório.4.2.
População
Foram
analisados 77 prontuários de pacientes atendidosno
ambulatóriodo
Serviço deMedicina
Internado
Hospital Universitário(HU)
da
Universidade Federal de Santa Catarina(UFSC)
preenchidos pormédicos do
curso de pós-graduação (“latu sensu”)
em
ClinicaMédica.
4.3. Critérios
de
inclusão e exclusão *O
levantamento inicial foi feito através das agendasdo
ambulatórioda
área “B”,
onde foram
selecionados todos os pacientes quereceberam
odiagnóstico de
'HAS
eDM,
no
período de janeiro ajunho
de 1997.No
Serviçodo
Prontuáriodo
Paciente,foram
analisados os pronuiários previamenteselecionados, obtendo-se
dados
sobre idade, raça , sexo dos pacientes edroga(s) anti-hipertensiva(s) prescrita(s)
na
última consulta.Se
na
mesma
não
_houvessemenção
de terapia farmacológica, foi considerada(s) a(s) última(s)droga(s) prescrita(s).
Não
foramanalisados o nívelda
pressão arterial, o controle(clínico e/oulaboratorial)
do
diabetes e a presençaou
ausência de outrasdoenças
5.
RESULTADOS
Durante o período de janeiro a
jtmho
de 1997,foram
atendidos77
pacientes
com
diagnóstico de hipertensão arterial sistêmica e diabetes,que
fizeram
parte deste estudo. l)esses, a maioria tinha idade igualou
superior a50
anos (70/77(90,9%)
), pertencia à_ raça branca (73/77(94,8%)
), erado
sexofeminino (5 8/77 (7
5,3%)
) e todos portadores de diabetes mellitusdo
tipo II.Em
relação aonúmero
de prescrições por drogas,37,6%
(41/ 109)eram
diuréticos,
33%
(36/109)IECA, 17,4%
(19/109) agonistas alfa central ell,9%(13/109)
antagonistas dos canais de cálcio (cada classede droga
Tabela I - Classes de anti-hipertensivos utilizadas
como
monoterapiaou
terapiacombinada
DROGA
NQPRESCRIÇÓES/
DROGA
(%)
DIURÉTICOS
41IECA
só
AA
19Acc
13B-BLOQ.
-BLOQ.
A
-V.D
-ARA
11 - 37,6 33,0 17,4 11,9TOTAL
109 100*IECA =
inibidoresda enzima
conversorada
angiotensina II;AA
=
agonista alfa central;
ACC=
antagonistas dos canais de cálcio;B-BLOQ.=
[5bloqueadores;
BLOQ.
A
=
bloqueadores alfa periférico;V.D =
vasodilatadores diretos eARA
II=
antagonistasdo
receptorda
angiotensina H.‹
Gráfico
1 - Classesde
anti-hipertensivos utilizadascomo
monoterapiaou
terapiacombinada
40 35 30if/
O'(D
~Eã2-Ér5'>É
m<
écos =- I rn D`u*IECA=
inibidoresda
enzima
conversorada
angiotensina II;AA=
agonista alfa central;
ACC=
antagonistasdos
canais de cálcio;B-BLOQ.=
B-bloqueadores ;
BLOQ.
A=
bloqueadores alfa periférico;V.D=
vasodilatadoresdiretos e
ARA
II= antagonistasdo
receptorda
angiotensina II.A
monoterapiapredominou (47/77(61%)
sobre a terapiacombinada
ou
seja, associação de duas
ou mais
drogas(30/77(38,9%)).OsIECA
foram
osmais
prescritos entre os pacientes queusavam
apenasuma
medicação
(38,3%), seguidos pelos diuréticos(25,5%), agonistas alfa central(23,4%) e antagonistasdos
canais de cálcio(12,7%).(tabelaH
e gráfico 2).Tabela
Il - Classes de anti-hipertensivos utilizadascomo
monoterapiaDROGA
-NODE
PAc1ENTEs
(
%
)MONOTERAPIA
rEcA
18 38,3Druiuâricos
12 25,5AA
11 23,4Acc
0ó
12,7TOTAL
47
100,0*IECA=
inibidoresda enzima
conversorada
angiotensina II;AA
=
agonista alfa central e
ACC=
antagonistas dos canais de calcio.Gráfico
2
Classesde
anti-hipertensivos utilizadascomo
monoterapia40/
ECA diuréficos AA AOC
*IECA=
inibidoresda enzima
conversorada
angiotensinaH;
AA=
agonista alfa central e
ACC=
antagonistasdos
canaisde
cálcio.A
associação mais prevalente foi o usode
diuréticoscom
IECA
(16/30(53,3%)
, seguida de diuréticocom
agonista alfa central (6/30(20%)
) ediurético
com
antagonistas dos canais de cálcio (5/30(16,6%)
). Outrasassociações (diurético, antagonistas dos canais de cálcio e agonista alfa central; diurético,
IECA
e antagonistas dos canais de cálcio;IECA
e agonista alfa central) contribuíramcom
10%
(3/30) dos casos (tabela III egráfico
3 ).TABELA
HI
- Classes de anti-hipertensivos utilizadasem
terapiacombinada
DRoGA
-NO
DE
PACIENTES
(%
)Assoc1AÇoEs
D
+
1:EcA
1ó 53,3D
+
AA
oó
20,0D
+
Acc
05 1ó,ó[ECA
+
AA
01 3,3D
+
Acc
+
AA
01 3,3D
+
IECA
+
Acc
01 3,3TOTAL
30
100,0*D
diuréticos;IECA
inibidores daenzima
conversorada
angiotensina II;AA
agonista alfa central eACC
antagonistas dos canais de cálcio.Gráfico
3 - Classes de anti-hipertensivos utilizadasem
terapiacombinada
eo/
50 -___.,_t,_.____.___. .____ .___..__z________í
4Q_,/ _ ç ~ V mv'~ëÀ*__¬_.~_»í_ 39./20/
*
10/
I
os
¬Q
L Q
D+ D+ D+ IECA D+ D+ IECA AA ACC +AA ACC IECA+AA +
AOC
*D
=
diuréticos; IÍECA=
inibidoresda enzima
conversorada
angiotensinaII;
AA
=
agonista alfa central eACC
=
antagonistas dos canais de cálcio.7.
DISCUSSÃO
SO
ambulatório de ClinicaMédica
do
Serviço deMedicina
Internado
HU
da
UFSC
dá
assistênciamédica
aos usuários, através demédicos que
desenvolvem programa
de pós-graduação ("latu sensu 'Qem
ClínicaMédica,
sob a
coordenação
de professores universitários.Esses profissionais são orientados através de atividades teórico-práticas, incluindo doenças
como
hipertensão arterial sistêmica e diabetes mellitus,que
são prevalentes entre os pacientes atendidos neste local.
H
_
Levando-se
em
consideração esses aspectos,é importante identificarmos o
tratamento farmacológico
que
estásendo
instituído aos pacientes hipertensos e diabéticospor
esses profissionais.Encontramos
os diuréticoscomo
as drogas mais utilizadas (não levando-seem
consideração se monoterapiaou
terapiacombinada)
(37,6%
das prescriçõespor
droga).H
Mesmo
piorandoo
controle glicêmico e o perfil lipídico7°8*22, são drogasque
mostraram
reduzir a morbi-mortalidade deorigem
cerebrovascular e cardiovascular1°7=9, sendo a última a principal causa demorte
entre os hipertensosem
geral etambém
no
paciente diabético”.Um
ponto chave para o usodo
diuréticono
hipertenso diabético, está relacionadoem
parte, ao excesso devolmne
plasmático inerente a essespacientes, seja pelo estado hiperosmolar
promovido
pela hiperglicernia,com
conseqüente retenção de liquido, seja pela incapacidade renal
em
lidarcom
uma
dieta ricaem
sódioó.O
largoemprego
dessas drogas, observado neste estudo,deve
ter sido favorecido pelo baixo custoda
medicação,o que
tem
que
ser levadoem
consideração, pn`ncipalmente
quando
se falade
rede pública de saúde.Quando
setem
duas drogas de eficácia semelhante, diferindo apenasno
preço, é racionalque
se opte pela mais acessível.Porém,
oVI
JNC
preconiza que,quando
uma
das duas drogas forcomprovadamente mais eficaz que
a outra, ocusto, apesar de relevante, deve ficar
em
segundo
plano eo beneficio do
paciente
deve
sero
ponto crucial7.Como
segunda
droga anti-hipertensiva mais utilizada, surgiram osinibidores
da enzima
conversorada
angiotensína(33%
das prescrições pordroga).
Um
dado
importanteque
este estudomostrou
foi o seguinte :como
monoterapia, os
IECA
superaram os diuréticos,com
38,3%
vs25,5%
dos 47
pacientes
que
apenasuma
droga prescrita. Sabe-seque
asmesmas
não
pioram o
perfil lipídiconem
a resistência à insulina 8 etêm
um
efeito nefroprotetor.Nos
diabéticosdo
tipo 2,não
existem grandes estudoscomprovando
a suaeficácia
na
proteção de eventos cardiovasculares, responsável pela maioria das mortes nesses pacientes. Considerando-seque
a hipertensão, por si só, éum
dos maiores fatores de risco para as doenças cardiovasculares, a sua simples
redução já acarretaria
enorme
beneficio.Mesmo
sendouma
das drogasmais
indicadas, senão
a mais, para o tratamentoda
hipertensãono
diabético, ficarnatrás
em
número
de prescrições dos diuréticos, sendo o custouma
dasexplicações.
Não
há
muitos estudoscomprovando
quereduzam
a mortalidade deforma
significativa mas,em
pacientescom
hipertensão e insuficiênciacardíaca
ou
infarto miocárdicocom
disfunção sistólica,demonstram
reduzir amorbi-mortalidadel.
A
terceira drogaem
número
de prescriçõesforam
os agonistas alfa-centIal(representados pela metil-dopa),
sendo
utilizadosem
17,4%
do
total das prescrições por droga e23,4%
dos47
pacientesem
uso
de monoterapia. Talcomo
os diuréticos, o custo e a distribuição gratuita nos postosde
saúdeestiveram provavehnente implicados
na
freqüênciacom
que
foram
utilizadas,além
denão
interferirem negativamentena homeostase da
glicose eno
perfil lipídicodo
paciente”.Dos
efeitos colaterais,merecem
consideraçãona
horada
decisão terapêutica a hipotensão ortostática e a disfunção sexual”, principalmente nos diabéticoscom
disfunção autonômica.. Esses efeitos sãouma
das limitações ao seu uso neste tipo de paciente.Um
novo
representante destes agentes, a moxonidina,tem
algtunas vantagensem
relação aos outros agonistas alfa central, por provocarmenos
hipotensão ortostática eaumentar a
liberação deinsulina
melhorando
o controle glicêmico8*23.Os
antagonistas dos canais de cálcio ficaramcom
11,9%
do
totalde
prescrições por droga,ocupando
a quarta posição. Essas drogasnão
interferemna
tolerância à glicose eno
perfil lipídico4'22, epodem
trazer beneficioquando
certas condições estão associadas,
como,
por exemplo, insuficiênciacoronariana, algumas arritmias cardíacas e
doença
arterial periférica7°25.Outro
ponto
importante a favor delas é o seu suposto efeito nefroprotetorw.Como
alguns estudosmostram
um
aumento da
mortalidadecom
o uso de certosACC
(diidropiridinicos),_mais especificamente a nifedipina (curta duração), alguns autoressugerem
que, caso se deseje optarpor
esta classe de anti-hipertensivos, sejadada
preferência a outros -«representantes (não diidropiridínicos),como,
por
exemplo,
o
verapamil e o diltiazem”.Acreditamos que o
custo e a faltade
outrosACC
com
distribuição gratuita pela rede pública,com
exceção da
nifedipina,
tenham
sido fatores limitantes ao seu uso.As
três classes de anti-hipertensivosnão
prescritasforam
: osvasodilatadores diretos, os antagonistas
do
receptorda
angiotensina II e osbloqueadores beta-adrenérgicos.
Sabe-se
que
os vasodilatadores diretosinduzem
retenção de sódio eágua
e
provocam
estimulação simpática(com
aumento
da freqüência cardíaca)como
resposta ao efeito vasodilatador.Os
ARA
IIpodem
ser eficazescomo
monoterapía,mas
sãoum
grupo de
drogas
novas
ecom
custo elevado,o que
limita oemprego
dessasmedicações
no
tratamentoda
hipertensão.Em
um
estudo de pacientes idososcom
insuficiência cardíaca, reduziu tanto amorbidade
quanto a mortalidadel.Os
beta-bloqueadores são agentes anti-hipertensivos quemerecem
um
comentário especial.Mesmo
piorando a hipoglicemia, prolongando-a edificultando o seu reconhecimento4 , e interferindo negativamente
no
controlemetabólico (glicídico e lipídico)8, são drogas
que comprovadamente
diminuem
a morbi-mortalidade
no
paciente hipertensog e, deforma
semelhante,ou
atémesmo
superior ,naquele paciente que,além da
hipertensão,tem
diabetes7.Em
um
estudoonde
secomparou
o
efeitodo
usodo
beta-bloqueadorna
mortalidade dos pacientes pós-infarto
do
miocárdio, observou-seuma
redução
de36%
na
mortalidade dos pacientescom
DM
que
fizeram
uso destamedicação
em
comparação
aosque
não
a utilizaram”.Outro
ponto importanteque deve
ser levadoem
consideração é o seu baixo custo, analisando os riscos e beneficios para o seu uso, principalmenteno
hipertenso diabético pós-infarto
do
miocárdio.Um
problema
freqüenteem
diabéticos4,e
que pode
ser agravado pelos beta-bloqueadores, é adoença
vascular periférica9=26.
Em
relação à terapia combinada, amais
freqüente associaçãoobservada
neste estudo foi a de
um
diuréticocom
IECA
(16/30(53,3%)
)nos
pacientesque
faziam uso de 2ou
mais drogas.O
diurético agiriano
excesso devolume
extra-celulars, sendo a associação
com
um
IECA
vantajosa pelo seu efeito nefroprotetor9*2°, redução dos níveis tensionais e pela diminuição dos efeitos negativos dos diuréticosno
perffl metabólico dos hipertensoscom
diabetess.s.
CONCLUSÕES
As
drogas mais utilizadasforam
os diuréticos e osIECA,
seja sob afonna
de
monoterapiaou
em
associação. _V
A
literatura ressalta a neutralidade metabólica eo
efeito nefroprotetor dosIECA,
sendo os agentes anti-hipertensivosque parecem
termaior
vantagem no
tratamento farmacológicodo
hipertenso diabético.J 9.
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ORNIAS
ADOTADAS
As
normas
adotadasforam da
Convenção
de
Vancouver
-Canadá,
conforme
a SÉ edição,com
algumas
adaptações:Comitê
Internacional de Editores de Revistas Médicas. RequisitosUniformes
para Originais submetidosRESUMO
Tratamento
F
armacológico
da
Hipertensão no
Pacientecom
Diabetes
Boff
LR
eStamm
Al\/[NFObjetivo: Verificar se as classes de anti-hipertensivos
mais
utilizadasno
tratamento ambulatorialda
hipertensão nos pacientes diabéticos, são asque
aparentam ter
maior
vantagem
neste tipode
paciente,segundo
a literatura.Métodos: foram
analisados 77 prontuários de pacientes atendidosno
ambulatório
do
HU
da
UFSC,
no
período de janeiro ajunho de
1997,com
diagnóstico de hipertensão arterial sistêmica e diabetes mellitus, obtendo-se
dados
sobre idade, raça, sexo, tipo de diabetes (1ou
2) e última(s)medicação(s) anti-hipertensiva(s) prescrita(s).
Resultados:
94,8%
(73/77)eram
brancos;90,9%
(70/77) tinham idade2
50
anos;
75,3%
(58/77) pertenciam ao sexo feminino e todoseram
diabéticosdo
tipo 2.Os
diuréticosforam
os primeirosem
número
de prescriçõespor droga
(41/109(37,6%)
), seguido pelos inibidoresda
enzima
conversorada
angiotensina II(IECA) (36/ 109 (33%)), agonista ou-central (19/109
(17,4%)
) e antagonistas doscanaisde
cálcio (13/109 (11,9%) ).A
monoterapia (47/77(61%)
) predominou.Conclusão:
as drogasmais
utilizadasforam
os diuréticos e osIECA,
como
efeito nefioprotetor dos
IECA,
sendo os agentes anti-hipertensivosque
parecem
termaior
vantagem no
tratamentoda
hipertensãono
diabetes.SUMMARY
Pharmacological
Treatment
ofHypertension
in the Patientwith Diabetes
B<›ffLR and
stamm
AMNF.
Aim: To
detemiine whether themost
utilized classes of anti-hypeitcnsive in theout-patient treatment of
T
hypertension in diabetic patients, are the
most
advantageous in this kind of patient, according to the literature.
Methods:
Therewas
an analysis of 77 medical records of patients with the diagnosis of systemic arterial hypertensionand
diabetes mellitus, attended in the out-patient clinicof
theHU
atUFSC,
over the periodfrom
januaiy to june 1997, datawere
gatheredon
age, sex, type of diabetes(l or 2)and
the last anti- hypertensive medication prescribed.Results: 94,8%(73/77)
were
white; 90,9%(70/77)were
z
50
years old; 75,Ê›%(58/77)were
of the female sexand
allwere
type 2 diabetes. Diureticswere
first innumber
of prescriptions per drug(41/lO9(37,6%)), followedby
ofangiotensine
H
convertingenzyme
inhibitors(IECA)(36/109(33%)), alpha-central agonist(l9/lO9(l7,4%))
and
calcium antagonists(l3/lO9(ll,9%)).Monotherapy
predominated(47/77(6 1 %)).Conclusion:
The
most
utilized drugswere
diureticsand
IECA,
both asmonotherapy and
associated with others.The
literature emphasizes theanti-hypertensive agents that
seem
to offer the greatest advantage in the treatment of hypertension in diabetes.CM
0334*E›_‹.IÍ
Título: Tratamento farmacológico da hipe
*nsosáss Áz; 253533. ' . _ 9 E×_| uFsC Bsccsrvf ` ~