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Comparação dos níveis de aptidão física e composição corporal, entre alunos praticantes e não praticantes de desporto escolar

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Academic year: 2021

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Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

2º CICLO EM ENSINO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

NOS ENSINOS BÁSICO E SECUNDÁRIO

Relatório de Estágio

Comparação dos níveis de aptidão física e

composição corporal, entre alunos praticantes e

não praticantes de Desporto Escolar

Mestrando: Jorge Nadine Coelho

Supervisor: Professor Doutor Francisco Saavedra

Orientador cooperante: Dr. António Lírio

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JORGE NADINE COELHO

2º CICLO EM ENSINO DE EDUCAÇÃO FÍSICA NOS ENSINOS BÁSICO E SECUNDÁRIO

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

COMPARAÇÃO DOS NÍVEIS DE APTIDÃO FÍSICA E COMPOSIÇÃO CORPORAL, ENTRE ALUNOS PRATICANTES E NÃO PRATICANTES DE DESPORTO

ESCOLAR

Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro Vila Real, 2013

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Este relatório de estágio foi apresentado à UTAD, no DEP – ECHS, como requisito para a obtenção do grau de Mestre em Ensino da Educação Física dos Ensinos Básico e Secundário, cumprindo o estipulado na alínea b) do artigo 6º do regulamento dos Cursos de 2ºs Ciclos de Estudo em Ensino da UTAD, sob a orientação do Professor Doutor Francisco Saavedra.

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AGRADECIMENTOS

Este trabalho representa o culminar de uma etapa de árduo trabalho e empenho, em busca do conhecimento, de forma tornar-me um profissional competente.

No entanto, sozinho não seria possivel ultrapassar todos os obstáculos, e por isso não poderia deixar de agradecer às pessoas que participaram neste meu percurso e fizeram com que os meus objetivos fossem alcançados com sucesso.

Aos meus orientadores Doutor Francisco Saavedra e o Dr. António Lírio por toda a disponibilidade, paciencia, exigência, rigor e enorme competência, que foram determinantes na transmissão de experiências e conhecimentos que me tornaram num profissonal mais dotado e competente.

Aos meus companheiros de estágio, Flávia Lima e Rui Monteiro, por estarem sempre presentes, pelo apoio, diponibilidade, troca de ideias e trabalho em equipa que permitiu a superação de todas as nossas tarefas e por isso, saímos deste estágio com a sensação de dever cumprido.

Aos meus pais e irmã, pela oportunidade que me deram para conseguir a minha formação académica e por serem o suporte de todo este percurso.

A toda a minha familia pelo carinho e apoio incondicional, e o orgulho que demonstraram em mim.

A todos os meus amigos, desde os companheiros de estudo que me incentivavam na constante procura de conhecimento, aos companheiros de jogatanas de futebol, snooker e cartas com quem me divirto nos tempos livres, pois todos foram essenciais ao longo destes anos.

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RESUMO

O presente Relatório visa descrever todas as atividades elaboradas e desenvolvidas no âmbito do estágio pedagógico em educação física no Agrupamento de Escolas da Lixa.

O estágio representa mais uma etapa na formação de um professor de educação física, consolidando os seus conhecimentos para se tornar um profissional competente, com a oportunidade de prática profissional sob supervisão dos professores orientadores habilitados.

A estruturação deste trabalho baseia-se nas linhas orientadoras que regulam o estágio pedagógico, que expõem detalhadamente todo o procedimento, de forma a caracterizar o contexto de integração dos professores estagiários na escola.

Na parte 1 do documento relatamos as atividades de ensino aprendizagem, atividades de relação escola-meio e as tarefas de extensão à comunidade, desenvolvidas ao longo do estágio.

Em cada atividade constam os respetivos procedimentos nomeadamente o planeamento, organização, justificações e reflexões sobre as tomadas de decisões e algumas considerações.

Na parte 2 apresentamos o estudo desenvolvido subordinado ao tema “Comparação dos níveis de aptidão física e composição corporal, entre alunos

praticantes e não praticantes de Desporto Escolar”, em formato de artigo.

O conjunto de tarefas desempenhadas ao longo de todo o estágio pedagógico permitiu-me uma enorme evolução, no que respeita a todas as dimensões da intervenção profissional e as destrezas inerentes a este, capacitando-me para desempenhar a minha profissão com competência no futuro.

Palavras-chave: Estágio Pedagógico, Educação Física, Aptidão Física, Desporto

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ÍNDICE GERAL

AGRADECIMENTOS ... iii

RESUMO ... iv

ÍNDICE GERAL ... v

ÍNDICE DE TABELAS ... vii

1. INTRODUÇÃO... 2

2. ENQUADRAMENTO GEOGRÁFICO E INSTITUICIONAL ... 5

PARTE 1 – RELATÓRIO DE ESTÁGIO I - ATIVIDADES DE ENSINO APRENDIZAGEM ... 8

1.1. UNIDADES DIDÁTICAS ... 10

1.2. PLANOS DE AULA ... 14

1.3. PRÁTICA DE ENSINO SUPERVISIONADA ... 16

PARTE 1 – RELATÓRIO DE ESTÁGIO II – ATIVIDADES DE RELAÇÃO ESCOLA-MEIO ... 27

2.1. ESTUDO DE TURMA ... 27 2.1.1. ENQUADRAMENTO ... 27 2.1.2. METODOLOGIA ... 30 2.1.2.1. AMOSTRA ... 30 2.1.2.2. INSTRUMENTOS ... 30 2.1.2.3. PROCEDIMENTOS ... 30 2.1.2.4. TRATAMENTO ESTATÍSTICO ... 31 2.1.3. APRESENTAÇÃO DE RESULTADOS ... 31 2.1.3.1. DADOS ANTROPOMÉTRICOS ... 31 2.1.3.2. DADOS SOCIOFAMILIARES ... 32 2.1.3.3. VIDA ESCOLAR ... 33

2.1.3.4. COMPORTAMENTOS E ESTILOS DE VIDA ... 35

2.1.4. CONCLUSÕES ... 37

2.1.5. ESTRATÉGIAS DIDÁTICO-PEDAGÓICAS... 37

2.2. PARTICIPAÇÃO NA VIDA DA ESCOLA ... 39

2.2.1. ATIVIDADES DO PLANO ANUAL DE ATIVIDADES ... 41

2.2.1.1. CORTA MATO ... 41

2.2.1.2. MEETTING DE ATLETISMO ... 43

2.2.1.3. TORNEIO DE TÉNIS ... 44

2.2.1.4.ATIVIDADES DE EXPLORAÇÃO DA NATUREZA ... 45

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2.2.3. DIREÇÃO DE TURMA ... 48

III - TAREFAS DE ESTÁGIO DE EXTENSÃO À COMUNIDADE ... 51

3.1. AÇÃO DE FORMAÇÃO (CONGRESSO “ A ESCOLA, HOJE!”) ... 51

3.1.1. TEMA DESENVOLVIDO ... 51

3.1.2. ESTRATÉGIAS DE APRESENTAÇÃO ... 52

3.1.3. RELATÓRIO E RESULTADOS ... 53

PARTE 2 – ESTUDO DESENVOLVIDO 1. INTRODUÇÃO ... 55

2. METODOLOGIA ... 57

2.1. CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA ... 58

2.2. MATERIAIS E PROCEDIMENTOS ... 58

2.2.1. ATIVIDADE FÍSICA ... 58

2.2.2. MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS E APTIDÃO FÍSICA ... 59

2.3. TRATAMENTO ESTATÍSTICO ... 59

3. RESULTADOS ... 60

4. DISCUSSÃO ... 61

5. CONCLUSÃO ... 63

CONCLUSÃO GERAL E CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 65

BIBLIOGRAFIA ... 68 ANEXOS ... 73 ANEXO 1 ... 75 ANEXO 2 ... 77 ANEXO 3 ... 83 ANEXO 4 ... 86 ANEXO 5 ... 91 ANEXO 6 ... 92 ANEXO 7 ... 95

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ÍNDICE DE TABELAS

PARTE 1: RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Tabela 1 – Caracterização da amostra……….30

Tabela 2 – Caracterização do IMC da turma………32

Tabela 3 – Habilitações literárias dos pais………32

Tabela 4 – Meio de transporte casa-escola………..33

Tabela 5 – Motivação para a disciplina de Educação Física……….33

Tabela 6 – Modalidades preferidas dos alunos………34

Tabela 7 – Modalidades com mais dificuldades………..34

Tabela 8 – Hábitos de sono……….………...35

Tabela 9 – Hábitos alimentares………..35

Tabela 10 – Ocupação dos tempos livres……….36

Tabela 11 – Problemas de saúde………..36

PARTE 2: ESTUDO DESENVOLVIDO Tabela 12 – Caracterização da idade, massa corporal e estatura da amostra………..58

Tabela 13 – Procedimentos de avaliação e medidas a efetuar (dimensão, componente, teste e material)……….59

Tabela 14 – Composição corporal dos grupos de estudo (praticantes, não praticantes e total)……….60

Tabela 15 – Composição corporal dos grupos de estudo (praticantes vs. não praticantes)……….60

Tabela 16 – Testes de aptidão física dos grupos de estudo (praticantes, não praticantes e total)……….61

Tabela 17 – Testes de aptidão física dos grupos de estudo (praticantes vs. Não praticantes)……….57

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1. INTRODUÇÃO

O presente relatório de estágio tem como objetivo relatar a atividade desenvolvida ao longo do ano letivo 2012/2013, enquanto professor estagiário de Educação Física no Agrupamento de Escolas da Lixa.

O objetivo primordial do estágio pedagógico é proporcionar uma experiência profissional sob a supervisão de profissionais competentes, que permita ao professor estagiário desenvolver as suas competencias, para que seja capaz de desenvolver as suas funções com qualidade, contribuindo para a formação integral dos alunos.

Com a elaboração deste documento procuramos descrever, com carácter justificativo, as tarefas desenvolvidas e opções tomadas no decorrer do processo do estágio pedagógico, fazendo uma reflexão acerca das potencialidades e limitações das ações realizadas, servindo como elemento facilitador da evolução para a prática docente no futuro.

O relatório de final de estágio é um complemento essencial a todo o trabalho realizado ao longo do ano, registando toda a experiência vivida, de forma a retirar ilações pertinentes e úteis para o futuro, através de uma análise descritiva dos acontecimentos e reflexão sobre todo o processo.

Esta etapa pode ser considerada a ponte entre a teoria aprendida, ao longo de toda a formação académica e a efetividade da sua aplicação na prática, passando de forma progressiva de aluno a professor.

A estrutura deste documento encontra-se organizada, obedecendo aos propósitos da disciplina na qual está enquadrado o estágio pedagógico.

Iniciamos o relatório com um enquadramento geográfico e instituicional da escola onde foi realizado o estágio pedagógico, de forma a fazer uma caracterização das condições em que o trabalho foi desenvolvido.

A parte 1 inicia com o relato das tarefas de ensino aprendizagem desenvolvidas, nas quais explicamos todos os processos inerentes ao planeamento, realização e balanço das unidades didáticas, planos de aula e da prática de ensino supervisionada.

No ponto relativo às tarefas de estágio de relação escola-meio, elaboramos o estudo de turma, fazendo uma revisão de literatura aos assuntos abordados nos questionários aplicados, e de seguida referimos a metodologia utilizada, apresentamos e discutimos de resultados com base na literatura consultada, e apresentamos estratégias a aplicar perante os problemas encontrados.

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Quanto às atividades realizadas na escola, procuramos caracterizar as relações estabelecidas com os diversos orgãos pertencentes à comunidade escolar e explicar o planeamento e realização de cada atividade desenvolvida por nós, fazendo um balaço de cada uma delas.

Para finalizar a parte 1, justificamos a escolha do tema do estudo apresentado na parte 2 do relatório de estágio, explicamos as estratégias de apresentação do mesmo no congresso “A Escola, Hoje IV” e fazemos um balanço da nossa preleção de acordo com os parâmetros de avaliação utilizados no congresso.

Na parte 2 do documento apresentamos o estudo desenvolvido no estágio pedagógico, em formato de artigo, subordinado ao tema “Comparação dos níveis de

aptidão física e composição corporal, entre alunos praticantes e não praticantes de Desporto Escolar”.

Respeitando as normas da disciplina na qual se enquadra o estágio pedagógico, neste artigo apresentamos um resumo, uma introdução com um enquadramento e justificação do tema, a metodologia utilizada quanto aos procedimentos, instrumentos e tratamento estatístico, a apresentação e discussão dos resultados e referimos as principais conclusões.

Posteriormente referimos as conclusões gerais e as considerações finais, como forma de balanço final de todo o trabalho desenvolvido ao longo do estágio pedagógico, refletindo sobre as principais tarefas desempenhadas.

O documento termina com as referências bibliográficas consultadas, e por fim colocamos os anexos, no qual se encontram documentos que não têm cabimento na estrutura lógica do relatório, mas que foram imprescindíveis para a realização das tarefas nele descritas.

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2. ENQUADRAMENTO GEOGRÁFICO E INSTITUICIONAL

No enquadramento geográfico e instituicional fornecemos informações, que visam contextualizar o leitor das condições em que foi desenvolvido o estágio pedagógico. As informações relativas à cidade da Lixa foram retiradas do site oficial da Câmara Municipal de Felgueiras1, enquanto as informações relativas ao Agrupamento de Escolas da Lixa foram solicitadas na secretaria do mesmo.

A Lixa é uma cidade portuguesa do concelho de Felgueiras, distrito do Porto, com cerca de 9 000 habitantes (2004) e as pessoas naturais da cidade são denominadas lixenses. É composta por quatro freguesias, Vila Cova da Lixa, Santão, Borba de Godim e Macieira da Lixa, que somam uma área de 12,58 km². A Lixa foi elevada a cidade em 1995 e fica localizada entre as cidades de Amarante e Felgueiras. O seu relevo é montanhoso, sendo conhecida como a "Terra Verde.

No que respeita às atividades económicas, o setor primário é o setor que tem maior peso na economia do concelho, seguido do terciário e do secundário.

A cidade da Lixa detém um caudal comercial muito importante no concelho (sendo o segundo agregado populacional e comercial de maior relevo). Dentro desta atividade destaca-se o pequeno e grande empresário no que respeita a malhas, bordados, móveis e também algum calçado, sendo as feiras um meio importante de permutas comerciais.

Salientam-se entre os produtos agrícolas tradicionais: o milho, o centeio, o feijão, a batata, a cebola, fruta variada (maçã, pêssego, pera, laranja, limão), linho, mel e sobretudo o tão badalado Vinho Verde da região, sendo esta produção uma fonte de riqueza para região pela sua excelente qualidade, tendo estes vinhos sido várias vezes premiados a nível nacional e até internacional.

O artesanato da cidade produz peças de rendas e bordados de linho e algodão, confecionados por bordadeiras e tecedeiras, sentadas às portas de suas casas, dando um certo ar de graça a quem passa e maior peso à economia da cidade.

Nas atividades de pecuária, além do gado bovino utilizado na lavoura e algum caprino, espalham-se pelas freguesias algumas unidades de produção pecuária - vacarias, pocilgas e aviários.

A mais importante atividade do concelho é a industria, onde mais de 200 pequenas e médias empresas de calçado, sendo esta atividade a mais produtiva do concelho, colocando Felgueiras no topo desta indústria em Portugal. Na Lixa existem também algumas empresas de calçado empregando uma significativa parte da

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população ativa (cerca de 30 %). Existem também outras importantes indústrias, como a têxtil, de confeções e fiação, a construção civil e de madeiras.

O Agrupamento de Escolas da Lixa do qual fazem parte quatro jardins-de-infância (158 alunos), cinco centros escolares de 1º ciclo (533 alunos), uma Escola C + S de 2º e 3º ciclo (960 alunos) e a Escola Secundária da Lixa (388 alunos), emprega 236 professores e 78 funcionários.

As instalações da escola secundária da Lixa foram melhoradas recentemente e, portanto, têm bastante qualidade em todos os setores. A escola é constituída por quatro blocos de salas de aula, uma biblioteca equipada com computadores literatura e zona de estudo, uma sala de professores, um auditório, e uma zona desportiva, constituída por um pavilhão gimnodesportivo e um campo exterior polidesportivo, e que contém também oito balneários e 2 gabinetes. A área destinada à educação física conta com uma arrecadação equipada com material didático utilizado para a abordagem de várias modalidades (Voleibol, Dança, Corfebol, Andebol, Râguebi, Basquetebol, Futebol, Patinagem, Ginástica Acrobática, Ginástica de Aparelhos, Ginástica de Solo, Atletismo, entre outras).

A escola detém vários projetos orientados a toda a comunidade escolar, que ocorrem durante o ano letivo, e podem ser consultados no site oficial da escola (www.escolasecundariadalixa.com).

Relativamente à oferta educativa, são lecionados cursos de ciências e tecnologias, e humanidades pertencentes ao ensino regular, enquanto nos cursos profissionais são lecionados os cursos de Gestão de equipamentos informáticos, Técnico de Comércio, Eletrotecnia, Animação sociocultural, Auxiliar protésico, Multimédia, Apoio psicossocial e Higiene e segurança no trabalho e ambiente.

Os primeiros contatos com a comunidade escolar, no início do ano letivo, foram suficientes para verificar o excelente ambiente existente entre os diferentes intervenientes nas mais diversas funções da escola. Professores, direção, funcionários e alunos estabelecem uma relação de confiança e responsabilidade, que beneficia o funcionamento de todos os órgãos escolares e, principalmente, o processo ensino aprendizagem, permitindo aos alunos o alcance do sucesso escolar e reduzindo o abandono.

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PARTE 1 – RELATÓRIO DE ESTÁGIO

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I - ATIVIDADES DE ENSINO APRENDIZAGEM

Neste capítulo descrevemos, pormenorizadamente, todo o processo de planeamento e realização das atividades de ensino aprendizagem para a disciplina de educação física, desenvolvidas ao longo do estágio pedagógico lecionado nos cursos profissionais da Escola Secundária da Lixa.

Relativamente à fase de planeamento é nosso objetivo explicar todo o processo de definição de objetivos, e a estrutura e estratégias utilizadas na construção das unidades didáticas e planos de aula, especificando sempre que necessário estratégias diferenciadas para cada modalidade.

Quanto à fase de realização, da prática pedagógica propriamente dita descrevemos todas as nossas estratégias relativas às dimensões do processo ensino aprendizagem, e efetuamos um balanço das nossas destrezas e capacidades inerentes a essas dimensões e a nossa evolução ao longo do estágio pedagógico.

No decorrer do ano letivo fui docente estagiário em duas turmas profissionais, uma de 10º ano e uma de 12º, nas quais lecionei 6 unidades de ensino em cada uma. Na turma de 10º ano lecionei Aptidão Física, Voleibol, Ginástica, Badmínton, Atividades Físicas/Contextos e Saúde (Teórico) e Danças Sociais l, e no 12º lecionei Aptidão Física, Voleibol, Ginástica Acrobática, Atividades de Exploração da Natureza, Atividades Físicas/Contextos e Saúde (Teórico) e Danças Sociais lll.

A lecionação de cursos profissionais tem particularidades que devem ser realçadas, para explicarmos o processo de planeamento.

Cada disciplina de um curso profissional encontra-se estruturada por módulos e portanto, cada um desses módulos corresponde a uma modalidade, ou a um assunto para uma abordagem teórica.

Inicialmente elaboramos um elenco modular (Anexo 1) para a disciplina de educação física, de acordo com a estrutura modular fornecida pelo diretor de turma, com a planificação do número e horas de tempos letivos de educação física do ano de escolaridade correspondente, e para cada módulo, que nos permitiu construir o planeamento anual (Anexo 2) e a planificação anual (Anexo 3).

Segundo Bento (2003), “o ensino mediante planificação e análise adquire os contornos de uma atividade racional e humana, mas também liberta o professor de determinadas preocupações, ficando disponível para a vivência de cada aula como um ato criativo.”

O planeamento do ensino é feito em função dos objetivos definidos, pois estes são a base da ação educativa, pois permitem avaliar, corrigir, orientar, controlando assim o processo de ensino aprendizagem (Aranha, 2004).

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A planificação anual foi realizada tendo em conta o número de aulas previstas no elenco modular e foram definidos os conteúdos e os objetivos, para cada unidade de ensino a abordar, de acordo com o Programa de Componente de Formação Sociocultural da Disciplina de Educação Física (2004/2005

).

Neste programa, inicialmente são definidos os objetivos comuns a todas as áreas, os objetivos das áreas obrigatórias (Jogos Desportivos Colectivos, Ginástica, Actividades de Exploração da Natureza e Dança) e os objetivos das áreas de opção (Atletismo, Raquetas, Patinagem, etc.).

A segunda parte do programa, especifíca as matérias a lecionar dentro de cada uma das três áreas, em função das quais são estruturados os respetivos módulos.

Na Área relativa às Atividades Físicas, o conteúdo de cada uma das matérias encontra-se especificado em três níveis, Introdução, Elementar e Avançado, e para cada um destes são definidos os objetivos comportamenais terminais, referindo a ação a realizar, o contexto em que realiza a ação e os critérios de êxito essenciais para a obtenção do sucesso naquela ação.

Na Área do Desenvolvimento das Capacidades Motoras Condicionais e Coordenativas, os objetivos são especificados em termos de: resistência, força, velocidade, flexibilidade e destreza geral.

Na Área dos Conhecimentos sobre Desenvolvimento da Condição Física e Contextos onde se realizam as Actividades Físicas, os objetivos integram conhecimentos relativos à aprendizagem dos processos de desenvolvimento e manutenção da condição física e de interpretação e participação nas estruturas e fenómenos sociais extraescolares, no seio dos quais se realizam as atividades físicas.

Em função dos objetivos comportamentais terminais definidos no programa, existia a necessidade de programar cada unidade de ensino individualmente, definindo os conteúdos e as estratégias para alcançar o sucesso no processo ensino aprendizagem.

O ensino é uma atividade de direção pedagógica, destinada a desencadear atividade 'ativa' e consciente dos alunos e a transportar para vários níveis superiores todos os implicados, como tal deve ser organizado e conduzido pelo professor, como tal deve ser vivido pelos alunos (Bento, 2003).

Aranha (2005) defende que o professor tem a responsabilidade de dirigir, sistematizar e estruturar os conteúdos, as estratégias de ensino e traçar os objetivos do processo, enquanto o aluno deve participar de forma ativa para concretizar os objetivos propostos pelo professor, sendo estes refletidos no seu comportamento psicomotor, socio afetivo e cognitivo.

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A definição de objetivos permite-nos transmitir aos alunos qual o produto que se pretende alcançar, a nível cognitivo, psicomotor ou socioafetivo, o que faz com que estes tenham consciencia do seu estado atual quanto a habilidades e competências, e o que têm que alterar para atingir os objetivos, fazendo assim uma auto regulação da aprendizagem.

Por outro lado permite-nos a nós, professores, regular o ensino adequando as estratégias de forma a garantir o sucesso no processo ensino aprendizagem, através de uma intervenção que otimize a seleção das estratégias mais apropriadas de acordo com o contexto especifico.

Para uma regulação eficaz do processo de ensino aprendizagem é essencial definirmos objetivos intermédios, que serão alvo de uma avaliação, e consoante o grau de sucesso, serão tomadas decisões de ajustamento das estratégias utilizadas, para garantir a concretização do objetivo final.

A programação especifica da lecionação de uma unidade de ensino, é efetuada através da elaboração das unidades didáticas.

1.1. UNIDADES DIDÁTICAS

As unidades didáticas (Anexo 4) são um documento realizado antes de dar inicio a uma determinada unidade de ensino, tendo como objetivo o seu planeamento, através da elaboração de um programa especifico (Aranha, 2004).

A construção das unidades didáticas, para a operacionalização das aulas de Educação Física ao longo do estágio pedagógico, foi elaborada adaptando a estrutura proposta por Aranha (2004).

Iniciamos as unidades didáticas com uma introdução onde fazemos um enquadramento do módulo a lecionar e explicamos a estrutura do documento.

A primeira secção é apresentada sob a forma de tabela e é composta por uma caraterização da população alvo, na qual referimos o número de alunos, o género, a idade média, o nível de ensino e também se existia alunos com necessidades educativas especiais.

Segue-se uma caracterização dos recursos temporais, onde referimos a data de início e de término da unidade de ensino, os dias da semana em que eram dadas as aulas, e também o número de aulas e de horas a lecionar. Caracterizamos também os recursos materiais, onde definimos as instalações (ex: pavilhão gimnodesportivo) e o material móvel (ex: Redes de voleibol, bolas, raquetes, volantes, colchões…etc.) a utilizar nas aulas.

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E por fim, no que diz respeito aos recursos, caracterizamos os recursos humanos, tais como o professor, os funcionários responsáveis pelo pavilhão e pelos balneários e os alunos, pois estes são responsáveis pela regulação das aprendizagens devido à utilização do estilo de ensino recíproco e autoavaliação.

Ainda na mesma secção definimos os critérios, parâmetros e ponderações de avaliação para cada um dos domínios, socio afetivo, psicomotor e cognitivo, respeitando o que está estipulado pelo grupo de educação física do Agrupamento de Escolas da Lixa.

Esta secção termina com a definição de objetivos para cada um dos domínios, socio afetivo, psicomotor e cognitivos, sendo todas estas informações retiradas do Programa de Componente de Formação Sociocultural da Disciplina de Educação Física (2004/2005), no qual os objetivos gerais são transversais a todas as modalidades, enquanto os outros são definidos para as áreas obrigatórias ou opcionais. Todos os objetivos e conteúdos devem ser adequados ao nível de ensino a que se destinam.

Posteriormente, elaboramos uma tabela, com a estruturação dos conteúdos a lecionar, seguindo uma sequência lógica, do mais simples para o mais complexo, sendo as matérias direcionadas para a obtenção dos objetivos definidos e promover o aperfeiçoamento e consolidação das prestações dos alunos. Nesta tabela, colocamos o número da aula, o número da aula da respetiva unidade didática, os objetivos específicos (ex: Domínio passe; domínio do remate) para cada aula, assim como os conteúdos, função didática (Avaliação/Controlo; 1ªTransmissã/Assimilação; Consolidação/Domínio), o espaço da aula (ex: 1/3 pavilhão; Exterior), o material (ex: bolas de voleibol; raquetes de badminton) e as estratégias (ex: Jogos reduzidos (2x2); exercícios analíticos; jogos condicionados).

De seguida apresentamos os métodos de controlo de processo ensino aprendizagem, que é garantido a partir de três momentos de avaliação, que decorrem ao longo da Unidade de Ensino: uma avaliação inicial, diagnóstica, uma avaliação intermédia, formativa, e uma avaliação final, sumativa (Aranha, 2004).

A avaliação diagnóstica é efetuada nas primeiras aulas, e apresenta como objetivo identificar o nível e a capacidade, a nível motor, da turma, assim como as condições de ensino, tais como material, instalação, etc., para permitir um ajuste da U.D. previamente elaborada, com base na realidade encontrada. Com vista a realização desta avaliação, realizamos uma ficha de observação e registo de comportamentos, que é anexada à unidade didática, e que permitirá anotar as informações que se entendam como necessárias. Os resultados obtidos não contribuem para a classificação do aluno (Aranha, 2004).

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Para proceder à sua avaliação, estão definidos nas fichas de registo, os objetivos comportamentais terminais a avaliar e os critérios de êxito para cada um deles. Os gestos técnicos são avaliados de 0 a 3, sendo o 0) não executa (nenhum critério de êxito); 1) executa mal (um critério de êxito); 2) executa bem (dois critérios de êxito); 3) executa muito bem (três critérios de êxito). No caso dos desportos em que seja efetuada avaliação do contexto de jogo, é avaliada a tomada de decisão dos alunos na execução das ações, com a seguinte ponderação: 0) Não decide; 1) Decide mal; 2) Decide bem às vezes 3) Decide sempre bem. No final, a percentagem obtida na avaliação diagnóstica, é registada na ficha da avaliação formativa.

A avaliação formativa decorre em todas as aulas da unidade de ensino, sendo que para esta avaliação também se devem realizar fichas de observação e registo de comportamentos a nível individual, que nos permitam obter o máximo de informações relacionadas com o processo de ensino-aprendizagem, para que seja possível ajustar as decisões tomadas em função das condições encontradas. Com base nas informações registadas nesta avaliação, devemos ajustar os objetivos pedagógicos e estratégias de ensino aprendizagem visto que, é esta avaliação que nos permite retirar as mais importantes informações para proceder à classificação do aluno ao nível dos três domínios (Aranha, 2004).

A avaliação sumativa ocorre na última aula da unidade de ensino, sendo exatamente igual à diagnóstica, devendo-se inclusive utilizar a mesma ficha de observação e registo de comportamentos que é utilizada na avaliação diagnóstica, para que se possa proceder à comparação dos resultados obtidos inicialmente e dos alcançados no fim da U.D. (Aranha, 2004). Esta avaliação permite-nos medir o produto, de modo a analisar o grau de sucesso do processo de ensino-aprendizagem (Aranha, 2004). A ficha de observação e registo de comportamentos será a mesma utilizada na avaliação diagnóstica, assim como o seu contexto.

Por fim, apresentamos a avaliação de alunos que apresentem atestado médico, que não serão avaliados no domínio psicomotor, necessitam de uma prática avaliativa adaptada às suas condições limitativas, numa perspetiva de defesa dos interesses dos mesmos. Neste sentido, estes alunos deverão beneficiar de condições especiais de avaliação e portanto, a classificação final destes alunos será o somatório dos dois domínios aos quais serão avaliados (Cognitivo e Socio Afetivo), estando as percentagens respetivas de cada domínio definidas nos critérios de avaliação do grupo de educação física da escola.

Posteriormente apresentamos as estratégias a utilizar na unidade didática quanto à construção dos respetivos planos de aula, nos quais foi utilizada uma estrutura idêntica para todas as unidades de ensino.

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Relativamente à estruturação das aulas, planeamos para cada unidade de ensino, as estratégias a utilizar na preparação da aula, na parte inicial, na parte principal e na parte final, quanto ao tempo de balneário, colocação do material, disposição dos alunos nas instruções, formas de questionamento, tipos de aquecimento (específicos, não específicos ou lúdicos), organização nos exercícios, demonstrações, tipo de exercícios a utilizar (analíticos, contexto de jogo…etc.), circulação do professor, tipo de feedback (individual, grupo, turma, auditivo, visual, cinestésico). Todas estas informações serão determinantes para a construção dos planos de aula.

 Modalidade;  Ano e turma à qual se destina;

 Ação;

 Instalação;  Número de Alunos;  Contexto;

 Tempo horário e tempo útil;

 Material Didático;  Critérios de êxito;

 Número da aula da unidade didática e número da aula;

 Objetivo Específico;  Desenvolvimento da atividade propriamente dita, na qual se especifica o tempo total, o tempo parcial, estratégias e controlo das tarefas e esquematização.

 Hora e data;  Função Didática;

 Nome do Professor e da Escola;

 Conteúdos;

Seguidamente apresentamos a sequência metodológica de abordagem das tarefas propostas, onde optamos em todas as unidades de ensino por uma abordagem metodológica sequenciada de modo hierarquizado do mais simples para o complexo, utilizando as progressões pedagógicas, com vista à fragmentação dos gestos a ensinar, de modo a que a sua aprendizagem seja facilitada.

Quanto à sequência metodológica a usar nos planos de aula, em todas as unidades de ensino, foi pretendido transmitir inicialmente todos os objetivos comportamentais terminais, a partir do primeiro nível da Função Didática – 1ª Transmissão / Assimilação, e posteriormente consolidar todos os domínios aprendidos, através da Função Didática – Consolidação / Domínio.

Depois de cumprido todo este processo de planeamento da unidade de ensino a unidade didática está pronta a ser posta em prática, iniciando pela avaliação diagnóstica, que permite a partir dela ajustar o planeamento, adaptando-o à realidade encontrada na turma. Este ajustamento, nos casos em que foi necessário, foi registado

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em adenda à unidade didática, no qual relatamos os resultados encontrados na avaliação diagnóstica e quais as alterações efetuadas no planeamento.

Depois de terminada uma unidade de ensino efetuamos um balanço da unidade didática, no qual fazemos uma avaliação das estratégias e metodologias utilizadas, e se estas permitiram alcançar os objetivos pretendidos, ou seja, se obtivemos sucesso ou insucesso, e a partir daí apresentamos estratégias de aperfeiçoamento.

1.2. PLANOS DE AULA

Os planos de aula (Anexo 5) são documentos onde são programadas pormenorizadamente todas as tarefas realizadas durante uma aula, de modo a alcançar os objetivos pré definidos na unidade didática, mantendo uma sequência lógica de aula para aula (Aranha, 2004).

O planos de aula são um documento essencial no delineamento das nossas ações na prática pedagógica pois nele, estão detalhadamente planeados todos os processos e estratégias que são postos em prática nas aulas.

Os objetivos e os processos presentes em cada plano de aula, são concordantes com os definidos na unidade didática e são colocados de forma a ser interpretados com objetividade, de modo que qualquer profissional da área da educação física coseguisse reproduzir a aula planeada, através de diferentes estratégias de intervenção no processo ensino-aprendizagem, variando de acordo com a realidade encontrada.

O plano de aula é elaborado tendo em conta os objetivos pretendidos e a realidade da turma à qual se dirige a aula, no entanto, as estratégias podem ser alteradas durante a prática pedagógica perante situações imprevistas, às quais temos de nos adaptar, sem nunca perder de vista os objetivos traçados.

A construção dos planos de aula, para a operacionalização das aulas de Educação Física ao longo do estágio pedagógico, foi elaborada adaptando a estrutura proposta por Aranha (2004).

A estrutura utilizada é composta por duas partes distintas, uma primeira onde identificamos o nome da escola, o professor (estagiário), a data e a hora da aula, o tempo horário e o tempo útil, o ano e a turma a quem se dirige a aula, a instalação onde vai decorrer a aula, a unidade didática, o número da aula da unidade didática e do total de aulas, os objetivos específicos da aula, a função didática (Introdução/Estimulação; 1ª Transmissão / Assimilação; Consolidação / Domínio;

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Avaliação/controlo), os conteúdos que fazem parte da aula, quer os que integram os objetivos específicos, quer os que não integram e o material didático necessário.

O tempo útil da aula é inferior ao tempo horário devido ao tempo de balneário, cedido aos alunos no regulamento interno da escola, que é de 8 minutos no início da aula e 12 minutos no final, reduzindo assim o tempo útil para 70 minutos.

De seguida apresentamos os objetivos operacionais, que são os exercícios realizados, que vão ao encontro dos objetivos específicos da aula. Cada objetivo operacional é caracterizado pela ação, contexto e critérios de êxito (ex: Ação: rolamento à frente; Contexto: plano inclinado; Critérios de êxito: colocar dedos afastados e dirigidos para frente; fletir a cabeça e colocar queixo junto ao peito; manter o corpo engrupado durante a rotação).

Na segunda parte do plano de aula descrevemos a sequência das tarefas a realizar na aula, tais como, instruções, organizações, transições, aquecimento (no caso de não ser específico, senão é objetivo operacional), objetivos operacionais, o tempo de duração das tarefas, e a hora de início e de término de cada uma delas. Esta sequência de tarefas têm como propósito garantir um bom encadeamento entre as várias fases da aula e controlar o comportamento dos alunos, para assim conseguirmos atingir os objetivos propostos, garantindo o sucesso no processo de ensino aprendizagem.

Nesta mesma secção, apresentamos as estratégias adotadas pelo professor no que diz respeito à segurança, organização dos alunos nas instruções e nos objetivos operacionais, à instrução (utiliza questionamento, refere critérios de êxito, os alunos demonstram, utiliza vídeos...etc.), à colocação e deslocamento do professor em cada exercício, de forma a controlar melhor a turma e conseguir dar feedback e incentivos pertinentemente e o tipo de feedback que utiliza (prescritivo, descritivo, avaliativo, à turma, a grupos, individual, auditivo, visual, cinestésico…etc.). Estas estratégias de atuação permitem que o professor consiga ter um bom controlo sobre a turma, no que respeita à segurança, afetividade, feedback, disciplina, etc..

Todas estas tarefas são também esquematizadas, recorrendo a imagens de auxiliares de ensino, ou mesmo desenhando no menu “inserir formas” do Microsoft

Word 2010, de forma a compreender de forma rápida e mais clara a organização nas

instruções, aquecimento e objetivos operacionais, a colocação e deslocamentos do professor.

No final de cada aula, na qual foi posto em prática um plano de aula, fizemos um balanço da aula escrito, que colocamos no anexo 3 juntamente com a estrutura do plano, analisando o (in) sucesso das estratégias do seu planeamento e da operacionalização, e apontamos formas de reverter situações de inssucesso em cada

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uma das dimensões do processo ensino aprendizagem, Instrução,Gestão, Disciplina e Clima.

Pocuramos sempre realizar uma discussão de novas estratégias com o professor orientador e com os colegas estagiários. Nesta discussão, eram apresentadas propostas de manutenção e/ou modificação de todos os elementos constituintes da aula, com base nas nossas experiências na atividade profissonal, visando a melhoria do processo de ensino-aprendizagem e da nossa formação como professores de educação física.

Eu, como elemento do núcleo de estágio tentei, em todas as ocasiões, ter uma atitude critica e oportuna, referindo aspetos nos quais os meus colegas estagiários poderiam melhorar e apresentava sugestões para a resolução desses problemas. Por outro lado, quando os meus colegas faziam a sua critica dos meus métodos ou estratégias de trabalho, sempre acatei com humildade as sugestões apresentadas por eles, até porque estamos numa fase de constante aprendizagem, no sentido de poder melhorar o meu desempenho como profissional.

Estes balanços em conjunto foram determinantes para o aperfeiçoamento das nossas qualidades como professores de educação física, em todas as dimensões do processo de ensino aprendizagem.

Os planos de aula foram, em conjunto com as unidades didáticas, o nosso suporte teórico de planeamento para a lecionação das aulas.

As maiores dificuldades surgiram na fase inicial do estágio, no planeamento dos tempos de instrução/organização/transição, pois estava a contactar pela primeira vez, como professor, com uma turma do ensino secundário e não tinha a plena noção do tempo que seria necessário para conseguir realizar este processo.

Ao longo do ano conseguimos aperfeiçoar o nosso planeamento das aulas, em todos os aspetos presentes nos planos de aula, o que permitiu um crescimento substâncial como professor.

1.3. PRÁTICA DE ENSINO SUPERVISIONADA

A supervisão pedagógica pode ser entendida como “ um processo natural no

qual uma pessoa mais habilitada e mais experiente, que assume o papel de modelo, mestre, responsável, encorajador, conselheiro e protetor, ajuda as pessoas menos habilitadas ou menos experientes, com o propósito de promover o desenvolvimento profissional e/ou pessoal” (Koster, Korthagen & Wubbels, 1998, p.76).

A prática de ensino supervisionada tem como objetivos a transmissão de experiências e conhecimentos, do docente orientador para o estagiário, minimizando

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os erros na intervenção inicial e maximizando a sua aprendizagem ao longo do estágio pedagógico, proporcionando-lhe a oportunidade de desenvolver as suas capacidades e competências enquanto professor.

O orientador de estágio é então um dos principais intervenientes no processo formativo dos estagiários, sendo responsável pelo acompanhamento da prática pedagógica com a finalidade de proporcionar ao futuro professor uma prática docente de qualidade, num contexto real que permita desenvolver as competências e atitudes necessárias a um desempenho consciente, responsável, eficaz e competente (Albuquerque, Graça & Januário, 2005).

Cardoso (2009) defende que os orientadores, além de permitirem aquisições de conhecimentos e habilidades, que são essenciais para a ser um bom professor, devem privilegiar transformações nos estagiários que lhes permitam ser profissionais mais competentes em todas as dimensões do processo ensino aprendizagem.

Na fase inicial do estágio realizamos diversas observações das aulas do docente orientador, através do registo anedótico e do preenchimento de uma ficha de observação (Anexo 6), fornecida pelo docente supervisor de forma a avaliarmos as destrezas do observado (Aranha, 2008), inerentes a cada dimensão do processo de ensino.

Este processo teve uma grande importância na nossa evolução e integração nas tarefas de intervenção pedagógica pois, através das observações das aulas de um professor experiente fomos retirando informações das estratégias de instrução, controlo da turma, gestão de tempo e também fomos conhecendo as turmas que iriamos lecionar posteriormente.

Posteriormente, o processo inverteu-se e iniciamos a nossa prática pedagógica supervisionada, sendo esta alvo de observação dos restantes professores estagiários e do docente orientador, através do mesmo método referido anteriormente.

Os resultados das observações das nossas aulas eram transmitidos no final de cada aula, referindo quais as dimensões em que estivemos melhor e quais é que tivemos mais insucesso ou mais dificuldade, apresentando em conjunto estratégias de aperfeiçoamento para melhorarmos a nossa intervenção pedagógica.

Ao longo do ano de estágio o docente orientador foi fornecendo orientações que nos permitiram moldar como professores, de acordo com as nossas capacidades e qualidades. A nossa atuação foi-se tornando cada vez mais autónoma à medida que evoluíamos, o que permitiu uma perfeita adaptação ao contexto antes de iniciarmos a prática de intervenção pedagógica autonomamente.

Neste prisma, e com a experiência evidenciada por parte dos dois orientadores, com características peculiares, a apresentação de perspetivas diferentes, embora

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complementares, enriqueceram a nossa experiência e traduziram-se numa mais-valia nas tomadas de decisão.

Todo o processo de planeamento tem como objetivo o sucesso da prática de ensino supervisionada, sendo esta realizada em função dos objetivos pretendidos, tendo em conta todos os métodos e estratégias planeados na unidade didática e respetivo plano de aula.

Ao longo do ano letivo orientamo-nos pelos objetivos metodológicos propostos por Aranha (2004), tais como, aumentar o empenhamento motor, aumentar o tempo disponivel para a prática e maximizar o tempo potêncial de aprendizagem, adaptando as estratégias à realidade encontrada nas nossas turmas, de forma a rentabilizar ao máximo as nossas aulas, proporcionando a maior aprendizagem possível aos alunos e estimulando-os para a prática de atividades físicas.

Foram lecionadas diversas modalidades, com diferentes caracteristicas e que necessitaram de diferentes estratégias e metodologias de ensino-aprendizagem, no entanto, houve alguns objetivos metodológicos que foram transversais a todas elas.

As estratégias de intervenção na prática pedagógica desenrolam-se essencialmente em quatro dimensões propostas por Siedentop (1983), Instrução, Gestão, Disciplina e Clima.

Eu, como professor estagiário, até ao momento inicial do estágio não tinha qualquer experiência profissional, o que limitou um pouco a primeira fase de intervenção profissional, essencialmente no que respeita à dimensão instrução e gestão, onde se constatou alguma dificuldade no cumprimento de algumas destrezas inerentes a estas dimensões.

Na dimensão instrução consegui quase sempre garantir a segurança dos alunos, fazer uma boa apresentação da informação sem grande consumo de tempo e ter um controlo ativo da prática dos alunos, através de colocações e deslocamentos que permitissem observar todas as tarefas, garantindo a segurança e a disciplina.

As dificuldades nesta dimensão centraram-se principalmente na utilização de

feedback pedagógico, que constitui uma condição essencial à aprendizagem dos

alunos.

A maior lacuna deste conjunto de destrezas era a falta de qualidade do

feedback, visto que tinha dificuldade em detetar o erro e transmitir, pertinentemente, a

informação ao aluno de forma a melhorar o seu desempenho. Isto devia-se à falta de espontaneidade para intervir, devido à falta de experiência e por outro lado, devido ao facto de a primeira unidade didática que lecionei se Ginástica de Solo e Minitrampolim, na qual não me sentia completamente à vontade.

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O fornecimento de informações de retorno coletivas, grupais ou individuais foi gerido de acordo com a pertinência de cada uma destas componentes. Contudo, houve alguns momentos em que era pertinente o feedback coletivo mas não houve sensibilidade para constatá-lo no decorrer da aula.

Todas as nossas ações de intervenção pedagógica eram discutidas no seio do núcleo de estágio, e esta situação foi-se revertendo ao longo do estágio pedagógico, com a experiência e ensinamentos transmitidos pelo docente orientador e também das ajudas dos companheiros de estágio, aperfeiçoando as minhas destrezas inerentes a esta dimensão.

Relativamente à dimensão Gestão, conseguimos garantir, o início das aulas com pontualidade, dispensar o processo de chamada, produzir entusiasmo nos alunos, afixar numa tabela ou filmar as prestações dos alunos de forma a rentabilizar o seu desempenho e promover atividades significativas e com uma sequência lógica que permita manter todos os alunos em atividade e que mantenha a sua motivação.

No entanto, as dificuldades verificadas nesta dimensão foram, essencialmente, no que respeita à gestão da dinâmica da aula, devido à dificuldade em controlar o acontecimento de uma situação inesperada sem quebrar o ritmo da aula, e também pelo facto de não conseguir perceber claramente quando devia ou não interromper a atividade para a transmissão de informações.

Outro fator no qual houve dificuldades nesta dimensão foi o cumprimento dos tempos de instrução/organização/transição, mas que se deveu, como referimos anteriormente quando abordamos os planos de aula, a dificuldades de planeamento e não de realização, que foram corrigidos atempadamente.

A disciplina pode ser controlada através de várias técnicas, tais como as técnicas punitivas e as positivas. Na intervenção profissional pedagógica, devemos saber estabelecer a diferenciação entre comportamentos apropriados e inapropriados, e dentro destes entre comportamentos fora da tarefa e comportamento desvio.

Nesta dimensão verificamos uma diferença substancial entre as duas turmas que lecionamos, pois na turma do 12º ano encontramos alunos muito responsáveis e algo timidos, ao contrário do 10º ano onde os alunos eram bastante irreverentes e desinteressados mas, sem nunca faltarem ao respeito do professor.

Procuramos implementar um conjunto de medidas que possibilitassem a diminuição e modificação do comportamento inadequado tais como, ser específico, saber ouvir e ser audível, definir cuidadosamente as implicações da modificação, agir gradualmente, ser consistente e congruente, utilizar linguagem compreensível e adequada e utilizar comunicação não verbal. Ainda assim, estas são apenas ações a

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ter posteriormente, sendo o ideal a utilização de técnicas preventivas evitando que os comportamentos fora da tarefa e desviantes ocorram.

Este último pressuposto foi inicialmente o principal foco no que diz respeito à disciplina/indisciplina. Pode dizer-se que foram obtidos resultados positivos com esta estratégia visto que, os comportamentos desviantes e fora da tarefa não foram, durante as aulas, situações frequentes mas sim esporádicas e pontuais, sendo estas resolvidas rapidamente.

A dimensão clima, tem também, bastante importância na aula de educação física, visto que engloba as interacções pessoais, as relações humanas e o ambiente que condiciona.

Criar um bom clima nas aulas é, fundamentalmente, realizar um conjunto de situações coerentes, congruentes e eficazes para que os alunos criem gosto por elas e que possa haver as melhores condições, em termos das interacções pessoais, relações humanas e ambiente, para que o professor exerça o seu trabalho e os alunos aprendam.

A congruência nas interacções, dirigir as interacções apenas a comportamentos significativos, relacionar as interacções com o desempenho na tarefa através de especificidade, interagir sobre fatores pessoais e manter o entusiasmo no aperfeiçoamento dos alunos são um conjunto de factores que nos permitiram criar um clima agradável para as aulas.

Sena Lino (2007) diz que as intervenções de afetividade que o professor, desempenham um papel decisivo no decorrer do processo de ensino no clima da aula e consequentemente, na motivação, na confiança, na concentração e restantes aspectos que condicionam a predisposição do aluno para aprender.

Podemos dizer que conseguimos obter sucesso na utilização das destrezas inerentes a esta dimensão, visto que foi criado em ambas as turmas um clima agradável, baseado na confiança e responsabilidade. O fato de ser professor estagiário, penso que teve uma influencia positiva nesta dimensão, pois os alunos sentem uma maior ligação connosco, devido à pequena diferença de idades, o que proporciona uma maior aproximação aluno-professor, que beneficia o processo ensino-aprendizagem.

A avaliação acompanhou todo o processo de ensino aprendizagem, desde a primeira aula, na qual realizamos a avaliação diagnóstica, até à última aula, onde era feita a avaliação sumativa, sendo que a formativa faz parte de todas as aulas, pois esta deve ser um instrumento privilegiado de transmissão de informação ao aluno, acerca das suas aprendizagens e sobre as dificuldades detetadas e, neste sentido, um

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meio para se motivar a trabalhar para ultrapassar as mesmas e desta forma, se atingirem os objetivos propostos.

Na primeira aula de cada unidade didática apresentamos um video de introdução e enquadramento da nova modalidade, onde focamos as principais regras, os objetivos do jogo, os gestos técnicos e o material utilizado. Nas modalidades em que os que a avaliação sumativa fosse a apresentação de uma coreografia/esquema (Ginástica, Ginástica Acrobática, Dança) demonstramos vários exemplos, quer de níveis profissionais, para os alunos terem a perceção dos níveis de excelência que atingem em competição, quer de alunos de anos anteriores, para terem uma noção do nível que poderiam conseguir atingir. O computador esteve sempre disponível ao longo das aulas de forma demonstrar os exemplos de coreografias/esquemas, para guiar o seu processo de construção da coreografia/esquema.

Antes do inicio de cada aula procuramos ser sempre os primeiros a chegar ao local, para avaliarmos o estado do piso dos campos, e oraganizarmos o material estratégicamente de forma a diminuir o tempo de organizações e transições durante o tempo util da aula.

Na parte inicial das aulas, os alunos colocam-se de frente para o professor em meia-lua, de costas para qualquer ponto de distração. Com esta estratégia, ser-nos-á possível observar todos os alunos, evitando a sua dispersão e mantendo-os sob controlo. Não realizamos a chamada em nenhuma das turmas, visto que ambas as turmas eram pequenas e o delegado de cada turma estava encarregue de informar o professor caso faltasse algum aluno.

Na introdução da aula utilizamos o questionamento para relembrar os conteúdos e os critérios de êxito abordados na aula anterior, para verificar o nível de compreensão dos alunos sobre o conteúdo aprendido e para que ocorresse uma revisão dos conteúdos abordados. Para o questionamento, deveremos informar os alunos que coloquem o braço no ar, para que decidicemos quem respondia. Na selecção, procuramos proporcionar oportunidades a todos, contudo se alguns alunos raramente levantassem o braço, optamos pelo questionamento dirigido, para verificar o nível de conhecimento deles e para cativá-los para as aulas, retirando sempre algo de positivo da informação que possam dar.

Posteriormente informamos os alunos dos objetivos da aula de forma clara, com linguagem adequada à compreensão por parte dos alunos e sem perda de tempo, relacionando-os com os objetivos das aulas anteriores e referimos as regras de segurança e de conduta tais como, não permitir o uso chiclet, relógios, pulseiras, fios, brincos, anéis e outros acessórios que possam provocar ferimentos, alertar para que prendam o cabelo e apertem os cordões.

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Pontualmente, foram utilizados vídeos didáticos, visando uma melhor compreensão por parte dos alunos dos objetivos da aula.

Os aquecimentos variaram entre específicos2, não específicos3 ou lúdicos4. Sempre que possível, optamos por aquecimentos específicos, aumentando o tempo potencial de aprendizagem, contudo, quando não foi possível, optamos por utilizar exercícios não específicos, mas que permitam a consolidação de conteúdos já leccionados. Os jogos lúdicos surgiram em dias em que verificava que os alunos se encontravam mais ansiosos, ou como forma de motivar os alunos para aulas.

Os objetivos operacionais, direcionados para os objetivos especificos da aula, foram essencialmente jogos reduzidos e exercícios critério, para jogos desportivos coletivos e oranizações por estações na modalidade de ginástica de solo e minitrampolim e ginástica acrobática. Nas modalidades de dança os alunos eram organizados em pares, distribuindo-se pelo espaço da aula de forma a que conseguissemos visualizar todos os grupos, e todos os grupos visualizassem as demonstrações realizadas pelo professor.

A sequência dos objetivos operacionais depende da sua intensidade e dificuldade, estando sempre adequanda às capacidades dos alunos, e foram organizados de forma a garantir uma sequência lógica, coordenada, coerente, contínua e sem quebras. Era nossa estratégias aumentar a intensidade e dificuldade dos exercicios até, mais ou menos 60% da aula, decrescendo a partir daí, para fazer um retorno à calma e terminar a aula de modo sereno e tranquilo. Procuramos utilizar formas simples de organizações, evitando sempre que possível a alteração da organização do objetivo operacional inicial. Tivemos também o cuidado de assegurar uma excelente organização dos exercicios, no que respeita à organização do material, de forma a garantir organizações e transições rápidas aumentando assim o tempo de empenhamento motor.

Nas instruções para as tarefas, pretendemos organizar a turma em meia lua, e de costas para os pontos possiveis de distração, permitindo assim uma maior atenção e entendimento das tarefas a realizar, visto que pretendemos reduzir o tempo de instrução ao minimo indispensável. Procuramos definir sempre o objetivo especifico e referir os respetivos critérios de êxito, apresentando de seguida o modelo e a tarefa, recorrendo a alunos como agentes de ensino, quando consideraramos que estes consigam executar determinado conteúdo tão bem ou melhor do que o professor, e/ou

2

Consiste em exercícios que se relacionam tecnicamente com o objetivo específico da aula.

3

Consiste em exercícios que não se direcionam para o objetivo específico da aula.

4 Exercícios físicos ou brincadeiras, mais livres de regras ou normas, não visam a competição como

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a auxiliares de ensino, tais como, videos e imagens. Por fim, questionavamos sobre a compreensão dos alunos e reformulavamos a informação, sempre que necessário.

Todas as demonstrações são realizadas de forma a que todos os alunos consigam observar, para uma melhor compreensão por parte dos alunos, permitindo o bom desenrolar da atividade.

Na mobilização dos alunos para as atividades solicitamos sistemáticamente a superação das suas capacidades, através de incentivos, dirigindo-nos à turma, a grupos ou individualmente, consoante as circunstâncias no momento. Tentamos inserir a vertente competitiva sempre que possível, de forma a aumentar a motivação dos alunos. Na modalidade de badminton organizamos um torneio intra turma, todos contra todos, onde verificamos particularmente uma maior motivação para a prática e superação pessoal.

No desenrolar dos objetivos operacionais procuramos intervir sistemática e eficazmente nas ações dos alunos, de forma a orientar a execução dos exercicios e mantendo os alunos motivados, empenhados e com um comprotamento adequado.

O controlo da prática dos alunos foi efetuado a partir de deslocamentos e colocações de modo a que consiga observar sempre todos os alunos, ou seja, de maneira a conseguirmos observar as execuções dos alunos para que possamos proceder à sua avaliação e ao controlo de comportamentos fora da tarefa.

Com esta estratégia pretendemos ainda detetar as execuções incorrectas, de modo a evitar a repetição do erro maximizando assim, o tempo potencial de aprendizagem.

O tempo passado em aprendizagem é determinante para que os alunos recebam estímulos suficientes para progredirem na aquisição das competências. No entanto, este tempo não deve surgir num contexto isolado de instrução e de feedback pois, é essencial que a prática dos alunos seja orientada e com conhecimento das variáveis específicas de cada tarefa.

O tempo de empenhamento motor e tempo potencial de aprendizagem, foram as variáveis que tivemos mais em conta no planeamento e na leccionação das aulas, optando por estratégias que possibilitassem a atividade dos alunos em simultâneo, quer através de situações analíticas, quer através de situações de jogo.

Os deslocamentos e colocações estratégicas foram também importantes para a deteção e prevenção de situações de risco para os alunos, visto que nos permitiram prever algumas situações de perigo iminente, que punham em risco a integridade física dos alunos.

Para isso era nosso objetivo dar feedback com regularidade, corrigindo as ações dos alunos na execução das tarefas, proporcionando feedback, a partir da

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interacção com todos os alunos, seguido de acompanhamento a este feedback, a fim de aferir a resposta do aluno. Para aumentar a motivação, incentivamos frequentemente, a turma, grupos e individualmente, através de feedback positivos, recompensando os alunos pelas suas execuções e estimulando-os para a prática. Na formação de grupos, utilizamos sempre grupos heterogéneos, de modo a proporcionar um equilíbrio entre os grupos, proporcionando o mesmo grau de competências.

Quanto ao comportamento, de forma a maximizar o tempo potencial de aprendizagem, tentamos sempre identificar os comportamentos fora da tarefa, que prejucassem o ritmo da aula ou pusessem em risco a segurança dos restantes alunos, intervindo prontamente, de modo a reduzir a sua ocorrência, enquanto ignoravamos comportamentos desvio menos relevantes, sempre que possivel, de modo a não interromper a atividade desnecessáriamente.

Sempre que interrompemos a atividade para repreender um alunos, procuramos agir de forma efetiva e convincente, com reforço negativo, e levando o aluno que manisfestou o comportamento inapropriado a realizar um apropriado. Por outro lado quando um ou mais alunos manifestam comportamentos apropriados, procuramos elogiar e realçar a importância desses comportamentos.

Tal como referimos anteriormente, os objetivos operacionais da aula são postos em prática de acordo com o que é planeado no plano de aula, no entanto, sempre que algum objetivo operacional não decorria de forma a proporcionar a aprendizagem necessária aos alunos, devido a situações imprevistas, procuramos adaptar os exercicios de acordo com as circunstâncias, sem quebrar o ritmo e a sequência da aula e sem nunca perder de vista os objetivos definidos.

A conclusão das aulas era realizada de modo sereno e tranquilo, utilizando a mesma organização da introdução da aula, ou então durante os alongamentos, com os alunos organizados em xadrez.

No balanço final da aula realizamos uma referência (feedback individual) aos alunos que se destacaram pela positiva, de modo a que estes vissem o seu esforço recompensado, e para que os colegas sentissem a necessidade de trabalhar de igual modo para receberem o mesmo tipo de feedback. O questionamento fez parte do balanço final, para rever as componentes críticas dos objetivos operacionais leccionados, com base nos mesmos critérios utilizados para o questionamento na introdução da aula. Após o questionamento aos alunos, voltamos a explicar o objetivo específico da aula, assim como os respetivos critérios de êxito e fazer a extensão de conteúdos para a próxima aula.

O material era arrumado por todos os alunos, e o professor era o último a abandonar o local.

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Módulos Teóricos

Nos módulos teóricos as estratégias passaram por aulas expositivas e dialogadas, com a utilização do Power Point como recurso visual instrutivo e esclarecedor dos assuntos abordados. Como forma de motivação e também para complementar as informações abordadas na aula, visualizamos vários vídeos que prendiam a atenção dos alunos e os centrava na matéria exposta.

As aulas foram lecionadas através de sessões exclusivamente teóricas, destinadas à apresentação ou introdução dos temas ou dos trabalhos a desenvolver, bem como à sua síntese, apresentação e avaliação, no entanto, os assuntos abordados permitiram sensibilizar os alunos para a prática desportiva.

Foi nosso objetivo estimular os alunos a interpretar as estruturas e fenómenos sociais extra-escolares, limitações das possibilidades de prática das atividades físicas, da aptidão física e da saúde dos indivíduos e das populações, tais como o sedentarismo e a evolução tecnológica, a poluição, o urbanismo e a industrialização, relacionando-os com a evolução das sociedades e os riscos que estes fatores teriam na saúde das populações.

Nas avaliações destes módulos foram priveligiados os trabalhos de grupo, nomeadamente na resolução de problemas colocados pelo professor, como forma de os alunos se apropriarem dos conhecimentos em causa.

Todo o processo de prática pedagógica supervisionada teve uma grande influência na nossa capacidade para intervirmos profissionalmente, visto que tivemos a oportunidade de ser acompanhados por um profissional competente e empenhado nas suas tarefas, que nos orientou de forma a estarmos preparados para desempenhar a função de professor, com capacidade para lidar com as diferenças de todos os alunos, desempenhar todas as tarefas com a máxima responsabilidade, reagir corretamente perante problemas e acima de tudo, maximizar a aprendizagem e formação dos alunos enquanto cidadãos.

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PARTE 1 – RELATÓRIO DE ESTÁGIO

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II – ATIVIDADES DE RELAÇÃO ESCOLA-MEIO 2.1. ESTUDO DE TURMA

O estudo de turma é um procedimento essencial na caracterização da realidade de uma turma, para adotar as estratégias de ensino necessárias para obter o sucesso no processo de ensino aprendizagem.

Neste documento apresentamos apenas o estudo de turma relativo à turma do 12º G da escola secundária da Lixa, visto que, na turma do 10ºG, devido a ser uma turma do nível inicial, sofreu constantes alterações dos alunos da turma no primeiro período letivo, o que não permitiu construir um documento formal com as informações relativas a cada aluno. No entanto, cada aluno preencheu uma ficha biográfica, com informações essenciais para o conhecimento dos alunos.

O estudo de turma realizado permitiu-nos obter conhecimentos sobre os alunos da turma, quer no contexto escolar, quer extraescolar, onde podemos perceber a sua realidade socioeconómica, afetiva, relacionamento com a família, expectativas e motivações em relação à escola, e mais especificamente á disciplina de Educação Física.

Posto isto, para uma melhor abordagem dos assuntos presentes nos questionários respondidos pelos alunos, procedemos a uma breve revisão de literatura como forma de enquadramento, que nos permitiu discutir os resultados obtidos.

2.1.1. ENQUADRAMENTO

De acordo com Muller (2002) a relação professor-aluno é uma condição do processo de aprendizagem, pois essa relação dinamiza e dá sentido ao processo educativo. Apesar de estar sujeita a um programa, a interação do professor e do aluno forma o centro do processo educativo. A relação professor- aluno pode-se mostrar conflituosa, pois baseia-se no convívio de classes sociais, culturas, valores e objetivos diferentes.

Achamos pertinente conhecer as habilitações literárias dos pais ou encarregados de educação dos alunos, visto que pode ser um dado importante para traçar um perfil do aluno mais rigorosamente, pois segundo diversos autores Mascarenhas, Almeida & Barca (2005) as habilitações escolares dos pais aparecem como variável importante na construção das perceções pessoais de competência, nas atribuições causais e no próprio rendimento escolar dos alunos. Um estudo realizado por Mascarenhas, Almeida & Barca (2005) indica-nos que os níveis de formação

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Tabela 1 – Caracterização da idade da amostra [frequência absoluta (n), frequência relativa (%), desvio  padrão (dp)]
Tabela 2 – Caracterização do IMC (índice de massa corporal) da turma
Tabela 4 - Meio de transporte casa-escola
Tabela 7 - Modalidades com mais dificuldades
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Referências

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