PR\743807PT.doc PE412.350v01-00
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PARLAMENTO EUROPEU
2004
2009 Comissão dos Assuntos Constitucionais
2008/2164(ACI) 7.10.2008
PROJECTO DE RELATÓRIO
referente ao projecto de decisão do Parlamento Europeu, do Conselho, da Comissão, do Tribunal de Justiça, do Tribunal de Contas, do Comité
Económico e Social Europeu e do Comité das Regiões relativa à organização e ao funcionamento do Serviço das Publicações da União Europeia
(2008/2164(ACI))
Comissão dos Assuntos Constitucionais
Relatora: Hanne Dahl
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Í N D I C E
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PROPOSTA DE DECISÃO DO PARLAMENTO EUROPEU
referente ao projecto de decisão do Parlamento Europeu, do Conselho, da Comissão, do Tribunal de Justiça, do Tribunal de Contas, do Comité Económico e Social Europeu e do Comité das Regiões relativa à organização e ao funcionamento do Serviço das Publicações da União Europeia
(2008/2164(ACI)) O Parlamento Europeu,
– Tendo em conta a carta do seu Presidente de 1 de Outubro de 2008,
– Tendo em conta o projecto de decisão do Parlamento Europeu, do Conselho, da Comissão, do Tribunal de Justiça, do Tribunal de Contas, do Comité Económico e Social Europeu e do Comité das Regiões relativa à organização e ao funcionamento do Serviço das
Publicações da União Europeia (SEC(2008)2109 - C6-0256/2008), – Tendo em conta o n.º 1 e o n.º 2 do Artigo 254 do Tratado CE,
– Tendo em conta a Declaração n.º 3 respeitante ao artigo 10.º do Tratado que institui a Comunidade Europeia, anexa à Acta Final da Conferência Intergovernamental que adoptou o Tratado de Nice1,
– Tendo em conta o n.º 1 do artigo 120.º do seu Regimento,
– Tendo em conta o relatório da Comissão dos Assuntos Constitucionais e os pareceres da Comissão dos Orçamentos, da Comissão da Cultura e da Educação e da Comissão dos Assuntos Jurídicos (A6-0000/2008),
A. Considerando que o Serviço das Publicações Oficiais das Comunidades Europeias (a seguir designado Serviço das Publicações - OPOCE) foi criado em 1969 por uma decisão do Parlamento Europeu, do Conselho, da Comissão, do Tribunal de Justiça e do Comité Económico e Social Europeu2,
B. Considerando que essa decisão foi alterada em 19803e revogada e substituída por uma nova decisão em 20004,
C. Considerando que o Parlamento, no n.º 45 da sua resolução de 29 de Janeiro de 2004 sobre a decisão de quitação pela execução do Orçamento Geral das Comunidades Europeias para o exercício de 2001, fez a seguinte observação: "[O Parlamento ...]
1 JO C 80, 10.3.2001, p. 77.
2 Decisão 69/13/Euratom/CECA/CEE, de 16 de Janeiro de 1969 (JO L 13, 18.1.1969, p. 19).
3Decisão 80/443/CEE, Euratom, CECA, de 7 de Fevereiro de 1980, que altera a Decisão de 16 de Janeiro de 1969 relativa à instalação do Serviço das Publicações Oficiais das Comunidades Europeias
(JO L 107, 25.4.1980, p. 44)
4 Decisão 2000/459/CE, CECA, Euratom do Parlamento Europeu, do Conselho, da Comissão, do Tribunal de Justiça, do Tribunal de Contas, do Comité Económico e Social e do Comité das Regiões de 20 de Julho de 2000, relativa à organização e ao funcionamento do Serviço das Publicações Oficiais das Comunidades Europeias (JO L 183, 22.7.2000, p. 12).
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"considera que, como o caso do OPOCE demonstra, é extremamente difícil identificar responsabilidades políticas claras em organismos interinstitucionais; solicita, por
conseguinte, às instituições que reavaliem as disposições legais que regem os organismos interinstitucionais existentes sem pôr em causa o princípio da colaboração
interinstitucional, que permite ao orçamento comunitário realizar importantes economias; insta, por esse motivo, as instituições europeias a alterarem as bases jurídicas das instituições interinstitucionais por forma a que essas bases permitam uma atribuição clara das responsabilidades administrativas e políticas;1",
D. Considerando que Comissão transmitiu um projecto de uma nova decisão que revoga e substitui a Decisão 2000/459/CE, Euratom actualmente em vigor,
E. Considerando que o projecto de decisão se destina a definir mais pormenorizadamente as competências e tarefas do Serviço das Publicações da União Europeia, as
responsabilidades respectivas das instituições, as tarefas do comité de direcção e do director do Serviço das Publicações,
F. Considerando que o Serviço das Publicações é um órgão estabelecido com o comum acordo das instituições, encontrando-se assim preenchidos os critérios de um acordo interinstitucional,
G. Considerando que os Secretários-Gerais das instituições envolvidas aprovaram o projecto em 18 de Abril de 2008 e que a Mesa do Parlamento deu a sua aprovação em 3 de
Setembro de 2008,
H. Considerando que o artigo 120.º do Regimento prevê que os acordos interinstitucionais sejam assinados pelo Presidente, após apreciação pela comissão competente para os assuntos constitucionais e após a aprovação do Parlamento,
1. Aprova o projecto de decisão anexo;
2. Encarrega o seu Presidente de transmitir a presente decisão, para conhecimento, ao Conselho, à Comissão, ao Tribunal de Justiça, ao Tribunal de Contas, ao Comité Económico e Social Europeu e ao Comité das Regiões.
1 Resolução do Parlamento Europeu sobre as medidas adoptadas pela Comissão para dar seguimento às observações constantes da resolução que acompanha a decisão de quitação pela execução do
Orçamento Geral das Comunidades Europeias para o exercício de 2001 (JO C 96 E, 21.4.2004, p. 112).
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EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS 1. Conteúdo relevante do projecto de decisão
A principal tarefa do Serviço, que é um órgão interinstitucional, é a edição dos actos
legislativos das Instituições da União Europeia no Jornal Oficial e a edição e distribuição de publicações das Instituições a pedido destas.
O projecto de decisão substitui uma decisão de 20 de Julho de 20001e é muito mais extenso (16 artigos em 13 páginas em vez de 9 artigos em 5) e detalhado.
Uma das principais razões para a redacção de uma nova decisão foi a necessidade de ter em consideração uma observação feita pelo Parlamento no procedimento de quitação referente ao exercício de 20012.
O n.º 45 da resolução relevante dizia o seguinte:
"Considera que, como o caso do OPOCE demonstra, é extremamente difícil identificar responsabilidades políticas claras em organismos interinstitucionais;
solicita, por conseguinte, às instituições que reavaliem as disposições legais que regem os organismos interinstitucionais existentes sem pôr em causa o princípio da colaboração interinstitucional, que permite ao orçamento comunitário realizar importantes economias; insta, por esse motivo, as instituições europeias a alterarem as bases jurídicas das instituições interinstitucionais por forma a que essas bases permitam uma atribuição clara das responsabilidades administrativas e políticas;"
A última frase é a mais importante. A verdade é que, no passado, surgiram dúvidas quanto à delimitação das responsabilidades entre o Serviço, que não tem personalidade jurídica, e a Comissão. As novas cláusulas da decisão que visam clarificar a situação são o n.º 2 do artigo 1, o n.º 3 do artigo 8 e o artigo 9:
N.º 2 do artigo 1 – "O Serviço é gerido pelo director, de acordo com as orientações estratégicas fixadas por um comité de direcção. À excepção das disposições
específicas referentes à vocação interinstitucional do Serviço consagradas na presente decisão, o Serviço aplica os procedimentos administrativos e financeiros da
Comissão. Ao estabelecer estes procedimentos, a Comissão tem em conta a natureza específica do Serviço."
N.º 3 do artigo 8 – "O interlocutor perante a autoridade de quitação para as decisões
1Decisão 2000/459/CE, CECA, Euratom do Parlamento Europeu, do Conselho, da Comissão, do Tribunal de Justiça, do Tribunal de Contas, do Comité Económico e Social e do Comité das Regiões de 20 de Julho de 2000, relativa à organização e ao funcionamento do Serviço das Publicações Oficiais das Comunidades Europeias (JO L 183, 22.7.2000, p. 12).
2 Resolução do Parlamento Europeu sobre as medidas adoptadas pela Comissão para dar seguimento às observações constantes da resolução que acompanha a decisão de quitação pela execução do Orçamento Geral das Comunidades Europeias para o exercício de 2001 (COM(2003)0651 - C5-0536/2003 - 2003/2200(DEC)), (relatório Paulo Casaca) (JO C 96 E, 21.04.2004, p. 112).
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estratégicas nos domínios de competência do Serviço é o presidente do comité de direcção, na qualidade de representante da cooperação interinstitucional."
Artigo 9– "O director do Serviço, sob a autoridade do comité de direcção e no limite das competências deste, é responsável pelo bom funcionamento do Serviço.
Relativamente à aplicação dos procedimentos administrativos e financeiros, está subordinado à autoridade da Comissão."1
2. Apreciação
2.1 Responsabilidade "política"
O N.º 2 do artigo 1 atribui a responsabilidade das decisões estratégicas ao comité de direcção.
A decisão a revogar não contém disposições equivalentes. O antigo comité de direcção
"representa o conjunto das instituições signatárias"2. Cada instituição dispõe de um voto no comité; as decisões são tomadas por maioria simples, excepto disposição em contrário. A adopção dos objectivos estratégicos e o estabelecimento de directrizes das políticas gerais do Serviço requerem uma decisão por unanimidade3.
Constata-se da análise destas disposições que as instituições que estabelecem o Serviço assumem colectivamente a responsabilidade pelas decisões "estratégicas" ou "políticas".
Como todas as instituições têm de votar a favor deste tipo de decisão, todas as instituições podem também ser responsabilizadas individualmente. Dificilmente se pode conseguir uma atribuição mais clara das responsabilidades devido ao carácter interinstitucional do Serviço e ao facto de não ter personalidade jurídica4.
O n.º 3 do artigo 8 sublinha o carácter interinstitucional de tais decisões, estipulando que o presidente do comité de direcção, no que diz respeito às decisões estratégicas, actua "na qualidade de representante da cooperação interinstitucional".
Pode dizer-se que o primeiro desejo formulado pelo Parlamento, ou seja, que deveria existir
"uma atribuição clara das responsabilidades administrativas e políticas", foi tomado em consideração.
2.2 "Responsabilidade "administrativa"
O n.º 2 do artigo 1 diz ainda que "o Serviço aplica os procedimentos administrativos e
financeiros da Comissão" e que a Comissão tem de estabelecer estes procedimentos tendo em conta a natureza específica do Serviço. O artigo 9 prevê, além disso, que o director do Serviço actua normalmente sob a autoridade do comité de direcção, excepto relativamente à aplicação dos procedimentos administrativos e financeiros, caso em que ficará "subordinado à
autoridade da Comissão." Esta afirmação é, até certo ponto, atenuada pelo n.º 10 do artigo 10, que diz que, para efeitos de delegação de dotações da Comissão e da execução do orçamento,
1 Sublinhado do autor.
2N.º 1 do artigo 7.
3N.º 1, alíneas a) e b) do artigo 8.
4 A ausência de personalidade jurídica é confirmada pelo n.º 2 do artigo 14: "Qualquer recurso judicial nos domínios da competência do Serviço é dirigido contra a Comissão."
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as modalidades de informação e de consulta entre o membro da Comissão responsável pelas relações com o Serviço e o director deste são fixadas de comum acordo.
Quanto a questões de pessoal, a Comissão desempenha claramente o principal papel: é a entidade competente para proceder a nomeações e a entidade habilitada a celebrar contratos de admissão de funcionários e agentes. Algumas destas competências podem ser delegadas internamente no seio da Comissão ou no director do Serviço1. O pessoal é atribuído ao
Serviço pelas instituições. As disposições e os procedimentos adoptados pela Comissão para a aplicação do estatuto e do regime aplicável aos outros agentes aplicam-se aos funcionários e agentes afectados ao Serviço em condições idênticas aos funcionários e agentes da Comissão em serviço no Luxemburgo2. Só a nomeação dos directores-gerais e dos directores são excepção a este regime: a sua nomeação requer o parecer favorável unânime do comité de direcção3.
Estas disposições permitem concluir que o Serviço é dirigido, ao nível da administração geral e da gestão do pessoal, quase da mesma maneira que uma direcção-geral do Secretariado da Comissão. A Comissão ocupa uma posição predominante e, por isso, detém a
responsabilidade nestas questões.
Depreende-se da análise das disposições pertinentes que a nova decisão prevê uma atribuição de responsabilidades clara das competências administrativas.
3. Conclusão
O projecto de decisão relativa à organização e ao funcionamento do Serviço das Publicações aqui em análise atribui de forma clara as responsabilidades ao nível político e administrativo O mesmo não acontecia com a decisão precedente de 2000. O projecto de texto tem em
consideração o pedido apresentado pelo Parlamento no procedimento de quitação do exercício de 2001 e pode, por isso, ser aprovada em nome do Parlamento Europeu.
1 N.º 3 do artigo 11.
2 N.º 4 do artigo 11.
3 N.º 1 do artigo 11.