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A VISÃO DE KEPLER NA REVOLUÇÃO COPERNICANA

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Academic year: 2021

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FACULDADE DE SÃO BENTO CURSO DE FILOSOFIA

A VISÃO DE KEPLER NA REVOLUÇÃO COPERNICANA

PEDRO HENRIQUE CIUCCI DA SILVA

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PEDRO HENRIQUE CIUCCI DA SILVA

A VISÃO DE KEPLER NA REVOLUÇÃO COPERNICANA

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Programa de Graduação em Filosofia da Faculdade de São Bento, como requisito para obtenção de título de Licenciado em Filosofia, sob orientação do Prof. Dr. Edélcio Gonçalves de Souza.

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PEDRO HENRIQUE CIUCCI DA SILVA

A VISÃO DE KEPLER NA REVOLUÇÃO COPERNICANA

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Programa de Graduação em Filosofia da Faculdade de São Bento, como requisito para obtenção do título de Licenciado em Filosofia.

Aprovada em ___ de agosto de 2013.

COMISSÃO EXAMINADORA

___________________________________________

Prof. Dr. Edélcio Gonçalves de Souza Faculdade de São Bento

Orientador

___________________________________________

Prof. Dr. Djalma Medeiros Faculdade de São Bento

___________________________________________

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AGRADECIMENTOS

Registro aqui meus sinceros agradecimentos a todos que contribuíram de alguma forma para a realização deste trabalho.

Em especial, aos amigos Guilherme Santini, Fabio Lampert, Alexandre, Andre Nunes, Hamilton, Lucas Mayor, Fernanda Freitas, Thiago Menezes entre outros que estavam ao do meu lado nestes sete anos de graduação.

Ao professor Luciano Rosset que foi o meu primeiro orientador acadêmico, ao Professor Djalma Medeiros que sempre mostrou uma grande disponibilidade para ensinar e ajudar.

À Professora Anastásia que durante dois anos me ajudou a desenvolver este trabalho e tradução.

Ao Professor Tossato, que mesmo de forma indireta e com seus artigos que esclareceram grandes dúvidas.

Ao meu grande amigo palestrino Professor e Orientador Edélcio Gonçalves de Souza, pela sua paciência e liberdade intelectual.

Ao Professor Dom Eduardo que sempre e quando possível esteve ao meu lado.

Em especial aos meus familiares, a minha mãe Sonia Maria Ciucci da Silva, uma enorme companheira, amiga e parceira.

Ao meu amado, amigo , parceiro e irmão Professor Paulo Henrique Ciucci da Silva, o qual sempre esteve comigo digitando este trabalho nas horas difíceis, nas madrugadas árduas, pois sem ele esta monografia não estaria pronta.

Ao meu irmão e amigo João, ao meu pai, Carlos Jose da Silva. A nossa grande amiga C. Jurema.

Em especial para uma pessoa que não está mais entre nós, minha querida avó Ana Pitella Ciucci, que me ajudou sempre que possível. Ao meu Tio Rinaldo Ciucci.

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DEDICATÓRIA

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Resumo

Este trabalho tem com objetivo uma investigação profunda sobre a visão de Kepler na revolução copernicana, introduzindo a aceitação da Revolução copernicana, e finalmente traduzir pela primeira vez o Epitome para a língua portuguesa e mostrar como Kepler olha tal revolução e avança na investigação sobre o heliocentrismo. A revolução copernicana não foi aceita no começo de sua publicação, houve várias tentativas de apagá-la, mas foi com grande esforço que tal proposta ganhou um rumo de perspectiva. Kepler em seu livro Epitome mostra a sua aceitação sobre a revolução copernicana, no livro IV, mostra como os modelos geométricos têm sua evolução conforme os cálculos heliocêntricos, ou seja, partindo do modelo mais complexo o dodecaedro para o modelo mais simples o círculo, mas não deixa a teologia para explicar como funciona a composição astronômica.

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Abstract

This work aiming for deeper investigation into the vision of the Kepler Copernican Revolution, introducing the acceptance of Copernican Revolution, and finally translate the first time the Epitome for Portuguese and show how Kepler looks such a revolution and advances in research on heliocentrism. The Copernican Revolution was not accepted at the beginning of its publication, there have been several attempts to erase it, but it was with great effort that such a course proposal gained perspective. Kepler in his book Epitome shows his acceptance of the Revolution Copernican in the book IV shows how the geometric models have as their development heliocentric calculations, or more complex model starting from the dodecahedron the simplest model for the circle, but leaves no theology to explain how the astronomical composition.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO... 9

2 ASSIMILAÇÃO DA ASTRONOMIA COPERNICANA... 13

3 A VISÃO DE KEPLER NA ASTRONOMIA COPERNICANA ... 22

4 RESUMO DA ASTRONOMIA COPERNICANA - LIVRO IV PRIMEIRO LIVRO DA DOUTRINA TEÓRICA... 32

5 APÊNDICE... 68

6 CONCLUSÃO ... 89

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1. Introdução

Após a publicação e assimilação do De Revolutionibus de Nicolau Copérnico a astronomia tornou-se uma arma poderosa contra a proposta geocêntrica, ou seja, a quebra deste paradigma era inevitável. À primeira vista os estudos das teorias copernicanas não foram aceitas, pois eram absurdamente complexas, porém, algumas décadas posteriores, o grande teórico e matemático Thomas Digges começou a disseminar tais teorias, as quais atingiram apenas pequenos grupos de estudiosos, entre eles estava o jovem astrônomo alemão Johannes Kepler, que começou a estudá-las profundamente.

Muitos astrônomos não tinham a certeza desta nova matemática, com isto, vários astrônomos não a utilizavam para centralizar tanto a órbita da Terra quanto os cálculos de suas tabelas. Mas a sua vitória foi tranquila e gradual, à medida que o discurso fora ganhando terreno tornou-se tumultuoso, pois já não estava mais no espaço astronômico, mas teológico.

Para a maioria daqueles que não estavam preocupados com o estudo pormenorizado dos movimentos celestes, a grande inovação de Copérnico parecia absurda e ímpia. Mesmo quando compreendidas, as vangloriadas harmonias não pareciam evidentes. A sua compreensão começou de forma lenta, mas poucos aqueles que não eram astrônomos não reconheciam a inovação copernicana, ou até mesmo a colocavam com mais uma obra de aberração astronômica.

A grande aceitação da obra de Copérnico foi sendo aceita através de alguns poemas (vide p. 205 e 206, da obra de T. Khun - A revolução copernicana) , era a partir dos poetas e divulgadores, mais do que dos astrônomos, que a maioria das pessoas dos séculos XVI e XVII, tal como hoje, aprendiam sobre o universo.

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proibidos pela Igreja), através disso os católicos foram proibidos de ensinar ou até mesmo de ler doutrinas copernicanas, exceto as versões emendadas em que se omitiam todas as referências a Terra móvel e ao Sol central.

Várias questões estavam em jogo, entre elas como se o universo é infinito, como muitos dos copernicanos posteriores pensavam, onde o homem pode encontrar Deus ou Deus o homem? Várias outras questões teológicas estavam no centro da proposta deste novo paradigma. O copernicanismo transformou a análise do homem em sua relação com Deus e também nas bases morais. Mas de fato, estas transformações não podiam ser colocadas de um dia para outro, mas eram propostas de grande investigação para o homem naquele período.

Copérnico foi um clérigo com uma boa reputação, cuja opinião era largamente seguida em questões astronômicas e outras. O De Revolutionibus foi dedicado ao papa, e entre os amigos que o apoiaram na publicação havia um bispo católico e um cardeal. Várias das posições cada vez mais fundamentalistas que sublinham a condenação católica de Copérnico foram uma reação às pressões sobre a Igreja pela revolta protestante. As doutrinas de Copérrnico foram, de fato, condenadas durante a Contra- Reforma, precisamente quando a Igreja estava mais abalada por reformas internas destinadas a conter as críticas protestantes. O anticopernicanismo parece, pelo menos em parte, uma dessas reformas. Outra causa da sensibilidade crescente da Igreja para com o copernicanismo depois de 1610 pôde bem ter sido um despertar tardio para todas as implicações teológicas dos movimentos terrestres.

No século XVI, estas implicações raramente haviam sido tornadas explícitas, mas em 1600 foram ampliadas pelo clamor ouvido por toda a Europa devido a execução de Giordano Bruno , filósofo e místico, na fogueira, em Roma, na praça Del Fiori. Bruno não foi executado por causa de sua simpatia ao copernicanismo, mas por uma série de heresias teológicas baseadas na sua concepção da trindade, heresias pelas quais católicos já tinham sido executados antes. Não é como muitas vezes foi chamado, um mártir da ciência, mas Bruno achara a proposta de Copérnico próxima da sua visão neoplatônica e democritiana de um universo infinito contendo uma infinidade de mundos gerados por uma divindade fecunda.

Se Copérnico foi um dos maiores astrônomos da primeira metade do século XVI, Tycho Brahe foi a maior autoridade da segunda metade, mesmo sendo um opositor em grande escala às teorias copernicanas acabou sendo de grande peso nas investigações de Kepler. As suas conquistas astronômicas foram de enorme valor para o astrônomo alemão expor posteriormente os cálculos de Marte e também os seus cálculos ajudaram a astronomia ganhar uma outra conotação. De fato não foi nenhum inovador, mas um grande projetor de técnicas.

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uma única alternativa compatível com as suas observações, que exigia uma distância entre a esfera e Saturno setentas vezes superior à distância entre Saturno e o Sol.

Mesmo rejeitando o movimento da Terra, não podia ignorar as harmonias matemáticas que o De Revolutiobinus introduzira na astronomia. A grande característica significativa do sistema de Brahe é a adequação do compromisso para os problemas levantados pelo De Revolutionibus. Uma vez que a Terra está estacionada e no centro, todos os principais argumentos contra a proposta de Copérnico desaparecem. As escrituras, as leis do movimento e a ausência da paralaxe estelar estão conciliadas na proposta de Brahe, e esta conciliação é conseguida sem sacrificar nenhuma das maiores harmonias matemáticas. O sistema é igual ao modelo copernicano.

O sistema de Tycho Brahe ajudou a familiarizar os astrônomos com os problemas matemáticos da astronomia de Copérnico, porque geometricamente os sistemas de Brahe e de Copérnico são idênticos.

Um melhor índice dos novos problemas trazidos à astronomia depois da morte de Copérnico é fornecido pela pesquisa do colega mais famoso de Brahe, Johannes Kepler. Kepler foi um grande defensor das teorias copernicanas, os seus argumentos são quase os mesmos de Copérnico, mas com uma diferença: os seus cálculos estavam sendo baseados em observações com instrumentos de grande escala, em contraste com Copérnico, e desenvolveu detalhadamente os argumentos e com diagramas pormenorizados.

Kepler, mesmo tendo uma grande admiração sobre a concepção copernicana, era um crítico da mesma, ou seja, afirma que Copérnico nunca reconheceu os seus limites. Estava desconfortável em relação às incongruências arcaicas do De Revolutionibus. Ao redesenhar o sistema de Copérnico fez o primeiro progresso importante, desde Ptolomeu, ao explicar os desvios norte e sul dos planetas em relação à elíptica, com isso, fez uma melhora no sistema matemático copernicano, tendo uma aplicação ao copernicanismo escrito.

Quando Kepler trabalhou com Brahe, nos últimos anos de vida deste grande mestre, ficou encarregado de calcular a órbita de Marte, mas ele mostrou uma nova dinâmica em relação aos sistemas que ali estavam, criando assim, um certo constrangimento entre ambos.

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2. Assimilação da astronomia copernicana

Copérnico morreu em 1543, o ano em que o De Revolutionibus foi publicado, o De Revotionibus teve que vencer várias batalhas, sem ajuda de seu autor, mas, Copérnico criou armas quase ideias para estas batalhas. Tornou o De Revolutionibus ilegível para os leigos exceto para os astrônomos eruditos da sua época.

No mundo fora dos estudos astronômicos o De Revotionibus não teve uma grande agitação. Através do tempo e com o desenvolvimento da oposição, tanto de clérigos e leigos, a maioria dos melhores astrônomos europeus, a quem o livro era dirigido, consideravam indispensáveis uma ou outra técnica matemática de Copérnico.

O sucesso do De Revolutionibus não implica o sucesso da sua tese principal, A fé da maioria dos astrônomos na imobilidade da terra era, em principio, inabalável. Autores que aplaudiram a erudição de Copérnico, serviram-se dos seus diagramas, ou citaram a sua determinação da distância da terra à lua, e normalmente ou ignoravam o movimento da terra ou classificavam-no de absurdo.

Com algumas poucas exceções, as primeiras reações mais favoráveis à grande inovação de Copérnico são colocadas pela afirmação do astrônomo inglês Thomas Blundeville. Para Blundeville, Copérnico afirma que a terra gira e que o sol está parado no meio do céu, e apoiado em tais falsas suposições, tornou mais verdadeiras as demonstrações dos movimentos e revoluções das esferas, como antes nunca fora feita.

A afirmação de Blundeville foi em 1594, em um livro de introdução à astronomia que dava como garantida a imobilidade da terra. O teor da rejeição de Blundeville deve ter levado os seus leitores mais atentos e competentes diretamente para o De Revolutionibus. O De Revolutionibus foi um livro que, astrônomos competentes não podiam ignorar. Desde o princípio que o De Revolutionibus era longamente lido, mas apesar de uma estranha hipótese cosmológica era um livro com grande teor matemático e importante para o novo mundo astronômico.

O grande público do livro assegurou-lhe um pequeno, mas progressivo número de leitores com capacidades para descobrirem as harmonias de Copérnico e que desejavam admiti-las como evidências. A Narratio Prima do primeiro discípulo de Copérnico, George Joachim Rheticus (1514-1576) permaneceu a melhor descrição técnica resumida dos novos métodos astronômicos durante vários anos, depois da primeira publicação em 1540.

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de Tubinga, conseguiu colocar conceitos que, a astronomia copernicana ganhasse um espaço de grande valor neste novo modelo astronômico, logo após disto tivemos, entre eles Kepler, construindo assim uma nova astronomia.

Através do ensino, dos textos e de investigações de homens como estes, o copernicanismo ganhou um enorme terreno, mesmo que os astrônomos que admitem a sua adesão à concepção de uma terra móvel fossem minoria.

A quantidade de copernicanos confessos não é um índice adequado do sucesso da inovação do sistema copernicano. Muitos astrônomos acharam possível explorar o sistema matemático de Copérnico e contribuir para o sucesso da nova astronomia, ao mesmo tempo que negaram ficaram em silêncio,ou seja, não construíram um modelo ou até mesmo não criticaram os modelos propostos por Copérnico.

A astronomia helenística fornecera os precedentes. O próprio Ptolomeu nunca fingiu que todos os círculos usados no Almagesto para calcular a posição planetária fossem fisicamente reais; eram esquemas matemáticos úteis e não tinham de ser mais do que isso.

Os astrônomos renascentistas tinham liberdade de tratar o círculo que representava a órbita da terra como uma ficção matemática, útil apenas para os cálculos, podiam, e ocasionalmente calculavam a posição planetária com a realidade física desse movimento.

Andreas Osiander observou o manuscrito de Copérnico quando estava a ser impresso, insinuou esta alternativa aos leitores em um prefácio anónimo posto no De Revolutionibus sem a permissão de Copérnico.

O prefácio ilegítimo provavelmente não enganou muitos astrônomos, mas apesar disso, alguns deles tiraram partido da alternativa que Osiander sugeriu. Usar o sistema matemático de Copérnico sem advogar o movimento físico da terra forneceu a evasiva convenientes para o dilema colocado pelas constantes harmonias celestes e também a discórdia terrestre do De Revolutionibus.

Erasmus Reinhold (1511-1553) foi o primeiro astrônomo a prestar um serviço

importante aos copernicanos, sem se declarar ele próprio a favor do movimento da terra. Em 1551, oito anos após a publicação do De Revolutionibus, ele emitiu um conjunto completamente novo de tabelas astronômicas, calculadas pelos métodos matemáticos desenvolvidos por Copérnico, e estas depressa se tornaram indispensáveis para os astrônomos e astrólogos, quais quer que fosse a crença quanto a posição e ao movimento da terra.

As tabelas Pruténicas de Reinhold, assim chamadas devidas ao seu patrono, o

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últimos três séculos, e as velhas tabelas, que tinham alguns erros desde o início, estavam agora fora de moda, pois tinham passado vários anos.

O trabalho extremamente cuidadoso de Reinhold, baseados em melhores dados do que se encontravam ao dispor dos homens que calculavam as tabelas do século XIII, produziu um conjunto de tabelas que, para muitas aplicações, eram de certo modo superiores às antigas.

As aplicações do novo sistema astronômico do século XVI, de fato, tornaram superiores as antigas pelo simples ponto de que as observações eram feitas e que com isto davam-se possibilidades de calcular e de mostrar todo o movimento planetário que, Copérnico propôs. Mesmo que Copérnico tenha errado em alguns cálculos era superior as tabelas do século XIII.

O sistema matemático copernicano não era mais exato que o sistema ptolomaico, eram comuns erros de um dia na predição de eclipses lunares, e a duração do ano determinada pelas tabelas pruténicas era, na realidade ligeiramente menos exata do que a determinada pelas velhas tabelas.

A segunda metade do século XVI os astrônomos não podiam dispensar o De Revolutionibus nem mesmo as tabelas baseadas nele. A proposta de Copérnico ganhou terreno lentamente, mas segundo parece de modo inexorável.

Sucessivas gerações de astrônomos, cada vez menos predispostos pela experiência e pelo ensino, formaram como garantia a imobilidade da Terra, e descobriram novas provas sobre os movimentos planetários. A decisão entre o universo tradicional e o universo copernicano era apenas colocado para os astrônomos, com isto, a proposta de Copérnico atingia então uma vitória tranquila e gradual.

Mas a decisão não era exclusivamente, ou mesmo primariamente, uma questão para astrônomos, e a medida que o debate se espalhou para o exterior do círculo astronômico acaba por se tornar tumultuoso.

Para a maioria daqueles que não estavam preocupados com o estudo pormenorizado dos movimentos celestes, a inovação de Copérnico parecia absurda e ímpia. Mesmo quando compreendidas, as vangloriadas harmonias não pareciam ter.

O clamor começou de forma lenta no início, poucos astrônomos conheciam a inovação de Copérnico ou até mesmo não a reconheciam como mais do que uma aberração individual passageira, como muitos que tinham aparecido e desaparecido antes.

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normalmente não mencionavam Copérnico ou resumiam a sua inovação em uma ou duas frases.

Os livros populares cosmológicos que descreviam o universo aos leigos ficaram ainda mais exclusivamente aristotélicos no tamanho e na substância; Copérnico ou era desconhecido para os seus autores ou se conhecido era normalmente ignorado.

Exceto, talvez, em alguns centros de aprendizagem protestante o copernicanismo não parece ter sido uma questão cosmológica durante as primeiras décadas após a morte de Copérnico. Fora do círculo dos astrônomos raramente tornou-se uma questão importante, até ao começo do século XVII.

Houve algumas reações no século XVI, por parte de não astrônomos que forneceram uma antevisão do imenso debate que se seguiu, pois eram, em geral, inequivocamente negativas. Copérnico e os seus poucos seguidores eram ridicularizados pelo absurdo do seu conceito de uma terra móvel, embora sem a amarga ou as elaboradas discussões que se desenvolveram quando se tornou evidente que o copernicanismo viria a ser um oponente obstinado e perigoso.

O movimento da Terra no primeiro momento entra em contradição com o ensinamento medieval do qual era proposto a imobilidade da terra e entrava em contradição também com os astrônomos que tinham proposto a imobilidade terrestre que são eles, Aristóteles, Ptolomeu e Sacrobosco. Com isto, entrava em conflito com a astronomia existente.

Estes são argumentos de força, bastante suficientes para convencer a maioria das pessoas, mas não são armas mais poderosas da bateria anticopernicana, e não são os que geram mais ardor. Essas armas eram religiosas e, sobretudo, retiradas da Sagrada Escritura.

Umas das ações contra Copérnico começou antes da publicação do De Revolutionibus. Martinho Lutero é que colocou uma insatisfação contra a revolução copernicana, segundo o teólogo, Copérnico era um louco, pois desejava subverter toda a ciência da astronomia, mas a Sagrada Escritura diz (Josué, 10:13) que Josué mandou o Sol estar parado, e não a Terra. Isto mostra que os protestantes tinham uma opinião contra a revolução copernicana.

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Melanchthon continuou a reunir um número de passagens bíblicas anti copernicanas, fazendo sobressair os famosos versos, do Eclesiastes 114-5, que afirmam, a Terra permanece para sempre, e que o Sol também nasce, e se põe, e precipita-se para o lugar onde nasceu. Finalmente, sugere que se aplique medidas severas para impedir a revolução dos copernicanos.

Thomas Kuhn, ao citar Melanchthon coloca que o autor era acima de tudo um anti copernicano e não aceitaria a revolução proposta por Copérnico. A revolução copernicana não era uma revolução contra a igreja, mas sim colocava-se contra a astronomia antiga, mas teólogos entre eles Melanchthon lutou contra a nova astronomia não aceitando a nova investigação do modelo astronômico.

Calvino, em seu comentário ao Gênese citou o verso inicial do salmo 93, também foi estabelecido que a Terra não se pode mover, perguntava, quem se aventurará a colocar autoridade de Copérnico acima da do Espírito Santo? Cada vez, os protestantes, usavam a bíblia como fonte de argumentos anti copernicanos.

Nas primeiras décadas do séculos XVII, clérigos de todas as tendências procuravam na bíblia frase por frase, passagens que mostravam argumentos contra o movimento da Terra. Os copernicanos aos poucos eram rotulados de hereges e ateus, em 1610, a igreja católica juntou-se de forma oficial na batalha contra o copernicanismo, a acusação passou a ser de heresia formal.

Em 1620 a teoria copernicana e todos os outros que afirmassem o movimento da Terra foram postos no Index. Os católicos foram proibidos de ensinar ou mesmo de ler doutrinas copernicanas, exceto as versões emendadas em que se omitiam todas as referências a Terra móvel e ao Sol central.

Quando foi tomada a sério, a proposta de Copérnico levantou muitos problemas gigantescos para a crença cristã. Se, por exemplo a Terra fosse simplesmente um dos seis planetas, como seriam preservadas as histórias da queda e da salvação com a sua enorme importância para a vida cristã? Se houvesse outros corpos essencialmente como a Terra a bondade de Deus requeria certamente que eles também fossem habitados.

Caso existissem homens em outros planetas, como poderiam eles ser descendentes de Adão e Eva, e como poderiam ter herdado o pecado original, única explicação para a labuta do homem em uma terra feita para ele por uma divindade boa e onipotente? E ainda como poderiam os homens de outros planetas saber da existência do salvador que lhes abriria a possibilidade de uma vida eterna? Caso a Terra fosse um planeta, e um corpo celeste localizado longe do centro do Universo, o que seria da posição do homem, intermédia, mas central, entre os demônios e os anjos? Se a Terra como planeta participa da natureza dos corpos celestes, não pode ser um poço de inequidade do qual o homem desejaria escapar para atingir a pureza divina dos céus.

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Universo é infinito, como muitos dos copernicanos posteriores pensavam, onde pode estra localizado o trono de Deus? Num universo infinito, como pode o homem encontrar Deus ou Deus encontrar o homem?

As respostas de tais perguntas não foram obtidas com grande facilidade, e consequentemente alternam a experiência religiosa do homem comum. A revolução copernicana exigiu uma grande transformação na análise do homem da sua relação com Deus e das bases da moral. Uma tal transformação não poderia ser conseguida do dia para a noite, e ainda mal começara enquanto as provas do copernicanismo fossem tão inclusivas como no De Revolutionibus.

Vários observadores sensíveis podiam muito bem achar que os valores tradicionais eram incompatíveis com a nova cosmologia, e a frequência com que a acusação de teoria ateia era lançada contra os copernicanos é a prova da ameaça a ordem estabelecida, feita a muitos observadores pelo conceito de uma terra planetária.

Existiram vários autores que se colocaram contra o modelo astronômico existente, entre eles podemos citar, Giordano Bruno. Ele se colocou contra o modelo astronômico aristotélico-ptolomaico, em seu livro sobre o infinito, afirma que a terra esta em pleno movimento e que é impossível afirmar um único e simples universo como era, proposto pela astronomia antiga, mas infelizmente foi condenado e morto pela inquisição. Talvez o erro de Bruno foi não mostrar de forma concreta os seus argumentos contra a astronomia existente.

Mesmo G. Bruno não tivesse conhecido Copérnico, foi um símbolo de extrema importância para colocar a astronomia antiga contra a parede. Copérnico pode bem ter aparecido como símbolo de todas as reinterpretações tortuosas que, durante o fim da idade média haviam separado os cristãos da base da sua crença. Portanto a violência do ataque que o protestantismo oficial dirigiu contra Copérnico parece quase natural.

Tolerar o copernicanismo teria sido tolerar a própria atitude para com a Sagrada Escritura e para com o conhecimento em geral que, de acordo com os protestantes, levara o cristianismo a extraviar-se.

O copernicanismo estava, assim, indiretamente envolvido na grande batalha religiosa entre as igrejas protestante e católica, e esse desenvolvimento deve explicar parte da excessiva aspereza que a controvérsia de Copérnico provocou.

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Os protestantes forneceram a primeira oposição institucionalizada eficaz. O silêncio de Reinhold sobre a validade física do sistema matemático que utilizara para calcular as Tabelas Pruténicas é normalmente interpretada como índice da oposição oficial ao copernicanismo na universidade protestante de Vitemberga.

Osiander, que acrescentou uma apologia falsa ao início do De Revolutionibus, era também protestante. Rheticus, o primeiro defensor confesso da astronomia de Copérnico, também era protestante, mas a sua Narratio Prima fora escrita enquanto estava fora de Vitemberga e antes de o De Revolutionibus ter aparecido, depois do seu regresso a Vitemberga não publicou mais opúsculos copernicanos.

Em 1616 a igreja proibiu que se ensinasse ou se acreditasse que o Sol estava no centro do Universo e que a Terra girava em torno dele, estava a inverter uma posição que estivera implícita na prática católica durante séculos.

A inversão chocou um grande número de devotos católicos, porque obrigava a igreja a opor-se a uma doutrina física, para a qual novas provas estavam a ser descobertas quase diariamente e porque houvera claramente uma atitude alternativa aberta a igreja.

Não tem como pensar na revolução copernicana, sem pensar em Kepler. A assimilação da astronomia copernicana se deve inteiramente a Kepler, e as compreensões dos cálculos obscuros no De Revolutionibus. Kepler acima de tudo era um neoplatônico, ou seja, ele estava disposto a resgatar a discussão dos triângulos propostos por Platão no Timeu.

Este neoplatonismo que foi adotado no fim da idade média era o resgate das discussões que Platão propôs em seu livro não tão discutido, Timeu. Platão trás uma proposta sobre a organização do mundo através do caos, que o Demiurgo organiza e monta o universo através de uma linguagem matemática. O Demiurgo organiza o mundo através de conceitos geométricos, ou seja, quando o Demiurgo encontra-se com o caos organiza através de triângulos equiláteros. Platão mostra que estes triângulos irão formas as composições dos quatro elementos. Antes de o Demiurgo organizar o universo o mesmo esta em um caos, e através deste caótico universo a composição geométrica começa a ser montada.

Os neoplatônicos modernos entre eles Kepler irão resgatar de uma certa forma esta proposta de geometria. Kepler, em particular, aceita o modelo pitagórico, pois era o modelo já utilizado pelo próprio Platão, com isto, aceitar os modelos geométricos neoplatônicos era aceitar o modelo pitagórico.

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Nos primeiros capítulos no De Revolutionibus, as argumentações são precisas, a Terra é esférica e gira em torno do Sol. Estas demonstrações é sem dúvida um abalo para os astrônomos do século XVII, a base astronômica deste período era um tratado do astrônomo chamado John Hollywood (Sacrobosco), era um livro que organizou os cálculos de Ptolomeu.

Mas todos estes argumentos não foram o suficiente, para Nicolau de Cusa. Nicolau de Cusa resgatou os modelos astronômicos de Platão, ou seja, o modelo proposto por Platão estava mais próximo, com os modelos que os astrônomos estavam procurando.

Nicolau de Cusa foi um dos primeiros filósofos a resgatar os cálculos platônicos e mostrou que as demonstrações até então existentes sobre a posição do Sol e da Terra não era verdadeiras, mas Nicolau não foi tão eficaz em contrapor às teorias existentes.

Nicolau de Cusa foi um místico, ficou longe de resolver os problemas dos cálculos astronômicos de sua época, mas foi quem iniciou toda uma discussão até a grande revolução do paradigma do geocentrismo.

O paradigma do geocentrismo foi a teoria que mais prevaleceu na história, foi sem dúvida a teoria mais dogmática da história do pensamento humano. Copérnico deixou o De Revolutionibus, como uma herança maldita para os astrônomos, não podendo se desvendar, pois morreu no dia da publicação, o De Revolutionibus tornou-se um livro obscuro.

Talvez sem Kepler a teoria copernicana, demoraria muito mais tempo para a aceitação. Kepler utilizou os cálculos copernicanos para demonstrar as suas leis do universo. Estas leis foram fundamentais para corrigir tanto o modelo copernicano, pois encontrava-se com alguns cálculos ainda errados, tanto para Newton fundamentar seus princípios matemáticos.

Para Kepler, a geometria ocupa o primeiro lugar na metodologia das ciências matemáticas. A geometria era a única maneira de explicar os movimentos dos planetas, não existia outra maneira, com isto, a aproximação com os cálculos copernicanos. Kepler estava disposto a mostrar como Copérnico não está errado, e colocaria novas argumentações.

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Kepler desenvolveu seus trabalhos em período muito complicado, antes de afirmar compromisso com os cálculos copernicanos, teve que passar por várias provações. No livro A Bruxa de Kepler, Connor, mostra a vida dura que Kepler passou, não somente na vida pessoal, mas como virou astrônomo assistente de Tycho Brahe. Tycho Brahe era um dos maiores astrônomos da época, trabalhava como astrônomo da coroa dinamarquesa. Kepler era um bom astrônomo, com alguns contatos e alguns amigos, Kepler consegue chegar até Tycho. A Europa estava sendo marcada por guerra de egos, por um lado os católicos e de outro os protestantes. Kepler morava dos lados dos protestantes, mas tinha um grande contato com os católicos, um dos motivos de Kepler ter saído de sua cidade pacata Graz, e partido para trabalhar com Tycho em Praga, foi também por motivos de segurança.

Esta guerra de egos citada acima foi marcada pelos católicos e pelos protestantes. De um lado os católicos estavam marcados pelas mortes e condenações de seus próprios cônegos, e também a separação de uma corrente chamada protestantismo. Esta corrente protestante era contra não só os dogmas da igreja católica como também as políticas econômicas propostas pelos mesmos, nascendo assim a guerra dos trinta anos.

Neste grande conflito esta o nosso astrônomo, Kepler. Sua cidade Graz, estava sendo ameaçada pela guerra, com isto, a sua saída foi inevitável, a sua vantagem em referente a esta guerra de egos era que ele estava nos dois lados.

O desenvolvimento de seu trabalho para mostrar a importância da Revolução copernicana, está marcado em um grande livro Epitome Astronomiae copernicanae. Tal trabalho é a grande demonstração da astronomia copernicana, é o golpe final da batalha que Kepler lutou para colocar em cena.

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3. A visão de Kepler na Revolução copernicana

Uma pergunta surge quando entramos na interpretação de Kepler na revolução copernicana, o que exatamente atraiu Kepler com tamanha força ao universo copernicano? O que exatamente Kepler utiliza da teoria copernicana, já que o sistema copernicano não era um sistema verdadeiramente heliocêntrico, e sim um sistema, por assim dizer, vacuocêntrico.

Kepler explica de força bastante diversa em vários trechos essas razões físicas ou metafísicas, mas a essência delas é que o sol deve estar no centro do mundo, por ser símbolo de Deus Pai, fonte de luz e calor, gerador da força que move os planetas nas órbitas, e por ser o universo heliocêntrico geometricamente mais simples e satisfatório. Parecem quatro razões diferentes, mas forma um conjunto único, indivisível no espírito de Kepler, uma nova síntese pitagórica de misticismo e ciência.

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aparentemente, percorridas no sentido inverso ao movimento de revolução descrito pelo centro do epiciclo sobre a borda do deferente. Assim explicava-se a retrogradação aparente do movimento planetário e porque, nessas regiões mais afastadas da epicicloide, o planeta tornava-se menos luminoso.

O segundo circuito chama-se Excêntrico. O planeta percorreria um circuito cujo centro geométrico não mais se encontrava na terra. A distância entre esse centro geométrico e o centro da Terra definiu o chamado valor da excentricidade. Com sentidos e velocidades bem determinados, a composição dos movimentos do epiciclo e do deferente pode ser resumida em um círculo: o excêntrico, cujo centro foi simplesmente deslocado. O excêntrico foi o modelo geométrico preferido por Copérnico.

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Segundo Copérnico, a Terra possuía três movimentos circulares: uma rotação ao redor do seu eixo1, um movimento orbital anual ao redor do Sol2 e um movimento cônico anual descrito por seu eixo à medida que a Terra gira ao redor do Sol e sobre si mesma, devido ao fato que esse eixo não é perpendicular a eliptical3, mas em inclinado em cerca de 23º graus.

A rotação do oeste para o leste, completada diariamente em 23 horas e 56 minutos, explicaria os círculos diurnos aparentes traçados pelo Sol, pela Lua e pelos planetas. Já as aparentes mudanças de posição das estrelas ao longo do ano, que pela hipótese de Ptolomeu resultavam de movimentos da esfera em relação à Terra fixa, seriam explicadas pela translação da Terra sob a esfera das estrelas fixas.

Esse é o segundo movimento, a translação orbital anual da Terra, pelo qual nosso planeta gira ao redor do Sol, descolando-se de oeste para o leste e completando uma volta em um ano. O terceiro movimento da Terra o cônico refere-se ao desenho traçado pelo eixo inclinado da Terra que, alternadamente aproxima e afasta os dois hemisférios do Sol, provocando assim as estações do ano.

A grande inovação de Copérnico refere-se à solução do problema do movimento aparente dos planetas. No sistema ptolomaico, a ilusão da retrogradação planetária é explicada com a hipótese de que o planeta se deslocaria em epiciclo ao longo de seu

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deferente ao redor da Terra, hipoteticamente fixado no centro do Universo. Os movimentos aparentes descritos pelos planetas resultariam da composição entre esses dois deslocamentos circulares (um epiciclo num deferente). No sistema de Copérnico o movimento retrogrado, assim como o movimento aparente do Sol ao redor da Terra.

Copérnico entendeu que Ptolomeu tivera de lançar mão de recursos dos epiciclos excêntricos e equantes por desconhecer ou não aceitar que as aparentes irregularidades das movimentações planetárias eram causadas pelo movimento da Terra. De fato, se um observador terrestre se imagina imóvel, é obrigado a atribuir aos planetas toda a responsabilidade pela estranha dança que observa nos céus.

Pela tese copernicana, os planetas observados da Terra se apresentam quase sempre em progressão (movimento para frente), e só retrocedem aparentemente quando a Terra, em seu movimento orbital anual, mais rápido, os ultrapassa, caso dos planetas exteriores (Marte, Júpiter, Saturno, Urano, Netuno e Plutão), ou quando é ultrapassado pelos que orbitam mais velozmente, caso dos planetas interiores (Mercúrio e Vênus).

Assim, o sistema de Copérnico mostrou-se notavelmente mais simples. Para explicar as retrogradações e as variações de tempo necessário para completar uma volta nas eclípticas planetárias, os astrônomos antigos tiveram de usar epiciclos e deferentes em grande número. O sistema ptolomaico precisava de pelo menos doze círculos um para o Sol, outro para a Lua e dois para cada um dos cinco planetas, para uma descrição minimamente plausível do que ocorria no céu.

Copérnico descrevia os mesmos fenômenos com apenas sete círculos: seis deles centrados no Sol, um para cada planeta: Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter e Saturno, e um sétimo centrado na Terra, para a Lua.

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É nessa época que surge o movimento filosófico e crítico conhecido como Escolástica, que adapta a reencontrada investigação aristotélica da natureza às crenças religiosas medievais. Uma das ciências redescobertas é a antiga astronomia. Com efeito, no século XI, em Toledo na Espanha Islâmica, são traduzidas do árabe para o latim, as primeiras tabelas astronômicas. No século XII é a vez do curriculum das universidades. São os mesmos textos estudados, no final do século XV, por Copérnico.

Através desse diálogo, Kepler toma como ponto fundamental os cálculos copernicanos. Estes cálculos eram de extrema importância para o seu modelo, ou seja, Kepler utiliza dos epiciclos proposto por Copérnico, pois a sua observação feita sobre Marte foi fundamental.

Para termos uma melhor compreensão sobre o modelo copernicano, temos que recorrer ao seu livro De Revolutionibus. Copérnico mostra em toda a sua obra novos modelos de observações, antes as revoluções propostas, por Ptolomeu, davam-se através da suposta movimentação do Sol, com Copérnico, as revoluções dos planetas são feitas através da Terra.

Tomemos como exemplo o planeta Mercúrio4. De fato que Copérnico faz com todos os planetas, tais demonstrações pois fica claro que a demonstração a seguir esta para todos os planetas.

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Existem nesta demonstração dois pontos; o primeiro trata-se da investigação de Ptolomeu; a segunda a de Copérnico, mais completa e com esta observação que Kepler toma como base na sua estrutura astronômica.

Primeira demonstração; A e B é a orbita da Terra, C é o centro, tendo como seu diâmetro ABC. Tendo em ABC, o ponto D, entre os pontos B e C, como centro, e tendo um terço de CD por raio, com isto, descrevemos um pequeno círculo, CF, de modo que a maior distância do centro C seja F, e em E a mínima. Com o centro em F, descreva-se HI como excêntrico exterior de Mercúrio, e seja ela HI. Tomando assim I, a ápside superior, como centro, juntemos-lhe outro epiciclo, atravessando pelo planeta HI, um círculo excêntrico em um outro círculo excêntrico, funciona como um epiciclo num círculo excêntrico. Tal demonstração fora aceita até Copérnico, mas encontrava-se em um ponto que a sua revolução não tinha o efeito heliocêntrico, ou seja, a sua movimentação dava-se fora do ponto C.

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centro do excêntrico exterior de Mercúrio está em F que é a sua distância máxima ao ponto C. Mas quando a Terra esta a caminho, entre A e B, á distancia de um quadrante deles, o centro do círculo excêntrico de Mercúrio está em E, a posição mais próxima de C. De acordo com estes fatos, o esquema é oposto ao de Vénus.

Além disso, como resultado desta regra, enquanto Mercúrio atravessa o diâmetro do epiciclo KL, ocupa a posição mais próxima do centro do círculo que move o epiciclo, isto é, está em K, quando a Terra atravessa o diâmetro AB. Quando a Terra, nos dois lados, encontra-se em posições a meio caminho, entre A e B o planeta chega a L, sua distância máxima, ao centro do círculo que move o epiciclo. Deste modo, ocorrem duas revoluções duplas proporcionais ao período anual da Terra, iguais entre si, a do centro do círculo excêntrico na circunferência do círculo pequeno, EF, e a do planeta no diâmetro, LK. O epiciclo ou linha, FI, move-se de forma uniforme, com o seu próprio movimento, à volta do círculo HI e do seu centro, em cerca de 88 dias, completando uma revolução independente da esfera das estrelas fixas.

Esta demonstração acima foi feita por Copérnico observando Mercúrio, mas é um modelo valido para todo sistema astronômico, mas foi o planeta Marte que Kepler, teve como base para suas leis.

Quando Kepler começou trabalhar com Tycho, teve oportunidade de estudar a órbita de Marte. De fato que, Kepler tendo uma influência da revolução copernicana, utilizou os cálculos em mãos e os cálculos de Copérnico. Os cálculos de Copérnico não eram perfeitos, mas eram melhores do que os antigos.

Os cálculos copernicanos estavam fundamentados em pontos em que as revoluções particulares dos planetas davam-se através do novo modelo proposto do heliocentrismo. A revolução de Mercúrio demonstrada acima fica claro a proposta, mas existe uma dúvida, como dava-se o movimento da Terra, ou seja, mesmo Copérnico ter proposto as revoluções dos planetas, não conseguiu provar de forma precisa o movimento terrestre.

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revolução é de certa forma mais rápida do que a da Terra. Isto levou Kepler a mostrar que os planetas mais pertos do Sol. Imaginamos que um dos focos da órbita do planeta é ocupado pelo Sol, o ponto da órbita mais próximo do Sol é chamado periélio, e o ponto mais distante é chamado afélio. A distância do periélio ao foco ( R p ) é : R p = a- c = a - a. E = a ( 1- E ) e a distância do afélio ao foco (Ra) é: Ra= a+c = a+a.E = a (1+E)

Cabe aqui mostrar as leis de Kepler e seus efeitos. A primeira lei é sobre as órbitas elípticas (astronomia nova, 1609). A órbita de cada planeta é uma elipse, com o Sol em um dos focos. Como consequência da órbita ser elíptica, a distância do Sol ao planeta varia ao longo de sua órbita.

A segunda lei é sobre as áreas (1609): a reta unindo o planeta ao Sol varre áreas iguais em tempos iguais. O significado físico desta lei é que a velocidade orbital não é uniforme, mas varia de forma regular: quando mais distante o planeta está do Sol, mais devagar ele se move. Dizendo de outra maneira, esta lei estabelece que a velocidade areal é constante.

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movem mais lentamente em torno do Sol, e, portanto, isso implica que a força entre o Sol e o planeta decresce com a distância ao Sol.

Sendo P o período sideral do planeta, a o semieixo maior da órbita, que é igual á distância média do planeta ao Sol, e K uma constante, podemos expressar a 3ª lei como:

P² = K a²

Se medimos P em anos (o período sideral da Terra), e a em unidades astronômicas (a distância média da Terra ao Sol), então K=1 e podemos escrever assim a 3ª lei:

P² = a³

A tabela abaixo mostra como fica a 3ª lei de Kepler para os planetas visíveis a olho nu. Planeta Semieixo maior Período anos A3 P2 Mercúrio 0,387 0,241 0,058 0,058 Vênus 0,723 0,615 0,378 0,378 Terra 1,000 1,000 1,000 1,000 Marte 1,524 1,881 3,537 3,537 Júpiter 5,203 11,862 140,8 140,7 Saturno 9,534 29,456 867,9 867,7

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Kepler descobriu outras características do movimento planetário ausentes no sistema astronômico copernicano místico inspirado pelas ideias pitagóricas, ele acreditava que uma harmonia matemática unia todas as partes do universo e procurou entre os raios das diversas órbitas planetárias, uma relação matemática que espremesse essa harmonia universal.

Sua primeira ideia foi construir um modelo no qual esses raios seriam deduzidos de uma estrutura que implicaria uma nas outras as cinco figuras geométricas “perfeitas”, já reconhecidas pelos antigos gregos e batizados “sólidos platônicos.” Estas figuras geométricas podem ser observadas no livro timeu. Platão mostra com fundamentos e cálculos perfeitos. Para Platão estas figuras eram fundamentais para a construção do universo, ou seja, Platão propõe que o Demiurgo organiza o mundo através do caos, organiza com as figuras geométricas.

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4. Resumo da Astronomia Copernicana

Livro IV

Primeiro livro da doutrina teórica.

Na posição, ordem, e movimento das partes do mundo; ou, no sistema do mundo.

O que é o objeto da doutrina teórica?

Os movimentos próprios dos planetas; nós os chamamos de movimentos secundários; e os planetas móveis secundários.

Por que você o chama de movimentos próprios dos planetas?

1 – Porque o movimento diário aparente com que a doutrina na esfera está em causa e que é comum a ambos os planetas e as estrelas fixas e assim para todo o mundo, é visto para percorrer do leste para o oeste; mas os movimentos muito lentos individuais dos planetas individuais percorrem na direção oposta do oeste para o leste; e, portanto é certo que estes movimentos não podem depender de que o movimento comum do mundo o que temos discutido até agora. Mas deve ser atribuído aos próprios planetas, e assim eles são genericamente adequados aos planetas.

2 – Mas mesmo nesses movimentos próprios dos planetas individuais oeste para leste há também algo comum presente não diurno, mas anual, que é estranho à vista que deriva ainda a causa fora da verdade da coisa, e que, entretanto faz o planeta em seu próprio movimento ter a aparência de retro gradação, isto é, de leste para oeste, no entanto porque este movimento é tão comum feito em períodos individuais dos planetas individuais; e assim por diversas vezes transformado, que à primeira vista não pode discernir o que é comum a todos os planetas é o que é próprio de cada um: De acordo com este movimento todo composto de cada planeta especificamente; especialmente deste de que este movimento que é comum a muitos não tenha a sua origem no primeiro movimento comum de todo o mundo, mas no próprio movimento de cada planeta.

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Acima citamos (no Livro 1, pág. 15) toda a doutrina foi dividida em três partes próprias: A primeira, relativa aos princípios com que Copérnico demonstra os movimentos secundários – o material do livro 4: O segundo, sobre qual mecanicamente esses movimentos são colocados diante dos olhos, a saber, sobre os círculos excêntricos e similares – O material do Livro 5 é o terceiro, sobre os movimentos aparentes dos planetas individuais e os acidentes comuns dos planetas em conjunto – o conjunto do Livro 6, é a quarta parte, que é comum as doutrinas das órbitas e nas teorias, diz respeito ao movimento aparente da oitava esfera – o material do Livro 7.

Quais são as hipóteses ou princípios com os quais Copérnico defende nos movimentos próprios dos planetas?

Eles são principalmente: 1 – Que o sol está localizado no centro das órbitas fixas, ou aproximadamente no centro e é imóvel no lugar: 2 – Que os planetas individuais movem-se realmente ao redor do sol em seus sistemas individuais que são compostos de muitos círculos perfeitos, resolvidos em movimento absolutamente uniforme; 3 – Que a Terra é um dos planetas, de modo que seu movimento médio anual em torno do sol descreve seu círculo orbital entre os círculos orbitais de Marte e Vênus; 4 – Que a razão de seu círculo orbital ao diâmetro das estrelas fixas é imperceptível para o sentido em por assim dizer foram medições excedentes; 5 – Que a esfera da Lua está disposta ao redor da Terra como seu centro, de modo que o movimento anual em torno do sol e assim o movimento a partir de um lado para outro é comum a toda esfera da Lua e da Terra.

Você julga que esses princípios devem ser realizados neste resumo?

A Astronomia tem duas finalidades, para defender as aparências e contemplar a verdadeira forma do edifício do mundo de quem o tratado do Livro 1 folhas 4 e 5, não a necessidade de modo atingir a primeira extremidade; Mas alguns podem ser alterados e outros podem ser omitidos; porém, o segundo princípio deve necessariamente, ser corrigido, e apesar da maioria desses princípios ser necessários para a segunda finalidade, no entanto, eles ainda não são suficientes.

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Tycho Brahe demonstra as aparências com o primeiro e terceiro princípios alterados: Para ele, assim como os antigos, coloca a Terra Imóvel, no centro do mundo: Mas o Sol – que até mesmo para ele é o centro dos círculos orbitais dos 5 planetas e do sistema de todas as órbitas que ele faz para ir ao redor da Terra no movimento anual comum, enquanto, ao mesmo tempo nesse sistema comum um planeta completa seus movimentos próprios. Além disso, ele omite o quarto princípio completamente e exibe as órbitas das estrelas fixas como não muito maior do que a órbita de Saturno.

Por que você substitui o segundo princípio e o que mais você adiciona a verdadeira forma da habitação do mundo, ou o que pertence à natureza dos céus?

Mesmo que os movimentos verdadeiros são para serem deixados sozinhos para os planetas individuais, no entanto esses movimentos não se movem por si mesmos, nem pelas revoluções das órbitas por não existirem esferas sólidas. Mas o Sol no centro do mundo, que gira em torno do centro do corpo e em torno do seu eixo, por essa revolução torna-se a causa dos planetas individuais.

Além disso, mesmo que os planetas são realmente excêntricos ao centro do Sol: No entanto não há outros círculos menores chamados epiciclos, que por sua revolução variam os intervalos entre os planetas e o Sol, mas os próprios dos planetas, por um inato vigor interno, fornecem a ocasião para essa variação.

Qual então será o material do Livro IV?

O Livro IV conterá a física celeste em si, ou sob a forma e as proporções do tecido do mundo e as verdadeiras causas dos movimentos. Essa será a principal função dos astrônomos – como dissemos no Livro I, folha 5, ou seja, a demonstração dessa hipótese.

Revisão das partes principais do Livro IV.

Haverá três partes principais do livro IV. A primeira é sobre os próprios corpos, a segunda, sobre os movimentos desses corpos, a terceira, sobre os acidentes reais dos movimentos.

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ordem ou a posição das órbitas planetárias e, por último, os índices de todos os corpos do mundo para o outro.

A segunda parte vai ensinar a revolução do Sol em torno do seu eixo, e seu efeito em fazer os planetas girarem; as causas da proporcionalidade dos movimentos entre si, ou seja, dos tempos periódicos, a imobilidade do centro do Sol anual, do movimento do centro da Terra em volta do Sol, a revolução da Terra em volta do seu eixo e o seu efeito em fazer girar a Lua, a ajuda adicional do movimento da Lua dada pela luz do Sol, e quais as causas das proporções entre o dia, mês e ano.

A terceira parte vai divulgar os casos de irregularidade tríplice da altitude, longitude e latitude nos planetas singulares – e como essas irregularidades são dobradas na Lua pela força da iluminação do Sol.

Parte I

1. Sobre as partes principais do mundo.

O que você julga ser à disposição das peças principais do mundo?

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Eu pensei que as partes principais do mundo são contadas para ser os céus e a Terra?

É claro, a nossa visão infértil a partir da Terra não pode mostrar-nos todas as peças mais notáveis – como foi dito no Livro I, folha 122 – uma vez calçados os pés sobre os outros, e uma vez que ambas as partes parecerem estar misturadas e cimentadas no limbo comum do horizonte – como um mundo em que as estrelas, nuvens, pássaros, o homem, e os vários tipos de animais terrestres estão fechados.

Mas são praticadas na disciplina que revela as causas das coisas, sacode os enganos da visão, eleva na mente a mente superior a mais, fora dos limites da visão. Por isso, não deve ser surpresa para ninguém que a visão deve aprender com razão, que o aluno deve aprender algo novo de seu mestre que ele não sabia antes – ou seja, que a Terra considerada isoladamente por si só, não deve ser contada entre as partes primárias do grande mundo, nos deve ser adicionada a uma das partes principais, para a região planetária, o mundo móvel, é que a Terra tem a proporcionalidade de um começo em que parte, que o Sol, por sua vez deve ser separado do número de estrelas e definir-se como uma das peças principais de todo o universo. Mas eu estou falando agora da Terra, da medida em que é uma parte do edifício do mundo, e não da dignidade das criaturas que regem, que a habitam.

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A perfeição do mundo consiste em luz, calor, movimento e harmonia de movimentos. Esses são análogos às faculdades da alma: A luz, o sensível, o calor, a vital e natural; movimento, para o animal; harmonia para o racional. E de fato o adorno (Ornatus) do mundo consiste em luz, a sua vida e crescimento no calor, e, por assim dizer, a sua ação em movimento, e sua contemplação – em que Aristóteles coloca bem – aventurança – em harmonias. Agora desde que três coisas necessariamente se reúnem para cada afeição, ou seja, a causa de in quo (em que) e a forma sub qua (em qual, sob a qual, o qual) – assim, em relação a todas as afecções acima mencionadas do mundo, o Sol exerce a função de causa eficiente, a região das estrelas fixas que da coisa formada, contendo, e que encerra, e o espaço intermediário, que o assunto – de acordo com a natureza de cada afeto. Consequentemente, em todos esses aspectos o Sol é o principal corpo de todo o mundo.

Em relação à luz: Uma vez que o Sol é muito bonito com a iluminação, e é com se fosse o olho do mundo, como uma fonte de luz ou tocha muito brilhante, o Sol ilumina pinturas, e enfeita os corpos do resto do mundo, o espaço intermediário não é em si a mesma luz – proporcionada; mas a luz – cheia e transparente e o canal através do qual a luz é conduzida a partir da sua fonte, e não existe nesta região os globos e as criaturas sobre as quais a luz do Sol é despejada para fazer desta luz a órbita das estrelas fixas desempenha o papel do leito do rio em que este rio de pistas de luz, é como se fosse uma parede opaca e iluminada, refletindo e duplicando a luz do Sol: Você tem com muita propriedade a comparação a uma lanterna, que deixa de fora os ventos.

Assim, em animais, o cérebro, a sede da faculdade sensível dá a todo animal todos os seus sentidos, e pelo ato do bom senso faz com que a presença de todos os sentidos estivesse despertando-lhes e ordenando-lhes a vigiar. E de outro modo, nesta analogia, o Sol é a imagem do senso comum, os globos no espaço intermediário dos órgãos dos sentidos, e na órbita das estrelas fixas dos objetos sensíveis.

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vegetativa não apenas em criaturas terrestres mas também em todo o éter por toda amplitude universal do mundo - e tanto a energia do manifesto do Sol no aquecimento e considerações físicas a respeito da origem dos cometas levam-nos a tirar esta inferência – é incrível que esta faculdade enraizada no Sol como no coração do mundo, e que dali pelo movimento das asas de luz e calor se espalha para este espaço mais amplo do mundo – da mesma forma que os animais sitiados do calor da faculdade vital está no coração e a sede da faculdade vegetativa, no fígado, donde estas faculdades do entrelaçamento dos espíritos espalhados nos membros restantes do corpo. A órbita das estrelas fixas situada diametralmente oposta de todos os lados, ajuda esta faculdade vegetativa por calor concentrado, como se costuma dizer, como se fosse uma espécie de pele do mundo.

Em matéria de circulação: O Sol é a primeira causa do movimento dos planetas e do primeiro motor do mundo, até mesmo em razão do seu próprio corpo. No espaço intermediário, os bens móveis, ou seja, os globos dos planetas são definidos. A região das estrelas fixas fornece os bens móveis com um local e uma base sobre a qual os bens móveis são, por assim dizer, com o apoio e movimento é entendido como tendo lugar em relação a sua imobilidade absoluta. Assim, nos animais o cerebelo é a sede da faculdade do motor e do corpo e seus membros são o que é movido. A Terra é à base de um corpo animal, o corpo, na base do braço ou na cabeça, e o braço, a base do dedo. E o movimento de cada parte tem lugar nesta base como em cima de algo imóvel.

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Por uma questão de fato, a questão indica a mais pura resposta relativa das três partes do mundo. Pois desde um ponto não pode ser vestido ou expresso, exceto por algum corpo – e, portanto, o corpo que está no centro seria um fracasso da indivisibilidade do centro – era apropriado que a órbita das estrelas fixas devesse falhar a continuidade de uma superfície esférica, e devesse estourar os pontos muito diminutos de inúmeras estrelas fixas e que, finalmente, o espaço do meio não devesse ser totalmente ocupado pelo movimento e as outras afecções, nem ser completamente transparente, mas ligeiramente mais densa, uma vez que não pudesse ser totalmente vazia mas tinha de ser preenchida com algum corpo.

Há órbitas sólidas (orbes), onde os planetas são transportados. E existem espaços vazios entre as esferas.

Tycho Brahe refutou a solidez das órbitas por três razões: A primeira a partir do movimento de cometas, o segundo a partir do fato de que a luz não é refretada, o terceiro a partir da razão entre as órbitas.

Para que as órbitas fossem sólidas, os cometas não seriam vistos ao atravessar de uma órbita para outra, para que eles pudessem ser evitados com a solidez, mas eles atravessam de uma órbita para outra, tal como Brahe mostra.

A partir da luz assim: Uma vez que as órbitas são excêntricas, e uma vez que as sua superfície da Terra em que o olho está – não estão situadas no centro de cada uma das órbitas e, portanto, se as órbitas forem sólidas, isto é muito mais densas do que o próprio éter límpido, os raios das estrelas seriam refratados antes de chegar a nossa atmosfera, como ensina a óptica, e assim o planeta parece irregular e em lugares muito diferentes dos que poderiam ser previstos pelo astrônomo.

A terceira razão vem dos princípios de Brahe, porque testemunham, assim como a de Copérnico, que Marte está às vezes mais perto da Terra do que está o Sol. Mas Brahe não podia acreditar que esse intercâmbio fosse possível, se as órbitas eram sólidas, pois a órbita de Marte teria que intersectar a órbita do Sol.

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Nada, a não ser o éter que é comum para as órbitas e para os intervalos: É muito límpido e produz para os corpos móveis não menos prontamente do que ele produz para as luzes do Sol e das estrelas, de modo que as luzes podem vir até nós.

Se ele é o éter, então, ele será um corpo material com densidade. Portanto, sua matéria não irá resistir um pouco aos corpos móveis?

Pelo contrário, o éter é mais rarefeito do que o ar, uma vez que é muito puro, sendo espalhado sobre um espaço que é praticamente imenso.

Como você prova isso?

Em óptica, por refrações para o nosso ar, o qual é contíguo ao éter, provoca uma refração de cerca de 30’. Mas a água contígua ao ar causa uma refração de cerca de 48º, e em quadrados, isto é 100.000 vezes, e em cubos 1000.000 de tempo. Portanto o ar é muitas vezes mais rarefeito do que a água, e o éter do que o ar.

No entanto, a questão do éter não é absolutamente nula: são as estrelas, portanto, ainda impedidas por ele?

Que podemos, sem qualquer inconveniente conceder tal um pequeno impedimento de movimento e uma resistência tão pequena do éter para os corpos móveis, como mesmo antes deste ser concedido de que eles oferecem alguma resistência em consideração a questão adequada dos seus corpos, como será esclarecido abaixo. E se nenhuma resistência deve ser concedida para o éter, uma vez que é bastante confiável que o éter que rodeia o globo móvel mais intimamente acompanhe o globo em consideração a grande limpidez (do éter)?

2. Sobre o lugar do Sol no centro do mundo

Por quais argumentos você afirma que o Sol está situado no centro do mundo?

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Declaro o primeiro argumento de essência.

Este é o raciocínio dos pitagóricos de acordo com Aristóteles: O lugar mais digno é devido ao corpo mais digno e mais precioso. Agora o Sol – para o qual eles usaram a palavra “fogo”, como seitas, propositalmente escondendo seus ensinamentos – é mais digno do que a Terra e é o corpo mais digno e mais precioso no mundo todo, como foi mostrado um pouco antes. Mas a superfície e ao centro ou ponto médio, são as duas extremidades de uma órbita. Portanto um destes locais é devido ao Sol. Mas não a superfície, pois o que é o principal organismo em todo o mundo deveria assistir a todos os órgãos, mas o centro é adequado para esta função, e assim que costumava chamá-lo a Torre de Vigia de Júpiter. E por isso não é apropriado que a Terra deva estar no meio. Pois este lugar pertence ao Sol, enquanto a Terra está suportada em torno do centro do céu movimento anual.

Que resposta Aristóteles faz sobre este argumento?

1 – Ele diz que eles assumem algo que não é concedido, a saber, que o centro de magnitude, por exemplo, da órbita, e o centro das coisas, isto é, do corpo do mundo, e assim de natureza, isto é, de informação ou vivificante são os mesmos. Mas, assim como em animais no centro de vivificação e do centro do corpo não são a mesma coisa – pois o coração está dentro, mas não é a mesma distância da superfície – devemos pensar da mesma forma sobre todo o universo, ou colocar um guarda no corpo, coração do mundo do centro ou vivificação e é no lugar do mundo que se situa.

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está entre as coisas que são limitadas, limitadas e contidas, mas forma, ou a essência de qualquer criatura, é o número de coisas que limitam circunscrevem, e compreendem. Ele acha que provou deste modo que não é tanto a parte média do mundo, como a extremidade pertence ao Sol, ou como ele a entendia, ao fogo dos pitagóricos.

Como você rebate essa refutação de Aristóteles?

1 - Mesmo que seja verdade que não em todas as criaturas e menos em animais é a parte principal da criatura inteira no centro de toda a massa: no entanto, uma vez que estamos discutindo sobre o mundo, nada é mais provável do que isso. Para a figura do mundo é esférico, e o de um animal não é. Para os animais precisam de órgãos estendendo fora de si, com a qual eles estão sobre a terra, e sobre a qual eles podem mover-se, e com o qual eles podem ter dentro de si a comida, bebida, as formas de coisas, e os sons provenientes do exterior. O mundo ao contrário, é o único, não tendo nada de fora, descansando no próprio imóvel como um todo, e isso é solitário em todas as coisas. E por isso não há razão para que o coração do mundo deva estar em outro lugar do que no centro a fim de que o que é, ou seja,no coração, pode ser igualmente distante de todos os confins do mundo, isto é, por um intervalo igual em toda parte.

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procuram o lugar do Sol no mundo, descobrimos que ele é o centro do mundo, estamos fazendo exatamente como Aristóteles, e sua refutação não se aplica a nós.

3 - Quanto ao fato de que Aristóteles, contradizendo diretamente os pitagóricos atribui infâmia para o centro, ele faz isso contrário à natureza de figuras e contrária à sua consideração geométrica ou metafísica.

Anteriormente no Livro I, o centro não era absolutamente último na esfera, mas totalmente sua mais regular, começando de geração em mente, e ele se manifesta a semelhança da Santíssima Trindade, na sombra diante de Deus Pai, que é a Primeira Pessoa.

4. Finalmente, pode ser visto por qualquer pessoa que aquele que julga como um físico daquelas coisas que são geométricas não faz bem, a não ser o que ele questiona sobre a matéria e de que havia sido tomado por analogia de uma consideração de figuras geométricas. Porque, na verdade, é a corporeidade, quantidades sólidas para dentro, em todos os lugares espalhados de forma igual e não por si mesmo participando de qualquer figura, é uma imagem verdadeira da matéria em coisas físicas, mas a figura para fora da corporeidade, composto de superfícies fixas que limitam a solidez, representam a forma em coisas físicas. E assim esta comparação é permitida a ele simplesmente, mas parece que a partir de que ele joga com equívoco "parte média/ parte mediana" (midium). Para que os pitagóricos falassem do ponto mais íntimo da órbita (como a parte média ou centro); ele entendeu todo o espaço dentro da superfície como compreendido pela palavra “parte média".

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Demonstrar por meio da ocupação do Sol que o centro está conveniente a ele.

Isso já foi feito em parte refutar a contestação aristotélica. Para (1) se o mundo todo, que é esférico, é igualmente na necessidade da luz do Sol e seu calor, então seria melhor para o Sol para estar na parte média, onde a luz e calor podem ser distribuídos a todas as regiões do mundo. E isso ocorre de maneira mais uniforme e com razão, com o Sol descansando no centro do que com o Sol se movendo em torno do centro. Para se o Sol se aproximasse a certas regiões para o bem da aquecendo-as, seria desenhar longe das regiões opostas e causaria alternâncias enquanto ele próprio permanecia perfeitamente simples. E é surpreendente que algumas pessoas usam brincando à semelhança de luz no centro da lâmpada, já que é uma semelhança muito apropriada, pelo menos equipada para satirizar esta opinião, mas adequada, em vez de pintar o poder de seu argumento.

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