DANIEL
YARED
FORTE
CATETERIZAÇÃO
VESICAL E
INFECÇAO
DO
TRATO
URINÁRIO
EM
UM
HOSPITAL
UNIVERSITÁRIO:
ESTUDO DE
1092
CASOS
Trabalho
apresentado
àUniversidade
Federal de Santa
Catarina,para
a conclusãodo
Curso
de
Graduação
em
Medicina.
Florianópolis
Universidade Federal
de Santa
Catarina
DANIEL
YARED
FORTE
~
CATETERIZAÇAO
VESICAL
E
INFECÇÃO
DO TRATO
URINÁRIO
EM
UNI
HOSPITAL
UNIVERSITÁRIO:
ESTUDO
DE
1092
CASOS
Trabalho
apresentado àUniversidade
Federal de
Santa
Catarina,para
aconclusão
do
Curso
de
Graduação
em
Medicina.
Presidente
do
Colegiado
do
Curso:
Prof.
Dr.
Edson
Cardoso
Orientador: Dra.
Ana
Maria Nunes
de Faria
Stamm
Florianópolis
Universidade
Federal de
Santa
Catarina
2003
7
A
T O I*v
1
|
Forte, Daniel Yared.
C
aterização vesical e infecção do trato urinárioem um
hospital universitário: estudo de 1092casos / Daniel Yared Fone - Florianópolis, 2003.
36p.
Monografia (Trabalho de conclusão de Curso) - Universidade Federal de Santa Catarina-
Curso de Graduação
em
Medicina.l. Infecção do trato urinário; 2.Catéter; 3.Nosocomial. I.Título.
s
› › f Y ¡ ° ' â . _ ‹‹-~_ ,.r O
AGRADECÍMENTOS
Em
primeiro lugar quero agradecerminha
família pelo carinho, força, e por teremproporcionado todas condições necessárias para que este sonho se tomasse realidade.
Em
especial aomeu
irmão, RafaelYared
Forte, quesempre
me
orientou pelos melhorescaminhos
a
serem
percorridos.À
minha
orientadora, Dra.Ana
MariaNunes
de FariaStamm,
por sempreme
incentivarcom
paciência e carinho, e principalmente pela confiança e autonomiacom
que elame
deixourealizar este trabalho.
À
comissão de Controle de Infecção hospitalar doHU,
com
o apoioda
enfermeiraZulmira Miotello Cipriano e da
médica Maria Léa
Campos
pela ajuda e paciência que tiverampara
me
ajudar a realizar esse trabalho.Ao
grandeamigo
CarlosFemando
Collares, fundamentalquando
a epidemiologia foium
obstáculo aparentemente intransponível, obrigado pela dedicação e apoio.
A
IsabelleDamian
Prudêncio,uma
grande companheira, quecom
paciência e carinhome
acompanhou
duranteboa
parte da faculdade, ajudando nomeu
crescimentocomo
pessoa ecomo
futuro médico.Principalmente à Deus, que
com
palavras não saberei agradecer, pois sua luz iluminameus
passossempre
pelos melhorescaminhos
a seguir.Sua
forçatem
participação diretanessa conquista,
minha
e de todos quefazem
parte daminha
vida!iii
~
` , , . , _ - - ~ ›- _ Y ›-~._ ¬ -› f›t›.-. 9,, ._, z. ~ ..,._, r.-â _ .,_ ‹ _ _ ., ` d, 9,. . '~ ff 'ff V V ' nz,D7
_. ~ -' .. , n -_. _ H .› ._, \'_`. › _ 1- . z .r-~.-.‹_--~›.|›f› ‹› rt ,TÍTULO
CATETERIZAÇAO
VESICAL E
INFECÇAO
DO TRATO
URINÁRIO
EM
UM
HOSPITAL
UNIVERSITÁRIO:
ESTUDO DE
1092
CASOS
IV *“ , :AH '¬- ›W_ - __ _› , « _ .__ z _ Í \ _ . . _ I ,~
SUMÁRIO
LISTA
DE ABREVIATURAS
... ..VIILISTA
DE TABELAS
... ._ VIIILISTA
DE
FIGURAS
... ..IX1.
INTRODUÇÃO
... .. 01 2.OBJETIVO
... .. 02 2.1- Objetivo geral ... _.O2
2.2- Objetivos específicos ... .. O2 3.MÉTODO
... ._ os 3.1- Delineamento da pesquisa ... ._ O3 3.2- Populaçãoou
casuística ... .. O3 3.3- Coleta de dados ... .. O3 3.4- Coleta da amostra ... ..04
3.5- Estudos Inícrobiológicos ... ..O4
3.6- Definições ... ._04
3.7- AnáliseDocumental
... .. O5 3.8- Análise estatística ... ._ 05 3.9- Aspectos éticos ... .. 05 4.RESULTADOS
... ..O6
5.DISCUSSÃO
... .. 17 6.CONCLUSAO
... _. 21 7.REFERÊNCIAS
... ..22
V I f f7
f 7 1- z -f -é-A___“-1:%z
z..-.-_-__.. '_-....,.__ _ _ _RESUMO
... ..26
SUMMARY
... ..27
ANEXO
1 ... ..28ANEXO
2 ... ..30
ANEXO
3 ... ..34
NORMAS ADOTADAS
... ._36
_ vnLISTA
DE ABREVIATURAS
ITU-
Infecção do Trato UrinárioITUn-
Infecçãodo
Trato UrinárioNosocomial
ITUc-
Infecçãodo
Trato Urinário associada à cateterizaçãoHU-
Hospital UniversitárioUFSC-
Universidade Federal de Santa CatarinaCCIH-
Comissão
de Controle de Infecção HospitalarUTI-
Unidade de Terapia IntensivaCLED-
Cysteine .lactose Electrolyte-DeficientMedium
NNIS-
NationalNosocomial
Infection Surveillance SystemBIREME-
Biblioteca Regional deMedicina
CAT-
CateterizaçãoUFC-
Unidades Formadoras de ColôniasML-
MililítroVS-
Versus_ vn
~
LISTA
DE TABELAS
Tabela
1 Distribuição dos pacientes submetidos a cateterização vesical de acordocom
idadee sexo ... ..06
Tabela
2-
Distribuição dos pacientes submetidos a catetenzação vesical de acordocom
o sexo e a presença de infecção do trato urinário (ITU) ... ..O9Tabela
3-
Distribuição dos pacientes submetidos a cateterização vesical de acordocom
aidade e a presença de infecção
do
trato urinário (ITU) ... ..1OTabela
4-
Distribuição dos pacientes de acordocom
os dias de catetcrização vesical epresença de infecção
do
trato urinário (ITU) ... ..llTabela
5-
Distribuição dos pacientes submetidos a cateterização vesical de acordocom
o grupo etário (anos) e a presença de infecçãodo
trato urinário (ITU) ... .. 12Tabela
6-
Distribuição dos pacientes submetidos à cateterização vesicalem
relação ao localde internação e a presença
de
infecçãodo
trato urinário (ITU) ... ..13Tabela
7-
Distribuição dos pacientes submetidos a cateterização vesicalem
relação aonúmero
de morbidades e a presença de infecçãodo
trato urinário (ITU) ... .. 14Tabela
8-
Distribuição dos pacientes submetidos a cateterização vesicalem
relação ao uso de antibioticoterapia e presença de infecçãodo
trato urinário (ITU) ... _. l5viii
LISTA
DE FIGURAS
Figura 1- Distribuiçao dos pacientes submetidos a cateterizaçao vesical de acordo
com
oA grupo etário
... ..O7
Figura 2- Distribuição dos pacientes submetidos a cateterização vesical que desenvolveram
infecção
do
trato urinário nosocomial ... ..O8Figura 3- Incidência dos agentes etiológicos nos pacientes cateterizaclos que adquiriram
infecçao
do
trato urinário ... ._ 16ix
1
1NTRoDUÇÃo
A
infecçãodo
trato urinário (ITU) relacionada ao usodo
catéter vesical dedemora
representa
40%
de todas as infecções nosocomiais, sendo considerada a infecção nosocomialmais
comuml.
Durante o período de hospitalização, de cada4
pacientes l receberáum
catéterurinário, o que significa que
25%
dos pacientes internados serão submetidos à cateterizaçãovesical2.
O
cateter uretral é consideradoum
dos principais instrumentos utilizadosna
práticamédica, sendo indicado
em
várias situações,como
o alívio de retenção urináriaou
paramonitorização
da
diureseem
pacientes graves3. Por outro lado, seu usotem
sido apontadocomo
o principal fator de risco para o desenvolvimento deITU
nosocomial (ITUn)4,além da
duração
da
cateterização,da
suscetibilidade individualdo
paciente,da
idadeavançada
edos
cuidados
com
o catéters.A
taxa diária de bacteriúriaem
pacientescom
cateterização uretral varia de 3 a10%,
sendo a incidência diretamente relacionada
com
a duraçãoda
cateterização; entre os pacientescom
bacteriúria, 10 a25%
desenvolverão sintomas deITU,
e, aproximadamente,3%
dospacientes
desenvolvem
bacteremia, o que invariavelmente representauma
complicação sériaó.A
alta incidência deITUn,
associada à cateterização,têm
como uma
de suas principaisconsequências
um
aumento na
resistência bacteriana ao uso de antimicrobianos,com
proliferação de cepas resistentes,
como
por exemplo, de Escherichia coli, que é o patógenomais frequentemente encontrado3.
Nos
EstadosUnidos da América
calcula-se que otempo
de hospitalização devido aITU
relacionada ao uso de catéter vesical de
demora
(ITUc),pode
aumentarem
900.000 dias porano3. Esta realidade se reflete
em
custos, tanto para o tratamento adequado, quanto pelosexames
necessários para sua avaliação e de suas complicações.Com
isso, estima-seum
gastode
400
dólares a mais para o sistema de saúde, por episódio de infecção7'8.Com
o objetivo de identificar o perfilda
ITU
nosocomial relacionada ao usodo
catéter vesical de demora,no
Hospital Universitário Polydoro Ernani Santiago (HU),da
Universidade Federal de Santa Catarina(UFSC),
em
um
período de dois anos, obtivemos os2
2
OBJETIVOS
2.1 Objetivo
Geral
Identificar a frequência de cateterizações vesicais, e a prevalência
da
ITU
relacionada aouso de catéter vesical de demora,
em
um
período de 2 anos, através de dados oficiais.2.2 Objetivos Específicos
2.2.1- 2.2.2-
2.2.3-
2.2.4-
Descrever a idade, o sexo e o grupo etário dos pacientes cateterizados.
Analisar a associação entre sexo, idade, duração
da
cateterizaçäo(em
dias),número
de morbidades, o uso de antibioticoterapia pela doença de base e aocorrência de infecção.
Descrever a ocorrência de
ITUc
em
relação ao setordo
Hospitalonde
o pacienteestava intemado.
3
3
MÉTODO
3.1
Delineamento
da
pesquisaInquérito transversal, descritivo, observacional,
com
base nos registros daCCIH.
3.2
População ou
casuísticaEm
relação à distribuição dos pacientes, classificamoscomo
população adulta ospacientes
acima
de 15 anos emenores
de60
anos, ecomo
população geriátrica osE
a60
anos,divididos
em
dois grupos etários: de60
a79
anos ecom
80
anosou
mais.Os
pacientesestavam internados nas enfermarias de Clinica Médica, Clinica Cirúrgica, Ginecologia,
Unidade
de Terapia Intensiva (UTI),Emergência
eAlojamento
Conjunto doHU
da
UFSC,
localizado
em
Florianópolis-Santa Catarina,no
período denovembro
de 1999 adezembro
de2001.
O
levantamento realizado identificou1092
pacientes queforam
submetidos àcateterização vesical de
demora
neste periodo.3.3 Coleta
de dados
Os
dadosforam
obtidos atravésda
análiseda ficha
de notificação de infecção compiladapela
CCIH,
sendo consideradas as variáveiscomo:
idade, sexo, local de internação(enfermaria), data de intemação e de saída, uso de antibioticoterapia ( independente
da
indicação), diagnóstico(s), duração
da
cateterização, presença de infecção e seus agentes etiológicos (videAnexo
l).4
3.4 Coleta
da
amostra
As
amostras de urinaforam
coletadas porum
profissional deenfermagem
atravésde
punção
com
agulha, após antissepsia adequada,no
ponto de látex localizadono
tubocoletor
de urina,
sem
a aberturado
sistema dedrenagem
fechado.A
urina foi transportada aolaboratório rapidamente (até 1 hora após a coleta, se refiigerada).
O
catéter utilizadofoi o
catéter de Foley, 2 vias, de látex,
com
tamanhos
de 14, 16, 18 Fr., variandoconforme
o caso9.3.5
Estudos
microbiológicosOs
estudos microbiológicosforam
realizadosno
Laboratório Centraldo
HU,
no
setorde
microbiologia.
As
amostras de urinaforam
inoculadasno meio
deCLED
( Cysteine LactoseElectrolyte-Deficient
Medium)
eMac
Conkey
e,quando
necessárioem
ágar-sangue.
As
placas
foram
incubadas entre 35 e37°C
e a leiturada contagem
de colônias foi feita entre24
a48
horas.“A
identificação dos microorganismos foi realizadaa nível de gênero e espécie bacteriana
através de provas bioquímicas.
A
identificação iniciouna
classificação morfo-tintorialbaseada
na
microscopia, atravésda
lâmina corada peloGram,
dividindoem
2 grandes grupos:germes
Gram-positivos e Gram-negativos.A
partir desses dados, identificamosum
detemiinado microorganismo utilizando testes bioquímicos específicos para cada grupo”l°.
3.6 Definições
A
ITU
no
paciente cateterizado, sintomáticaou
não, foidefmida
através dos critériosestabelecidos pelo National
Nosocomial
Infection SuiveillanceSystem
(NNIS), os quais sãoseguidos pelo Ministério
da Saúde
e adotados pelaCCIH
do
HU
como
referência“(vide5
3.7 Análise
Documental
Para a pesquisa bibliográfica foi utilizada a base de dados Medline, através
do
endereçoeletrônico
Www.medline.com,
sob otema
Infecçãodo
Trato Urinário nosocomial relacionadaao uso de catéter vesical.
Os
artigos selecionadosforam
obtidos via internet atravésda
Bibloteca Regional de
Medicina
(BIREME).
3.8 Análise estatística
Os
dados coletadosforam
colocadosno
programa
ENTERX
e analisados atravésdo
ANALYSIS,
componentes do programa
EPI-INFO
6.04.As
variáveisforam
descritasem
número, e
quando
necessárioem
porcentagem, média, mediana,moda
e desvio padrão. Testesnão-paramétricos
foram
utilizados para inferência de significância estatística, sendo o Qui-quadrado para cruzamento entre variáveis categóricas e o
Mann-Whitney
(Kruskal-WallisH)
para cruzamento de variávies categóricas e contínuas, sendo considerado significante valor de
p <
0,05.3.9
Aspectos
éticosA
apresentação e oacompanhamento
do projeto de pesquisaforam
realizados atravésda
Coordenadoria de Pesquisa,
do
Departamento de Clínica Médica,do
Centro de Ciênciasda
Saúde,
da
UFSC,
com
aprovação doCômite
de Ética de Pesquisaem
SeresHumanos
(vide6
4
RESULTADOS
No
período denovembro
de1999
adezembro
de 2001,foram
intemados noHU
da
UFSC
14544
pacientes,com
idade§
à 15 anos: desses,1092 foram
submetidos a cateterização vesical dedemora
(7,5%
(1092/14544)). Entre eles, a maioria erado
sexo feminino(55,9%
(610/ 1092)),
porém
amédia
de idade foi superiorno
sexo masculino (59,9 versus (vs)51,8)(vide Tabela 1).
Tabela
1-
Distribuiçãodos
pacientessubmetidos
a cateterização vesicalde acordo
com
idade e sexo.
IDADE
~
SEXO
N°
(%)
Média
Mediana
Desvio PadrãoModa
Masculino
482
44,1 59,964
16,666
Feminino
610
55,9 51,8 50 19,234
TOTAL
1092 100,0 55,357
18,666
Kruskal-Wallis
H
= 54,4; p < 0,001A
maioria dos pacientes tinhamenos
de60
anos de idade(54,6%
(596/1092)),mas
parcela geriátrica
(ä 60
anos)também
foi expressiva (45,4%
(496/ 1092)) (vide Figura 1).599
.
<60
80e+
¡
391
Figura 1: Distribuição dos pacientes submetidos a cateterização vesical de acordo com o grupo etário.
Fonte: CCIH/I-IU/UFSC, novembro de 1999 a dezembro de 2001.
7
8
A
prevalência deITUn
nos pacientes cateterizados foi de16%
(175/1092) (videFigura 2).
.16%
I
Ausência de InfecçãoI
InfecçãoI
84%
Figura 2: Distribuição dos pacientes submetidos a cateterização vesical que desenvolveram infecção do
trato urinário nosocomial.
9
Não
houve
uma
associação estatisticamente significante entre a presença deITUn
e o sexodos pacientes (vide Tabela 2).
Tabela
2-
Distribuiçãodos
pacientessubmetidos
a cateterização vesicalde acordo
com
0 sexo
~
e a presençade
infecçãodo
trato urinário (ITU).PRESENÇA DE
ITU
~
SEXO
Sim
Não
TotalN
(%)
N
(%)
N
(%)
Masculino só (49,1)
396
(43,2)482
(44,1)Feminino
89 (5o,9) 521 (só,s)ó1o
(55,9)~
TOTAL
175 (100,0)917
(100,0) 1092 (100,0)~
×2=2,1; p=o,14ó10
A
média
de idade dos pacientesque
adquiriramITUn
foi maiordo que
aquelessem
infecção (Kruskal-Wallis H=l7,5; p<0,001) (vide Tabela 3).
Tabela
3-
Distribuição dos pacientessubmetidos
a cateterização vesicalde acordo
com
a idade e a presençade
infecçãodo
trato urinário (ITU).PRESENÇA DE
ITU
IDADE
N
(%)
Média
Mediana
Desvio PadrãoModa
Sim
175 (l6,0) 60,6 65 18,169
Não
917
(84,0) 54,356
18,566
TOTAL
1092 100,0 55,357
18,666
~
Kruskal-Wallis H=l7,5; p<0,001ll
A
média,em
dias,da
duraçãoda
cateterização vesical, foiaproximadamente
3 vezesmais
nos pacientes que adquiriram
ITUn
quando comparado
aos pacientessem
infecção (videTabela 4).
Tabela
4-
Distribuiçãodos
pacientesde acordo
com
os diasde
cateterização vesical epresença
de
infecçãodo
trato urinário (ITU).~f
PRESENÇA DE
ITU
DIAS
DE
CATETERIZAÇAO
VESICAL
N
(%)
Média
Mediana
Desvio PadrãoModa
Sim
175 (16,0) 13,0 8 6,1 3Não
917
(84,0) 4,5 3 15,9 2~
~
TOTAL
1092 100,0 55,3 57 18,666
Kruskal-Wallis H=1 17,2; p<0,00l
12
Proporcionahnente, os pacientes geriátricos (III
60
anos) adquiriram maisITUn
do que
osnão-geriátricos (<
60
anos), sendo essedado
estatisticamente significante (X2 =20,7; p<0,00l)(vide Tabela 5).
Tabela
5-
Distribuiçãodos
pacientessubmetidos
a cateterização vesicalde acordo
com
ogrupo
etário (anos) e a presençade
infecçãodo
trato urinário (ITU).~
GRUPO
ETARIO
_
PRESENÇA DE
ITU
<óo
óo-79so
z+
N
(%)
N
(%)
N
(%)
sim
69
(1 1,6) si (2o,4) 25 (25,3)Não
527
(88,4)316
(79,6)74
(74,7)_
TOTAL
596
(l00,0)397
(1 00,0)99
(1 00,0)~
x2=2o,7; p<o,oo113
O
número
de cateterizações vesicais émenor
nas enfermarias de ClinicaMédica
1, 2 e 3,UTI, Emergência
e Alojamento Conjunto,quando
comparado
com
as enfermariasde
Ginecologia e Clinica Cirúrgica le 2.
Porém,
proporcionalmente, onúmero
deITUn
é maior nas clínicasem
que
há
menor número
de cateterizações (vide Tabela 6).Tabela
6-
Distribuição dos pacientessubmetidos
à cateterização vesicalem
relaçãolocal
de
internação e a presençade
infecçãodo
trato urinário (ITU).ENFERMARIA
CATETERIZAÇÕES PRESENÇA DE
ITU
ITU/CAT
N
(%)
N
(%)
(%)
Médica
2Médica
3Médica
1UTI
Cirurgia2Emergência
Ginecologia Cirurgia 1Alojamento
Conjunto (5,8) (6,7) (5,8) (4,7) (24,ó) (3z2) (17,2) (2ó,ó) (5,4) 14,3 14,9 1 1,4 7,4 27,4 2,8 10,3 10,9 (39,7) (35,1) (31,7) (25,5) (17,s) (14,3) (9,6) (6,5) 1 0,6 (1,7)30
TOTAL
1092 (1oo,o) 175 (1oo,o)14
Observamos
que a presença de duasou
mais morbidades esta relacionadacom
a presençaâe1TUe(×2=29,9;
p<o,oo1) (vide Tabela 7).Tabela
7-
Distribuiçãodos
pacientessubmetidos
a cateterização vesicalem
relaçãoao
número
de morbidades
e a presençade
infecçãodo
trato urinário (ITU).~
PRESENÇA DE
ITU
~‹
MORBIDADES
Sun
Nao
TotalN
(%)
N
(%)
N
(%)
Uma
38
(21,7)402
(43,8)440
(40,3)Duas ou
mais 137 (78,3)515
(56,2)652
(59,7)~
TOTAL
175 (1oo,o)917
(1oo,o) 1092 (1oo,o)X2=29,9; p<o,oo1
15
O
uso de antibióticosem
funçãoda doença
de base, ocorrena
maioriados
pacientescateterizados
(84%
(916/ 1092)); entre esses,93,1%
(163/ 175), apesardo
uso deantibioticoterapia, desenvolveram
ITUc
(×2=l3,2; p=0,0002).Tabela
8-
Distribuiçãodos
pacientessubmetidos
a cateterização vesicalem
relaçãoao
uso
de
antibioticoterapia e presençade
infecçãodo
trato urinário (ITU).~
USO DE
ANTIBIOTICOTERAPIA
~
PRESENÇA DE
ITU
Sim
Não
TotalN
(%)
N
(%)
N
(%)
sim
163 (17,s) 12 (ó,s) 175 (1ó,o)Não
753 (82,2) 164 (93,2)917
(84,0)TOTAL
916
(100,0) 176 (100,0) 1092 (l00,0)~
×2=13,2; p=0,oo0216
Nos
pacientesque
adquiriram ITUc,foram
realizadas 153 uroculturas diagnósticas (osoutros diagnósticos
foram
dados por critérios clínicosu), elas revelaramum
predomíniode
Escherichia coli
(54,2%
(83/153)), seguida por Klebsiellapneumoniae (25,4%
(39/153)),Pseudomonas
sp.(l8,9%
(29/ 153)), Enterobacter sp.(5,8%
(9/153)),Candida
sp.(3,9%
(6/ 153)), Proteus mirabillis(3,2%
(5/ 153)),Morganela
sp.(1,9%
(3/ 153)), Acinetobacter sp.(l,9%
(3/153)), Serratia sp.(l,3%
(2/153)), Staphylococus aureus(1,3%
(2/153)) eStaphylococus sp.
(0,6%
(1/153)).Das
153 uroculturas realizadas,em
26
(16,9%)foram
encontradas mais de
uma
bactéria (infecção polimicrobiana); dessas,22
apresentaram2
bactérias e
em
4
culturasforam
encontradas 3 bactérias (vide Figura 3).Staphylococus sp. Staphylococus aureus Serratia sp. Acinetobacter sp. Morganela sp. Proteus mirabillis Candida sp. Enterobacter sp. Pseudomonas aeruginosa Klebsiella pneumoniae Escherichia coli _| | 1 | 1 I I 0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40.096 50.0% 60,0%
Figura 3
-
Incidência dos agentes etiológicos nos pacientes cateterizados que adquiriram infecção do trato urinário.17
5
DISCUSSÃO
A
partirda
década de 70, foi desenvolvidoum
sistema dedrenagem
vesical fechado,capaz de reduzir drasticamente a contaminação e a evolução para infecção
do
aparelhourinário,
em
pacientesque
necessitam de cateterização vesical”.No
HU
daUFSC,
desde asua inauguração,
em
1980, é utilizado este sistema, sendoque
a cateterização vesical érealizada por
um
profissionalda
área deenfermagem”
.Esta inovação ajudou a diminuir às taxas de ITUc,
mas
apesar disso, ela ainda éconsiderada a infecção hospitalar mais
comum,
pois representa40%
de todas infecçõesnosocomiaisl.
Em
1981,Haley
et al, após estudarem a infecção nosocomialem
hospitaisdos
Estados Unidos, durante 2 anos, observaram
que aproximadamente
25%
dos pacienteshospitalizados
recebem
um
catéter vesical durantealgum
período de sua internação2.O
nossoestudo mostrou tuna fiequência de
7,5%
cateterizaçõesno
período estudado,um
número
expressivamente inferior ao apresentado pela literatura.
Entre pacientes cateterizados, apenas 2 a
6%
dosque
ficam
bacteriúricos são sintomáticos.Mesmo
assim, Stark et al” (1984) mostrouque
a maioria dos episódios de bacteriúriacom
contagem
baixa de colônias (100 a10000
unidades formadoras de colônias(UFC)
debactérias
ou
fungos/ml) rapidamente progridem para altas contagens (mais de100000
UFC/ml),
dentro de24
a48
horas.Dessa
fonna, o termo bacteriúria associada ao catétertomou-se
praticamenteum
sinônimo deITU
relacionada a elels_Ao
analizarmos a patogêneseda ITUc, notamos que
às bactériaspodem
ascender à bexigapor via intraluminal,
ou
seja,no
interiordo
sistema dedrenagem
fechado, e por viaextraluminal, a qual é a rota mais
comum
de
entrada de uropatógenosló.A
formação de
biofilme
(proteínas, cristais de apatita e estzmvita, polissacarídeos, glicocálix e bactérias),também
contribui para aderência e crescimento de bactériasna
superficie internado
catéter3°8'l6.
Os
microorganismosque fazem
parte dessa estrutura sãomenos
susceptíveis a ação de agentes antimicrobianos, o
que
também
predispõe a infecção3'8.Nos
pacientes submetidos a cateterização vesical de demora, a maioriaeram
mulheres(55,9%),
mas
amédia
de idade foi superior entre oshomens
(59,8 vs 51,8).O
predomínio de18
os locais
do
HU
da
UFSC
e,com
exclusividade nas enfermarias de ginecologia e alojamentoconjunto.
Vários estudos já
foram
realizadoscom
o objetivo de tentar demonstrar a incidência deITUc:
Kunin
et al” (1966)mostrou
tuna incidência de21%;
Garibaldi et alls(1974),
incidência dc
23%;
wzncn
ci ai” (1973), incidência dc17%;
Piau cú ni” (1983), incidênciade
9%; Thompson
et al” (1984), incidência de10%; Johnson
et al” (1990), incidênciade
10%
eTambyah
et al23 (2000), incidência de 14,9%.Em
nossa casuística encontramosuma
prevalência de
16%,
oque
estaem
conssonânciacom
os dados internacionais.As
pacientesdo
sexo feminino são mais susceptíveis à desenvolverITU
quando
cateterizadas24°25.
Em
geral, isto ocorre por fatores anatômicos(o
menor
comprimento da
uretra)26, e causas hormonais (diminuição nos níveis de
estrogênio,
no
climatério,que
modifica
a microflora vaginal)27.Observamos que
50,9%
dosque
adquiriram infecçãoeram
do
sexo feminino,mas
essedado
não foi estatisticamente significante.Em
1991,Stamms
descreveucomo
um
fator deaumento da
prevalência deITUc
o avançarda idade,
em
função das doenças de base desses pacientes,que
setomam
presentescom
o envelhecimento. Entre as patologias mais frequentemente associadascom
ITUc,
estão:Diabetes Mellitus, doenças neurológicas (acidente vascular cerebral e suas sequelas,
doença
de Alzheimer), alterações prostáticas (entre os
homens)
e alteraçõescomo
retocele e cistocele(entre as mulheres)29'3°'3l. Porém, as alterações filncionais
e anatômicas próprias
do
processo de envelhecimento,como
a instabilidade, amenor
contratilidadeda
bexiga e sua baixa complacência, e a deterioração das célulasda
mucosa
eda
submucosa,também
corroboram
para Luna maior prevalênciana
população idosa”.Em
nosso estudo, amédia
de idade de 60,6 anos, nos pacientesque desenvolveram
infecção, mostrou ser a idade avançadaum
fator estatisticamente significativo.Ao
analisarmos a proporção de casos de ITUc,
em
relação aos grupos etários,notamos que
omaior
número
de pacientescom
infecção tinham 80 anosou
mais (25,2%), seguidos peloscom
idade entre60
e79
anos (20,4%) e, posteriormente, oscom
menos
de60
anos (11,5%).Portanto, assim
como
mostra a literatura, nosso estudotambém
mostrou
uma
forte associaçãode infecção
com
o avançarda
idade.Esses dados
merecem
atenção, pois o estudo deAckermannn
(1996) mostrou que, entre os19
taxa de mortalidade de 31,3%, devido a bacteremia
com
origem no
trato urinário, enquantoos
que não
o utilizaram, a mortalidade por urosepse foi de 8,5%.Stamms
(1991) salienta o estado de saúdedo
paciente (severidade da doença),como
um
fator associado ao aparecimento de ITUc.
Em
fimção
da
dificuldade de analisar o estado de saúde de todos os pacientes estudados,optamos
por dividi-losem
relação aonúmero
de
morbidades apresentadas.
Observamos
que desenvolvimento de infecção foi mais frequentenos pacientes
com
duasou
mais patologias (morbidades), pois esses representaram78,3%
dosindivíduos
com
infecção.Inúmeros
trabalhostêm
demostrado de maneira constante, a importânciada
duraçãoda
cateterizaçãocomo
fator de risco para desenvolvimento de ITUc.Em
1986, Platt et al”mostraram
que o risco paraITUc
aumenta
em
2,5%
para 1 dia de cateterização,10%
para 2 a3 dias,
12,2%
para4
a 5 dias,chegando
a26,9%
quando
a duração for igualou
maior
do que
6 dias. Estes autores
afirmam que
a duraçãoda
cateterização é o mais importante fatorde
risco para esta infecção.Em
1994, Stammlo,em
um
estudo de coorte, analisou a duraçãoda
cateterizaçãono
HU
da
UFSC,
e encontrou Lunamédia
de 7,0 dias nos pacientes infectados ede 3,4 dias nos
sem
infecção.Assim
como
na
literatura, a nossa casuísticatambém
mostrou
uma
forte associação entreITUc
e duraçãoda
cateterização, jáque
amédia de tempo de
cateterização dos pacientes infectados foi quase 3 vezes maiorem
relação aos pacientesque
não desenvolveram infecção (13,0 e 4,5 respectivamente).
Stammlo
observouque
a áreado
hospitalonde
o maiornúmero
de catéteresque estavam
sendo inseridos era o centro cirúrgico, correspondendo a
71,3%
das indicações(em
geral, paracontrole
da
diurese durante as cirurgias4), e que os pacientescom
patologias clínicas,submetidos a cateterização, apresentavam mais infecção
do
que os pacientes cirúrgicos(24,2%
e6,8%
respectivamente).Dados
semelhantesforam
encontrados por Seal et al34,em
1982,
que
também
observouuma
incidência maior deITUc
nos pacientes clínicos.No
presente estudo,notamos
que os pacientesque
mais receberam cateterizaçõesforam
ospacientes cirúrgicos
(26,6%
das cateterizaçõesna
Clínica Cirúrgica 1;24,6%
na
ClínicaCirúrgica 2;
17,2%
na Ginecologia).Observamos também, que
a proporção deITU
vsnúmero
de cateterizações foi superior nos pacientescom
patologias clínicas,quando
comparados
aos cirúrgicos (por exemplo,39,7%
na
ClínicaMédica
2 e17,8% na
Clínica20
Stammw
também
mostrou que
os pacientes clínicos tiveram o dobro da duraçãomédia de
cateterização
em
relação aos pacientes cirúrgicos, eque
em
geral, a indicaçãode
cateterizaçãoem
pacientescom
patologias clínicas era feitaem
situações de urgência. Já os pacientescirúrgicos,
na
maioria das vezes,eram
cateterizados poruma
indicação eletiva durante ainternação.
No
presente estudo nãotemos
estes dados disponíveis,porém
acreditamos nestasevidências para justificar a maior incidência de
ITUc
nos pacientes clínicos.Tambyah
et al”,em
2000, ao realizarum
estudo prospectivocom
761 pacientes,demonstrou que
os agentes etiológicos mais encontrados nasITUc
eram
enterococos e bacilosGram-negativos, e
que
94%
das infecçõeseram
unimicrobianas,ou
seja, causadas por apenasum
patógeno.Nesse
mesmo
estudo, Escherichia coli foium
dos principais microorganismos. Warren3,em
2001, descreve quena
cateterização breve(com menos
de30
dias deduração), as infecções
tendem
a ser unimicrobianas, eque
as cateterizações porum
períodomais longo (mais de
30
dias),tendem
a ser polimicrobianas.Em
nossa casuística,notamos
que a maioria das
ITUc
foram
unimicrobianas (83,l%), e que a maior parte dos pacientescateterizados foi por
um
período breve detempo
(média de 13 dias nos quedesenvolveram
infecção vs 4,5 dias nos
sem
infecção).Escherichia coli foi o principal agente etiológico encontrado
na
população estudada(54,2%), seguida por outros Gram-negativos, corroborando
com
o que é classicamenteapresentado pela literatura especializada,
que
éunânime
em
afirmar que
essemicroorganismo
é
um
dos principais agentes etiológicos encontrado nasITU
nosocomiais relacionadas ao usodo
catéte13'28.Quando
analisamos os pacientesque estavam
fazendo antibioticoterapia, por indicaçãomédica,
em
funçãoda
sua patologia de base, e não para prevenir ITUc,notamos que
ainfecção foi mais frequente
(93,l%
(l63/ 175)). Estudos prospectivosmostram que
o uso deantibióticos
podem
adiarmas
não prevenir a ITUc36, eque
seu uso profilático nos pacientescom
um
catéter vesical dedemora
é justificadoquando algum
procedimento gênito-urinárioinvasivo for indicado, pelo risco de desenvolverem bacteremia e
choque
séptico”.A
importânciaem
se adotar medidas preventivas, tanto para evitar o desenvolvimento deinfecção e de suas complicações, quanto pelo alto custo envolvendo 0 uso
do
catéter7'"'38,inicia pela sua indicação criteriosa,
manejo
adequado, e pela utilização de catéteres revestidospor prata,
que
quando comparados
aos de látex,mostram
maior efetividade na prevenção de21
ó
CONCLUSÃO
Entre os pacientes
que
foram submetidos à cateterização vesicalde
demora
no
I-IUda
UFSC,
no
período denovembro
de 1999 àdezembro
de 2001,podemos
concluir:1.
Representam
7,5%
dos pacientes intemados nesse período.2.
A
média
de idade foi superior entre oshomens,
porém
com
predomíniodo
sexofeminino, e o
número
de pacientes geriátricos e não-geriátricos foi semelhante.3.
A
prevalência deITU
nestes pacientes foi de16%.
4.
Houve
uma
nítida associação entreITUc
eo
avançarda
idade,o
número
de morbidades, a duraçãoda
cateterização e o uso de antibioticoterapia peladoença de
base.5.
Os
pacientes internados nas enfermarias clínicas apresentaram Luna incidênciamaior
de
ITUc
do que
os pacientes das enfermarias cirúrgicas.22
7
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Silver Alloy-coated Urinary Catheters in26
RESUMO
Objetivo- Identificar a frequência de cateterizações vesicais, e a prevalência
da
Infecçãodo
Trato Urinário relacionada ao usodo
catéter vesical dedemora
(ITUc).Método-
Inquérito transversal, descritivo, observacional,com
baseem
registrosda
Comissão
de Controle de Infecção Hospitalar(CCIH), do
Hospital Universitário(HU), da
Universidade Federal
de
Santa Catarina(UFSC), no
período denovembro
de1999
adezembro
de 2001.O
levantamento identificounum
universo de14544
intemações,1092
pacientes submetidos a cateterização vesical,
com
idade igualou
superior a 15 anos.A
ITUc
foi
defmida
através de critérios intemacionais.Na
análise estatísticaforam
utilizados testesnão-paramétricos.
Resultados-
A
frequência de cateterizações vesicais foi de7,5%
(1092/14544) e aprevalência de
ITUc
foi de16%
( 175/1092). Entre os pacientesque
evoluíramcom
ITUc,
amédia
de idade foi superior (60,6 versus 54,3 (p<0,001)) e a dos dias de cateterizações foiquase 3 vezes maior (13 versus 4,5 (p<0,001)); a maioria
(78,3%
(137/ 175)) apresentava 2ou
mais morbidades, e estavam fazendo antibioticoterapia pela
doença
de base(93,1%
(163/ 175)). Escherichia coli foi o principal agente etiológico
(54,2%
(83/ 153)).Conclusão-
A
fiequência de cateterização vesical é inferior aoda
literaturaporém
aprevalência de
ITUc
é semelhante.Observamos que
fatorescomo
avançarda
idade, duraçãoda
cateterização,número
de morbidades e uso de antibioticoterapia peladoença
de base21
SUMMARY
Objective:
To
identify thefiequency of
vesicals catheterization and the prevalenceof
catheter- associated Urinary Tract Infection
(U
TIc).Method:
Transversal, descriptiveand
observational inquiry, based in registersof
theHospital Infection
Commission
Control (HICC),fiom
the University Hospital (HU),of
theFederal University
of
Santa Catarina(UFSC),
in the periodof
November
1999
toDecember
2001.
The
survey identified, in a universeof 14544
internments, 1092 patients submitted to vesicle catheterization, vvith age equal or superior 15 years.The
UTIc was
defined
through international criteria. Non-parametric testshad
been used in the statistic analysis.Results:
The
frequencyof
vesicals catheterizationswas 7,5%
(1092/14544)and
theprevalence
of
UTIc was
16%
(175/ 1092).Arnong
patientswho
started UTIc, the average agewas
superior (60,6 versus 54,3 (p<0,00l)) and the days with catheterizationWas
almost 3times bigger (13 versus 4,5 (p<0,001)); the majority
(78.3%
(l37/ 175)) presented 2 ormore
morbidities, and
were
being submitted to antibioticterapy for the base illness(93.1%
(163/ 175)). Escherichia coli
was
themain
etiologic agent(54.2%
(83/ 153)).Conclusion:
The
frequencyof
vesicle catheterization is lower than theone of
the literature,however
the prevalenceof
UTIc
is similar.We
observed that factors likeadvanced
age, time
of
catheterization,number
of
morbiditiesand
useof
antibioticterapy for the base28
ANEXO
1
_ ..__.__ _ _._._.. z. ._ z ....-,_.¬z.._._.__ -zz«...W.
.-‹›v~-
¬----¬ _ __.. _ .,,..f¬ ¬. . ...`p_q.,_._~...-.-.V, Í. - « -'^-Nf-' " ~z _ _,___ _. -SERVIÇO PÚBLICO
FEDERAL
ã
*É
__ _á~ UNIVERSIDADE FEDERAL,
DE SAN
IACATARINA
- UFSCDE
DE
-^ '_
:í HOSPITAL UNÍVERSITARIO -
HU
COMISSÃO
DE CONTROLE DE
INFECÇÃOHÔSPTTALAR
- CCIHINFECÇÃO
Nome do Paciente
Registro Data Internação
U
Data Nascimento Sexo
I
Quarto/leito
I
Clínica Código Estado Físico
/ / / / DIAGNOSTICO CIRURGIA \ / \ \
DATA
(Pc c‹×1.NN1ss cismo
\ \ \ \ \ \Anestesia Gaal ( ) Sim
Emergência ( ) Sim
Tmnma
( ) Sim Prótese ( ) SimTempo de Cirurgia (h/min)
ASA
f\/\/\r-\ ›_. /\ \× IU ׬ \z LA /N \_× Ji /-\ \./ U1 /-\ O S.\./ Cirurgião: 1- ) Não ) Não ) Não 2-
__
zz __ 3-.í
______ _._______í___.
z-\/\/\ \z\_×\/ Anestesista: ) Não II1St1'U11'l€I1I.ÍÍ"
"mf
f\ \./ /'\ yz Dissecção Veia Traqueostomia Nm» OUTROS DATA Í Sonda Vesical Cateter Venoso CentralANTIMICROBIANO
I I / / / I/Í
Im
fm
TOPOGRAFLA
DA
INFECÇAO
TOPOGRAFIA
DATA
DIAGNOSTICOMATERIAL
AGENTE
Dzizâzszíâz
uma
( )ITrzmferên¢1zd¢c1m.()lÓbm›z1(
) 2( ) 3( ) / /
0300/ 1 64
ANEXO
2
9.3.
Locais
ESPECÍFICOS
DE INFECÇÃO
A fim
de
daruma
idéia dos critérios,apenas
um
dos
4
principais locaisde
infecção (trato urinário,FO,
pneumonia
e corrente sangüínea) e seus locaisespecíficos
sãomencionados no
remanescente
deste capítulo.Pode-se
rever os outroscritérios
que
estão publicadosno
American
Journal
of InfectionControl de
julho/88.São
relacionados critérios separados para os pacientesde
idade igualou
menor
aum
ano,porque
os sinais e os sintomasde
infecçãoem
adultosdiferem de
alguma
forma
daqueles dos
neonatos.9.3.1.
Infecção Sintomática
do Trato
Urinário
a.
Código
:SUTI
b.
Definição
:Uma
infecção sintomáticado
trato urináriodeve obedecer
apelo
menos
um
dos
seguintes critérios:1 -
O
paciente tem, pelomenos,
um
dos seguintes sinaisou
sintomas,sem
outracausa qualquer
conhecida: febre (>38°C), urgência,fieqüência,
disúriaou
sensibilidade suprapúbica;
g
o paciente
tem
uma
culturade
urina positiva, isto é,2105
microrganismos
por
ccde
urina,com
não
mais
do
que
duas
espéciesde
microrganismos.
2 -
O
paciente tem, pelomenos,
dois dos seguintes sinaisou
sintomas,sem
outracausa
conhecida: febre (>38°C), urgência, freqüência, disúriaou
sensibilidade suprapúbica; Q,
pelo
menos,
um
dos
seguintes:- dipstic/: positivo para esterase
de
leucócito e/ou nitrato;- piúria
(espécime de
urinacom
210
leucócitos/mm3
ou 23
leucócitos/campo
de
objetivade grande
potência,de
urinanão-
centrifugada);
V
°
organismos
vistosem
coloraçãoGram
de
urina não-centrifugada; ~pelo
menos
duas
culturasde
urinacom
isolamento repetidodo
mesmo
uropatógeno
(bactérias gram-negativasou
S. saprophyticus)com
2102
colônias/mlem
espécimes; __ _- -5105
colônias/mlde
um
único uropatógeno
(bactériasgram-negativas
ou
S. saprophyticus)em
paciente sob tratamentode
infecçãodo
tratourinário
com
um
agente antimicrobiano efetivo;i " "Í ` ' ' ` Í '
° diagnóstico
por
clínicode
infecçãodo
trato urinário;
° o cliruco adota urna terapia apropriada
para
infecçãode
trato. , .
LIHIIÂHO.
3 - Paciente
Sl ano de
idade, tendo, pelomenos,
gn
dos
seguintessinais
ou
sintomas,sem
outracausa
conlrecida: febre (238°C), hipotermia(<37°C),
apnéia, bradicardia, disúria, letargia
ou
vôrnitos;Q
a. .i ,_
_
o
pacientetem
uma
culturade
urina positiva, isto é,2105
microrganismos por
ccde
urina, enão mais do
que
duas
espéciesde microrganismos.
4
- PacienteS1
ano de
idade,com,
pelomenos,
Q
dos seguintessinais
ou
sintomas,sem
outracausa
corrhecida: febre (238°C), hipotermia (<37°C),apnéia, bradicardia, disuria¬ letargia
ou
vôrnitos;Q
- dispstck positivo para esterase
de
leucócito e/ou nitrato;~ piúria
(espécime de
urinacom
210
leocócitos/mm3
ou
2.3 piócitos /campo
de
objetivade grande
potência,de
urina não-centrifugada);-
organismos
visíveisem
coloraçãoGrarn de
urina não-centrifugada;~ pelo
menos
duas
culturascom
isolamento repetidodo
mesmo
uropatógeno
(bactériasgram-negativas
ou
S. saprophvticus)2102
colônias/mlem
espécirnesde
urina eliminada;-
S10
colônias/mlde
um
úrricouropatógeno
(bactériasgram-negativas
ou
S. saprophyticus)em
pacienteem
tratamento para infecçãodo
trato urinário
com
agenteantimicrobiano
efetivo;- diagnóstico
por
clinicode
infecçãodo
trato urinário;- o clínico adota terapia apropriada para infecção
do
trato urinário.Comentário:
_~
Uma
cultura positivade ponta de
cateter urinárionão
éum
exame
laboratorial aceitável
para
diagnósticode
infecçãodo
trato urinário;-
As
culturas 'de urinadevem
ser obtidascom
ouso
de
técnicaapropriada,
como
cateterismoou
bolsa coletora asséptica;-
Nas
crianças, a culturade
urinadeve
ser obtidapor
cateterismovesical
ou
aspiração suprapúbica;uma
cultura positivade
urinade
bolsa coletora
não
éconfiável
edeve
serconfirmada
por
um
espécime
obtidode
modo
asséptico,por
cateterismoou
aspiração suprapúbica.i z
9.3.2.
Bacteriúria Assintomática
a.Código
:ASB
b.
Definição
:A
bacteriúria assintomáticadeve obedecer
a, pelomenos,
um
dos
seguintes critérios:
i
' “
1 -
O
paciente estácom
cateter há, pelomenos, 7
dias antesda
cultura;Ê
o paciente
tem
uma
cultura positiva, isto é,2
105microrganismos por
cc
de
urina,com
não
mais do
que
duas
espéciesde microrganismos; e
o paciente
É
tem
febre (>38°C),
urgência,fieqüência,
disúriaou
sensibilidade suprapúbica.
2
-O
pacientenão
estavacom
cateter urinário até 7 dias antesda
1°cultura positiva;
g
.
o
paciente tem, pelomenos, duas
culturas positivas, isto é,2105
microrganismos por
ccde
urina,com
isolamento repetidodos
mesmos
microrganismos
esem
mais
do que
duas
espéciesde microrganismos;
eo paciente n_ã,‹)_
tem
febre ( >38°C), urgência, freqüência, disúriaou
sensibilidade suprapúbica. ~
Comentário
:-
Uma
cultura positivade ponta de
cateter urinárionão
éexame
laboratorial confiável para diagnóstico
de
bacteriúria;-
As
culturasde
urinadevem
ser obtidaspor
meio de
técnicaapropriada, tal
como
bolsa coletora assépticaou
cateterismo.34