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Proposta de modelo de dinâmica de filas para tráfego veicular urbano

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Academic year: 2021

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(1)

Proposta de Modelo de Dinˆamica de Filas para Tr´afego

Veicular Urbano

FLORIAN ´

OPOLIS, 04 de Dezembro

2005

(2)

PROGRAMA DE P ´

OS-GRADUAC

¸ ˜

AO

EM ENGENHARIA EL ´

ETRICA

Proposta de Modelo de Dinˆamica de Filas para Tr´afego

Veicular Urbano

Dissertac¸˜ao submetida `a

Universidade Federal de Santa Catarina como parte dos requisitos para a

obtenc¸˜ao do grau de Mestre em Engenharia El´etrica.

Luciano Dionisio Dantas

(3)

Urbano

Luciano Dionisio Dantas

‘Esta Dissertac¸˜ao foi julgada adequada para a obtenc¸˜ao do t´ıtulo de Mestre (Doutor) em Engenharia El´etrica, ´Area de Concentrac¸˜ao em Controle, Automac¸˜ao e Inform´atica Industrial, e aprovada em sua forma final pelo Programa de P´os-Graduac¸˜ao em Engenharia

El´etrica da Universidade Federal de Santa Catarina.’

Werner Kraus Junior, PhD Orientador

Alexandre Trofino Neto, Dr.

Coordenador do Programa de P´os-Graduac¸˜ao em Engenharia El´etrica

Banca Examinadora:

Werner Kraus Jr., PhD Presidente

Edson Roberto de Pieri, Dr.

Eduardo Camponogara, PhD

Jos´e Eduardo Ribeiro Cury, Dr.d’Etat

(4)

Agradec¸o ao meu orientador Werner Kraus Jr. e a todos meus colegas, Rodrigo Carlson, Fl´avio Cuareli, Jo˜ao Paulo Souza, entre outros, pelo apoio e companhia durante este per´ıodo.

(5)

obtenc¸˜ao do grau de Mestre em Engenharia El´etrica.

Proposta de Modelo de Dinˆamica de Filas para Tr´afego Veicular

Urbano

Luciano Dionisio Dantas

Dezembro/2005

Orientador: Werner Kraus Junior, PhD ´

Area de Concentrac¸˜ao: Controle, Automac¸˜ao e Inform´atica Industrial N´umero de P´aginas: 82

Apresenta-se neste trabalho um estudo sobre estimac¸˜ao de filas em tr´afego urbano. Inicial-mente, revisa-se alguns conceitos de tr´afego ´uteis ao entendimento do problema e apresenta-se de maneira concisa alguns dos modelos de dinˆamica de filas existentes juntamente com alguns dos sistemas de controle em tempo real que utilizam estes modelos. A partir deste estudo, ´e feita uma proposta de modelo de dinˆamica de filas horizontais que permite descr-ever o atraso veicular e a posic¸˜ao do final da fila em uma via dotada de um detector veicular. O modelo proposto ´e testado em duas configurac¸˜oes, uma delas com apenas um detector veicular na entrada da via, e outra com dois detectores veiculares, um na entrada e outro na sa´ıda da via. Os resultados mostram a viabilidade do modelo para a segunda configurac¸˜ao citada.

(6)

the degree of Master of Science in Electrical Engineering.

Queue Dynamics Model Proposal for Vehicular Urban Traffic

Luciano Dionisio Dantas

December/2005

Advisor: Werner Kraus Junior, PhD

Area of Concentration: Control, Automation and Industrial Informatics Number of Pages: 82

A study about traffic queue estimation in urban traffic is presented. Initially, traffic flow concepts related to the stated problems are revised. Also, a concise presentation of dynamic models for traffic queues together with traffic control systems that employ such models is carried out. From this study, a model for the dynamics of horizontal traffic queues is pro-posed. Its main features are the description of vehicular delay and the position of the queue tail in a roadway portion equipped with vehicle detector. The proposed model is tested in two configurations, one of which having one detector in the entrance of the road link and another one with an extra detector at the link exits. Simulation results show the adequacy of the second configuration considered for the estimation problem.

(7)

1 Introduc¸˜ao 1

1.1 Descric¸˜ao do Problema . . . 1

1.2 Estimac¸˜ao de Filas no Controle de Tr´afego . . . 2

1.3 Objetivo do Trabalho . . . 3

1.4 Estrutura do Texto . . . 3

2 Conceitos B´asicos 6 2.1 Caracterizac¸˜ao do Fluxo Veicular: Analogia com Dinˆamica de Fluidos . . . 6

2.2 Semaforizac¸˜ao no Tr´afego . . . 10

2.3 Formac¸˜ao e Descarga de Filas . . . 12

2.4 Conclus˜ao . . . 14

3 Contexto: Controle de Tr´afego em Tempo Real 18 3.1 Sistemas de Controle . . . 18

3.1.1 Brecha M´axima . . . 18

3.1.2 SCOOT - Split Cycle Offset Optimization Technique . . . 19

3.1.3 Modelos de Horizonte Deslizante . . . 23

3.1.4 TUC - Traffic-responsive Urban Control . . . 29

3.2 Conclus˜ao . . . 30 vi

(8)

4.1 Introduc¸˜ao . . . 31

4.2 SCOOT . . . 31

4.3 PRODYN . . . 34

4.4 Modelo de Fila Horizontal . . . 37

4.5 TUC . . . 40

4.6 Conclus˜ao . . . 42

5 Modelo Proposto 45 5.1 Introduc¸˜ao . . . 45

5.2 Proposta . . . 46

5.3 An´alise para Manutenc¸˜ao de Duas Filas . . . 50

5.4 Conclus˜ao . . . 51 6 Implementac¸˜oes e Resultados 58 6.1 Implementac¸˜ao . . . 58 6.2 Resultados de Simulac¸˜ao . . . 63 6.2.1 Malha 1 . . . 64 6.2.2 Malha 2 . . . 66 6.3 Conclus˜ao . . . 69 7 Conclus˜oes e Perspectivas 71

A C´odigo fonte em linguagem Matlab 73

(9)

1.1 Segmento de uma via com elementos que afetam a chegada/passagem de ve´ıculo em

linha de retenc¸˜ao . . . 2

1.2 Filas M´ultiplas . . . 5

2.1 Onda de choque . . . 7

2.2 Modelo de Greenshield para descric¸˜ao da relac¸˜ao entre fluxo, velocidade e concentrac¸˜ao em uma rodovia . . . 9

2.3 Ondas de Fluxo . . . 10

2.4 Curvas de Fluxo-Concentrac¸˜ao para uma determinada via e um gargalo hipot´etico [14] 11 2.5 Cruzamento simples . . . 12

2.6 Temporizac¸˜ao de um cruzamento simples . . . 15

2.7 Histograma da descarga de ve´ıculos durante um verde . . . 16

2.8 Formac¸˜ao e dissipac¸˜ao de uma fila hipot´etica . . . 17

3.1 Formac¸˜ao e dissipac¸˜ao de uma fila hipot´etica . . . 19

3.2 Arquitetura RHODES . . . 28

4.1 Equivalˆencia entre o Modelo de Fila Vertical e o Modelo de Fila Horizontal . . . 32

4.2 Exemplo de detecc¸˜ao e correspondente contagem em LPUs . . . 32

4.3 Vega Profile . . . 35

(10)

4.5 Dados de sa´ıda do detector . . . 37

4.6 Velocidade×tamanho da fila . . . 38

4.7 Onda de choque . . . 39

4.8 Relac¸˜ao de n´umero m´edio de ve´ıculos e ocupac¸˜ao para diferentes posic¸˜oes no link [6] 43 4.9 Representac¸˜ao simplificada da relac¸˜ao entre a ocupac¸˜ao e o n´umero de ve´ıculos para diferentes posic¸˜oes do detector [6] . . . 44

4.10 Fam´ılia de curvas para fz(oz), sendo lzo comprimento total da via, e oza ocupac¸˜ao [6] 44 5.1 Filas em vias sobre-saturadas . . . 52

5.2 Cen´ario 1 . . . 53

5.3 Cen´ario 2 . . . 53

5.4 Formac¸˜ao de m´ultiplas filas antes do cruzamento . . . 53

5.5 Formac¸˜ao de uma ´unica fila secund´aria . . . 54

5.6 Gr´aficos do final e da frente da fila principal . . . 54

5.7 Evoluc¸˜ao das filas; ´area em cinza representa o atraso total . . . 55

5.8 Quantificac¸˜ao do atraso no modelo de filas adotado . . . 55

5.9 Primeira Condic¸˜ao, formac¸˜ao da segunda fila . . . 55

5.10 Segunda Condic¸˜ao, manutenc¸˜ao de apenas duas filas . . . 56

5.11 Terceira Condic¸˜ao, formac¸˜ao da segunda fila . . . 56

5.12 Quarta Condic¸˜ao, manutenc¸˜ao de apenas duas filas . . . 57

6.1 Final e Frente da Fila Principal . . . 58

6.2 Vetor de chegadas qa . . . 60

6.3 Mem´oria circular . . . 61

(11)

6.5 Malha 1 - Cen´ario 1 - N´umero de ve´ıculos no link dado pelo Modelo Proposto . . . . 65 6.6 Malha 1 - Cen´ario 1 - N´umero de ve´ıculos no link dado pelo Sitra . . . 65 6.7 Malha 1 - Cen´ario 1 - Posic¸˜ao do final da fila principal B . . . 65 6.8 Detalhe aumentado da Figura 6.7 . . . 66 6.9 Malha 1 - Cen´ario 1 - N´umero de ve´ıculos no link dado pelo Modelo Proposto, com

fluxo de saturac¸˜ao alterado para 0.6veic/s . . . 66 6.10 Malha 1 - Cen´ario 1 - N´umero de ve´ıculos no link dado pelo Sitra . . . 67 6.11 Malha 1 - Cen´ario 1 - Posic¸˜ao do final da fila principal B, com fluxo de saturac¸˜ao

alterado para 0.6veic/s . . . 67 6.12 Malha 1 - Cen´ario 2 - N´umero de ve´ıculos no link dado pelo Modelo Proposto . . . . 67 6.13 Malha 1 - Cen´ario 2 - N´umero de ve´ıculos no link dado pelo Sitra . . . 68 6.14 Malha 1 - Cen´ario 2 - Posic¸˜ao do final da fila principal B . . . 68 6.15 Malha 2 - Cen´ario 1 - N´umero de ve´ıculos no link dado pelo Modelo Proposto . . . . 69 6.16 Malha 2 - Cen´ario 1 - N´umero de ve´ıculos no link dado pelo Sitra . . . 69 6.17 Malha 2 - Cen´ario 1 - Posic¸˜ao do final da fila principal B . . . 69 6.18 Malha 2 - Cen´ario 2 - N´umero de ve´ıculos no link dado pelo Modelo Proposto . . . . 70 6.19 Malha 2 - Cen´ario 2 - N´umero de ve´ıculos no link dado pelo Sitra . . . 70 6.20 Malha 2 - Cen´ario 2 - Posic¸˜ao do final da fila principal B . . . 70

(12)

3.1 Caracter´ısticas dos Otimizadores do Sistema SCOOT . . . 20

3.2 Links e seus respectivos Est´agios . . . 21

3.3 Comparac¸˜ao de performance entre as alternativas . . . 21

3.4 Comparac¸˜ao entre osPerformance Indexes dos Links [18] . . . 22

4.1 Hist´orico de fila e detecc¸˜oes hipot´eticas do SCOOT [18] . . . 33

6.1 Cen´arios de Simulac¸˜ao . . . 64

(13)

Introduc¸˜ao

1.1

Descric¸˜ao do Problema

O estudo de sistemas de tr´afego veicular ´e bastante beneficiado pelo uso de modelos dinˆamicos. Busca-se, em estudos nesta ´area, descrever o comportamento dos motoristas em reac¸˜ao `as condic¸˜oes vigentes de tr´afego (fluxos, geometria, sinalizac¸˜ao), al´em da dinˆamica do tr´afego como um todo visando criar soluc¸˜oes para melhorar a operac¸˜ao dos sistemas vi´arios.

A caracter´ıstica do modelo deve ser tal, que permita, levando em conta os dados dispon´ıveis da malha vi´aria, a tomada de decis˜ao que leve `a eficiˆencia do tr´afego. Desta forma, dependendo do modelo adotado, em termos de complexidade e poder de descric¸˜ao de fenˆomenos, pode-se ter variados graus de eficiˆencia e efic´acia.

Em particular, um sistema de Controle de Tr´afego, baseia-se sobre um modelo de tr´afego onde um dos dados vitais ao seu funcionamento est´a relacionado diretamente ao n´umero e comportamento dos ve´ıculos presentes nas vias. Esses dados expressam a quantidade, a densidade ou a velocidade dos ve´ıculos, dependendo de como a informac¸˜ao ´e colhida ou utilizada, e s˜ao geralmente ”traduzidos” em filas formadas [14, 24]. A informac¸˜ao a respeito das filas formadas ´e utilizada para o c´alculo e previs˜ao do atraso, que ´e uma das vari´aveis que se deseja minimizar em uma rede de transportes [25]. A estimac¸˜ao e predic¸˜ao de filas permite n˜ao s´o que o atraso seja estimado mas tamb´em que as condic¸˜oes da via como um todo sejam analisadas. A estimac¸˜ao refere-se `a reconstituic¸˜ao da fila real e corrente atrav´es dos dados colhidos por sensores, os detectores veiculares. J´a a predic¸˜ao, refere-se `a projec¸˜ao ou construc¸˜ao da fila em um futuro pr´oximo, tamb´em baseada num modelo de tr´afego e nos dados dos sensores, al´em de uma previs˜ao de chegadas de ve´ıculos baseada em um hist´orico. A fila ´e

(14)

reconstitu´ıda atrav´es de um c´alculo baseado na leitura dos dados provenientes de lac¸os indutivos (os detectores veiculares) capazes de medir o n´umero de carros e sua velocidade, nos parˆametros da via como fluxo de saturac¸˜ao e velocidade de cruzeiro, e na indicac¸˜ao semaf´orica [4].

Como motivac¸˜ao para caracterizar o problema de estimac¸˜ao pode-se refletir sobre o seguinte exemplo ilustrado na Figura 1.1. Imagine um ve´ıculo entrando em um trecho de rua semaforizado. Apesar do ve´ıculo ter sido detectado pelo lac¸o indutivo presente na entrada da via, n˜ao se pode dizer com certeza se o mesmo ir´a entrar em alguma garagem ou estacionamento ou como ir´a reagir `a fila presente, ou seja, se ele ir´a retardar a sua chegada ao final da mesma ou n˜ao. Mesmo num contexto determin´ıstico, ´e preciso saber se a velocidade do ve´ıculo e as filas remanescentes implicar˜ao em uma parada na linha de retenc¸˜ao ou n˜ao.

Figura 1.1: Segmento de uma via com elementos que afetam a chegada/passagem de ve´ıculo em linha de retenc¸˜ao

Devido a uma quest˜ao de custos, a instalac¸˜ao de detectores ´e priorizada `as vias principais de acesso e sa´ıda da rede controlada, sendo que boa parte do interior da malha fica desprovido de dados correntes. Essa lacuna ´e preenchida com dados hist´oricos provenientes de contagens e que al´em de representarem uma m´edia, costumam ser desatualizados. Esses dados representam taxas de convers˜ao e at´e mesmo fluxos, que variam com o tempo [17]. Observando a Figura 1.1 surge tamb´em a d´uvida a respeito da direc¸˜ao tomada pelo ve´ıculo ap´os cruzar a linha de parada. Por estarem sempre presentes, essas incertezas levam a erros de estimac¸˜ao que devem ser levados em considerac¸˜ao quando do projeto de alocac¸˜ao de sensores e da interpretac¸˜ao dos dados obtidos.

1.2

Estimac¸˜ao de Filas no Controle de Tr´afego

Os sistemas de controle de tr´afego abordam a fila de duas maneiras diferentes. Ela tanto pode ser vista como sendo o n´umero de ve´ıculos presentes num determinado trecho, como tamb´em o

(15)

n´umero de ve´ıculos parados nesse mesmo trecho [6, 10]. Ambos os conceitos est˜ao relacionados, por´em a forma de se analisar cada caso difere um pouco. Combinado a isso h´a tamb´em diferentes formas de se modelar a dinˆamica das filas o que gera um gama de modelos de tr´afego.

Apesar de todos os sistemas de controle de tr´afego existentes se basearem em um modelo de tr´afego, que nada mais ´e do que um modelo de dinˆamica de filas, a maioria deles n˜ao enfatiza como ´e feita a detecc¸˜ao das filas, concentrando a discuss˜ao mais na l´ogica de controle e pressupondo conhecidas as filas. Isso ocorre porque o que se deseja destacar quando se apresenta um sistema desses ´e o que ele ´e capaz de fazer e como ele faz isso. Outra raz˜ao, seria o fato de n˜ao haver ainda um m´etodo preciso capaz de estimar e prever filas. Mesmo com os erros de estimac¸˜ao presentes, o ganho proporcionado pelos sistemas de controle atuados pelo tr´afego ´e satisfat´orio, girando em torno de 10% [8, 18].

1.3

Objetivo do Trabalho

Este trabalho tem por objetivo propor um modelo de filas capaz de tratar o fenˆomeno das filas m´ultiplas, que n˜ao tem sido apropriadamente descrito na literatura. A fila, no presente trabalho, ´e caracterizada por um ou mais ve´ıculos parados numa determinada sec¸˜ao da via, e as filas m´ultiplas seriam aqueles blocos distintos de ve´ıculos parados num mesmo trecho da via. Tais filas s˜ao formadas quando o tempo de verde ´e insuficiente para servir a demanda e resulta num saldo de ve´ıculos ap´os o t´ermino do tempo de verde. Observando-se a Figura 1.2, na ´ultima seq¨uencia, pode-se identificar dois blocos de ve´ıculos parados caracterizando as filas m´ultiplas. O tratamento das filas m´ultiplas ´e muito ´util pois fornece uma informac¸˜ao mais precisa a respeito do estado do tr´afego.

Al´em do modelo, prop˜oe-se investigar as condic¸˜oes sob as quais o fenˆomeno ocorre, com vistas a contribuir com o projeto de sistemas de controle atuados pelo tr´afego.

1.4

Estrutura do Texto

Cap´ıtulo 2 Neste cap´ıtulo s˜ao revisados alguns conceitos b´asicos de tr´afego que ser˜ao utilizados ao longo do trabalho e que possibilitam um melhor entendimento da dinˆamica do tr´afego e de forma a embasar as id´eias apresentadas nos cap´ıtulos subseq¨uentes.

Cap´ıtulo 3 Aqui s˜ao apresentados alguns dos sistemas de controle de tr´afego mais conhecidos. Como uma das bases de funcionamento de um sistema desses ´e o modelo de dinˆamica de filas, considerou-se relevante apresentar o modo de funcionamento deles.

(16)

Cap´ıtulo 4 Ap´os apresentar alguns dos sistemas de controle de tr´afego existentes, ´e feito um detal-hamento dos modelos de dinˆamica de filas utilizados por alguns deles al´em de outros estudos. Cap´ıtulo 5 Este cap´ıtulo ´e inteiramente dedicado `a apresentac¸˜ao do modelo proposto, objetivo

prin-cipal desta dissertac¸˜ao.

Cap´ıtulo 6 Apresentado o modelo, alguns detalhes da implementac¸˜ao s˜ao ilustrados assim como os resultados obtidos.

Cap´ıtulo 7 Neste ´ultimo cap´ıtulo s˜ao apresentadas as conclus˜oes e perspectivas de continuidade do estudo.

(17)
(18)

Conceitos B´asicos

2.1

Caracterizac¸˜ao do Fluxo Veicular: Analogia com Dinˆamica de

Flu-idos

As grandezas relacionadas ao tr´afego como fluxo, concentrac¸˜ao e velocidade levam a uma natural comparac¸˜ao `a dinˆamica dos fluidos [14]. Quando se analisa o sistema com um certo n´ıvel de abstrac¸˜ao, deixando de se levar em conta a individualidade de cada ve´ıculo, fenˆomenos relacionados ao escoamento dos fluidos s˜ao observados e o embasamento te´orico para sua interpretac¸˜ao pode ser obtido dessa ´area de estudo.

Um dos fenˆomenos j´a bastante estudado ´e a onda de choque. Ela ´e caracterizada pelo movi-mento de propagac¸˜ao de uma mudanc¸a de concentrac¸˜ao ou fluxo na via [16]. Lombadas, estreitamovi-mento de pistas, sem´aforos e outros tipos de obstruc¸˜ao ao movimento, assim como qualquer mudanc¸a das caracter´ısticas da via que proporcione uma diferenc¸a de concentrac¸˜ao, normalmente geram ondas de choque.

A Figura 2.1 mostra a propagac¸˜ao de uma onda de choque. Inicialmente, com o sem´aforo fechado, a concentrac¸˜ao de ve´ıculos era igual `a concentrac¸˜ao de congestionamento, normalmente designada kj, que implica que os ve´ıculos est˜ao parados bem pr´oximos uns aos outros. Assim que o

sinal abre e os carros comec¸am a andar; a onda se move em direc¸˜ao ao final da fila, e se extingue. Essas oscilac¸˜oes nos n´ıveis de concentrac¸˜ao, sejam elas causadas por mudanc¸as da via, por um aumento ou diminuic¸˜ao do n´umero de ve´ıculos devido a acessos na via, geram alterac¸˜oes na velocidade dos ve´ıculos. V´arios modelos foram desenvolvidos para relacionar a concentrac¸˜ao e a

(19)

Figura 2.1: Onda de choque

velocidade, e s˜ao conhecidos como Modelos de Velocidade-Concentrac¸˜ao. O mais usado, dada sua simplicidade e poder de express˜ao, ´e o modelo linear de Greenshield [14] dado por:

u= uf(1 −

k kj

) (2.1)

com uf sendo a velocidade de cruzeiro (free speed) da via, u, a velocidade do ve´ıculo e k, a concentrac¸˜ao.

O fluxo q ´e dado por:

q= ku (2.2)

Para o caso onde uf ´e de 30 m/s (108 km/h) e kjde 0.25 veic/m obt´em-se os gr´aficos mostrados

na Figura 2.2, que foram trac¸ados utilizando apenas as Equac¸˜oes 2.1 e 2.2. A relac¸˜ao linear dada por 2.1 ´e mostrada na Figura 2.2a. Observa-se pela Figura 2.2c que na concentrac¸˜ao m´axima kj, o fluxo

´e zero. O mesmo ocorre com a velocidade na concentrac¸˜ao m´axima, conforme mostrado na Figura 2.2b; nesta figura, a relac¸˜ao entre a velocidade e o fluxo foi obtida combinando-se 2.1 e 2.2, resultando em:

(20)

u = uf(1 −

q ukj

).

(2.3)

Rearranjando os termos, obt´em-se:

q = −u

2k j

uf

+ ukj. (2.4)

A express˜ao da relac¸˜ao entre fluxo e concentrac¸˜ao pode ser obtida substituindo-se u em 2.1 por q/k, resultando, ap´os alguma manipulac¸˜ao, em:

q = −k

2u f

kj

+ kuf. (2.5)

O gr´afico de Fluxo × Concentrac¸˜ao mostrado na Figura 2.2c ´e dado pela Equac¸˜ao 2.5. Observe que trac¸ando uma reta da origem at´e um ponto qualquer da curva Fluxo × Concentrac¸˜ao obt´em-se a velocidade no ponto dado pela inclinac¸˜ao desta reta.

Os pontos destacados qm, um, e km na Figura 2.2 representam, respectivamente, os pontos

de m´aximo fluxo, velocidade dos ve´ıculos quando o fluxo ´e m´aximo e concentrac¸˜ao nesta mesma situac¸˜ao. O ponto de concentrac¸˜ao para o m´aximo fluxo ´e obtido derivando 2.5 em relac¸˜ao a k, resultando em:

km=

1

2kj. (2.6)

J´a o valor da velocidade para o fluxo m´aximo ´e obtido de maneira equivalente, a partir de 2.4, resultando em:

um=

1

2uf (2.7)

Al´em das ondas de choque, que podem ser observadas em campo, existe um outro tipo de onda, a onda de fluxo que permite a an´alise de uma s´erie de situac¸˜oes mesmo n˜ao sendo observ´avel em campo [14]. A informac¸˜ao a respeito destas ondas ´e retirada da curva de Fluxo × Concentrac¸˜ao. A reta tangente ao ponto A na Figura 2.3a representa a onda de fluxo naquele ponto, assim como a

(21)

Figura 2.2: Modelo de Greenshield para descric¸˜ao da relac¸˜ao entre fluxo, velocidade e concentrac¸˜ao em uma rodovia

reta tangente ao ponto B. Observe que quando o ponto A est´a presente a jusante do ponto B, ou seja, existe um aumento do fluxo de ve´ıculos devido, por exemplo, a um acesso `a via, o encontro das duas ondas de fluxo gera uma onda de choque com inclinac¸˜ao igual a γ, que por sua vez ´e observ´avel [14]. A Figura 2.3b define duas regi˜oes distintas, uma delas ´e preenchida com ondas de fluxo de mesma inclinac¸˜ao `a da reta tangente ao ponto A da Figura 2.3a, e a outra regi˜ao com ondas de fluxo de mesma inclinac¸˜ao `a da reta tangente ao ponto B. O encontro das duas regi˜oes destaca a onda de choque de inclinac¸˜ao γ.

O gr´afico de Fluxo × Concentrac¸˜ao visto na Figura 2.4 mostra o que ocorre quando o fluxo de uma via encontra um gargalo, ou seja, uma restric¸˜ao ou alterac¸˜ao do fluxo que leve a uma limitac¸˜ao da quantidade de ve´ıculos que passam por um determinado local. Nesta figura est˜ao trac¸adas duas curvas, a curva que cont´em os pontos 2 e 3 representa a curva de Fluxo × Concentrac¸˜ao da via, e a que cont´em o ponto 1 a curva de Fluxo × Concentrac¸˜ao do gargalo. O fluxo na via transcorre normalmente at´e que se aproxime do ponto 2, que coincide com o ponto de m´axima capacidade do

(22)

Figura 2.3: Ondas de Fluxo

gargalo, ponto 1. O ponto 2 representa o m´aximo fluxo poss´ıvel na via at´e que o gargalo comece a influenciar o tr´afego. Quando o fluxo aumenta al´em deste ponto, o sistema comec¸a a operar a partir do ponto 3, que permite um mesmo fluxo s´o que com velocidade inferior `a do ponto 2. Nesse momento, uma fila comec¸a a se formar e uma onda de choque ´e transmitida atr´as com velocidade ∆q∆k. Observe que no limite, quando o valor do fluxo est´a exatamente no ponto 2, a onda choque se move com velocidade nula, seguindo:

∆q ∆k =

q3− q2

k3− k2 = 0 (2.8)

referente aos pontos 2 e 3.

2.2

Semaforizac¸˜ao no Tr´afego

O grande respons´avel pela formac¸˜ao de ondas de choque, principalmente quando se observa o tr´afego em cidades, s˜ao os sem´aforos. Trˆes termos que descrevem as caracter´ısticas das temporizac¸˜oes destes s˜ao o ciclo, o split, e o offset [17]. O ciclo ´e caracterizado pela soma dos tempos de verde, amarelo e vermelho de um determinado sem´aforo, e a proporc¸˜ao de verde e vermelho no ciclo ´e dada pelo split. Em muitos casos ´e interessante aplicar uma sincronizac¸˜ao dos verdes de forma que os ve´ıculos que partem de um determinado ponto de uma via longa, com v´arias intersecc¸˜oes, n˜ao sejam obrigados a parar em cada cruzamento. A essa diferenc¸a de tempo na aplicac¸˜ao do verde d´a-se o nome de offset ou defasagem.

(23)

Figura 2.4: Curvas de Fluxo-Concentrac¸˜ao para uma determinada via e um gargalo hipot´etico [14]

Outros termos que definem o funcionamento dos sem´aforos s˜ao a fase e o est´agio. Uma fase est´a sempre relacionada a um determinado grupo semaf´orico, ou seja, um conjunto ´otico de vermelho, amarelo e verde, para o caso de ve´ıculos, ou, vermelho, vermelho piscante e verde para o caso de pedestres, e se refere `a marcac¸˜ao destas cores no tempo. O est´agio, por sua vez, se refere ao conjunto de fases, sendo que toda vez que h´a uma troca de cores em um determinado grupo semaf´orico, define-se um novo est´agio ou a repetic¸˜ao de um est´agio. Para ilustrar melhor estes conceitos pode define-se imaginar um cruzamento igual ao descrito na Figura 2.5, onde os ve´ıculos que trafegam na via A podem efetuar convers˜ao `a esquerda e aqueles que trafegam na via B podem efetuar convers˜ao `a direita. Imaginando uma situac¸˜ao de operac¸˜ao com trˆes configurac¸˜oes poss´ıveis para este cruzamento estabelece-se o funcionamento do mesmo de acordo com a Figura 2.6. Todo trecho de via que possui ao seu final um sem´aforo ou um outra via que a cruza, ´e considerado uma aproximac¸˜ao ou um link. Os ve´ıculos, aglomerados em fila diante de um sem´aforo, ao receberem o sinal verde, partem mantendo uma certa distˆancia entre eles, o fator de dispers˜ao, e uma mesma velocidade durante um certo per´ıodo de tempo. Quando estes ve´ıculos apresentam estas caracter´ısticas s˜ao chamados de um pelot˜ao[2]. Toda via que apresenta um volume de tr´afego superior `as vias adjacentes pode ser considerada uma arterial ou via principal.

(24)

Figura 2.5: Cruzamento simples

Outro conceito necess´ario de se destacar ´e o atraso. Ele representa a quantidade de tempo extra despendido por um determinado ve´ıculo devido `a incapacidade de cruzar um determinado trecho no tempo previsto. Esse atraso ´e imposto pelos sem´aforos, e n˜ao resta outra soluc¸˜ao a n˜ao ser distribuir melhor o tempo perdido entre as vias que se cruzam ou conflitantes [17].

H´a variadas t´ecnicas que proporcionam a otimizac¸˜ao do atraso, atrav´es da sintonia dos parˆame-tros citados (ciclo, split e offset). Freq¨uentemente, os sistemas de controle de tr´afego em tempo real otimizam independentemente estas trˆes vari´aveis [SCOOT, SCATS, TUC], havendo t´ecnicas para harmonizar os resultados numa ac¸˜ao de controle que melhor sirva ao desempenho do tr´afego.

2.3

Formac¸˜ao e Descarga de Filas

A dinˆamica das filas em tr´afego est´a diretamente relacionada a duas grandezas do tr´afego:

(i) taxa de chegadas, isto ´e, o volume de ve´ıculos que chega na fila por unidade de tempo (µ); (ii) taxa de descarga m´axima, ou fluxo de saturac¸˜ao, que representa a capacidade de servic¸o da

intersecc¸˜ao (λ).

O fluxo de saturac¸˜ao ´e um parˆametro muito utilizado nos modelos dinˆamicos e depende de v´arios fatores, dentre os quais, os mais influentes s˜ao: geometria da intersecc¸˜ao (principalmente largura), porcentagem de ve´ıculos que fazem convers˜ao `a esquerda e `a direita, declividade da via, estacionamento de ve´ıculos e presenc¸a de ve´ıculos comerciais (ˆonibus e caminh˜ao)[17]. Vale ressaltar

(25)

que ele independe das condic¸˜oes de tr´afego, ou seja, ´e basicamente uma caracter´ıstica inerente de cada intersecc¸˜ao e considerado constante. Quando h´a a existˆencia de sem´aforos, o fluxo ´e interrompido durante o vermelho e quando ocorre o verde o fluxo de saturac¸˜ao se comporta como mostrado na Figura 2.7. Toda via possui um parˆametro denominado velocidade de cruzeiro, que reflete a veloci-dade que um ve´ıculo imprimiria caso n˜ao houvesse nenhum tipo de restric¸˜ao `a sua passagem. Em seguida `a transic¸˜ao de vermelho para verde assim como de verde `a vermelho existe um transit´orio do fluxo de saturac¸˜ao. Descontado esse transit´orio, chega-se a um valor correspondente ao fluxo de saturac¸˜ao real, que ´e constante. O tempo que o motorista leva para reagir `a mudanc¸a na sinalizac¸˜ao, onde n˜ao h´a fluxo de ve´ıculos ou o mesmo ainda n˜ao atingiu seu valor esperado d´a-se o nome de tempo perdido. E o tempo onde o fluxo opera em regime d´a-se o nome de tempo de verde efetivo. Ou seja, o tempo de verde efetivo ´e a soma dos tempos de verde e amarelo decrescido do tempo perdido:

vde f = vd + tam− tperd, (2.9)

onde:

vde f: tempo de verde efetivo;

vd: tempo de verde; tam: tempo de amarelo; e

tperd: tempo perdido.

Outras grandezas ligadas ao fluxo de saturac¸˜ao s˜ao a taxa de ocupac¸˜ao e o grau de saturac¸˜ao. A taxa de ocupac¸˜ao de uma aproximac¸˜ao ´e definida como sendo a relac¸˜ao entre a demanda de tr´afego, ou seja, o n´umero de ve´ıculos que acessam a via no tempo, e o fluxo de saturac¸˜ao como descrito a seguir:

y(i)= q(i) qs(i)

, (2.10)

onde:

y(i): taxa de ocupac¸˜ao da aproximac¸˜ao i; q(i): demanda da aproximac¸˜ao i em veic/h;

qs(i): fluxo de saturac¸˜ao da aproximac¸˜ao i em veic/h.

O grau de saturac¸˜ao ´e a relac¸˜ao entre a demanda de tr´afego e a capacidade de atendimento de uma aproximac¸˜ao, que por sua vez ´e uma relac¸˜ao entre o fluxo de saturac¸˜ao, o tempo de ciclo e o

(26)

tempo de verde efetivo: X(i)= q(i) capacidade(i) = q(i) q s(i)vde fC = y(i) C vde f (2.11) onde:

X(i): grau de saturac¸˜ao da aproximac¸˜ao i;

capacidade(i): capacidade de atendimento da aproximac¸˜ao i; C: tempo de ciclo.

A Figura 2.8 representa a formac¸˜ao e dissipac¸˜ao de uma fila em sem´aforo sob condic¸˜oes ideais, ou seja, µ e λ s˜ao constantes e representam a inclinac¸˜ao das retas, como mostrado no gr´afico Distˆancia x Tempoda Figura 2.8. A ´area em cinza no gr´afico de N´umero de ve´ıculos parados em fila x Tempo representa o atraso total sofrido pelos ve´ıculos que tiveram que parar na intersecc¸˜ao.

2.4

Conclus˜ao

Neste cap´ıtulo foram apresentados conceitos introdut´orios sobre o comportamento do tr´afego veicular que ser˜ao usados ao longo do trabalho. A analogia com fluidos ´e importante para a discuss˜ao de alguns modelos de filas apresentados a frente, muito embora n˜ao seja aplicada no modelo dinˆamico desenvolvido na proposta deste trabalho. Para esta, importa rever o conceito de fluxo de saturac¸˜ao.

No cap´ıtulo a seguir ser˜ao revistas estrat´egias de controle que usam modelos dinˆamicos de filas para a atuac¸˜ao em tempo real baseada em contagens de tr´afego.

(27)
(28)
(29)
(30)

Contexto: Controle de Tr´afego em

Tempo Real

Qualquer sistema de controle de tr´afego em tempo real necessita de uma estimativa do estado das vias para efetuar os c´alculos e determinar os tempos das fases. Sendo assim, a estimac¸˜ao das filas torna-se um requisito importante para qualquer destes sistemas, e qu˜ao melhor for a estimativa, melhor ser´a o resultado final. A seguir, ´e feita uma pequena revis˜ao a respeito de alguns sistemas de controle de tr´afego em tempo real existentes. No cap´ıtulo 4, ser˜ao estudadas t´ecnicas de estimac¸˜ao de filas empregadas em algumas das estrat´egias discutidas a seguir.

3.1

Sistemas de Controle

Como a raz˜ao de se buscar uma melhor soluc¸˜ao para o problema de estimac¸˜ao de filas ´e basica-mente melhorar a qualidade de informac¸˜ao utilizada por sistemas de controle de tr´afego, alguns deles ser˜ao apresentados a seguir de forma a situar melhor o estudo.

3.1.1 Brecha M´axima

Uma primeira abordagem para se efetuar o controle atuado pelo tr´afego utiliza o conceito de brecha m´axima [3]. Este sistema ´e dotado de um detector veicular posicionado a montante da aproximac¸˜ao, ou seja, em sua entrada, e monitora o tempo decorrido entre duas detecc¸˜oes consecu-tivas, Figura 3.1. Os tempos de verde m´aximo e m´ınimo s˜ao determinados, e enquanto o intervalo

(31)

de tempo entre as chegadas n˜ao ultrapassar um limite, o verde ´e mantido para aquela determinada aproximac¸˜ao, at´e que um m´aximo seja atingido. Este tempo limite normalmente ´e igual ao tempo de percurso do ve´ıculo, em velocidade de cruzeiro, desde a posic¸˜ao do detector at´e a linha de parada [3]. Uma variante desta ´e a aplicac¸˜ao de um plano fixo selecionado de acordo com o tempo m´edio de entre-chegadas, o que fornece uma estimativa do estado do tr´afego. Ou seja, quanto menor o tempo de entre-chegadas maior o fluxo de ve´ıculos [3].

Figura 3.1: Formac¸˜ao e dissipac¸˜ao de uma fila hipot´etica

3.1.2 SCOOT - Split Cycle Offset Optimization Technique

O SCOOT ´e um sistema j´a bastante conhecido e utilizado em algumas cidades do globo como Londres, Toronto, S˜ao Paulo, Dubai e Madrid, entre outras. Ele foi desenvolvido no Reino Unido, e sua inaugurac¸˜ao se deu na cidade de Glasgow, Esc´ocia, em 1975. Atualmente ´e comercializado pela empresa Siemens Traffic [22].

A hierarquia de controle do sistema est´a dividida em cinco n´ıveis. No topo encontra-se a ´Area, que representa toda ´area sob controle. Esta ´e dividida em regi˜oes, onde cada Regi˜ao acumula um grupo de sem´aforos que operam com um mesmo tempo de ciclo e s˜ao sincronizados ou coordenados entre si atrav´es de defasagens. Uma Regi˜ao pode conter um ou mais Grupos. Um Grupo ´e com-posto por dois ou mais N´os. O N´o ´e a menor unidade de controle e normalmente corresponde a uma intersecc¸˜ao semaforizada. Cada N´o pode ser designado ”mestre”ou ”escravo”, o que significa que

(32)

os escravos ir˜ao respeitar uma certa defasagem em relac¸˜ao ao mestre para o in´ıcio do ciclo. Quando o mestre do grupo opera em modo local todos os outros, os escravos, tamb´em passam a operar in-dividualmente. Por ´ultimo est˜ao os Links, que comp˜oem o N´o, representando as aproximac¸˜oes do cruzamento semaforizado.

Os detectores do SCOOT s˜ao alocados de forma que haja de oito a doze segundos entre a detecc¸˜ao de um ve´ıculo e sua chegada na linha de retenc¸˜ao. Dessa forma, h´a tempo suficiente para o sistema reagir e procurar escoar esses ve´ıculos dentro do ciclo vigente [18].

Todos os hist´oricos de chegadas s˜ao armazenados nos denominados Cyclic Flow Profiles. H´a dois tipos deles, os de perfil curto e os de perfil longo. Os de perfil curto abrangem apenas o ciclo em curso, e os de perfil longo mantˆem um hist´orico maior, sendo ambos atualizados a cada intervalo de tempo.

Como evidenciado no nome, este sistema busca otimizar trˆes parˆametros: o Split, o tempo de Ciclo e o Offset, resultando em uma diminuic¸˜ao do n´umero de paradas e do atraso [18]. Para cada um desses parˆametros h´a um otimizador espec´ıfico que atua no sistema de acordo com a Tabela 3.1.

Otimizador Freq¨uˆencia Mudanc¸as Poss´ıveis [s] Mudanc¸as de Referˆencia [s] Split uma vez a cada mudanc¸a de est´agio -4;0;+4 -1;0;+1 Offset uma vez a cada ciclo -4;0;+4 -4;0;+4

Ciclo uma vez a cada 2,5 ou 5 minutos ±16;±8;±4; 0 ±16;±8;±4; 0 Tabela 3.1: Caracter´ısticas dos Otimizadores do Sistema SCOOT

Otimizador de Split

O otimizador de Split atua cinco segundos antes do instante previsto de mudanc¸a de est´agio, ou ponto de referˆencia, de forma que se houver a necessidade de encurtar o est´agio, haja tempo para ele atuar, j´a que o decremento m´aximo ´e de quatro segundos, segundo a Tabela 3.1. A decis˜ao de encurtar, manter ou aumentar o est´agio vigente tamb´em influi na durac¸˜ao do est´agio do ciclo seguinte. Ou seja, quando se decrementa o est´agio atual de quatro segundos, o mesmo est´agio do ciclo seguinte recebe um segundo a menos de tempo, ou se ele ´e incrementado de quatro segundos, sua pr´oxima instˆancia ser´a acrescida de um segundo. Como o otimizador de Split atua na proporc¸˜ao do tempo de verde e vermelho, ele n˜ao altera o tempo total de ciclo.

(33)

cruzamento). A seguir, ´e dado um exemplo de um n´o com 3 links e 2 est´agios, conforme mostra a Tabela 3.2. Link Est´agio A 1 B 2 C 2

Tabela 3.2: Links e seus respectivos Est´agios

Para o est´agio 2, por exemplo, o sistema calcula o grau de saturac¸˜ao e o seu quadrado, de acordo com as trˆes hip´oteses: aumentar, manter ou diminuir o tempo de verde, como mostrado na Tabela 3.3, onde ”X”´e o grau de saturac¸˜ao.

Link Prolonga Mant´em Encurta X X2 X X2 X X2 A 0,80 0,64 0,70 0,49 0,6 0,36 B 0,85 0,72 0,90 0,81 0,95 0,90 C 0,45 0,20 0,55 0,30 0,65 0,42 m´ax - 0,72 - 0,81 - 0,91 Tabela 3.3: Comparac¸˜ao de performance entre as alternativas

O link B ´e aquele que possui o maior grau de saturac¸˜ao dos links no n´o. Entre as trˆes opc¸˜oes (prolongar, manter e diminuir), aquela que apresenta o menor quadrado do grau de saturac¸˜ao ´e a opc¸˜ao ”Prolonga”, ent˜ao o tempo de verde do est´agio 2 ´e acrescido de quatro segundos, segundo a Tabela 3.1.

Otimizador de Offset

Este, por sua vez, atua a cada ciclo tomando uma decis˜ao no meio do est´agio principal, que normalmente representa o primeiro est´agio do ciclo. Sendo que esta decis˜ao ser´a implementada no ciclo seguinte e ser´a mantida para os demais ciclos consecutivos.

A decis˜ao ´e tomada com base no valor de PI (performance index): PI = atraso + ´ındice de paradas + ´ındice de congestionamento

O ´ındice de paradas ´e definido como sendo o n´umero de paradas multiplicado por um fator denominado stop penalty de forma a manter a proporc¸˜ao com o atraso e o ´ındice de congestionamento,

(34)

ambos dados em LPUs (Link Profile Units). Esta unidade de medida ser´a definida no Cap´ıtulo 4, Sec¸˜ao 4.2, assim como o ´ındice de congestionamento.

A Tabela 4.1 mostra um exemplo de um n´o com quatro links, e os PI’s destes para as trˆes hip´oteses.

Link Aumenta Mant´em Diminui

A 126 121 120

B 82 78 8

C 143 139 141

D 96 95 96

SOMA 447 432 447

Tabela 3.4: Comparac¸˜ao entre osPerformance Indexes dos Links [18]

O menor PI ´e 432 na coluna ”Mant´em”.

Otimizador de Ciclo

Este otimizador normalmente roda a cada cinco minutos, por´em, dependendo das condic¸˜oes de tr´afego, ele pode atuar a cada dois minutos e meio. Essa mudanc¸a ´e autom´atica e ocorre quando o ciclo comec¸a a aumentar sua durac¸˜ao.

Os passos de incremento e decremento variam de acordo com o tamanho do ciclo. Para ciclos de 32 a 64 segundos, os passos s˜ao de 4 segundos; ciclos de 65 a 128 segundos, passos de 8 segundos; e para ciclos maiores que 128 segundos, passos de 16 segundos.

Para cada n´o ´e calculado um ciclo chamado de “ciclo ideal”. O ciclo ideal do n´o ´e calculado em func¸˜ao do “n´ıvel de saturac¸˜ao desejado” para o link mais saturado do n´o, que normalmente ´e de noventa por cento, ou seja, noventa por cento do tempo de verde ´e utilizado para descarregar todos os ve´ıculos da via.

O ciclo ideal do n´o ´e calculado pela seguinte express˜ao:

INCT : T S×C × LT

T S×C − NS × (C − LT ) (3.1) onde:

(35)

TS : n´ıvel de saturac¸˜ao desejado (target saturation) [adimensional %]; C : tempo do ciclo corrente [segundos];

LT : tempo perdido (lost time) [segundos];

NS : n´ıvel de saturac¸˜ao do link mais saturado do n´o [adimensional %].

Se qualquer link do n´o tiver grau de saturac¸˜ao maior que 90%, ent˜ao o seu INCT ´e aumentado at´e que tenha 90% de saturac¸˜ao. Se todos os links do n´o tiverem o grau de saturac¸˜ao menor que 90%, ent˜ao seu INCT ´e diminu´ıdo at´e atingir essa marca.

Define-se como MPCY (Ciclo m´ınimo pr´atico ou minimum practical cycle time) de um n´o o n´umero inteiro (maior que o INCT) que seja m´ultiplo de 4, 8 ou 16 e mais pr´oximo do INCT. O maior MPCY da regi˜ao ser´a o ciclo da regi˜ao.

Se houver mudanc¸a de ciclo, o sistema repete pelo menos uma vez o ciclo anterior, antes da mudanc¸a.

3.1.3 Modelos de Horizonte Deslizante

Os modelos de Horizonte Deslizante s˜ao aqueles que, atrav´es de dados hist´oricos e condic¸˜oes vigentes do tr´afego, prevˆeem o estado futuro das vias com base na simulac¸˜ao de um modelo de dinˆamica de tr´afego. De acordo com o resultado, medidas podem ser tomadas para evitar que cer-tos poncer-tos indesej´aveis de operac¸˜ao sejam atingidos. Estes modelos trabalham com um per´ıodo de amostragem relativamente curto, em torno de 4 segundos, e a previs˜ao normalmente ´e feita para um horizonte do tamanho de um ciclo t´ıpico (60 a 90 segundos). Neste horizonte ´e feita uma predic¸˜ao da evoluc¸˜ao das filas e para isso, modelos de dinˆamica de filas s˜ao utilizados.

PRODYN

O PRODYN [8], faz parte de uma segunda gerac¸˜ao de sistemas de controle que surgiu com o intuito de aperfeic¸oar o gerenciamento das redes de tr´afego. Sua abordagem combina uma estrat´egia de horizonte deslizante com um controle descentralizado, ou seja, o c´alculo ´e feito considerando apenas uma intersecc¸˜ao por vez.

Estabelecendo-se T como o per´ıodo de amostragem (normalmente de cinco segundos), e K o tamanho do horizonte, expresso em unidades de per´ıodos de amostragem, tem-se que o m´etodo, ao n´ıvel da intersecc¸˜ao durante os tempos kT e (k + 1)T , consiste em:

(36)

(i) prever as chegadas de ve´ıculos de cada link para o intervalo [kT, (k + K + 1)T ]; (ii) estimar as filas em kT e prevˆe-las para (k + 1)T ;

(iii) prever as taxas de convers˜ao(ou seja, a porcentagem de ve´ıculos que viram `a esquerda e/ou `a direita), o est´agio e o tempo decorrido desde a ´ultima mudanc¸a de fase para (k + 1)T ;

(iv) otimizar os controles no horizonte [(k + 1)T, (k + K + 1)T ] para os estados resultantes de (ii) e (iii) e as chegadas resultantes de (i).

O resultado de (iv) fornece o controle a ser aplicado entre (k + 1)T e (k + 2)T . Aquelas intersecc¸˜oes que possuem `a jusante (`a frente) outras intersecc¸˜oes controladas pelo sistema, simulam os resultados obtidos pela aplicac¸˜ao do controle ´otimo no per´ıodo [(k + 1)T, (k + K + 1)T ], usando taxas de convers˜ao fixas, e as enviam para essas intersecc¸˜oes adjacentes. Durante o per´ıodo (k + 1)T e (k + 2)T , estas se baseiam nos dados recebidos e os utilizam como previs˜ao de chegadas. As chegadas para o resto do horizonte [(k + K + 1)T, (k + K + 2)T ] s˜ao previstas como se n˜ao houvesse intersecc¸˜oes a montante (atr´as).

O crit´erio de otimizac¸˜ao a ser minimizado para as intersecc¸˜oes ´e a soma dos atrasos sofridos du-rante o horizonte e um crit´erio de parada que ´e uma estimac¸˜ao do atraso associado a um determinado estado ao final do horizonte.

Dentro do processo de otimizac¸˜ao, que ´e feito atrav´es de Programac¸˜ao Dinˆamica Direta [9], o controle ´e limitado por quatro restric¸˜oes. A primeira delas limita o n´umero de est´agios poss´ıveis para cada intersecc¸˜ao. A segunda, pro´ıbe algumas transic¸˜oes de est´agios, determinadas pelo operador. E a terceira e quarta restringem os tempo m´aximo e m´ınimo de durac¸˜ao de cada est´agio.

Por ser um sistema descentralizado, a cada nova otimizac¸˜ao no horizonte realizada por um determinado controlador, s˜ao calculados tamb´em as descargas que ocorreriam se esse controle ´otimo fosse implementado durante todo esse horizonte, e essa informac¸˜ao ´e repassada aos controladores `a jusante. Dessa forma, estes controladores ter˜ao uma melhor previs˜ao das chegadas futuras num pr´oximo passo de otimizac¸˜ao.

OPAC

OPAC ou Optimized Policies for Adaptive Control foi originalmente desenvolvido na Univer-sidade de Massachusetts [11], e ´e uma estrat´egia de controle distribu´ıda provida de um algoritmo de programac¸˜ao dinˆamica com o objetivo de diminuir o atraso e o n´umero de paradas em intersecc¸˜oes.

(37)

Ele utiliza tanto medidas reais de demanda como estimadas para determinar a durac¸˜ao das fases, que s˜ao restritas apenas por valores m´aximos e m´ınimos do tempo de verde, e por um tempo de ciclo virtual quando roda em modo coordenado.

O desenvolvimento deste sistema progrediu em quatro vers˜oes que ser˜ao apresentadas a seguir.

• OPAC-1: Programac¸˜ao Dinˆamica

A primeira vers˜ao foi desenhada para servir de base a desenvolvimentos futuros do projeto. Programac¸˜ao Dinˆamica ´e uma ferramenta que permite encontrar um ´otimo global para proces-sos de decis˜ao de m´ultiplos est´agios. Devido `a grande quantidade de processamento envolvido e `a falta de dados em tempo real n˜ao pode ser utilizada diretamente para o controle. O que se faz ´e criar todo tipo de cen´ario poss´ıvel como condic¸˜ao inicial e rodar o sistema guardando os resultados. Dessa forma, ela serve como referˆencia para comparac¸˜ao com as outras estrat´egias de controle mais pr´aticas.

• OPAC-2: Otimizac¸˜ao Seq ¨uencial

Este segundo algoritmo desenvolvido consiste de uma simplificac¸˜ao do primeiro. Ele foi conce-bido de forma a servir de m´odulo de construc¸˜ao para uma estrat´egia online distribu´ıda. OPAC-2 tem as seguintes caracter´ısticas:

– O per´ıodo de controle ´e dividido em est´agios de ∆tesegundos. Onde, neste caso, ∆tetem

aproximadamente a durac¸˜ao de um ciclo t´ıpico.

– Cada est´agio ´e dividido em um n´umero inteiro de intervalos de ∆tisegundos, tipicamente

de 2 − 5.

– Durante cada est´agio deve haver um n´umero suficiente de fases que garantam que nenhum ´otimo ser´a deixado de lado. O ponto de troca de fase ´e expresso em segundos a partir do in´ıcio do est´agio.

– Para uma dada seq¨uencia de mudanc¸a de fases em um est´agio j, a medida de desempenho para cada aproximac¸˜ao ´e definida como sendo o somat´orio, sobre todos os intervalos do est´agio, do estado inicial da fila mais as chegadas e menos as partidas de cada intervalo. Ou seja, a integral da curva de tamanho da fila para a durac¸˜ao do est´agio.

O problema de otimizac¸˜ao para OPAC-2 ´e ent˜ao definido:

Para cada est´agio, dados os estados iniciais de cada fila para cada aproximac¸˜ao e para cada intervalo do est´agio, determinar os tempos de troca de fase, em termos de intervalos, que asse-guram o atraso m´ınimo para os ve´ıculos sobre todo o est´agio.

(38)

O procedimento utilizado para resolver o problema ´e conhecido como m´etodo OSCO (Optimal Sequential Constrained Search) [11] ou busca ´otima seq¨uencial com restric¸˜oes. ´E uma busca exaustiva de todas poss´ıveis combinac¸˜oes de mudanc¸as de fase v´alidas dentro de um est´agio que determinam um conjunto ´otimo. Os tempos de mudanc¸a de fase s˜ao restritos pelos tempos m´aximo e m´ınimo de durac¸˜ao de uma fase.

• OPAC-3: Horizonte Deslizante

Embora o OPAC-2 seja mais apropriado a operar em tempo real do que o OPAC-1, ele neces-sita do conhecimento das chegadas de todo o per´ıodo do est´agio, que tipicamente tem 1 ou 2 minutos de durac¸˜ao. Dessa maneira, o est´agio ´e dividido em n intervalos, e de acordo com os detectores posicionados a montante de cada link as chegadas reais s˜ao computadas para os k primeiros intervalos. O restante, ou seja, aquelas chegadas que ainda n˜ao ocorreram, ´e obtido atrav´es de um modelo para os n − k intervalos. O est´agio ´e ent˜ao chamado de Horizonte e tem normalmente a durac¸˜ao de um ciclo m´edio.

Uma pol´ıtica ´otima de mudanc¸a de fases ´e calculada para todo o horizonte, por´em apenas parte dela ´e implementada. Com o avanc¸o do tempo, o horizonte vai rolando e dados reais de fluxo v˜ao sendo obtidos e utilizados para um novo c´alculo, permitindo que as decis˜oes sejam revisadas e melhoradas.

Um per´ıodo de rolagem do horizonte menor implica num maior n´umero de c´alculos por´em permite resultados mais pr´oximos do ´otimo.

• OPAC-4: VFC (Virtual Fixed Cycle)

Como parte do projeto do Sistema de Controle em Tempo Real Adaptativo (RT-TRACS Real-Time Traffic-Adaptive Signal Control System) da FHWA (Federal Highway Administration) do Departamento de Transportes dos EUA [11], a Universidade de Massachusetts, Lowell (UML) expandiu a l´ogica de controle do OPAC para, a desejo do operador, utilizar a opc¸˜ao de estrat´egia de sincronizac¸˜ao/cordenac¸˜ao em vias arteriais e malhas vi´arias. Esta vers˜ao, conhecida como VFC ou Ciclo Fixo Virtual recebeu este nome pois o tempo de ciclo oscila ao redor de um tempo de ciclo virtual podendo ser maior ou menor que este com a finalidade de melhor gerenciar a dinˆamica do tr´afego.

Esta arquitetura de controle ´e dividida em trˆes camadas. A camada 1 ou Camada Local de Controle implementa o OPAC-3, ou seja, o procedimento de horizonte deslizante, sujeito `as restric¸˜oes da camada 3 de VFC. A camada 2 ou Camada de Coordenac¸˜ao otimiza os offsets de cada intersec¸˜ao a cada ciclo. A camada 3 ou Camada de Sincronizac¸˜ao, calcula o tempo de ciclo virtual para toda a malha (uma vez a cada n minutos, especificado pelo operador). A durac¸˜ao

(39)

do tempo do ciclo pode ser determinada separadamente para grupos de intersec¸˜oes, como for necess´ario. Com o passar do tempo o ciclo flex´ıvel e os offsets s˜ao atualizados conforme o sistema se adapta `as condic¸˜oes de tr´afego.

RHODES

Este sistema utiliza uma arquitetura de controle que decomp˜oe o problema em v´arios sub-problemas interligados de maneira hier´arquica [19]. Ele prevˆe os fluxos de tr´afego com resoluc¸˜oes apropriadas (carros individuais ou pelot˜oes) visando um controle pr´o-ativo, e possui v´arios m´odulos de otimizac¸˜ao para resolver os sub-problemas utilizando uma estrutura de dados, m´etodos de comuni-cac¸˜ao e algoritmos computacionais que permitem uma r´apida resoluc¸˜ao dos sub-problemas e trans-ferˆencia dessas soluc¸˜oes ao campo dentro dos limites de tempo impostos.

No topo da arquitetura se encontra um modelo dinˆamico da rede que captura as mudanc¸as sutis das caracter´ısticas do tr´afego ao longo do tempo. Essas caracter´ısticas se referem `a geometria das vias (rotas dispon´ıveis, obras, desvios, etc.) e `as rotas t´ıpicas utilizadas. Baseando-se na carga do sistema como um todo, pode-se estimar a carga em cada link particular em termos de ve´ıculos por hora. Essas estimativas permitem ao sistema alocar os tempos de verde de acordo com as demandas existentes para cada sentido de movimento (Norte-Sul, Norte-Sul convers˜ao `a esquerda, etc.). Essas decis˜oes s˜ao tomadas pelo n´ıvel mediano da hierarquia, tamb´em chamado de ”controle de fluxo da rede”. As medidas de fluxo de tr´afego a esse n´ıvel s˜ao expressas em termos de pelot˜oes de ve´ıculos e suas velocidades. Dados os tempos de verde aproximados, o ”controle de intersecc¸˜ao”, ao terceiro n´ıvel, seleciona a ´epoca das mudanc¸as de fase baseado nas chegadas observadas e previstas de ve´ıculos individuais em cada intersecc¸˜ao.

Essencialmente, em cada um dos trˆes n´ıveis h´a um componente estimador/preditor e um com-ponente de controle. Os crit´erios de otimizac¸˜ao utilizados podem ser quaisquer desde que sejam expressos em termos de medidas efetivas como atraso m´edio, n´umero de paradas, capacidade de vaz˜ao, etc.

No n´ıvel inferior da hierarquia de controle do RHODES, para o Controle de Intersecc¸˜ao, ´e utilizado um algoritmo de Programac¸˜ao Dinˆamica conhecido como COP (Controlled Optimization of Phases) [21]. O m´etodo de horizonte deslizante permite que as observac¸˜oes e predic¸˜oes mais recentes sejam utilizadas na otimizac¸˜ao. A otimizac¸˜ao ´e iniciada em um determinada ponto t0 e

considera um horizonte de tempo de Ts, que normalmente varia entre 40 e 60 segundos. Todas as

(40)

Figura 3.2: Arquitetura RHODES

´e poss´ıvel obter seq¨uenciamento vari´avel de fases e omiss˜ao destas, dependendo do que melhor servir `a func¸˜ao objetivo.

A l´ogica do Controle do Fluxo de Rede ´e baseada no modelo REALBAND [5], que otimiza o movimento de pelot˜oes para sub-redes. Quando o objetivo selecionado ´e o de minimizar o n´umero de paradas, o algoritmo procura formar bandas de progress˜ao baseadas em observac¸˜oes reais de pelot˜oes. Cada pelot˜ao ´e caracterizado em tamanho (n´umero de ve´ıculos) e velocidade, e pode ser identificado quando a densidade de fluxo captada pelos detectores atinge um determinado n´ıvel por um determi-nado per´ıodo de tempo. As decis˜oes tomadas pelo REALBAND s˜ao utilizadas como restric¸˜oes no Controle de Intersecc¸˜ao (COP).

(41)

3.1.4 TUC - Traffic-responsive Urban Control

O TUC foi inicialmente desenvolvido como parte de um sistema de controle de tr´afego inte-grado para redes de corredores dentro de um projeto europeu TABASCO (Transport Applications in Bavaria, Scotland and Others) [6].

O objetivo principal era atacar o problema de controle que, particularmente sob condic¸˜oes saturadas, ainda carecia de uma soluc¸˜ao adequada e eficiente. Em contraste com outros m´etodos de controle o TUC permite o uso de m´etodos de otimizac¸˜ao e controle altamente eficientes e de complexidade polinomial levando a uma f´acil aplicac¸˜ao, instalac¸˜ao e manutenc¸˜ao.

O TUC consiste de quatro partes principais, a primeira delas ´e o Controle de Split [6]. Seu objetivo ´e minimizar o risco de sobre-saturac¸˜ao e o desperd´ıcio do tempo de verde quando a fila a jusante da intersecc¸˜ao impede que a fila a montante seja descarregada. O controle se d´a diretamente atrav´es da manipulac¸˜ao apropriada dos tempos de verde dados os tempos de ciclo e offset. O m´etodo de otimizac¸˜ao usado ´e a Programac¸˜ao Linear Quadr´atica. Esta soluc¸˜ao foi viabilizada atrav´es dos trabalhos de Gazis e Potts [13]. Uma das vari´aveis que faz parte do problema de tr´afego ´e a indicac¸˜ao semaf´orica, que por natureza ´e uma vari´avel discreta bin´aria. Os algoritmos de Programac¸˜ao Inteira Mista acabam se tornando muito pesados impossibilitando sua utilizac¸˜ao pura em tempo real. A soluc¸˜ao encontrada foi declarar essa vari´avel como sendo uma porc¸˜ao do tempo de ciclo, pr´e-definido, ou seja encontrar o split ideal, eliminando assim a vari´avel inteira.

O Controle de Ciclo representa a segunda parte [7]. Este controle ´e implementado atrav´es de um simples regulador proporcional que se ajusta de acordo com o m´aximo ´ındice de saturac¸˜ao dentro da malha. Como um dos objetivos ´e realizar a coordenac¸˜ao de sem´aforos, um mesmo tempo de ciclo ´e compartilhado entre todas as intersecc¸˜oes. Um tempo de ciclo grande permite reduzir a quantidade de tempo perdido entre verdes, possibilitando um aumento na capacidade da intersecc¸˜ao. Por outro lado, quanto maior seu valor maior o atraso ocasionado em intersecc¸˜oes sub-saturadas. Quando determinadas intersecc¸˜oes possuem um n´ıvel suficientemente baixo de saturac¸˜ao de forma que a reduc¸˜ao do ciclo `a metade ainda a mantenha a uma margem segura do ponto cr´ıtico de saturac¸˜ao, seu ciclo ´e ent˜ao reduzido `a metade, pr´atica conhecida como double-cycling. Uma vez determinado o tempo de ciclo, seu valor ´e repassado ao Controle de Split para que seja utilizado nos c´alculos seguintes.

A terceira parte ´e ocupada pelo Controle de Offset ou Defasagem. Ele ´e realizado atrav´es de uma lei de controle descentralizado que modifica os offsets dos est´agios principais de intersecc¸˜oes sucessivas de arteriais de modo a gerar ondas verdes, e levando em considerac¸˜ao a existˆencia de filas.

(42)

Ela ´e dita descentralizada pois realiza os c´alculos para cada par de intersecc¸˜oes, ou seja, entre a 1 e a 2, depois entre a 2 e a 3, a 3 e a 4, e assim sucessivamente. O offset ´e primeiramente calculado para as arteriais de m˜ao ´unica que n˜ao se interceptam. No caso de arteriais de m˜ao dupla, um offset para cada direc¸˜ao ´e determinado e depois uma m´edia ponderada dos dois ´e implementada. Outra possibilidade ´e aplicar aquele offset da via cuja direc¸˜ao apresenta maior carga. No caso de arteriais que se cruzam, O TUC leva em considerac¸˜ao uma prioridade pr´e-especificada, e implementa o controle de offset em cada uma delas em seq¨uencia comec¸ando por aquela de maior prioridade.

Por ´ultimo, o Sistema de Prioridade ao Transporte P´ublico. H´a duas maneiras utilizadas pelo TUC para favorecer os ve´ıculos de transporte p´ublico. A primeira delas apenas altera os pesos utiliza-dos nos c´alculos de forma a prover uma fluidez maior `as rotas usadas por esses ve´ıculos. A segunda maneira, mais direta, atua diretamente na sinalizac¸˜ao semaf´orica alterando o estado destas. Esta al-ternativa, por´em, n˜ao pode ser empregada em malhas com muitas linhas se cruzando ou com uma alta freq¨uˆencia de ve´ıculos desse tipo. Isto se deve `a impossibilidade de servir duas vias conflitantes ao memo tempo e tamb´em `a dificuldade de modificar a todo instante o estado semaf´orico devido `a freq¨uente requisic¸˜ao de pedidos de prioridade. Ap´os a identificac¸˜ao do ve´ıculo em quest˜ao o TUC concede a prioridade atrav´es da extens˜ao do verde ou da repetic¸˜ao do est´agio.

3.2

Conclus˜ao

Neste cap´ıtulo foram revistas as principais t´ecnicas de controle atuado de tr´afego. Os sistemas SCOOT, PRODYN, OPAC e RHODES requerem estimativas de tamanho de fila (pelot˜oes ou ´ultimo ve´ıculo parado), enquanto que o sistema TUC realiza o controle diretamente a partir de dados de ocupac¸˜ao dos sensores, que s˜ao traduzidos em n´umero de ve´ıculos no link.

Na cap´ıtulo a seguir, s˜ao mostradas as t´ecnicas de modelagem de filas usadas por alguns dos algoritmos acima.

(43)

Modelos de Estimac¸˜ao de Filas

4.1

Introduc¸˜ao

Neste cap´ıtulo ser˜ao apresentados m´etodos de estimac¸˜ao de filas utilizados por alguns sistemas de controle em tempo real. Existe duas formas b´asicas de se modelar filas, uma delas ´e atrav´es de filas verticais e a outra atrav´es de filas horizontais.

Os modelos de filas verticais s˜ao assim chamados por n˜ao representarem o espac¸o f´ısico ocu-pado pelos ve´ıculos, eles apenas retornam o n´umero de ve´ıculos parados e seu atraso. Devido a sua simplicidade, o modelo de fila vertical j´a foi muito utilizado, por´em, devido `a necessidade de se mod-elar congestionamentos torna-se necess´ario o uso de um modelo de fila horizontal. Este, por sua vez, ´e capaz de modelar bloqueios, ou seja, o entupimento de uma via devido a uma grande quantidade de ve´ıculos na mesma, e tamb´em possibilita o emprego de coordenac¸˜ao semaf´orica de maneira mais correta. A Figura 4.1 ilustra as diferenc¸as entre um modelo de fila vertical e horizontal. Observa-se que as ´areas sombreadas nos gr´aficos de fila vertical e horizontal s˜ao correspondentes. As retas a, b, c, d e e representam a trajet´oria de ve´ıculos que se aproximam da linha de parada com velocidade de cruzeiro. Considera-se para este exemplo que as acelerac¸˜oes e desacelerac¸˜oes dos ve´ıculos s˜ao instantˆaneas.

4.2

SCOOT

O SCOOT analisa o estado da via levando em considerac¸˜ao o fluxo ou o volume de ve´ıculos, e a ocupac¸˜ao do lac¸o. Essa medida ´e dada em LPU (Link Profile Unit), e ´e calculada dependendo do

(44)

Figura 4.1: Equivalˆencia entre o Modelo de Fila Vertical e o Modelo de Fila Horizontal

Figura 4.2: Exemplo de detecc¸˜ao e correspondente contagem em LPUs

hist´orico da detecc¸˜ao. A cada duzentos e cinq¨uenta milissegundos (250ms) ´e feita a leitura do lac¸o indutivo, e os pesos para cada intervalo s˜ao atribu´ıdos da seguinte forma: quando o lac¸o estiver livre ´e dado o peso de zero LPU. O primeiro intervalo em que o lac¸o estiver ocupado ap´os um intervalo de ociosidade, ganha 7 LPUs. O segundo consecutivo ganha 6 LPUs, e assim por diante at´e atingir 1 LPU ( s´etimo intervalo ), mantendo este valor para os pr´oximos intervalos caso o lac¸o continuar ocupado [18]. A Figura 4.2 ilustra um exemplo onde o lac¸o ultrapassa sete intervalos de ocupac¸˜ao.

Dessa forma, a medida em LPUs ´e func¸˜ao do fluxo de ve´ıculos, da velocidade, do compri-mento dos ve´ıculos e da disposic¸˜ao f´ısica do lac¸o na via. Ou seja, n˜ao existe uma equivalˆencia fixa e matem´atica entre o n´umero de ve´ıculos e o n´umero de LPUs, uma vez que, a rigor, a equivalˆencia entre as duas medidas varia de local para local e de momento para momento, dependendo do compor-tamento do tr´afego em cada local e em cada momento. Em termos m´edios, pode-se considerar que

(45)

um ve´ıculo equivale a 17 LPUs.

Como n˜ao h´a uma equivalˆencia fixa entre o n´umero de ve´ıculos e a medida em LPUs, os detectores SCOOT n˜ao s˜ao apropriados para a contagem de ve´ıculos. Entretanto ´e poss´ıvel obter uma estimativa aplicando um fator de correc¸˜ao, que pode ser obtido atrav´es de uma contagem confi´avel por outro meio, como a contagem manual por exemplo.

Todos os parˆametros de tr´afego utilizados pelo SCOOT s˜ao expressos em LPU. O fluxo de saturac¸˜ao, por exemplo, ´e dado em LPU/s, e a fila em LPU.

Situac¸˜oes de congestionamento podem ser identificadas diretamente. Para tanto, o lac¸o deve estar situado em uma posic¸˜ao tal que o fim da fila normal do sem´aforo, n˜ao alcance o lac¸o. Logo, se o lac¸o permanecer ocupado por um per´ıodo muito grande significar´a que a aproximac¸˜ao est´a conges-tionada.

Para explicar como o SCOOT faz o modelamento de fila, apresenta-se um exemplo conforme a Tabela 4.1. Apesar da amostragem dos detectores ser realizada a cada quarto de segundo, o sistema utiliza como menor unidade de tempo o segundo, ou seja, ´e realizado uma somat´oria dos ´ultimas 4 amostragens para se obter a contagem de um segundo.

IVL OCC Q R/G 1 16 22 RRRR 2 18 40 RRRR 3 2 42 RRRR 4 16 58 RRRR 5 2 60 RRRR 6 16 66 RRRG 7 2 28 GGGG 8 18 4 GGGG 9 18 -18 GGGG 10 2 0 GGGR

Tabela 4.1: Hist´orico de fila e detecc¸˜oes hipot´eticas do SCOOT [18]

onde:

IVL = intervalo de 4 segundos.

OCC = ocupac¸˜ao medida pelos detectores em LPU, j´a projetado pelo perfil c´ıclico para a linha de retenc¸˜ao, considerando-se o pelot˜ao e a dispers˜ao.

(46)

Q = fila acumulada em LPU (Q = Q do intervalo anterior + OCC do intervalo atual, quando o sem´aforo est´a vermelho). Por exemplo:

R/G = R (Red) vermelho e G (Green) verde: cada letra indica o estado do sem´aforo no intervalo de 1 segundo.

Para o intervalo 2: Q = 22 + 18 = 40 LPU

Supondo que o fluxo de saturac¸˜ao seja de 10 LPU/s, ou seja, a cada segundo de verde ´e poss´ıvel descarregar 10 LPUs, no intervalo 6 quando o sem´aforo abre o verde, a fila fica:

Q = 60 + 16 - 10 = 66 No intervalo 7:

Q = 66 + 2 - 4×10 = 28

No intervalo 9, a fila fica negativa, indicando uma sobra de verde: Q = 4 + 18 - 4×10 = −18

No intervalo 10, o sem´aforo fecha e a fila ´e zerada.

O n´umero de paradas (em LPU) ´e igual a soma dos valores da coluna OCC quando o sem´aforo est´a no vermelho.

Com base nesse modelo de fila, o SCOOT constr´oi o Vega Profile, que nada mais ´e do que um gr´afico que fornece informac¸˜ao a respeito da fila acumulada em func¸˜ao dos intervalos de tempo de 4 segundos. A Figura 4.3 representa o Vega Profile do exemplo anterior. Vale ressaltar tamb´em que a cada novo ciclo a fila ´e zerada, de modo a eliminar eventuais erros de estimac¸˜ao.

4.3

PRODYN

O PRODYN utiliza um modelo de fila vertical que pode ser considerado simples, por´em efi-ciente [8]. S˜ao considerados instantes de tempo t, (tempo de amostra), espac¸ados de um per´ıodo constante T , no caso 4 segundos. O fluxo de ve´ıculos em uma rede ´e modelado atrav´es de equac¸˜oes de estado. H´a um grupo de equac¸˜oes de estados para intersecc¸˜oes que inicialmente descrevem a evoluc¸˜ao da indicac¸˜ao semaf´orica [8]:

(47)

Figura 4.3: Vega Profile

onde vi(t) ∈ {0, 1} ´e o est´agio vigente na intersecc¸˜ao i ; ui(t) ∈ {0, 1} ´e o valor do controle a ser

aplicado no per´ıodo subseq¨uente na intersecc¸˜ao i; e I ´e o n´umero de intersecc¸˜oes no sistema. Quando o est´agio est´a vigente na intersecc¸˜ao i no instante de tempo t, tem-se: vi(t) = 1, e isto indica que o verde est´a sendo dado para a aproximac¸˜ao principal da intersecc¸˜ao i.

O tempo de vigˆencia de um mesmo est´agio, medido em termos de n´umero de per´ıodos sem mudanc¸a, ´e dado por:

wi(t + 1) =    wi(t) + 1 se ui(t) = vi(t) 0 se ui(t) 6= vi(t) (4.2)

onde wi(t) ´e o n´umero de per´ıodos decorridos no est´agio vigente.

Outro grupo de equac¸˜oes de estado descrevem as vari´aveis que caracterizam as vias do sistema. O modelo vertical da fila, em uma via, tem evoluc¸˜ao temporal dada por:

xl(t + 1) = max{0, xl(t) + a1l(t) − sl× ml(t)} (4.3)

onde xl(t) ´e a fila formada na linha de parada na aproximac¸˜ao l; a1

l(t) ´e o n´umero de ve´ıculos em

velocidade livre que trafegam na primeira sec¸˜ao de uma via; sl ´e o fluxo de saturac¸˜ao, isto ´e, a taxa m´edia de descarga da fila, considerado conhecido e constante para todas as vias, e ml(t) ∈ {0, 1} ´e

(48)

o controle da via em quest˜ao, sendo ml(t) = ui(t) para as vias arteriais e ml(t) = ui(t) para as vias

secund´arias, onde ui(t) ´e o complemento de ui(t).

As sec¸˜oes de uma via s˜ao definidas por:

N

a= L

vT (4.4)

onde

N

a ´e o n´umero de sec¸˜oes de uma via; L ´e o comprimento da via; v ´e a velocidade livre de percurso; e T ´e o per´ıodo.

N

a´e definido de tal forma que a passagem de uma sec¸˜ao para a seguinte ´e feita em exatamente um per´ıodo amostral, como pode ser visto na Figura 4.4. A evoluc¸˜ao da ocupac¸˜ao de ve´ıculos que trafegam em velocidade livre ao longo das sec¸˜oes de 1 a N de uma via, ´e dada por:

alj(t + 1) = alj+1(t), j = 1, . . . , N − 1 (4.5) alN(l)(t + 1) = alN(l)+1(t) + (1 − rl)zl(t) (4.6) alN(l)+1(t + 1) = rlzl(t) (4.7) onde zl(t) ´e o fluxo de ve´ıculos no in´ıcio da via, a montante da intersecc¸˜ao e N(l) ´e n´umero de

per´ıodos que um ve´ıculo gasta para atravessar uma via, sendo N(l) a parte inteira e rl a parte decimal deste per´ıodo.

Figura 4.4: Sec¸˜oes de uma via de acordo com o modelo do PRODYN [8]

Os fluxos de ve´ıculos zl(t) s˜ao modelados de duas formas. Uma delas ´e utilizada para vias alimentadas por filas a montante:

(49)

zl(t) =

l0

pl0l{min[xl0(t) + a1l0(t), sl0∗ ml0(t)]} (4.8) onde l0∈ Ul, Ul ´e o conjunto das vias que alimentam uma determinada via l; pl

0

l ´e a proporc¸˜ao de

ve´ıculos que convergem das filas para a via a jusante, considerada conhecida e constante. A outra ´e utilizada para as vias de entrada, onde zl(t) ´e simplesmente o resultado da contagem veicular.

4.4

Modelo de Fila Horizontal

Para este modelo, proposto por Gallego [10], a informac¸˜ao obtida pelo lac¸o indutivo pode ser traduzida como {Qk,Vk= (lv+lτb)}. Qk ´e o n´umero de ve´ıculos que entraram na via durante o per´ıodo

k(Qk ∈ {0, 1}, para pequenos tempos de amostragem), e se Qk= 1, Vk ´e a velocidade estimada do

ve´ıculo detectado. A velocidade ´e calculada levando em conta a largura do lac¸o indutivo lb, o tamanho

m´edio de um autom´ovel lv e a durac¸˜ao da ´ultima detecc¸˜ao τ, segundo mostra a Figura 4.5. O atraso

Figura 4.5: Dados de sa´ıda do detector

∆Ti,tsofrido por um ve´ıculo i no tempo t durante o per´ıodo T pode ser aproximado em primeira ordem

por ∆Ti,t= (1 − Vi,t

Vf ), para Vf a velocidade de cruzeiro da via em quest˜ao, e Vi,t a velocidade do ve´ıculo

ino tempo t (Vi,t < Vf), o que confere um atraso total de ∆Ti= ∑∞t=0∆Ti,t.

V= Vf(1 −

1 d· kj

), 0 < d < L (4.9)

A velocidade na entrada da via est´a estatisticamente ligada `a distˆancia d entre o detector e o fim da fila. Quanto mais longa a fila menor, ou quanto mais pr´oximo est´a o final da fila ao detector, menor a velocidade dos ve´ıculos que entram na via. Uma derivac¸˜ao do modelo macrosc´opico de Greenshield [14] foi usada para descrever a relac¸˜ao da Equac¸˜ao 4.9 ilustrada na Figura 4.6.

(50)

sendo kja concentrac¸˜ao de ve´ıculos no congestionamento (l1

v), L a distˆancia entre o detector e a linha

de parada, e d a distˆancia entre o detector e o final da fila.

Figura 4.6: Velocidade×tamanho da fila

Para uma fila X , o seu comprimento ´e dado por D e seu c´alculo ´e baseado na suposic¸˜ao de que a fila apresenta no m´aximo duas zonas de concentrac¸˜ao diferentes (kme kj) separadas por uma onda

de choque. Esta onda de choque apresenta velocidade uD caso o sem´aforo esteja verde e uA caso o

sem´aforo esteja vermelho.

Seja uko sinal de controle no per´ıodo k. Se ukfoi aplicado durante τksegundos, o comprimento

Dda fila pode ser expresso como:

• Se uk= 1 (sinal verde) ent˜ao:

se uDτk>kX jαent˜ao: D= X kjα (4.10) sen˜ao: D= X kj + uDτk(1 − α) (4.11)

(51)

se uAτk> X ent˜ao: D= X kj (4.12) sen˜ao: D= X kjα − uAτk( 1 α− 1) (4.13)

onde uA e uDs˜ao as velocidades das ondas de choque de formac¸˜ao e de extinc¸˜ao de fila,

respectiva-mente, e α uma constante. O que fornece quatro poss´ıveis configurac¸˜oes de fila (4.10, 4.11, 4.12, 4.13). As Equac¸˜oes de 4.14 a 4.19 mostram o desenvolvimento de 4.11, ilustrado pela Figura 4.7.

Figura 4.7: Onda de choque

X =

i∈Vt (1 −Vi,t Vf ) (4.14) = kmDm(1 − Vm Vf ) + kjDj(1 − Vj Vf ) (4.15) = kmuDτk(1 − Vm Vf ) + kj(D − uDτk) (4.16) =⇒ D(X , uk, τk) = X kj + uDτk(1 − km kj (1 −Vm Vf )) (4.17) = X kj + uDτk(1 − α) (4.18)

(52)

com α = km kj (1 −Vm Vf ) (4.19)

Para valores conhecidos de X, τk e uk, D pode ser calculado. Ent˜ao, d (d = L − D) pode ser

usado no modelo de Greenshield para obter a velocidade esperada de qualquer ve´ıculo entrando na sec¸˜ao da via [10].

Para complementar este modelo de fila, foi implementado um filtro de forma a tornar o modelo estoc´astico. A caracter´ıstica estoc´astica do problema e sua n˜ao linearidade impedem o uso de soluc¸˜oes cl´assicas como m´ınimos quadrados recursivo ou filtros de Kalman, ent˜ao a soluc¸˜ao mais adequada foi a utilizac¸˜ao da Regra de Bayes.

Para implementar a Regra de Bayes, o estado da fila foi discretizado em N + 1 valores poss´ıveis 0, 1, 2, ..., N. O estado da fila ´e descrito por um vetor de distribuic¸˜ao de estados da fila:

• Y = X0|−1,Vt0,Vt1... ´e o hist´orico at´e o momento ”l”com o estado inicial dado pela distribuic¸˜ao

X0|−1; • Xi

k|l= P(Xk= i|Yl) ´e a probabilidade para o estado da fila ser ”i”no tempo ”k”dado ”Yl”.

A Regra de Bayes permite a correc¸˜ao da distribuic¸˜ao da fila depois de uma observac¸˜ao:

Xk|ki = P(Vk)|Xk= i)X

i k|k−1

P(Vk|Yk−1)

(4.20)

Se a amostra ”k”n˜ao apresenta uma observac¸˜ao, ent˜ao, Xk|ki e Xk|k−1i tˆem o mesmo valor.

4.5

TUC

O TUC j´a parte da prerrogativa de que n˜ao ´e poss´ıvel obter dados reais a respeito das filas a partir das informac¸˜oes dos lac¸os indutivos. Sup˜oe-se que apenas uma noc¸˜ao das condic¸˜oes de tr´afego ao redor do detector pode ser obtida. Atrav´es das leituras de ocupac¸˜ao pode-se afirmar que:

• valores baixos de ocupac¸˜ao indicam que o final da fila est´a em algum lugar a jusante do detector, neste caso, a ocupac¸˜ao fornece o fluxo de entrada do link;

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