• Nenhum resultado encontrado

A nova lei do aeronauta (Lei 13.475/17) e suas principais mudanças para tripulação de linha aérea

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "A nova lei do aeronauta (Lei 13.475/17) e suas principais mudanças para tripulação de linha aérea"

Copied!
72
0
0

Texto

(1)

UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

CARLOS AUGUSTO SOARES LOBATO

A NOVA LEI DO AERONAUTA (LEI 13.475/17) E SUAS PRINCIPAIS

MUDANÇAS PARA A TRIPULAÇÃO DE LINHA AÉREA

Palhoça

2019

(2)

A NOVA LEI DO AERONAUTA (LEI 13.475/17) E SUAS PRINCIPAIS

MUDANÇAS PARA A TRIPULAÇÃO DE LINHA AÉREA

Monografia apresentada ao Curso de Pós- Graduação Lato Sensu em Gestão e Direito Aeronáutico, da Universidade do Sul de Santa Catarina, como requisito parcial à obtenção do título de Especialista em Gestão e Direito Aeronáutico.

Orientação: Prof. Adriano Martendal, Dr.

Palhoça

2019

(3)

A NOVA LEI DO AERONAUTA (LEI 13.475/17) E SUAS PRINCIPAIS

MUDANÇAS PARA A TRIPULAÇÃO DE LINHA AÉREA

Esta Monografia foi julgada adequada à obtenção do título de Especialista em Especialista em Gestão e Direito Aeronáutico e aprovado em sua forma final pelo Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Gestão e Direito Aeronáutico, da Universidade do Sul de Santa Catarina.

Palhoça, 6 de agosto de 2019.

Professor orientador: Adriano Martendal, Dr.

Universidade do Sul de Santa Catarina

Prof. Giovani de Paula, Dr.

Universidade do Sul de Santa Catarina

(4)

AGRADECIMENTOS

Agradeço especialmente à minha família por toda compreensão pelos

momentos de ausência durante o processo de desenvolvimento desse estudo e

também aos professores que me acompanharam por mais essa jornada acadêmica.

(5)

RESUMO

O estudo teve como objetivo geral identificar as principais mudanças trazidas pela lei do

aeronauta n. 13.475 /17, bem como compreender quais foram os impactos para a

tripulação de linhas aéreas. Para tanto foi feita uma revisão literária com base em

pesquisa bibliográfica e documental, a abordagem de análise foi qualitativa. O estudo

mostrou que as mudanças entre a antiga lei do aeronauta e nova lei do aeronauta estão

especialmente relacionadas a limites de horas de voo e jornada de trabalho, bem como

no aumento nas horas do descanso. Tendo em vista mudanças relacionadas a essas

questões, podem impedir companhias aéreas brasileiras de realizar rotas internacionais

mais longas. Com isso, fazendo as empresas estrangeiras a realizarem essas rotas

ficando o tripulante brasileiro tendo sua remuneração limitada. Por fim, concluiu-se que

a nova lei do aeronauta propôs medidas capazes de minimizar os impactos que levam

à fadiga dos tripulantes.

Palavras-chave: Fadiga. Lei 7.183/ 84. Lei 13.475/17. RBAC 117, convenção coletiva

(6)

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 6

2 Legislação Trabalhista Aplicada ao Aeronauta ... 8

3 A legislação do aeronauta, sua inovações e mudanças ... 17

3.1 AS PRINCIPAIS MUDANÇAS PARA A TRIPULAÇÃO TRAZIDAS PELA LEI N. 13.475 /17...17

3.2 IMPACTOS A TRIPULANTES DE VOOS LONG HAUL (LONGA DISTÂNCIA) E SHORT HAUL (CURTA DISTÂNCIA) ... 18

3.3 A IMPORTÂNCIA DA LEI 13.475/17 PARA A SEGURANÇA OPERACIONAL DO VOO ...19

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 26

REFERÊNCIAS ... 28

ANEXO 1 – PRINCIPAIS MUDANÇAS COM A NOVA LEI DO AERONAUTA...31

ANEXO 2 – ANTIGA LEI ... 37

(7)

1 INTRODUÇÃO

Esse trabalho foi inspirado na experiência do autor onde há mais de 30

anos atua na área como piloto de aeronaves, tendo a sua carreira iniciada em 1982 e

hoje no topo da profissão como comandante master de aeronaves de grande porte

em voos intercontinentais, vem acompanhando a evolução e o crescente

desenvolvimento da indústria aeronáutica, assim como, a necessidade de mudança

na legislação que envolve a profissão.

Vivenciou na década de 80 vários incidentes e acidentes aeronáuticos onde

passou a perceber que algo estava para surgir na garantia à segurança da aviação,

até que, em 1984 foi promulgada a lei que regula o exercício da profissão de aeronauta

(Lei 7.183 de 5 de Abril de 1984).

De acordo com Nascimento et al. (2016) há décadas, quando teve início o

transporte aéreo pela aviação civil, a segurança do voo dependia essencialmente da

confiabilidade da engenharia das aeronaves.

Com o tempo, o fator humano ocupou esse lugar. Entre as questões

envolvidas para tal estão o fato da quebra no paradigma homem-máquina, onde os

sistemas se tornaram muito mais autônomos o que acaba por exigir muito mais dos

pilotos e também porque tem sido observado que o índice de acidentes e incidentes

cometidos por falha humana é bastante expressivo para o setor aéreo.

(NASCIMENTO et. al., 2016).

Desta forma, o Centro de Investigações e Prevenção de Acidentes

Aeronáuticos (CENIPA) baseia sua doutrina para a segurança do voo no tríplice

“Homem, o Meio e a Máquina” em que os fatores humanos, materiais e operacionais

são levados em consideração para a investigação e prevenção de acidentes

aeronáuticos. Este enfoque multifatorial foi resultado tanto do conhecimento gerado

por diferentes organizações de segurança do voo em outros países como também da

experiência adquirida ao longo do tempo pela aviação brasileira. (CENIPA, [2019]).

Mesmo com os esforços para o gerenciamento do tríplice e consequente

redução de acidentes e incidentes aéreos, nota-se que estes continuam a acontecer

e, a estimativa é de que em torno de 70% a 80% acontecem em decorrência de falha

humana, ou seja, do fator humano. Dentre as causas relacionadas aos acidentes

ocorridos pelo fator humano, a fadiga representa em média 20% das ocorrências.

(NASCIMENTO et al., 2016).

(8)

saúde integral da tripulação, em que a atenção aos possíveis surgimentos dos

sintomas de fadiga é fundamental para seu gerenciamento. (ALBUQUERQUE;

RAMOS, 2018).

É, portanto, nesse contexto, que a fadiga humana se tornou um tema de

interesse para as autoridades aeronáuticas em todo o mundo como, por exemplo, a

Organização de Aviação Civil Internacional (OACI) que dispõe de uma série de

recomendações para o Sistema de Gerenciamento de Risco da Fadiga.

Dentre os pontos para tal, o descanso adequado da tripulação e um

escalonamento inteligente de jornadas são fundamentais. Buscando atender a isto, foi

elaborada a Nova Lei do Aeronauta, em que foram propostas alterações no regime de

folgas, limites de jornada e de madrugadas em voo.

Assim, o presente estudo buscou identificar as principais mudanças

trazidas pela lei 13.475 /17, bem como compreender quais foram os impactos para a

tripulação de linhas aéreas. Os objetivos específicos foram a) Identificar as principais

mudanças entre a Nova Lei do Aeronauta n. 13.475 /17 e a lei anterior de 1984; b)

Conhecer como as mudanças afetarão os tripulantes de voos Long Haul (longa

distância) e Short Haul (curta distância) e; c) Compreender os impactos gerados pelas

referidas mudanças para a tripulação do voo e sua importância para a segurança

operacional do voo.

Para desenvolvimento deste estudo será feita uma pesquisa pura. Isto é,

uma pesquisa básica com o objetivo de trazer ao leitor uma melhor compreensão

acerca do tema estudado. No caso dessa pesquisa, espera-se que ao final seja

possível enxergar com clareza como as principais mudanças propostas pela Nova Lei

do Aeronauta poderão contribuir para o gerenciamento da fadiga e redução dos

acidentes e incidentes aéreos.

Assim, a pesquisa será teórica, em que tanto o antigo texto de lei de 1984

e o novo de 2017 serão utilizados para chegar às conclusões das principais mudanças

para as tripulações de linha aérea. Para entender como essas mudanças afetarão a

esta classe profissional e seu desempenho, será feita uma busca na literatura

disponível que relaciona à fadiga aos eventos desastrosos para que se tenha uma

visão da importância do gerenciamento do risco da fadiga e como a Nova Lei contribui

para isto.

O método utilizado para a coleta de dados será bibliográfico e documental,

desse modo, serão utilizados artigos, reportagens e os textos de lei n. 7.183/84 e sua

substituta 13.475/2017 que deve entrar em vigor até fevereiro de 2020. Para a coleta

dos demais materiais serão priorizados aqueles mais recentes, a partir de 2009.

(9)

2 Legislação Trabalhista Aplicada ao Aeronauta

No princípio a segurança da aviação era baseada especialmente nos

sistemas e motores das aeronaves. Ou seja, o nível confiabilidade dependia muito

mais desses elementos do que dependia do fator humano.

Hoje, no entanto, os sistemas de voo se tornaram muito mais complexos e

as viagens de longa distância uma realidade, aspectos que requerem atenção cada

vez maior.

Segundo Pellegrinelli et. al. (2015), a tripulação era exposta a desafios de

alto risco como, por exemplo, voar em péssimas condições climáticas. Porém, com os

avanços tecnológicos, a confiabilidade dos equipamentos e sistemas se tornou muito

eficaz. Por isso, dificilmente um acidente ou incidente aeronáutico é atribuído

unicamente ao fator máquina.

Nesse sentido, o fator humano se tornou uma grande preocupação para as

autoridades aeronáuticas, inclusive porque este tem sido grande responsável pelos

acidentes aeronáuticos. Uma vez que o fator humano foi identificado como principal

causa dos acidentes e incidentes aéreos, mais estudos concluíram que a fadiga

humana representa um papel fundamental para esse cenário.

No entanto, esta nem sempre foi uma preocupação do setor aeronáutico.

No Brasil, até meados da década de 1980 não havia sido criada uma regulamentação

para o aeronauta. Nessa época, o regime de trabalho não seguia nenhum critério que

buscasse conservar o descanso da tripulação. Por exemplo, se um piloto tivesse a

missão de fazer um voo de Belém à Porto Alegre, era possível que o voo durasse em

torno de 16 horas, a principal preocupação das companhias aéreas era dividir ao meio

as rotas com as tripulações. Assim, algumas vezes, quando ao fim de uma escala não

houvesse tripulante substituto, o piloto em voo prosseguiria até a rota final,

estendendo sua jornada até o final do voo.

Scaletsky et. al. (2003) discorrem sobre as dificuldades enfrentadas pela

categoria nesse período. A princípio, os autores ressaltam que ao longo de quase toda

a década de 1970, as mobilizações coletivas eram terminantemente proibidas no

Brasil, o que impediu a atuação do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) em favor

dos aeronautas no país, assim como demais sindicatos de trabalhadores foram

prejudicados.

(10)

A partir de 1978, porém, o movimento sindical brasileiro começou a resgatar sua capacidade de atuação, através dos trabalhadores do ABC paulista, que clamavam pelo direito à livre associação e avanços sociais. Essas manifestações iniciais contagiaram o restante da classe trabalhadora, a ponto de iniciarmos a década de 80 com um cenário totalmente voltado para transformações, marcando o surgimento de um novo sindicalismo no país. (SCALETSKY, 2003, p. 2).

As reivindicações se estenderam ao início de 1980, o SNA focou nas

condições de trabalho vivenciadas pelas tripulações. Por exemplo, os acidentes e

incidentes aéreos eram atribuídos essencialmente ao fator humano, no entanto, não

havia preocupação por parte das companhias aéreas quanto a fatores meteorológicos,

condições da aeronave e repouso dos tripulantes. Estes fatores eram simplesmente

ignorados. Nesse momento, o enfoque estava na regulamentação da profissão do

aeronauta que resultou na lei 7.183 de 5 de abril de 1984. (SCALETSKY, 2003).

Ainda deve-se ter em vista que com o avanço da tecnologia e houve um

aumento na infraestrutura e um incremento de operações noturnas em alguns

aeroportos, e assim, a consequente necessidade de uma legislação que pudesse

aumentar a segurança de voo e proteger os tripulantes do cansaço, devido a uma

jornada excessiva de trabalho. Na época, não havia estudo que fosse levado em

consideração os acidentes aeronáuticos em função da fadiga, na maior parte das

vezes, os pilotos eram considerados principais responsáveis pelos acidentes, não

havia o conhecimento, nem estudos sobre a fadiga. Sendo assim, para os tripulantes

o que se levava em consideração era apenas o cansaço pela jornada longa e não pela

fadiga, sendo algo comum que era recuperado em um pequeno intervalo de sono.

De acordo com a Comissão Nacional da Fadiga Humana (CNFH) a

ausência do conceito de fadiga e seu gerenciamento na aviação ocorria porque nem

sempre a fadiga foi bem compreendida, especialmente porque se trata de um

fenômeno complexo e multifatorial, ou seja, difícil ter um insight sobre a questão.

Assim, o problema permaneceu latente nas operações aéreas por muito tempo.

Porém, com o advento de estudos interdisciplinares foi possível conhecer as

características da fadiga e suas consequências para o voo, o que contribuiu

significativamente para a elaboração de medidas mitigatórias que pudessem mudar

esse cenário. (CNFH, 2017).

(11)

O estado de fadiga tem base na interação combinada dos ritmos circadianos, estado de alerta, sonolência e efeitos do débito de sono. Essencialmente, todos os aspectos do desempenho humano podem ser negativamente influenciados pelo débito de sono, cujos efeitos incluem sonolência excessiva, degradação física, psicomotora e comprometimento do desempenho cognitivo.

Ainda de acordo com a CNFH (2017) isto leva a preocupação com o relógio

biológico do ser humano, em que o ciclo circadiano é naturalmente programado para

as variações claro-escuro que compõem as 24 horas do dia, em que durante o dia

mantém o corpo humano apto para as atividades sociais e durante a noite para o

descanso.

Isto é, quando o indivíduo dorme menos do que seu organismo precisa, seu

desempenho geral é afetado. Levando em consideração que, em grandes cidades, o

transporte entre aeroporto e hotel pode ser muito mais cansativo, devido a situações

diversas no trajeto, a questão da fadiga pode ser agravada. Com isso, muitos

tripulantes, recorrem ao consumo de substâncias psicoativas para relaxar e dormir ou

para se manter acordado como, por exemplo, altas dose de café ou guaraná em pó

natural. Tripulações de voos internacionais, por exemplo, se deparam com um regime

de trabalho onde o relógio biológico tem de lidar com diferentes fuso-horários. Em

algumas ocasiões, a alimentação não é balanceada como servidas em fast-foods, mas

desregulada devido ao fuso-horário.

Sobre isto, Loterio (1998) afirma que os pilotos recorrem ao consumo de

substâncias psicoativas, seja pela necessidade de ficarem acordados ou para

conseguirem dormir devido às características do regime de trabalho do aeronauta.

Essas dificuldades influenciam para a fadiga e o uso excessivo de das substâncias

apontadas funciona apenas como um paliativo.

De acordo com a CNFH (2017) em se tratando do estado de alerta, além

de ser importante observar as horas consecutivas de trabalho e o descanso, é

fundamental atentar para a hora do dia em que a atividade está sendo exercida. Além

disso, outros fatores como condições de saúde e alimentação e uso de medicamentos

podem afetar o estado de alerta do indivíduo.

Muitas vezes, os pilotos são escalados para trabalhar em horários noturnos,

que se estende por toda madrugada. Desse modo, o tripulante ao chegar a seu

destino, tem dificuldades para dormir. Mais uma vez, seu estado de fadiga pode ser

agravado, somando isso ao possível uso de substâncias psicoativas como já

(12)

apontado anteriormente, o estado de alerta do piloto pode ser severamente

comprometido.

Nesse sentido, os pilotos e comissários de voo de linhas aéreas, podem

ser descritos como grupo de risco para a fadiga, visto que muitas vezes são expostos

a jornadas de trabalho onde não há uma regularidade para o sono ou alimentação.

De acordo com Kanashiro (2013) o Gerenciamento do Risco da Fadiga

visa a redução do cansaço da tripulação e maior qualidade de vida. Para prevenir a

fadiga do voo, um dos pontos principais é garantir que o sono perdido em decorrência

das horas trabalhadas, escalas de voo, ruptura do ritmo circadiano e aos voos

noturnos seja reduzido a um nível seguro.

Desse modo, o gerenciamento de risco da fadiga pelas empresas por meio

de programas específicos é importante, porque muitas vezes o tripulante não se

encontra em condições de autoavaliação, elevando muito o risco da operação,

podendo chegar a um estado indesejável (acidente ou incidente aéreo).

De acordo com Kanashiro (2013) para a OACI, o adequado gerenciamento

da fadiga deve levar em consideração a duração total das jornadas de trabalhos dos

tripulantes. Isto significa que a duração do voo, bem como a jornada executada pela

tripulação é contada desde antes do voo até seu final, sendo contabilizadas ainda as

etapas entre o início e o fim quando houver, conforme colocado por Kanashiro (2013,

p. 193):

Para a Organização da Aviação Civil Internacional (OACI), a duração do trabalho das tripulações deve ser abordada sob dois principais aspectos: a duração do voo e a jornada de trabalho, que inclui não somente o voo, mas o envolvimento antes e após o voo e entre as etapas, se for o caso. Dessa forma, apesar das considerações sobre a multiplicidade dos fatores envolvidos na gênese da fadiga, a abordagem preventiva adotada internacionalmente consiste, basicamente, em regulamentações sobre os períodos mínimos de descanso e a duração máxima da jornada de voo das tripulações.

Sobre isto, é possível dentre as mudanças a entrarem em vigor com a nova

lei, é em relação a jornada de trabalho e hora de voo, que será a tabela de aclimatação

criada no RBAC - Regulamentos Brasileiros da Aviação Civil (RBAC)

– 117, pois a

mesma irá facilitar os limites de trabalho levando em consideração diversos fatores

que prejudicam o descanso dos tripulantes.

(13)

Deve-se ressaltar ainda que nova lei do aeronauta a entrar em vigor no ano

de 2020 é fundamental para o gerenciamento da fadiga porque a lei 7.183/84 já se

encontra defasada em relação ao crescimento tecnológico e mudanças climáticas,

surgindo assim a necessidade de criação de uma nova legislação que leve em

consideração o estudo do risco de fadiga, pois na maioria das vezes, quando se

concluía uma investigação de acidente aeronáutico, sempre se apontava como fator

principal, a falha humana, ignorando causas adjacentes.

De acordo com Struecker (2017), no Brasil, a lei 7.183 de 5 de abril de 1984

em vigência regula o exercício da profissão de aeronauta. Vale ressaltar que na época

em que foi sancionada representou importante conquista para os aeronautas, uma

vez que foi elaborada com o objetivo de garantir maior segurança do voo, pois até

então a Aviação Civil era subordinada ao Ministério da Aeronáutica e com regime

militar as forças sindicais foram enfraquecidas de modo que os aeronautas não

contavam com regulamentação que fizesse jus às responsabilidades da profissão. Ao

final da década de 1970, os sindicatos retomam a força necessária para dialogar com

diversos setores da aeronáutica para então instituir a lei de 1984.

No entanto, ela se encontra defasada não apenas por ter sido criada há

mais de três décadas, mas também porque na época a Aviação Civil não possuía, por

exemplo, uma visão integral do trabalho do aeronauta e da segurança de voo.

Além disso, é importante observar que a demanda do segmento na década

de 1970 era bastante inferior à existente na década de 2000 quando a Aviação Civil

demonstrou um expressivo crescimento:

Nos anos de 1970 a 1980, as empresas nacionais voaram em média, anualmente, 250 mil horas de voo, somadas as rotas domesticas e internacionais, e utilizaram as suas aeronaves, em média, 7 horas por dia. Entre os anos 2000 e 2010 o número de horas voadas anualmente ultrapassou a média de 1 milhão de horas, e a média de utilização das aeronaves subiu para 11 horas diárias, chegando até a 14 horas em algumas empresas ou épocas do ano de alta demanda. (STRUECKER, 2017, p. 19).

Ou seja, com o crescimento no segmento, melhorias na infraestrutura

aeroportuárias e criação de novas rotas domésticas, ligando cidades do interior do

Brasil a capitais, fazendo surgir a necessidade de concorrência a empresas

estrangeiras em voos internacionais, fazendo-se necessário alterações na

regulamentação para que o regime de trabalho ficasse melhor dividido entre voos

(14)

doméstico e voos internacionais com a criação das tripulações simples, composta e

de revezamento.

Segundo Struecker (2017) os principais pontos que demonstram a

defasagem desta lei estão relacionados ao descanso e jornadas de trabalho do

tripulante:

Ao partirmos para uma análise dos motivos que tornam a Lei 7.183/84 defasada e que tornam a sua atualização necessária, devemos partir dos principais pontos da mesma, que são a duração da jornada de trabalho, os limites de horas de voo permitidas, o tempo de descanso fora da base contratual e o número de folgas. (STRUECKER, 2017, p. 26).

Nesse contexto, portanto, a Nova Lei do Aeronauta Lei nº 13.475/2017 se

propôs a sanar os aspectos relacionados à jornada e descanso da tripulação que

pudessem interferir para o surgimento da fadiga do voo.

O prazo para a vigência da nova lei é até fevereiro de 2020, porém em

acordo com o SNA (2018), algumas mudanças vigoraram a partir do mês de março de

2018. As mudanças incluem:

Base contratual: De acordo com o SNA (2018) a base contratual é o local

onde o tripulante é registado. Ou seja, é o aeroporto determinado como a matriz ou

filial do tripulante. Antes, a jornada era contada a partir da apresentação do aeronauta

no local de trabalho, independente se fora ou na própria base domiciliar. Com a Nova

Lei, deverá ser definido um aeroporto como base contratual. Ainda de acordo com o

SNA (2018) o início ou encerramento do voo se der fora da base de trabalho, deve ser

acrescentada uma hora de descanso quando o referido local tiver 50 km da base de

trabalho. Nas situações em que a jornada for finalizada em aeroporto diferente da

base contratual, o repouso deverá ser de 2h.

Dentre as contribuições da nova lei, a criação da base contratual tem

importante valor porque leva em consideração que em grandes metrópoles por haver

dois ou mais aeroportos, o deslocamento entre eles pode ser complicado devido às

dificuldades existentes quanto à mobilidade humana.

Escala: De acordo com o SNA (2018) na lei antiga, a escala, no mínimo

semanal, deveria ser informada com até 2 dias de antecedência para a primeira

semana de cada mês e com 7 dias de antecedência para as demais semanas do mês.

Com a Nova Lei, a escala deverá ser no mínimo mensal e divulgada em até 5 dias

contendo os horários de início e término de voos, sobreavisos e folgas, etc.

(15)

A obrigatoriedade na publicação da escala com maior antecedência foi

importante avanço para os aeronautas, pois antes a escala era publicada

semanalmente e muitas vezes essas publicações eram fornecidas apenas para a

programação que o tripulante iria realizar. Isto dificultava em muito a vida social ou

familiar do tripulante, pois o mesmo não tinha como se programar ou marcar

compromissos pessoais. Com a nova lei, isso já é possível, pois o aeronauta fica

ciente sobre sua programação para o mês inteiro, facilitando para uma vida social e

familiar sem surpresas, melhor programada.

Remuneração em horas: De acordo com SNA (2018) quanto à variável de

remuneração, o pagamento por Km voados foi vedado, com a Nova Lei, os tripulantes

devem receber em horas de voo.

A remuneração passou a ser paga em horas de voo, motivo pelo qual,

algumas empresas pagavam em quilometragem, com o aumento do trafego aéreo e

grandes congestionamentos em terminais, faziam com que o voo ficasse em espera

para o sequenciamento de pouso, e muitas vezes, esse tempo não era remunerado,

pois o pagamento era feito de ponto a ponto, ademais, a velocidade diferenciada entre

aeronaves não era levada em consideração.

Tempo em solo: De acordo com o SNA (2018) os tripulantes passaram a

ser remunerados pelo tempo que passam em solo entre etapas de voo em uma

mesma jornada.

Esta mudança foi importante porque o tempo em solo gasto pelos

tripulantes em jornada de trabalho, de voos domésticos, era muito cansativo e não

remunerado, uma vez que era comum ficarem horas em locais sem descanso

apropriado ou sem conforto como, por exemplo, sentados em bancos de aeroportos.

Férias fracionadas: Segundo o SNA (2018) conforme art. 67, § 1º as férias

anuais de 30 dias poderão ser fracionadas em até duas vezes, quando feito acordo

coletivo.

As férias fracionadas também foram de grande conquista, motivo pelo qual,

pode-se programar uma viagem familiar, por exemplo. Com um número elevado de

tripulantes, e a dificuldade de se tirar férias junto com férias escolares, o tripulante

pode optar em fracionar as suas férias, tendo uma chance bem maior de ser atendida

em meses de alta estação.

(16)

Monofolga: Segundo Struecker (2017) a monofolga é distribuição das

folgas são aquelas de apenas um dia após a jornada de trabalho, o que não permite

que o tripulante tenha o descanso adequado.

A limitação da publicação de número de monofolgas no mês, e regras de

como fazê-la, deixou o tripulante mais tranquilo em relação ao seu descanso. Pois, se

esse mora em uma metrópole e enfrenta a dificuldade de mobilidade urbana, isso

afetaria diretamente no seu descanso. Esse avanço em relação às monofolgas, fez

com que, muitos tripulantes optassem em morar em cidades menores, em busca de

uma qualidade melhor para si e a família.

A lei 13.475/2017 foi de suma importância, uma vez que levou em

consideração a fadiga e seu gerenciamento. No entanto, as mudanças no limite de

horas de voo, em especial para aviões a jato pode trazer impactos aos voos Long Haul

(longas distâncias). As mudanças impedem que as companhias aéreas brasileiras

realizem algumas rotas como, por exemplo, entre o Brasil e o Emirados Árabes cuja

rota extrapola os limites impostos pela nova lei. Nesse caso, é possível que um texto

complementar na lei, levando em consideração que tripulações de revezamento em

descanso classe 1, conforme preconiza RBAC 117, poderiam ter o limite de hora de

voo ampliado, pois com o descanso adequado a bordo esse tempo sem estar

efetivamente no exercício da função poderia ser acrescido ao limite de horas de voo.

Com isso, haveria a possibilidade de aprovação de voos mais longos e com

e de concorrência com empresas estrangeiras, que não consideram esse período em

sua totalidade, como limite de hora de voo.

Já para os voos domésticos, as mudanças podem ser consideradas muito

benéficas. Pois pode ser muito cansativo para uma tripulação simples realizar diversos

pousos em uma única jornada, nesse caso, a redução no limite de horas voadas e

pousos por jornada contribui para evitar o referido desgaste.

De acordo com Medeiros Neto (2016) o pouso está entre as fases do voo

que mais representam riscos para a incidência de acidentes aéreos. Isto evidencia a

importância na alteração realizada pela nova lei.

A nova lei colocou mudanças importantes acerca do sobreaviso. No art. 43

da lei n. 13.475 define o sobreaviso como “Sobreaviso é o período não inferior a 3

(três) horas e não excedente a 12 (doze) horas em que o tripulante permanece em

local de sua escolha à disposição do empregador, devendo apresentar-se no

aeroporto ou em outro local determinado”. (BRASIL, 2017).

(17)

Uma das mudanças que merecem destaque quanto ao sobreaviso é o fato

de que para municípios que tenham dois aeroportos ou mais e, portanto, de difícil

locomoção para o tripulante como, por exemplo, o enfrentamento ao trânsito é que o

prazo entre a chamada e apresentação ao aeroporto aumentou de 90 minutos para

150 minutos. Ou seja, com a nova lei os tripulantes nessa situação têm um tempo

maior para se organizarem e se dirigirem ao aeroporto quando estiverem no

sobreaviso.

Com a nova lei o número de folgas mensais não deverá ser inferior a 10 e,

pelo menos duas das folgas deverão acontecer em sábado e domingo

consecutivamente, sendo que a primeira deverá ser iniciada até o meio dia do sábado.

(BRASIL, 2017).

De acordo com Palma (2002) o convívio regular com a família e amigos,

bem como a participação em eventos sociais com estes é fundamental para o

indivíduo, esfera na qual os pilotos de voos no Brasil são prejudicados.

Essa mudança é importante porque além de garantir um número maior de

folgas, também permite ao tripulante organizar melhor sua vida social e familiar como,

por exemplo, participar de eventos como festas de aniversários dos filhos, sair com

amigos que normalmente ocorrem aos sábados e domingos, etc., suprindo a

necessidade do indivíduo em firmar laços com seus entes e comunidades.

Outro ponto a ser destacado é que conforme afirma Lobato (2015, p. 27) “o

número de folgas dos pilotos de voo no Brasil é consideravelmente menor do que

aquelas aplicadas entre as maiores companhias aéreas ao redor do mundo.” Ou seja,

havia a necessidade de modernização no Brasil também quanto a essa questão.

Por fim, o RBAC 117 – instrumento que regulamenta a lei n. 13.475 de 28

de agosto de 2017

– propõe a aclimatação e acomodações específicas como

requisitos para Gerenciamento de Risco de Fadiga Humana. Este regulamento visa

garantir a eficiência do setor aeronáutico por meio de medidas que buscam gerenciar

os fatores que podem contribuir para a fadiga do voo. Nesse sentido, sabendo que

grande parte dos acidentes e incidentes aéreos têm como causa

(18)

3 A legislação do aeronauta, sua inovações e mudanças

3.1 AS PRINCIPAIS MUDANÇAS PARA A TRIPULAÇÃO TRAZIDAS PELA LEI N.

13.475 /17

Nesta seção serão discutidas as principais mudanças entre a Nova Lei do

Aeronauta n. 13.475/17 e a lei anterior n. 7.183/84, conforme observado no capítulo II.

O anexo 1 mostra de forma mais clara as principais mudanças trazidas

pela nova lei do aeronauta, como foi abordado no cap. 2. Como visto, dentre as

mudanças apresentadas, a base contratual foi uma importante conquista para os

tripulantes, uma vez que na lei n. 7.183/84 sequer havia menção a isto. Com sua

introdução, o tripulante pode se organizar melhor, além do tempo de repouso mais

adequado em situações específicas como assegurado no art. 25,

§ 2 da lei

13.475/17.

De modo geral, as mudanças estão mais relacionadas às características do

regime de trabalho do tripulante, estas mudanças como visto ao longo do referencial

teórico e discutido nas seções subsequentes impactam especialmente para o

gerenciamento do risco da fadiga, pois permitem ao tripulante descanso mais

adequado e possibilidades de organizarem melhor a rotina de trabalho e pessoal.

Portanto, contribuem para que em maior nível, o tripulante pode lidar melhor

com as obrigações profissionais sem que estas se sobreponham às suas

necessidades pessoais e sociais. Por exemplo, a publicação da escala com maior

antecedência permite que o tripulante possa assumir compromissos como a simples

marcação de uma consulta ou ida à reunião escolar dos filhos. As férias fracionadas

ou folga concedida por um sábado e domingo consecutivo no mês permite programar

um tempo maior com a família e/ou amigos.

1 Disponível em: https://carlosbarbosa.adv.br/site/wp-content/uploads/2017/07/Quadro-Comparativo-

(19)

3.2 IMPACTOS A TRIPULANTES DE VOOS LONG HAUL (LONGA DISTÂNCIA) E

SHORT HAUL (CURTA DISTÂNCIA)

Dentre outras razões, a jornada excessiva de trabalho a qual o tripulante é

submetido está associada ao surgimento da fadiga para esse piloto, o que pode

prejudicar sua capacidade de julgamento comprometendo a segurança do voo.

Os novos limites impostos pela lei 13.475/17 nas horas de jornada e voo

dos tripulantes pode beneficiar aqueles escalados para voos domésticos ou voos

internacionais de curta de distância, principalmente porque se propôs um novo limite

de pousos. Para profissionais da área como pilotos e copilotos, sabe-se que a

realização de diversos pousos durante a jornada de trabalho pode se tornar cansativa

e desgastante, o que evidencia a importância da nova regra.

No entanto, quanto aos voos de longa distância, podem ser feitas algumas

observações que podem justificar a proposta de estender em algumas horas a jornada

de trabalho e horas de voo do tripulante.

O primeiro ponto é que para as companhias aéreas com programa de

gerenciamento da fadiga, ou seja, aquelas reguladas pela ANAC – RBAC, propõe-se

três tipos de acomodações, a depender do tipo de tripulação, hora aclimatada

referente ao início da jornada, bem como horas da jornada e voo.

Desse modo, por exemplo, para uma tripulação composta com jornada

compreendida entre 00:00-05:59

2

tem a duração máxima de jornada em 14 horas,

dentre as quais, 12,5 horas são de voo efetivo. Para essa situação, exige-se a

acomodação do tipo classe 1, ou seja, o tipo mais confortável e tranquilo para o

descanso ou sono da tripulação, conforme descrito pela ANAC (2017, p.2) no RBAC

117:

(b) acomodação: (1) quando se referindo a acomodação a bordo de aeronave, significa uma cama ou assento instalado na aeronave a fim de proporcionar oportunidade para a tripulação descansar ou dormir, podendo assumir as classes abaixo: (i) acomodação Classe 1 significa uma cama ou outra superfície que permita dormir na posição horizontal, cuja localização seja separada tanto da cabine de comando quanto da cabine de passageiros, tenha temperatura controlada, possibilite que o tripulante controle a iluminação e seja isolada quanto a som e perturbação;

(20)

Assim, dependendo da classe de acomodação, quando completa e

suficiente para garantir que o período de descanso no voo seja igualmente satisfatório,

de modo que se torne possível estender o limite de horas jornada/voo através de

regulamentação complementar.

Essa medida surtiria efeito sobre dois aspectos, melhor remuneração dos

tripulantes e maior competitividade de companhias aéreas brasileiras. A nova lei do

aeronauta obriga que os tripulantes sejam remunerados com base nas horas voadas,

salvo exceções. Ou seja, com a possibilidade de terem as horas de voo aumentadas

conseguiriam um retorno financeiro melhor, fazendo com que se sintam mais

motivados, desde que levado em consideração também o gerenciamento do risco da

fadiga.

Outra questão que importa lembrar é o fato de que em breve, companhias

aéreas estrangeiras com legislações mais folgadas atuarão no Brasil e com

possibilidades de realizar voos internacionais de longa distância, coisa que

operadores aéreos brasileiros não poderão devido às limitações impostas.

Nesse caso, portanto, perde-se tanto em produtividade como em

competitividade, o que pode impactar para as companhias aéreas, profissionais da

área e economia do país ao longo prazo. Assim, propõe-se uma abordagem

equilibrada entre os interesses econômicos e a segurança do voo, de modo a garantir

a sustentabilidade das companhias aéreas brasileiras e sua importância para a

economia e desenvolvimento do país.

3.3 A IMPORTÂNCIA DA NOVA LEI DO AERONAUTA PARA A SEGURANÇA

OPERACIONAL DO VOO

Como visto, as principais mudanças estão relacionadas à jornada de

trabalho, horas de voo e ainda outras como as questões da publicação de escala com

maior antecedência que permitem ao tripulante assumir compromissos com a família,

amigos ou planejar melhor suas atividades pessoais como, por exemplo, marcar uma

consulta médica.

Ou seja, têm a oportunidade de descansar e organizarem melhor a vida

reduzindo a probabilidade da fadiga e aumentando a segurança operacional.

(21)

De acordo com Pivetta (2009) no Brasil, pilotos e copilotos de linhas

comerciais que têm a escala de trabalho estendida entre meia e às seis horas da

manhã tem 50% a mais de chance de comer falhas graves do que quando

comparados entre aqueles que trabalham nos turnos do dia.

Ainda de acordo com Pivetta (2009) para cada 100 horas de voo na

madrugada, os comandantes de aeronaves a jato podem cometer em média 9,5 erros

de nível 3 que são os considerados mais perigosos para a segurança operacional do

voo. Já entre os comandantes que trabalham nos turnos da manhã, dia e noite no

mesmo tipo de aeronave cometem uma média de 6,5 erros a cada 100 horas de voo.

No caso da nova lei do aeronauta, art. 42 “Será observado o limite máximo

de 2 (duas) madrugadas consecutivas de trabalho, e o de 4 (quatro) madrugadas totais

no período de 168 (cento e sessenta e oito) horas consecutivas, contadas desde a

apresentação do tripulante.” (BRASIL, 2017).

O organismo humano depende de um ajustado ritmo circadiano, mais

conhecido como relógio biológico. Assim, sabe-se que na madrugada o corpo é

programado para o repouso e sono. Um indivíduo que se mantém acordado por várias

madrugadas seguidas pode sofrer efeitos cansaço, sonolência, irritação e outros que

podem afetar suas capacidades físicas e cognitivas, em se tratando da tripulação

como é o caso de pilotos e copilotos essas consequências podem ser fatais,

evidenciando a importância dos limites relacionados às madrugadas consecutivas de

trabalho, uma vez que a reposição do sono é fundamental para qualquer pessoa.

As horas de voo e jornada de trabalho dos tripulantes também foram

reduzidas. De acordo com Kanashiro (2013) a OACI especifica que a jornada de

trabalho do tripulante deve ser compreendida sob os aspectos de duração do voo e a

jornada de trabalho, desse modo, o autor coloca que a gestão preventiva da fadiga

adotada por diversos países do mundo tem enfoque no mínimo estipulado para

descanso e máximo para a jornada de trabalho e horas de voo.

De acordo Mello et. al. (2009, p. 41):

Nas aerovias brasileiras essa realidade não é diferente, sendo cada vez mais alarmantes os índices de acidentes envolvendo a aviação civil. Uma significativa parte desses acidentes está relacionada à sonolência provocada por alterações nos ritmos circadianos desses trabalhadores. A necessidade de trabalhar por muitas horas seguidas sem pausa, a longa jornada de trabalho e, principalmente, o trabalho durante a madrugada, podem afetar os estados de vigília e de desempenho dos aeronautas, em função da falta de

(22)

sincronismo com a curva de temperatura corporal e também com os níveis de melatonina.

Porém, embora a duração das jornas e período de descanso sejam

fundamentais para garantir a saúde e bem-estar do tripulante, as razões para a fadiga

do voo não podem ser reduzidas a esses fatores, visto que a fadiga é fenômeno

complexo e multifatorial.

Embora o segmento aeronáutico tenha passado por modernizações, as

características do regime de trabalho não acompanhou as tais mudanças, assim é

comum que tripulantes, em especial pilotos e copilotos continuem a ser submetidos

“jornadas de trabalho com turnos irregulares, horas excessivas de trabalho,

necessidade de lidar com fuso-horário, privação do sono, privação do convívio familiar

e social, etc.” (GIUNTINI, 2016, p. 29).

Ainda de acordo com Giuntini (2016) dentre as áreas que garantem a satisfação

do profissional com relação ao trabalho está a área social que corresponde à posição

que o indivíduo ocupa na sociedade e a área psicológica cujas necessidades estão

relacionadas ao afeto e vínculos sociais cultivados.

Porém, as jornadas irregulares, a falta de folgas casadas, as incertezas quanto

à escala são fatores que podem dificultar a vida social e familiar do indivíduo, o que

gera angústia, insatisfação e pode interferir para o surgimento da fadiga.

Levando em consideração essas questões, outras mudanças propostas pela

Nova Lei do Aeronauta podem contribuir para a gestão da fadiga e consequentemente

para a segurança do voo. Dentre elas, merece destaque a questão das folgas que

além de terem aumentado de 8 para 10 no mês, limitam as monofolgas e asseguram

que duas vezes por mês, o tripulante terá folgas aos sábados e domingos

consecutivamente.

Ou seja, maior oportunidade de socializar, participar de eventos, festas ou

mesmo descansar com a família, sair com os amigos, etc. Outra mudança, é a

exigência da nova lei sobre a antecedência em informar ao tripulante sobre sua escala

mensal. Logo, mais uma oportunidade de sanar conflitos deixados pela lei anterior,

onde os tripulantes eram submetidos às incertezas sobre sua escala e quase que total

impossibilidade de se programar para qualquer atividade que não fosse a laboral.

Ressalta-se que tal flexibilidade e maior compromisso com o descanso da

tripulação é observada em países como Estados Unidos e Austrália, onde os níveis

de segurança são melhores do que os apresentados pelo Brasil. (LICATI et. al., 2016).

(23)

Cabe mencionar ainda o RBAC 117, principal instrumento a regulamentar a

nova lei do aeronauta

Na prática, ocorrerá como na figura 1, abaixo:

Figura 1 – Pirâmide pós Nova Lei Aeronáutica

Fonte: SNA (2018, p. 11).

Segundo o SNA (2018) a base da pirâmide refere-se à nova lei e todas as

empresas aeronáuticas deverão se submeter aos padrões e limites fixados. Porém, o

RBAC n° 117 regulamenta esta lei e deverá ser seguido por empresas de transporte

aéreo público (linha aérea e táxi aéreo), operações de serviço aéreo especializado e

operação privada.

No topo da pirâmide – nível 3 – estão previstas possíveis exceções a serem

seguidas por companhias que adotarem o Sistema de Gerenciamento do Risco da

Fadiga (SGRF):

No topo da pirâmide, há o que se convencionou chamar de “cases”. Serão voos/operações excepcionais, que extrapolam os limites da lei e do regulamento da Anac, mas que poderão ser autorizados, em regime de exceção, desde que se comprove, por meio de estudos, a viabilidade de sua execução, seja sob o aspecto técnico, seja sob o aspecto da fadiga humana. (SNA, 2017, p. 3).

(24)

Significa um sistema, aprovado pela ANAC, de monitoramento e gerenciamento contínuo dos riscos de segurança associados à fadiga, baseado em dados, princípios científicos e experiência operacional, que visa assegurar que o pessoal envolvido execute suas atividades sob um nível adequado de alerta. Um SGRF aprovado possibilita que sejam praticados limites operacionais diferentes dos constantes deste Regulamento.

No artigo 19 da Nova Lei do Aeronauta especificadas as disposições

preliminares do SGRF, ao que diz “As limitações operacionais estabelecidas nesta Lei

poderão ser alteradas pela autoridade de aviação civil brasileira com base nos

preceitos do Sistema de Gerenciamento de Risco de Fadiga Humana.” (BRASIL,

2017).

Ainda no art. 19, a lei 13.475/2017 dispõe que o SGRF deve ser

fundamentado a partir das normas e recomendações internacionais de aviação civil e

os processos de implementação ou atualização devem ser acompanhados pelo

sindicato dos aeronautas. (BRASIL, 2017).

Uma das exceções previstas são para a jornada de trabalho superior a 12

horas e a redução do período de descanso inferior a 12 horas para tripulações simples.

Essas exceções podem ser concedidas pela autoridade aviação civil brasileira, mas

somente mediante à convenção ou acordo coletivo de trabalho entre as operadoras e

o sindicato dos aeronautas. (BRASIL, 2017).

Segundo o SNA (2017, p. 11) esta ressalva é importante porque:

Por se tratar de um item que pode influenciar postos de trabalho, foi construído na tramitação da lei o entendimento de que é necessário um acordo coletivo entre a empresa e o SNA, a fim de mitigar quaisquer efeitos de redução de postos de trabalho.

Outros pontos relevantes dizem respeito às acomodações para descanso

a bordo de aeronave e à aclimatação do tripulante. Em relação às acomodações,

conforme disposto no art. 29 desta lei:

Será assegurado aos tripulantes de voo e de cabine, quando estiverem em voo com tripulação composta ou de revezamento, descanso a bordo da aeronave, em acomodação adequada, de acordo com as especificações definidas em norma estabelecida pela autoridade de aviação civil brasileira. (BRASIL, 2017).

Já a aclimatação refere-se à necessidade de garantir o ajuste biológico do

tripulante. Ou seja, significa “estado no qual o ritmo circadiano de um membro da

(25)

tripulação está sincronizado com a longitude da região onde o membro da tripulação

está, conforme os requisitos estabelecidos na seção”. (ANAC, 2017, p. 2).

Assim:

No início de uma jornada ou de um período de repouso em um novo local que difira em três fusos ou mais do local original, o tripulante é considerado aclimatado ao local original se a jornada ou o repouso no novo local se iniciar em menos de 36 horas após o início da jornada no local original, ou seja, se a soma da jornada com o tempo de repouso for igual ou inferior a 36 horas. (SNA, [online], 2019).

Já acomodação se refere ao tipo de compartimento disposto a bordo da

aeronave para o descanso ou sono do tripulante. As acomodações são divididas em

três classes, sendo a classe I, classe II e classe III (ANAC, 2017).

Para a acomodação classe I, exige-se que seja o local para descanso

seja à parte tanto da cabine de comando como da de passageiros. A cama ou

superfície similar deve proporcionar o descanso do tripulante na horizontal, ou seja,

deitado. Além disso, a temperatura deve ser controlada, bem como deve fornecer ao

tripulante um ambiente livre de ruídos ou qualquer perturbação, tendo ainda o

tripulante controle total da iluminação. (ANAC, 2017).

Já a acomodação classe II, é aquela em que o tripulante tem à sua

disposição um assento na cabine de passageiros da aeronave que “recline 45° ou

mais em relação à vertical, tenha 137,5 cm (55 pol) ou mais de distância entre

assentos, um assento de largura mínima de 50 cm (20 pol).” No entanto, a poltrona

deve ter suporte para as pernas e os pés. (ANAC, 2017).

Entretanto, embora esta acomodação seja situada na cabine de

passageiros, é necessário haver no mínimo uma cortina a separar entre passageiros

e tripulantes, pois é preciso garantir que o tripulante tenha um local escuro para o

descanso e que não seja importunado por passageiros ou outros membros da

tripulação. (ANAC, 2017).

Por fim, a acomodação classe III permite que o local de descanso seja na

cabine de passageiros ou cabine de comando. O assento deve reclinar 40° ou superior

a isto em relação à vertical com suporte para pernas ou pés também em posição

reclinada e com cortina que separe os tripulantes dos demais, permita que o lugar seja

escurecido. Ademais, a poltrona deve ser isolada das demais, ou seja, não pode ser

adjacente de nenhuma poltrona de passageiro.

(26)

Na figura 2 abaixo, é possível verificar um exemplo de como isso se dá isto

na prática.

Figura 2 – Tipos de acomodação

Fonte: ANAC ([201-?], p. 5).

Outra questão relevante é que com as novas regras, possivelmente serão

aumentados os postos de trabalho, uma vez que:

Além de um estudo prévio, as entidades representativas dos aeronautas defendem que jornadas de tripulações compostas maiores do que 14 horas podem causar diminuição de postos de trabalho, pois voos que normalmente se usam tripulações de revezamento poderão ser realizados com tripulações compostas) e este tema tratado sem a participação da entidade legal representativa dos aeronautas, pode causar uma insegurança jurídica muito grande pois ultrapassa os limites da lei de criação da ANAC. (ANAC, [201-?], p. 5).

Portanto, os pontos levantados sugerem que com o vigor da Nova Lei do

Aeronauta, a aviação civil brasileira poderá evoluir ao aderir as normas e

recomendações internacionais da aviação civil com a modernização da legislação

pertinente e suas práticas.

(27)

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo buscou identificar as principais mudanças trazidas pela lei 13.475

/17, bem como compreender quais foram os impactos para a tripulação de linhas

aéreas. Os objetivos específicos foram identificar as principais mudanças entre a Nova

Lei do Aeronauta n. 13.475 /17 e a lei anterior de 1984; conhecer como as mudanças

afetarão os tripulantes de voos Long Haul (longa distância) e Short Haul (curta

distância) e; compreender os impactos gerados pelas referidas mudanças para a

tripulação do voo e sua importância para a segurança operacional do voo.

Assim, identificou-se que as principais mudanças entre a lei 7.183 de 1984

e a nova lei 13.475 de 2017 contemplam redução nas jornadas de trabalho e aumento

no descanso, além de medidas que permitem ao tripulante organizar melhor sua vida

pessoal e profissional como as mudanças feitas no sobreaviso, publicação da escala

de jornada de trabalho com 5 dias de antecedência para o mês subsequente, as folgas

obrigatórias de um final de semana por mês, férias fracionadas e também mudanças

relacionadas à remuneração tornando mais justa e adequada, uma vez que o

tripulante passará a receber por horas voadas.

Viu-se que quanto à redução na jornada de trabalho e limite de horas, além

da redução no número de pousos, pode beneficiar especialmente tripulantes de curta

duração, visto que realizar várias viagens e pousos na mesma jornada pode ser muito

cansativo. Entretanto, conforme colocado no estudo, é possível que essa medida

cause impactos para as viagens de longas distâncias, impedindo que as companhias

aéreas possam concorrer com empresas estrangeiras do setor que têm uma

legislação menos limitante.

De modo geral, identificou-se que as mudanças da nova lei do aeronauta

n. 13.475 /17 visam reduzir o risco da fadiga. Sabendo que há uma estreita relação

entre fadiga e acidentes/incidentes aeronáuticos, seu gerenciamento pode aumentar

a segurança operacional.

No entanto, é importante atentar para o fato de que deve haver um

equilíbrio entre o gerenciamento do risco da fadiga e rentabilidade das companhias

aéreas brasileiras, pois embora a segurança operacional do voo seja fundamental

para a sobrevivência de uma empresa do ramo, esta também depende de obter lucros

para manter empregos e suas contribuições à economia do país.

(28)

Ou seja, um não deve se sobrepor ao por outro, por isso, a necessidade de

estudar a fundo o que pode ser feito para que ambos sejam executados com eficiência

– segurança operacional e rentabilidade. Neste estudo, foi sugerido que tripulações

com direito a descanso classe 1 conforme RBAC 117, poderiam ter o limite de horas

de voo ampliado porque dispõem de condições ideais de descanso ou sono a bordo.

Portanto, as principais mudanças trazidas pela nova lei do aeronauta n.

13.475 /17 trarão impactos positivos às tripulações de voo no Brasil, contribuindo para

as melhores condições de trabalho, gerenciamento do risco da fadiga e maior nível de

segurança operacional do voo. Apenas vale ressaltar como já dito anteriormente que

mais estudos são necessários para manter a aviação civil no Brasil em constante

crescimento.

(29)

REFERÊNCIAS

ALBUQUERQUE, C. J. W.; RAMOS, A. C. Fadiga Aérea: A relação entre estresse,

fadiga e qualidade de vida do aeronauta. Rev. Ibirapuera, São Paulo, n. 15, p. 23

31, Jan/Jun 2018.

ANAC. O que pode mudar na vida dos aeronautas. Brasília. [2019].

ANAC. Regulamento Brasileiro da Aviação Civil. RBAC n. 117, emenda n. 00.

Requisitos para o Gerenciamento da Fadiga Humana. 13 de março de 2019.

BARBOSA, C.

Quadro Comparativo entre a Lei 7.183/84 e a “Nova Lei do

Aeronauta. In: Carlos Barbosa - Direito Aeronáutico, 2017. Disponível em:

https://carlosbarbosa.adv.br/site/wp-content/uploads/2017/07/Quadro-Comparativo-

Nova-Lei-do-Aeronauta.pdf Acesso em: 20 de julho de 2019.

BRASIL. Lei nº 7.183, 05 de abril de 1984. Regula o exercício da profissão de

aeronauta e dá outras providências. Disponível em

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L7183.htm. Acesso em: 02 de maio de

2019.

BRASIL. Lei nº 13.475, de 28 de agosto de 2017. Dispõe sobre o exercício da

profissão de tripulante de aeronave, denominado aeronauta; e revoga a Lei no

7.183, de 5 de abril de 1984. Disponível em:

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/L13475.htm. Acesso em:

02 de maio de 2019.

CASAGRANDE, V. Os riscos da fadiga. Aero Magazine, 2015. Disponível em:

https://aeromagazine.uol.com.br/artigo/os-riscos-da-fadiga_2315.html. Acesso em:

03 de abril de 2019.

CENIPA. História do CENIPA. [2019].

Disponível em: http://www2.fab.mil.br/cenipa/index.php/historico. Acesso em: 02 de

abril de 2019.

Comissão Nacional da Fadiga Humana - CNFH. Guia de Investigação da Fadiga

Humana em Ocorrências Aeronáuticas.

– Comitê Nacional de Prevenção de

Acidentes Aeronáuticos CNPAA Brasília/DF 2017.

GIUNTINI, F. A importância da prevenção de substâncias psicoativas na

Aviação Civil - Pilotos de Aeronaves. 2016. 37 f. Monografia. Universidade do Sul

de Santa Catarina. Palhoça, SC: 2016. Disponível em:

https://riuni.unisul.br/bitstream/handle/12345/3078/Monografia-

%20F%c3%81BIO%20PAULO%20GIUNTINI.pdf?sequence=1&isAllowed=y Acesso

em: 19 de julho de 2019.

KANASHIRO, R. G. Jornada de voo na Aviação de Transporte e a Prevenção da

Fadiga. R. Conex. SIPAER, v. 4, n. 2, mar-abr 2013.

(30)

LICATI, P. et. al. Relatório FRMS dos Aeronautas: Uma Abordagem Científica

Para o Gerenciamento do Risco da Fadiga Humana na Aviação Civil Brasileira.

São Paulo, 2016. Disponível em:

http://fep.if.usp.br/~tulio/ASAGOL/FRMS/Relat%F3rio-FRMS-Parte%20II.pdf. Acesso

em: 08 de abril de 2019.

MEDEIROS NETO, M. P. Veículos Aéreos Não Tripulados e Sistema de Entrega:

Estudo, Desenvolvimento e Testes. 2016. 104f. Dissertação de Mestrado.

Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Natal, RN: 2016.

MELLO, M. T. O piloto comercial e a jornada de trabalho: o tempo de jornada, o

descanso e os acidentes, aspectos relacionados ao fator humano – uma revisão de

literatura. Rev. Conexão SIPAER, v. 1, n. 1, nov. 2009. Edição de Lançamento.

Disponível em:

https://pdfs.semanticscholar.org/2e99/8f1dceb1265cd50f3cd84df643cd91710070.pdf

Acesso em: 20 de julho.

NASCIMENTO, G. H. P. Identificação das influências do Fator Humano, Fadiga

e Desgaste Psicossocial dos Pilotos de Aviação Civil na Causalidade de

Acidentes Aéreos: uma revisão da literatura. In: XXXVI Encontro Nacional de

Engenharia de Produção. João Pessoa/PB, Brasil de 03 a 06 de outubro de 2016.

Disponível em:

http://www.abepro.org.br/biblioteca/TN_STO_229_339_29924.pdf Acesso em: 12 de

abril de 2019.

PELLEGRINELLI, A. T. et. al. Análise da Fadiga no Tripulante da Aviação

Executiva. In: Aeronautas Org. 2015. Disponível em:

https://www.aeronautas.org.br/wp-content/uploads/2015/08/An%C3%A1lise-da-

Fadiga-no-Tripulante-da-Avia%C3%A7%C3%A3o-Executiva.pdf

Acesso em: 10 de abril de 2019.

PIVETTA, M. O risco dos corujões. Rev. Pesquisa Fapesp. n. 162, ago. 2009.

Disponível em: https://revistapesquisa.fapesp.br/2009/08/01/o-risco-dos-corujoes/

Acesso em: 15 de julho de 2019.

SCALETSKY, E. C. et. al. Aeronautas e a década de 80: a categoria retoma suas

lutas. In: ANPUH - XXII Simpósio Nacional de História, João Pessoa, 2003.

Disponível em: https://anpuh.org.br/uploads/anais-simposios/pdf/2019-

01/1548177544_6aaeef06046f3bc7bc48a16d8b82e3ff.pdf Acesso em: 14 de julho

de 2019.

SINDICATO NACIONAL DOS AERONAUTAS – SNA. ANAC publica texto final do

RBAC 117; veja análise preliminar do SNA. 2019. Disponível em:

https://www.aeronautas.org.br/not%C3%ADcias-secund%C3%A1rias/318-destaque-

1/8354-anac-publica-texto-final-do-rbac-177-veja-an%C3%A1lise-preliminar-do-

sna.html Acesso em: 11 de maio de 2019.

(31)

SINDICATO NACIONAL DOS AERONAUTAS – SNA. Nova Lei do Aeronauta:

Conheça as novidades da lei 13.475 e da nova CCT da aviação regular. 2018.

Disponível em: https://www.aeronautas.org.br/sobremanchete/7392-

conhe%C3%A7a-as-novidades-da-lei-13-475-e-da-nova-cct.html Acesso em: 14 de

julho de 2019.

STRUECKER, R. A. Impactos da lei 13.475/2017, a Nova Lei do Aeronauta, para

empresas e tripulantes que operam sob as normas do RBAC 121. Monografia

(Especialização em Gestão e Direito Aeronáutico). Universidade do Sul de Santa

Catarina. Palhoça, 2017.

(32)

NOVA LEI DO AERONAUTA

Mudança Lei no 7.183, de 5 de abril de

1984.

Lei no 13.475, de 28 de agosto de 2017

Base contratual Esta lei não faz menção à base contratual para tripulantes de linhas aéreas regulares.

Art. 23. Entende-se por base contratual a matriz

ou filial onde o contrato de trabalho do tripulante estiver registrado.

Art. 25. Será fornecido pelo empregador

transporte gratuito aos tripulantes de voo e de cabine sempre que se iniciar ou finalizar uma programação de voo em aeroporto situado a mais de 50 (cinquenta) quilômetros de distância do aeroporto definido como base contratual.

§ 1 O tempo de deslocamento entre o aeroporto

definido como base contratual e o aeroporto designado para o início do voo será computado na jornada de trabalho e não será remunerado.

§ 2 No caso de viagem que termine em aeroporto

diferente do definido como base contratual e situado a mais de 50 (cinquenta) quilômetros de distância, a jornada de trabalho será encerrada conforme o disposto no art. 35, e o repouso mínimo regulamentar será acrescido de, no mínimo, 2 (duas) horas.

Escala Art. 17 A determinação para a

prestação de serviço dos aeronautas, respeitados os períodos de folgas e repousos regulamentares, será feita: a) por intermédio de escala especial ou de convocação, para realização de cursos, exames relacionados com o

adestramento e verificação de

proficiência técnica; b) por intermédio de escala, no mínimo semanal, divulgada com antecedência mínima de 2 (dois) dias para a primeira semana de cada mês e 7 (sete) dias para as semanas subseqüentes, para os vôos de horário, serviços de reserva, sobreaviso e folga; e c) mediante convocação, por necessidade de serviço.

Art. 26. A prestação de serviço do tripulante

empregado no serviço aéreo definido no inciso I do caput do art. 5o , respeitados os períodos de folgas e repousos regulamentares, será determinada por meio de:

I - escala, no mínimo mensal, divulgada com antecedência mínima de 5 (cinco) dias, determinando os horários de início e término de voos, serviços de reserva, sobreavisos e folgas, sendo vedada a consignação de situações de trabalho e horários não definidos;

II - escala ou convocação, para realização de cursos, reuniões, exames relacionados a treinamento e verificação de proficiência técnica.

§ 1 Em 4 (quatro) meses do ano, as empresas

estão autorizadas, caso julguem necessário, a divulgar escala semanal para voos de horário, serviços de reserva, sobreavisos e folgas com antecedência mínima de 2 (dois) dias, para a primeira semana de cada mês, e de 7 (sete) dias, para as semanas subsequentes.

§ 2 Para voos exclusivamente cargueiros, é

autorizada a divulgação de escala semanal para voos de horário, serviços de reserva, sobreavisos e folgas com antecedência mínima de 2 (dois) dias, para a primeira semana de cada mês, e 7 (sete) dias, para as semanas subsequentes.

§ 3 Os limites previstos no inciso I do caput deste

Referências

Documentos relacionados

Por isso, é importante acompanhar as recomendações da Previc para manter sua entidade em conformidade com as regras e melhores práticas de gestão?. E você, tem alguma

Os autores fazem um estudo retrospectivo de todos os óbitos de mulheres na idade reprodutiva (10 a 49 anos), registrados no município de São Luís, entre os anos de 1987

partes, o contrato transita para o NRAU, considerando-se celebrado com prazo certo pelo período de 2 anos e com a renda limitada ao máximo anual de 1/15 do VPT. Carência

Vimos que quase todos os projetos de adequação ambiental avaliados possuíam áreas agrícolas de baixa aptidão agrícola, as quais podem ser usadas para suprir parcialmente o deficit

Os vários modelos analisados mostram consistência entre as diferenças de precipitação do experimento do século vinte e os experimentos com cenários futuros, no período de

Existem quatro armários na sala, um que serve para arrumar livros e materiais utilizados pela educadora, outros dois que servem de apoio aos adultos da sala e

Diante desse quadro, o Instituto de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) desenvolveu o presente estudo sobre os custos de produção do café das montanhas do

koji prihvatiše Put Života, prebivaju u Svetlosti Elohima.. Oni, koji prihvatiše Put Života, prebivaju u Svetlosti