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CONTROLE ADAPTATIVO ROBUSTO APLICADO A UM CIRCUITO CAÓTICO

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São João del-Rei - MG - Brasil

CONTROLE ADAPTATIVO ROBUSTO APLICADO A UM CIRCUITO CA ´OTICO

Samaherni M. Dias∗, Aldayr D. de Araujo∗, Allan de M. Martins∗, Kurios I. P. de M. Queiroz∗

Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Departamento de Engenharia El´etrica, Laborat´orio de Acionamento, Controle e Instrumenta¸c˜ao (LACI), Natal, RN, Brazil

Emails: sama@dca.ufrn.br, aldayr@dca.ufrn.br, allan@dee.ufrn.br, kurios@dee.ufrn.br

Abstract— Many practical systems (for example: robotic systems, power system and electronic circuits) are multiple-input multiple-output nonlinear systems and some of them have coupled relations between inputs and outputs. Besides all that, these systems can suffer from plant uncertainties and external disturbances. Any control techniques to be applied to these systems are complex. This work proposes a new control structure, based on the union between the variable structure model reference adaptive control and a decoupling left-inverse technique, to transform the nonlinear multiple-input multiple-output system into a number of single-input single-output linear systems. In that case each input affects only one output and with a desired closed-loop performance.

Keywords— Robust control; Model reference adaptive control; Sliding mode control; Decoupling; Chattering. Resumo— Muitos sistemas pr´aticos (por exemplo: sistemas rob´oticos, sistemas de potˆencia e circuitos eletrˆ o-nicos) s˜ao n˜ao-lineares com m´ultiplas-entradas e m´ultiplas sa´ıdas. Alguns destes sistemas possuem acoplamento entre suas entradas e sa´ıdas. Al´em do acoplamento estes sistemas podem apresentar incertezas param´etricas e dist´urbios externos. Qualquer t´ecnica de controle aplicada a estes sistemas ´e complexa. Este trabalho prop˜oe uma nova estrutura de controle, baseada na uni˜ao entre o controlador adaptativo por modelo de referˆencia e es-trutura vari´avel e uma t´ecnica de desacoplamento, para transformar o sistema n˜ao-linear com m´ultiplas-entradas e m´ultiplas sa´ıdas em um conjunto de sistemas lineares com uma entrada e uma sa´ıda. Neste caso, cada entrada afeta apenas uma ´unica sa´ıda com sua performance em malha fechada definida pelo projetista.

Palavras-chave— Controle robusto; Controle adaptativo por modelo de referˆencia; Controle por modos des-lizantes; Sistemas desacoplados; Chattering.

1 Introdu¸c˜ao

Atualmente, h´a um crescente interesse em apli-car t´ecnicas de controle em processos industriais. Entretanto, muitos destes processos s˜ao sistemas MIMO (M´ultiplas Entradas e M´ultiplas Sa´ıdas) n˜ao lineares e alguns deles apresentam um forte acoplamento entre as entradas e as sa´ıdas. Al´em de tudo isso, estes sistemas podem apresentar in-certezas param´etricas e dist´urbios externos. Qual-quer t´ecnica de controle aplicada a um sistema como esse ser´a complexa. Este trabalho prop˜oe desacoplar o sistema n˜ao linear MIMO em um conjunto de sistemas lineares SISO (Uma Entrada Uma Sa´ıda), nos quais cada entrada afeta apenas uma sa´ıda com sua performance em malha fechada definida pelo projetista.

Alguns trabalhos nesta ´area podem ser des-tacados por suas contribui¸c˜oes, como o trabalho de Hirschorn (1979), no qual ele provou a condi-¸

c˜ao suficiente para a existˆencia de uma classe de sistemas n˜ao lineares (sistemas de fase m´ınima) inversos `a esquerda. Em Singh (1981) o algoritmo da constru¸c˜ao de sistemas inversos proposto por Hirschorn foi modificado ampliando a classe de sistemas n˜ao lineares inversos `a esquerda. Li et al (1987) generalizou o m´etodo de invers˜ao de sis-temas provando a condi¸c˜ao necess´aria e suficiente para a invers˜ao de um sistema n˜ao linear gen´erico. Recentemente, a aplica¸c˜ao de m´etodos de controle n˜ao linear desacoplado tem sido pro-posta (Gang e Lina, 2010; Ahmed et al., 2009; Li

et al., 2009; Dias et al., 2007). Muitas destas apli-ca¸c˜oes est˜ao direcionadas a motores de indu¸c˜ao e sistemas rob´oticos. A aplica¸c˜ao apresentada aqui est´a relacionada com circuitos eletrˆonicos.

Ser´a utilizado um algoritmo modificado de constru¸c˜ao de sistemas inversos, proposto por Hirschorn, associado com uma t´ecnica de controle por modos deslizantes para desacoplar o circuito de Chua modificado, o qual ´e um circuito eletrˆ o-nico simples que exibe um comportamento ca´ o-tico. O circuito de Chua modificado ´e muito sen-s´ıvel a varia¸c˜oes em seus componentes e tem um forte acoplamento entre suas entradas e sa´ıdas. Por estas caracter´ısticas, o circuito de Chua foi escolhido para testar a t´ecnica proposta.

O controle por modos deslizantes usado neste trabalho ´e o controle adaptativo por modelo de referˆencia e estrutura vari´avel (VS-MRAC). Esta estrat´egia de controle leva a um desempenho tran-sit´orio r´apido e ´e robusta `as incertezas param´ etri-cas, dinˆamicas n˜ao modeladas e dist´urbios exter-nos (Costa e Hsu, 1992). O VS-MRAC para plan-tas lineares com grau relativo unit´ario foi proposto em (Hsu, 1988), e em seguida, estendido para o caso geral (Hsu, 1990). A aplica¸c˜ao de t´ecnicas de chaveamento em circuitos eletrˆonicos n˜ao ´e uma novidade, e uma das mais importantes aplica¸c˜oes ´e a fonte chaveada.

Inicialmente, o sistema n˜ao linear MIMO (cir-cuito de Chua) ser´a desacoplado, utilizando o al-goritmo modificado proposto, em dois sistemas li-neares SISO e, ent˜ao, para cada um dos sistemas

(2)

SISO desacoplado ser´a aplicado um controlador VS-MRAC.

2 Invers˜ao de sistemas n˜ao lineares

Baseado no algoritmo de constru¸c˜ao de sistemas inversos proposto por Hirschorn (1979), o qual constr´oi uma sequˆencia de sistemas, alterando o mapeamento de sa´ıda at´e que se possa encontrar uma solu¸c˜ao para o vetor de entrada (u) em fun¸c˜ao da sa´ıda (y), das derivadas da sa´ıda e do vetor de estado (x). Assim, ´e poss´ıvel obter-se um segundo sistema n˜ao-linear que age como um sistema in-verso `a esquerda para o sistema original. Para um melhor entendimento faz-se necess´ario que o leitor esteja familiarizado com a nota¸c˜ao e os resultados apresentados em (Hirschorn, 1979). Considere o sistema    ˙ x = A(x) + m P i=1 uibi(x); x ∈ M, y = C(x) (1) onde A, b1, . . . , bm∈ V (M → M ) e C : M → Rl´e um mapeamento anal´ıtico real. Ent˜ao

dy dt = y

(1)= Ac(x) + D(x)u (2)

onde u denota o vetor em <m cujos componentes s˜ao u1, . . . , um e D(x) = [b1c(x) b2c(x) · · · bmc(x)] ´e uma matriz l × m para cada x ∈ M .

Agora, considere o sistema 1

     ˙ x = A(x) + m P i=1 uibi(x); x ∈ M1, z1 = C1(x) + D1(x)u (3) onde z1 = R0(x) dy dt, C1 = R0(x)Ac(x), D1 = R0(x)D(x). (4)

Seja R0(x) uma matriz com a propriedade de reordenar as linhas de D(x) e R0(x)D(x) = D11(x) 0  , (5)

onde D11(x) ´e uma matriz r1× m de posto r1 para todo x ∈ M1 e r1 = maxx∈M{rank D(x)} ´e chamado de ´ındice de inversibilidade do sistema (1). Seja o Sistema J      ˙ x = A(x) + m P i=1 uibi(x); x ∈ MJ, zJ = CJ(x) + DJ(x)u (6) onde MJ ´e um subconjunto de M , CJ(x) e DJ(x) s˜ao matrizes l × l e l × m, respectivamente, cujas entradas s˜ao fun¸c˜oes anal´ıticas reais em MJ, e

DJ(x) =

DJ 1(x) 0



, (7)

com DJ 1(x) uma matriz rJ× m de posto rJ para todo x ∈ MJ.

Por constru¸c˜ao

0 6 r16 r26 r36 . . . 6 m (8) onde m ´e o n´umero de entradas. Desta forma, existe pelo menos um n´umero positivo inteiro J tal que rJ´e m´aximo.

Baseado em (Hirschorn, 1979), suponha que um sistema da forma (1) tem ordem relativa α < ∞. Desta forma, o α-´esimo sistema ser´a

     ˙ x = A(x) + m P i=1 uibi(x); x ∈ Mα, zα = Cα(x) + Dα(x)u (9) e por constru¸c˜ao Dα(x) = Dα1(x) 0  (10)

onde para todo x ∈ Mα, Dα1(x) ´e uma matriz rα× m de posto rα = m (para α < ∞) e ´e uma matriz invers´ıvel. Seja zα e cα os primeiros m componentes de zα e cα, respectivamente. Ent˜ao

zα= cα(x) + Dα1(x)u. (11)

Se x0 ∈ Mα ent˜ao existe uma matriz Hα(x) (m×αl) cujas entradas s˜ao fun¸c˜oes anal´ıticas reais em Mα tal que zα(t) = Hα(x(t))    y(1)(t) .. . y(α)(t)    (12) e o sistema ( ˙ b x = A(bx) + bb B(bx)bu; x0b = x0∈ Mα, b y = C(b bx) + bD(bx)ub (13) onde b A(bx) = A(bx) −b1(x) . . . bm(b bx) D−1 α1(x)cα(b bx) b B(bx) = b1(bx) . . . bm(x) Db −1 α1(bx)Hα(bx) b C(bx) = −D−1α1(bx)cα(x)b b D(bx) = D−1α1(x)Hα(b x)b (14) age como um sistema inverso `a esquerda para o sistema (1).

(3)

São João del-Rei - MG - Brasil

3 Controlador VS-MRAC

O controlador VS-MRAC (Figura 1) foi proposto em (Hsu, 1988). O objetivo do VS-MRAC ´e en-contrar uma lei de controle que modifique a estru-tura e a dinˆamica da planta, de maneira que seu conjunto entrada/sa´ıda seja exatamente o mesmo de um modelo de referˆencia.

Considere uma planta linear SISO e invari-ante no tempo com fun¸c˜ao de transferˆencia estri-tamente pr´opria W (s) = kpnp(s) dp(s) = kp s + ap ,

com entrada u e sa´ıda y. O modelo de referˆencia ´e caracterizado pela fun¸c˜ao de transferˆencia estri-tamente pr´opria M (s) = kmnm(s) dm(s) = km s + am ,

com entrada yr e sa´ıda ym.

O prop´osito ´e encontrar um lei de controle u(t), utilizando somente medidas de entrada e sa´ıda da planta, tal que o erro de sa´ıda

e0= y − ym (15)

tenda a zero assintoticamente para condi¸c˜oes ini-ciais arbitr´arias e sinal de referˆencia yr(t) cont´ınuo por partes e uniformemente limitado.

Modelo M (s) Planta W (s) Rel´e Rel´e θ2 θ1 θ2= −θ2sgn(e0· yr) θ1= −θ1sgn(e0· y) yr ym y u θ2 θ1 e0 -+ + +

Figura 1: Diagrama de blocos do controlador adaptativo por modelo de referˆencia e estrutura vari´avel (VS-MRAC)

Considere u = θ∗Tω (16) onde θ1∗=ap− am kp , θ∗2= km kp . (17)

o sinal de controle para a planta (W (s)) seguir exatamente o modelo de referˆencia (M (s)), isto ´e, a fun¸c˜ao de transferˆencia da planta em malha fechada, de yr para y, ´e M(s). Claro que θ∗T s´o pode ser conhecido se W (s) ´e conhecido. Quando este n˜ao for o caso, o sinal de controle ser´a

u = θTω, (18)

onde θT = [θ1 θ2] ´e o vetor de parˆametros adap-tativos (para sinais persistentemente excitantes θ → θ∗) e

ω =y yrT

, (19)

´e definido como o vetor “regressor”. As seguintes hip´oteses s˜ao assumidas: 1. o grau relativo n∗da planta W (s) ´e conhecido

e o modelo de referˆencia M (s) tem o mesmo grau relativo da planta;

2. somente sinais de entrada e sa´ıda da planta s˜ao utilizados para gerar o sinal de controle u;

3. a ordem (n) da planta ´e conhecida, isto ´e, dp(s) ´e mˆonico e de ordem n;

4. a planta e o modelo s˜ao observ´aveis e con-trol´aveis (os pares de polinˆomios mˆonicos (np, dp) e (nm, dm) s˜ao co-primos);

5. Os sinais de kp e km s˜ao os “ganhos de alta frequˆencia” e possuem o mesmo sinal; 6. W (s) ´e de fase m´ınima.

Assim, a lei de adapta¸c˜ao dos parˆametros ´e

θi= −θisgn(e0ωi)

onde

θi> |θ∗i|, i = 1, 2

4 Estrutura do controlador

Este trabalho prop˜oe, utilizando uma modifica¸c˜ao do m´etodo de invers˜ao de sistemas proposto por Hirschorn, desacoplar o sistema MIMO n˜ao linear em um conjunto de sistemas SISO lineares (ver Fi-guras 2 e 3), nas quais cada entrada afeta somente uma sa´ıda. A Figura 2 apresenta um diagrama de blocos do m´etodo de Hischorn para invers˜ao de sistemas. ´E importante observar que o n´umero de sistemas SISO desacoplados ´e ξ, onde ξ ≤ m.

ur1 . . . urξ u1 . . . um y1 . . . yl

s−α . . . s−α ur1 urξ y1 yξ Sistema Inverso ` a es-querda Sistema MIMO

Figura 2: Diagrama de blocos do m´etodo de Hirs-chorn de invers˜ao de sistemas

A modifica¸c˜ao no m´etodo de Hirschorn pro-posta (ver Figura 3) aqui ´e obtida pela modifica-¸

c˜ao de bA(bx) (sistema 13). A id´eia principal por tr´as desta modifica¸c˜ao ´e a modifica¸c˜ao da fun¸c˜ao de transferˆencia de s−α para

W (s) = bwn−αs

n−α+ · · · + bw

1s + bw0 sn+ awn−1sn−1+ · · · + aw1s + aw0 com grau relativo α

(4)

ur1 . . . urξ u1 . . . um y1 . . . yl

W1(s) . . . Wm(s) ur1 urξ y1 yξ Sistema Inverso ` a es-querda Sistema MIMO

Figura 3: Diagrama de blocos do m´etodo modifi-cado de Hirschorn para invers˜ao de sistemas

O m´etodo modificado de Hirschorn para in-vers˜ao de sistemas ir´a desacoplar um sistema n˜ao linear MIMO em um conjunto de sistemas lineares SISO com Wi(s) como a fun¸c˜ao linear desaco-plada. Mas, quando h´a incertezas param´etricas no sistema n˜ao linear MIMO, as fun¸c˜oes lineares desacopladas podem ser interpretadas como (ver Figura 4)

yi= W xi(s)(uri+ di) (20)

onde

di= f (u1, · · · , um) (21) ´e um dist´urbio de entrada,

W xi(s) = Wi(s) + 4κ (22)

e 4κ ´e uma dinˆamica n˜ao modelada.

uri W xi(s) yi di + +

Figura 4: Fun¸c˜oes lineares desacopladas quando h´a incertezas param´etricas em sistemas MIMO n˜ao lineares

Para garantir que o m´etodo modificado de Hirschorn para invers˜ao de sistemas ir´a desacoplar o sistema MIMO n˜ao linear, ser´a utilizado um con-trolador VS-MRAC (Vi), para cada sistema linear desacoplado (ver Figura 5). O controlador VS-MRAC oferece excelente estabilidade e robustez com respeito a incertezas param´etricas, dinˆamicas n˜ao modeladas e dist´urbios externos.

uri W x i(s) yi di Vi yri + +

Figura 5: Controlador VS-MRAC aplicado ao sis-tema obtido utilizando o m´etodo modificado de Hirschorn para invers˜ao de sistemas

O controlador proposto desacopla o sistema MIMO n˜ao linear em um conjunto de sistemas li-neares, cada um com uma fun¸c˜ao de transferˆencia dada pelo modelo de referˆencia Mi(s) associado ao respectivo controlador VS-MRAC (ver Figura 6).

ymi

Mi(s)

yri

Figura 6: Conjunto de fun¸c˜oes lineares desacopla-das obtidesacopla-das utilizando o controlador proposto

5 Resultados de simula¸c˜ao

Esta se¸c˜ao apresenta um exemplo que destaca o desempenho do controlador proposto. Por esse motivo, o controlador proposto ´e aplicado ao cir-cuito de Chua modificado, o qual ´e muito sens´ıvel a varia¸c˜oes nos seus componentes e tem um forte acoplamento entre suas entradas e sa´ıdas. O cir-cuito de Chua modificado em vari´aveis de estado ´e dado por    ˙ y1 = k1(y2− y1) − k2g(y1) + u1 ˙ y2 = k3(y1− y2) + k4y3+ u2 ˙ y3 = −k5y2+ u2 (23) onde g(x) = Gbx+0, 5(Ga−Gb)[|x+Bp|−|x−Bp|] (24) ´e uma fun¸c˜ao n˜ao linear e Ga, Gb, Bp, ki (i = 1, . . . , 5) s˜ao constantes auxiliares que dependem dos componentes f´ısicos do circuito.

5.1 Desacoplando o circuito de Chua modificado O objetivo ´e desacoplar o sistema MIMO n˜ao li-near (23) em dois sistemas SISO lili-neares (ver Fi-gura 7), um sistema linear para y1 e um outro para y2, onde y1 e y2 representam a tens˜ao em dois capacitores diferentes do circuito.

ur1 ur2 u1 u2 y1 y2

W1(s) W2(s) ur1 ur2 y1 y2 Sistema Inverso ` a es-querda Circuito de Chua Modi-ficado

Figura 7: Diagrama de blocos do m´etodo modifi-cado de Hirschorn para invers˜ao de sistemas

O sistema inverso `a esquerda para (23), utili-zando o m´etodo proposto na se¸c˜ao 2, ´e dado por

˙ b y1 = by1+ ur1 ˙ b y2 = by2+ ur2 ˙ b y3 = −k5by2 (25) com

u1 = −k1(by2−y1) + k2g(b y1) + ur1b

u2 = −k3(by1−y2) − k4b by3+ ur2 (26) Se (25) for modificado para

˙ b y1 = −kmby1+ kmur1 ˙ b y2 = −kmby2+ kmur2 ˙ b y3 = −k5y2b (27)

onde km ´e definido pelo modelo de referˆencia do controlador VS-MRAC, o sistema inverso modifi-cado ´e obtido.

(5)

São João del-Rei - MG - Brasil

5.2 Projeto dos controladores VS-MRAC Inicialmente, ´e necess´ario definir os modelos de referˆencia (M1(s), M2(s))

Mi(s) = ymi yri =

km s + km

O segundo passo ´e definir a lei de controle para cada sistema linear desacoplado

ur1 = θT v1ω1 ur2 = θT v2ω2 (28) onde ωT i = [yi yri] θT vi = [θi 1 θi 2] (29)

com i = 1, 2. Assim, a lei de atualiza¸c˜ao dos pa-rˆametros ´e θ1 1 = −θ1 1sgn(e0 1y1) θ1 2 = −θ1 2sgn(e0 1yr1) θ2 1 = −θ2 1sgn(e0 2y2) θ2 2 = −θ2 2sgn(e0 2yr2) (30) onde e0 i= yi− ymi 5.3 Simula¸c˜oes

Considere o circuito de Chua modificado (sistema 23) com condi¸c˜oes iniciais

  x(0) y(0) z(0)  =   0, 15264 −0, 02281 0, 38127  , (31) e            k1 = 7 k2 = 10 k3 = 0, 35 k4 = 0, 5 k5 = 7    Bp = 1 Ga = 4 Gb = 0, 1 (32) No projeto dos controladores VS-MRAC, os modelos de referˆencia foram escolhidos com km= 20 e θ1 1 = 0, 3375 θ1 2 = 1, 4250 θ2 1 = 0, 2756 θ2 2 = 0, 3937 (33)

Outra informa¸c˜ao importante ´e que todas as simula¸c˜oes tem 400s e em t > 250s os valores dos parˆametros do sistema ir˜ao mudar para

           k1 = 10 k2 = 12, 5 k3 = 0, 363 k4 = 0, 454 k5 = 8, 139 (34)

na simula¸c˜ao das Figuras (9-10).

O comportamento ca´otico do circuito de Chua modificado ´e apresentado na Figura 8. As Figu-ras (a-b) apresentam o comportamento do sistema (23) quando as entradas u1 e u2 tˆem as formas dadas pelas Figuras 8(c-d), respectivamente.

(a) y1× y3 (b) y2× y1

(c) u1× t (d) u2× t

Figura 8: Simula¸c˜ao do circuito de Chua modifi-cado com diferentes valores para as entradas u1e u2

A simula¸c˜ao das Figuras 8 (a-b) mostra que o comportamento do circuito de Chua modificado permanece ca´otico apesar dos sinais de entrada diferente de zero.

A pr´oxima simula¸c˜ao (Figura 9) apresenta o comportamento do sistema (23) utilizando (26-27) como sistema inverso `a esquerda. Nesta simula¸c˜ao ´e importante notar que qualquer valor constante para ur2 leva o sistema `a instabilidade1.

O comportamento do sistema utilizando o sis-tema inverso `a esquerda (Figura 9) ´e oscilat´orio e apresenta erro de sa´ıda. Quando os parˆametros do sistema mudam (t > 250s) o erro de sa´ıda au-menta. Apesar da introdu¸c˜ao do sistema inverso, pode-se observar que ainda h´a um acoplamento entre as entradas e as sa´ıdas do sistema. Um forte acoplamento entre ur2e y1, o qual torna o sistema inst´avel, e um acoplamento mais fraco entre ur1e y2.

A Figura 10 exibe o comportamento do sis-tema (23) utilizando (26-27) como sissis-tema inverso `

a esquerda e os controladores VS-MRAC projeta-dos (se¸c˜ao 5.2).

Nesta simula¸c˜ao (Figura 10) o foco ´e o com-portamento do controlador proposto, o qual tem um r´apido transit´orio e um pequeno chattering2 no sinal de sa´ıda. Um outro aspecto ´e que o

con-1E importante ressaltar que o sistema inverso `´ a esquerda deveria desacoplar o sistema perfeitamente. O que n˜ao ocorreu devido ao arredondamento nos parˆametros e da sensibilidade do sistema ca´otico.

2Chattering s˜ao oscila¸oes de alta frequˆencia presentes

(6)

(a) (y1 e ur1) × t (b) (y2 e ur2) × t

(c) u1× t (d) u2× t

Figura 9: Simula¸c˜ao do circuito de Chua modifi-cado com sistema inverso `a esquerda

(a) y1× y3 e yr1× yr3 (b) y2× y1 e yr2× yr1

(c) u1× t (d) u2× t

Figura 10: Simula¸c˜ao do circuito de Chua modi-ficado com sistema inverso `a esquerda e controla-dores VS-MRAC

trolador proposto ´e robusto a incertezas param´ e-tricas e dist´urbios de entrada.

6 Conclus˜ao

Neste trabalho, uma nova estrutura de controle, baseada na uni˜ao entre controladores VS-MRAC e uma t´ecnica de invers˜ao de sistemas, foi pro-posta. Esta estrutura utiliza somente medidas de entrada/sa´ıda, melhora o comportamento transi-t´orio (reduzindo o chattering no sinal de sa´ıda) e, ainda, ´e robusto a incertezas param´etricas e dist´urbios. Todas estas caracter´ısticas s˜ao de-monstradas pela simula¸c˜ao de um circuito eletrˆ o-nico que exibe comportamento ca´otico (circuito de Chua). Esta estrutura pode ser utilizada por sistemas SISO, linear ou n˜ao-linear, para suavi-zar o sinal de controle e, desta forma, reduzir o

chattering no sinal de sa´ıda. Finalmente, este tra-balho apresenta uma aplica¸c˜ao em circuitos ele-trˆonicos, a qual pode ser expandida para outros circuitos eletrˆonicos como fonte chaveada, modu-ladores, conversores digital/anal´ogico e etc.

Em trabalhos futuros, a an´alise de estabili-dade, a aplica¸c˜ao em ambientes industriais e o uso de componentes embarcados (FPGAs, MCUs e DSPs) ser˜ao discutidos.

Referˆencias

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Referências

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