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Relatório estágio profissional

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Academic year: 2021

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ESTÁGIO PROFISSIONALIZANTE

Relatório Final

JÚLIO MIGUEL DIAS BRISSOS | 2014242

Orientador: Prof. Doutor Fernando Cirurgião

Regente: Prof. Doutor Rui Maio

MESTRADO INTEGRADO EM MEDICINA

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Agradecimentos

Aos amigos que a faculdade me deu: Beatriz, Cavaco, Diana, Diogo, Eduardo, Francisco, Maria, Pedrosa e Rui. Acompanharam-me e levaram-me mais longe. Fizeram-me melhor. Sem vocês estes anos não teriam tanta cor. Convosco repetia.

Ao Pedrosa e ao Joaquim, a amizade já a trazíamos, agora levamos as histórias. São Plácido terá saudades. Aos meus pais, metade do que hoje conquisto é vosso. À minha avó, sei que genuinamente esperas que seja

tudo como eu desejo. Ao meu irmão, porque sei que desejas o meu sucesso tanto quanto eu. A outra metade

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Índice

1. Introdução ... 3

2. Síntese das Atividades Desenvolvidas ... 4

2.1 Pediatria ... 4

2.2 Ginecologia e Obstetrícia ... 4

2.3 Saúde Mental ... 5

2.4 Medicina Geral e Familiar ... 6

2.5 Medicina Interna ... 6

2.6 Cirurgia Geral ... 7

3. Elementos Valorativos ... 7

4. Reflexão Crítica ... 8

5. Anexos ...11

GLOSSÁRIO DE SIGLAS E ABREVIATURAS

DGS – Direção Geral de Saúde; GINA – Global Iniciative for Asthma; HBA – Hospital Beatriz

Ângelo; HCD – Hospital CUF Descobertas; HFF – Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca; HSAC – Hospital de Santo António dos Capuchos; HSFX – Hospital São Francisco Xavier; ITU – Infeção do Trato Urinário; MIM – Mestrado Integrado em Medicina; SU – Serviço de Urgência; UC – Unidade Curricular; USF – Unidade de Saúde Familiar

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1. Introdução

O ensino pré-graduado da medicina tem como filosofia preparar médicos com conhecimentos e competências que lhes permitam aprender autonomamente ao longo da sua carreira. Durante estes 6 anos de ensino, o futuro médico deve adquirir um conjunto de aptidões e valores que o incentivem a tornar-se num profissional empenhado nos fundamentos da prática médica: base científica, princípios éticos, abordagem humanista, aperfeiçoamento próprio e promoção da saúde e bem-estar da comunidade que serve. Nesse sentido, o Estágio Profissionalizante do 6º ano do MIM surge como elo de ligação entre a formação e o exercício da profissão, assentando na capacitação do estudante num ambiente protegido e num exercício clínico orientado.

Este relatório pretende ser um resumo e uma autorreflexão sobre as atividades desenvolvidas ao longo do presente ano letivo, as quais são também resultado do meu percurso em anos anteriores. Estrutura-se o relatório da seguinte forma: 1. Introdução (presente secção), onde elenco os objetivos gerais e o fio condutor do mesmo; 2. Síntese das atividades desenvolvidas, onde é feita uma descrição objetiva e representativa dos estágios parcelares; 3. Elementos Valorativos, onde refiro as atividades extracurriculares que desenvolvi;

4. Reflexão Crítica, que compreende a análise retrospetiva do meu trabalho ao longo deste período e 5. Anexos, onde incluo a certificação de atividades extracurriculares, assim como complementos elucidativos

referentes aos estágios parcelares.

Para este estágio profissionalizante, servindo-me das Unidades Curriculares do 6º ano, defini como

objetivos gerais:

1. Capitalizar as aptidões previamente adquiridas para a resolução de problemas, identificando áreas a aperfeiçoar;

2. Identificar e hierarquizar as situações de emergência médica e de risco de vida; 3. Conhecer as principais patologias médicas e cirúrgicas;

4. Identificar corretamente os problemas dos doentes e implementar um plano de gestão;

5. Comunicar e interagir eficazmente com os doentes, famílias e profissionais envolvidos na prestação de cuidados de saúde;

6. Demonstrar comportamento profissional a nível pessoal e interpessoal; 7. Adquirir as capacidades necessárias ao trabalho em equipa;

8. Reconhecer os meus limites e saber quando pedir ajuda.

Estabeleci, também, objetivos particulares para cada estágio parcelar, os quais identifico na síntese das atividades desenvolvidas.

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2. Síntese das Atividades Desenvolvidas

2.1 PEDIATRIA

– 9 de setembro a 4 de outubro de 2019 (4 semanas)

Tutora: Dr.ª Sílvia Bacalhau; Local: Centro da Criança e Adolescente do Hospital CUF Descobertas

O meu estágio profissionalizante teve início com a rotação de Pediatria. Defini como objetivos

prioritários: (1) o reconhecimento das patologias mais comuns na criança e adolescente; (2) aquisição dos

princípios gerais de atuação em contexto de urgência. As atividades práticas iniciavam-se com a reunião de discussão de doentes, na presença de toda a equipa médica. A maior parte do meu tempo de estágio foi dedicado ao internamento, onde colaborei ativamente na recolha de história clínica, realização de exame objetivo, discussão de hipóteses diagnósticas e proposta terapêutica. Nesta valência contactei principalmente com os problemas comuns na idade pediátrica, nomeadamente febre sem foco, ITU e gastroenterites agudas, mas também com patologias menos frequentes, como doenças do movimento. Acompanhei semanalmente a Dr.ª Sílvia Bacalhau no serviço de urgência (SU) e em consulta programada de pediatria geral. No primeiro, contactei com as principais patologias agudas neste grupo etário, tendo ainda assistido a vários procedimentos médicos e de enfermagem. Por sua vez, a consulta programada possibilitou-me o contacto com crianças nos diferentes estádios do desenvolvipossibilitou-mento psicomotor. Foi-possibilitou-me, também, dada a oportunidade de assistir a outra tipologia de consultas, nomeadamente de cirurgia e ortopedia pediátrica (Dr. João Goulão e Dr. Manuel Cassiano Neves, respetivamente). Na componente formativa, assisti a várias sessões clínicas, participei no workshop de Urgência Pediátrica, realizei uma história clínica e apresentei o tema “Abordagem à criança desidratada”.

2.2 GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA

– 7 a 31 de outubro de 2019 (4 semanas)

Tutora: Dr.ª Ana Paula Pereira; Local: Hospital Beatriz Ângelo

Para este estágio defini como objetivos pessoais: (1) aquisição e consolidação dos princípios gerais da atuação nas doenças mais comuns na ginecologia e obstetrícia; (2) treino do exame ginecológico e mamário; (3) diagnóstico de trabalho de parto e assistência ao parto normal. Este estágio parcelar encontra-se separado em 2 blocos: 2 semanas dedicadas à Ginecologia e 2 semanas dedicadas à Obstetrícia. Independentemente do bloco em que me encontrava, frequentei semanalmente o SU, onde obtive autonomia progressiva na realização do exame ginecológico e colaborei pontualmente no diagnóstico e assistência ao trabalho de parto em curso. Contactei principalmente com infeções ginecológicas, hemorragias uterinas anómalas e dor e desconforto pélvico na gravidez. Assisti também a partos eutócicos, distócicos e participei em 2 cesarianas como 2º ajudante. No âmbito da Ginecologia, participei na consulta externa, sobretudo em consulta de pavimento pélvico e de ginecologia oncológica, tendo ainda assistido a

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consultas de patologia mamária; observei a realização de exames, nomeadamente ecografia e colposcopia, assim como procedimentos com papel terapêutico, como a vaporização LASER; frequentei o bloco operatório enquanto elemento espectador ou 2º ajudante, tendo assistido principalmente a cirurgias uroginecológicas e oncológicas; participei em sessões de discussões de casos clínicos e realizei a apresentação do artigo

“Clinical Practice Guideline for the Management of Asymptomatic Bacteriuria: 2019 Update by the Infectious Diseases Society of America”. Na vertente obstétrica, frequentei a enfermaria, onde acompanhei a equipa

médica e de enfermagem na revisão do puerpério e observei a indução de trabalhos de parto em internamentos eletivos. Participei, também, em consultas obstétricas, principalmente em consulta pré-parto (ainda que em número muito reduzido), e assisti à realização das ecografias programadas na vigilância da gravidez de baixo risco. Assisti, ainda, a várias sessões clínicas e participei no workshop “The Woman” (Prof.ª Doutora Teresinha Simões).

2.3 SAÚDE MENTAL

– 4 a 29 de novembro de 2019 (4 semanas)

Tutor: Dr. João Carlos Melo; Local: Hospital Prof. Doutro Fernando Fonseca, Hospital de Dia de Psiquiatria Tendo realizado o estágio da UC Psiquiatria do 5º ano no Serviço de Psiquiatria do Hospital de Vila Franca de Xira, optei por completar a minha formação em Saúde Mental fora do contexto de internamento de patologia aguda. Nesse sentido, defini como objetivos pessoais: (1) reconhecimento das principais síndromes psiquiátricas; (2) treino da anamnese e exame do estado mental; (3) aprofundar conhecimentos sobre a terapêutica não-farmacológica na reabilitação do doente psiquiátrico e (4) integrar as rotinas do Hospital de Dia, procurando estabelecer uma relação médico-doente de confiança. Durante o meu estágio, colaborei em atividades como: grupo psicoterapêutico, onde se procura um ambiente de confiança em que os doentes exprimem voluntariamente as suas preocupações; hidroginástica; gestão doméstica e culinária; grupos temáticos, em que os doentes decidem por votação qual o tema a abordar (ex.: insegurança). Estas atividades, para além da sua ação terapêutica, têm por objetivo treinar competências sociais, atividades de vida diária e garantir adesão à terapêutica. São coordenadas por uma equipa multidisciplinar, constituída por médicos, enfermeiros, psicólogos e terapeutas ocupacionais. Assisti, também, a sessões clínicas no formato de Journal Club ou Caso Clínico e a reuniões com as esquipas comunitárias. Dediquei uma semana de estágio ao internamento de agudos, onde assisti a entrevistas clínicas, colaborei em registos clínicos e assisti a sessões de eletroconvulsivoterapia. Por dois dias acompanhei, ainda, o Dr. João Carlos Melo no SU. As patologias com que mais contactei durante o estágio foram: Esquizofrenia, Doença Bipolar e Perturbações da Personalidade. Como elemento formativo, realizei uma história clínica de uma doente com diagnóstico de perturbação de sintoma somático.

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2.4 MEDICINA GERAL E FAMILIAR

– 2 de dezembro de 2019 a 10 de janeiro de 2020 (4 semanas) Tutora: Dr.ª Rita Loureiro; Local: USF Santo Condestável

Defini como principais objetivos: (1) identificar e atuar sob fatores de risco; (2) saber realizar o Registo Médico Orientado por Problemas; (3) atuar de forma autónoma perante as situações mais comuns na prática da Medicina Geral e Familiar. Participei maioritariamente em consultas de Saúde de Adultos, pelo que o meu estágio incidiu nas patologias de elevada prevalência, principalmente Hipertensão Arterial, Diabetes, obesidade e abuso do tabaco. Em consulta aberta contactei predominantemente com infeções respiratórias altas, o que justifico pelo facto de ter realizado este estágio nos meses de inverno. Assisti, semanalmente, a consultas de Saúde Infantil e, com menor frequência, de Planeamento Familiar, Saúde Materna e do Puerpério. Tive, também, oportunidade de assistir a consultas médicas e de enfermagem no domicílio. Observei um total de 250 consultas, contudo, apesar de um dos meus objetivos incidir no ganho de autonomia em contexto de Medicina Geral e Familiar, apenas conduzi 6 consultas com supervisão indireta. Colaborei, também, no projeto “Walk with a doc”, dinamizado pela Dr.ª Rita Loureiro, no qual é realizada uma caminhada mensal coletiva dirigida à população abrangida pela USF, habitualmente precedida por uma palestra focada em fatores de risco cardiovasculares. No final do meu estágio, realizei a apresentação do

“Global Iniciative for Asthma Report: ASTHMA MANAGEMENT AND PREVENTION for adults and children older than 5 years old – Updated 2019”.

2.5 MEDICINA INTERNA

– 20 de janeiro a 13 de março de 2020 (8 semanas)

Tutor: Dr.ª Marta Moitinho; Local: Hospital de Santo António dos Capuchos, Serviço de Medicina 2.3 Neste estágio parcelar, defini como objetivos pessoais: (1) desenvolver autonomia e responsabilidade progressiva; (2) reconhecer critérios de gravidade e saber os princípios gerais da atuação em contexto de urgência; (3) desenvolver uma comunicação eficaz com outros profissionais, assim como com doentes e familiares. Diariamente, iniciavam-se as atividades com a discussão e distribuição dos doentes da tira médica, ficando eu responsável por 1 a 3 destes. Eram minhas funções realizar a anamnese, exame objetivo, requisitar e interpretar exames complementares de diagnóstico e realizar o registo clínico. No final da manhã, a equipa reunia e contribuía ativamente para a discussão diagnóstica e instituição de medidas terapêuticas. Elaborei, também, notas de alta e em determinadas ocasiões ficou a meu cargo o pedido de colaboração ou discussão de casos clínicos com outras especialidades, assim como a comunicação com familiares. Realizei pequenos procedimentos, nomeadamente colheitas de sangue arterial e venoso, assim como colheitas de exsudados faríngeos. Semanalmente, decorria a visita médica, onde apresentava os meus doentes à restante equipa médica do serviço. As patologias com que contactei mais frequentemente, tendo em conta o diagnóstico de

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saída, pertenceram ao foro respiratório, cardiovascular e genitourinário. Destaco o facto de 40% dos doentes observados apresentarem algum grau de dependência e o número médio de comorbilidades ser de 3.74. Adicionalmente, acompanhei semanalmente um dos elementos da minha equipa no SU, onde realizei anamnese, exame objetivo e registo clínico sob supervisão direta, contribuindo depois para a elaboração de hipóteses de diagnóstico e respetivo tratamento. Acompanhei, ainda, a Dr.ª Marta Moitinho em algumas consultas de doenças autoimunes, onde constatei a diversidade das suas manifestações clínicas e elevada variabilidade interindividual, dificultando o diagnóstico. Assisti, também, a sessões clínicas a cargo dos médicos do serviço, a um curso de eletrocardiografia e participei nos workshops de Medicina Interna realizados na faculdade. No final do estágio, elaborei um trabalho sobre “Infeções associadas aos cuidados

de saúde”, cuja apresentação não foi possível pela suspensão das atividades clínicas, motivado pela

pandemia SARS-CoV-2.

2.6 CIRURGIA GERAL

– 1 a 19 de junho (3 semanas)

Tutor: Dr. João Grenho; Local: Ensino à distância (programado para o Hospital Beatriz Ângelo)

Este estágio parcelar ficou marcado pelo facto de não ter sido realizado de forma presencial (Hospital Beatriz Ângelo) e na duração previamente definida (8 semanas), o que se deveu à pandemia a SARS-CoV-2. Previamente à suspensão das atividades clínicas, os meus objetivos pessoais eram: (1) reconhecer as principais síndromes cirúrgicas e a sua abordagem; (2) saber distinguir situações clínicas com indicação cirúrgica eletiva e urgente; (3) treino de técnicas de assepsia e de pequena cirurgia. Durante estas 3 semanas, realizei 10 sessões via videochamada com o meu grupo de trabalho e tutor, onde explorámos algumas das principais patologias cirúrgicas em contexto de urgência (apendicite aguda, colecistite, colangite, etc), adotando uma metodologia de casos clínicos. Duas destas sessões foram reservadas para a preparação do trabalho apresentado no minicongresso, nomeadamente “Doença de Crohn – Generalidades e Tratamento

Cirúrgico”. Em adição, durante este período optei por dirigir o meu estudo teórico à Cirurgia Geral e, na

tentativa de colmatar a ausência do contacto com o doente, recorri à plataforma online AMBOSS®, a qual disponibiliza casos clínicos focados na prevenção, abordagem diagnóstica, terapêutica e gestão do doente.

3. Elementos Valorativos

Durante o estágio profissionalizante, no sentido de consolidar conhecimentos e como complemento à formação curricular, participei nas II Jornadas de Medicina Geral e Familiar (Anexo 3) e no VI Congresso

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Por considerar estes eventos indissociáveis da formação académica e por compreender que o seu contributo é tanto maior quanto mais profundo o nível de envolvência, colaborei nas III e IV Jornadas

Médicas da NOVA (Anexos 5 e 6) enquanto membro do Departamento Logístico e Financeiro.

No que diz respeito à experiência académica adquirida ao longo do curso, desempenhei o papel de

monitor nas UC de Anatomia e Fisiologia (Anexos 7 e 8). Este exercício, que considero de extrema

importância pelo papel vital que o ensino tem na medicina, permitiu-me não só consolidar conhecimentos científicos como também desenvolver capacidades comunicacionais.

Tratando-se da minha principal área de interesse, ao longo do meu percurso académico procurei desenvolver os meus conhecimentos na Medicina Desportiva. Desta forma, frequentei os seguintes eventos:

▪ Medicina do Exercício (Anexo 9)

▪ Entre os hospitais e as Olimpíadas | Prescrição de Exercício Físico (Anexo 10) ▪ Nutrição e Performance Desportiva (Anexo 11)

▪ II Medfit: Congresso de Medicina, Desporto e Nutrição (Anexo 12)

Durante a situação pandémica, reconhecendo-me capaz de dar um contributo à comunidade, coloquei-me à disposição para esclarecicoloquei-mento de dúvidas através das redes sociais, tendo aproveitado este espaço para desmistificar ideias e fornecer informação de confiança, reforçando sempre a minha qualidade de estudante e as minhas limitações. Além disso, integrei um grupo de voluntários que teve como principal missão a entrega de bens essenciais aos grupos de risco, para além da distribuição de informação gráfica da DGS em formato físico e através das redes sociais da Junta de Freguesia.

4. Reflexão Crítica

Concluído o Estágio Profissionalizante e o MIM, analiso agora o meu percurso. Antes do início do 6º ano, trazia comigo uma forte convicção: a minha futura carreira seria numa especialidade cirúrgica. Contudo, abracei o desafio do Estágio Profissionalizante de mente aberta, procurando concluir uma formação pré-graduada eclética, adquirindo um conhecimento abrangente e as competências basilares das especialidades com que contactei. Recordando os objetivos gerais (pag.3), posso afirmar que estes foram alcançados. Para o seu cumprimento, identifico o estágio de Medicina Interna como principal contributo. Nesta secção irei analisar os estágios parcelares de forma cronológica e destacar as competências que me permitiram adquirir. Começo por Pediatria, estágio maioritariamente observacional. Apesar deste facto, faço um balanço muito positivo e considero ter cumprido os meus objetivos pessoais. Atendendo ao meu propósito de reconhecer as patologias mais comuns, optei por um serviço de Pediatria Geral. Aí, treinei o reconhecimento e discussão de hipóteses diagnósticas, identificando primariamente aquelas mais prováveis e quais a excluir pela potencial severidade. Neste último exercício, destaco a atitude pedagógica da Dr.ª Sílvia Bacalhau no

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SU, onde sempre priorizou o meu treino no reconhecimento de critérios de gravidade. Considero este estágio complementar à minha experiência na UC IPSA (estágio realizado no mesmo centro), na qual contactei por com o berçário e unidade de neonatologia, pelo que, priorizando as competências basilares da Pediatria, obtive uma visão muito completa da especialidade.

Quanto ao estágio de Ginecologia e Obstetrícia, considero ter cumprido alguns dos meus objetivos. A organização das atividades permitiu-me ter contacto com as várias valências da especialidade e, assim, conhecer a sua área de atuação e identificar as patologias mais comuns. Destaco como aspeto positivo o SU, onde semanalmente passei 12 horas e foi-me permitido treinar de forma sistemática o exame ginecológico. Contudo, não alcancei o nível que pretendia na assistência ao trabalho de parto, pelo que considero que é necessário um contacto continuado para adquirir esta competência.

Considero o estágio de Saúde Mental como um momento preponderante na minha idealização da Psiquiatria e mesmo da Medicina. Contrariamente à maioria das atividades clínicas com que contactei no MIM, este foi um estágio focado na reabilitação do doente e não na gestão da patologia aguda. Aqui, constatei a importância da integração da componente pessoal, social e relacional na prestação de cuidados. Além disso, pelo contacto próximo e continuado com os doentes, considero ter cumprido os objetivos propostos, pelo que faço um balanço muito positivo.

O estágio de Medicina Geral e Familiar era um daqueles em que guardava mais expectativa. Neste, esperava ganhar autonomia progressiva, de forma a atuar sob supervisão indireta perante as situações mais comuns na prática da Medicina Geral e Familiar. Desta forma, considero não ter atingido um dos meus objetivos. Contudo, admito que as minhas expectativas e objetivos traçados não estivessem em plena sintonia com o grau de exigência e autonomia que se permite ao aluno de 6º ano. De forma a cumprir este objetivo, será preponderante manter uma atitude de aperfeiçoamento próprio no Internato da Formação Geral. Ainda assim, foi um estágio bastante pedagógico, na medida que assisti à ampla área de atuação dos cuidados de saúde primários, realizei o Registo Médico Orientado por Problemas e adquiri conhecimentos na atuação sob fatores de risco.

Como anteriormente referido, considero o estágio de Medicina Interna como aquele que mais contribuiu para a minha formação no presente ano e que melhor me treinou para o exercício profissional da Medicina. Neste, desenvolvi autonomia e responsabilidades progressivas, consolidei aptidões clínicas e fui impelido a desenvolver competências que até à data não possuía (por ex.: comunicar eficazmente com outros profissionais e com familiares). Aponto, como ponto menos positivo, ter acompanhado quase exclusivamente internos da formação especifica do 1º ano no SU, uma vez que contactei apenas com doentes triados na categoria Urgente, Menos Urgente e Não-Urgente. Contudo, tenho a agradecer o seu acompanhamento e empenho para que retirasse o máximo de ensinamentos desta valência. Desta forma, considero ter cumprido todos os objetivos propostos. Noutro âmbito, a experiência clínica em anos

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anteriores do MIM permitiu-me constatar a abrangência da especialidade, uma vez que no 3º ano estagiei no Serviço 2.4 do HFF (contactando principalmente com uma unidade de cuidados intermédios e com algumas patologias autoimunes) e no 5º ano na Unidade Funcional de Ortogeriatria do HSFX.

Como já referido, o estágio de Cirurgia Geral fica marcado pelo seu contexto excecional. Considero que este deixou bem patente o facto que, apesar dos avanços da tecnologia e dos métodos de ensino, não existe, para já, forma de substituir o contacto com o doente. As sessões realizadas com o tutor, o estudo da literatura e a resolução de casos clínicos procuraram atenuar esta condicionante e revelaram-se bastante úteis, mas de forma alguma substituem a colheita da anamnese, a realização de manobras semiológicas, o treino de técnicas de assepsia e de pequena cirurgia ou a aprendizagem no bloco operatório. Desta forma, considero que os objetivos a que me propus inicialmente não foram atingidos. Nesse sentido, reforço a importância da Formação Geral como complemento à formação pré-graduada, onde deverei procurar suprir estas lacunas.

Apontando agora as principais áreas onde considero as minhas aptidões insuficientes, e já mencionado o contexto particular da Cirurgia Geral, começo por identificar a gestão eficiente do tempo na abordagem do doente. Em segundo lugar, apesar de ter progredido ao longo deste ano, a comunicação com profissionais, doentes e familiares é também um aspeto a melhorar. Por fim, reconheço-me pouco capacitado na abordagem ao trauma, sobretudo tendo priorizado o reconhecimento de situações com risco de vida.

Nas atividades extracurriculares desenvolvidas, destaco as IV Jornadas Médicas da NOVA como principal contributo para o meu desenvolvimento pessoal e académico. Após uma edição de sucesso, optei por voltar a integrar a comissão organizadora deste evento, com o objetivo de confirmar as Jornadas Médicas da NOVA como um dos mais relevantes congressos de estudantes de medicina no panorama nacional. Contudo, este foi um projeto falhado. Assumi um cargo para o qual tinha competência, mas, perante o imprevisto e fora do controlo da situação, agi individualmente e não admiti ter excedido a minha capacidade de atuação. Como resultado, somaram-se um conjunto de más decisões e o congresso não cumpriu o seu potencial. Daqui retiro a importância da autoavaliação, do reconhecimento das próprias limitações e do coletivo, principalmente tendo em conta a responsabilidade inerente à prática da medicina.

Como anteriormente mencionado, ao longo do MIM procurei contactar com a minha área de interesse: a

Medicina Desportiva. Naturalmente, e apesar de ter frequentado vários eventos neste âmbito, os meus

conhecimentos nesta temática são ainda escassos, mas essencialmente tive oportunidade de compreender a sua área de atuação e o seu funcionamento. Nos próximos anos pretendo aproximar-me desta vertente da medicina, seja através de pós-graduações ou até mesmo pela Formação Específica.

Concluindo, termino o Estágio Profissionalizante com a certeza que foi determinante para o sucesso da minha formação académica. Dotou-me de conhecimentos, autonomia e confiança. Mostrou-me, ainda, que apesar do meu interesse pela cirurgia, tenho um enorme gosto pela componente médica. Termino com uma palavra de agradecimento aos meus professores e tutores, em especial à Dr.ª Marta Moitinho e à sua equipa.

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5. Anexos

A. Estágio Profissionalizante

▪ Anexo 1 – Cronograma dos Estágios Parcelares ▪ Anexo 2 – Trabalhos apresentados

B. Participação em eventos científicos complementares à formação curricular ▪ Anexo 3 – II Jornadas da Medicina Geral e Familiar

▪ Anexo 4 – VI Congresso Nacional de Estudantes de Medicina C. Colaboração em eventos científicos

▪ Anexo 5 – Comissão Organizadora das III Jornadas Médicas da NOVA ▪ Anexo 6 – Comissão Organizadora das IV Jornadas Médicas da NOVA D. Ensino

▪ Anexo 7 – Colaboração na UC Fisiologia enquanto monitor voluntário ▪ Anexo 8 – Colaboração na UC Anatomia enquanto monitor voluntário E. Área de Interesse

▪ Anexo 9 – Medicina do Exercício

▪ Anexo 10 – Entre hospitais e as Olimpíadas | Prescrição de Exercício Físico ▪ Anexo 11 – Nutrição e Performance Desportiva

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A. ESTÁGIO PROFISSIONALIZANTE

ANEXO 1

– Cronograma dos Estágios Parcelares

Estágio Parcelar

Inicio

Fim Local Tutor

Diretor de Serviço Regente Pediatria 09/10/2019 04/10/2019 HCD Dr.ª Sílvia Bacalhau Prof.ª Doutora Ana Neto Prof. Doutor Luís Varandas Ginecologia e Obstetrícia 07/10/2019 31/10/2019 HBA Dr.ª Ana Paula Pereira Dr. Carlos Veríssimo Prof.ª Doutora Teresinha Simões Saúde Mental 04/11/2019 29/11/2019 HFF Dr. João Carlos Melo Prof.ª Doutora Teresa Maia Prof. Doutor Miguel Talina Medicina Geral e Familiar 02/12/2019 10/01/2019 USF Santo Condestável Dr.ª Rita

Loureiro Dr.ª Edite Branco

Prof.ª Doutora Isabel Santos Medicina Interna 20/01/2020 13/03/2020 HSAC Dr.ª Marta Moitinho Prof.ª Doutora Catarina Salvado Prof. Doutor Fernando Nolasco

Período sem atividades clínicas devido à pandemia a SARS-CoV2

Cirurgia Geral 01/06/2020 19/06/2020 Ensino à distância (programado para o HBA) Dr. João Grenho

Prof. Doutor Rui Maior

Prof. Doutor Rui Maio

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ANEXO 2

– Trabalhos apresentados durante o estágio profissionalizante

Estágio Parcelar Tema da Apresentação Descrição do Efetuado

Pediatria Abordagem à criança desidratada Revisão teórica

Ginecologia e Obstetrícia Bacteriuria Assintomática

Apresentação do artigo “Clinical

Practice Guideline for the Management of Asymptomatic Bacteriuria: 2019 Update by the

Infectious Diseases Society of America”

Medicina Geral e

Familiar Asma: Gestão e Prevenção

Apresentação das recomendações da GINA, com adaptação de algoritmos práticos

para recurso na USF

Medicina Interna Infeções Nosocomiais

Revisão teórica com apresentação dos algoritmos

propostos pela DGS

Cirurgia Geral Doença de Crohn: Generalidades e papel da Terapêutica Cirúrgica

Revisão teórica com recurso ao protocolo do serviço

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B. PARTICIPAÇÃO EM EVENTOS CIENTÍFICOS COMPLEMENTARES À FORMAÇÃO

CURRICULAR

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C. COLABORAÇÃO EM EVENTOS CIENTÍFICOS

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D. Ensino

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E. Área de Interesse

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Referências

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