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Rev. Estud. Fem. vol.25 número1

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Academic year: 2018

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Estudos Feministas, Florianópolis, 25(1): 422, janeiro-abril/2017

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Editorial

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http://dx.doi.org/10.1590/1806-9584-2017v25n1p5

Esta obra está sob licença Creative Commons.

Esse é o primeiro número da Revista Estudos Feministas

em 2017. Se fossem tempos de comemorações, poderíamos dizer que fazemos parte de uma convenção chamada Bodas de Prata: são 25 anos de um esforço cotidiano, compartilhado e coletivo, para conferir sistematicidade a vertentes de pesquisas e estudos em torno das temáticas de gênero e feminismos, da importância da palavra escrita como registro da memória individual, acadêmica, política e cultural. Mas, mais do que nunca, vivemos um tempo de resistência, de urgências para que nós e a REF possamos construir cada vez mais redes e elos, de enfrentar um passado que não passa e se faz presente, de ocupar espaços com a maneira corajosa e geracional de deixar as marcas, rastros e vestígios das conquistas que tivemos na última década.

Assim, a REF se configura, nesse número, pelas abordagens políticas, culturais, sociais, concentradas em pesquisas que buscam falar em nome de tensões significativas, com ressonâncias culturais, éticas e políticas.

Em “Cultura do estupro: prática e incitação à violência sexual contra mulheres”, Renata Floriano de Sousa foca sua pesquisa na violência sexual contra a mulher, buscando desconstruir a imagem mítica tanto da vítima quanto do próprio estuprador como meio de revelar, para além do ideário popular, o que, de fato, é o estupro.

Por sua vez, Caterina Alessandra Rea, em “Redefinindo fronteiras do pós-colonial. O feminismo cigano no século XXI”, apresenta o feminismo romani que vem se desenvolvendo na Europa e na América, propondo uma redefinição das fronteiras do pós-colonial ao enfatizar novos espaços de subalternidade e de luta.

Alejandra Araiza Díaz, em “Hacia la búsqueda de vidas vivibles. El caso de las Feministes Indignades en Barcelona”, apresenta artigo fundado em pesquisa etnográfica sobre o processo de transição de um coletivo feminista cujo intento é o de centralizar as questões do cuidado e do resgate da sustentabilidade da vida, apresentando-se como representante da terceira onda feminista.

No artigo “Homem negro, negro homem: masculinidades e feminismo negro em debate”, Mônica Conrado e Alan Augusto Moraes Ribeiro situam a emergência dos conceitos blackness,

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hooks e Patricia Collins sobre homens e masculinidades negras, a/o autora/or analisam os textos dessas teóricas, buscando seus rastros e conexões em autoras e autores que trataram do tema no Brasil e outros países, no intuito de desmanche de estereótipos que dificultem a construção de outras narrativas sobre as masculinidades negras.

Daniela Tiffany Prado de Carvalho e Claudia Mayorga, no artigo “Contribuições feministas para os estudos acerca do aprisionamento de mulheres”, analisam a questão das mulheres presas e sua participação em atos criminais em Minas Gerais, estado em que tem havido um aumento significativo da população feminina aprisionada. Chamando atenção para o fato de essas mulheres serem ainda percebidas pelos vieses da moral e do exotismo, as autoras remetem-se à história das punições sob as lentes das teorias feministas, ressaltando a importância de estudar as instituições prisionais para mulheres a partir das experiências das presas, no sentido de questionar os imperativos de seletividade e controle que caracterizam o sistema penal brasileiro.

Em “Gênero, sexo, raça e a formação de subjetividades femininas em Cuba, século XIX”, Olga Cabrera analisa os processos de transformação das relações de gênero e construção da subjetividade feminina de mulheres negras e mulatas do século XIX, em Cuba, em relação às normativas masculinas brancas dominantes. Sua análise se centra no processo pelo qual essas mulheres lançadas na marginalidade foram capazes de reconstruir relações sociais fundadas no acervo cultural africano.

Anna Paula Vencato, no artigo “Narrativas sobre conjugalidade de mulheres que se relacionam com ‘crossdressers’”, discorre sobre sua pesquisa com companheiras de homens que praticam crossdressing, buscando compreender como lidam com o segredo que acompanha essa prática, as tensões relativas às convenções de gênero e sexualidade e seus impactos na vida privada.

Entendendo a prostituição como instituição patriarcal que estigmatiza as mulheres que a praticam e a maternidade como vinculada a imaginários prescritivos e a políticas de controle de gênero, Macarena Trujillo Cristoffanini, em “Maternidad y prostitución ¿contradictorias y excluyentes?”, desenvolve pesquisas sobre vivências de maternidade entre mulheres que exercem prostituição em vias públicas na cidade de Barcelona.

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investigação sociológica de gênero do qual elas são integrantes. Ressaltando que e a pesquisa é representativa da população uruguaia, enfatizam seus resultados que indicam serem esses trabalhos realizados em família, principalmente por mulheres mais velhas.

Pesquisando a participação, no mercado de trabalho, de pais e mães com filhos pequenos, residentes em bairros de classes populares na cidade de São Paulo, Regina Madalozzo e Merike Blofield analisam, em “Como famílias de baixa renda em São Paulo conciliam trabalho e família?”, as desigualdades entre homens e mulheres, ressaltando a desproporcionalidade de impactos do conflito trabalho-família que recai, principalmente, sobre as mulheres pesquisadas.

Vicente Llorent e Verónica Cobano-Delgado Palma, em seu artigo “La mujer en los órganos de gobierno de la Universidad de Sevilla”, mostrando, inicialmente, que nas universidades espanholas ocorre uma nítida segregação horizontal e vertical por gênero, estudam a imagem que a participação defasada de mulheres nos setores de gestão da Universidade de Sevilha projeta no professorado daquela instituição.

A Seção Temática “Gêneros, sexualidades e mídias contemporâneas”, organizada por Larissa Pelúcio e Richard Miskolci, trata de efeitos provocados nas relações e processos de subjetivação contemporâneos pelo advento de novas tecnologias comunicacionais que, mediante a produção de conteúdo sem profusão e de forma menos verticalizada, têm propiciado um campo fértil para a expressão de demandas políticas relativas às questões de gênero e sexualidades.

Resenhas de obras publicadas no campo dos estudos feministas e de gênero sobre temas como cuidado, cidadania e trabalho, violências contra as mulheres, perspectivas feministas em Moçambique, direitos das mulheres e jogos digitais fecham este primeiro número da REF, em 2017, quando a revista completa 25 anos de publicação ininterrupta. Boas leituras!

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