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Plano de prevenção e proteção contra incêndios em uma subestação de energia

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DANIEL ROGÉRIO BONATTO

PLANO DE PREVENÇÃO E PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS EM

UMA SUBESTAÇÃO DE ENERGIA

Ijuí- RS

2017

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DANIEL ROGÉRIO BONATTO

PLANO DE PREVENÇÃO E PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS EM

UMA SUBESTAÇÃO DE ENERGIA

Trabalho de Conclusão de Curso de Engenharia de Segurança do Trabalho apresentado como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho.

Orientadora: Lia Geovana Sala

Ijuí 2017

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DANIEL ROGÉRIO BONATTO

PLANO DE PREVENÇÃO E PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS EM

UMA SUBESTAÇÃO DE ENERGIA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho, do Departamento de Ciências Exatas e Engenharias, da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho.

Ijuí, 24 de janeiro de 2017.

Prof. Lia Geovana Sala Mestrado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal de Santa Catarina Orientadora

BANCA EXAMINADORA

Prof. Lucas Fernando Krug Mestrado em Engenharia Civil pela UNISINOS - Universidade do Vale do Rio dos Sinos

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Dedico este estudo a minha esposa Gabriela, e a minha filha Ana Carolina.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço aos meus pais Pedro e Neuza, que sempre estiveram ao meu lado me apoiando e me incentivando a dar continuidade aos meus estudos. Muito Obrigado.

A minha Esposa Gabriela e a minha Filha Ana Carolina que sempre permaneceram ao meu lado me incentivando. Muito obrigado pelo carinho e paciência e por acreditar na minha capacidade e no meu trabalho.

Aos professores que me auxiliaram na minha formação ao longo dos meus estudos, e que me proporcionaram este desafio de lutar por um espaço.

A todas as pessoas que direta ou indiretamente contribuíram para o meu sucesso, o meu MUITO OBRIGADO, por tudo que fizeram, pois, sem vocês eu não teria chegado aonde cheguei e não teria enfrentado tantas barreiras, as quais me ajudaram a melhorar como pessoa e como futuro profissional.

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RESUMO

O incêndio ocorrido na boate Kiss em Santa Maria – RS em 27 de janeiro de 2013 provocou uma grande “revolução” na legislação do Plano de Prevenção contra Incêndio (PPCI) no Estado do Rio Grande do Sul. Este incêndio que acabou vitimando 242 pessoas, fez com que todas instituições envolvidas na prevenção contra incêndio “abrisse os olhos” para a importância que esta prática tem para com o zelo dos seres humanos bem como com os bens materiais. Neste período de tempo decorrido após o sinistro ocorreram significativas mudanças na legislação de prevenção e combate a incêndios no Estado do RS, sendo que como principais documentos pode-se destacar quatro (04) leis complementares e um (01) decreto, o qual vigora nos dias de hoje. Frente a essas mudanças de legislação o objetivo deste estudo é apresentação de correto um plano de prevenção contra incêndio para uma subestação de energia com classe de tensão 69/23kV. O trabalho inicia-se com uma revisão bibliográfica sobre o tema abordado, posteriormente é abordado o histórico e introdução da legislação vigente, e por sequência dimensionamento das 12 (doze) as medidas de proteção necessárias do PPCI para a edificação do objeto de estudo. Estas medidas de proteção foram arbitradas pelo decreto nº 53.280, conforme a classificação do uso/ocupação, altura e classe de risco de incêndio da edificação estudada.

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ABSTRACT

The fire that took place at the Kiss nightclub in Santa Maria, RS, on January 27, 2013 caused a great "revolution" in the legislation of the Fire Prevention Plan (PPCI) in the State of Rio Grande do Sul. This fire, which killed 242 people, Has made all institutions involved in fire prevention "open their eyes" to the importance that this practice has for the zeal of human beings as well as material possessions. In this period of time after the accident, there were significant changes in fire prevention and control legislation in the State of Rio Grande do Sul, and the main documents include four (04) complementary laws and one (01) decree, which nowadays. Faced with these changes of legislation the objective of this study is to present a correct fire prevention plan for an energy substation with voltage class 69 / 23kV. The work begins with a bibliographical review on the topic addressed, later it is approached the history and introduction of the current legislation, and by sequence sizing of the 12 (twelve) the necessary protective measures of the PPCI for the construction of the object of study. These protection measures were arbitrated by decree nº 53,280, according to the classification of the use / occupancy, height and fire risk class of the studied building.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Triângulo do fogo. ... 17

Figura 2 - Quadrado do fogo. ... 18

Figura 3 - Planta Geral do empreendimento ... 32

Figura 4 - Classificação das edificações quanto à altura ... 34

Figura 5 - Classificação das edificações quanto à altura ... 35

Figura 6 - Exigências para edificações existentes ... 36

Figura 7 - Exigências para edificações e áreas de risco de incêndio ... 37

Figura 8 - Parte da Tabela 5 do Decreto nº 53.280 ... 38

Figura 9 - Classificação das edificações e áreas de risco quanto à ocupação. ... 39

Figura 10 – Classificação das edificações e áreas de risco quanto a atividade econômica ... 40

Figura 11 – Classificação das edificações e área de risco quanto à ocupação ... 41

Figura 12 – Tabela com dados para dimensionamento das saídas de emergência. ... 42

Figura 13 - Classificação das edificações quanto à carga de incêndio ... 43

Figura 14 - Classificação das edificações e áreas de risco quanto ao grau de risco ... 44

Figura 15 - Tabela das medidas de segurança contra incêndio para edificação do grupo M-3 ... 45

Figura 16 - Tabela das medidas de segurança contra incêndio para edificação do grupo M-6 ... 46

Figura 17 – TRRF requerido para a edificação do estudo de caso ... 47

Figura 18 - TRRF equivalente para a edificação do estudo de caso... 48

Figura 19 - Área máxima de compartimentação ... 49

Figura 20 – Representação da separação mínima entre o transformador e a edificação ... 49

Figura 21 - Parte da placa de identificação do transformador ... 50

Figura 22 - Distância de separação mínima entre o transformador e a edificação ... 50

Figura 23 - Distância de afastamento do prédio de telecomando e o transformador de potência . 51 Figura 24 – Separação por parede tipo corta fogo entre equipamentos e edificação ... 52

Figura 25 - Classificação dos materiais conforme a ocupação em função da finalidade do material ... 54

Figura 26 - Fluxograma de procedimentos de emergência contra incêndio ... 57

Figura 27 - Principais placas de sinalização de emergência ... 61

Figura 28 - Tipo de sistema de hidrante e mangotinhos ... 62

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Classificação conforme legislação e estado ... 41

Tabela 2 - Cálculo populacional ... 42

Tabela 3 - Produtos x Carga de Incêndio ... 43

Tabela 4 – Classificação dos materiais da edificação ... 54

Tabela 5 - Quantitativos de brigadistas por edificação e carga horária do treinamento ... 58

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LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas ART Anotação de Responsabilidade Técnica

CBMRS Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Sul CLCB Certificado de Licenciamento do Corpo de Bombeiros CLT Consolidação das Leis do Trabalho

CNAE Classificação Nacional de Atividades Econômicas

COESPPCI Conselho Estadual de Segurança, Prevenção e Proteção Contra Incêndio CORPPCI Conselho Regional de Segurança, Prevenção e Proteção Contra Incêndios CREA Conselho Regional de Engenharia e Agronomia

GLP Gás liquefeito de petróleo

IFSTA Associação Internacional para o Treinamento de Bombeiros

IT Instrução Técnica

kV Quilovolt

kW Quilowatt

kVA Quilovoltampére LEC Lei Complementar

m Metro

NBR Normas Técnicas Brasileiras

NR Norma Regulamentadora

NFPA National Fire Protection Association

PPCI Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndios

PQS Pó Químico Seco

PQSE Pó Químico Seco Especial

PSPCI Plano Simplificado de Prevenção e Proteção Contra Incêndio

RS Rio Grande do Sul

SE Subestação de Energia Elétrica

SPDA Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas TCC Trabalho de Conclusão de Curso

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ... 13 1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAS ... 13 1.2 OBJETIVOS DO TRABALHO ... 14 1.3 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO ... 14 2 REVISÃO DA LITERATURA ... 15 2.1 TEORIA DO FOGO ... 15

2.2 FORMAS DE TRANSMISSÃO DO CALOR ... 18

2.3 MÉTODOS DE EXTINÇÃO DO FOGO ... 19

2.4 CLASSES DE INCÊNDIOS ... 19

2.5 CONCEITO DE PPCI ... 21

2.6 HISTÓRICO DA LEGISLAÇÃO ... 23

2.7 LEGISLAÇÃO RELATIVA À PREVENÇÃO E PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS ... 25

2.7.1 Documentos publicados após a Lei Completar nº 14.376 ... 26

3 METODOLOGIA DA PESQUISA ... 31

3.1 OBJETIVO DE PESQUISA ... 31

3.2 DELINEAMENTO ... 31

3.3 CARACTERIZAÇÃO... 32

4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS ... 33

4.1 ELABORAÇÃO DOS PROJETOS ... 33

4.1.1 Classificação da edificação ... 33

4.1.2 Medidas de Segurança ... 46

5 CONCLUSÃO ... 65

6 BIBLIOGRAFIA ... 66

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7.1 PRANCHA PPCI 01 ... 68

7.2 ANEXO B - MEMORIAL DESCRITIVO DE ANÁLISE PARA SEGURANÇA

CONTRA INCÊNDIO ... 70

7.3 ANEXO M.1 – LAUDO TÉCNICO DE COMPARTIMENTAÇÃO HORIZONTAL

E/OU VERTICAL ... 76

7.4 ANEXO M.3 – LAUDO TÉCNICO DE SEGURANÇA ESTRUTURAL EM INCÊNDIO

... 79

7.5 ANEXO M.4 – LAUDO TÉCNICO DE CONTROLE DE MATERIAIS DE

ACABAMENTO E REVESTIMENTO ... 82 7.6 PLANO DE EMERGÊNCIA ... 86

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1

INTRODUÇÃO

1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAS

“A ação ou resultado de prevenir-se, conjunto de medidas ou preparação antecipada de algo que visa prevenir um mal”, é o significado da palavra prevenção segundo o dicionário. O conjunto de ações com o intuído de combater o incêndio apareceu juntamente quando o homem começou a utilizar o fogo para suas atividades como: aquecimento, preparo de alimentos, têmpera de metais, iluminação de ambientes, tudo isso ocorrendo já na pré-história. No decorrer da evolução humana ficou comprovado que o homem tentou dominar as forças da natureza, dentre essas forças o fogo. Tal força quando fora de controle detém um poder de destruição enorme, situação que denominamos incêndio. Seus efeitos são na forma de perdas patrimoniais e também humanas.

Segundo Brentano (2007), um marco na história da civilização humana foi a descoberta do fogo pelo homem primitivo, sendo que esta baliza possibilitou o homem a aquecer, liquefazer metais para a fabricação de utensílios e ferramentas para a caça, bem como a possibilidade de cozer seus alimentos. Como contrapartida dos benefícios com essa descoberta, observou que o mesmo fogo, possui uma grande capacidade de destruição.

Devido a este ônus toda edificação, excluindo as residências unifamiliares, deve possuir um Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndios (PPCI) para cumprir exigências legais (alvará e/ou habite-se). Este pré-requisito legal é fundamental no objetivo de preservar e proteger as pessoas e o patrimônio público e privado. Cada estado brasileiro possuiu uma legislação específica, composta por Normas Técnicas, Leis, Portarias e Resoluções do Corpo de Bombeiros. Este conjunto de documentos orientam na elaboração e preenchimento dos projetos de prevenção e proteção contra incêndio.

O trágico acontecimento ocorrido em 27 de janeiro de 2013 em Santa Maria - RS, o incêndio na Boate Kiss o qual obteve a morte de 242 pessoas, provocou um marco na história gaúcha e brasileira na prevenção e combate a incêndio. Após este acontecimento a legislação pertinente a projeto e fiscalização dos PPCI’s sofreram grandes mudanças. Mudanças essas que hoje, três anos após a publicação da lei complementar nº 14.376 ainda estão sendo ponderadas.

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Com bases nestas diversas mutações que as legislações vêm sofrendo, esse Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) tem como tema o Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndios (PPCI);

1.2 OBJETIVOS DO TRABALHO

A finalidade deste trabalho é analisar a legislação e normativas vigentes com o intuito de projetar um adequado PPCI para uma edificação tipo subestação de energia elétrica.

Esta análise baseia-se no Decreto nº 53.280, NBR 13.231 - Proteção contra incêndio em subestação elétrica, e mais documentos pertencentes a este assunto no âmbito do Corpo de Bombeiro Militar do Estado do Rio Grande do Sul (CBMRS).

1.3 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO

O trabalho foi dividido sistematicamente em seis capítulos. No primeiro capítulo é realizada uma breve introdução. No segundo capítulo foi abordado a revisão da literatura, com as teorias básicas sobre o assunto. As legislações vigentes e históricas foram apresentadas no terceiro capítulo.

Já no quarto capítulo foi abordado a metodologia da pesquisa, bem como delimitando o tema sobre o estudo que é uma subestação de energia classe de tensão 69/23kV. A apresentação e análise dos resultados estão descritos no quinto capítulo.

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2

REVISÃO DA LITERATURA

Com o intuito de fundamentar esta pesquisa fez-se necessário a análise de assuntos teóricos importantes para complementação do estudo. Desta forma nos próximos cinco itens serão abordados tais elementos.

2.1 TEORIA DO FOGO

“O fogo pode ser definido como uma reação química, denominada combustão, que é uma oxidação rápida entre um material combustível, sólido, líquido ou gasoso, e o oxigênio do ar, provocada por uma fonte de calor que gera luz e calor” (Brentano, 2007).

Analisando a definição acima no ponto de vista da segurança, é possível afirmar que toda a edificação está sujeita a um desastre imprevisível: o fogo. O fogo possui a capacidade de ocasionar amplos acidentes produzindo diversas perdas, tanto de vidas humanas e/ou grandes danos materiais. O pleno entendimento da mecânica do fogo em todos os seus aspectos: causas, formação e consequências, faz-se necessários para que seja possível construir a prevenção e combate eficaz a incêndios.

Os padrões e necessidades dos dias atuais no que se refere às edificações, evolui em sentido contrário aos riscos de incêndios. O aumento da concentração humana nas grandes cidades, bem como as edificações cada vez mais próximas e altas, oriundas de concepções arquitetônicas que facilitam a propagação do fogo.

Reescrevendo a definição de fogo, é uma combustão viva que se aparece por meio da produção de chamas provocando luz e desprendendo calor, além da emissão de fumaça, gases e outros resíduos. Conforme Brentano (2007), cada um desses produtos provenientes da combustão geram consequências:

a) As chamas compõem a porção especular e visível do fogo, iluminam e atraem;

b) A fumaça antepara a visibilidade, provoca pânico, intoxica e/ou asfixia, dificulta a saída e a aproximação para o combate ao fogo, corrói objetos frágeis;

c) Os gases são invisíveis, podem ser tóxicos, inodoros e a sua propagação provoca o alastramento do fogo. A fumaça e os gases tóxicos são responsáveis por mais de 80% das mortes em incêndios;

d) O calor aquece o ar que pode chegar a altíssimas temperaturas. Em decorrência ao aquecimento ocorre a propagação do fogo através da combustão espontânea de certos

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materiais, e também existe a deformação e a perda de resistência de outros, como exemplo a própria estrutura de uma edificação;

e) O oxigênio do ar é consumindo durante a combustão, e em ambientes fechados tornando-o irrespirável;

f) Os resíduos deixados pelos combustíveis sólidos comuns, como as cinzas e também a emissão de fumaças;

O fogo somente acontece se existir simultaneamente os três elementos essenciais (Brentano, 2007):

• Material combustível; • Comburente (oxigênio); • Fonte de calor (faísca);

Conforme as bibliografias da área, entre elas a do autor Brentano (2007), os elementos que compõem o fogo estão caracterizados da seguinte forma:

- Combustível: é toda a matéria suscetível à queima, isto é, após a inflamação, continua

queimando sem a necessidade de adição de calor. Pode ser sólido, líquido ou gasoso. Primeiramente, para entrar em combustão devem ser aquecidos liberando vapores combustíveis que se misturam com o oxigênio do ar e assim, gerar uma mistura inflamável. Essa mistura gera uma reação exotérmica, liberando calor e luminosidade. Os combustíveis líquidos se vaporizam ao serem aquecidos, misturando-se com o oxigênio do ar, formando uma mistura inflamável. Assim como os gases, que para entrar em combustão também devem formar uma mistura inflamável com o oxigênio do ar, no entanto, sua concentração deve estar dentro de uma faixa ideal.

Os materiais orgânicos são todos combustíveis. Já os inorgânicos apenas alguns. A combustibilidade de um corpo depende de sua maior ou menor facilidade de combinação como oxigênio, sob ação do calor.

- Comburente: que é geralmente o oxigênio do ar. É o agente químico que ativa e conserva

a combustão, combinando-se com os gases ou vapores do combustível, formando uma mistura inflamável.

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- Calor: energia que dá início, mantém e incentiva a propagação do fogo. O calor é o

provocador da reação química da mistura inflamável, proveniente da combinação dos gases ou vapores do combustível e do comburente. O calor pode ser oriundo da ação da luz solar, queda de meteoros, raios, curtos-circuitos em redes elétricas ou mesmo de descuidos humanos, como pontas de cigarros, aparelhos aquecedores, velas acesas, fósforos, etc.

Estes três itens formam o triângulo do fogo.

Figura 1 - Triângulo do fogo.

Fonte: Manual de Prevenção Contra Incêndios,1986.

Esta representação dos elementos que compõem o fogo é a mais conhecida e didaticamente a mais utilizada pelo o triângulo (figura 1), porém na realidade existe ainda um quarto elemento sem o qual o fogo não se mantém: a reação em cadeira (Brentano, 2007).

- A reação em cadeia: que é a transferência de calor de uma molécula da matéria em combustão para a molécula vizinha, ainda intacta, que se aquece e entra em combustão, assim sucessivamente, até que todo o material esteja em combustão.

Adicionando mais este elemento aos demais temos didaticamente uma nova figura representativa, a qual está exibida na figura 2.

(18)

Figura 2 - Quadrado do fogo.

Fonte: Ferigolo, 1977

2.2 FORMAS DE TRANSMISSÃO DO CALOR

A maneira de como ocorre a transmissão do calor também é um assunto importante no estudo de prevenção segundo o autor Ferigolo (1977). Essa transmissão de energia se processa através do ar atmosférico ou da própria estrutura do corpo combustível e dos líquidos e gases as suas proximidades. O calor se propaga sempre dos pontos mais quentes para os mais frios de três maneiras diferentes e, muitas vezes, associadas:

- Condução: a transferência de calor se faz por contato direto entre um corpo e outro, de

molécula em molécula, ou através de um meio intermediário, sólido, líquido ou gasoso que seja condutor de calor. Não há transferência de calor por condução através do vácuo e os sólidos são melhores condutores que os gases. (Ex.: barra de ferro levada ao fogo).

- Convecção: a transferência de calor se faz através de movimentos de massas de gases ou

líquidos. Uma massa de ar ao ser aquecida se torna mais leve, menos densa, e tende a subir para as partes mais altas do ambiente. Muitas vezes essas massas de ar podem levar calor suficiente para que, ao ascenderem e se deslocarem horizontalmente em um ambiente fechado, fazem com que inicie o fogo em materiais combustíveis com os quais entrem em contato.

- Irradiação: a transferência de calor se faz por meio de ondas caloríficas que se deslocam

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2.3 MÉTODOS DE EXTINÇÃO DO FOGO

Como já foi mencionado anteriormente, para que exista fogo é necessário a união dos três elementos: combustível, oxigênio e calor. Para ocorrer a extinção é imprescindível a eliminação de um dos elementos ou se interrompe o processo de reação química em cadeia, impedindo que o fogo continue. Fundamentado nesta prática têm-se quatro métodos básicos de extinção segundo Brentano (2007):

- Resfriamento: consiste em retirar ou diminuir o calor do material incendiado, até o ponto

em que não libere mais vapores que reajam com o oxigênio, impedindo o avanço do fogo. É o processo mais usado. Exemplo: uso de água.

- Abafamento: consiste em impedir ou diminuir o contato do oxigênio com o material

combustível. Não havendo concentração suficiente de comburente no ar para reagir (concentração de ܱଶ< 15%) não haverá fogo. Exemplos: cobertura total do corpo em chamas, fechamento hermético do local, emprego de areia, terra, etc. Como exceções, existem materiais que possuem oxigênio em sua composição, como os peróxidos orgânicos e a pólvora.

- Isolamento: consiste na retirada, diminuição ou interrupção do material (combustível)

não atingido pelo fogo, com suficiente margem de segurança, para fora do campo de propagação. Exemplos: interrupção de vazamento de um líquido combustível, realização de aceiro em incêndios florestais, retirada manual do material, fechamento de válvula de gás, etc.

- Interrupção da reação química em cadeia: consiste em utilizar determinadas

substâncias que têm a propriedade de reagir com algum dos produtos intermediários da reação de combustão, evitando que esta se complete totalmente. Pode-se impedir que materiais combustíveis e comburentes se combinem colocando-se materiais mais reativos e menos exotérmicos na queima. Exemplos: bicarbonato de sódio (extintor de pó químico seco - PQS), bicarbonato de potássio, etc.

2.4 CLASSES DE INCÊNDIOS

A definição das classes de incêndios foi elaborada pela National Fire Protection Association (NFPA), a qual baseia-se de acordo com os materiais envolvidos no incêndio, assim como a forma em que encontram. Este modelo de classificação é adotado pelas seguintes

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instituições: IFSTA - Associação Internacional para o Treinamento de Bombeiros / EUA; ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas/BR;

Essa classificação determina a necessidade do agente extintor adequado.

Classe “A”: fogo em combustíveis sólidos como, por exemplo, madeiras, papel, tecido, borracha, etc. É caracterizado pelas cinzas e brasas que deixa como resíduos, sendo que a queima acontece na superfície e em profundidade. O melhor método de extinção é o resfriamento, sendo os agentes extintores que podem ser usados são a água e PQS ABC.

Classe “B”: fogo em líquidos inflamáveis, graxas e gases combustíveis, como, por exemplo, gasolina, óleo, querosene, GLP, etc. É caracterizado por não deixar resíduos e queimar apenas na superfície exposta. O melhor método de extinção é por abafamento, sendo os agentes extintores que podem ser usados são a espuma, o PQS BC e PQS ABC. Não se deve usar a água.

Classe “C”: fogo em materiais e equipamentos energizados, como, por exemplo, motores, transformadores, geradores, etc. É caracterizado pelo risco de vida que oferece, sendo importante nunca usar extintor de água. O melhor método de extinção é por interrupção da reação em cadeia ou por abafamento, com o uso de extintores de PQS BC, PQS ABC e ܥܱଶ. O extintor de ܥܱé o mais indicado por não deixar resíduos que danifiquem os equipamentos.

Classe “D”: fogo em metais combustíveis, como, por exemplo, magnésio, selênio, antimônio, lítio, potássio, alumínio fragmentado, zinco, titânio, sódio e zircônio, etc. É caracterizado pela queima em altas temperaturas e por reagir com agentes extintores comuns, principalmente se contem água. O melhor método de extinção é por abafamento, com o uso de extintores de pó químico seco especial (PQSE).

Existem algumas classes especiais adotadas por normas internacionais e pouco conhecidas ainda no Brasil. Uma desta normativa é a NFPA 10 de 1998.

Classe “K”: fogo envolvendo óleo vegetal e gordura animal, tanto no estado sólido ou líquido, tendo como exemplo de ambientes as cozinhas comerciais ou industriais. Essa classe é ainda pouco conhecida no Brasil. O melhor método de extinção é por abafamento e também nunca se deve usar água. Esta classe possui agente extintor especial que basicamente é uma solução de Acetato de Potássio, diluída em água, que quando acionado, é descarregada com um jato tipo neblina (pulverização).

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2.5 CONCEITO DE PPCI

Com o objetivo de proporcionar maior segurança às pessoas nas edificações o plano de prevenção e proteção contra incêndio (PPCI) é exigido pelos órgãos públicos. Esse dimensionamento das medidas de prevenção é elaborado por profissionais habilitados (Engenheiros e Arquitetos) e tem a aprovação e fiscalização por parte do Corpo de Bombeiros. Tal prática faz-se necessária para que qualquer empreendimento comercial ou multifamiliar obtenham os alvarás de funcionamento. Conforme Brentano (2011) os principais objetivos do PPCI devem ser a proteção da vida humana, a proteção do patrimônio e, por último, a continuidade do processo produtivo.

Segundo Brentano (2011), as premissas básicas para a produção do PPCI de uma edificação são:

• Impedir o início do fogo;

• Havendo a ocorrência do fogo, devem ser previstos medidas adequadas para limitar o fogo no seu local de origem, possibilitar a desocupação da edificação com segurança e rapidez, e facilitar o acesso e o combate ao fogo de forma rápida e eficaz.

Seguindo a mesma bibliografia, Brentano (2011), as medidas de proteção da edificação ao fogo podem ser classificadas em dois tipos:

Passivas: são aquelas adotadas durante a elaboração do projeto arquitetônico e demais

documentos complementares, sendo que o intuito é de evitar ao máximo a ocorrência de um foco de fogo. Porém caso ocorra, estas medidas possibilitem reduzir as condições propícias para o seu crescimento e alastramento para o resto da edificação e para as edificações vizinhas. Alguns exemplos podem-se citar:

• Afastamento entre edificações; • Segurança estrutural das edificações; • Compartimentações horizontais e verticais; • Controle da fumaça de incêndio;

• Controle dos materiais de revestimento e acabamento; • Controle das possíveis fontes de incêndio;

• Saídas de emergência;

• Sistema de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA); • Brigada de incêndio;

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• Acesso das viaturas do corpo de bombeiros junto à edificação.

Ativas: Estas medidas também são conhecidas como de medidas de combate, são utilizadas

quando o fogo já está acontecendo. Fazem parte destas técnicas sistemas e equipamentos que devem ser acionados e operados, de forma manual ou automática, para combater o foco de fogo, com o objetivo de extingui-lo ou, em último caso, mantê-lo sob controle até seu auto extinção, e também auxiliar na saída dos ocupantes da edificação com segurança e rapidez. Podem-se citar como exemplos:

• Sistema de detecção e alarme de incêndio; • Sistema de sinalização de emergência; • Sistema de iluminação de emergência; • Sistema de extintores de incêndio; • Sistema de hidrantes ou mangotinhos;

• Sistema de chuveiros automáticos (“sprinklers”); • Sistema de espuma mecânica, em alguns tipos de risco;

• Sistema de gases limpos ou ܥܱଶ, também em alguns tipos de risco.

A construção completa de um PPCI faz-se necessário a produção de memoriais, laudos com respectivas Anotações de Responsabilidade Técnica (ART), bem como plantas com detalhamentos dos sistemas de combate, utilizando simbologias padrões. Este conjunto de documentos é analisado e aprovado pelo Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Sul (CBMRS).

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2.6 HISTÓRICO DA LEGISLAÇÃO

No século XIX, a segurança contra incêndio nos Estados Unidos tinha por intuito de proteção ao patrimônio, isso sem ocorrência de incêndios com grandes perdas de vidas. Publicado em 1896 por Evertt U. Crosny o primeiro Handbook, mesmo que ainda não editado pela National Fire Protection Association (NFPA) esta publicação foi predecessora do atual Fire Protection Handbook, o qual buscou facilitar o trabalho dos inspetores das companhias de seguros. Das 183 páginas que compuseram este manual aproximadamente metade abordava chuveiros automáticos e a suprimentos de água.

Conforme autor Silva (2014), no início do século XX ocorreu o grande marco na segurança contra incêndios, após o acontecimento de quatro grandes incêndios com vítimas entre os anos 1903 e 1911. São eles:

- Teatro Iroquois em Chicago com 600 vítimas;

- Opera Rhoads em Boyertown na Pensilvânia com 170 vítimas;

- Lake View Elementary School em Cleveland, Ohio vitimou 174 pessoas; - Triangle Shirtwaist Company, em Nova York com 146 vítimas

Segundo o mesmo autor, posterior a ultimo incêndio na publicação da quinta edição do manual de proteção contra incêndios (Fire Protection Handbook) da NFPA em 1914, ocorreu um novo marco divisório. A partir deste momento a missão da NFPA foi ampliada para a proteção de vidas e não somente de propriedades. Outra consequência posterior a esse sinistro, foi que a NFPA criou o comitê de Segurança da Vida. Onde este comitê tempo depois produziu recomendações para a construção de escadas e a disposição de saídas de emergências em fábricas, escola, etc., que até hoje constituem a base desse código.

No Brasil até os anos de 1970, a segurança contra incêndios não possuía a devida acuidade, pelo principal motivo da não ocorrência de grandes incêndios. Os códigos de obras dos municípios era onde estava abordado o tema, porém muito disperso. Estas regulamentações não havia nenhuma assimilação do aprendizado com os incêndios ocorridos no exterior, com duas exceções: o dimensionamento da largura das saídas e escadas; e também a incombustibilidade de escadas e estruturas de prédios elevados segundo Silva (2014).

A regulamentação utilizada pelo Corpo de Bombeiros era oriunda da área de seguros, o que de forma geral recomendava a obrigatoriedade de medidas de combate a incêndios, como a previsão de hidrantes e extintores, além da sinalização desses equipamentos, segundo Silva (2014).

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A situação no Brasil era semelhante à dos Estados Unidos em 1911 e as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) abordava assuntos ligados à produção de extintores de incêndio.

Em 1º de fevereiro de 1974 ocorreu um incêndio no Edifício Joelma que resultou em 179 mortos e 320 feridos. A partir deste fato iniciou-se o processo de reformulação das medidas de segurança contra incêndios no Brasil. A primeira resposta por parte da Prefeitura Municipal de São Paulo, foi uma semana depois do incêndio no Edifício Joelma, editou o Decreto Municipal nº 10.878 (1974, p.1), que “[...] instituiu normas especiais para a segurança dos edifícios a serem observadas na elaboração do projeto, na execução, bem como no equipamento, e dispõe ainda sobre sua aplicação em caráter prioritário”, segundo Silva (2014).

O Clube de Engenharia do Rio de Janeiro, entre 18 e 21 de março de 1974, realizou o Simpósio de Segurança contra Incêndio, sendo que o objetivo foi o desenvolvimento de três linhas de raciocínio, são elas: como evitar incêndios, como combatê-los e por fim, como minimizar seus efeitos. Segundo Silva (2014) pode-se considerar que esta foi a primeira manifestação técnica na área de segurança contra incêndios.

Já em 03 a 07 de julho do mesmo ano, em Brasília a Comissão Especial de Poluição Ambiental, promoveu na Câmara dos Deputados, o Simpósio de Sistemas de Prevenção contra Incêndios em Edificações Urbanas, onde ao final, foram apresentadas proposições, recomendações e solicitações, conforme Silva (2014).

Ainda em 1974, a ABNT publicou a NB 208 – Saídas de emergência em edifícios altos. Em 1975, o governador do Rio de Janeiro, Floriano Peixoto Faria Lima, apresentou o Decreto-lei Nº 247, que dispõe sobre segurança contra incêndio e pânico. Em dezembro deste mesmo ano, o Corpo de Bombeiros de São Paulo foi reestruturado criando o Comando Estadual, cuja principal missão era evitar incêndios, como recomendava a NFPA.

O Ministério do Trabalho criou em 1978, a Norma Regulamentadora 23 (NR-23) – Proteção contra incêndios, que dispunha regras de proteção contra incêndios na relação entre empregador e empregado, visando à prevenção da saúde e da integridade física dos trabalhadores. Sendo a CLT – Consolidação das Leis do Trabalho, quem dá embasamento jurídico à existência dessa NR. Ela, no entanto, sofreu alterações em 1991, 1992 e a última em 2001, buscando seu aperfeiçoamento ao longo dos anos.

Em São Paulo, uma legislação estadual somente foi criada em 1983, pelo Decreto Nº 20.811, o qual indicava exigências sobre saídas de emergências, compartimentação horizontal e vertical, sistemas de chuveiros automáticos, alarme, detecção, iluminação de emergência, etc. Essa

(25)

Nº 46.076. Finalmente em 10 de março de 2011, o Decreto Nº 56.819 veio substituir o anterior. Este último tem 44 Instruções Técnicas, enquanto que o anterior tinha 38. Silva (2014).

2.7 LEGISLAÇÃO RELATIVA À PREVENÇÃO E PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS

As normas brasileiras publicadas pela ABNT estão em segunda posição no que se refere a ordem de documentos a serem seguidos com relação a legislação de combate a incêndios, em primeiro lugar estão as Instruções Técnicas dos Corpos de Bombeiros de cada estado. O Rio Grande do Sul não é diferente, existem diversas ITs que devem ser seguidas. Está prática teve início no decreto paulista que motivou os demais estados, conforme o autor Silva (2014).

O Decreto nº 37.380 de 28 de abril de 1997 foi início a da “jovem” legislação relativo à proteção e combate a incêndios do Estado do Rio Grande do Sul, que determinou juntamente com o decreto nº 38.723 de 09 de março de 1998 regulamentar os procedimentos a serem seguidos em todo o Estado no que tange a segurança das edificações, com a aplicabilidade das atividades profissionais envolvidas. As competências e responsabilidade do responsável / proprietário pela edificação, dos profissionais habilitados com registro no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA), do Corpo de Bombeiros, e da Prefeitura Municipal estão publicadas na Lei Estadual nº 10.987 de 11 de agosto de 1997.

O objetivo principal da referida lei, está especificada no artigo 1º: “Todos os prédios com instalações comerciais, industriais, de divisão pública e edifícios residenciais com mais de uma economia e mais de um pavimento, deverão possuir PPCI, aprovado pelo Corpo de Bombeiros da Brigada Militar do Estado do Rio Grande do Sul”.

As medidas que devem ser abordadas nos sistemas de proteção e combate a incêndios como por exemplo: os extintores de incêndios, sistema hidráulico, saídas de emergências, compartimentação e afastamento das edificações, iluminação de emergência, sinalização de segurança, sistema de detecção de alarme e sistema de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA). Estas medidas devem ser projetadas e instaladas com base nas seguintes características da edificação: Ocupação, altura e área total construída.

Os documentos fundamentais para a composição do sistema de proteção e combate a incêndios são as resoluções técnicas e portarias do Comando do Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grandes do Sul, as Normas Técnicas Brasileiras (NBR), as Normas Regulamentadoras (NR)

(26)

O conjunto de leis diferentes em cada município, bem como a legislação específica em cada estado do nosso país, funcionam de forma negativa para o bom andamento do trabalho dos profissionais e também instituições públicas responsáveis por todo o processo que envolve este sistema na opinião de Brentano (2007). É inegável a grande quantidade de normais, leis, e decretos que deveriam ser examinados, onde pode proceder em interpretações equivocadas.

Com base neste ponto de vista a Lei Complementar nº 14.376 publicada em 26 de dezembro de 2013 teve o objetivo de deixar a legislação mais clara, simples, simplificada e que não deixasse margens para as interpretações equivocadas.

2.7.1 Documentos publicados após a Lei Completar nº 14.376

Contudo, devido o curto de espaço de tempo entre o incêndio da boate Kiss (janeiro de 2013) e a publicação da Lei Complementar nº 14.376, também conhecida publicamente como Lei Kiss, fez com que o pleno objetivo desta normativa não fosse alçando. Desta forma, posterior a isso ocorreram diversas publicações de documentos técnicos para que de maneira complementar ocorressem as correções das “arestas” originadas com a Lei Kiss.

No texto abaixo está apresentado os principais documentos publicado pelo Estado do Rio Grande do Sul juntamente com o CMBRS posterior a Lei Kiss.

2.7.1.1 Leis

• Lei Complementar nº 14.555, de 02 de julho de 2014.

Altera a Lei Complementar nº 14.376, de 26 de dezembro de 2013, que estabelece normas sobre segurança, prevenção e proteção contra incêndios nas edificações e áreas de risco de incêndio no Estado do Rio Grande do Sul.

• Lei Complementar Nº 14.690, de 16 de março de 2015.

Altera a Lei Complementar Nº 14.376, de 26 de dezembro de 2013, que estabelece normas sobre Segurança, Prevenção e Proteção contra Incêndios nas edificações e áreas de risco de incêndio no Estado do Rio Grande do Sul.

• Lei Complementar Nº 14.924, de 22 de setembro de 2016.

Altera a Lei Complementar Nº 14.376, de 26 de dezembro de 2013, que estabelece normas sobre Segurança, Prevenção e Proteção contra Incêndios nas edificações e áreas de risco de incêndio no Estado do Rio Grande do Sul.

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2.7.1.2 Decretos

• Decreto nº 51.518, de 26 de maio de 2014.

Regulamenta o Conselho Estadual de Segurança, Prevenção e Proteção Contra Incêndio – COESPPCI, e o Conselho Regional de Segurança, Prevenção e Proteção Contra Incêndios – CORPPCI, de que trata o art. 9º da Lei Complementar nº 14.376, de 26 de dezembro de 2013.

• Decreto Nº 51.803, de 10 de setembro de 2014.

Regulamenta a Lei Complementar Nº 14.376, de 26 de dezembro de 2013, e alterações, que estabelece normas sobre segurança, prevenção e proteção contra incêndio nas edificações e áreas de risco de incêndio no Estado do Rio Grande do Sul.

• Decreto nº 52.516, de 17 de agosto de 2015.

Altera o Decreto Nº 51.518, de 26 de maio de 2014, que regulamenta o Conselho Estadual de Segurança, Prevenção e Proteção Contra Incêndio – COESPPCI, e o Conselho Regional de Segurança, Prevenção e Proteção Contra Incêndios – CORPPCI, de que trata o art. 9º da Lei Complementar Nº 14.376, de 26 de dezembro de 2013.

• Decreto Nº 53.189, de 06 de setembro de 2016.

Altera o Decreto Nº 51.518, de 26 de maio de 2014, que regulamenta o Conselho Estadual de Segurança, Prevenção e Proteção Contra Incêndio – COESPPCI, e o Conselho Regional de Segurança, Prevenção e Proteção Contra Incêndios – CORPPCI, de que trata o art. 9º da Lei Complementar Nº 14.376, de 26 de dezembro de 2013.

• Decreto Nº 53.280, de 01 de novembro de 2016.

Altera o Decreto Nº 51.803, de 10 de setembro de 2014, que regulamenta a Lei Complementar Nº 14.376, de 26 de dezembro de 2013, e alterações, que estabelece normas sobre segurança, prevenção e proteção contra incêndio nas edificações e áreas de risco de incêndio no Estado do Rio Grande do Sul.

2.7.1.3 Portarias

• Portaria CBMRS Nº 004/2016.

Estabelece procedimentos para aplicação da Resolução Técnica CBMRS Nº 05, Parte 1.1 – Processo de segurança contra incêndio: Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndio na forma completa, conforme Lei Complementar Nº 14.376, de 26 de dezembro de 2013, e suas alterações, e Decreto Estadual Nº 51.803, de 10 de setembro de 2014, e suas alterações.

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Instituí a certidão de situação cadastral de Plano de Prevenção e Proteção Contra incêndio – PPCI/Plano Simplificado de Prevenção e Proteção Contra Incêndio – PSPCI e dá outras providências.

• Portaria CBMRS Nº 006/2016.

Estabelece procedimentos acerca da transição das edificações e áreas de risco de incêndio enquadradas nos incisos I e II, do art. 7º, e art. 35-A, do Decreto Estadual Nº 53.280, de 1º de novembro de 2016.

2.7.1.4 Resoluções Técnicas

• Resolução Técnica de Transição.

Estabelece os requisitos mínimos exigidos nas edificações, áreas de risco de incêndio e no exercício de atividades profissionais, no que tangencia a segurança contra incêndio no Estado do Rio Grande do Sul, até a publicação das Resoluções Técnicas específicas do CBMRS.

• Resolução Técnica CBMRS Nº 02/2014.

Padroniza os termos e definições utilizadas na legislação de segurança contra incêndio do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio Grande do Sul.

• Resolução Técnica CBMRS Nº 03/2016.

Estabelece o método para levantamento da carga de incêndio específica das edificações e áreas de risco de incêndio.

• Resolução Técnica CBMRS Nº 05, Parte 1.1/2016.

Estabelece o procedimento administrativo para regularização das edificações mediante Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndio – PPCI.

• Resolução Técnica CBMRS Nº 05, Parte 02/2016.

Estabelece o procedimento administrativo nas edificações e áreas de risco de incêndio regularizadas mediante Certificado de Licenciamento do Corpo de Bombeiros – CLCB.

• Resolução Técnica CBMRS Nº 05, Parte 3.1/2016.

Estabelece o procedimento administrativo para a regularização das edificações mediante Plano Simplificado de Prevenção e Proteção Contra Incêndio – PSPCI.

• Resolução Técnica CBMRS Nº 05, Parte 05/2016.

Estabelece os critérios para a cobrança de taxas de serviços especiais não emergenciais pelo Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio Grande do Sul.

(29)

Estabelece o procedimento administrativo para regularização das edificações e áreas de risco de incêndio existentes.

• Resolução Técnica CBMRS Nº 05, Parte 08/2016.

Estabelece os requisitos necessários para a representação gráfica dos símbolos empregados em Planos de Prevenção e Proteção Contra Incêndio – PPCI.

• Resolução Técnica CBMRS Nº 11 – Parte 01/2016

Estabelece os requisitos mínimos necessários para o dimensionamento das saídas de emergência para que a população possa abandonar a edificação, em caso de incêndio ou pânico, protegida em sua integridade física, e permitir o acesso de guarnições de bombeiros para o combate ao fogo ou retirada de pessoas.

• Resolução Técnica CBMRS Nº 14/2016.

Estabelece os critérios para proteção contra incêndio em edificações e áreas de risco de incêndio por meio de extintores de incêndio portáteis e sobre rodas.

• Resolução Técnica CBMRS Nº 34/2016.

Estabelece procedimentos para aplicação das infrações afetas ao descumprimento das normas de segurança, prevenção e proteção contra incêndio.

2.7.1.5 Instruções Normativas

• Instrução Normativa Nº 001/DTPI/CCB/2016.

Estabelece instruções normativas complementares ao item 4.10 da Resolução Técnica de Transição do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio Grande do Sul.

• Instrução Normativa Nº 002.1/DTPI/CCB/2016.

Estabelece instruções normativas complementares a medida de segurança contra incêndio de Saídas de Emergência e dá outras providências.

• Instrução Normativa Nº 003/DTPI/CCB/2016.

Estabelece instruções normativas complementares a Resolução Técnica CBMRS Nº 05, Parte 03/2016 – Processo de Segurança Contra Incêndio: Plano Simplificado de Prevenção e Proteção Contra Incêndio – PSPCI.

• Instrução Normativa Nº 004/DTPI/CCB/2016.

Estabelece instruções normativas para a análise e aprovação pelo CBMRS para o emprego de sistemas e equipamentos inovadores nas edificações e áreas de risco de incêndio, para fins de concessão do Alvará de Prevenção e Proteção Contra Incêndio.

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Estabelece instruções normativas complementares ao item 4.12.5 da Resolução Técnica de Transição.

• Instrução Normativa Nº 006/DSPCI/CCB/2016.

Estabelece instruções normativas complementares acerca da Resolução Técnica CBMRS Nº 05, Parte 01 e Parte 03/2016.

• Instrução Normativa Nº 007/DSPCI/CCBM/2016.

Estabelece instruções normativas complementares ao inciso IV do Art. 31 da Lei Complementar Nº 14.376, de 26 de dezembro de 2016, e suas alterações.

(31)

3

METODOLOGIA DA PESQUISA

O conceito de pesquisa é um conjunto de atividades que têm por finalidade a descoberta de novos conhecimentos no domínio científico, literário, artístico etc. Este conceito foi reescrito pelos autores Lüdke & André (2013) da seguinte forma: a produção de uma pesquisa é baseada em promover uma comparação entre informações, dados, evidências, informações coletadas sobre algum assunto e o conhecimento teórico acumulado a respeito deste.

3.1 OBJETIVO DE PESQUISA

Essa pesquisa objetiva analisar a legislação e normativas usadas para Planos de Prevenção e Proteção Contra Incêndios nos dias atuais, bem como produzir um PPCI para uma subestação de energia elétrica com classe de tensão de 69 / 23kV. As diversas alterações que sofreu a legislação após o incêndio na boate Kiss de Santa Maria/RS, provocou diversas discussões, as quais proporcionam diversos pontos de vista com opiniões distintas.

3.2 DELINEAMENTO

A pesquisa foi embasada em um estudo de caso, onde primeiramente foi concretizada a revisão bibliográfica para a fundamentação teórica, abordando a conceituação e contextualização, com o intuito de obter e compreender todo o assunto estudado.

Após esta primeira etapa, foi analisado a legislação e normatização aplicáveis nos dias de hoje, as quais foram aplicadas no projeto deste estudo de caso.

(32)

3.3 CARACTERIZAÇÃO

O estudo de caso foi discorrido em uma subestação de energia com níveis de tensão de 69kV e 23kV. A finalidade deste empreendimento é se suprir de energia elétrica o sistema de distribuição de uma cidade com aproximadamente 90.000 habitantes.

Tal empreendimento está alocado em um terreno com aproximadamente de 6.400m², onde está instalado um prédio de alvenaria com 100m². Esta subestação foi construída em 2014. A figura abaixo é a representação do arranjo geral da subestação.

Figura 3 - Planta Geral do empreendimento

(33)

4

APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

Essa seção apresenta a pesquisa de forma detalhada, considerando cada item do PPCI pertinente ao estudo de caso.

4.1 ELABORAÇÃO DOS PROJETOS

Toda edificação multifamiliar, comercial ou industrial, deve ter um Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndios. Sendo assim, foi elaborado um projeto seguindo as orientações da legislação e normatização vigente.

4.1.1 Classificação da edificação

O projeto de PPCI tem seu início com a classificação da edificação. Segundo a Lei Complementar Nº 14.376 de 26 de dezembro de 2013.

Art. 28. As edificações e áreas de risco de incêndio serão classificadas

considerando as seguintes características, conforme critérios constantes nas Tabelas dos Anexos A (Classificação) e B (Exigências):

I - Altura;

II - Área total construída; III - Ocupação e uso; IV - Capacidade de lotação; V - Carga de incêndio.

Conforme a legislação atualizada, está descrito no Decreto nº 53.280 de 01 de novembro de 2016 quanto a classificação da edificação.

Art. 3º A classificação das edificações e das áreas de risco de incêndio quanto à

ocupação/uso, à área construída, à altura, ao grau de risco de incêndio e à capacidade de lotação, bem como às medidas de segurança a serem instaladas deverão observar o disposto nas tabelas dos Anexos A (Classificação) e B (Exigências) deste Decreto.

(34)

4.1.1.1 Classificação da edificação quanto à altura

A classificação da edificação quanto à altura, é descrita na Lei Complementar Nº 14.376 da seguinte forma: “altura da edificação ou altura descendente é a medida em metros entre o ponto que caracteriza a saída ao nível da descarga, sob a projeção do paramento externo da parede da edificação, ao ponto mais alto do piso do último pavimento”.

A altura da edificação (altura ascendente) deste objeto de estudo é de 0,35m. A figura 4 apresenta a classificação das edificações quanto à altura.

Figura 4 - Classificação das edificações quanto à altura

Fonte: Lei Complementar nº 14.376, 2013

Observando o Decreto nº 53.280, a classificação da edificação quanto à altura é idêntica da Lei Complementar nº 14.376, como é possível averiguar na figura abaixo.

(35)

Figura 5 - Classificação das edificações quanto à altura

Fonte: DECRETO Nº 53.280, 2016

Conforme tabela 2 do Decreto nº 53.280 a edificação classifica-se como tipo I – Térrea.

4.1.1.2 Classificação da edificação quanto à área total construída

A classificação da edificação quanto sua área total construída é apresentada através da tabela 4 do anexo B da Lei Complementar Nº 14.376 como pode-se observar na figura 6. A edificação do estudo possuiu área construída menos que 750m².

(36)

Figura 6 - Exigências para edificações existentes

Fonte: Lei Complementar nº 14.376, 2013

Porém após a publicação do Decreto nº 53.280, fica composta a classificação edificação quanto à área total construída conforma a figura 7.

(37)

Figura 7 - Exigências para edificações e áreas de risco de incêndio

Fonte: DECRETO Nº 53.280, 2016

A área total da edificação é de 105,28m², sendo assim devemos seguir as medidas de proteção conforme Tabela 5 da referida lei. Apesar disso na resolução técnica de transição do CBMRS de 02 de julho de 2015, altera a tabela de exigências de proteção contra incêndio para edificação deste estudo de caso.

4.17 As medidas de segurança contra incêndio previstas para a ocupação

classificada no grupo M, divisão M-3 (Subestações Elétricas), conforme Lei Complementar nº 14.376, de 26 de dezembro de 2013, independentemente da área construída, altura, classe de risco de incêndio e da presença ou não de pessoas, serão as constantes na Tabela 6M.3 da referida Lei Complementar, as previstas na ABNT NBR 13231/2015 e nesta Resolução Técnica de Transição, até a entrada em vigor de Resolução Técnica que regule o assunto.

Esta Resolução Técnica (RT) tem publicação anterior ao Decreto nº 53.280, documento este que é a legislação vigente, porém não há em seu texto algo que entre em desacordo ao item 4.17 da referida RT. Entende-se que deve ser seguido está linha de raciocíno para classificação do estudo de caso, onde serão utilizadas as medidas de proteção descritas na Tabela 6 do mesmo decreto.

(38)

Está pratica também é comprovada pelo motivo de que não foram abordadas as edificações do grupo M-6 – Distribuição de Energia Elétrica na tabela 5 do Decreto nº 53.280 (figura 8), sendo que desta forma faz-se necessário a orientação conforme tabela 6 do referido decreto.

Figura 8 - Parte da Tabela 5 do Decreto nº 53.280

Fonte: DECRETO Nº 53.280, 2016

4.1.1.3 Classificação da edificação quanto à ocupação e uso

A Lei Complementar Nº 14.376, traz uma tabela para a classificação das edificações. Segundo a Tabela 1, a ocupação de uma subestação de energia enquadra-se como divisão M-3– Centrais de Comunicação e Energia. Segue figura abaixo a qual é parte da tabela 1.

(39)

Figura 9 - Classificação das edificações e áreas de risco quanto à ocupação.

Fonte: Lei Complementar nº 14.376, 2013

Contudo, o Decreto nº 53.280 a classificação quanto a ocupação e uso está de forma mais ampla e clara, visto que na tabela 3.1 além da descrição da atividade, foi incluído o código Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE). Na figura 10 foi apresentado parte desta tabela.

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Figura 10 – Classificação das edificações e áreas de risco quanto a atividade econômica

Fonte: DECRETO Nº 53.280, 2016

O estado de São Paulo publicou em 10 de março de 2011 o Decreto nº 56.819, onde na tabela 1 deste documento está formatado a classificação das edificações e área de risco quanto à ocupação. A classificação da edificação deste estudo está apresentada na figura 11.

(41)

Figura 11 – Classificação das edificações e área de risco quanto à ocupação

Fonte: Decreto Nº 56.819, 2011

Tal informação acima é pertinente devido a nossa legislação vigente estar baseadas em algumas IT do corpo de bombeiros do estado de São Paulo. Na tabela 1 confronta-se a classificação da edificação deste estudo de caso com a legislação e estado de referência.

Tabela 1 – Classificação conforme legislação e estado

Estado Rio Grande do Sul São Paulo

Legislação de

Referencia LEC N. º 14.376 DEC. N. º 53.280 DEC. N. º 56.819 Classificação da

Edificação M-3 M-5 M-3

Fonte: Próprio autor

4.1.1.4 Classificação da edificação quanto à capacidade de lotação

A definição de capacidade lotação é definida pela Lei Complementar nº 14.924 de 22 setembro de 2016 no Art. 6º como sendo “a quantidade máxima de pessoas em uma edificação ou

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área de risco de incêndio, de acordo com a ocupação e demais características, cujo cálculo é regulado por RT CBMRS”. A figura 12 representa parte da tabela 1 da RT CBMRS Nº 11.

Figura 12 – Tabela com dados para dimensionamento das saídas de emergência.

Fonte: RT CBMRS Nº 11 - PARTE 1 - SAÍDAS DE EMERGÊNCIA, 2016

Reunindo as informações existentes na figura 12, juntamente com os dados deste estudo de caso obtém-se o quantitativo populacional para a edificação em estudo. Estas informações são apresentadas na tabela 2.

Tabela 2 - Cálculo populacional

Local Área (m²) Classificação Capacidade Prédio de

Telecomando 105,28 M-3 11 Pessoas

TOTAL 11 Pessoas

Fonte: Próprio autor

Para esta edificação temos a seguinte necessidade de saídas de emergência: 11

100∗ 0,55 = 0,06 ݉ ݀݁ ݏܽí݀ܽ ݀݁ ݁݉݁ݎ݃ê݊ܿ݅ܽ

Sendo assim faz-se necessário pelo menos uma saída de emergência de 1,10m. A edificação do estudo de caso tem uma porta principal medindo 1,60m, e mais uma porta auxiliar de 0,80m.

(43)

4.1.1.5 Classificação da edificação quanto à carga de incêndio

“A soma das energias caloríficas possíveis de serem liberadas pela combustão completa de todos os materiais combustíveis contidos num ambiente, pavimento ou edificação, inclusive o revestimento das paredes, divisórias, pisos e tetos” é a definição de carga de incêndio descrita na Lei Complementar Nº 14.376, Art. 6º.

Para a edificação deste estudo de caso não está claramente descrito a carga de incêndio na Lei Complementar nº 14.376. Utilizando as informações contidas na tabela 3.1 da mesma lei temos os seguintes itens produtos com a carga de incêndio:

Tabela 3 - Produtos x Carga de Incêndio

Descrição Carga de Incêndio (MJ/m²)

Fios Elétricos 300

Transformadores 200

Centrais Telefônicas 200

Fonte: Lei Complementar nº 14.376, 2013

A classificação das edificações quanto à carga de incêndio conforme a Lei Complementar nº 14.376 é apresentado na figura 13.

Figura 13 - Classificação das edificações quanto à carga de incêndio

Fonte: Lei Complementar nº 14.376, 2013

Analisando a tabela 2, podemos classificar a edificação em estudo orientandos pela figura 13 como Risco Baixo, até 300MJ/m².

Porém, com a publicação do Decreto nº 53.280, a carga de incêndio está apresentada na tabela 3.1, figura 10, onde a edificação deste estudo de caso tem carga de incêndio de 450 MJ/m². Conforme tabela 3 do mesmo decreto, figura 14, a edificação é classificada com grau de risco

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Figura 14 - Classificação das edificações e áreas de risco quanto ao grau de risco

Fonte: DECRETO Nº 53.280, 2016

4.1.1.6 Exigências para as edificações

Concluída a etapa de classificação da edificação passamos a averiguar qual são as exigências para confecção do projeto de PPCI. Conforme o anexo B da Lei Complementar nº 14.376, na tabela 6M.3 está registrado as medidas de segurança contra incêndio necessárias, as quais estão apresentadas na figura 15.

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Figura 15 - Tabela das medidas de segurança contra incêndio para edificação do grupo M-3

Fonte: Lei Complementar nº 14.376, 2013

Entretanto conforme o Decreto nº 53.280 passa ser necessário além das medidas já exigidas na Lei Complementar 14.376, o Plano de Emergência conforme figura abaixo.

(46)

Figura 16 - Tabela das medidas de segurança contra incêndio para edificação do grupo M-6

Fonte: DECRETO Nº 53.280, 2016

4.1.2 Medidas de Segurança

Concluído a etapa de classificação da edificação e com isso obtendo as medidas de segurança necessárias, passa-se a analisar as mesmas. Todas as medidas de segurança estão apresentadas nas tabelas 1 e 2 da Resolução Técnica de Transição do CBMRS bem como as normas ou resolução técnica a serem observadas.

4.1.2.1 Acesso de viatura na edificação

Esta medida de segurança está fundamentada conforme Instrução Técnica nº 06/2011, do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo, a qual tem como objetivo pôr as condições mínimas para o acesso de viatura de bombeiros nas edificações e áreas de risco.

Os principais tópicos que essa IT exigem na edificação são:

• A via deve ter a largura mínima seis metros, altura livre de quatro metros e meio e suportar viaturas com vinte e cinco toneladas distribuídas em dois eixos;

(47)

• O portão de acesso deve possuir largura mínima de quatro metros e altura de quatro metros e meio;

4.1.2.2 Segurança estrutural contra incêndio;

A Instrução Técnica nº 08/2011, do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo possui o objetivo de “estabelecer as condições a serem atendidas pelos elementos estruturais e de compartimentação que integram as edificações, quanto aos Tempos Requeridos de Resistência ao Fogo (TRRF), para que, em situação de incêndio, seja evitado o colapso estrutural por tempo suficiente para possibilitar a saída segura das pessoas e o acesso para as operações do Corpo de Bombeiros”. CBMRS também utiliza a esta IT como documento técnico básico para esta medição de segurança. Na figura 17 está apresentada parte da tabela A da IT nº 08 a qual descreve conforme a classificação da edificação devido a ocupação/uso e altura requer um tempo em mínimo de resistência ao fogo.

Figura 17 – TRRF requerido para a edificação do estudo de caso

Fonte: Instrução Técnica Nº 08 / 2011

O índice de TRRF equivalente para a edificação do estudo de caso está exibido na figura 18.

(48)

Figura 18 - TRRF equivalente para a edificação do estudo de caso

Fonte: Instrução Técnica Nº 08 / 2011

Para a edificação deste estudo de caso é exigido um tempo requerido de resistência ao fogo de 90 minutos ou uma hora e meia. Os materiais que compõe a edificação atendem está necessidade, tendo em vista que a construção apresenta parede de alvenaria (blocos de concreto rebocados), e o forro de laje pré-moldada.

4.1.2.3 Compartimentação horizontal;

A compartimentação horizontal se destina a impedir a propagação de incêndio no pavimento de origem para outros ambientes no plano horizontal, onde este objetivo é um dos principais da IT º 09/2011, do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo.

Esta normativa é o documento seguido pelo CMBRS quando necessário a medição de proteção tipo compartimentação. Alguns elementos construtivos da compartimentação horizontal são:

a) Paredes corta-fogo de compartimentação; b) Portas corta-fogo;

c) Vedadores corta-fogo;

d) Registros corta-fogo (dampers); e) Selos corta-fogo;

(49)

Para a edificação do estudo de caso, onde o único prédio existente (prédio de telecomando) possui uma área total de 105,28m² forme o anexo B da IT 09, ver figura abaixo, não se faz necessário a instalação da compartimentação nesta edificação.

Figura 19 - Área máxima de compartimentação

Fonte: IT Nº 09/2004 - Compartimentação Horizontal e Compartimentação Vertical, 2004

Contudo, analisando NBR 13.231 de 2014 a qual arbitra que quando instalados transformadores de força, onde estes ocorreram com instalação externa devem ter uma distância de separação mínima para com edificações ou outros equipamentos, conforme figura abaixo.

Figura 20 – Representação da separação mínima entre o transformador e a edificação

Fonte: NBR 13.231 - Proteção contra incêndio em subestações elétricas, 2014

O tipo e o volume do líquido isolante utilizando no transformador de potência são variáveis para definir as distâncias de separação. A figura 21 apresenta estas informações.

(50)

Figura 21 - Parte da placa de identificação do transformador

Fonte: Fabricante do transformador de potência

A distância de separação entre o transformador e a edicação é apresentada na figura 22.

Figura 22 - Distância de separação mínima entre o transformador e a edificação

Fonte: NBR 13.231 - Proteção contra incêndio em subestações elétricas, 2014

Caso as distâncias mínimas de afastamento não sejam possíveis, adota-se a utilização de parede tipo corta fogo. Para este estudo de caso a distância do transformador de potência até o prédio de comando é muito superior à distância mínima, como é possível comprovar na representação abaixo, onde observa-se que a distância é maior que 44m.

(51)

Figura 23 - Distância de afastamento do prédio de telecomando e o transformador de potência

Fonte: Próprio autor

O capítulo 7.2 da NBR 13.231 de 2014 aborda o assunto de parede corta fogo, onde orienta a utilização desta medida de segurança quando as distâncias mínimas não são possíveis de serem atendidas tanto para edificações importante quanto para equipamentos adjacentes. Neste estudo de caso temos a possibilidade de instalação de dois transformadores de potência onde a distância mínima não será atendida, sendo desta forma a necessidade de instalação de uma parede corta fogo entre estes equipamentos.

Os requisitos mínimos que a parede corta fogo deve atender são: a) Resistência mínima ao fogo de no mínimo de 2 horas;

b) Dimensão estendida em 0,3m (na altura) e 0,6m (no comprimento) a maior que o equipamento protegido;

c) Distância livre mínima de 0,5 entre a parede e o equipamento protegido;

d) Ser capaz de suportar não menos que 25% da carga de vento total de projeto à temperatura máxima de exposição ao fogo;

e) Construção de bloco de concreto ou concreto armado;

f) A parede sofrendo um colapso estrutural e caindo, parcial ou totalmente, não pode atingir edificações ou bloquear a rota de fuga;

(52)

A representação da separação entre equipamento e edificações através de parede tipo corta fogo está apresentada na figura 24.

Figura 24 – Separação por parede tipo corta fogo entre equipamentos e edificação

Fonte: NBR 13.231 - Proteção contra incêndio em subestações elétricas, 2014

4.1.2.4 Controle de materiais de acabamento

A medida de segurança de controle de materiais de acabamento está baseada na Instrução Técnica nº 10/2011, do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo. O objetivo desta IT é “estabelecer as condições a serem atendidas pelos materiais de acabamento e de revestimento empregados nas edificações, para que, na ocorrência de incêndio, restrinjam a propagação de fogo e o desenvolvimento de fumaça”.

Nesta IT temos as seguintes terminologias definidas:

• Materiais de revestimento: todo material ou conjunto de materiais empregados nas superfícies dos elementos construtivos das edificações, tanto nos ambientes internos como nos externos, com finalidades de atribuir características estéticas, de conforto, de durabilidade etc. Incluem-se como material de revestimento, os pisos, forros e as proteções térmicas dos elementos estruturais.

• Materiais de acabamento: todo material ou conjunto de materiais utilizados como arremates entre elementos construtivos (rodapés, mata-juntas, golas etc.).

• Materiais termo acústicos: todo material ou conjunto de materiais utilizados para isolação térmica e/ou acústica.

(53)

A classificação dos materiais está vinculada com as características construtivas de cada produto, onde é avaliado para os materiais de revestimento de piso os seguintes itens:

• Fluxo crítico – Fluxo de energia radiante necessário à manutenção da frente de chama no corpo de prova.

• FS – Tempo em que a frente da chama leva para atingir a marca de 150 mm indicada na face do material ensaiado.

• Dm – Densidade ótica específica máxima corrigida. • ∆t – Variação da temperatura no interior do forno. • ∆m – Variação da massa do corpo de prova. • ࢚ࢌ– Tempo de flamejamento do corpo de prova.

Os demais revestimentos, exceto piso, os seguintes itens são analisados: • Ip – Índice de propagação superficial de chama.

• Dm – Densidade específica ótica máxima.

• Δt – Variação da temperatura no interior do forno. • Δm – Variação da massa do corpo de prova. • ࢚ࢌ– Tempo de flamejamento do corpo de prova.

Ponderadas estas propriedades dos revestimentos serão atribuídas as seguintes categorias: • Classe I;

• Classe II-A ou II-B; • Classe III-A ou III-B; • Classe IV-A ou IV-B; • Classe V-A ou V-B; • Classe VI;

De posse destas informações podemos analisar o anexo B da IT em questão, onde está apresentado a tabela recortado na figura abaixo, sendo que obtemos quais as classes dos revestimos são aceitas para a ocupação da edificação deste estudo de caso.

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