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Relação entre o índice de assimetria dos membros inferiores e o desempenho físico em testes de campo de jogadores de futebol americano.

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Academic year: 2021

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DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

FELIPE DAL PONT SOUZA

RELAÇÃO ENTRE O ÍNDICE DE ASSIMETRIA DOS MEMBROS INFERIORES E O DESEMPENHO FÍSICO EM TESTES DE CAMPO DE JOGADORES DE

FUTEBOL AMERICANO

Florianópolis 2019

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RELAÇÃO ENTRE O ÍNDICE DE ASSIMETRIA DOS MEMBROS INFERIORES E O DESEMPENHO FÍSICO EM TESTES DE CAMPO DE JOGADORES DE

FUTEBOL AMERICANO

Trabalho de Conclusão do Curso de Graduação em Educação Física - Bacharelado do Centro de Desportos da Universidade Federal de Santa Catarina como requisito para a obtenção do Título em Bacharel em Educação Fïsica.

Orientador: Prof. Dr. Juliano Dal Pupo Coorientador: Prof. Filipe Estácio Costa

Florianópolis 2019

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Este trabalho é dedicado a todos que me acompanharam nesta trajetória acadêmica.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a meus familiares pelo suporte e incentivo durante toda minha vida, sem isso não estaria onde estou hoje. Agradeço também a minha namorada por me apoiar e auxiliar em vários momentos, além de todos os meus amigos que me acompanham ao longo da vida.

Agradeço aos professores Juliano Dal Pupo e Filipe Estácio, por tornarem possível a realização deste trabalho, com muita colaboração durante todo o processo. Sou grato também a todos os professores e colegas de universidade que de alguma maneira contribuíram em minha vida acadêmica e profissional.

Por fim, agradeço aos colegas do futebol americano que participaram da pesquisa, contribuindo de maneira voluntária.

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RESUMO

A assimetria entre membros inferiores pode ser agravada dependendo das características da modalidade esportiva bem como do tempo total de prática. Baseado nisso, elaborou-se o seguinte problema de pesquisa: Qual a relação entre os índices de assimetria dos membros inferiores e o desempenho em testes de campo em jogadores de Futebol Americano? A amostra do estudo foi constituída por quatorze atletas de futebol americano (27 ± 6,15 anos; 90 ± 26,8 kg; 180,8 ± 8 cm) de uma equipe de Santa Catarina. A pesquisa foi realizada através de testes de laboratório no dinamômetro isocinético e na plataforma de saltos, além de testes de campo de mudança de direção e velocidade. Foi utilizada análise descritiva e de correlação. O nível de significância adotado foi de 5%. Foi verificado um índice de assimetria dentro da normalidade em todos os parâmetros (≤15%). Nenhuma das assimetrias se correlacionou com o desempenho nos testes de campo. Conclui-se que jogadores de FA apresentam índice de assimetria aceitável, não impactando no desempenho da mudança de direção e velocidade.

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ABSTRACT

Asymmetry between lower limbs can be increased depending on sport characteristic and total playing time. Sustained by that, the following research problem was elaborated: What is the relationship between inter-limb asymmetry index and physical performance in field tests of american football players? The sample was composed by fourteen american football players (27 ± 6,1 years old; 90 ± 26,8 kg; 180,8 ± 8 cm) of a Santa Catarina team. The study consists in laboratory tests in isokinetic dynamometer and jump platform, besides on field tests of change of direction and speed. Was used descriptive and correlation analysis. The significance level was 5%. Was verified an asymmetry index considered normal in all parameters (≤15%). None asymmetries correlated with in field performance tests. Could be conclude that american football players shown asymmetry index acceptable, with no performance impact.

Keywords: Asymmetry. Performance. American football.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Desenho do estudo 25

Figura 2- Pro- Agility 28

Figura 3- Índices de assimetria obtido no salto vertical e no torque isocinético dos extensores

do joelho. 31

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Estatística descritiva das variáveis neuromusculares avaliadas no salto vertical e dinamômetro isocinético... 30 Tabela 2- Variáveis de desempenho nos testes de campo ... 31 Tabela 3- Correlação entre os índices de assimetria e o desempenho nos testes de mudança de direção e velocidade... 32

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ADM- Amplitude de movimento CDS- Centro de Desportos

CCI- Coeficiente de correlação intraclasse DB- Defensive Back

DL- Defensive Lineman DJ- Drop jump

SLDJ- Drop jump unilateral EUA- Estados Unidos da América FA- Futebol Americano

K- Kicker LB- Linebacker

NCAA- National Collegiate Athletic Association OL- Offensive Lineman

P- Punter

PCext- Pico de torque concêntrico dos extensores de joelho PEext- Pico de torque excêntrico dos extensores de joelho PCfle- Pico de torque concêntrico dos flexores de joelho PEfle- Pico de torque excêntrico dos flexores de joelho PCext- Pico de torque concêntrico dos extensores de joelho PEext- Pico de torque excêntrico dos extensores de joelho PCfle- Pico de torque concêntrico dos flexores de joelho PEfle- Pico de torque excêntrico dos flexores de joelho QB- Quarterback

RB- Running back

CMJ- Salto com contra movimento

SLCMJ- Salto unilateral com contra movimento TCLE- Termo de Consentimento Livre e Esclarecido TE- Tight End

UFSC- Universidade Federal de Santa Catarina WR- Wide Receiver

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ... 14 1.1 JUSTIFICATIVA ... 15 1.2 OBJETIVO GERAL... 16 1.2.1 Objetivos Específicos ... 16 2 REVISÃO DA LITERATURA ... 17

2.1 ASSIMETRIA ENTRE MEMBROS INFERIORES E DESEMPENHO ESPORTIVO ... 17

2.2 CARACTERÍSTICAS DO FUTEBOL AMERICANO ... 20

3 MÉTODOS... 24

3.1 TIPO DE ESTUDO ... 24

3.2 PARTICIPANTES ... 24

3.3 PROCEDIMENTOS ... 24

3.5.1 Avaliação isocinética ... 26

3.5.2 Avaliação de saltos verticais ... 27

3.6.1 Teste Pro-Agility (5-10-5) ... 28

3.6.2 Sprint de 40 jardas ... 28

3.7 ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS DADOS ... 29

4 RESULTADOS ... 30

5 DISCUSSÃO ... 33

6 CONCLUSÃO ... 37

6.1 APLICAÇÃO PRÁTICA ... 37

REFERÊNCIAS ... 38

APÊNDICE A- Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ... 42

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1 INTRODUÇÃO

A assimetria vem sendo estudada e compreendida como a diferença de um mebro em relação ao outro (BISHOP; TURNER; READ, 2017). A assimetria pode ser dividida em quatro tipos: assimetria esportiva, assimetria direcional, assimetria flutuante e antissimetria. A assimetria esportiva é associada a diferenças bilaterais em alguns parâmetros como força e altura de salto. Os outros tipos de assimetria estão relacionados a parâmetros antropométricos e de preferência de membro, por exemplo (MALONEY, 2019). De modo geral, a assimetria tem sido tradicionalmente avaliada levando em consideração o desempenho neuromuscular (pico de torque, altura de salto) e por parâmetros morfológicos (área de secção transversa de um músculo, por exemplo) (MALONEY, 2019).

Nos esportes coletivos, especula-se que a especificidade das tarefas locomotoras pode desenvolver nos jogadores uma assimetria entre membros (VAISMAN et al., 2017) e esta diferença é entendida como prejudicial para o desempenho esportivo, apesar de algumas inconsistências existirem na literatura (BISHOP; TURNER; READ, 2017). No futebol americano (FA) os jogadores realizam atividades de locomoção em alta velocidade em linha reta e com mudança de direção (FULLAGAR et al., 2017). A mudança de direção é um componente importante em esportes multidirecionais como o FA, sendo desejável que os atletas apresentem bom deslocamento para ambos os lados, independente do membro dominante (DOS’SANTOS et al., 2018). Ainda, os jogadores de FA necessitam desenvolver velocidade e agilidade (HOFFMAN, 2015), podendo a assimetria entre membros inferiores ser um fator prejudicial no desempenho de ações com deslocamento. Em jogadores de FA é comum utilizar testes como o sprint de 40 jardas e o pro agility, sendo constatado que jogadores com bom desempenho nestes testes no Combine da National Football League (NFL) tem mais chance de serem recrutados para jogar a liga (MCGEE; BURKETT, 2003).

A assimetria entre membros tem sido tradicionalmente avaliada através de diferentes modelos de salto vertical (BISHOP; TURNER; READ, 2017). Tem sido sugerido que valores de assimetria próximos a 10% estão associados a tempos mais lentos em testes de mudança de direção e velocidade em linha reta (BISHOP et., al 2019). Entretanto, alguns estudos realizados não encontraram relação com o desempenho em testes de mudança de direção (DOS’SANTOS et al., 2017; LOTURCO et al., 2019) e teste de velocidade (LOCKIE et al., 2014; LOTURCO et., al 2019). Além disso, outras pesquisas afirmam que a assimetria entre

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membros não é prejudicial para o desempenho em sprints e mudança de direção, mesmo em membros com diferenças significantes (MEYERS et al., 2016; EXELL et al., 2017). Isso pode ser causa da especificidade motora da tarefa solicitada bem como o baixo status de treinamento (MALONEY, 2019).

Embora os estudos ainda não tenham mostrado um consenso na relação entre assimetria e desempenho, já é visto na literatura que altas taxas de assimetria estão associadas a maior incidência de lesão (DAI et al., 2019). Tornar o atleta mais simétrico parece ser fator importante na prevenção de lesões bem como na reabilitação. Em uma revisão, Bishop, Turner e Read (2017) trazem que assimetrias entre membros maiores que 15% estão associadas a maior incidência de lesão, sendo 10% considerado como faixa alvo para um retorno seguro à prática esportiva, após lesão. No FA existe grande prevalência de lesões musculares na região da coxa, através de mecanismos sem contato (COSTA et al. 2019). A maioria das lesões musculares na região posterior da coxa ocorrem em esforços máximos de corrida (ASKLING et al., 2007) e estes sprints são característicos de diferentes posições do FA (WARD et al., 2018).

Obter informações relacionadas ao desempenho de jogadores de FA e quantificar a assimetria entre membros inferiores pode ser de grande valia, auxiliando treinadores e profissionais do esporte na prescrição e acompanhamento do treinamento. Há uma carência de estudos que investiguem assimetria dos membros inferiores em jogadores de FA, mais do que isso, há uma lacuna na literatura sobre assimetria em jogadores de FA. Com base nisso, o seguinte problema de pesquisa foi elaborado: Qual a relação entre o índice de assimetria dos membros inferiores e o desempenho físico em testes de campo em jogadores de futebol americano?

1.1 JUSTIFICATIVA

O FA é uma modalidade muito praticada nos EUA e está em crescimento no Brasil, todavia a infraestrutura de muitas equipes não permite um acompanhamento físico ideal e os treinadores muitas vezes possuem poucas informações de desempenho acerca dos jogadores. Por ter sido atleta da modalidade e por acreditar e querer contribuir com o crescimento do esporte no Brasil, é importante conhecer melhor o perfil atlético dos jogadores, além de buscar informações que possa posteriormente levar para a prática como treinador.

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Destaca-se que a literatura é escassa em estudos com FA no Brasil, especificamente, sobre a relação entre o desempenho físico e assimetria entre membros inferiores. Os estudos existentes abrangem, em maioria, outras modalidades coletivas intermitentes, todavia os achados são inconsistentes. A relação de altos valores de assimetria com maior risco de lesões já foi encontrada na literatura e conhecer essas diferenças entre membros nos jogadores é fundamental para melhora do desempenho esportivo e prevenção de lesões à longo prazo. Este estudo pode alertar os profissionais da área da ciência do esporte da importância de individualizar e otimizar os programas de treinamento e da necessidade de diminuir as taxas de assimetria na prevenção e também reabilitação de lesões, tendo em vista que assimetrias acima de 15% estão associadas com maior incidência de lesão (BISHOP; TURNER; READ, 2017).

1.2 OBJETIVO GERAL

Analisar o índice de assimetria neuromuscular entre membros inferiores e verificar a relação com o desempenho em testes de campo em jogadores de futebol americano.

1.2.1 Objetivos Específicos

• Analisar o desempenho físico dos jogadores de FA nos testes de mudança de direção e velocidade.

• Verificar o desempenho nas avaliações neuromusculares (torque muscular dos músculos extensores e flexores do joelho, e salto vertical) em jogadores de FA

• Analisar o nível de assimetria entre membros inferiores através de parâmetros neuromusculares de salto vertical e torque isocinético nos jogadores de FA

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2 REVISÃO DA LITERATURA

A revisão da literatura será dividida em dois tópicos, no primeiro tópico será realizado um levantamento das implicações da assimetria entre membros inferiores no desempenho esportivo. No segundo tópico será caracterizado o FA, com estudos que fornecem informações sobre a demanda de jogo e características dos jogadores.

2.1 ASSIMETRIA ENTRE MEMBROS INFERIORES E DESEMPENHO ESPORTIVO

Entende-se por assimetria a diferença de um membro em relação ao outro em determinada tarefa. Não existe um método padronizado para se quantificar a assimetria entre membros, sendo comum utilizar a porcentagem de diferença entre membros para analisar os resultados (BISHOP; READ; TURNER, 2017). Em uma revisão crítica, Maloney (2019) divide a assimetria em quatro tipos: assimetria direcional, assimetria flutuante, antissimetria e assimetria esportiva.

Pesquisadores têm investigado recentemente o impacto da assimetria de membros inferiores no desempenho esportivo, (BISHOP et al., 2019a; BISHOP et al., 2019b; DOS’SANTOS et al., 2017; LOCKIE et al., 2014; LOTURCO et al., 2019). A mudança de direção e sprints são objetos comuns de estudo, sendo relacionados principalmente com testes de saltos, na tentativa de explicar a influência da assimetria no desempenho esportivo.

Alguns estudos na literatura indicam que a assimetria entre membros é prejudicial para o desempenho esportivo, todavia os achados nem sempre são consistentes. Assimetrias em parâmetros neuromusculares parecem afetar negativamente o desempenho esportivo, em ações como saltos e em testes com mudança de direção (BISHOP; TURNER; READ, 2017). Algumas modalidades tendem a desenvolver maior assimetria entre membros inferiores, provavelmente isto está relacionado com a dominância de um membro em relação a outro e ao tempo de prática da modalidade, podendo esta diferença se agravar ao longo do tempo (MALONEY, 2019).

Bishop et al. (2019a) realizaram um estudo com jogadores de futebol de diferentes faixas etárias, com o objetivo de relacionar a assimetria entre membros inferiores com medidas de desempenho físico. Participaram da pesquisa 51 jogadores da English Premier League, divididos em três grupos: sub-23 (n = 21), sub-18 (n = 14), e sub-16 (n = 16). Os

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jogadores realizaram o salto com contra movimento (CMJ) e para identificar a assimetria foi utilizado o salto unilateral com contra movimento (SLCMJ). Os jogadores realizaram testes de corrida com e sem mudança de direção. Ao comparar os grupos, a altura do salto não diferiu de forma significativa entre eles, entretanto os resultados mostraram que assimetrias na faixa de 5% a 10% foram relacionadas com desempenho reduzido nos testes (mudança de direção, salto e sprint), sugerindo uma diminuição do desempenho atlético.

Em um estudo recente com atletas de futebol feminino, Bishop et al. (2019b) visou estabelecer a relação entre a assimetria entre membros inferiores e velocidade e mudança de direção, participaram do estudo 16 atletas. Os atletas realizaram o SLCMJ, o drop jump unilateral (SLDJ), sprints de 10 e 30 metros e um teste de mudança de direção (505). As atletas apresentaram maior assimetria entre membros inferiores no SLCMJ (8,6%) e no SLDJ (9,1%). Maiores assimetrias no SLDJ foram associadas com menores tempos nos sprints (10m e 30m) e na mudança de direção (505), já para o SLCMJ, não apresentou relação entre assimetria com desempenho reduzido nos testes.

Loturco et al. (2019) examinaram as relações entre assimetrias no salto vertical e o desempenho de velocidade e potência em jogadoras profissionais de futebol feminino (n= 16). As atletas realizaram o squat jump (SJ) e o CMJ, bilateral e unilateral, além de sprint de 30 metros, teste de mudança de direção em zig-zag e agachamento com salto para verificar a potência muscular. A média de assimetria para o SJ foi 9,8 ± 6,5% e para o CMJ unilateral 10,6 ± 5,5%. Os resultados afirmam que a assimetria nos saltos não influenciou no desempenho nos testes. Os autores discutem que mesmo assimetrias grandes no salto vertical unilateral não são capazes de impactar no desempenho de velocidade e potência. Entretanto, deve-se atentar ao risco de lesão aumentado que grandes assimetrias podem causar.

Com base nos estudos citados anteriormente, a assimetria pode ou não ser prejudicial para o desempenho em atletas de futebol, que tendem a apresentar maior dominância devido característica da modalidade, em que um membro é mais utilizado que o outro (VAISMAN et al, 2017). Apesar dos métodos de avaliação e a população estudada diferirem bastante em idade, gênero e nível competitivo, estes resultados podem servir de base para entendimento e possível predição da existência de assimetria em outras modalidades que exijam dominância de membro. De maneira geral é interessante avaliar a assimetria com mais de um teste, para melhor entender e confirmar o real impacto da assimetria no desempenho esportivo (BISHOP et al., 2019b; LOTURCO et al., 2019).

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Lockie et al. (2014) pesquisaram a influência do desempenho em saltos unilaterais e a assimetria de membros inferiores na velocidade multidirecional em jovens (até 18 anos) em equipes esportivas recreacionais. Foram aferidas a velocidade e a mudança de direção por meio de testes de campo. Avaliou-se o salto vertical, horizontal e lateral, a fim de relacionar com a velocidade nos testes de campo. Não foi encontrado correlação entre a assimetria e o desempenho na mudança de direção, saltos e sprint. Os indivíduos estudados apresentavam assimetrias menores que 15%, considerado valor não significativo, podendo este ser um fator que explique o não impacto da assimetria no desempenho da velocidade e mudança de direção.

Com o objetivo de determinar se existe assimetria em diferentes tarefas de salto e na mudança direção, e explorar se maiores assimetrias prejudicam o desempenho na mudança de direção em jogadores universitários (futebol n = 10, rugby n = 6 e críquete n = 6), Dos’Santos et al. (2017) encontraram que a assimetria na distância dos saltos não impactou negativamente na mudança de direção. Além disso o membro dominante em saltos não correspondeu necessariamente a dominância durante tarefas de mudança de direção em 180°

e 90°. Como visto anteriormente em outros estudos, este também traz que o desempenho em saltos pode não estar relacionado com o nível de assimetria. Por outro lado, estudos já citados encontraram impacto negativo da assimetria no desempenho atlético (BISHOP et al., 2019a; BISHOP et al., 2019b; LOCKIE et al., 2016), evidenciando assim uma inconsistência nas pesquisas. A variedade metodológica pode ser um importante fator nos diferentes resultados encontrados, como o tipo de salto utilizado e a amostra avaliada.

Foi encontrado um estudo relacionando testes de campo com testes de salto vertical, visando analisar o déficit bilateral de potência entre membros inferiores em jogadores de FA. Hoffman et al. (2007) avaliaram o efeito da diferença de potência bilateral na mudança de direção. Constituíram a amostra 62 jogadores da Divisão 3 da National Collegiate Athletic Association (NCAA). Os atletas realizaram o SLCMJ e um teste de agilidade (3 cone drill). Foi observado déficit de 9,7 ± 6,9% no desempenho de potência entre o membro dominante e o não dominante. Esta diferença não foi encontrada no desempenho entre o membro dominante e não dominante no 3 cone drill. Concluiu-se que o déficit bilateral entre membros inferiores não se relacionou de maneira significativa com o desempenho no teste de agilidade, entretanto, valores maiores que 10% podem resultar em diferenças no teste de agilidade.

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Transferindo isso para a prática, pode vir a impactar no desempenho específico de tarefas que envolvam a rápida mudança de direção.

Bishop et al., (2017) fornecem informações interessantes a respeito da relação entre assimetria e lesões em uma revisão sistemática. Os autores afirmam que assimetrias maiores que 15% estão associadas com maior incidência de lesão, quando comparado com grupos abaixo desta faixa. É recomendado reduzir para ao menos 10% as diferenças entre membros, a fim de prevenir e promover o retorno seguro a prática esportiva.

Como pode ser observado neste tópico, não há um consenso a respeito do prejuízo da assimetria no desempenho em tarefas como salto e corrida. A assimetria parece ser mais evidente em atletas que possuem clara dominância de membro nas tarefas esportivas, como no futebol. Além disso pode ser dependente de habilidade motora, sendo interessante avaliar em diferentes tarefas. Apesar de não ser claro o real prejuízo no desempenho esportivo, é interessante reduzir estas taxas, visando principalmente a prevenção de lesões.

2.2 CARACTERÍSTICAS DO FUTEBOL AMERICANO

O FA é o esporte mais popular dos EUA e alguns estudos já avaliaram a demanda de jogo e características gerais da modalidade. A compreensão das características da modalidade se embasam em estudos que caracterizam o jogo e os atletas (DAVIS et al., 2004; DEMARTINI et al., 2011; FULLAGAR et al., 2017; IOSIA; BISHOP, 2008; HOFFMAN, 2008 HOFFMAN, 2015; MCGEE; BURKETT, 2003; SEVERO-SILVEIRA et al., 2017; TREXLER et al., 2017; ZVIJAC et al., 2014; WARD et al., 2018). O jogo contempla ações rápidas de máxima intensidade. Uma partida é composta por quatro períodos de 12-15 minutos, com 12-20 minutos de intervalo entre o segundo e o terceiro quarto. Estas variações no tempo de jogo dependem do nível competitivo. São 11 jogadores em campo por equipe, cada um com uma posição específica, sendo esta de ataque ou defesa, raramente o jogador atua nos dois setores, principalmente no alto nível (HOFFMAN, 2008; HOFFMAN, 2015). O FA é considerado uma modalidade acíclica, com diferentes ações desempenhadas em alta intensidade (FULLAGAR et al., 2017). Jogadores de linha realizam mais ações de bloqueio com curtos deslocamentos, enquanto os que não atuam na linha tem de correr maiores distâncias para receber passes e fazer marcação (DEMARTINI et al., 2011). A especificidade das posições exige diferentes demandas fisiológicas dos jogadores e,

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espera-se que o mesmo deespera-sempenhe ações de máxima intensidade em cada jogada, sugerindo primordial participação do sistema ATP-CP e glicolítico (HOFFMAN et al., 2015). A intensidade e a duração do jogo demandam ainda do sistema aeróbio importante participação na recuperação e manutenção da alta intensidade, pois os jogadores realizam repetidas ações com curtos períodos de intervalo, necessitando rápida reposição dos estoques de ATP-CP (FULLAGAR et al., 2017; HOFFMAN, 2015; IOSIA; BISHOP, 2008; JOSÉ; REBELO, 2013).

Em uma revisão, Fullagar et al. (2017) trazem que o FA é um esporte de colisão, com ações desempenhadas em máxima intensidade em jogadas que duram aproximadamente 5 segundos, tendo intervalo de 25 a 40 segundos até que se realize uma próxima jogada. Iosia e Bishop (2008) encontraram em uma pesquisa realizada com equipes da National Collegiate Athletic Association (NCAA) que a média de duração de uma jogada foi de 5,23 ± 1,7 s e o tempo de descanso entre jogada foi de 36,1 ± 6,7 s (desconsiderando pedidos de tempo e pausas por lesão). Estes achados na literatura podem contribuir com treinadores na prescrição de treinamentos levando em consideração a razão esforço/pausa, por outro lado, deve-se considerar a demanda de jogo nas diferentes posições, devendo ser considerado também as características destas ações nestes períodos de tempo (DEMARTINI et al., 2011; WARD et al., 2018).

Por ser uma modalidade heterogênea, os jogadores têm funções específicas e demandas físicas diferentes (HOFFMAN, 2008; WARD et al., 2018). Em um estudo cujo objetivo foi investigar as diferenças entre posições durante um training camp da National Football League (NFL), Ward et al. (2018) encontraram diferenças significativas de volume total de treino entre posições. Os WRs e DBs percorreram a maior distância, por serem posições com atividades específicas baseadas em corrida. Os jogadores de linha ofensiva (OL) e linha defensiva (DL) percorreram a menor distância total, mas desempenharam maior número de ações específicas do esporte que não envolvem corrida, como impactos, colisões ou mudanças de direção em curto espaço.

Os resultados de Ward et al. (2018) vêm de encontro com os de Demartini et al. (2011), que buscaram identificar as demandas físicas de treinamento na pré-temporada em jogadores da Divisão I da NCAA em condições climáticas quentes, e encontrou que jogadores de linha percorreram menor distância e atingiram menor frequência cardíaca máxima quando comparado aos jogadores que não atuam na linha. Isto pode ser explicado

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pelo motivo de os jogadores que não atuam na linha se deslocaram maior parte do tempo em velocidades altas, enquanto os de linha percorreram maior parte do tempo em velocidades baixas, mas realizaram constantes ações de força em bloqueios. Isso leva a crer que diferentes posições necessitam de diferente atenção na preparação física, devido possuírem características específicas da posição que atuam no jogo.

Em relação a massa livre de gordura (MLG), Trexler et al. (2017) encontraram em um estudo com jogadores da Divisão 1 e Divisão 2 da NCAA que posições que necessitam de maior tamanho corporal e força (OL, DL, TE, LB) apresentam os maiores valores de MLG. Além disso, a MLG não variou em decorrência da idade. Estes dados podem colaborar com treinadores na detecção de talentos, pois um jogador com baixos valores relativos de MLG pode ter maior chance de trocar de posição, devido maior facilidade de elevar seu peso corporal e aumentar sua força. Mais recentemente, Carolina e Wendt (2018) avaliaram o perfil antropométrico de 35 jogadores de FA de um time do Pará. Os resultados afirmam que existe grande incidência de obesidade nos atletas, todavia as demandas físicas da modalidade exigem perfil antropométrico mais robusto, mesmo sendo inadequado no ponto nutricional.

É de suma importância desenvolver força, potência, velocidade e condicionamento cardiovascular em um atleta de FA, para melhora de seu desempenho em campo bem como para preveni-lo de lesões (FULLAGAR et al., 2017). Para avaliar os jogadores, alguns testes de campo são realizados na modalidade, entre eles o sprint de 40 jardas, que avalia a velocidade e, a capacidade de mudança de direção (Pro- Agility Test) (MCGEE; BURKETT, 2003). Davis et al. (2004) afirma que o desempenho de atletas de FA da NCAA no sprint de 40 jardas e no Pro Agility Test tem relação com o desempenho no supino, hang clean e com o peso corporal, evidenciando que quanto mais forte e mais leve, maior será a capacidade do jogador se locomover de forma veloz em campo.

A literatura nacional pouco investigou a modalidade em relação ao desempenho em testes. Em 2009 Araujo, Oliveira e Bosso investigaram a força de explosão através do Hop test single. A amostra foi constituída por 15 atletas de uma equipe de FA de Santa Catarina. Os autores encontraram que os jogadores de defesa apresentaram menor percentual de gordura e melhor desempenho no salto. Jogadores mais leves e potentes tendem a ser mais rápidos.

Severo-Silveira et al. (2017) buscaram verificar o perfil de torque isocinético de jogadores de FA do Brasil, comparando os resultados com os atletas americanos de

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participantes do NFL Combine. Foi encontrado que os jogadores brasileiros apresentam pico de torque de extensão e flexão de joelho menor que os americanos. Os autores ainda fornecem dados de razão funcional do joelho (torque excêntrico dos músculos flexores/concêntrico dos músculos extensores), convencional (torque concêntrico dos músculos flexores/concêntrico dos músculos extensores) e assimetria bilateral. Mais da metade participantes desta amostra apresentaram um déficit na razão convencional e este valor sobe para 94% para a razão funcional, indicando segundo os autores, fraqueza nos músculos isquiotibiais. Para a assimetria bilateral, 26% apresentaram índice superior a 10% nos extensores de joelho e 43% nos flexores de joelho. Os resultados encontrados por Severo-Silveira et al. (2017) sugerem que os jogadores brasileiros investigados apresentam desequilíbrios de força muscular na coxa e estão mais sujeitos a lesão que os atletas americanos, que apresentam desempenho isocinético superior aos brasileiros. Exemplificando o desempenho superior, atletas americanos de diferentes posições avaliados no NFL Combine entre 2008 e 2011 apresentaram pequena diferença na razão convencional, apesar de valores de torque entre membro dominante e não dominante variarem a ponto de 47,2% dos atletas apresentarem diferenças maior ou igual a 10% para os extensores de joelho e, 57% apresentaram estas mesmas diferenças para os flexores do joelho (ZVIJAC et al., 2014).

A maioria dos estudos citados foram realizados nos EUA, onde o esporte já é mais desenvolvido e estruturado. A literatura evidencia a utilização dos sistemas aeróbio e anaeróbio na modalidade, por outro lado traz que há uma diferença de necessidades e ações desempenhadas entre posições. A maioria dos estudos foram realizados no âmbito universitário (NCAA), e ao avaliar, os jogadores costumam ser divididos em grupos de ataque e defesa. A literatura nacional ainda é escassa, sendo difícil realizar suposições coerentes acerca do perfil dos atletas no Brasil.

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3 MÉTODOS

O tipo de estudo, os participantes, os instrumentos, os procedimentos e a análise estatística dos dados serão caracterizados de maneira segmentada, para melhor entendimento dos métodos do estudo.

3.1 TIPO DE ESTUDO

Este estudo é de natureza aplicada, por visar construção de conhecimento para utilização futura. Quanto a abordagem do problema é de caráter quantitativo, fornecendo informações em números para classificação e análise. Em relação aos objetivos, classifica-se como descritivo, com o objetivo de descrever a assimetria entre membros inferiores. Quanto aos procedimentos técnicos, a pesquisa é considerada empírica exploratória, realizada através de coleta de dados (SANTOS, 2011).

3.2 PARTICIPANTES

Participaram do estudo 14 atletas de FA (27 ± 6,1 anos; 90 ± 26,8 kg; 180,86 ± 8 cm; 5,8 ± 3,3 anos de prática), sendo 2 offensive linemans (OL), 1 linebacker (LB), 5 defensive backs (DB), 1 defensive lineman (DL), 1 kicker (K), 3 wide receivers (WR) e 1 running back (RB), todos de nível amador. Dentre estes participantes, quatro atuavam em mais de uma posição. Os atletas foram selecionados por conveniência através de contato direto com uma equipe da região da Grande Florianópolis. O procedimento de amostragem foi não-probabilístico. Os critérios para seleção foram: estar vinculado a uma equipe de FA, estar apto fisicamente para realizar os procedimentos no dia e assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (Apêndice A).

3.3 PROCEDIMENTOS

As coletas foram realizadas no laboratório de biomecânica da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). No dia da avaliação, inicialmente houve o preenchimento do

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termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) e anamnese, a fim de obter informações pessoais dos jogadores, como idade, gênero, posição em que atua e histórico de lesões. No mesmo dia os jogadores realizaram uma avaliação isocinética e de saltos verticais, de maneira randomizada, para depois serem submetidos aos testes de velocidade e mudança de direção, respectivamente.

O desenho do estudo está apresentado na Figura 1, apresentando os procedimentos que serão executados para a coleta de dados. Foi respeitado um tempo máximo de 10 minutos entre cada teste físico.

Fonte: Próprio autor.

3.4 AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA

Os jogadores foram avaliados em massa corporal e estatura. A massa corporal foi aferida na plataforma de força (Kistler, Quattro Jump, modelo 9290AD, (intervalo 0-10 000 N; taxa de amostragem 500 Hz) e a estatura em um estadiômetro (SECA) com resolução de 1mm. . Após esta parte inicial, os atletas foram submetidos de forma randomizada à avaliação isocinética e à avaliação de saltos verticais.

3.5 AVALIAÇÃO NEUROMUSCULAR

Figura SEQ figura \* ARABIC 1- Desenho do estudo

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3.5.1 Avaliação isocinética

Foi avaliado o torque isocinético dos músculos extensores e flexores do joelho (quadríceps e isquiotibiais, respectivamente). A avaliação foi realizada no dinamômetro isocinético (Biodex System 3, Biodex Medical Systems, Shirley, NY). Todos foram orientados a como “puxar” ou “empurrar” o braço do aparelho isocinético nas contrações concêntricas e a como “resistir” a ele nas ações excêntricas. Foi realizado um aquecimento específico, em que os participantes realizaram 2 séries de 15 repetições de forma concêntrica/ concêntrica para os músculos extensores e flexores de joelho, respectivamente. A primeira série foi realizada com a velocidade de 240º s-1 e a segunda série foi realizada com a velocidade de 120º s-1 e ambas foram realizadas de forma submáxima. Após isso, os atletas realizaram 2 séries submáximas para familiarização, com intervalo de 2 minutos entre série, para posteriormente realizarem o protocolo a intensidade máxima. O protocolo foi composto por quatro repetições máximas de extensão/flexão do joelho para mensuração do torque máximo concêntrico/excêntrico, respectivamente, dos músculos extensores e flexores do joelho. A velocidade de execução foi fixada em 180º s-1 (tanto para concêntrica quanto

excêntrica), sendo as tentativas realizadas primeiro no membro inferior direito seguido do esquerdo.

Para a avaliação isocinética de flexão/extensão de joelho, os participantes foram ajustados na cadeira, colocados na posição sentada, com um ângulo de aproximadamente 90º entre tronco e coxa, sendo a parte superior do corpo fixada por cintos que cruzam pelo peito e região da pelve. Os sujeitos foram orientados a manterem as mãos cruzadas à frente do corpo, podendo segurar nos cintos que cruzam o tronco. O eixo do dinamômetro foi alinhado com o eixo latero-lateral do joelho direito para a realização dos movimentos de flexão-extensão. De acordo com as recomendações do fabricante, foi solicitado ao sujeito para ficar com a perna relaxada de modo que a determinação passiva dos efeitos da gravidade sobre o membro e braço de alavanca possa ser realizada. Posteriormente foi estabelecida a amplitude de movimento (ADM), que foi de aproximadamente 90º, partindo da máxima extensão anatômica da articulação do joelho (0º) até sua flexão de 90º. Os sujeitos foram incentivados verbalmente a realizarem o máximo esforço possível durante os testes.

As curvas de torque obtidas foram filtradas utilizando um filtro Butterworth do tipo passa-baixa (10 Hz). Foi determinado o pico de torque isocinético concêntrico e excêntrico

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dos músculos extensores e flexores do joelho, definido como o maior torque obtido nas quatro repetições máximas realizadas.

Por fim, para calcular o índice de assimetria (IA) do pico de torque entre membros foi utilizada a equação proposta por Nunn et al. (1988) e Impellizzeri et al. (2007):

IA= (membro mais forte – membro mais fraco) /membro mais forte * 100

O presente estudo considerou assimetrias de até 15% dentro da normalidade, a exemplo do estudo de Nunes et al. (2018).

3.5.2 Avaliação de saltos verticais

O protocolo de avaliação do salto vertical consistiu em dois tipos de salto: o salto com contra movimento (CMJ) e o salto unilateral com contra movimento (SLCMJ), seguindo o protocolo do estudo de Bishop et al. (2019b). Os atletas foram familiarizados com os saltos nas sessões de treinamento. Foi realizado um aquecimento específico contendo duas séries de 10 saltitos submáximos, 5 CMJ submáximos e 5 SLCMJ submáximos. Para o CMJ, os atletas se posicionaram sobre a plataforma (Kistler, Quattro Jump, modelo 9290AD), em posição confortável com as mãos no quadril. No comando “salta” o atleta flexionava o quadril e o joelho até uma profundidade auto selecionada, então acelerando verticalmente saltando o mais alto possível. O mesmo procedimento foi realizado no SLCMJ, o atleta salta unilateralmente primeiro com o membro inferior direito, caindo sobre o mesmo membro, sendo proibido impulsionar no ar o membro que não está saltando.

Os atletas realizaram primeiro o CMJ para após realizarem o SLCMJ. Foram cinco saltos para o CMJ e três saltos (cada membro) para o SLCMJ, com intervalo de dez segundos entre cada salto e de dois minutos do término do CMJ para início do SLCMJ.

O índice de assimetria da altura de salto e da potência de salto entre membros foi calculado pela porcentagem que difere um membro do outro na altura do salto, através da equação proposta por Nunn et al. (1988) e Impellizzeri et al. (2007).

Diferença de até 15% foi considerada como dentro da normalidade, como já reportado previamente (LOCKIE et al, 2014).

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3.6 AVALIAÇÃO DOS TESTES DE CAMPO

3.6.1 Teste Pro-Agility (5-10-5)

Inicialmente foi realizado um aquecimento prévio com duração próxima de dez minutos, com movimentações técnicas de corrida e deslocamentos laterais. Os atletas já eram familiarizados com o teste.

O Pro-Agility é um teste comum de ser utilizado no FA para avaliação da habilidade de mudança de direção (MCGEE; BURKETT 2003). O indivíduo realiza um sprint de 5 jardas (4,6 metros) para a direita, toca na linha com a mão direita, muda de direção em um sprint de 10 jardas (9,1 metros) até tocar com a mão esquerda na próxima linha, então muda de direção novamente retornando ao ponto inicial, em um sprint de 5 jardas (4,6 metros). Foram alternados os lados de início, para direita e esquerda (MCGEE; BURKETT 2003; STEWART; TURNER; MILLER, 2014). Para recordar os tempos uma fotocélula (Cefise Speed Test 6.0 Standard) foi utilizada, posicionada a 50cm da linha inicial (cone central). A média entre as duas tentativas para cada lado, com intervalo de dois minutos entre cada uma, foi utilizada para análise.

Fonte: STEWART; TURNER; MILLER, 2014.

3.6.2 Sprint de 40 jardas

Foi utilizado o aquecimento prévio para o Pro- Agility como preparação, acrescentando sprints progressivos antes de realizar o teste.

Fonte: STEWART; TURNER; MILLER, (2014). Figura 2- Pro- Agility

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Neste teste o jogador inicia em posição de dois, três ou quatro pontos, é dado um comando, e quando estiver pronto o jogador realiza um sprint de 40 jardas (36,6 metros). O atleta iniciou a 50 cm da primeira fotocélula, tendo outras duas fotocélulas na linha de 10 e de 40 jardas. (MCGEE; BURKETT 2003). Utilizou-se a média entre duas tentativas, com intervalo de 2 minutos entre cada uma, para análise.

3.7 ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS DADOS

Para análise de dados foi utilizado média ± desvio padrão e para as análises de relação entre variáveis foi realizada a correlação de Pearson. A força de correlação foi determinada como r sendo: 0-0,3 e 0 a -0,3 considerada fraca; 0,31 a 0,49 e -0,31 a -0,49 considerada moderada; 0,5 a 0,69 e -0,5 a -0,69 considerada forte; 0,7 a 0,89 e -0,7 a -0,89 considerada muito forte; 0,9 a 1 e -0,9 a -1 considerada perfeita (HOPKINS, 2017). Para identificar a reprodutibilidade dos testes, a classificação do coeficiente de correlação intercalasse (CCI) foi determinada em valores >0,9 = excelente, 0,75-0,9= bom, 0,5-0,75= moderado, <0,5= fraco (KOO; LI, 2016).Os resultados foram tabulados no Microsoft Excel 2016 e as análises realizadas no software SSPS 18.0. (2009). O nível de significância adotado foi de 5%.

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4 RESULTADOS

Todos os testes (sprint, pro-agility, saltos) apresentaram reprodutibilidade excelente (CCI≥0,9), exceto o tempo parcial de 10 jardas no sprint, que apresentou reprodutibilidade boa (CCI= 0,75-0,9) (KOO; LI, 2016).

Os resultados descritivos (média e desvio padrão) dos testes neuromusculares de salto vertical e torque isocinético dos extensores e flexores do joelho estão exibidos na Tabela 1.

Tabela 1- Estatística descritiva das variáveis neuromusculares avaliadas no salto vertical e dinamômetro isocinético.

Salto vertical Média ± DP

Altura do salto (cm) 46,5 ± 8,4

Potência (W/Kg) 27,4 ± 4,3

Altura do salto UFO (cm) 30,9 ± 5,2 Potência UFO (W/Kg) 15 ± 2,8 Altura do salto UFR (cm) 29,4 ± 5,1 Potência UFR (W/Kg) 14,2 ± 2,7 Torque Isocinético PCext-FO (N.m) 236,4 ± 72,7 PEext-FO (N.m) 365 ± 88,7 PCfle-FO (N.m) 147,40 ± 43,4 PEfle-FO (N.m) 228,6 ± 55,8 PCext-FR (N.m) 206,8 ± 62,2 PEext-FR (N.m) 316,8 ± 100,4 PCfle-FR (N.m) 134,3 ± 45,5 PEfle-FR (N.m) 208,3 ± 56,6

Nota: DP= desvio padrão; U= unilateral; FO= membro mais forte; FR= membro mais fraco; P= pico de torque; C= concêntrico; E= excêntrico; ext= extensores do joelho; fle= flexores do joelho.

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Os resultados descritivos, em termos de média e desvio padrão obtidos nos testes de velocidade e mudança de direção estão descritos na Tabela 2.

Tabela 2- Variáveis de desempenho nos testes de campo Média ± DP

Pro- Agility-E (s) 5,10 ± 0,41

Pro Agility- D (s) 5,08 ± 0,47

Sprint 40j- 0-10j (s) 1,74 ± 0,17

Sprint 40j (s) 5,45 ± 0,64

Nota: DP= desvio padrão; E= início para a esquerda; D= início para a direita

A Figura 4 traz os valores médios da assimetria no salto vertical unilateral e pico de torque isocinético concêntrico e excêntrico dos extensores e flexores do joelho. Os índices encontrados foram considerados dentro da normalidade (≤15%).

Figura 3- Índices de assimetria obtido no salto vertical e no torque isocinético dos extensores do joelho.

Nota: PC= pico de torque concêntrico; PE= pico de torque excêntrico; ext= extensores do joelho; fle= flexores do joelho

Na tabela 3 estão apresentadas as correlações entre os valores de assimetria no salto vertical e torque isocinético e o desempenho no teste de velocidade e mudança de direção. Todas as correlações entre o pico de torque isocinético e o desempenho nos testes de mudança de direção e velocidade foram fracas e insignificantes. Para a assimetria na altura do salto Figura - Índice de assimetria entre membros inferiores em parâmetros neuromusculares

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vertical todas as correlações foram fracas, exceto para o tempo final no sprint de 40 jardas, que se correlacionou moderadamente, mas foi estatisticamente insignificante. No que remete a assimetria na potência média, correlações moderadas foram encontradas com o início para a direita no Pro- Agility, tempo parcial (S10) e final do sprint de 40 jardas, entretanto foram estatisticamente insignificantes. O início para a esquerda no Pro- Agility se correlacionou de maneira fraca com a assimetria na potência média, mas também não foi significativo estatisticamente.

Tabela 3- Correlação entre os índices de assimetria e o desempenho nos testes de mudança de direção e velocidade. PA D PA E S10 S40 PCext ASS r p 0,06 0,82 -0,01 0,85 0,08 0,77 0,03 0,91 PEext ASS r p -0,12 0,65 -0,06 0,82 -0,22 0,44 -0,19 0,50 PCfle ASS r p -0,12 0,67 0,00 0,98 -0,09 0,75 -0,12 0,68 PEfle ASS r p 0,06 0,82 0,13 0,65 -0,19 0,50 -0,08 0,77 SLCMJ AS ASS r p 0,20 0,47 0,10 0,71 0,19 0,50 0,34 0,23 SLCMJ PM ASS r p -0,36 0,19 -0,24 0,40 -0,38 0,17 0,41 0,14

Nota: PA= pro-agility; D= início para a direita; E= início para a esquerda; S10= sprint parcial 10 jardas; S40= sprint total 40 jardas; P= pico de torque; C= concêntrico; E= excêntrico; ext= extensores do joelho; fle= flexores do joelho; ASS= assimetria;

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SLCMJ= countermovement jump unilateral; AS= altura do salto; PM= potência média; r= coeficiente de correlação; p= significância.

5 DISCUSSÃO

Este trabalho teve como principal objetivo verificar a relação da assimetria de força/potência de membros inferiores com o desempenho na mudança de direção e velocidade em jogadores de FA. Os principais resultados foram: (1) os sujeitos avaliados não apresentaram taxas de assimetria em magnitude fora do normal; (2) os valores de assimetria encontrados não tiveram forte relação com o desempenho nos testes de campo. O índice de assimetria encontrado na altura de salto vertical e no pico de torque isocinético ficou abaixo da taxa limite de 15%, sendo entendido que esta amostra possui valores de assimetria aceitáveis.

Um bom desempenho em termos de velocidade de corrida e mudança de direção é importante em esportes multidirecionais como o FA (FULLAGAR et al., 2017). Caracterizando o desempenho nos testes de campo dos atletas do presente estudo, verifica-se que a média nos resultados dos testes de velocidade (Parcial 10j= 1,74 ± 0,17s; Final 40j= 5,45 ± 0,64s) obtidos neste estudo podem ser comparados com estudos que trazem valores de jogadores universitários e atuando ao nível profissional nos EUA. É importante informar que no presente estudo os atletas não foram divididos em grupo por posição, pelo fato do número de participantes ser de 14 atletas. Hedlund (2017) analisou dados de mais de 3800 jogadores participantes da bateria de testes do NFL Combine e dados durante a carreira profissional nos anos de 2002 a 2016, encontrando valores médios de 4,81 ± 0,31s para o tempo final do sprint de 40 jardas. O tempo parcial de 10 jardas não foi descrito neste estudo, entretanto McGee e Burkett (2003) realizaram uma análise semelhante no ano de 2000 e os tempos foram de 1,68 ± 0,11s e 4,81 ± 0,31s para o tempo parcial e final do sprint de 40 jardas, respectivamente, referente aos jogadores recrutados na primeira e segunda rodada do draft. Os jogadores selecionados mais ao fim (sexta e sétima rodada) tiveram desempenho médio de 1,71 ± 0,11s e 4,93 ± 0,34s. Lockie et al. (2016) avaliaram 62 jogadores universitários, os resultados foram divididos por posição, os tempos na parcial de 10 jardas inicial variaram de 1,65 ± 0,08 para os jogadores mais rápidos (WRs) a 1,80 ± 0,05s para o

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grupo mais lento (QBs). O tempo final do sprint variou de 4,81 ± 0.20 (WRs) a 5,40 ± 0,26 (OL e DL). Estes resultados sugerem que os atletas americanos em média apresentam maior aceleração inicial e velocidade máxima para obter tempos abaixo dos 5 segundos no sprint final.

Em relação ao teste Pro- Agility, os atletas do presente estudo apresentaram tempos de 5,10 ± 0,41s iniciando para a esquerda e 5,08 ± 0,47s para a direita. Quando comparado à atletas americanos, percebe-se que os atletas do presente estudos foram mais lentos. O tempo médio entre as tentativas para os dois lados no Pro- Agility foi analisado por McGee e Burkett (2003), sendo observado que os jogadores recrutados na primeira e segunda rodada (4,38 ± 0,29), e sexta e sétima rodada (4,45 ± 0,29s) do draft da NFL obtiveram tempo melhor que os participantes deste estudo. Lockie et al. (2016) verificou tempos entre 4,46 ± 0,22s (WRs) e 4,97 ± 0,27s (OL e DL), para atletas mais rápidos e mais lentos, respectivamente. Hedlund (2017) encontrou valores médios de 4,39 ± 0,27s em dados referentes ao NFL Combine e a carreira profissional dos jogadores. Percebe-se que os atletas americanos estão a frente, todavia os atletas brasileiros são amadores, e qualquer comparação com atletas a nível universitário e profissional deve ser realizada com cautela.

No que diz respeito às assimetrias de torque, jogadores brasileiros parecem apresentar desequilíbrio muscular principalmente por fraqueza nos músculos flexores de joelho, demonstrando deficiência na produção de torque excêntrico (PEfle Preferido= 220±40; PEfle Não preferido 220±47) destes músculos. Estes valores se aproximam dos achados no presente estudo (PEfle-FO= 228,66±55,85; PEfle-FR= 208,37±56,64), podendo inferir-se que jogadores brasileiros tem risco aumentado de lesão nos membros inferiores por mecanismo sem contato, como já documentado na literatura nacional (COSTA et al., 2018). Lehance et al. (2009) enfatiza em um estudo com jogadores de futebol, que 64% dos atletas que já lesionaram o membro inferior retornaram a prática esportiva ainda com desequilíbrio muscular, elevando o risco de lesionar novamente o membro inferior.

Em relação à atletas americanos, dados normativos de avaliação isocinética concêntrica fornecidos pela literatura trazem diferença de força entre membros de 10% ou mais em 47,2% e 57% dos atletas americanos, para extensores e flexores de joelho. Ainda que estatisticamente os valores encontrados sejam significantes, estes déficits não necessariamente devem ser relevantes na prática (ZVIJAC et., al 2014), considerando que assimetria no pico de torque na faixa de 10-15% podem ser consideradas dentro da

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normalidade (CROISIER et al., 2002). Percebe-se que atletas americanos apresentam pico de torque superior aos brasileiros, este fator este pode estar associado ao desenvolvimento superior da modalidade nos EUA, principalmente no âmbito da preparação física.

Se tratando das fracas correlações encontradas entre a assimetria no torque muscular e o desempenho físico, isso pode ser explicado pelo fato da avaliação isocinética envolver apenas uma articulação para produzir força, sendo menos funcional e transferível para tarefas de deslocamento. Entretanto a avaliação isocinética mostrou detectar mais assimetria que na avaliação de salto vertical. Avaliar o salto vertical necessita de menor custo, sendo uma alternativa válida e prática para os treinadores.

No que se refere ao salto vertical, sabe-se que solicita bons níveis de potência dos membros inferiores e coordenação motora (ZAHALKA et al., 2013). O valor médio encontrado para a altura de salto (46,5 ± 8,42cm) se aproxima de valores de atletas universitários americanos tanto do sexo masculino quanto do feminino, de outras modalidades intermitentes (basquetebol= 46,8cm; futebol= 50,1cm; voleibol= 45,7cm; baseball= 59,1cm) (LAFFAYE; WAGNER; TOMBLESON, 2014). São poucas as equipes de FA no Brasil que possuem uma estrutura ampla de profissionais do esporte, porém monitorar o nível neuromuscular dos atletas através do salto vertical tem de ser considerado visando a otimização da prescrição e controle dos programas de treinamento, podendo fazer uso de aplicativos para celular, como o My Jump, ferramenta prática e que possui validação científica (CRUVINEL-CABRAL et al., 2018).

A respeito da relação entre assimetria e desempenho nos testes de campo, correlações fracas e moderadas foram encontradas, sendo todas insignificantes estatisticamente (Tabela 3), indicando que assimetrias no salto vertical e no torque isocinético não se relacionaram com o desempenho na mudança de direção e velocidade em atletas amadores de FA. Estudos prévios com diferentes modalidades esportivas relatam índice de assimetria abaixo de 15% em tarefas de salto (BISHOP et al., 2018; BISHOP et al. 2019a; DOS’SANTOS et al., 2017; LOCKIE et al., 2014; LOTURCO et al., 2019; MADRUGA-PARERA et al., 2019;), semelhante ao que foi encontrado neste estudo. Alguns destes estudos encontraram relação entre assimetria e desempenho em testes específicos, sugerindo potencial prejuízo da assimetria no desempenho esportivo, por outro lado outros apresentam fracas correlações, sugerindo que a assimetria não prejudica o desempenho em testes

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específicos. Isso ocasiona um conflito sobre o tema na literatura, porém algumas suposições são feitas na tentativa de explicar estes resultados.

O fato da assimetria entre membros inferiores em tarefa de salto não prejudicar o desempenho em testes específicos já foi relatado na literatura (DOS’SANTOS et al., 2017; LOCKIE et al., 2014; LOTURCO et al., 2019). Relações fracas com o desempenho na mudança de direção e velocidade podem ocorrer devido baixa magnitude de assimetria (10-15%), o que foi observado no presente estudo. Esta faixa é muitas vezes irrelevante para o desempenho atlético (MADRUGA-PARERA et al., 2019). Outrora, pesquisadores relatam prejuízo no desempenho em testes de corrida, com ou sem mudança de direção, mesmo em assimetrias abaixo de 10-15% (BISHOP et al., 2018; BISHOP et al. 2019a;), diferente do que foi encontrado na presente pesquisa. As pesquisas citadas que encontraram prejuízo da assimetria no desempenho em testes, contemplaram atletas de futebol, modalidade que solicita ações de chute com predominância de um membro, diferente do FA, cujo os jogadores se deslocam em diferentes direções sem uma única ação repetida várias vezes (IOSIA; BISHOP, 2008). Vale destacar que nem mesmo os jogadores especialistas em chute (kicker e punter) apresentaram assimetria no salto (altura e potência) acima da faixa limite. Ressalta-se que ambos jogadores também atuam em outra posição, podendo este ser um fator limitante, já que estes atletas realizam em grande parte do treinamento ações de corrida em diversas direções, não exigindo predominância de um membro como na ação de chute.

Pelos resultados encontrados, pode-se inferir o treinamento de FA não leva a uma notável assimetria dos membros nos jogadores, a ponto de prejudicar o desempenho em ações de corrida. Ainda assim, o desempenho em ações de corrida pode vir a não ser afetado por uma assimetria entre membros inferiores, pelo fato de exigir habilidade específica para a tarefa que propriamente níveis de força máxima (MALONEY, 2019). As assimetrias no torque isocinético se destacaram em maior nível que no salto vertical, mas também estando dentro da normalidade, não prejudicando o desempenho nos testes de campo.

As limitações deste estudo incluem o fato de que as assimetrias encontradas ficaram dentro da normalidade, podendo isso ter prejudicado as correlações com o desempenho nos testes de campo. Além disso, todos os procedimentos foram realizados em um dia, podendo o desgaste em um teste ter impactado no desempenho de outro. Pelo fato de ser uma amostra heterogênea, com jogadores de diferentes posições sendo avaliados e colocados no mesmo

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grupo para análise, os resultados variaram bastante nos parâmetros neuromusculares, podendo isso ter limitado as correlações encontradas.

6 CONCLUSÃO

Os achados do presente estudo indicaram que os índices de assimetria não se correlacionaram com o desempenho na mudança de direção e velocidade, sugerindo que a habilidade nas tarefas de corrida parece não ser influenciada da diferença entre membros. Além disso os jogadores de FA não apresentaram assimetrias fora da normalidade (15%), tanto no salto vertical quanto no torque isocinético.

6.1 APLICAÇÃO PRÁTICA

Este estudo descreveu o desempenho em testes de laboratório e campo de atletas de FA de uma equipe brasileira, podendo estes dados serem utilizados como referência em futuras comparações. Destaca-se que jogadores brasileiros são notavelmente mais lentos e fracos que americanos, sendo estes aspectos importantes para o âmbito da preparação física. Em relação as assimetrias, apesar de não impactarem no desempenho nos testes de campo, treinadores devem considerar reduzir valores acima de 15%, visando deixar o atleta mais simétrico e longe de possíveis lesões. Além do mais, na realidade atual da modalidade no Brasil, o desenvolvimento da mesma passa por avaliações do desempenho físico para melhor conhecer os atletas, colaborando este estudo para o desenvolvimento do esporte em território nacional.

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APÊNDICE A- Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Prezado Senhor

Prezado (a) Senhor (a), O (a) Sr (a. está sendo convidado a participar da pesquisa: “relação entre a assimetria dos membros inferiores com o desempenho em testes de campo em jogadores de futebol americano” que tem por objetivo verificar a relação entre a assimetria dos membros inferiores com o desempenho em testes de campo em jogadores de Futebol Americano. Participarão da pesquisa atletas da equipe Istepôs Futebol Americano, tendo que estar apto fisicamente no dia da coleta de dados para participação no estudo.

Sua participação no estudo consistirá em responder um questionário para obtenção de informações, medição de medidas corporais e realização de testes em laboratório e em campo. Todo o processo terá uma duração de aproximadamente 120 minutos. Os riscos com essa pesquisa são mínimos, mas o Sr. tem a liberdade de não participar de alguma etapa em qualquer momento, sem nenhum prejuízo. O Sr. tem a liberdade de não participar da pesquisa ou retirar seu consentimento a qualquer momento, mesmo após o início da entrevista/coleta de dados, sem qualquer prejuízo.

Está assegurada a garantia do sigilo das suas informações. O Sr. não terá nenhuma despesa e não há compensação financeira relacionada à sua participação na pesquisa. Caso tenha alguma dúvida sobre a pesquisa o Sr. poderá entrar em contato com o coordenador responsável pelo estudo: Felipe Dal Pont Souza, (telefone 48- 996435822) ou pelo email felipedps_@hotmail.com. Sua participação é importante e voluntária e vai gerar informações que serão úteis para conhecimento da equipe e desenvolvimento do futebol americano no Brasil.

Este termo será assinado em duas vias, pelo senhor e pelo responsável pela pesquisa, ficando uma via em seu poder. Acredito ter sido suficientemente informado a respeito do que li ou foi lido para mim, sobre a pesquisa: "relação entre a assimetria dos membros inferiores com o desempenho em testes de campo em jogadores de futebol americano". Discuti com o pesquisador Felipe Dal Pont Souza responsável pela pesquisa, sobre minha decisão em participar do estudo. Ficaram claros para mim os propósitos do estudo, os procedimentos, garantias de sigilo, de esclarecimentos permanentes e isenção de despesas. Concordo voluntariamente em participar deste estudo.

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__________________________ __/__/____ Assinatura do responsável pelo estudo.

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntária o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido deste entrevistado para a sua participação no estudo “relação entre a assimetria dos membros inferiores com o desempenho em testes de campo em jogadores de futebol americano”.

________________________________ __/____/____ Assinatura do participante.

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