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O GÁS NATURAL LIQUEFEITO COMO ALTERNATIVA ENERGÉTICA NO TRANSPORTE MARÍTIMO: OS TERMINAIS DE REGASEIFICAÇÃO

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XI FATECLOG - OS DESAFIOS DA LOGÍSTICA REAL NO UNIVERSO VIRTUAL FATEC JORNALISTA OMAIR FAGUNDES DE OLIVEIRA

BRAGANÇA PAULISTA/SP - BRASIL 29 E 30 DE MAIO DE 2020

O GÁS NATURAL LIQUEFEITO COMO ALTERNATIVA ENERGÉTICA NO TRANSPORTE MARÍTIMO: OS

TERMINAIS DE REGASEIFICAÇÃO

GABRIELLA ELIAS GOUVEA (Faculdade de Tecnologia Rubens Lara)

gabriella.e.gouvea@gmail.com PAOLA SATO OKIDOI (Faculdade de Tecnologia Rubens Lara)

paolaokidoi@gmail.com

RESUMO

Sendo uma energia alternativa no processo de transição do mundo atual, o Gás Natural Liquefeito (GNL) é um produto que está crescendo no mercado nacional e internacional. Sua utilização em termos de emissões é mais amigável, quando comparada ao petróleo, representando uma matriz energética de transição mais limpa.

Atualmente, há uma quantidade relativamente pequena de terminais para a alta demanda no país e por isso, algumas empresas já estão com planos de implantação de mais terminais, incluindo no Porto de Santos, que tem as vantagens de estar no maior polo industrial do país e de ser o maior porto brasileiro, gerando a possibilidade de futuro abastecimento de embarcações, mas também de redução de custo para o setor produtivo industrial. No entanto, com a vinda do COVID-19 o mercado de gás acabou sendo afetado. Nesse sentido, justifica-se o presente artigo, tendo em vista os avanços ambientais e econômicos que poderiam ser atingidos com o uso do GNL. Assim, este artigo tem por objetivo, verificar o desenvolvimento da infraestrutura de terminais de regaseificação no Brasil, assim como, identificar possíveis portos de abastecimento com base nas projeções governamentais para o setor brasileiro. A metodologia utilizada foi a revisão bibliográfica, com base em documentos governamentais, artigos nacionais e internacionais sobre o setor, aplicada de forma descritiva.

PALAVRAS-CHAVE: GNL. terminal de abastecimento. gás natural liquefeito.

A B S T R A C T

As an alternative energy in the transition process of the current world, Liquefied Natural Gas (LNG) is a product that is growing in the national and international market. Its use in terms of emissions is more friendly when compared to oil, representing a cleaner transition energy matrix. Currently, there is a relatively small number of terminals for high demand in the country and, therefore, some companies already have plans to implement more terminals, including in the Port of Santos, which has the advantages of being in the largest industrial hub in the country and of being the largest Brazilian port, generating the possibility of future supply of vessels, but also of cost reduction for the industrial productive sector. However, with the arrival of COVID-19 the gas market was affected. In this sense, this article is justified, in view of the environmental and economic advances that could be achieved with the use of LNG. Thus, this article aims to verify the development of the infrastructure for regasification terminals in Brazil, as well as to identify possible supply ports based on government projections for the Brazilian sector. The methodology used was the literature review, based on government documents, national and international articles on the sector, applied in a descriptive manner.

Keywords: LNG. supply terminal. liquefied natural gas.

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1. INTRODUÇÃO

Diante do atual cenário climático mundial, surge a necessidade de uma rápida resolução, assim, vários países passaram a adotar o GNL como combustível, tanto para embarcações, veículos, portos, e o setor industrial produtivo. Diante dessa alta demanda em 2020 e desse forte apelo ambiental, passou-se a formular novas políticas de abastecimento para o uso do GNL.

Nesse sentido, o setor marítimo foi impactado pela Regra de Limite de Enxofre imposta pela Organização Marítima Internacional (IMO), com início em 01 de janeiro de 2020, que estabeleceu novos parâmetros de enxofre no combustível marítimo, impactando economicamente o setor. Vale dizer, que algumas grandes companhias de navegação, já passaram a adotar o GNL em sua frota, tanto como benefício ambiental, visando atender a nova Regra IMO 2020, como por interesse econômico, visto tratar-se de um combustível mais barato.

Diante dessa nova realidade, observou-se um aumento significativo de terminais de regaseificação pelo mundo, o que no Brasil, não seria diferente. Assim, sua adoção poderia facilitar um possível apoio ao abastecimento de embarcações movidas a GNL nos portos brasileiros, contribuindo tanto em termos ambientais como econômicos ao setor.

Com o COVID-19 (corona vírus) à tona, o mercado de gás foi extremamente afetado, fazendo com que a demanda tenha diminuído consideravelmente, já que a economia de vários países desenvolvidos e subdesenvolvidos tenha parado. A dúvida atual é o quanto isso afetará o mercado do gás quando a pandemia cessar. Diante desse contexto, este artigo tem por objetivo, verificar o desenvolvimento da infraestrutura de terminais de regaseificação no Brasil, assim como, identificar possíveis portos de abastecimento com base nas projeções governamentais para o setor no Brasil.

Para tanto, a metodologia utilizada foi a revisão bibliográfica, com base em documentos governamentais, artigos nacionais e internacionais sobre o setor, aplicada de forma descritiva conforme sugerido por Prodanov e Freitas (2013, p.127), que busca [...] “Expor as características de uma determinada população ou fenômeno, demandando técnicas padronizadas de coleta de dados”.

2. GÁS NATURAL LIQUEFEITO NO CENÁRIO GLOBAL

O gás natural liquefeito (GNL) é basicamente gás natural que, após purificado, é condensado ao estado líquido através de um processo criogenia, onde este é resfriado a uma temperatura de aproximadamente -162ºC. Esse processo reduz o seu volume em aproximadamente 600 vezes, o que facilita a logística do seu transporte através de navios- tanque especializados a este segmento (SHAREAMERICA, 2017).

O mercado internacional de GNL cresce de forma acelerada e teve, entre os anos de 2018-2019, importantes marcos na sua indústria, como a entrada de Camarões e Argentina para o grupo de países exportadores, ambos com projetos de plataformas flutuantes de liquefação de gás natural (FLNGs - Floating Liquefied Natural Gas) (EPE, 2020b).

Em 2018, o crescimento do mercado de GNL contou com a manutenção pela China de níveis robustos de crescimento da importação. Do lado da oferta, Austrália e Estados Unidos seguem como os principais mercados exportadores de GNL em expansão no mundo. Enquanto os preços médios do GNL spot até outubro de 2018 seguiam altos (11 US$/MMBtu) acompanhando as tendências do preço do petróleo e a forte demanda asiática, a partir de novembro de 2018 este preço começou a cair, chegando a custar abaixo dos 4 US$/MMBtu na média de setembro de 2019 (EPE, 2020b).

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Já no Brasil, a redução dos preços do GNL teve impacto direto nas cargas importadas, de quem compra no mercado spot e de curto prazo. A queda estimulou o consumo provocando um aumento considerável nas importações brasileiras em relação ao ano anterior.

O Brasil, que usa o GNL principalmente para gerar energia elétrica, segue incorporando mais projetos de termelétricas a gás natural na sua matriz, sendo a maior parte delas vinculadas a terminais de GNL, podendo ser uma opção para monetização da produção de gás do pré-sal.

Além disso, alternativas de pequena escala para o uso do GNL estão sendo estudadas, como exemplo a aplicação em caminhões e veículos leves, podendo dessa forma, vir a aumentar a demanda pelo combustível no País (EPE, 2020b).

No mesmo sentido, cabe destacar que as mudanças no marco regulatório advindas do Novo Mercado de Gás, principalmente com a entrada de novos agentes e com o aumento de investimentos no setor, devem alterar a dinâmica dos mercados regionais de gás natural no Brasil, fazendo com que o GNL tenha ainda mais relevância por razões de segurança operacional e comercial. Apesar do aumento no volume ofertado e da competitividade do gás do pré-sal, isto deve ocorrer devido à flexibilidade e à robustez que o GNL pode trazer para o mercado de gás natural e para a operação da malha, além dos baixos preços que podem vir a ser observados no mercado global nos próximos anos (EPE, 2020b).

3. ASPECTOS AMBIENTAIS DO GNL NO TRANSPORTE MARÍTIMO

O transporte marítimo é um dos modais mais eficientes e utilizados no mundo, sendo responsável por movimentar 90% das relações comerciais nacionais e internacionais.

Atualmente, este modal é responsável por mais de 3% das emissões globais de CO2 e devido as emissões poluentes provenientes dos navios, elas podem chegar em 5% até 2050 (SARDINHA, 2013). Um dos principais fatores contribuintes para as emissões é o sistema de geração de eletricidade de propulsão e funcionamento dos navios, onde entre esses poluentes é encontrado o dióxido de carbono (CO2), dióxido de enxofre (SO2), óxidos de nitrogênio (NOx) e material particulado (PM) (MOTTA, 2015).

Deste modo, a poluição do ar tem uma ação direta no aquecimento global, consequente da degradação de ecossistemas e de chuvas ácidas que estão ligados ao nível ambiental e saúde humana através de contaminações de gases, partículas sólidas e líquidas. Essas partículas suspensas no ar são consideravelmente pequenas e ao atravessar os tecidos e a corrente sanguínea até chegar aos pulmões, desencadeia-se inflamações que normalmente causam falhas cardíacas e pulmonares (SARDINHA, 2013).

A Organização Marítima Internacional (IMO), com o seu o novo regulamento IMO 2020 estabeleceu algumas regras para a redução de emissões de SO2 (dióxido de enxofre) no meio ambiente, onde, a partir do dia 1 de janeiro de 2020 todos os navios devem adotar em caráter obrigatório e igual a utilização de combustíveis com baixo teor de enxofre (0,5%), hoje a utilização é de 3,5%. Os dados também afirmam que a redução poderá evitar 134 mil mortes prematuras na Ásia, 32 mil na África e 20 mil na América Latina, devido aos problemas referentes à saúde pela emissão dos poluentes (PORTOS E NAVIOS, 2017).

O óleo HFO fornecido aos navios contém diversos tipos de impurezas e metais pesados, como parte do petróleo bruto natural e resultado do processo de refino, as impurezas e os metais pesados são encontrados nesse tipo de combustível. O depurador lava o enxofre e os metais pesados, sendo uma das razões pelas quais o níquel, vanádio e outros metais são encontrados na água de lavagem (MPA - SINGAPORE, 2020).

Assim, o ideal seria planejar um modelo de coleta de água de lavagem, o que evitaria que a maior parte da água fosse descarregada no mar. Para isso, as equipes que prestam serviços

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nas áreas portuárias de recepção, e que realizam a retirada de Sludge, poderiam viabilizar mais este serviço, contribuindo significativamente com o meio ambiente marítimo (MACHADO, 2020).

4. O ABASTECIMENTO DE GNL NOS PORTOS INTERNACIONAIS

Impulsionada por um requisito para fornecer novas construções movidas a GNL, a infraestrutura de abastecimento continua a se expandir rapidamente pelo mundo por conta do aumento de sua demanda. Dos 25 principais portos globais classificados por volume de comércio, o GNL já está disponível em 24 deles, além disso, nove dos dez principais portos de bunker já podem, ou planejam até 2021 fornecer o GNL como combustível para bunkers marítimos (KELLER, 2019).

No final de 2018, nove navios tanque de GNL estavam em operação - acima de um navio no início de 2017. Espera-se que esses números mais que dobrem em 2020. A partir de pedidos declarados, é previsto que os navios tanque de GNL devam operar globalmente nos próximos três ou quatro anos nos principais pontos de abastecimento da Ásia, Europa, Oriente Médio e América do Norte (KELLER, 2019).

Os navios com capacidade de GNL em 2018 eram 223, em 2019 o número subiu para mais de 300 navios. O banco de dados públicos da DNV GL mostrou pedidos de quase 200 a mais, comprovando o forte crescimento de embarcações movidas a GNL. Toda essa atividade faz sentido, pois o GNL é o único combustível seguro. escalável e comercialmente competitivo que fornece os benefícios do ar puro e da saúde humana exigidos pela IMO 2020 e por muitas comunidades locais (KELLER, 2019).

Figura 1 - Mapa dos Portos Mundiais que fazem o abastecimento de GNL

Fonte: CAPRA ENERGY GROUP (2015)

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A figura 1 acima, apresenta todos os portos que fazem parte do abastecimento de GNL no mundo.

5. TERMINAIS DE REGASEIFICAÇÃO E FUTUROS TERMINAIS DE ABASTECIMENTO NO SISTEMA PORTUÁRIO BRASILEIRO

O GNL vem assumindo o papel do atendimento à demanda no Brasil cada vez mais, e segundo o EPE, 2019, o Brasil dispõe de três terminais de regaseificação em operação, todos pertencentes da Petrobras, que podem despachar até 41 MMm³/dia de gás natural à malha de transporte: um no Porto de Pecém, no Ceará, com capacidade de regaseificação de 7 MMm³/dia;

um na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, com capacidade de 20 MMm³/dia; e um terceiro na Baía de Todos-os-Santos, na Bahia, com capacidade para regaseificar 14 MMm³/dia. Estes terminais estão interligados à malha integrada de gasodutos de transporte, permitindo o direcionamento das cargas de GNL regaseificadas para o mercado.

Figura 2 - Terminais de GNL no Brasil

Fonte: EPE (2019)

A figura 2 acima, apresenta todos os terminais de regaseificação de GNL que estão sendo desenvolvidos pelo país, sendo divididos em existentes, previstos (em etapa de construção) e em projetos estudados até este ano.

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Como podemos ver na imagem 2, segundo o EPE (2019), na região Sudeste há 1 terminal de regaseificação de GNL existente no município do Rio de Janeiro/RJ (Baía de Guanabara), 1 previsto no município em São João da Barra/RJ (Porto do Açu) e 7 possibilidades de terminais nos municípios de: Peruíbe/SP, Santos/SP (Terminal COSAN), Macaé/RJ (TEPOR), São Francisco de Itabapoana/RJ (Porto Norte Fluminense), Presidente Kennedy/ES (Porto Central) e Barra do Riacho/ES (IMETAME Logística Porto e Terminal Petrobras).

Entre os sete terminais estudados, a empresa COSAN está em processo de viabilizar um terminal de GNL em Santos, com intuito de diversificar a oferta de gás no estado de São Paulo.

O objetivo do terminal é interligar a malha de gasodutos de distribuição da COMGÁS no município de Cubatão (SP) através de um gasoduto de 8,5 km de extensão e 20 polegadas de diâmetro como está na imagem a seguir (CONSEMA, 2019).

Figura 3 - Terminal da COSAN e proximidades

Fonte: EPE (2019)

A figura 3 apresenta a localização do terminal da COSAN, mostrando onde será instalado os gasodutos de transporte, de distribuição e os integrantes do Terminal.

6. O PÓS COVID-19 NO CENÁRIO DO GNL

Segundo a ABEGÁS (2020), com a demanda baixa, os commodities passam por uma crise eminentemente em função do impacto do vírus COVID-19 na economia global, investidores estão pagando para se desfazerem de barris de petróleo que estão gerando preços negativos.

O mercado de gás também está sendo atingido vigorosamente, perfurações e poços de exploração foram paralisados e fechados, o histórico reverso no setor de óleo levou a cotação do xisto a retroceder. A expectativa da produção de gás de xisto (gás usado para produzir gás

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natural que serve de combustível para indústrias e veículos) é eminentemente de baixa (ABEGÁS, 2020).

O setor analisa este cenário de forma negativa e segundo a consultoria IHS (2020) prevê que a produção do petróleo deva cair para 10,1 milhões de barris por dia até o final do ano, sendo que a queda poderá continuar até o ano de 2022, porém uma solução para salvar a indústria de petróleo e xisto é a chegada de novos investidores neste setor do mercado, o que no momento é improvável. (ABEGÁS, 2020).

6.1 O MERCADO DE GNL PÓS-PANDEMIA

O mercado de GNL ainda não está sofrendo com a redução de demanda, pois as economias que o utilizam o gás como meio de energia ainda não demonstraram uma grande diminuição de consumo. Até o início de 2020, o mercado de GNL seguia em grande crescimento da oferta com uma participação importante e crescente dos EUA, todavia, a demanda não acompanhou o forte crescimento da capacidade de liquefação, por conta do crescimento fraco da economia e a dois invernos menos rigorosos que afetaram o Hemisfério Norte (PRADE; D'APOTE, 2020).

Por isso, o mercado de GNL já mostrava certo desequilíbrio entre oferta e demanda e preços bem baixos, a esperança pré-covid19 era que com o tempo a economia se equilibrasse aos poucos nos próximos anos conforme a demanda fosse crescendo. Com essa crise sanitária não prevista, o preço do gás teve uma redução relativamente alta, na Europa os preços estão em torno de US$ 2 /MMBtu e nos Estados Unidos, o gás tem sido negociado em torno de US$ 1,8 /MMBtu (PRADE; D'APOTE, 2020).

Até então, o desequilíbrio era solucionado com o redirecionamento de cargas para os estoques da Europa, porém, quase todos os estoques estão cheios, por conta dos invernos poucos rigorosos que ocorreram, e quando chegarem ao limite da capacidade, será necessário ser feito um corte da produção (PRADE; D'APOTE, 2020).

Dessa forma, a produção de GNL deve ser afetada por atrasos em projetos que estão em construção e a dificuldade da mobilização de recursos humanos e internacionais por conta do coronavírus. A longo prazo, os impactos poderão ser em função de cancelamentos ou adiamentos de investimentos no mercado de liquefação (PRADE; D'APOTE, 2020).

7. RESULTADOS E DISCUSSÃO

O objetivo inicial do projeto foi identificar as vantagens de trazer um terminal de abastecimento de gás natural liquefeito para os portos brasileiros. Com isso, foram feitas pesquisas de outros terminais do mundo que já trabalham com esse tipo de abastecimento de gás para assim, conseguir identificar as vantagens e desvantagens.

Foi salientado que por conta da IMO 2020 todos os portos deveriam diminuir seus poluentes, começando pelo abastecimento de navios, e por isso o gás GNL virou uma opção, tendo em vista que o Brasil deve considerar a instalação do terminal de abastecimento já que de acordo com a imagem 2, haverá bastantes terminais de regaseificação no país.

Dessa forma, fica comprovado que é vantajoso trazer esse tipo de terminal para o país, já que haverá uma grande demanda de navios à procura do GNL para o abastecimento.

Fica claro que mesmo com toda a crise do COVID-19, o GNL ainda é vantajoso de se trabalhar, pois grandes economias utilizam do mesmo, sendo assim, um terminal de abastecimento ainda continua sendo uma boa opção.

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8. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O novo mercado do gás natural liquefeito vem sofrendo alterações em grandes partes do mundo e nos últimos anos, grandes empresas estão investindo nas novas tecnologias para a introdução do GNL. Sendo um dos principais combustíveis marítimos, a utilização deste combustível alternativo vem contribuindo de forma significativa para o cenário mundial, devido a qualidade do clima e a saúde da humanidade, graças aos novos marcos regulatórios que restringem as emissões de poluentes advindas dos navios.

Com tudo, devido a essa nova pandemia do COVID-19, o vírus apresenta um crescimento exponencial com altos impactos econômicos no mercado global, bem como no mercado de petróleo, tendo em vista os estoques de petróleo acumulados pelo mundo.

Economicamente, pós-coronavírus o GNL pode ter capacidade para competir com os demais combustíveis, o que dependerá das relações entre os preços dos combustíveis e do petróleo. O surgimento de incentivos financeiros e as taxas diferenciadas sobre as emissões de poluentes dos navios, também podem vir a contribuir economicamente para que os altos custos de conversão dos navios sejam compensados no decorrer desses projetos, incentivando, assim, ainda mais a adoção desse combustível.

Uma alternativa considerável que pode suprir a falta de estrutura do gás natural liquefeito são os usos de FLNGs para produções e liquefação do gás, podendo ser armazenados em tanques de navios plataforma e, consequentemente aliviados para navios gaseiros. A adoção de cuidados de higiene, distanciamentos sociais sob a conscientização da população também é uma grande alternativa neste cenário atual em que estamos vivendo, pois há grandes chances desse vírus levar a economia global à recessão.

A recuperação do mercado mundial não deverá ser instantânea para absorver os excedentes e se o cenário global econômico ainda permanecer em declínio, a oferta no mercado mundial seguirá maior do que a procura e a espera para o consumo do petróleo será mais longa.

REFERÊNCIAS

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