• Nenhum resultado encontrado

Prof. Arthur Leone Aula 02. Auditoria RFB. Aula 02 - Controle de. planejamento. Prof. Arthur Leone. 1 de 137

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2022

Share "Prof. Arthur Leone Aula 02. Auditoria RFB. Aula 02 - Controle de. planejamento. Prof. Arthur Leone. 1 de 137"

Copied!
137
0
0

Texto

(1)

1 de 137|

www.direcaoconcursos.com.br

Aula 02 - Controle de qualidade, risco, planejamento.

Prof. Arthur Leone

(2)

2 de 137|

www.direcaoconcursos.com.br

Sumário

SUMÁRIO ... 2

INTRODUÇÃO ... 3

CONTROLE DE QUALIDADE ... 4

ELEMENTOS DO CONTROLE DE QUALIDADE ... 4

Rodízio de sócio encarregado ... 8

REVISÃO DO CONTROLE DE QUALIDADE ... 8

REVISÃO PELOS PARES ... 9

ACEITAÇÃO DO CLIENTE DE AUDITORIA ... 15

O RISCO EM AUDITORIA... 20

RISCO DO NEGÓCIO OU EMPRESARIAL-RN... 20

RISCO DE ENVOLVIMENTO ... 22

RISCO DE DISTORÇÃO RELEVANTE -RDR ... 22

RISCO INERENTE -RI ... 22

RISCO DE CONTROLE -RC ... 24

RISCO DE DETECÇÃO -RD ... 24

RISCO DE AUDITORIA -RA ... 26

RELAÇÕES E INTERPRETAÇÕES DECORRENTES DOS RISCOS ... 27

MATERIALIDADE ... 31

MATERIALIDADE XRISCO ... 32

PLANEJAMENTO DA AUDITORIA ... 37

NOÇÕES GERAIS ...37

ENTENDIMENTO DA ENTIDADE ... 42

QUESTÕES COMENTADAS ... 47

LISTA DE QUESTÕES ... 102

GABARITO ... 125

RESUMO ... 127

(3)

3 de 137|

www.direcaoconcursos.com.br

Introdução

Em nossa aula anterior começamos avançar na auditoria independente. Conhecemos o que é e quais são os requisitos éticos da auditoria e do auditor. Já aprendemos também sobre os conceitos de fraude e erro (aplicada na auditoria independente e fiscal), estrutura de relatório etc.

Agora, finalmente, vamos começar a executar a auditoria. A jornada se inicia com o controle de qualidade e aceitação do cliente. Nesta aula veremos ainda os riscos e o controle interno que são aspectos fortemente ligados ao planejamento dos trabalhos. Tudo isso é conteúdo normativo!

Exploraremos o máximo a doutrina para buscar a compreensão global do assunto reduzindo a dependência em relação às normas, mas não as esqueceremos. Sempre que necessário transcreveremos algumas partes das NBC TAs e PAs para fixação e entendimento de elementos principais, mas, como as normas estão facilmente disponíveis para consulta na internet, e a sua publicação contém mais de 1000 páginas, restariam improdutivas transcrições recorrentes. Quem já fez aula comigo sabe que procuro explicar os temas e não reproduzir normas.

Quem aprende responde várias questões e quem decora responde apenas uma questão.

Tentem solucionar as questões intercaladas entre a teoria com os conhecimentos que você já possui e adquiriu após a leitura da teoria. Veja a resposta depois! Não se assuste se não conseguir resolver uma ou outra questão, pois algumas questões aprofundam um pouco mais os assuntos. E aí, aproveitamos a resposta para fazer esses esclarecimentos. Outras, abordam assuntos iniciais e intermediários (ainda não estudados) ao mesmo tempo. Não se abata com isso. Use as questões como ferramenta de aprendizado, não de pressão.

(4)

4 de 137|

www.direcaoconcursos.com.br

Controle de qualidade

A Auditoria está sujeita a um rígido controle de qualidade. Não poderia ser diferente, afinal, uma atividade que vende “confiança” deve ser pautada em rigorosos padrões éticos e de qualidade.

Entretanto, de pouco adiantaria uma enormidade de normas de auditoria prescrevendo deveres éticos para o auditor e a firma de auditoria se não houvesse um sistema de monitoramento.

Esse sistema de monitoramento é estabelecido na NBC TA 220. Podemos pensar no sistema de qualidade das firmas de auditoria usando um raciocínio análogo ao que seria o “sistema de controle interno”, tema que ainda vamos estudar.

Deste modo, o Sistema de qualidade é um conjunto de procedimentos e políticas para garantir o cumprimento das normas profissionais e técnicas que envolvem, além do estabelecimento das próprias políticas, o seu monitoramento.

Está estruturado com base em algumas premissas a serem alcançadas:

Elementos do controle de qualidade

A firma deve estabelecer e manter um sistema de controle de qualidade que inclua políticas e procedimentos que tratam dos seguintes elementos:

(a) responsabilidades da liderança pela qualidade na firma;

(b) exigências éticas relevantes;

(c) aceitação e continuidade do relacionamento com clientes e de trabalhos específicos;

(d) recursos humanos;

(e) execução do trabalho;

Manutenção da

competência e capacidade técnica do pessoal

Manutenção da independência

Cumprimento das normas de auditoria,

regulamentos e leis

Procedimentos para aceitação e retenção de

clientes Sistema de

qualidade

(5)

5 de 137|

www.direcaoconcursos.com.br

(f) monitoramento.

Vamos entender... esses elementos estão reproduzidos na NBC TA 220 e na NBC PA 01 nesses exatos termos.

O que tudo isso representa?

Se entendermos a essência, não precisaremos decorar os elementos citados acima. Pense um pouco:

O que eu preciso para executar uma auditoria com qualidade?

Preciso que a equipe seja qualificada, tenha experiência e cumpra padrões éticos. Se estou auditando um banco, por exemplo, seria adequado ter auditores com experiência no sistema financeiro; preciso que o trabalho de auditoria apenas seja aceito se atender certas condições prévias (veremos isso em aceitação do cliente no tópico 5); preciso que a turma que faz parte da equipe seja independente, ou seja, não poderia ter um membro da equipe casado com um diretor ou com o contador do auditado, por exemplo.

Note que são bem óbvias e dedutivas. Não temos grandes diferenças se compararmos com outras profissões. Por exemplo: para construir um viaduto, na equipe deveria ter um engenheiro com experiência em construir pontes e viadutos, caso contrário terei riscos na qualidade;

Veja que o sistema de qualidade procurar garantir esses elementos e tudo isso deve ser garantido por um monitoramento constante. O monitoramento é a “luz de alerta”. Sempre que se notar uma violação as políticas de qualidade da firma, devem ser aplicadas as salvaguardas. Vamos consolidar a partir de uma questão...

CESPE- TCE-PR- Analista de Controle/2016

Nas empresas de auditoria, o monitoramento destina-se a garantir que o controle de qualidade seja efetivo. Para concretizar esse objetivo, o(s) responsável(is) pela execução do monitoramento deve(m)

A) requerer que as pessoas que executarão a revisão do controle de qualidade de determinados trabalhos não sejam envolvidas na inspeção desses mesmos trabalhos.

B) comunicar os requisitos de independência da empresa a seu pessoal e, quando aplicável, a outras pessoas sujeitas a ela.

C) identificar e avaliar circunstâncias e relações que criem ameaças à independência, e tomar as medidas apropriadas.

D) aplicar medidas disciplinares contra aqueles que deixarem de cumprir políticas e procedimentos da empresa, especialmente os reincidentes.

E) tratar de maneira apropriada as reclamações e alegações de que o trabalho realizado pela empresa não está de acordo com as normas técnicas.

Resolução:

Revisor de controle de qualidade do trabalho é o sócio, ou outro profissional da firma, uma pessoa externa adequadamente qualificada, ou uma equipe composta por essas pessoas, nenhuma delas fazendo parte da equipe de trabalho, com experiência e autoridade suficientes e apropriadas para avaliar objetivamente os julgamentos relevantes feitos pela equipe de trabalho e as conclusões alcançadas na elaboração do relatório de auditoria.

NBC PA 01, 48.

(6)

6 de 137|

www.direcaoconcursos.com.br

A firma deve estabelecer um processo de monitoramento para fornecer segurança razoável de que as políticas e os procedimentos relacionados com o sistema de controle de qualidade são relevantes, adequados e estão operando de maneira efetiva. Esse processo deve:

(a) incluir a contínua consideração e avaliação do sistema de controle de qualidade da firma, incluindo, de modo cíclico, a inspeção de, pelo menos, um trabalho concluído para cada sócio encarregado de trabalho;

(b) requerer que a responsabilidade pelo processo de monitoramento seja atribuída a um ou mais sócios, ou a outras pessoas com experiência e autoridade suficientes e apropriadas na firma para assumir essa responsabilidade; e (c) requerer que as pessoas que executam o trabalho ou a revisão do controle de qualidade do trabalho não estejam envolvidas na inspeção desses trabalhos (ver itens A64 a A68).

Resposta A

Um dos aspectos mais importantes para o auditor é a independência, pois afeta sobremaneira a qualidade da auditoria. O sócio encarregado assume papel vital para a eficácia do controle de qualidade. Ele deve, segundo a NBC TA 220...

(a) obter informações relevantes da firma ou das firmas da rede, para identificar e avaliar circunstâncias e relacionamentos que criam ameaças a independência;

(b) avaliar as informações sobre violações identificadas de políticas e procedimentos de independência da firma para determinar se elas criam uma ameaça a independência para o trabalho de auditoria; e

(c) tomar as medidas apropriadas para eliminar essas ameaças ou reduzi-las a um nível aceitável mediante a aplicação de salvaguardas, ou, se considerado apropriado, retirar-se do trabalho, quando a retirada e possível de acordo com lei ou regulamento aplicável.

Esquematizando, temos a conduta a ser adotada pelo sócio nos seguintes termos:

Exemplo:

Vejamos um caso prático como exemplo. Ao avaliar o quesito independência, teríamos o seguinte:

1- A firma questiona todos os membros da equipe sobre se alguém mantem relacionamentos próximo ou financeiro em relação à administração da entidade a ser auditada.

2- Um membro da equipe diz que é casado com a secretária da diretoria.

3- Outro membro afirma que o diretor é seu inimigo pessoal.

Conclusão:

O encarregado irá ponderar as constatações para avaliar aquelas que podem afetar os julgamentos e prejudiquem a independência. Concluiu que a situação “2” não afeta a independência, pois no cargo de secretária, não haveria influências nas políticas contábeis e elaboração das demonstrações contábeis etc. Quanto à situação “3” concluiu que isso poderia influenciar na independência, que deve ser mantida de fato e de pensamento.

aplicar as salvaguardas Avaliar para confirmar

se são ameaças de fato Obter informações sobre

possíveis ameaças à independencia

(7)

7 de 137|

www.direcaoconcursos.com.br

Assim, o encarregado deve aplicar uma salvaguarda para não prejudicar a auditoria. Qual seria? Uma salvaguarda aplicável seria afastar esse membro da equipe deste trabalho específico.

Tome nota:

O conceito de “firma” já foi objeto de prova: Firma é um único profissional ou sociedade de pessoas que atua como auditor independente.

Ao zelar pelo cumprimento dos requisitos para qualidade, a Firma persegue dois objetivos que dariam uma excelente questão de prova:

Quais os objetivos do sistema de qualidade da firma (do auditor)?

Para que a auditoria possa cumprir seu objetivo que é aumentar a confiança que usuários depositam nas demonstrações contábeis, a firma precisa ter a sua “imagem”, independência, competência, recursos humanos e outros fatores adequados.

Como garantir isso?

Através do sistema de qualidade. O sistema de qualidade monitora constantemente os membros da equipe e as relações da firma.

Quem é o cara que personifica esse controle?

É o sócio encarregado, conceito que já apareceu em prova:

“Sócio encarregado do trabalho” é o sócio ou outra pessoa na firma, responsável pelo trabalho e sua execução e pelo relatório de auditoria ou outros relatórios emitidos em nome da firma, e quem, quando necessário, tem a autoridade apropriada de um órgão profissional, legal ou regulador.

As expressões “Sócio encarregado do trabalho”, “sócio” e “firma” devem ser lidos como se referissem a seus equivalentes no setor público, quando relevante.

Ainda temos alguns conceitos... vocabulário típico da auditoria:

Sobre o “trabalho” do sócio encarregado...

É evidente que o sócio encarregado não tem condições de “trabalhar” sozinho. Ele tem uma equipe designada como Equipe de trabalho.

A firma

(1) deve oferecer garantia que

cumpre as exigências

legais

(2) e os relatórios

são

apropriados

(8)

8 de 137|

www.direcaoconcursos.com.br

Equipe de trabalho são todos os sócios e quadro técnico envolvidos no trabalho, assim como quaisquer pessoas contratadas pela firma ou uma firma da rede para executar procedimentos de auditoria no trabalho. Isso exclui especialistas externos contratados pela firma ou por uma firma da rede.

O sistema de qualidade da firma deve disseminar entre seu pessoal as políticas e procedimentos para assegurar a independência e garantir que seja notificada sempre que uma circunstância crie alguma ameaça, e assim adotar as medidas e salvaguardas cabíveis tempestivamente.

Um dos mecanismos para ser avisada sempre “a tempo” é a obtenção por escrito de informações dos membros da equipe:

NBC PA 01, 24

Pelo menos uma vez por ano, a firma deve obter confirmação por escrito do cumprimento de suas políticas e procedimentos sobre independência de todo o pessoal da firma, que precisa ser independente por exigências éticas relevantes.

Rodízio de sócio encarregado

A firma deve requerer o rodízio do sócio encarregado do trabalho e das pessoas responsáveis pela revisão do controle de qualidade do trabalho, e, quando aplicável, de outras pessoas sujeitas a exigências de rodízio, após os períodos especificados para rodízio. Devemos ter atenção com esse tópico especialmente em relação ao prazo para rodízio. Antes da NBC PA 400, a NBC PA 01 fixava o prazo em 5 anos. no mesmo sentido afirmava a NBC PA 290, revogada em 2019.

Bom, o que temos agora? Temos um prazo em aberto na norma, veja:

NBC PA 01, 25.

A firma deve estabelecer políticas e procedimentos para:

(a) estabelecer critérios para determinar a necessidade de salvaguardas para reduzir a ameaça de familiaridade a um nível aceitável ao utilizar o mesmo pessoal sênior em trabalho de asseguração por longo período de tempo; e

(b) exigir, para auditorias de demonstrações contábeis de entidades listadas, a rotatividade do sócio do trabalho e dos indivíduos responsáveis pela revisão do controle de qualidade do trabalho e, quando aplicável, de outras pessoas sujeitas a requisitos de rotatividade, após período especificado em conformidade com exigências éticas relevantes .

Revisão do controle de qualidade

A revisão de controle de qualidade do trabalho e cabível para auditoria de demonstrações contábeis de companhias listadas e de outros trabalhos de auditoria para os quais a firma tenha determinado essa necessidade.

Veja que o controle de qualidade feito no início da auditoria deve ser reavaliado antes de terminar a execução da auditoria. E qual é momento final da auditoria? É o relatório. É ele que marca o fim dos trabalhos de campo.

Essa definição já apareceu assim em assertiva correta:

(9)

9 de 137|

www.direcaoconcursos.com.br

A Revisão do Controle de Qualidade do Trabalho é desenhada para fornecer uma avaliação objetiva, na data, ou antes da data, do relatório, dos julgamentos significativos feitos pela equipe de trabalho e das conclusões a que se chegou durante a elaboração do relatório. (AFRFB/ESAF)

A revisão é feita pelo Revisor do controle de qualidade. Conceito que, também, já apareceu em provas:

Revisor de controle de qualidade do trabalho é o sócio, ou outro profissional da firma, uma pessoa externa adequadamente qualificada, ou uma equipe composta por essas pessoas, nenhuma delas fazendo parte da equipe de trabalho, com experiência e autoridade suficientes e apropriadas para avaliar objetivamente os julgamentos relevantes feitos pela equipe de trabalho e as conclusões alcançadas na elaboração do relatório de auditoria.

Esclarecendo:

O revisor é alguém que não participou dos trabalhos. Em geral é alguém da firma, mas poderá ser um profissional externo, especialmente nas firmas pequenas, que não dispõe de outro sócio além daqueles que participaram dos trabalhos. O revisor irá analisar objetivamente os papeis de trabalho para compreender os julgamentos e as decisões tomadas.

O revisor deve fazer:

a) discussão de assuntos significativos com o sócio encarregado do trabalho;

b) revisão das demonstrações contábeis e do relatório proposto;

c) revisão da documentação selecionada de auditoria relativa aos julgamentos significativos feitos pela equipe de trabalho e das conclusões obtidas; e

d) avaliação das conclusões atingidas ao elaborar o relatório e consideração se o relatório e apropriado.

Revisão pelos pares

O sistema de controle passa por dupla revisão. Uma interna, em que o sócio deve revisar os trabalhos, não datando o relatório enquanto não finalizado o processo de revisão. A outra, externa, denominada revisão pelos pares.

Revisão pelos pares é o exame realizado por auditor independente nos trabalhos de auditoria executados por outro auditor independente, visando verificar se:

a) os procedimentos e as técnicas de auditoria utilizados para execução dos trabalhos nas empresas clientes estão em conformidade com as normas de contabilidade do CFC/outras normas de outros órgãos;

b) o sistema de controle de qualidade desenvolvido e adotado pelo auditor está adequado e conforme o previsto na NBC PA 01.

(10)

10 de 137|

www.direcaoconcursos.com.br

Vejamos como o controle de qualidade é cobrado!

FCC - DPE-RS – Analista/2017

Em uma palestra sobre normas vigentes de auditoria emanadas pelo Conselho Federal de Contabilidade acerca do Auditor Independente, foram abordados os seguintes itens: responsabilidades da liderança pela qualidade na firma, exigências éticas relevantes, aceitação e continuidade do relacionamento com clientes e de trabalhos específicos, recursos humanos, execução do trabalho e monitoramento. Nos termos da NBC PA 01, esses itens representam elementos tratados por políticas e procedimentos inclusos em

(A) um sistema de controle de qualidade.

(B) um projeto de auditoria independente.

(C) uma sistemática de controle interno e externo.

(D) um conjunto de medidas voltadas à evidenciação de atos auditados.

(E) uma política de transparência fiscal.

Resolução:

A NBC PA 01 contempla o Controle de qualidade para firmas de Auditoria Independente. Da simples leitura do título da norma concluiríamos que a assertiva correta é a letra A.

RESOLUÇÃO CFC Nº. 1.201/09

Aprova a NBC PA 01 – Controle de Qualidade para Firmas (Pessoas Jurídicas e Físicas) de Auditores Independentes.

Para resolver a questão de outro modo, deveríamos concluir que os aspectos citados são fundamentais para garantir a qualidade da auditoria. A auditoria “vende” confiança. A confiança só pode ser obtida se o trabalho foi aceito mediante avaliação criteriosa; se os profissionais são independentes, competentes e tais condições são monitoradas para que, ao qualquer desvio das políticas de qualidade, salvaguardas sejam operacionalizadas.

Outra abordagem que nos ajudaria a resolver a questão, seria conhecer os requisitos para o cumprimento da NBC PA 01. A informação está na própria norma e são os seguintes:

Revisão pelos Pares

Revisão pelo sócio

Controle de qualidade

Dupla revisão

(11)

11 de 137|

www.direcaoconcursos.com.br

REQUISITOS

Aplicação e cumprimento de exigências relevantes Elementos do sistema de controle de qualidade

Responsabilidade da liderança pela qualidade na firma

Exigências éticas relevantes

Aceitação e continuidade do relacionamento com clientes e de trabalhos específicos

Recursos humanos

Execução do trabalho

Monitoramento

Documentação do sistema de controle de qualidade Resposta: A

ESAF-AFRFB/2014 É correto afirmar que:

1. a firma de auditoria tem por obrigação estabelecer e manter sistema de controle de qualidade para obter segurança razoável que a firma e seu pessoal cumprem com as normas profissionais e técnicas e as exigências legais e regulatórias aplicáveis.

2. a firma de auditoria deve estabelecer e manter sistema de controle de qualidade para obter segurança razoável que os relatórios emitidos pela firma ou pelos sócios do trabalho são apropriados nas circunstâncias.

3. o objetivo do auditor é implementar procedimentos de controle de qualidade no nível do trabalho que forneçam ao auditor segurança razoável de que a auditoria está de acordo com normas profissionais e técnicas e exigências legais e regulatórias aplicáveis.

a) Todas são falsas.

b) Somente 1 e 2 são verdadeiras.

c) Somente a 3 é verdadeira.

d) Somente a 2 é falsa.

e) Todas são verdadeiras.

Resolução:

Item 1. Verdadeiro NBC PA 01, 11.

O objetivo da firma é estabelecer e manter um sistema de controle de qualidade para obter segurança razoável que:

(a) a firma e seu pessoal cumprem as normas técnicas e as exigências regulatórias e legais aplicáveis; e (...) Item 2. Verdadeiro

(12)

12 de 137|

www.direcaoconcursos.com.br

NBC PA 01, 11

O objetivo da firma é estabelecer e manter um sistema de controle de qualidade para obter segurança razoável que:

(...)

(b) os relatórios sobre demonstrações contábeis e demais relatórios emitidos pela firma e pelos sócios encarregados do trabalho são apropriados nas circunstâncias.

Item 3. Verdadeiro.

NBC TA 220 (2016), 6.

O objetivo do auditor é implementar procedimentos de controle de qualidade no nível do trabalho que forneçam ao auditor segurança razoável de que:

(a) a auditoria está de acordo com normas profissionais e técnicas e exigências legais e regulatórias aplicáveis; e (b) os relatórios emitidos pelo auditor são apropriados nas circunstâncias.

Resposta: E

ESAF-AFRFB/2014

São características do auditor experiente possuir experiência prática de auditoria e conhecimento razoável de:

a) processos de auditoria, normas de auditoria e exigências legais aplicáveis.

b) normas de auditoria e exigências legais aplicáveis e processos judiciais cíveis dos diretores.

c) ambiente de negócios em que opera a entidade e negócios estratégicos realizados pelos seus concorrentes.

d) assuntos de auditoria e de relatório financeiro relevantes à atividade da entidade e das atividades dos conselheiros em outras empresas.

e) processos sigilosos e fórmulas dos produtos.

Resolução:

Letra A- Verdadeiro NBC TA 530 (2016), 6.

Auditor experiente é um indivíduo (interno ou externo à firma de auditoria) que possui experiência prática de auditoria e conhecimento razoável de:

(i) processos de auditoria;

(ii) normas de auditoria e exigências legais e regulamentares aplicáveis;

(iii) ambiente de negócios em que opera a entidade; e

(iv) assuntos de auditoria e de relatório financeiro relevantes ao setor de atividade da entidade.

Letra B- Falso. Exemplo: A pensão alimentícia e o divórcio do diretor não interessam ao auditor.

Letra C- Falso. Os negócios estratégicos dos concorrentes devem estar sob olhar atento da governança da entidade, para que se mantenha competitiva e a frente de seus concorrentes.

(13)

13 de 137|

www.direcaoconcursos.com.br

Letra D- Falso. Atividades dos conselheiros em outras empresas não são, em princípio, de interesse do auditor.

Letra E- Falso. Embora o auditor acabe tomando conhecimento de informações sigilosas, nem todas são necessárias à auditoria. Por exemplo: o auditor não precisa tomar conhecimento da fórmula da Coca – Cola para executar uma auditoria nas suas demonstrações contábeis.

Resposta: A

FGV- SEFAZ-Cuiabá – Auditor Fiscal/2014

Sobre a revisão do controle de qualidade do trabalho de auditoria, assinale a afirmativa correta.

A) É o processo que fornece uma avaliação subjetiva dos julgamentos feitos pela equipe de trabalho.

B) Deve ser feita em até 30 dias após a data do relatório.

C) É realizada apenas em companhias abertas.

D) O profissional mais experiente da equipe de trabalho é designado revisor de controle de qualidade.

E) Os especialistas externos contratados pela firma não fazem parte da equipe de trabalho.

Resolução:

Letra A – incorreta. Para ficar correto basta substituir “subjetiva” por “objetiva”.

Letra B – incorreta.

NBC PA 01, A42

O relatório do trabalho não deve ser datado enquanto não for concluída a revisão do controle de qualidade do trabalho.

Entretanto, a documentação da revisão do controle de qualidade do trabalho pode ser completada após a data do relatório.

Letra C - Incorreta.

NBC PA 01

Os critérios para determinar quais trabalhos, além de auditorias de demonstrações contábeis de companhias abertas (listadas), devem ser submetidos à revisão de controle de qualidade do trabalho podem incluir, por exemplo:

a natureza do trabalho, incluindo até que ponto ele envolve um assunto de interesse público;

a identificação de circunstâncias ou riscos incomuns em um trabalho ou classe de trabalhos;

se as leis ou regulamentos requerem a revisão do controle de qualidade do trabalho.

Letra D – Incorreta.

NBC PA 01, 12

(...)

Revisor de controle de qualidade do trabalho é o sócio, ou outro profissional da firma, uma pessoa externa adequadamente qualificada, ou uma equipe composta por essas pessoas, nenhuma delas fazendo parte da equipe de trabalho, com experiência e autoridade suficientes e apropriadas para avaliar objetivamente os julgamentos relevantes feitos pela equipe de trabalho e as conclusões obtidas para elaboração do relatório.

(14)

14 de 137|

www.direcaoconcursos.com.br

Letra E – Correta

NBC PA 01, 12 (...)

Equipe de trabalho são os sócios e o quadro técnico envolvidos no trabalho e quaisquer pessoas contratadas pela firma ou uma firma da mesma rede para executar procedimentos do trabalho. Isso exclui especialistas externos contratados pela firma ou por firma da mesma rede.

Resposta: E

(15)

15 de 137|

www.direcaoconcursos.com.br

Aceitação do cliente de auditoria

Partiremos agora para um tema muito importante para o auditor e se conecta ao RISCO e também ao CONTROLE DE QUALIDADE. Antecede o planejamento da auditoria, antecede a contratação e é determinante para o resultado da auditoria: A ACEITAÇÃO DO CLIENTE.

A obediência às normas de auditoria não é exigível apenas a partir do planejamento ou na execução da auditoria.

Mas sim, antes mesmo de se aceitar o trabalho de auditoria.

O cliente deve ser aceito pelo auditor apenas se houver o que as NBCs chamam de condições prévias para uma auditoria.

A NBC TA 210 dispõe no seu item 6:

Para determinar se existem as condições prévias a um trabalho de auditoria, o auditor independente deve:

(a) determinar se a estrutura de relatório financeiro a ser aplicada na elaboração das demonstrações contábeis é aceitável

(b) obter a concordância da administração de que ela reconhece e entende sua responsabilidade:

(i) pela elaboração das demonstrações contábeis de acordo com a estrutura de relatório financeiro aplicável, incluindo, quando relevante, sua adequada apresentação.

(ii) pelo controle interno que a administração determinou como necessário para permitir a elaboração de demonstrações contábeis livres de distorções relevantes, independentemente se causadas por fraude ou erro; e

(iii) fornecer ao auditor:

a. acesso a todas as informações relevantes de que a administração tem conhecimento para a elaboração das demonstrações contábeis, como registros, documentação e outros assuntos;

b. informações adicionais que o auditor pode solicitar da administração para fins da auditoria; e

c. acesso irrestrito a pessoas da entidade que o auditor determina ser necessário para obter evidência de auditoria.

Qual o significado de tudo isso?

Significa que o auditor não aceita qualquer trabalho. Não basta fazer uma proposta de honorários que o auditor vai “correndo” para fazer o trabalho. É preciso que haja uma premissa básica, que são as condições prévias:

Reflita:

Faria algum sentido o auditor aceitar o trabalho se a administração não vai passar informações?

Faria sentido aceitar um trabalho de auditoria em que as demonstrações contábeis não possuem estrutura aceitável? Por exemplo, a empresa faz suas demonstrações contábeis e seus registros em um “caderninho de anotações”, com muitas omissões e incorreções.

Evidente que não! Não há, sequer, as condições prévias para iniciar um relacionamento.

Se a entidade impõe limitação ao auditor este deve avaliar recusar o cliente.

A decisão de aceitar ou manter um cliente de auditoria é questão de julgamento do auditor e é influenciada por vários fatores. Segundo Gramling et al (2011) influenciam essa decisão:

(16)

16 de 137|

www.direcaoconcursos.com.br

▪ Integridade da administração

▪ Qualidade dos processos de gestão de risco

▪ Exigências de divulgação, incluindo as regulatórias

▪ Participação de grupos de interesse

▪ Existência de partes relacionadas

▪ Saúde financeira da organização

Considerando que a auditoria se apoia em evidências colhidas mediante testes e amostragens, naturalmente ela não pode assegurar com certeza absoluta que as demonstrações contábeis estão livres de distorção relevante.

Sendo assim, sempre haverá o risco de que alguma distorção relevante deixe de ser percebida. Partindo-se dessa premissa, alguns clientes de auditoria não devem ser aceitos ou retidos, face ao risco de envolvimento do auditor.

Vejam o que aconteceu com a Arthur Andersen, umas das então “big 5” firmas de auditoria do mundo. Após se envolver com as gigantes americanas Worldcom e Enron, envolvidas em fraudes bilionárias, acabou falindo por não ter identificado as distorções e maquiagens nas demonstrações contábeis destas empresas. Além da sua carteira de clientes minguar, pagou milhões de dólares em indenizações. Com a “morte” da Arthur Andersen, agora resta-nos as “big 4”.

O processo de aceitação de clientes (ou de retenção de um cliente antigo) deve ser uma análise cuidadosa. A contratação do auditor não é um mero comércio tal qual escolher uma mercadoria na prateleira disponível para qualquer um que queira pagar o preço.

Reflita sobre:

Ou então...

O trabalho do auditor consiste em emitir uma opinião capaz de aumentar a confiança do público que as demonstrações contábeis auditadas não contêm distorções relevantes. Confiança é algo muito sensível, tal qual um cristal, uma vez arranhada, não voltará a ser como antes.

Parte dessa confiança reside no fato de que as auditorias são pautadas pelos mais elevados padrões éticos e técnicos de forma que essa opinião não pode ser comprada. Tudo é questão de julgamento independente do auditor. Se o auditor jamais recusasse um trabalho, parte da segurança que transmite aos usuários em razão da sua honradez, conduta ética e técnica seriam substancialmente reduzidas.

Fique atento:

O processo de aceitação de clientes não é um mero julgamento da honestidade do contratante, mas também uma avaliação técnica da capacidade em realizar o trabalho.

A quem interessa um auditor que aceita qualquer chamado de qualquer empresa para executar uma auditoria?

Qual a confiança que passa para o público um auditor que leva em consideração apenas os honorários envolvidos ao decidir sobre a aceitação ou retenção de um trabalho de auditoria?

(17)

17 de 137|

www.direcaoconcursos.com.br

Se o auditor considerou que o cliente é integro e estão presentes as condições prévias para um trabalho de auditoria, deve observar agora aspectos relacionados a sua capacidade de realizar o trabalho. Tanto a capacidade técnica da equipe de trabalho como o cumprimento de requisitos éticos, inclusive independência.

Em relação à competência técnica, o auditor poderá determinar a utilização de especialistas em área que não contabilidade ou auditoria, se necessários para obter evidência de auditoria apropriada e suficiente.

Exemplificando:

A entidade mantém em seus ativos diversas obras de arte em valores relevantes. O auditor por não ser especialista em artes, pode demandar a participação de um especialista para determinar o valor ou a autenticidade dessas obras. O fato de não ser especialista em artes não torna o auditor automaticamente incapaz de executar a auditoria neste cliente.

Em síntese, o processo de aceitação de um novo cliente ou retenção de um cliente antigo de auditoria deve levar em consideração os seguintes elementos:

▪ Avaliação das razões da auditoria

▪ Possibilidade de cumprimento dos requisitos éticos do auditor

▪ Integridade da administração

▪ Obter junto aos auditores antecessores a razão da descontinuidade do relacionamento bem como obter informações sobre áreas de riscos etc.

▪ Preparar proposta com os termos do trabalho

▪ Verificação da capacidade técnica para atuar junto ao cliente

Vamos testar...

O tema aceitação de clientes normalmente está associado à avaliação de riscos, controle de qualidade e requisitos éticos, especialmente independência, de modo que quando aparece está contextualizado com esses outros temas.

Vejamos uma questão.

ESAF - AFRFB/2012

Pode-se afirmar que, para a aceitação do risco de um trabalho de auditoria externa, deve o auditor avaliar

I. se os sócios e equipe são, ou podem razoavelmente tornar-se, suficientemente competentes para assumir o trabalho.

II. qual a atitude dos colaboradores e dos grupos de colaboradores em relação ao ambiente de controle interno e seus pontos de vista sobre interpretações agressivas ou inadequadas de normas contábeis.

III. se terá acesso aos especialistas necessários para a realização do trabalho.

a) Todas estão corretas.

b) Apenas I e II estão corretas.

c) Apenas II e III estão erradas.

d) Somente a III está correta.

e) Todas estão erradas.

(18)

18 de 137|

www.direcaoconcursos.com.br

Resolução:

A questão foi baseada na NBC PA 01, que trata do controle de qualidade das firmas de auditoria.

Item I- diz respeito à capacidade técnica do auditor. Se não tem capacidade técnica para realizar o trabalho, deve recusar o cliente, item verdadeiro.

NBC PA 01, 26

A firma deve estabelecer políticas e procedimentos para a aceitação e continuidade do relacionamento com clientes e de trabalhos específicos, projetados para fornecer à firma segurança razoável de que aceitará ou continuará esses relacionamentos e trabalhos, apenas nos casos em que a firma:

(a) é competente para executar o trabalho e possui habilidades, incluindo tempo e recursos, para isso;

(b) consegue cumprir as exigências éticas relevantes; e

(c) considerou a integridade do cliente, e não tem informações que a levariam a concluir que o cliente não é íntegro.

Item II- Verdadeiro. Conforme item A19:

NBC PA 01, A19

Com relação à integridade do cliente, os assuntos a serem considerados incluem, por exemplo:

-a identidade e a reputação empresarial dos principais proprietários, do pessoal chave da administração e dos responsáveis pela governança do cliente;

-a natureza das operações do cliente, incluindo suas práticas empresariais;

-informações sobre a postura dos principais proprietários, pessoal chave da administração e dos responsáveis pela governança do cliente, com relação a assuntos como interpretação agressiva de normas contábeis e o ambiente de controle interno;

-se o cliente está primordialmente preocupado em manter os honorários da firma no nível mais baixo possível;

-indicações de limitação indevida no alcance do trabalho;

-indicações de que o cliente pode estar envolvido em lavagem de dinheiro ou outras atividades criminosas;

-as razões da disposição de contratar a firma e de não recontratar a firma anterior; a identidade e a reputação empresarial de partes relacionadas.

A NBC TA 315 também se manifesta nesse sentido, estabelecendo que o auditor deve buscar conhecer a entidade.

Como parte deste conhecimento, não podemos esquecer do elemento “controle interno”.

O ambiente de controle é um dos componentes do controle interno. Em relação ao ambiente de controle, o auditor deve avaliar se a administração, com a supervisão geral dos responsáveis da governança, criou e manteve uma cultura de honestidade e conduta ética; e os pontos fortes no ambiente de controle fornecem coletivamente fundamento apropriado para os outros componentes do controle interno, e se os outros componentes não são prejudicados por deficiências no ambiente de controle.

Item III- Verdadeiro.

NBC PA 01, A18

(19)

19 de 137|

www.direcaoconcursos.com.br

Considerar se a firma possui a competência, habilidades e os recursos para assumir um novo trabalho de um cliente novo ou existente envolve revisar as exigências específicas do trabalho e os perfis do sócio e do quadro técnico existentes, em todos os níveis relevantes, incluindo se:

o pessoal da firma tem conhecimento dos setores ou temas relevantes;

o pessoal da firma tem experiência relevante com as exigências regulatórias ou de relatório, ou a capacidade de obter as habilidades e o conhecimento necessários de maneira efetiva;

a firma tem pessoal suficiente com a competência e a habilidade necessárias;

existem especialistas disponíveis, se necessário;

existem pessoas disponíveis que atendam aos critérios e os requisitos de elegibilidade para realizar revisão do controle de qualidade do trabalho, quando aplicável; e a firma consegue concluir o trabalho dentro do prazo para apresentação do relatório ou relatório.

Se a especialização em área que não contabilidade ou auditoria é necessária para obter evidência de auditoria apropriada e suficiente, o auditor deve determinar a necessidade de utilizar o trabalho de especialista.

Resposta: A

(20)

20 de 137|

www.direcaoconcursos.com.br

O risco em auditoria

As organizações convivem com risco desde que existem. Num sentido lato, podemos defini-lo como a possibilidade de um perigo ou ameaça, é um evento potencial que pode impedir o alcance de um objetivo. É um elemento presente em qualquer atividade empresarial. O risco exterioriza-se das mais variadas formas, por exemplo: no surgimento de novos concorrentes, numa crise financeira, em falhas de softwares, em falhas de controle interno. Os riscos são gerados tanto externamente quanto internamente às organizações e a forma como a entidade gere lida com os riscos interessam não só a própria entidade, que precisa gerenciá-los, mas também ao auditor, pois poderá haver reflexos nas demonstrações contábeis. O auditor precisa conhecer, identificar e responder a esses riscos para a condução da auditoria.

Há quatro tipos de riscos que são relevantes para a condução de uma auditoria: Risco do negócio, risco de distorção relevante (risco de controle + risco inerente), risco de detecção e risco de auditoria. Veremos um a um.

Risco do negócio ou empresarial-RN

O risco do negócio não é um risco típico da auditoria enquanto técnica, mas sim, um risco empresarial, o risco de sofrer prejuízos, dos projetos falharem, o risco de sofrer demandas judiciais. É o risco de ter lucro ou prejuízo sob o ponto de vista do negócio. É um risco macro, engloba o risco de distorção relevante. Tanto a firma de auditoria, enquanto entidade empresarial, quanto à empresa auditada estão sujeitos ao risco do negócio.

Tome nota:

Esse é um risco natural de qualquer atividade empresarial, seja uma firma de auditoria, advocacia, indústria etc., portanto, não é um risco do processo de auditoria. É um risco das entidades em geral. Como a entidade auditada está sujeita a riscos do negócio, interessa ao auditor conhecer tais riscos que interagem com a entidade.

O auditor precisa entender o meio ambiente em que a entidade está envolvida e os riscos do negócio para desenvolver a auditoria.

O item A39 da NBC TA 315 (2016) esclarece:

O entendimento dos riscos de negócio enfrentados pela entidade aumenta a probabilidade de identificação de riscos de distorção relevante, já que a maioria dos riscos de negócio acabará por ter consequências financeiras e, portanto, efeito nas demonstrações contábeis. Contudo, o auditor não tem responsabilidade de identificar ou avaliar todos os riscos de negócio porque nem todos os riscos de negócio dão origem a riscos de distorções relevantes.

O RN poderá aparecer com “outro nome” como fez a FCC, por exemplo, na seguinte assertiva verdadeira:

“A sazonalidade, a concorrência, as condições econômicas do país e outros riscos dos produtos ou serviços são fatores que podem contribuir, nas auditorias, para o risco operacional”(FCC).

Veja que a designação do risco levou em conta um dos seus enfoques (operações). Assim, vamos aprender como classificar o risco de negócio:

(21)

21 de 137|

www.direcaoconcursos.com.br

Já apareceu assim...

FCC - MPE-PE - Analista Ministerial - Área Auditoria/2018 Segundo as normas de auditoria, o risco de negócio resulta de

A. distorção relevante identificada e avaliada que, no julgamento do auditor, requer consideração especial na auditoria.

B. condições, eventos, circunstâncias, ações ou falta de ações significativas que possam afetar adversamente a capacidade da entidade de alcançar seus objetivos e executar suas estratégias.

C. processo planejado, implementado e mantido pelos responsáveis pela governança, administração e outros empregados para fornecer segurança razoável quanto à realização dos objetivos da entidade.

D. declarações da administração, explícitas ou não, que estão incorporadas às demonstrações contábeis, utilizadas pelo auditor para considerar os diferentes tipos de distorções potenciais que possam ocorrer.

E. procedimentos de auditoria aplicados para a obtenção do entendimento da entidade e do seu ambiente, para a identificação e avaliação dos riscos de distorção relevante.

Resolução:

Risco de negócio não tem relação com auditoria. Eliminamos assim todas as assertivas que menciona aspectos relacionados à auditoria ( letras A, D e E).

Sobra-nos B e C. Porém, A “C” trata da forma como à Administração reage aos riscos e não do risco propriamente dito. O Risco do negócio está definido na letra B

Resposta C

Ri sc os do neg óci o

Riscos de mercado Condições que afetam um instrumento financeiro

Riscos operacionais

Condições que afetam as operações, processos internos, sistemas falhos

Riscos de crédito

Condições que dependem de

outra parte, como um

tomador de empréstimo

(22)

22 de 137|

www.direcaoconcursos.com.br

Risco de envolvimento

Situação que o auditor enfrenta antes de aceitar ou reter um cliente de auditoria. É a ameaça de envolver-se em uma administração não honesta, que dificulte o trabalho de auditoria, que não tenha capacidade de pagar os honorários, que manche o nome do auditor envolvendo-o em fraudes etc.

Risco de distorção relevante - RDR

É o risco de que as demonstrações contábeis ou afirmações contenham distorção relevante antes da auditoria. É o risco que se relaciona às transações, saldos e registros contábeis da entidade.

O risco de distorção relevante está presente na entidade antes mesmo do auditor ser contratado para realizar a auditoria.

Tais riscos podem existir em dois níveis:

▪ No nível geral

▪ No nível das afirmações

No nível geral, refere-se aos riscos de distorção relevante que afetam de forma disseminada as demonstrações contábeis, afetando muitas afirmações.

No nível das afirmações, refere-se a classes de transações, saldos contábeis e divulgações.

Uma dúvida que costuma aparecer nos fóruns de dúvidas é:

Professor, qual a diferença entre classe de transações e saldos contábeis?

“Classe de transações” refere-se a contas de resultado (despesa, receita, custos). Já o termo “Saldos contábeis” se refere a contas do Balanço (Ativo, passivo, PL)

O risco de distorção relevante (RDR) decorre da agregação do risco inerente (RI) e risco de controle (RC). Costuma- se representar matematicamente como:

RDR=RI x RC ou f(RI, RC)

A forma matemática de função nos fornece uma boa ideia da relação entre os elementos.

Risco inerente - RI

É a suscetibilidade de uma afirmação a respeito de uma transação, saldo contábil ou divulgação, a uma distorção que possa ser relevante, individualmente ou em conjunto com outras distorções, antes da consideração de quaisquer controles relacionados;

Exemplo:

“uma operação envolvendo instrumento financeiro derivativo, cuja avaliação pode envolver processo de estimativa, tem um risco inerente maior do que uma operação de compra de materiais de estoque de um fornecedor” ( Longo, Claudio. Manual de auditoria e revisão de demonstrações contábeis).

Por quê? Porque um cálculo complexo que envolve estimativas e julgamento pode variar bastante no seu resultado. Assim, aumenta o risco de distorção.

(23)

23 de 137|

www.direcaoconcursos.com.br

Perceba que o RI intrínseco à conta, à transação etc. Ele já está lá independente de qualquer coisa que você (auditor) possa fazer.

Para captar a essência do seu significado podemos recorrer a outros exemplos não usuais, veja:

▪ O risco inerente de calcular “2+2” é infinitamente inferior ao de se calcular uma expressão numérica complexa envolvendo limites e derivadas (pelo menos pra mim hehe).

▪ O risco inerente quanto a ser vítima de um crime é maior ao se caminhar numa rua deserta à noite do que quando se caminha nos corredores de um shopping center, por exemplo.

Transponha esses exemplos para o mundo contábil e nunca mais esquecerá sua definição.

Tome nota:

O risco inerente não é uniforme para toda classe de transações.

Transações que envolvam julgamento profissional, cálculos complexos, estimativas contábeis, partes relacionadas, ausência de pessoal qualificado estão mais sujeitas à distorção do que, por exemplo, operações simples e rotineiras. Operações em que os responsáveis não possuem treinamento adequado podem contribuir para o aumento do risco inerente também.

(adaptado de: Whinttington, Ray & PANY, Kurt. Principles of auditing & others assurance services) Cálculos complexos,

contas que envolvam estimativas e incertezas, transações

não rotineiras, valores elevados, presença de pessoal

não qualificado

Transações simples e rotineiras, de valores baixos, contas que envolvam pouco ou nenhum julgamento

da entidade

Risco inerente maior Risco inerente menor

(24)

24 de 137|

www.direcaoconcursos.com.br

Risco de controle - RC

O risco de controle é uma função da eficácia dos controles estabelecidos pela administração da entidade. É a possibilidade de a entidade não detectar ou não prevenir falhas, erros, fraudes em razão destes não serem captados pelos controles estabelecidos.

Matematicamente seria: f(procedimentos de controle)

Quanto mais eficazes são os controles menor é o risco de controle.

Para facilitar e conceituar de forma simples o risco de controle podemos chamá-lo mentalmente (apenas mentalmente) de “risco de não controle”. Assim você terá em mãos uma definição rápida para conceituar esse risco.

Percebeu por quê?

Na verdade, o risco de controle é o risco de “não controlar”, desta forma temos uma definição rápida sempre à mão.

Ao estudarmos os demais riscos, veremos também esses pequenos desvios de significado. Dessa forma vou aproveitar para deixar aqui logo esse macete que servirá para os demais.

Quando estamos diante de uma pessoa com uma doença terminal, poderemos dizer que há risco de vida ou risco de morte. O mais apropriado é risco de morte, pois o verdadeiro risco que a pessoa está sofrendo é de morrer.

Assim ocorre nos riscos de auditoria onde também temos uma designação que é imprecisa e não ajuda na conceituação.

▪ Assim, o Risco de controle na realidade quer dizer “risco de não controle”.

▪ O risco de detecção na verdade quer dizer “risco de não detecção”

Mas cuidado! Não existe “risco de não controle”, nem risco de “não detecção” isso é apenas um macete para você conceituá-los de forma simples, afinal, o risco de controle é, na sua essência, o risco de não se controlar e assim por diante.

Voltando ao assunto Risco de controle... a empresa precisa implantar controles eficazes para reduzir se Risco de controle.

Quanto aos controles implantados pela empresa, é importante ressaltar que por melhor que eles sejam, sempre existirá risco de distorção relevante, pois os controles podem ser burlados e há possibilidade de erros humanos e outras falhas.

Existe risco de controle zero?

Não, pois sempre haverá uma limitação nos controles internos. Eles podem ser burlados através de fraudes e conluios. Poderemos até ter um controle efetivo, mas por uma falha de treinamento de um funcionário não foi aplicado dentre outras situações.

Risco de detecção - RD

É o risco de o auditor não detectar distorções relevantes existentes. A NBC TA 200 descreve o RD como o risco de que os procedimentos executados pelo auditor para reduzir o risco de auditoria a um nível aceitavelmente baixo não detectem uma distorção existente que possa ser relevante, individualmente ou em conjunto com outras distorções.

(25)

25 de 137|

www.direcaoconcursos.com.br

Conforme o “macete” que introduzimos ao tratar do risco de controle temos:

Atenção:

Pela definição deste risco, em um “bom português”, ele deveria ser chamado de “RISCO DE NÃO DETECÇÃO”.

Entretanto, as normas lhe designam como Risco de detecção. Para fixar sua definição, podemos tomá-lo como

“Risco de não detecção”, embora, ressalto, tal termo não tenha sido previsto nas normas de auditoria.

Observem que a relevância é sempre levada em consideração pelo auditor. E esse parâmetro é importante porque o auditor não está obrigado a identificar distorções não relevantes.

O nível do risco de detecção tem relação inversa com os riscos de distorção relevante. Quanto maior o risco de distorção relevante menor será o RD a ser aceito pelo auditor.

Lógica facilmente verificável não é mesmo? Observe: se há um RDR alto, precisamos trabalhar com uma chance pequena de não detectar distorções. Logo, se RDR é alto, o RD deve ser baixo.

Verificamos essa lógica facilmente, por meio da abordagem matemática que se costuma aplicar ao risco de auditoria (RA) onde:

RA = RDR x RD

Quanto mais reduzirmos o RD abaixo de 100%, vamos reduzir o valor que seria encontrado na expressão matemática, ou seja, colaboramos para reduzir o RA. Veja:

Isso se deve ao fato de o RD atuar para “combater” o RDR. Confirmamos esse raciocínio analisando a fórmula matemática do risco de auditoria (RA = RDR x RD). Observe que, à medida que o auditor reduz o RD de 30% até 1%, obterá cada vez resultados menores de RA para o mesmo RDR hipotético (50%).

Para gerenciar o RD é necessário ter equipe de trabalho capacitada para o trabalho e aplicar testes substantivos em volume e qualidade compatíveis com o risco assumido.

O RD é uma função dos procedimentos de auditoria. Quanto maior e melhor os testes e procedimentos de auditoria menor a possibilidade de o auditor não detectar distorções relevantes. Sendo assim, o RD se relaciona com a natureza, época e a extensão dos procedimentos de auditoria.

Como gerenciar o Risco de detecção?

Colhendo evidências apropriadas e suficientes através dos testes de auditoria. Para isso pode ser necessário socorrer-se de especialistas em determinada área, aumentar a quantidade de procedimentos, alocar pessoal sênior na equipe de trabalho, etc.

Quanto melhor e eficazes os testes de auditoria, menor o risco de detecção. Ou seja: é menor a chance de o auditor não detectar distorções.

(26)

26 de 137|

www.direcaoconcursos.com.br

Risco de auditoria - RA

A NBC TA 200 descreve o risco de auditoria como o risco de que o auditor expresse uma opinião de auditoria inadequada quando as demonstrações contábeis contiverem distorção relevante. O risco de auditoria é uma função dos riscos de distorção relevante e do risco de detecção.

Embora não seja tarefa fácil mensurar matematicamente o risco de auditoria, podemos ilustrá-lo em modelo matemático incluindo três elementos: RC, RI e RD, atribuindo-se valores percentuais a cada um deles, evidenciando-se a relação entre ambos, da seguinte forma:

RA = RI x RC x RD ou

RA=f(RI, RC, RD) Lembrem que RI x RC corresponde ao RDR.

Observem ainda que, neste modelo, o auditor tem gestão apenas sobre o RD ou RA, já que o RDR tem origem na entidade e já existe antes mesmo da auditoria. Fixando o RA que se deseja correr na fase de planejamento, e mensurados o RC e RI da entidade, encontraremos o RD necessário, que em outras palavras se refere ao volume e qualidade de testes e evidências necessários para manter o RA no nível fixado.

Obs.: Aos níveis de RA, RI e RD podem ser atribuídos valores qualitativos ou quantitativos: Alto, Moderado e baixo; 1%, 2%....

Vamos entender o modelo matemático usando exemplos numéricos:

Digamos que na auditoria de uma empresa de alto risco o auditor tenha fixado o RA em um nível baixo - 1%. Ou seja, deseja trabalhar com um intervalo de confiança de 99%, logo, estaria exposto a uma chance de 1% de opinar que as demonstrações contábeis estão livres de distorção relevante quando não estão de fato.

Ao avaliar o meio ambiente interno e externo da entidade, o auditor identificou que seus controles são fracos, seu pessoal não é qualificado e há muitas transações complexas e não rotineiras. Diante disso fixou o RC e o RI em níveis altos- 100% cada um deles. Ou seja, o auditor está admitindo que 100% das transações da entidade são registradas com alguma distorção e em 100% dos casos o sistema de controle interno não consegue detectar a distorção.

Então temos:

RA= 1% (fixado pelo auditor) RI=100% (avaliado pelo auditor) RC=100%(avaliado pelo auditor) RD=?

RA = RI x RC x RD 0,01=1,0 x 1,0 x RD RD=0,01

Isso significa que para manter o risco de auditoria no nível desejado e definido preliminarmente (1%), o auditor deve dimensionar seus procedimentos de auditoria para trabalhar com um RD de 1% (resultado encontrado). Em outras palavras, o auditor está disposto a enfrentar uma chance de 1% de não detectar distorções relevantes nas demonstrações contábeis.

(27)

27 de 137|

www.direcaoconcursos.com.br

Existe risco de auditoria zero?

A única possibilidade de risco de auditoria zero é recusando o cliente. Sempre haverá risco. Ele pode ser mantido em nível aceitavelmente baixo, mas nunca zerado. Isso se deve porque a auditoria sofre limitações (é baseada em testes, amostragens, as evidências são persuasivas e não conclusivas etc.)

Aproveitando...

Existe Risco de controle ou risco inerente zero?

Também não! Eles até poderiam ser baixos ou baixíssimos, mas sempre haverá algum tipo de risco, pois sistemas falham, o homem erra, os controles e normas podem ser burlados etc.

Relações e interpretações decorrentes dos riscos

Esgotado os riscos, passemos a compreender algumas leituras possíveis e interpretações sobre os resultados e relações envolvendo os riscos que podem aparecer em provas. São frequentes as questões que buscam as relações entre os elementos que influenciam os riscos e as relações entre os próprios riscos. Vejamos:

Como fazer a leitura das informações... (valores hipotéticos)

RA=1%. Significa que a chance de a opinião do auditor no relatório de auditoria ser adequada é de 99%. A chance de opinar de forma inadequada quando as demonstrações contábeis contêm distorção relevante é de 1%.

(28)

28 de 137|

www.direcaoconcursos.com.br

RC=30%. Significa que o sistema de controle interno da entidade não conseguiu detectar falhas e erros de registros em 30 % das transações.

RI = 10%. Significa que 10% dos registros contábeis de uma conta ou classe de transação contém distorções.

Acompanhe, na figura, o fluxo resultante da relação entre os riscos e o risco de auditoria. A ideia do diagrama é o seguinte: A seta “bem grande” vai sendo combatida até que resulta em uma seta “pequena”. O que “sobra” é o risco de auditoria.

Explicando:

Observe que a organização é bombardeada por diversos riscos (risco inerente). A primeira barreira que surge são os controles internos. Os controles conseguem eliminar uma parte dos riscos, mas como têm limitações e podem ser burlados, uma parte dos riscos seguem adiante, dando origem ao risco de controle. A próxima barreira para identificar os riscos são os testes do auditor. Contudo, a auditoria também sofre limitações e poderá não detectar parte dos riscos de distorção não eliminados pelo controle interno. Nesse momento, temos o risco de detecção.

Se o auditor não detecta distorções relevantes pelos seus testes, corre-se o risco de as demonstrações contábeis estarem prejudicadas e uma opinião inadequada ser emitida, resultando no risco de auditoria.

(29)

29 de 137|

www.direcaoconcursos.com.br

Vejamos como os “riscos” são cobrados:

FUNDATEC – Auditor de Controle Interno Porto Alegre/2019

Ao tratar do tema risco de auditoria, as normas brasileiras de contabilidade definem diversos conceitos. Sobre tais definições, assinale a alternativa correta.

A. Risco de auditoria é o risco que existe antes da consideração de quaisquer controles, sua identificação é de responsabilidade da entidade auditada.

B. Risco de controle é o risco de que as demonstrações contábeis contenham distorção relevante em razão de fraudes cometidas pelo controle interno.

C. Risco de detecção é o risco de que os procedimentos adotados pelo auditor não detectem uma distorção relevante.

D. Risco de distorção relevante é o risco de que uma distorção relevante não seja detectada pela auditoria.

E. Risco inerente é o risco de que o auditor expresse uma opinião inadequada quando as demonstrações contábeis contiverem distorção relevante.

Resolução:

Letra A – Errado. É a definição de risco inerente.

Letra B – Errado. Decorre de falhas no controle interno. O controle interno não “comete fraudes”. As pessoas que o burlam sim.

Letra C – Certo. Em “bom português” o risco de detecção significa o “risco de não detectar”.

Letra D – Errado. Define risco de detecção.

Letra E – Errado. Define risco de auditoria Resposta: C

VUNESP – ISS Guarulhos-Inspetor Fiscal de Rendas /2019 Quanto aos tipos de riscos de auditoria, é correto afirmar que A. o risco de detecção independe da ação do auditor.

B. o risco de controle está ligado ao grau de eficácia dos procedimentos conduzidos pelo auditor.

C. o risco inerente é um risco próprio da natureza da atividade em questão.

D. o risco de controle é o risco de o auditor não detectar um erro ou fraude.

E. o risco de detecção se divide em risco de controle e risco inerente.

Resolução:

Letra A – errado. Depende dos procedimentos de auditoria.

Letra B – Errado. Se trocar “auditor” por “administração da entidade” ficaria correto.

Letra C – Certo. Há menos risco numa operação rotineira do que numa complexa, por exemplo.

(30)

30 de 137|

www.direcaoconcursos.com.br

Letra D – Errado. Risco de controle não depende do auditor.

Letra e – Errado. O Risco de distorção relevante (RDR) se divide em risco de controle e risco inerente. RDR = RC x RI.

Resposta: C

Consulplan – TRF2/2017

Na NBC TA 200 encontramos a definição de “risco de distorção relevante”. Segundo a norma, “é o risco de que as demonstrações contábeis contenham distorção relevante antes da auditoria. Consiste em dois componentes: risco inerente e risco de controle”. Assinale a alternativa que apresenta a definição correta de risco de controle, de acordo com a NBC TA 200.

A) É a suscetibilidade de uma afirmação a respeito de uma transação, saldo contábil ou divulgação, a uma distorção que possa ser relevante, individualmente ou em conjunto com outras distorções, antes da consideração de quaisquer controles relacionados.

B) É a suscetibilidade de uma afirmação a respeito de uma transação, saldo contábil ou divulgação, a uma distorção que possa ser irrelevante, individualmente ou em conjunto com outras distorções, que seja prevenida, detectada e corrigida tempestivamente pelo controle interno da entidade.

C) É o risco de que uma distorção que possa ocorrer em uma afirmação sobre uma classe de transação, saldo contábil ou divulgação e que possa ser relevante, individualmente ou em conjunto com outras distorções, não seja prevenida, detectada e corrigida tempestivamente pelo controle interno da entidade.

D) É o risco de que uma distorção que possa ocorrer em uma afirmação sobre uma classe de transação, saldo contábil ou divulgação e que possa ser irrelevante, individualmente ou em conjunto com outras distorções, que seja prevenida, detectada e corrigida tempestivamente pelo controle interno da entidade.

Resolução:

Letra A – define risco inerente.

Letra B e D– assertiva sem sentido, mistura conceitos, usa o termo “irrelevante” sendo que o que é “irrelevante”

não interessa a o auditor.

Resposta: C

FCC – TRF 3 – Analista – contador/2016

Um auditor independente verificou que o valor de uma demonstração contábil, antes da auditoria, era diferente daquele exigido de acordo com a estrutura de relatório financeiro aplicável. Nos termos da NBC TA 200, a possibilidade dessa diferença ser relevante é considerada um risco de

a) auditoria.

b) asseguração razoável.

c) distorção relevante.

d) derivado do julgamento profissional.

(31)

31 de 137|

www.direcaoconcursos.com.br

e) derivado do ceticismo profissional.

Resolução:

Letra A - Errada. O risco de auditoria surge após a auditoria. O enunciado solicita a identificação de risco que já existe antes da auditoria.

Letra B - Errada. Asseguração razoável significa o grau de segurança que o auditor é capaz de fornecer em uma auditoria. Não há relação com o enunciado da questão, tampouco é espécie de risco em auditoria.

Letra C: Certa. O risco de conter distorção relevante antes da auditoria é o risco de distorção relevante (RDR), que nasce a partir da conjugação do risco de controle e do risco inerente. O RDR independe de qualquer ação do auditor, pois é um risco da empresa, em decorrência do seu ambiente e da forma como reage aos riscos.

Letra D - Errada. Não é um risco presente na técnica de auditoria. É mera invenção do examinador nessa questão.

Letra E: Errada. Não é um risco presente na técnica de auditoria. É mera invenção do examinador nessa questão.

Resposta: C

UFG - Auditor ISS GOIANIA-GO/2015

Risco de auditoria é o risco de que o auditor expressa uma opinião de auditoria inadequada quando as demonstrações contábeis contiverem distorção relevante. O risco de auditoria é uma

(A) exigência do risco de percepção e do risco pelo sócio do trabalho.

(B) renúncia de suporte aos riscos em que se baseia a opinião do auditor.

(C) função dos riscos de distorção relevante e do risco de detecção.

(D) relação de eventos que exige conformidade com os riscos da auditoria.

Resolução:

Podemos nos valer da expressão matemática do risco de auditoria, onde RA = RDR x RD ou RA = f(RDR, RD).

Resposta: C

Materialidade

A materialidade é um conceito indissociável de risco, uma vez que o risco é medido em termos de materialidade.

A definição da materialidade é questão de julgamento profissional do auditor. O que é material para uma empresa pode não ser para outra.

Não é sem motivo que a NBC TA 320 esclarece que julgamentos sobre materialidade são feitos à luz das circunstâncias envolvidas, e são afetados pela magnitude e natureza das distorções, ou a combinação de ambos.

Assim podemos concluir que não há uma só fórmula de cálculo para definir o que é material e o que não é.

Tudo é questão de julgamento profissional!

O Fasb define a materialidade como:

Referências

Documentos relacionados

São equiparados aos estabelecimentos industriais para fins de incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados os estabelecimentos, ainda que varejistas,

Em relação à análise de agrupamentos (clusterização) em mineração de dados, julgue o item seguinte. O método de clustering k-means objetiva particionar ‘n’ observações

Um departamento (entidade Departamento) aloca diversos empregados (entidade Empregado). Um empregado só pode ser alocado em um único departamento. Os atributos

No entendimento da Secretaria da Receita Federal, o Sistema Público de Escrituração Digital (Sped) consiste na modernização da sistemática atual do cumprimento das

I. Uma taxa é dita “nominal” quando ela é expressa em uma unidade temporal DIFERENTE da frequência de capitalização. Ex.: 6% ao semestre, com capitalização

(A) um arquivo digital, que se constitui de um conjunto de escriturações de documentos fiscais e de outras informações de interesse dos Fiscos das unidades

Como 280.000 litros corresponde a 4/5 do total, podemos calcular a quantidade restante para encher o reservatório, que deve corresponder a 1/5 do total.. Portanto, precisamos de

“No 45º Leilão de Biodiesel da ANP foram arrematados 657,8 milhões de litros de biodiesel, sendo 100,0% deste volume oriundos de produtores detentores do selo Combustível Social.