PERCEPÇÃO
Buscando superar as dificul no início da obra Matéria isolá-la de qualquer elemen de imagens. Mas o que são É exatamente pela equívocos tanto do realismo certa existência que é mais porém menos do que aqui apenas uma coisa à qual representação à maneira d termo imagem que permite teoria da percepção, mais pr Assim sendo, o oriundo de qualquer teo matéria e busquemos um nos na simples presenç sentidos, despercebidas q Esse colocar-se inicialmente, as teses so também, qualquer tese so um campo neutro, cham interpretado como um porque não temos ainda temos um sujeito “cons 358 BERGSON, H. Matéria e m
Neves. – 2ª Ed. – São Paulo: Mar
359 M.M. p. 11.
360 JÚNIOR, B. P. Presença e C
1989. p. 134. Doravante: B.P.
ÃO E SUBJETIVIDADE EM BERGS
SolMestrado – Universid São C solbitter
culdades relacionadas à concepção de matéria, B ia e Memória, uma purificação da percepção q
ento subjetivo: apenas nos situarmos na presenç o essas imagens?
la caracterização de imagem que Bergson pre mo quanto do idealismo. Por imagem, o filósof ais do que aquilo que o idealista chama uma quilo que o realista chama uma coisa.”358. A
al o sujeito não tem acesso em si, tampouco de uma “visão mental”. É essa concepção te a Bergson fugir dos problemas tradicionais e precisamente, da percepção consciente.
o filósofo sugere que nos abstenhamos de to teoria metafísica ou psicofisiológica acerca d uma neutralidade própria ao senso-comum, ape ença de imagens, “imagens percebidas quan
s quando os fecho”359.
e na presença de imagens tem como obje sobre a natureza dos objetos numa estratégia sobre a natureza do sujeito, chegando, assim, à hamado por Bergson de campo de imagens m “campo transcendental “‘pré-subjetivo’”36 da aqui um sujeito completamente separado do
nsciente de ser sujeito”. Em outras palavras,
memória: ensaio sobre a relação do corpo com o es artins Fontes, 1999. (Coleção tópicos). p. 02. Doravante
e Campo Transcendental. São Paulo: Ed. da Universid
P.
SON
Solange Bitterbier rsidade Federal de Carlos (UFSCar) Bolsista CAPES ter@yahoo.com.br a, Bergson propõe, o que consiste em ença de um campopretende fugir aos sofo entende “uma ma representação, A imagem não é uco somente uma o diferenciada do s e dar início a sua
todo preconceito da percepção da penas coloquemo-uando abro meus
bjetivo suspender, ia para suspender, , à formulação de ns, que pode ser
360. Pré-subjetivo
do objeto — não as, “o sistema de
espírito. Trad. Paulo nte M.M.
imagens corresponde à id lugar em que, o espe possibilidade de um espe qual parte Bergson em su Ao partir da supos [imagem] que prevalece en fora, mediante percepções corpo.”362 As afecções seri por sua vez estão submetida a agir, ao mesmo tempo co partir daí, nasce a possibili capacidade de produzir o n possuem esse “privilégio” capaz de escolher entre as como um centro de ação: co
As d imag leis c de c autom autor reflex
Dada essa indeterm basta-nos atentar que a afec com relação às demais ima seja, não haveria percepção
Num primeiro mom isso porque buscávamos m um campo de imagens com Sendo assim abordamos a c mais precisamente, para a e
361 B.P. p. 146. 362 M.M. p. 11. 363 M.M. p. 12. 364
A novidade se produz na med ação de algo submetido às leis
365
PINTO, D. M. Espaço, Percep humana. Tese de mestrado. São P
à idéia de um espetáculo sem espectador; mais spetáculo tornando-se possível, criam-se as spectador em geral”361. Sendo assim, o campo sua análise da percepção, é um campo de possi osição de um campo de imagens, percebe-s entre as demais na medida em que a conheço
es, mas também de dentro, mediante afecç eriam o que me diferencia das outras imagens tidas a leis invariáveis — leis da natureza. Seri com a autorização de esperar ou mesmo de n bilidade de hesitação perante algum estímulo e o novo364, o que não ocorre com as demais im o” e permanecem em ações automáticas. Assi
as ações possíveis foge ao automatismo e iss como um centro de indeterminação, em outras
s duas configurações possíveis entre as imagens — u agens agem e reagem umas sobre as outras automatic is constantes, e outra onde uma imagem em particular se centro, pois é capaz de receber e realizar ações qu tomatismo — trazem consigo a “gênese” da consciênc tora das ações oriundas de uma “decisão” ao ultrapa flexo.365
rminação das ações, não vamos nos ater à teor fecção precisa ter como base a ação possível da magens, do contrário, não haveria hesitação e n
ão consciente.
omento, tratamos da percepção sem o seu “la mostrar o ponto de contato entre sujeito e obj omum a ambos, aproximando ao máximo a rel a consciência que, na percepção exterior, é volt
a escolha, escolha esta que envolve discernime
edida em que as ações já não são previstas como é poss is físicas por exemplo.
cepção e Inteligência: Bergson e a formação da consciên o Paulo, 1994. p. 79 is exatamente, é o as condições de po de imagens, do ssibilidades. se que “há uma eço não apenas de ecções: é o meu ns exteriores, que eriam um “convite nada fazer”363. A o e a conseqüente imagens que não ssim, o indivíduo isso o caracteriza
as palavras:
uma onde todas as aticamente e segundo se torna uma espécie que escapam a esse ência, que se percebe passarem o esquema
eoria das afecções, l da imagem-corpo e nem escolha, ou
“lado” subjetivo e objeto partindo de relação entre eles. oltada para a ação, mento. Doravante,
vejamos como a memória — através do discernimento —
Ao estudar-se a rela percebe-se que a subjetivi diferencia da matéria, “é absolutamente independente no fenômeno da memória, essa abordagem pela distinç ao hábito e aquele que é p dita.
Quando agimos dia apresentada repetidas veze percebemos que nossa mem dela na ação. É essa memór se apresenta de forma aut memória-hábito.
Essa memória-hábi porque nossa tendência ao considerar esse aspecto da ele as favorece tanto ao torn características. Sendo assim do espírito, que irá buscar mais capazes de se inserir juntamente com a ação, já conseguimos alcançá-la a formas de sobrevivência d hábito, e em lembranças ind
“Des da na A pr vonta quan 366 M.M. p. 78. 367 M.M. p. 85. 368 M.M. p. 97.
— que já mostrara sua contribuição na perce — vem a caracterizar aquilo que chamamos sub elação entre o corpo e o campo de imagens na tividade que se acrescenta a essa percepção “é preciso que a memória seja, em princí nte da matéria. Se, portanto, o espírito é uma re ia, que devemos abordá-lo experimentalmente inção entre os dois “modos” de memória: aque
próprio da memória espontânea — a memór
diante de uma situação que nos é habitual ezes — como quando apreendemos uma li
emória parece ausentar-se na medida em que ória que se liga aos mecanismos motores duran utomática em nossos movimentos que caract
bito “encobre” a memória propriamente di o útil, à própria sobrevivência em última instâ da memória como mais “valioso” para nossas a tornar mais fácil o agir quanto ao fazer da rapid sim, a memória espontânea é aquela que implic ar no passado, para dirigi-las ao presente, as rirem na situação atual.”367. A memória-hábi já a memória espontânea é “caprichosa”, no a nosso bel-prazer. Deste modo, podemos
do passado: em mecanismos motores, atravé independentes, que é a memória espontânea.
essas duas memórias, a primeira é verdadeiramente or natureza; a segunda, entregue a si mesma, iria antes em primeira, conquistada pelo esforço, permanece sob a de
ntade; a segunda, completamente espontânea, é tão vol anto fiel em se conservar.”368
rcepção consciente subjetividade. na percepção pura,
ão é algo que se ncípio, um poder a realidade, é aqui, nte”.366 Iniciemos uele que se aplica ória propriamente
al ou que nos é lição de cor — ue não precisamos rante a ação e que acterizamos como
Distinguindo essas reconhecimento. Um dos m assim consiste basicamente Convém ressaltarmos que e mas que ela se tornou inúti reconhecimento é aquele q memória espontânea, esta q Esse reconhecimento é con intervenção regular das lem
A atenção seria um “funções”: uma negativa, q perseguir o resultado útil d uma ação de detenção.”370 lembranças vêm a inserir-se encontramos a memória e agir e aquela algo que a p assim a repercussão, na vontade”371. As lembranças o corpo venha a agir da mel Tem pres e de sem noss nos Pou cond seus a im Entretanto, poderíam mesmo erro que ele critica: em gavetas; reservando-as equívoco nasce do fato de s
369 M.M. p. 111.
370 Ver M.M. p. 114. 371 M.M. p. 68. 372 M.M. p. 156.
as duas formas de memória, atentemos para modos de reconhecer diz respeito à memória nte em um reconhecimento automático voltad e esse reconhecimento já se utilizou da memó útil quando a ação passou a ser automática. O
que nos permitirá compreender como Bergso a que aguarda uma “fissura” para expor suas p considerado pelo filósofo como atento, “aque embranças”369, mas em que consiste essa atençã
um esforço de análise que teria, segundo , que seria uma “volta para trás do espírito l da percepção presente: haverá uma inibição
Entretanto, ocorre uma volta ao objeto na me se na ação, daí sua função positiva. É propria e sua relação com a percepção, sendo esta um
percepção evoca para auxiliar em suas ações na esfera do conhecimento, da indetermin ças são evocadas com a função de que, diante d
elhor forma possível:
emos consciência de um ato sui generis pelo q resente para nos recolocar primeiramente no pa depois numa certa região do passado: um traba emelhante à busca do foco de uma máquina f ossa lembrança permanece ainda em estado vi os simplesmente a recebê-la, adotando a atit ouco a pouco aparece como que uma nebul ondensasse; de virtual ela passa ao estado atual; eus contornos se desenham e sua superfície se c imitar a percepção.372
íamos pensar que, ao tratar de lembranças, Be ca: que o cérebro guardaria estas lembranças à as em determinado lugar até que elas fossem
e separarmos presente e passado, como se o pa
ara a questão do ria-hábito e, sendo ltado para a ação. mória espontânea, O outro modo de gson caracteriza a s particularidades. quele que exige a
ção?
do Bergson, duas to que renuncia a ão de movimento, medida em que as riamente aqui que uma solicitação a ões, “a memória é inação de nossa e de uma situação, o qual deixamos o passado em geral, balho de tentativa, a fotográfica. Mas virtual; dispomo-titude apropriada. bulosidade que se al; e a medida que e colore, ela tende
algo que não é mais, prec pudesse aparecer com a ajud
Ao separarmos o pre não nos situamos na dura mesmo tempo sobre o pass com o presente que ele foi, passa) — é o passado intei presente”374.
Todavia a realidad percepção, misto este que B da percepção pura de form seja, há uma diferença de relação entre percepção e s proposta metodológica berg para que compreendamos permitindo, portanto, uma introdutoriamente, no prese
BIBLIOGRAFIA
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WORMS, F. (Org.). Annal 2002, v. 1.
373 Desde o Ensaio sobre os Dad
ganha novos sentidos. Entretanto da consciência, caracterizado por
374 DELEUZE, Gilles. Bergsonis
recisasse ser guardado em algum lugar do cé juda da memória.
presente do passado como dois pontos espacialm ração373, não compreendemos que o presente assado e o futuro. Para Bergson, “O passado oi, mas — como ele se conserva em si (ao passo
teiro, integral, é todo o nosso passado que coe
dade psicológica consiste em um misto d e Bergson pretende analisar “separando” seus te
rma a mostrar que se tratam de duas instância de natureza entre elas e não apenas de grau. e subjetividade se torna mais clara na medida ergsoniana que nos possibilita partir de uma os as particularidades que envolvem a anális
a nova abordagem do tema, a qual ressalta sente texto.
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ados Imediatos da Consciência até Evolução Criadora,
nto, ficamos aqui com aquele dado no Ensaio, em que a or sua heterogeneidade e pela não separação dos estados nismo. Trad. Luiz B. L. Orlandi. São Paulo, Ed. 34, 1999
cérebro para que
almente dispostos, nte estende-se ao o não só coexiste sso que o presente coexiste com cada
de lembrança e s termos na análise cias diferentes, ou u. Deste modo, a da em seguimos a a percepção pura álise da memória, ltamos, ainda que
po com o espírito. ção tópicos). textos de Franklin eiro. 2ª ed. , Ed. 34, 1999. a USP, 1989. e a formação da
aulo: Ed. Loyola,
tudes. Paris: PUF,