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UFS - Lingua Portuguesa I

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Academic year: 2021

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(1)

São Cristóvão/SE

São Cristóvão/SE

2009

2009

Magna Maria de Oliveira Ramos

(2)

Projeto Gráfico e Capa Projeto Gráfico e Capa Hermeson Alves de Menezes Hermeson Alves de Menezes

Diagramação Diagramação

Lucílio do Nascimento Freitas Lucílio do Nascimento Freitas

Neverton Correia da Silva Neverton Correia da Silva Nycolas Menezes Melo Nycolas Menezes Melo

Ilustração Ilustração Luzileide Silva Santos Luzileide Silva Santos

Ramos, Magna Maria de Oliveira. Ramos, Magna Maria de Oliveira. O4

O48l8l LLiingngua ua pporortutuguguesesa I a I / M/ Maagngna Ma Mararia ia de de OOlliviveeiriraa Ramos -- São Cristóvão: Universidade Federal de Ramos -- São Cristóvão: Universidade Federal de Sergipe, CESAD, 2009.

Sergipe, CESAD, 2009.

1. Português. 2. Língua portuguesa. 3. Letra. I.

1. Português. 2. Língua portuguesa. 3. Letra. I. Título.Título.

CDU

CDU 811.134.3811.134.3 Copyright © 2009, Universidade Federal de Sergipe / CESAD. Copyright © 2009, Universidade Federal de Sergipe / CESAD.

Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, transmitida e Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, transmitida e grava-da por qualquer meio eletrônico, mecânico, por fotocópia e outros, sem a da por qualquer meio eletrônico, mecânico, por fotocópia e outros, sem a prévia autorização por escrito da UFS.

prévia autorização por escrito da UFS.

F

FICHAICHA CACATATALOGRÁLOGRÁFICAFICA PRODUZPRODUZIDAIDA PELAPELABBIBLIOTECAIBLIOTECACCENTRALENTRAL U

UNIVERSIDADENIVERSIDADE F FEDEDERERALAL DEDE S SERGIPEERGIPE

Reimpressão Reimpressão

(3)

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

Cidade Universitária Prof. “José Aloísio de Campos”

Cidade Universitária Prof. “José Aloísio de Campos”

 Av

 Av. Marechal Rondon, s/n . Marechal Rondon, s/n - Jardim Rosa Elze- Jardim Rosa Elze

CEP 49100-000 - São Cristóvão - SE

CEP 49100-000 - São Cristóvão - SE

Fone(79) 2105 - 6600 - Fax(79) 2105- 6474

Fone(79) 2105 - 6600 - Fax(79) 2105- 6474 Secretário de Educação a Distância

Secretário de Educação a Distância

Carlos Eduardo Bielschowsky

Carlos Eduardo Bielschowsky

Reitor  Reitor 

Josué Modesto dos Passos Subrinho

Josué Modesto dos Passos Subrinho

Vice-Reitor  Vice-Reitor 

 Angelo Roberto A

 Angelo Roberto Antoniollintoniolli

Vice-coordenador da UAB/UFS Vice-coordenador da UAB/UFS

Vice-diretor do CESAD Vice-diretor do CESAD

Fábio Alves dos Santos

Fábio Alves dos Santos

NÚCLEO DE MATERIAL DIDÁTICO NÚCLEO DE MATERIAL DIDÁTICO Hermeson Menezes (Coordenador)

Hermeson Menezes (Coordenador)

Edvar Freire Caetano

Edvar Freire Caetano

Lucas Barros Oliveira

Lucas Barros Oliveira

Diretoria Pedagógica Diretoria Pedagógica

Clotildes Farias (Diretora)

Clotildes Farias (Diretora)

Hérica dos Santos Mota

Hérica dos Santos Mota

Iara Macedo Reis

Iara Macedo Reis

Daniela Souza Santos

Daniela Souza Santos

Janaina de Oliveira Freitas

Janaina de Oliveira Freitas

Diretoria Administrativa e Financeira Diretoria Administrativa e Financeira

Edélzi

Edélzio Alves Costa Júnioro Alves Costa Júnior(Dire(Diretor)tor)

Sylvia Helena de Almeida Soares

Sylvia Helena de Almeida Soares

Valter Siqueira Alves

Valter Siqueira Alves

Coordenação de Cursos Coordenação de Cursos

Djalma Andrade (Coordenadora)

Djalma Andrade (Coordenadora)

Núcleo de Formação Continuada Núcleo de Formação Continuada

Rosemeire Marcedo Costa (Coordenadora)

Rosemeire Marcedo Costa (Coordenadora)

Núcleo de Avaliação Núcleo de Avaliação

Guilhermina Ramos (Coordenadora)

Guilhermina Ramos (Coordenadora)

Carlos Alberto

Carlos Alberto VVasconcelosasconcelos

Elizabete Santos

Elizabete Santos

Marialves Silva de Souza

Marialves Silva de Souza

Núcleo de Serviços Gráficos e

Núcleo de Serviços Gráficos e AudiovisuaisAudiovisuais

Giselda Barros

Giselda Barros

Núcleo de Tecnologia da Informação Núcleo de Tecnologia da Informação

João Eduardo Batista de

João Eduardo Batista de Deus AnselmoDeus Anselmo

Marcel da Conceição Souza

Marcel da Conceição Souza

Assessoria de Comunicação Assessoria de Comunicação

Guilherme Borba Gouy

Guilherme Borba Gouy

Neverton Correia da Silva

Neverton Correia da Silva

Nycolas Menezes Melo

Nycolas Menezes Melo

Coordenadores de Curso Coordenadores de Curso

Denis Menezes

Denis Menezes ( (Letras Português)Letras Português)

Eduardo Farias (Administração)

Eduardo Farias (Administração)

Haroldo Dorea (Química)

Haroldo Dorea (Química)

Hassan Sherafat (Matemática)

Hassan Sherafat (Matemática)

Hélio Mario Araújo (Geografia)

Hélio Mario Araújo (Geografia)

Lourival Santana (História)

Lourival Santana (História)

Marcelo Macedo (Física)

Marcelo Macedo (Física)

Silmara Pantaleão (Ciências Biológicas)

Silmara Pantaleão (Ciências Biológicas)

Coordenadores de Tutoria Coordenadores de Tutoria

Edvan dos Santos Sousa (Física)

Edvan dos Santos Sousa (Física)

Geraldo Ferreira Souza Júnior (Matemática)

Geraldo Ferreira Souza Júnior (Matemática)

Janaína Couvo T. M. de Aguiar (Administração)

Janaína Couvo T. M. de Aguiar (Administração)

Priscilla da Silva Góes (História)

Priscilla da Silva Góes (História)

Rafael de Jesus Santana (Química)

Rafael de Jesus Santana (Química)

Ronilse Pereira

Ronilse Pereira de Aquino Tde Aquino Torres (Geografia)orres (Geografia)

Trícia C. P

Trícia C. P. de . de Sant’ana (Ciências Biológicas)Sant’ana (Ciências Biológicas)

V

Vanessa Santos Góes anessa Santos Góes (Letras Português)(Letras Português)

Isabela Pinheiro Ewerton

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(5)

AULA 1 AULA 1

Por

Por que que MorfMorfossiossintaxntaxe?e? ... 0077

AULA 2 AULA 2

Int

Introdroduçãução o à à MorMorfolfologiogiaa ... 1133

AULA 3 AULA 3

 A

 A estrutuestrutura ra da da palavpalavrara ... 1199

AULA 4 AULA 4

Mor

Morfemafemas s da da línlíngua gua portportuguuguesaesa ... 2299

AULA 5 AULA 5

Segm

Segmentaentação de ção de morfmorfemas e emas e alomalomorfiaorfiass ... 3377

AULA 6 AULA 6

Clas

Classes ses e e funçõfunções es (Subs(Substantitantivo)vo) ... 4477

AULA 7 AULA 7

Intro

Introduçãdução o à à SintaSintaxexe ... 5555

AULA 8 AULA 8 Sujeito ...65 Sujeito ...65 AULA 9 AULA 9  Adjunto

 Adjunto adnominal adnominal e e complemento complemento nominalnominal ... 7799

AULA 10 AULA 10

 Apos

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POR QUE MORFOSSINTAXE?

POR QUE MORFOSSINTAXE?

META

META

Levar o aluno a reconhecer a importância da morfossintaxe para o estudo da língua em diversos

Levar o aluno a reconhecer a importância da morfossintaxe para o estudo da língua em diversos

níveis e aplicações.

níveis e aplicações.

OBJETIVOS

OBJETIVOS

 Ao f

 Ao final deinal desta austa aula o la o aluno aluno deverá:deverá:

compreender as razões que levaram os estudiosos a associarem conteúdos de duas

compreender as razões que levaram os estudiosos a associarem conteúdos de duas

disciplinas,

disciplinas, MorfologiaMorfologia ee Sintaxe Sintaxe  para análise lingüística;  para análise lingüística;

distinguir os critérios mórficos, sintáticos e semânticos, para melhor compreensão da língua, no

distinguir os critérios mórficos, sintáticos e semânticos, para melhor compreensão da língua, no

que concerne ao estudo das classes e funções.

que concerne ao estudo das classes e funções.

PRÉ-REQUISITOS

PRÉ-REQUISITOS

Estudos de Morfologia e Sintaxe realizados até o nível médio.

Estudos de Morfologia e Sintaxe realizados até o nível médio.

11

(Fonte: http://www.clul.ul.pt). (Fonte: http://www.clul.ul.pt).

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INTRODUÇÃO

INTRODUÇÃO

Caro aluno, seja bem-vindo ao estudo desta disciplina! Você deve Caro aluno, seja bem-vindo ao estudo desta disciplina! Você deve estar pensando o que vai aprender em Língua Portuguesa I. Ao estar pensando o que vai aprender em Língua Portuguesa I. Ao verificar-mos a ementa, observaverificar-mos que seu conteúdo é interdisciplinar, pois mos a ementa, observamos que seu conteúdo é interdisciplinar, pois par-te de dois planos de descrição da língua, a Morfologia e a Sintaxe, ou seja, te de dois planos de descrição da língua, a Morfologia e a Sintaxe, ou seja, da Morfossintaxe, nome sofisticado e

da Morfossintaxe, nome sofisticado e composto. A palavra Morfossintaxecomposto. A palavra Morfossintaxe  vem de

 vem de dois rdois radicais gadicais gregos: regos: ““morphémorphé = forma” e “= forma” e “syn+taxis syn+taxis ”; esta última”; esta última significa arranjo entre classes, colocação de termos, uns ao lado de significa arranjo entre classes, colocação de termos, uns ao lado de ou-tros, numa sociedade de palavras. Enquanto a Morfologia estuda o tros, numa sociedade de palavras. Enquanto a Morfologia estuda o vocá-bulo mórfico (a palavra) e suas unidades mínimas significativas, bulo mórfico (a palavra) e suas unidades mínimas significativas, osos morfemas

morfemas,, a Sintaxe observa a função dos vocábulos na frase. Apesar de a Sintaxe observa a função dos vocábulos na frase. Apesar de hoje se fazerem estudos de Morfologia e Sintaxe em períodos diferentes, hoje se fazerem estudos de Morfologia e Sintaxe em períodos diferentes, optamos por seguir os currículos mais modernos em cujas ementas estão optamos por seguir os currículos mais modernos em cujas ementas estão seus conteúdos associados, pois são muito estreitas as relações entre tais seus conteúdos associados, pois são muito estreitas as relações entre tais disciplinas. Tudo isso é interessante e provocador!

disciplinas. Tudo isso é interessante e provocador!

Dividiremos o nosso curso em duas unidades. Na primeira, Dividiremos o nosso curso em duas unidades. Na primeira, apresen-taremos estudos morfológicos, uma análise dos morfemas e de sua taremos estudos morfológicos, uma análise dos morfemas e de sua classi-ficação; na segunda unidade, teremos como foco de nosso estudo as ficação; na segunda unidade, teremos como foco de nosso estudo as fun-ções sintáticas de termos oracionais que contraem função com o Sujeito. ções sintáticas de termos oracionais que contraem função com o Sujeito.

 V

 Vamos amos dar dar início, pois, início, pois, a a uma uma trajetória trajetória que que nos nos levará, levará, sem sem dúvida,dúvida, ao conhecimento de um mundo fascinante; estaremos diante de classes e ao conhecimento de um mundo fascinante; estaremos diante de classes e funções que se ligam e se auxiliam numa rede de palavras entrelaçadas de funções que se ligam e se auxiliam numa rede de palavras entrelaçadas de significados múltiplos. Com um pouco de esforço e dedicação, você verá significados múltiplos. Com um pouco de esforço e dedicação, você verá como é fácil e atraente a aprendizagem dos conteúdos da disciplina como é fácil e atraente a aprendizagem dos conteúdos da disciplina Lín-gua Portuguesa I.

gua Portuguesa I.

(Fonte:

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11

MORFOSSINTAXE

MORFOSSINTAXE

Que tal entendermos um pouco dos planos de descrição da nossa Que tal entendermos um pouco dos planos de descrição da nossa língua? Como podemos descrevê-la?

língua? Como podemos descrevê-la?  V

 Você sabia que ocê sabia que nas grnas gramáticas há uma divisão de amáticas há uma divisão de suas partes suas partes em pla-em pla-nos. P

nos. Por exemplo: a Fonologia é o primeiro or exemplo: a Fonologia é o primeiro plano, pois tem como núcleo oplano, pois tem como núcleo o fonema, que é uma unidade mínima distint

fonema, que é uma unidade mínima distintiva. Depois temos a Morfologia,iva. Depois temos a Morfologia, cujo estudo se baseia na palavra e em suas possibilidades de divisão em cujo estudo se baseia na palavra e em suas possibilidades de divisão em unidades mínimas significativas, os morfemas. Seguindo em direção ao unidades mínimas significativas, os morfemas. Seguindo em direção ao plano mais abrangente, chegamos à Sintaxe, que focaliza a palavra na plano mais abrangente, chegamos à Sintaxe, que focaliza a palavra na frase e sua função em relação a um grupo de palavras na qual está inserida frase e sua função em relação a um grupo de palavras na qual está inserida para transmitir uma idéia. Neste plano, ela deixa de ser vista numa área para transmitir uma idéia. Neste plano, ela deixa de ser vista numa área um tanto restrita e passa a ser analisada no período simples ou composto. um tanto restrita e passa a ser analisada no período simples ou composto. Outro plano muito estudado é o textual. Vemos neste os mecanismos de Outro plano muito estudado é o textual. Vemos neste os mecanismos de coesão textual e a coerência entre as

coesão textual e a coerência entre as partes, além da expressãopartes, além da expressão, pois estamos, pois estamos diante de um texto que começa a partir da frase. Nas disciplinas de diante de um texto que começa a partir da frase. Nas disciplinas de Pro-dução de Texto nos detemos a estudar tal plano. A Semântica, por sua dução de Texto nos detemos a estudar tal plano. A Semântica, por sua  vez,

 vez, é é também também uma uma área área de de estudo estudo que que se se encontra encontra em em outras outras áreas, áreas, oo que, aliás, é comum, tendo em vista a importância da interdisciplinaridade. que, aliás, é comum, tendo em vista a importância da interdisciplinaridade.  V

 Você ocê fique fique atento atento e e curioso curioso a a tudo, meu tudo, meu caro caro aluno. Logo aluno. Logo verá como verá como asas disciplinas se auxiliam e interdependem. Não há um dado científico sem disciplinas se auxiliam e interdependem. Não há um dado científico sem que seja necessário olhar, criticar, e apelar para outra área afim. Seria que seja necessário olhar, criticar, e apelar para outra área afim. Seria limitar a visão do cientista que há em você.

limitar a visão do cientista que há em você.  V

 Você aprendeu que a língua ocê aprendeu que a língua portuguesa é descrita por planos ou áreasportuguesa é descrita por planos ou áreas interligadas, embora os gramáticos marquem a divisão desses itens em interligadas, embora os gramáticos marquem a divisão desses itens em capítulos separados. O que existe de fato é uma organização dos estudos capítulos separados. O que existe de fato é uma organização dos estudos lingüísticos, ao dividir tais assuntos, apenas para efeito didático. São lingüísticos, ao dividir tais assuntos, apenas para efeito didático. São con-teúdos interdisciplinares que se comunicam inevitavelmente.

teúdos interdisciplinares que se comunicam inevitavelmente.

O vernáculo tem vastíssimo vocabulário e cada palavra empregada O vernáculo tem vastíssimo vocabulário e cada palavra empregada por seu usuário tem forma,

por seu usuário tem forma, funçãfunção e o e sentidosentido, agrupando-se em uma clas-, agrupando-se em uma clas-se. Por exemplo, a palavra

se. Por exemplo, a palavra pá  pá  é uma forma constituída de dois fonemas, é uma forma constituída de dois fonemas, que tem uma função lexical (apresenta a significação básica da palavra) que tem uma função lexical (apresenta a significação básica da palavra) que pode ser extralingüística, sem recorrer ao som ou à grafia. Significa que pode ser extralingüística, sem recorrer ao som ou à grafia. Significa um objeto utilizado para limpeza doméstica.

um objeto utilizado para limpeza doméstica.

Carreter, filólogo espanhol, diz-nos que a forma “é o aspecto sob o Carreter, filólogo espanhol, diz-nos que a forma “é o aspecto sob o qual se nos apresenta um elemento lingüístico, abstraindo-se-lhe a função e qual se nos apresenta um elemento lingüístico, abstraindo-se-lhe a função e o sentido”. Saussure, o pai da Lingüística, considera que “as formas e as o sentido”. Saussure, o pai da Lingüística, considera que “as formas e as funções são solidárias e, para não dizer impossível, seria difícil separá-las”. funções são solidárias e, para não dizer impossível, seria difícil separá-las”.

 A

 A classificação classificação das das palavras palavras coloca coloca em em primeiro primeiro lugar lugar o o critério critério for- for-mal ou mórfico, segundo as oposições formais qu

mal ou mórfico, segundo as oposições formais que a palavra assume, parae a palavra assume, para exprimir funções gramaticais flexionais ou derivacionais.

exprimir funções gramaticais flexionais ou derivacionais.

Não podemos separar o sentido das formas e funções, pois não se Não podemos separar o sentido das formas e funções, pois não se pode isolar o som do

(10)

Nossa língua, caríssimo aluno, é rica em construções formais. Nossa língua, caríssimo aluno, é rica em construções formais. Tome-mos como exemplo o substantivo

mos como exemplo o substantivo pedra  pedra . Dele derivam as palavras. Dele derivam as palavras pedrinh pedrinha,a,  pedrada

 pedrada, , pedreiro, pétreo, pedreiro, pétreo, petrifipetrificar, empedradocar, empedrado, , apedrejarapedrejar, , pedregulpedregulhoho, etc. Se olhar-, etc. Se olhar-mos um verbo e suas formas, mesmo o de construção regular tem muitas mos um verbo e suas formas, mesmo o de construção regular tem muitas desinências, ou seja, bastantes variações de modo –tempo e número– desinências, ou seja, bastantes variações de modo –tempo e número– pes-soa. O verbo é a palavra mais variável da língua portuguesa. Imagine que as soa. O verbo é a palavra mais variável da língua portuguesa. Imagine que as construções possíveis de um verbo qualquer nos transmitem “n” sentidos. construções possíveis de um verbo qualquer nos transmitem “n” sentidos. Nem todas as palavras têm abundância em relação à forma. A palavra

Nem todas as palavras têm abundância em relação à forma. A palavra pires  pires ,, por exemplo, tem

por exemplo, tem piresinho piresinho e o plural e o plural piresinho piresinhos s . É pobre quanto à forma, em. É pobre quanto à forma, em contraste com a palavra

contraste com a palavra ferro ferro, que apresenta uma riqueza formal impressio-, que apresenta uma riqueza formal impressio-nante. A forma é vista no critério formal ou morfológico, mas ainda nante. A forma é vista no critério formal ou morfológico, mas ainda pode-mos estudar a palavra, observando-se o critério funcional ou sintático e o mos estudar a palavra, observando-se o critério funcional ou sintático e o critério semântico, que se detém no sentido.

critério semântico, que se detém no sentido.

CONCLUSÃO

CONCLUSÃO

 Assim

 Assim iniciamos iniciamos o o contato contato com com esta esta disciplinadisciplina, , aprendenaprendendo do que que aa língua tem de

língua tem de ser estudada ser estudada em critérios heterogêneos, em critérios heterogêneos, ora destacando-seora destacando-se o mórfico, ora o sintático, ora o semântico, de acordo com o ângulo da o mórfico, ora o sintático, ora o semântico, de acordo com o ângulo da pesquisa, sem determinar uma hierarquia dos critérios, para não pesquisa, sem determinar uma hierarquia dos critérios, para não cometer-mos o erro de adotar uma visão rígida ou até mesmo preconceituosa. Por mos o erro de adotar uma visão rígida ou até mesmo preconceituosa. Por uma questão de esclarecimento, esta disciplina visa ao estudo de alguns uma questão de esclarecimento, esta disciplina visa ao estudo de alguns aspectos morfossintáticos da língua portuguesa.

aspectos morfossintáticos da língua portuguesa.

RESUMO

RESUMO

 A

 A disciplina disciplina Língua Língua Portuguesa Portuguesa I I tem tem seu seu conteúdo conteúdo básico básico voltadovoltado para aspectos mórficos e sintáticos associados, por ser tão estreita a para aspectos mórficos e sintáticos associados, por ser tão estreita a rela-ção entre a forma e a funrela-ção das palavras. Morfossintaxe é o que vamos ção entre a forma e a função das palavras. Morfossintaxe é o que vamos estudar, porque a Morfologia e a Sintaxe não podem ser vistas estudar, porque a Morfologia e a Sintaxe não podem ser vistas separada-mente. As palavras têm formas e se agrupam (sintaxe) numa sociedade mente. As palavras têm formas e se agrupam (sintaxe) numa sociedade de palavras. São vasos comunicantes e, para conhecermos melhor a de palavras. São vasos comunicantes e, para conhecermos melhor a lín-gua, devemos reconhecer a possibilidade de descrevê-la em vários gua, devemos reconhecer a possibilidade de descrevê-la em vários pla-nos. Logo, a Fonologia, a Morfologia, a Sintaxe e a Semântica

nos. Logo, a Fonologia, a Morfologia, a Sintaxe e a Semântica se auxiliam,se auxiliam, sem que um seja mais importante do que o outro, embora o programa sem que um seja mais importante do que o outro, embora o programa desta disciplina tenha um conteúdo voltado para a morfossintaxe com desta disciplina tenha um conteúdo voltado para a morfossintaxe com enfoque no

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 ATIV

 ATIVIDADES

IDADES

1. Escolha uma palavra da língua portuguesa (um verbo ou substantivo) e 1. Escolha uma palavra da língua portuguesa (um verbo ou substantivo) e analise-a sob vários planos. Você verá que existe uma interdependência analise-a sob vários planos. Você verá que existe uma interdependência entre as áreas de estudo e não há possibilidade de estudá-la sob um critério entre as áreas de estudo e não há possibilidade de estudá-la sob um critério apenas.

apenas.

2. Por que hoje se prefere estudar morfossintaxe? Os programas de Língua 2. Por que hoje se prefere estudar morfossintaxe? Os programas de Língua Portuguesa são feitos com esta combinação. Você sabe por quê?

Portuguesa são feitos com esta combinação. Você sabe por quê?

COMENTÁRIO SOBRE AS ATIVIDADES

COMENTÁRIO SOBRE AS ATIVIDADES

Para a primeira questão vou tomar como exemplo a forma verbal Para a primeira questão vou tomar como exemplo a forma verbal “amasse”.

“amasse”. “Amasse” “Amasse”

- Sob o critério for

- Sob o critério for mal é variável. É um verbo regular de 1ª conjugaçãomal é variável. É um verbo regular de 1ª conjugação (C I).

(C I).

- Sob o aspecto sintático ou funcional é núcleo do predicado verbal, - Sob o aspecto sintático ou funcional é núcleo do predicado verbal, pois tem noção forte (significação básica no predicado).

pois tem noção forte (significação básica no predicado).

- Sob o critério semântico, indica modo, tempo, número e pessoa, e - Sob o critério semântico, indica modo, tempo, número e pessoa, e dá ainda uma idéia hipotética.

dá ainda uma idéia hipotética.

Para responder à segunda questão, releia os conceitos que lhe foram Para responder à segunda questão, releia os conceitos que lhe foram passados no início da aula.

passados no início da aula.

REFERÊNCIAS

REFERÊNCIAS

BECHARA, Evanildo.

BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática PortuguesaModerna Gramática Portuguesa. São Paulo:. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1972.

Companhia Editora Nacional, 1972. CARONE, Flávia de Barros.

CARONE, Flávia de Barros. MorfossintaxeMorfossintaxe. São Paulo: Ática, 1986.. São Paulo: Ática, 1986. LUFT

LUFT, Celso , Celso Pedro.Pedro. Moderna Gramática BrasileiraModerna Gramática Brasileira. Porto Alegre: Glo-. Porto Alegre: Glo-bo, 1976.

bo, 1976.

MACEDO, Walmírio.

MACEDO, Walmírio. Análise sintática  Análise sintática em nova dimensãoem nova dimensão. Rio, 1977.. Rio, 1977. MACAMBIRA, José Rebouças.

MACAMBIRA, José Rebouças. Estrutura morfo-sintática do Portu-Estrutura morfo-sintática do Portu-guês

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INTRODUÇÃO À MORFOLOGIA

INTRODUÇÃO À MORFOLOGIA

META

META

Expor os princípios básicos da Morfologia, segundo a Gramática Descritiva.

Expor os princípios básicos da Morfologia, segundo a Gramática Descritiva.

OBJETIVOS

OBJETIVOS

 Ao f

 Ao final deinal desta austa aula o la o aluno aluno deverá:deverá:

conhecer as noções introdutórias da Morfologia, numa perspectiva da Lingüística;

conhecer as noções introdutórias da Morfologia, numa perspectiva da Lingüística;

compreender os conceitos fundamentais da Morfologia como base para a análise morfológica.

compreender os conceitos fundamentais da Morfologia como base para a análise morfológica.

PRÉ-REQUISITOS

PRÉ-REQUISITOS

Conhecer os planos em que a língua portuguesa pode ser descrita. Sabemos que a Morfologia

Conhecer os planos em que a língua portuguesa pode ser descrita. Sabemos que a Morfologia

e a Sintaxe são áreas de estudo que se comunicam.

e a Sintaxe são áreas de estudo que se comunicam.

22

(Fonte:

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INTRODUÇÃO

INTRODUÇÃO

 V

 Você ocê viu viu que que a a Morfologia Morfologia e e a a Sintaxe Sintaxe são são planos planos da da descrição descrição dada língua que aparecem juntos na morfossintaxe, levando-se em língua que aparecem juntos na morfossintaxe, levando-se em considera-ção o fato de se auxiliarem, privilegiando as interrelações entre os dois ção o fato de se auxiliarem, privilegiando as interrelações entre os dois níveis. No entanto, Joaquim Mattoso Câmara Júnior, o pai da Linguística, níveis. No entanto, Joaquim Mattoso Câmara Júnior, o pai da Linguística, no Brasil, observa o caráter autônomo da Morfologia, valendo-se da idéia no Brasil, observa o caráter autônomo da Morfologia, valendo-se da idéia de relação associativa ou paradigmática. Por exemplo, o substantivo de relação associativa ou paradigmática. Por exemplo, o substantivo gato gato,,

através de suas relações de oposição no paradigma, é masculino e através de suas relações de oposição no paradigma, é masculino e singu-lar, valores morfológicos. Veja bem, podemos estudar Morfologia, lar, valores morfológicos. Veja bem, podemos estudar Morfologia, conceituá-la, embora saibamos que a referência à Sintaxe e a outros conceituá-la, embora saibamos que a referência à Sintaxe e a outros pla-nos de descrição é constante.

nos de descrição é constante.

De um ponto de vista metodológico, vamos nos deter um pouco no De um ponto de vista metodológico, vamos nos deter um pouco no estudo da Morfologia, visando à observação de aspectos sincrônicos, ou estudo da Morfologia, visando à observação de aspectos sincrônicos, ou seja, do “aqui e agora”, porque os mecanismos de funcionamento de um seja, do “aqui e agora”, porque os mecanismos de funcionamento de um idioma antecedem as explicações de caráter histórico ou diacrônico. Por idioma antecedem as explicações de caráter histórico ou diacrônico. Por exemplo, do verbo

exemplo, do verbo comer comer derivaramderivaram comida, comilança, comilãocomida, comilança, comilão, conduzindo-,

conduzindo-nos à conclusão de que seu radical é

nos à conclusão de que seu radical é com com  (diferentemente do radical latino (diferentemente do radical latino ed 

ed  ). Log ). Logo, não interessa ao o, não interessa ao estudo da estudo da Morfologia saber Morfologia saber que no que no passado opassado o

radical do verbo

radical do verbo comer comer  era era ed ed ,, comedere.comedere. Ao realizar aspectos sincrônicos, a Ao realizar aspectos sincrônicos, a

língua é vista no contexto atual. língua é vista no contexto atual.

(Fonte:

(14)

22

MORFOLOGIA 

MORFOLOGIA 

Quando surgiu o termo lingüístico Morfologia? Você deve estar Quando surgiu o termo lingüístico Morfologia? Você deve estar curi-oso, não? Devemos lembrar-lhe, meu caro aluno, que os gramáticos oso, não? Devemos lembrar-lhe, meu caro aluno, que os gramáticos clás-sicos, na Antiguidade greco-latina, já dividiam a gramática em três partes: sicos, na Antiguidade greco-latina, já dividiam a gramática em três partes:

 flexão

 flexão, ou “acidentia”, a, ou “acidentia”, a derivaçãoderivação, ou formação de palavras e a, ou formação de palavras e a sintaxe sintaxe ..

Consideravam as palavras como indivisíveis, sem fazerem qualquer Consideravam as palavras como indivisíveis, sem fazerem qualquer alu-são ao morfema. Somente no final do século XVIII, a descoberta do são ao morfema. Somente no final do século XVIII, a descoberta do sânscrito (antiga língua sagrada dos hindus), permitiu o reconhecimento sânscrito (antiga língua sagrada dos hindus), permitiu o reconhecimento de uma estrutura interna das palavras com a depreensão de unidades de uma estrutura interna das palavras com a depreensão de unidades mí-nimas como raízes e afixos. Veja que, de alguns séculos antes de Cristo nimas como raízes e afixos. Veja que, de alguns séculos antes de Cristo até o século XVIII, não tínhamos estudos de morfemas. Somente na até o século XVIII, não tínhamos estudos de morfemas. Somente na se-gunda metade do século XIX, por volta de 1860, a palavra morfologia foi gunda metade do século XIX, por volta de 1860, a palavra morfologia foi utilizada pela Lingüística, referindo-se à flexão e à derivação. No Brasil, o utilizada pela Lingüística, referindo-se à flexão e à derivação. No Brasil, o professor e linguista Mattoso Câmara lançou o seu livro “Princípios de professor e linguista Mattoso Câmara lançou o seu livro “Princípios de lingüística geral” em 1942. Conforme você aprendeu, trata-se de uma lingüística geral” em 1942. Conforme você aprendeu, trata-se de uma ciência muito nova.

ciência muito nova.

Qual é o objeto da Morfologia? O que tal ciência estuda? Qual é o objeto da Morfologia? O que tal ciência estuda?  V

 Vejamos ejamos primeiro primeiro a a definiçdefinição ão bastante bastante didática didática de de Leonor Leonor Cabral:Cabral: “uma definição de morfologia que a considere como um componente “uma definição de morfologia que a considere como um componente se-parado da sintaxe e tendo como unidade mínima e máxima de seu objeto, parado da sintaxe e tendo como unidade mínima e máxima de seu objeto, respectivamente, o morfema e a palavra, seria: parte da gramática que respectivamente, o morfema e a palavra, seria: parte da gramática que descreve as unidades mínimas de significado, sua distribuição, variantes e descreve as unidades mínimas de significado, sua distribuição, variantes e classificação, conforme as estruturas onde ocorrem, a ordem que classificação, conforme as estruturas onde ocorrem, a ordem que ocu-pam, os processos na formação de palavras e suas classes.” Assim, vemos pam, os processos na formação de palavras e suas classes.” Assim, vemos que, diferentemente de Saussure, que não via a Morfologia como objeto que, diferentemente de Saussure, que não via a Morfologia como objeto autônomo, outros linguistas importantes, inclusive Mattoso Câmara, autônomo, outros linguistas importantes, inclusive Mattoso Câmara, re-conhecem a possibilidade de estudá-la separadamente da Sintaxe.

conhecem a possibilidade de estudá-la separadamente da Sintaxe.

DIVISÃO DA MORFOLOGIA 

DIVISÃO DA MORFOLOGIA 

 V

 Você sabia ocê sabia que podque podemos dividi-la emos dividi-la em dois em dois ramos dramos de estudo?e estudo?

Os estudiosos (linguistas) estabelecem diferenças entre tipos de Os estudiosos (linguistas) estabelecem diferenças entre tipos de Morfologia, a flexional e a derivacional. As flexões ou desinências (DMT, Morfologia, a flexional e a derivacional. As flexões ou desinências (DMT, DNP, DG e DN) modo-temporais, número-pessoais, de gênero e número, DNP, DG e DN) modo-temporais, número-pessoais, de gênero e número, respectivamente, são vistas na Morfologia Flexional. “A flexão é uma respectivamente, são vistas na Morfologia Flexional. “A flexão é uma vari-ação de caráter morfossintático”, segundo Maria Nazaré Laroca (1994). A ação de caráter morfossintático”, segundo Maria Nazaré Laroca (1994). A  vari

 variação é uma exigênciação é uma exigência da concordância noma da concordância nominal ou verbalinal ou verbal. Ex.: “T. Ex.: “Tu ga-u ga-nhaste vários prêmios?” Há uma dependência da palavra “tu”, com o verbo nhaste vários prêmios?” Há uma dependência da palavra “tu”, com o verbo ganhaste (2ª singular), bem como das for

ganhaste (2ª singular), bem como das formas de plural em váriomas de plural em váriosse prêmioe prêmioss..

 A flexão ou variação de verbos e nomes é uma série fechada e  A flexão ou variação de verbos e nomes é uma série fechada e cons-tante, pois há uma previsibilidade no sistema int

tante, pois há uma previsibilidade no sistema interno da língua. erno da língua. Por exPor exem- em-plo: “Vou ao clube”; se o plural da primeira pessoa é vamos, não posso plo: “Vou ao clube”; se o plural da primeira pessoa é vamos, não posso

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acrescentar aí um significado novo. O plural de “belo rapaz” é “belos acrescentar aí um significado novo. O plural de “belo rapaz” é “belos rapa-zes” e disso não posso fugir. A flexão é também algo que tem estabilidade zes” e disso não posso fugir. A flexão é também algo que tem estabilidade semântica. Há séculos o plural de flor é flores, sem extensão de sentido. semântica. Há séculos o plural de flor é flores, sem extensão de sentido.

 Agora

 Agora você você vai vai aprender aprender do do que que trata trata a a Morfologia Morfologia Derivacional, Derivacional, oo outro ramo

outro ramo dessa interessante área dessa interessante área de estudo. Tamde estudo. Também chamada de lexical,bém chamada de lexical, seu objeto de pesquisa é a estrutura das palavras e os processos de seu objeto de pesquisa é a estrutura das palavras e os processos de forma-ção do léxico; consiste numa série aberta à possibilidade de criaforma-ção de ção do léxico; consiste numa série aberta à possibilidade de criação de novas palavras. Uma oposição lexical estabelece a diferença no léxico ou novas palavras. Uma oposição lexical estabelece a diferença no léxico ou dicionário. Exemplo: amar (verbo), amante (substantivo) e amado dicionário. Exemplo: amar (verbo), amante (substantivo) e amado (adje-tivo ou verbo) são palavras diferentes. Já na flexão as desinências verbais tivo ou verbo) são palavras diferentes. Já na flexão as desinências verbais e nominais ou os elementos “não-gramaticais” são selecionados pala e nominais ou os elementos “não-gramaticais” são selecionados pala gra-mática, sem mudança de classe ou significado. Através das flexões, não mática, sem mudança de classe ou significado. Através das flexões, não criamos palavras; isso marca uma oposição com a derivação, que, ao criamos palavras; isso marca uma oposição com a derivação, que, ao in-cluir prefixos e sufixos a uma base, cria novos vocábulos. Exemplo: amar cluir prefixos e sufixos a uma base, cria novos vocábulos. Exemplo: amar (verbo), amador (substantivo).

(verbo), amador (substantivo).  Agora

 Agora vamos vamos entender entender noções noções de de conjunto conjunto e e estruturestrutura. a. A A língua língua éé uma estrutura organizada, ou seja, dispõe letras do alfabeto de modo a uma estrutura organizada, ou seja, dispõe letras do alfabeto de modo a formar palavras; isso no caso das línguas alfabéticas. O conjunto são as formar palavras; isso no caso das línguas alfabéticas. O conjunto são as peças jogadas sem ordenação. Exemplo: “

peças jogadas sem ordenação. Exemplo: “mroa mroa ”. Se dispusermos tais le-”. Se dispusermos tais

le-tras numa certa ordem, teremos

tras numa certa ordem, teremos Roma, Omar, ramo, amor, mora,Roma, Omar, ramo, amor, mora, estruturas estruturas

da língua com forma e sentido, além da função sintática. da língua com forma e sentido, além da função sintática.

CONCLUSÃO

CONCLUSÃO

 A Morfologia,

 A Morfologia, consequentemente, tem consequentemente, tem certa autonomia certa autonomia em relação àem relação à Sintaxe, sem contudo deixar de fazer constantes referências ao critério Sintaxe, sem contudo deixar de fazer constantes referências ao critério funcional ou sintático. Cabe-nos delimitar os campos de análise, funcional ou sintático. Cabe-nos delimitar os campos de análise, focali-zando ora um, ora outro, sem diminuir o valor deste ou daquele. Saber zando ora um, ora outro, sem diminuir o valor deste ou daquele. Saber criticar, julgar, marcar as diferenças entre áreas afins é importante para a criticar, julgar, marcar as diferenças entre áreas afins é importante para a descrição linguística.

descrição linguística.

Não se perca nestas águas, meu caro aluno; a viagem pelo universo Não se perca nestas águas, meu caro aluno; a viagem pelo universo dos estudos morfossintáticos pode ser tranqüila. Só depende de você!! dos estudos morfossintáticos pode ser tranqüila. Só depende de você!!

RESUMO

RESUMO

 A Morfologia

 A Morfologia deve ser estudada deve ser estudada ao lado da ao lado da Sintaxe, contudo Sintaxe, contudo é possí-é possí- vel

 vel separá-las separá-las para para efeito efeito didático, didático, pois pois tem tem como como objeto objeto de de análise análise osos morfemas da língua portuguesa. Reconhecendo sua autonomia, podemos morfemas da língua portuguesa. Reconhecendo sua autonomia, podemos fazer a análise morfológica voltada para a Morfologia Flexional ou fazer a análise morfológica voltada para a Morfologia Flexional ou Derivacional, esta última também chamada de Lexical. A primeira visa Derivacional, esta última também chamada de Lexical. A primeira visa ao estudo das flexões verbais e nominais (DMT, DNP, DG e DN) ao estudo das flexões verbais e nominais (DMT, DNP, DG e DN) en-quanto a segunda propõe-se a estudar o processo de formação de quanto a segunda propõe-se a estudar o processo de formação de

(16)

pala-22

 ATIV

 ATIVIDADES

IDADES

1. Conceitue Morfologia. 1. Conceitue Morfologia.

2. Estabeleça a diferença entre Morfologia Flexional e Derivacional. 2. Estabeleça a diferença entre Morfologia Flexional e Derivacional. 3. Identifique, nos exemplos abaixo, os fenômenos de flexão e derivação: 3. Identifique, nos exemplos abaixo, os fenômenos de flexão e derivação: a)irmãs a)irmãs b) descentralizar b) descentralizar c) correríamos c) correríamos d) bonequinhas d) bonequinhas e) filhote e) filhote f) falaríamos f) falaríamos g) deslealdade g) deslealdade h) aspereza h) aspereza i) vozes i) vozes j) amável j) amável

COMENTÁRIO SOBRE AS ATIVIDADES

COMENTÁRIO SOBRE AS ATIVIDADES

 A

 A primeiprimeira ra questquestão ão deve deve ter ter uma uma resporesposta sta origioriginal, nal, ou ou seja, seja, umauma conceituação do aluno, que pode ser baseada em diversas leituras. conceituação do aluno, que pode ser baseada em diversas leituras.  Ao

 Ao resporesponder nder à à segundsegunda a questãquestão, o, escreva escreva o o que que entendentendeu eu dessesdesses ramos da Morfologia, exemplificando cada um deles.

ramos da Morfologia, exemplificando cada um deles.

Para responder à terceira questão, observe o modelo abaixo: Para responder à terceira questão, observe o modelo abaixo: trist

tristezeza – sufixo “ez” (derivação)a – sufixo “ez” (derivação)

im

impossípossí vel vel – prefixo “im” e sufixo “vel” (derivação) – prefixo “im” e sufixo “vel” (derivação) menin

meninasas –  – “a”desinênci“a”desinência de gênero a de gênero (flexão), “s” desinência de número(flexão), “s” desinência de número (flexão)

(flexão) ama

ama vas vas  –”va” e “s” (flexões de modo-tempo e número-pessoa,  –”va” e “s” (flexões de modo-tempo e número-pessoa, respectivamente)

respectivamente)  vras,

 vras, suas suas classes classes e e funções funções (lexicais (lexicais ou ou gramaticais). gramaticais). TamTambém bém você você viuviu que a língua é uma estrutura; isso requer ordem e ligação entre as partes, que a língua é uma estrutura; isso requer ordem e ligação entre as partes, para ter sentido. Caso contrário, é apenas um conjunto de elementos para ter sentido. Caso contrário, é apenas um conjunto de elementos sol-tos, que não chegam a estabelecer uma comunicação.

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REFERÊNCIAS

REFERÊNCIAS

CÂMARA JR., J. Mattoso.

CÂMARA JR., J. Mattoso. Estrutura da língua portuguesa.Estrutura da língua portuguesa. Petrópolis: Petrópolis:  Vozes,

 Vozes, 19701970..

CARONE, Flávia de Barros.

CARONE, Flávia de Barros. Morfossintaxe.Morfossintaxe. São Paulo: Ática, 1986. São Paulo: Ática, 1986. LAROCA, Maria Nazaré de Carvalho.

LAROCA, Maria Nazaré de Carvalho. Manual de morfologia do por-Manual de morfologia do por-tuguês.

tuguês. Juiz de Fora, UFJF, 1994. Juiz de Fora, UFJF, 1994. MACAMBIRA, José Rebouças.

MACAMBIRA, José Rebouças. Estrutura morfo-sintática do Portu-Estrutura morfo-sintática do Portu-guês.

guês. São Paulo: Pioneira, 1974. São Paulo: Pioneira, 1974. KEHDI, Valter.

KEHDI, Valter.Morfemas do Português.Morfemas do Português. 4 ed. São Paulo: Ática,., 1998. 4 ed. São Paulo: Ática,., 1998. KOCH, Ingedore Villaça; SILVA, Maria Cecília P. de Souza.

KOCH, Ingedore Villaça; SILVA, Maria Cecília P. de Souza. LingüísticaLingüística aplicada ao português:

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A ESTRUTURA DA PALAVRA

A ESTRUTURA DA PALAVRA

META

META

Descrever a estrutura nominal, representando os elementos que constituem o vocábulo formal

Descrever a estrutura nominal, representando os elementos que constituem o vocábulo formal

(nome).

(nome).

OBJETIVOS

OBJETIVOS

 Ao f

 Ao final deinal desta austa aula o la o aluno aluno deverá:deverá:

identificar os elementos que compõem a estrutura dos vocábulos formais ou mórficos.

identificar os elementos que compõem a estrutura dos vocábulos formais ou mórficos.

PRÉ-REQUISITOS

PRÉ-REQUISITOS

Introdução à Morfologia e estudo dos seus conceitos básicos.

Introdução à Morfologia e estudo dos seus conceitos básicos.

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(Fonte: http://www.gettyimages.com). (Fonte: http://www.gettyimages.com).

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INTRODUÇÃO

INTRODUÇÃO

Meu caro aluno, nas aulas anteriores, vimos alguns conceitos básicos Meu caro aluno, nas aulas anteriores, vimos alguns conceitos básicos de Morfologia e a importância dos estudos linguísticos nesse campo. de Morfologia e a importância dos estudos linguísticos nesse campo. Es-tudar os morfemas da língua port

tudar os morfemas da língua portuguesa, tanto nos mecanismos de flexão,uguesa, tanto nos mecanismos de flexão, quanto nos de derivação, tem-nos levado a uma melhor compreensão da quanto nos de derivação, tem-nos levado a uma melhor compreensão da língua, de sua estrutura e dos processos de formação das palavras. Você língua, de sua estrutura e dos processos de formação das palavras. Você aprenderá nesta aula como as unidades mínimas significativas estruturam aprenderá nesta aula como as unidades mínimas significativas estruturam o vocábulo mórfico, também chamado de palavra. Na língua oral, a o vocábulo mórfico, também chamado de palavra. Na língua oral, a pala- vra é dif

 vra é difícil de ser ícil de ser definida, embora fdefinida, embora facilmente a reconheçamos acilmente a reconheçamos na cadeiana cadeia sonora. Na língua escrita, há mais sistematização, pois a seqüência de sonora. Na língua escrita, há mais sistematização, pois a seqüência de sons possíveis ocorre entre espaços e/ou sinais de pontuação. De sons possíveis ocorre entre espaços e/ou sinais de pontuação. De qual-quer forma, percebemos que sua definição gera dificuldades à luz da quer forma, percebemos que sua definição gera dificuldades à luz da Lin-güística. Isso você constatará, e logo tudo se tornará mais claro.

güística. Isso você constatará, e logo tudo se tornará mais claro.

(Fonte: http://www.clicabrasilia.com.br). (Fonte: http://www.clicabrasilia.com.br).

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O QUE É A PALAVRA?

O QUE É A PALAVRA?

1. Prefixo (P) 1. Prefixo (P) 2. Radical (Rd) 2. Radical (Rd) 3. Sufixo (S) 3. Sufixo (S) 4.

4. VVogal temática ogal temática nominal nominal (VTN)(VTN) 5. Radical (Rd) 5. Radical (Rd) 6. Sufixo (S) 6. Sufixo (S) 7. Desinência de gênero (DG) 7. Desinência de gênero (DG) 8. Desinência de número (DN) 8. Desinência de número (DN)  V

 Você já ocê já pensou nisso? pensou nisso? VVeja bem, eja bem, não é não é fácil definfácil definir essa ir essa unidade lin-unidade lin-güística que pode ter apenas um morfema, a exemplo de

güística que pode ter apenas um morfema, a exemplo de sol sol  e e mar mar . Nesses. Nesses

casos, são monomor

casos, são monomorfêmicos.fêmicos.  A palavra

 A palavra ainda pode ainda pode se constituir se constituir de vários de vários morfemas, como morfemas, como emem in

in felic idad felic idad e, e, sabor os a ssabor os a s 1 2

1 2 3 3 4 4 5 5 6 6 7 7 88 E se tiver somente u

E se tiver somente um radical, é classificada m radical, é classificada de simples. Tde simples. Temos comoemos como exemplos

exemplos cafe

cafezal, deszal, desleallealdade,dade, cadecadeirinhirinha etc.a etc.

Quando a palavra tem dois ou mais radicais, é uma estrutura Quando a palavra tem dois ou mais radicais, é uma estrutura com-posta. Ex:

posta. Ex: pé-de-cana; pó-de-arroz;pé-de-cana; pó-de-arroz; guarda-chuva. Nguarda-chuva. No entantoo entanto, ocorre um, ocorre um problema de definição, pois há formas distintas para uma só palavra. problema de definição, pois há formas distintas para uma só palavra. Te-mos

mos mesa mesa   (singular) e  (singular) e mesas mesas   (plural), mas se tomarmos a palavra  (plural), mas se tomarmos a palavra manga manga ,,

como exemplo, ela pode ser forma do verbo mangar (3ª pessoa do como exemplo, ela pode ser forma do verbo mangar (3ª pessoa do singu-lar do modo indicativo); aparece como substantivo manga (fruta) e lar do modo indicativo); aparece como substantivo manga (fruta) e man-ga (parte da camisa), ou seja, uma forma (um morfe) para três palavras ga (parte da camisa), ou seja, uma forma (um morfe) para três palavras (morfemas distintos). Citando aqui outros exemplos, temos formas (morfemas distintos). Citando aqui outros exemplos, temos formas ver-bais em

bais em venderemos, venderíamos, vendestevenderemos, venderíamos, vendeste para o mesmo verbo. Porém, apara o mesmo verbo. Porém, a

 venda (substantivo)

 venda (substantivo) é uma palavra dé uma palavra distinta porque seu istinta porque seu radical tem signifi-radical tem signifi-cado diferente. Outro exemplo, m

cado diferente. Outro exemplo, mar ar ee mares mares  são duas formas da mesma são duas formas da mesma

palavra; já

palavra; já maresia maresia , por ter significação diferente, é uma palavra distinta., por ter significação diferente, é uma palavra distinta.

 A

 A palavra palavra é é uma uma estrutura, estrutura, pois pois a a seqüência seqüência de de letras letras é é reconhecida reconhecida nono léxico. Se em vez da palavra

léxico. Se em vez da palavra Roma Roma , escrevêssemos ou falássemos, escrevêssemos ou falássemos mroa mroa ,,

ninguém nos entenderia e essa não seria uma seqüência possível. ninguém nos entenderia e essa não seria uma seqüência possível.

 A ESTRUTURA DA PALA

 A ESTRUTURA DA PALA

VRA 

VRA 

Sabemos que a língua é uma estrutura. Sabemos que a língua é uma estrutura. Por muitos séculos a

Por muitos séculos a palavra  palavra  foi considerada indivisível, ainda que foi considerada indivisível, ainda que

apresentasse variações na forma, como as flexões verbais. Entretanto, apresentasse variações na forma, como as flexões verbais. Entretanto, formamos palavras a partir de outras palavras; então somos forçados a formamos palavras a partir de outras palavras; então somos forçados a

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reconhecer que elas podem ser unidades compostas ou ainda complexas. reconhecer que elas podem ser unidades compostas ou ainda complexas. Quando constituídas de dois ou mais morfemas são compostas; por Quando constituídas de dois ou mais morfemas são compostas; por exem-plo, a palavra

plo, a palavra mesa mesa  é constituída de radical “mes” e da vogal temática “a”, é constituída de radical “mes” e da vogal temática “a”,

ou seja, de

ou seja, de dois elementos. Tdois elementos. Também consideramos composto o ambém consideramos composto o substanti- substanti- vo ou adjetivo formado de dois ou mais radicais

 vo ou adjetivo formado de dois ou mais radicais. Te. Temos muitos exemplosmos muitos exemplos na nossa língua, como

na nossa língua, como pé-de-m pé-de-moleque, oleque, ararranha-cranha-céu, éu, caneta-caneta-tinteirtinteiro, o, azul-mariazul-mari- -  nho

nho, etc. Há estruturas que têm mais de um radical (composição) e admi-, etc. Há estruturas que têm mais de um radical (composição) e

admi-tem sufixo, a exemplo de: tem sufixo, a exemplo de:

horti

horti fruti fruti granj granj eiro, eiro, que que é é complexa complexa porque porque sofreu sofreu dois dois processosprocessos

Rd

Rd Rd Rd Rd Rd SS

de formação, a composição e a derivação sufixal. de formação, a composição e a derivação sufixal.

O nome (palavra que abriga outras classes que não o verbo e as O nome (palavra que abriga outras classes que não o verbo e as clas-ses conectivas) se constitui de um ou mais elementos mórficos. Vejamos ses conectivas) se constitui de um ou mais elementos mórficos. Vejamos alguns exemplos pela tabela apresentada por Zanoto (1986, p. 52).

alguns exemplos pela tabela apresentada por Zanoto (1986, p. 52).

CONSTITUIÇÃO MÓRFICA DO NOME

CONSTITUIÇÃO MÓRFICA DO NOME

O nome pode estar constituído de um único elemento mórfico, o O nome pode estar constituído de um único elemento mórfico, o radical. Esse radical pode ser ampliado por morfemas derivacionais, radical. Esse radical pode ser ampliado por morfemas derivacionais, desinências, podendo haver uma vogal temática.

desinências, podendo haver uma vogal temática.  Al

 Alguguns ns exexememplplos os de de cocomo mo popode de apapreresesentntarar-s-se e momorfrficicamamenentete estruturado o nome: estruturado o nome: Rd  Rd  Flor  Flor  Rd Rd + + VTNVTN árvor- e árvor- e Rd Rd + + VTN VTN + + DNDN flor- flor- e e - - -s-s R R + + SD SD + + VTN VTN + + DNDN flor-

flor- (e)zinh (e)zinh -a -a -s-s

Pref. + Rd

Pref. + Rd + + SD + SD + SD + SD + DG DG + + DNDN des-

des- - - atual- atual- iz- iz- -ad- -ad- -a- -a- -s-s

Como você viu, há três tipos básicos de morfemas que constituem o Como você viu, há três tipos básicos de morfemas que constituem o nome:

nome:

1. O radical (semantema), que dá significação básica; 1. O radical (semantema), que dá significação básica;

2. Os morfemas derivacionais (prefixos e sufixos), que formam novas 2. Os morfemas derivacionais (prefixos e sufixos), que formam novas palavras;

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33

3. Os

3. Os morfemas flexionaismorfemas flexionais (desinências), que especificam o gênero e o (desinências), que especificam o gênero e o número.

número.

4. Os morfemas

4. Os morfemas classificatórioclassificatório (vogais temáticas nominais e verbais); (vogais temáticas nominais e verbais); Este último elemento, a vogal temática, não

Este último elemento, a vogal temática, não existe nos nomes atemáticos,existe nos nomes atemáticos, a exemplo de

a exemplo de cajá, vovô, ruim cajá, vovô, ruim , entre tantos outros vocábulos oxítonos., entre tantos outros vocábulos oxítonos.

Examinaremos com mais detalhes esses elementos, iniciando pela Examinaremos com mais detalhes esses elementos, iniciando pela caracterização da raiz e do radical. Nesta viagem pelo campo da caracterização da raiz e do radical. Nesta viagem pelo campo da Morfologia, vamos até Zanoto (1986, p. 35-39).

Morfologia, vamos até Zanoto (1986, p. 35-39).

RAIZ E RADICAL

RAIZ E RADICAL

Diz Saussure que raiz é o “elemento irredutível e comum a todas as Diz Saussure que raiz é o “elemento irredutível e comum a todas as palavras da mesma família” (1972, 255). Celso Luft, por sua vez, afirma palavras da mesma família” (1972, 255). Celso Luft, por sua vez, afirma que “é a parte significativa central das palavras, obtida pela eliminação que “é a parte significativa central das palavras, obtida pela eliminação dos afixos, vogal temática e desinência” (1972, 90). É, portanto, o dos afixos, vogal temática e desinência” (1972, 90). É, portanto, o semantema de Vendryes, ou o lexema de André Martinet. É o elemento semantema de Vendryes, ou o lexema de André Martinet. É o elemento que se repete em todas as palavras cognatas, às vezes com pequenas que se repete em todas as palavras cognatas, às vezes com pequenas va-riações (alomorfes). Sob o aspecto sincrônico, a raiz (Rz) coincide com o riações (alomorfes). Sob o aspecto sincrônico, a raiz (Rz) coincide com o radical primário (Rd). ” é a raiz ou o radical primário de radical primário (Rd). ” é a raiz ou o radical primário de “PEDR-a”, “PEDR-eiro”, “PEDR-ad“PEDR-a”, “PEDR-ificar”, “em-PEDERN-ido”, e a”, “PEDR-eiro”, “PEDR-ada”, “PEDR-ificar”, “em-PEDERN-ido”, e demais palavras cognatas, isto é, da mesma família morfológica.

demais palavras cognatas, isto é, da mesma família morfológica.

Em cada série de cognatos, abaixo, a raiz aparecem em destaque. Em cada série de cognatos, abaixo, a raiz aparecem em destaque. 1. TERR-a, TERR-inha, en-TERR-ar

1. TERR-a, TERR-inha, en-TERR-ar 2. LETR-a, LETR-eiro, LETR-ado 2. LETR-a, LETR-eiro, LETR-ado 3. FOLH-a, FOLH-ar, des-FOLH-ado 3. FOLH-a, FOLH-ar, des-FOLH-ado

4. CABEL-o, CABEL-udo, des-CABEL-ado 4. CABEL-o, CABEL-udo, des-CABEL-ado 5. GUERR-a, GUERR-ear, a-GUERR-ido 5. GUERR-a, GUERR-ear, a-GUERR-ido

 Ao

 Ao radical radical primário primário podem podem ir ir sendo sendo acrescidos acrescidos sufixos sufixos e e prefixosprefixos..  Acrescentando-se um afixo, o radical será

 Acrescentando-se um afixo, o radical será secundário; dois, terciário; tsecundário; dois, terciário; três,rês, quaternário; quatro, quinário; e assim segue.

quaternário; quatro, quinário; e assim segue. Observe o quadro abaixo:

Observe o quadro abaixo:

V

Vocábulo ocábulo Rd Rd Primário Primário ou ou Rz Rz Rd Rd secundário secundário Rd Rd terciário terciário Rd Rd quaternárioquaternário

1.civilização 1.civilização 2. infelicitar  2. infelicitar  3. desenterradas 3. desenterradas 4. desenganchar  4. desenganchar  5. nacionalização 5. nacionalização civil civil felic felic terr- ganch- nacion- civiliz-infelic infelic enterr- enganch-nacional nacional civilizaçã- infelicit- desenterr- desenganch- nacionaliz- desenterrad-

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nacionalizaçã-Chega-se à raiz ou ao radical, eliminando-se os afixos, as desinências Chega-se à raiz ou ao radical, eliminando-se os afixos, as desinências e a vogal temática.

e a vogal temática.

Muitas vezes são postos em oposição radical e desinência, sem Muitas vezes são postos em oposição radical e desinência, sem desta-car os diversos estágios de radicais. É útil introduzir, nesse caso o conceito car os diversos estágios de radicais. É útil introduzir, nesse caso o conceito “radical final” (Rf), ou simplesmente radical, que se obtém eliminando-se “radical final” (Rf), ou simplesmente radical, que se obtém eliminando-se as desinências e a vogal temática. Em, por exemplo, “

as desinências e a vogal temática. Em, por exemplo, “desestabilizar desestabilizar ”, o Rf é”, o Rf é

““desestabiliz desestabiliz -”, subtraindo-se, portanto, a VT “-a”, e a desinência “-r”.-”, subtraindo-se, portanto, a VT “-a”, e a desinência “-r”.

Observe: Observe: Rf  Rf  iletrad- descobriment- empobrec- engraçadinh- ajust- V  Vocábulocábuloo 1. iletrado 1. iletrado 2. descobrimento 2. descobrimento 3. empobrecer 3. empobrecer 4. engraçadinhas 4. engraçadinhas 5. ajustávamos 5. ajustávamos Rz (ou Rd primário) Rz (ou Rd primário) LETR- COBR- POBR- GRAÇ- JUST  JUST-- T

 Também existe o ambém existe o conceiconceito to de raiz de raiz e e radicaradical l sob o sob o aspecaspecto to diacrôndiacrônicoico.. Raiz seria o elemento historicamente original, primeiro, do qual teriam Raiz seria o elemento historicamente original, primeiro, do qual teriam de-rivado os vocábulos da mesma família etimológica. Esse conceito, porém, rivado os vocábulos da mesma família etimológica. Esse conceito, porém, foge ao interesse desse trabalho descritivo sincrônico, mesmo porque, caso foge ao interesse desse trabalho descritivo sincrônico, mesmo porque, caso interessasse, deveria ser objeto de pesquisas muito penosas e, não raro, de interessasse, deveria ser objeto de pesquisas muito penosas e, não raro, de resultados pouco animadores, mais conjecturais que definitivos.

resultados pouco animadores, mais conjecturais que definitivos.

 AFI

 AFI

XOS

XOS

Os afix

Os afixos são os são segmentos fônicos segmentos fônicos acrescidos antesacrescidos antes, no m, no meio, eio, ou de-ou de-pois do radical (primário ou não), constituindo, respectivamente, pois do radical (primário ou não), constituindo, respectivamente, prefi-xos, infixos ou sufixos. São, pois, morfemas aditivos, representados por xos, infixos ou sufixos. São, pois, morfemas aditivos, representados por formas presas.

formas presas.

O termo “afixo” é abrangente e pode englobar tanto morfemas O termo “afixo” é abrangente e pode englobar tanto morfemas derivacionais como flexionais. Os afixos flexionais, que em português são derivacionais como flexionais. Os afixos flexionais, que em português são sufixais, são mais comumente denominados desinências.

sufixais, são mais comumente denominados desinências.

a) Prefixo – É um acréscimo feito antes do radical. Serve para derivar a) Prefixo – É um acréscimo feito antes do radical. Serve para derivar palavras.

palavras.

Os prefixos normalmente alteram com alguma profundidade as Os prefixos normalmente alteram com alguma profundidade as pala- vras às quais se agregam. “

 vras às quais se agregam. “I I moral”, “moral”, “contra contra por”, “por”, “desdesonesto”, por exem-onesto”, por

exem-plo, têm significados antônimos a “moral”, “pôr” e “honesto”. Outras plo, têm significados antônimos a “moral”, “pôr” e “honesto”. Outras ve-zes o prefixo não chega a ter força antonímica, mas mesmo assim, introduz zes o prefixo não chega a ter força antonímica, mas mesmo assim, introduz alterações bastante intensas: “

alterações bastante intensas: “re re por”, “por”, “retro retro  visor”, “ visor”, “ante ante projeto”.projeto”.

Grande parte dos prefixos são herança de proposições gregas e Grande parte dos prefixos são herança de proposições gregas e lati-nas, algumas com existência atual. Foi esse aspecto que levou Mattoso nas, algumas com existência atual. Foi esse aspecto que levou Mattoso Câmara a afirmar que a prefixação é o caso de composição e não de Câmara a afirmar que a prefixação é o caso de composição e não de

(24)

deri-33

 vação

 vação vocabular. vocabular. É É uma uma posição posição extremada, extremada, carecendo, carecendo, parece-noparece-nos, s, dede apoio na realidade lingüística, uma vez que os prefixos são formas presas, apoio na realidade lingüística, uma vez que os prefixos são formas presas, não se comportam mais como preposições e estão longe d

não se comportam mais como preposições e estão longe de se igualarem ae se igualarem a radicais quanto à sua carga semântica.

radicais quanto à sua carga semântica.

b) Sufixo – É um morfema acrescido após o radical, para derivar nova b) Sufixo – É um morfema acrescido após o radical, para derivar nova palavra (derivação sufixal). Os sufixos flexionais são denominados palavra (derivação sufixal). Os sufixos flexionais são denominados desinências (D).

desinências (D).  A função

 A função dos sufixos dos sufixos derivacionais é derivacionais é acrescentar ao acrescentar ao elemento básicoelemento básico uma idéia secundária (derivação), ou enquadrar a palavra em uma das uma idéia secundária (derivação), ou enquadrar a palavra em uma das classes gramaticais; às vezes, as duas coisas juntas. Acrescentando, por classes gramaticais; às vezes, as duas coisas juntas. Acrescentando, por exemplo, à base “salt(o)” o sufixo “-it(ar)”, estaremos, de um lado, exemplo, à base “salt(o)” o sufixo “-it(ar)”, estaremos, de um lado, adici-onando à significação básica contida no semantema uma idéia acessória, onando à significação básica contida no semantema uma idéia acessória, que é a ação de dar saltos de maneira, digamos, diminutiva, e, de outro que é a ação de dar saltos de maneira, digamos, diminutiva, e, de outro lado, estaremos enquadrando o vocábulo na classe gramatical dos verbos. lado, estaremos enquadrando o vocábulo na classe gramatical dos verbos. É comum, também, não ocorrer a mudança de classe gramatical, ficando É comum, também, não ocorrer a mudança de classe gramatical, ficando o sufixo somente com a primeira função: “casa: “casinha”, “chuva”: o sufixo somente com a primeira função: “casa: “casinha”, “chuva”: “chuvarada”, “quebrar”: “quebrantar”.

“chuvarada”, “quebrar”: “quebrantar”.

O prefixo e o sufixo podem ser acrescidos conjuntamente à base O prefixo e o sufixo podem ser acrescidos conjuntamente à base mórfica, resultando daí palavras derivadas por

mórfica, resultando daí palavras derivadas por parassíntese. Os dois afixos,parassíntese. Os dois afixos, nessa derivação parassintética, são corresponsáveis pela nova acepção nessa derivação parassintética, são corresponsáveis pela nova acepção que se introduz. Seria o caso de considerá-los um morfema descontínuo, que se introduz. Seria o caso de considerá-los um morfema descontínuo, iniciando com o prefixo, interrompendo-se na base e culminando com o iniciando com o prefixo, interrompendo-se na base e culminando com o sufixo: “a-manh-ec(er)”, “a-pedr-ej(ar)”, “des-alm-ad(o)”.

sufixo: “a-manh-ec(er)”, “a-pedr-ej(ar)”, “des-alm-ad(o)”.

 VOGAL

 VOGAL

TEMÁTICA 

TEMÁTICA 

 A

 A vogal vogal temática temática (VT) (VT) é é um um segmento segmento fônico fônico que que se se acrescenta acrescenta aoao radical (primário ou não) para agrupar vocábulos (nomes e verbos) em radical (primário ou não) para agrupar vocábulos (nomes e verbos) em categorias.

categorias.  A

 A vogal vogal temática temática agrupa os agrupa os verbos verbos em em três três categorias, categorias, correspondendocorrespondendo às três conjunções verbais:

às três conjunções verbais:

1. Verbos de vogal temática “-a”: primeira conjugação 1. Verbos de vogal temática “-a”: primeira conjugação 2. Verbos de vogal temática “-e”: segunda conjugação 2. Verbos de vogal temática “-e”: segunda conjugação 3. Verbos de vogal temática “-i”: terceira conjugação 3. Verbos de vogal temática “-i”: terceira conjugação Os nomes também formam três categorias, confor

Os nomes também formam três categorias, conforme a vogal temáticame a vogal temática que têm:

que têm: “-a”: sal

“-a”: salaa, poet, poetaa, port, portaa;; “-e” present

“-e” presentee, alegr, alegree, nort, nortee (às vezes “-i”: cáqui); (às vezes “-i”: cáqui); “-o”: mur

“-o”: muroo, alt, altoo, séri, sérioo (às vezes “-u”: céu, europeu). (às vezes “-u”: céu, europeu).  Assim, o

 Assim, o “-o” “-o” e e “-e” “-e” átonos átonos finais, finais, nos nos nomes, nomes, são são a a vogal vogal temáticatemática desses nomes. O “-a” átono final será vogal temática, se não representar desses nomes. O “-a” átono final será vogal temática, se não representar flexão de gênero: o “-a” de “artist-a”, “telefonem-a”, “borrach-a” é vogal flexão de gênero: o “-a” de “artist-a”, “telefonem-a”, “borrach-a” é vogal temática. Mas o “-a” de “mestr-a”, “bel-a”, “nov-a” é desinência de temática. Mas o “-a” de “mestr-a”, “bel-a”, “nov-a” é desinência de

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ro feminino (o masculino é forma não marcada; sem desinência de ro feminino (o masculino é forma não marcada; sem desinência de gêne-ro). O “-a” átono final será, então, desinência de feminino, quando se ro). O “-a” átono final será, então, desinência de feminino, quando se opuser a um masculino sem esse “-a”. Do contrário será vogal temática. opuser a um masculino sem esse “-a”. Do contrário será vogal temática. O radical somado à vogal temática formam o tema, que serve de O radical somado à vogal temática formam o tema, que serve de base para o acréscimo das desinências.

base para o acréscimo das desinências.

Os nomes que não possuem vogal temática , portanto, sem tema, são Os nomes que não possuem vogal temática , portanto, sem tema, são chamados de atemáticos. São atemáticos os oxítonos terminados por chamados de atemáticos. São atemáticos os oxítonos terminados por vo-gal: ô, ó, ê, é, á, ã, i, u. Ex.:

gal: ô, ó, ê, é, á, ã, i, u. Ex.: capô, paletó, dendê, jacaré, alvará, irmã, bisturi,capô, paletó, dendê, jacaré, alvará, irmã, bisturi, bauru.

bauru. No singular, os nomes terminados em l, r, e/s não apresentam No singular, os nomes terminados em l, r, e/s não apresentam

 vogal

 vogal temática, temática, que que reaparece reaparece no no plural:plural: mar, mares; vez, vezes; mal, males.mar, mares; vez, vezes; mal, males.

 A flexão e a derivação sujeitam a vogal

 A flexão e a derivação sujeitam a vogal temática a frequentes mudan-temática a frequentes mudan-ças morfofonêmicas, como:

ças morfofonêmicas, como:

a) supressão: mes-a + inha: mesinha, mestr-e + a: mestra; a) supressão: mes-a + inha: mesinha, mestr-e + a: mestra; b) crase: laranj-a + al: laranjal, carinh-o + oso: carinhoso; b) crase: laranj-a + al: laranjal, carinh-o + oso: carinhoso;

c) ditongação: azul + es: azuis, sal + es: sais (cai a consoante “-l” do c) ditongação: azul + es: azuis, sal + es: sais (cai a consoante “-l” do radical e a vogal temática “-e” transforma-se na semivogal “-i”).

radical e a vogal temática “-e” transforma-se na semivogal “-i”).  A

 A vogal vogal temátitemática ca do do verbo verbo será será estudaestudada da mais mais exaustexaustivamentivamente e nana próxima disciplina, ou seja, em Língua Portuguesa II.

próxima disciplina, ou seja, em Língua Portuguesa II.

FLEXÕES NOMINAIS

FLEXÕES NOMINAIS

Desinência de gênero (DG) Desinência de gênero (DG)  A flexão

 A flexão de gênero se de gênero se dá pelo dá pelo acréscimo do morfema acréscimo do morfema aditivo sufixal,aditivo sufixal, ou seja, acrescentando-se ao radical a desinência do gênero feminino um ou seja, acrescentando-se ao radical a desinência do gênero feminino um “a”. O “a” átono final só é marca de gênero quando se opõe à forma “a”. O “a” átono final só é marca de gênero quando se opõe à forma masculina correspondente sem essa marca. Exemplos:

masculina correspondente sem essa marca. Exemplos: Ele Ele / / ElEla a DGDG pato pat pato pataa cantor cantor cantor cantoraa DGDG mestre mestr mestre mestraa

DESINÊNCIA DE NÚMERO (DN)

DESINÊNCIA DE NÚMERO (DN)

O número dos nomes variáveis (substantivos, artigos, numerais, O número dos nomes variáveis (substantivos, artigos, numerais, ad-jetivos e pronomes) é determinado pela presença do morfema de plural jetivos e pronomes) é determinado pela presença do morfema de plural “s”. O singular caracteriza-se pela ausência dessa marca.

“s”. O singular caracteriza-se pela ausência dessa marca. Exemplo:

Exemplo: casa casa ss (substantivo (substantivo plural) plural) // casa casa  (substantivo singular) (substantivo singular)

oos s ((pplluurraal l )) o o ((ssiinngguullaarr) a) arrttiiggoo

bbeelloos s ((pplluurraall)) bbeello o ( ( ssiinngguullaarr) ) aaddjjeettiivvoo pprriimmeeiirroos ( s ( pplluurraall)) pprriimmeeiirro o ( ( ssiinngguullaar r ) ) nnuummeerraall

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