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Centro de Estudos Sociais. Dicionário das Crises e das Alternativas

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Academic year: 2021

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Dicionário das Crises

e das Alternativas

Centro de Estudos Sociais

Dicionario da crise.indd 3

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DICIONÁRIO DAS CRISES E DAS ALTERNATIVAS

autor

Centro de Estudos Sociais – Laboratório Associado Universidade de Coimbra

editor

EDIÇÕES ALMEDINA, S.A. Rua Fernandes Tomás, nos 76, 78 e 79

3000-167 Coimbra Tel.: 239 851 904 · Fax: 239 851 901 www.almedina.net · editora@almedina.net design de capa FBA revisão Victor Ferreira pré-impressão

EDIÇÕES ALMEDINA, S.A. impressão e acabamento

G.C. – GRÁFICA DE COIMBRA, LDA. Palheira Assafarge, 3001-453 Coimbra producao@grafi cadecoimbra.pt Abril, 2012

depósito legal ....

Os dados e as opiniões inseridos na presente publicação são da exclusiva res-ponsabilidade do(s) seu(s) autor(es).

Toda a reprodução desta obra, por fotocópia ou outro qualquer processo, sem prévia autorização escrita do Editor, é ilícita e passível de procedimento judicial contra o infractor.

______________________________________________________ biblioteca nacional de portugal – catalogação na publicação Centro de Estudos Sociais – Laboratório Associado

Universidade de Coimbra

DICIONÁRIO DAS CRISES E DAS ALTERNATIVAS ISBN 978-972-40-4820-8

CDU 316 338

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(redução da mortalidade infantil, aumento da esperança de vida, etc.) e colocando Portugal nas primeiras posições do ranking internacional. Sobretudo a partir do fi nal da década de 1990, o processo de reforma con-tribuiu para alcançar esses objetivos através dos progressos tecnológicos, do fortalecimento dos cuidados de saúde primários e da introdução dos cuidados continuados integrados. Entretanto, em contexto de crise, sub-sistem áreas críticas e prioridades a serem enfrentadas: a) desigualdades geográfi cas e sociais no acesso aos cuidados de saúde; b) copresença, ao lado do SNS, de outros subsistemas assistenciais públicos e privados que podem acentuar as desigualdades em saúde; c) escassos mecanismos de participação dos cidadãos.

Mauro Serapioni

Sexismo

O sexismo é uma ideologia e uma prática que se baseia em estereótipos e preconceitos em torno do sexo e dos papéis sociais atribuídos à mulher e ao homem. O sexo feminino é equacionado com a natureza, a paixão e a repro-dução, reservando-se à mulher o papel da maternidade e do cuidado. O sexo masculino é identifi cado com a cultura, a razão e o poder, atribuindo-se ao homem o papel de provedor da família e de liderança no espaço público. O sexismo gera a discriminação contra a mulher, sendo produzido e repro-duzido pelas normas culturais e pelas estruturas sociais.

Graças às mobilizações feministas, as normas jurídicas em diversas sociedades têm vindo a consagrar o princípio da igualdade entre homens e mulheres. No entanto, a ideologia sexista continua a infl uenciar as práticas institucionais e as relações interpessoais. A desigualdade com base no sexo ainda é um desafi o da democracia e do exercício da cidadania das mulheres no século XXI. Por exemplo, os homens continuam a ocupar a maior parte dos cargos políticos e das posições de chefi a no trabalho.

As respostas feministas ao sexismo são múltiplas. O feminismo liberal propõe mudanças na legislação e na educação, bem como a integração plena da mulher no mercado e na política. O feminismo socialista critica as polí-ticas neoliberais e busca mudanças estruturais que possam eliminar as desi-gualdades com base no sexo e na classe social. O feminismo pós-colonial e antirracista põe em causa o signifi cado da identidade “mulher”, no singular, e o discurso a-histórico da opressão das mulheres. Dependendo do

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Sindicalismo

texto, o classismo e o racismo podem ser tão relevantes quanto o sexismo na vida das mulheres.

Em momentos de crise, as mulheres trabalhadoras e em situação de pobreza encontram-se especialmente vulneráveis. As empresas, por exem-plo, tendem a despedir as mulheres com base no preconceito de que o homem é o provedor da família. As trabalhadoras domésticas podem perder o trabalho em função da crise que afeta as famílias empregadoras. Possíveis alternativas passam pela criação de redes de solidariedade entre mulheres e homens da mesma classe social e, quando possível, entre mulheres de dife-rentes classes sociais.

Cecília MacDowell Santos

Sindicalismo

O sindicalismo foi o principal movimento social da sociedade industrial, nascido das ações de resistência da classe trabalhadora (embora com raízes no corporativismo medieval). As contradições do capitalismo não podiam oferecer melhor terreno para o fl orescer das lutas sociais: de um lado, o rápido crescimento económico com o rápido enriquecimento da burgue-sia; do outro, as condições miseráveis das classes trabalhadoras, a fome, a doença e o desemprego (a “questão social”). Foi a confl itualidade social promovida por associações e sindicatos que veio a impor todo um leque de conquistas civilizacionais traduzidas mais tarde no “direito do traba-lho” a partir de fi nais do século XIX e no Estado-Providência do século XX.

Em Portugal, os sindicatos foram fundamentais na organização da classe operária e nas lutas sociopolíticas de fi nais do século XIX até 1926, mas foram sempre objeto de forte repressão e controlo por parte do Estado. Porém, mesmo o sindicalismo corporativo do Estado Novo não impediu o trabalho clandestino de ativistas e militantes (em especial os comunistas) na defesa dos trabalhadores. Só após o 25 de Abril de 1974 o campo sindi-cal atingiu o seu apogeu, tendo porém, caído de imediato numa nova cisão, resultante da rivalidade política entre o PCP e o PS, que permanece até hoje com a divisão entre as duas confederações sindicais: a CGTP e a UGT.

Nas últimas décadas, o sindicalismo português, além de permanecer dividido, institucionalizou-se e em boa medida burocratizou-se, sendo inca-paz de se renovar e de inovar a sua prática e o seu discurso. As novas gera-ções de trabalhadores, em especial os setores mais precários, afastaram-se

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