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Fatores impulsionadores e inibidores de competitividade dos produtores rurais da Cadeia Produtiva Do Leite no município de Santo Cristo – RS

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Academic year: 2021

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UNIJUÍ– Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul DACEC – Departamento de Ciências Administrativas, Contábeis, Econômicas e da Comunicação

Curso de Administração

DARLES MICHEL ASSMANN Orientador: Profº. Dr. Ariosto Sparemberger

FATORES IMPULSIONADORES E INIBIDORES DE

COMPETITIVIDADE DOS PRODUTORES RURAIS DA

CADEIA PRODUTIVA DO LEITE NO MUNICÍPIO DE

SANTO CRISTO – RS

Trabalho de Conclusão de Curso

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DARLES MICHEL ASSMANN

FATORES IMPULSIONADORES E INIBIDORES DE

COMPETITIVIDADE DOS PRODUTORES RURAIS DA

CADEIA PRODUTIVA DO LEITE NO MUNICÍPIO DE

SANTO CRISTO – RS

Trabalho de Conclusão de Curso

Trabalho de Conclusão do Curso de

Administração da Universidade Regional do Noroeste do Rio Grande do Sul - UNIJUI, como requisito parcial Conclusão de Curso e consequente obtenção de titulo De Bacharel em Administração.

Orientador: Profº Dr. Ariosto Sparemberger

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AGRADECIMENTO

A Deus por proporcionar-me a vida e forças para a realização deste trabalho, mesmo nos momentos mais delicados desta jornada.

Em especial ao meu orientador Prof. Dr. Ariosto Sparemberger pela compreensão, apoio e dedicação nas orientações e conhecimentos transmitidos, uma vez que possibilitaram a realização do presente estudo. A todos os professores do departamento de Administração da UNIJUI, uma vez que contribuíram com seus conhecimentos durante a trajetória do ensino superior e que fizeram despertar o interesse e a constante busca pelo conhecimento.

Agradeço aos meus familiares, em especial aos meus pais Edeloi Assmann e Astéria Kliemann Assmann que sempre me incentivaram a continuar meus estudos, na busca por conhecimento e formação profissional. Ao apoio e confiança dedicados sobre meus esforços para a realização deste relatório.

A meu irmão e sua esposa, pelo apoio e incentivo durante a realização do presente relatório, principalmente nos momentos em que supriram a minha falta nas atividades do dia a dia do meu trabalho durante toda trajetória de estudos, em especial no período de realização do presente relatório.

A minha namorada, pela ajuda e dedicação durante a tabulação dos dados da pesquisa, mas em especial pela compreensão, apoio e carinho transmitidos.

Aos colegas de aula e amigos que direta ou indiretamente acabaram contribuindo e compartilhando momentos e informações que auxiliaram na caminhada de realização do presente estudo.

Em especial agradecer aos produtores de leite do município de Santo Cristo que compartilharam comigo dados, informações e conhecimento que possibilitaram a realização do relatório. Também as empresas compradoras de leite do município e em especial aos freteiros que auxiliaram na entrega e recolhimento dos questionários de pesquisa junto aos produtores de leite.

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RESUMO EXPANDIDO

INTRODUÇÃO

As constantes mutações do contexto econômico brasileiro ao longe dos últimos anos vêm demonstrando a importância do agronegócio, que mesmo em momentos de crise mantem-se constante ou ainda em crescimento, reconhecido como a locomotiva da balança comercial brasileira, uma vez que em 2014 foi responsável por 23% do PIB brasileiro. A cadeia do leite tem grande importância dentro deste contexto, sendo diagnosticada em todas as regiões do país, acrescentando a renda mensal principalmente dos pequenos produtores. A região sul do pais é reconhecida como umas das grandes produtoras de leite, onde o município de Santo Cristo se destaca como o maior produtor de leite do estado do Rio Grande do Sul, com uma produção de 62.640 mil litros em 2014.

Este contexto esta exigindo cada vez mais dos elementos da cadeia do leite, principalmente dos produtores que enfrentam as dificuldades do setor e ainda sofre com as interferes climáticas, aumentando cada vez mais os padrões de competitividade, que podem ser definidos como a capacidade de um empreendimento rural permanecer no mercado, e ao mesmo tempo crescer dentro do mesmo ou novos mercados concorrentes. Também ganha importância para ser competitivo no mercado os contextos de gestão e planejamento das propriedades rurais, uma vez que os indicadores de custo, produtividade, faturamento e outros explicam a eficiência competitiva de uma empresa agrícola (Zylbersztayn e Neves, 2000).

Levando em consideração o contexto, o proposito do presente estudo esta centrado em analisar os fatores impulsionadores e inibidores de competitividade dos empreendimentos rurais produtores de leite no município de Santo Cristo. Para nortear a pesquisa busca-se alcançar os objetivos de caracterizar os proprietários e propriedades produtoras de leite do município, bem como caracterizar o processo de gestão atualmente utilizado. Também objetiva identificar as transações dos produtores com os demais elos da cadeia leiteira, avaliar os fatores de competitividade das atividades dos produtores e após objetiva ainda identificar os fatores de tendência para a produção de leite, bem como propor sugestões estratégicas para melhorar a performance competitiva dos produtores de leite do município.

METODOLOGIA

Possui uma abordagem de natureza quanti-qualitativa, em termos de objetivos a pesquisa é exploratória e descritiva, sendo segundo os meios bibliográfica, documental, de observação, levantamento, entrevista em profundidade e estudo de caso (GIL, 2002; MALHOTA 2001).

A coleta de dados quantitativos deu-se a partir do método survey, com questionário estruturado, de perguntas com respostas pré-definidas, aplicado junto a uma amostra não probabilística de 133 produtores de leite do município de Santo Cristo. Para os dados qualitativos aplicou-se entrevistas em profundidade com 5 produtores distintos do município, com perguntas pré-definidas a fim de buscar dados em relação a temas relacionados a gestão, processo produtivo, perspectivas futuras e outros (MALHOTA, 2001)

Para a análise e interpretação dos dados quantitativos são usados métodos estatísticos (tabulação, excel, gráficos, tabelas ...) vendo que a utilização dos mesmos ajuda o leitor a compreender melhor os resultados. Os dados qualitativos são submetidos a analise e comparativos junto a conhecimentos adquiridos junto a literaturas teóricas e estudos antecedentes referentes ao assunto.

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RESULTADOS

Dentre os 133 respondentes a maioria possui mais de 41 anos de idade, de formação escolar de predominância do ensino fundamental incompleto, com 82% do gênero masculino, grande maioria casados ou em união estável. Predomina os produtores que estão na atividade a mais de 21 anos, utilizando como mão de obra a familiar para a realização das atividades. Geralmente as propriedades não ultrapassam das 30 hectares e destas propriedades resultam uma media de 196 litros/dia entre as propriedades respondentes, com a utilização de ordenha canalizada em 42% das propriedades e resfriador de expansão direta em 87% das propriedades respondentes.

Para Batalha (2001), ser competitivo na atividade leiteira requer muito do produtor, uma vez que é uma atividade muito complexa e cheia de interfaces, dependendo muito de uma gestão e controle eficaz de todos os fatores que permeiam a atividade. O contexto de produtores estudados demonstra não possuírem nenhum tipo de controle de gestão ou planejamento formal na empresa agrícola, sendo que as praticas produtivas e de gestão na maioria das propriedades é fundamentada em conhecimentos tradicionais obsoletos adquiridos durante a vivencia de produtor de leite. A pratica de adesão as inovações tecnológicas de produção e principalmente de gestão que potencializam a competitividade das propriedades é realidade em uma minoria de produtores, e de uma forma muito individualizada e centralizada. Uma ampla adesão a tais mecanismos de gestão esbara em uma cultura tradicional de anti-modernismo, que dificulta a disseminação da competitividade dos produtores.

Os produtores de leite do município de Santo Cristo realizam inúmeras transações com os demais elementos da cadeia produtiva, tanto diretamente com a indústria ou fornecedora de insumos, quanto indiretamente com influencias dos consumidores e distribuidores. Batalha (2001) aborda que um empreendimento rural não pode se visto independente, e sim como parte de um sistema produtivo, estando adequado e em sintonia com os demais elementos do sistema. E Sparemberger (2010) em seus estudos coloca que os agentes de uma cadeia mantem uma intensa relação de cooperação, já que dali pode surgir o sucesso individual, mas também alguns possuem conflitos resultantes da busca por maiores lucros dentro da cadeia do leite. Quando um elemento da cadeia sofre com alguma dificuldade, todos os outros elos vão sofrer alguma consequência, tanto pelo lado positivo ou não. Para tanto da importância de todos os elementos estarem intimamente ligados e trabalharem em prol de um objetivo, que é satisfazer o consumidor final.

Os fatores impulsionadores de competitividade estão intimamente ligados à melhorias e a adesão de novas tecnologias de gestão e processo produtivo aos quais os produtores tem a possibilidade de se adaptarem ou aderirem. Segundo Porter (1989), para se conseguir uma vantagem competitiva dentro do mercado globalizado, é necessário considerar as forças que determinam o grau de rentabilidade, uma vez que influenciam os preços, os custos e investimentos necessários para a continuidade de um projeto empreendedor. Para tanto, foi possível verificar que os fatores entendidos pelos produtores e autor como impulsionadores de competitividade são a redução custo de produção, melhoramento genético, qualidade do leite, tecnologias de sucesso produtivo, assistência técnica adequada, atividades consorciadas, um controle das finanças e não menos importante o planejamento estratégico da empresa rural.

Fatores inibidores de competitividade são observados pelos produtores como aqueles que acabam influenciando negativamente a permanência dos produtores na atividade leiteira, e ao mesmo tempo desmotivam os produtores a continuar na atividade. Para tanto, produtores entrevistados entendem como fatores inibidores de competitividade na atividade que exercem atualmente a escassez e custo de mão de obra, o reduzido tamanho das propriedades, o variável e inconstante preço do leite, alto preço dos insumos, interperes climáticas e problemas de sanidade dos animais.

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Os resultados demonstram tendência de prosperidade para a atividade leiteira do município, principalmente para os produtores que conseguirem traduzir em qualidade e sustentabilidade as melhorias que implantaram ou irão implantar na sua propriedade. Produtores que se habilitarem a trabalhar as inovações tecnológicas com maior respaldo e comprometimento, de forma gerencial e planejada são passiveis de desenvolver vantagens competitivas de alto potencial.

CONCLUSÃO

Buscou-se identificar as características do perfil e da gestão das propriedades que realizam a atividade leiteira no município de Santo Cristo. Também as relações com os demais elementos da cadeia, bem como os fatores que explicam a competitividade dos produtores. Com os resultados identificou-se tendências futuras para os produtores, e algumas proposições estratégicas que podem servir de alavancagem para os mesmos.

Os produtores respondentes da pesquisa entendem da necessidade de estarem atentos às informações de mercado. De possuir um controle das atividades desempenhadas na propriedade para poder realizar uma gestão de qualidade. Havendo um potencial de tomada de decisão precisa estrategicamente para superar as constantes mutações e dificuldades do setor leiteiro brasileiro. Potencializando a parte de gestão estratégica da empresa rural, os produtores possuem um potencial de prosperidade muito bom dentro do município estudado.

A qualidade do produto sempre foi e vai continuar sendo uma tendência, e por isso deve ser muito valorizada na atividade leiteira pelo produtor. A sustentabilidade voltada a quesitos ambiental ganha destaque e deve ser compreendido pelos produtores como potencial competitivo futuro. Produtor com leite de qualidade, produzido sem degradar a natureza terá um valor agregado muito competitivo.

PALAVRAS-CHAVE: Competitividade, Produção leiteira, Gestão Estratégica, Qualidade.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BATALHA, Mário Otávio. Gestão agroindustrial. São Paulo: Atlas, 2001

GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2002 MALHOTRA, Naresh. K. Pesquisa de marketing: uma orientação aplicada. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2001

PORTER, Michael. Vantagem competitiva: Criando e sustentando um desempenho

superior. Tradução de Elizabeth Maria de Pinho Braga. Rio de Janeiro: Campus, 1989.

SPAREMBERGER, Ariosto. Princípios do agronegócio: conceitos e estudos de caso. Ariosto Sparemberger, Pedro Luis Buttenbender, Luciano Zamberlan.- Ijuí: Ed: Unijui, 2010. ZYLBERSZTAJN, Decio; NEVES, Marcos Fava. Economia e Gestão de Negócios

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Lista de Figuras

Figura 1: Representação analítica do agronegócio ... 25

Figura 2: Transações e elementos de um SAG ... 28

Figura 3: Fatores determinantes da competitividade da indústria ... 38

Figura 4: As correntes que explicam a vantagem competitiva ... 40

Lista de Gráficos Gráfico 1– Idade dos Produtores de Leite de Santo Cristo... 53

Gráfico 2: Divisão por Gênero ... 54

Gráfico 3: Estado Civil dos entrevistados ... 55

Gráfico 4: Origem Étnica dos entrevistados ... 56

Gráfico 5: Grau de escolaridade/ instrução ... 57

Gráfico 6: Estilo de Moradia dos produtores... 59

Gráfico 7: Regime de terras da Propriedade ... 59

Gráfico 8: Tempo que prática a atividade leiteira ... 61

Gráfico 9: Mão de Obra Utilizada ... 61

Gráfico 10: Padrão de raça do gado leiteiro ... 64

Gráfico 11: Tipo de ordenha utilizada ... 65

Gráfico 12: Tempo de uso do Sistema Canalizado ... 66

Gráfico 13: Resfriamento do Leite ... 67

Gráfico 14: Trator na Propriedade ... 68

Gráfico 15: Assistência técnica ... 69

Gráfico 16: Tipo de empresa que compra o leite... 69

Gráfico 17: Outra fonte de renda ... 71

Gráfico 18: Práticas de Gestão na Propriedade ... 75

Gráfico 19: relação de tipos de empresas que realizam a compra do leite no município ... 82

Gráfico 20: Satisfação do Produtor com a empresa compradora de leite ... 83

Gráfico 21: Pesquisa preço antes de comprar produtos ... 85

Gráfico 22: Utilização de recomendações de higiene ... 93

Gráfico 23: Atividade Conciliada a Pratica leiteira ... 99

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Lista de Tabelas

Tabela 1: Questionários por comunidade ... 52

Tabela 2 – Identificação por parte do produtor ... 58

Tabela 3: Quantidade de Hectares de Terra por Propriedade ... 60

Tabela 4: Número de pessoas que atuam na atividade leiteira por propriedade ... 62

Tabela 5: Cabeças de bovinos por propriedade ... 63

Tabela 6: Vacas leiteiras da propriedade ... 63

Tabela 7: Produção diária de leite ... 65

Tabela 8: Tempo de comercialização ... 70

Tabela 9: Renda bruta vinda da atividade leiteira ... 71

Tabela 10: Como o proprietário se identifica? ... 73

Tabela 11: Utilização de Assistência Técnica ... 77

Tabela 12: Principais destinos para a renda do leite ... 78

Tabela 13: Busca reduzir o custo de Produção ... 89

Tabela 14: Satisfação quanto a produção de leite por animal ... 91

Tabela 15: Adesão para Assistência técnica ... 97

Tabela 16: Dificuldades na Produção de leite ... 101

Tabela 17: Impactos da Crise referente as fraudes do leite ... 102

Tabela 18: Satisfação dos Produtores com o preço dos insumos ... 107

Lista de Quadros Quadro 1: Fatores impulsionadores e inibidores de competitividade dos produtores de leite110 Lista de Imagens Imagem 1: Vacas no pastejo ... 135

Imagem 2: Animais durante a alimentação diária ... 135

Imagem 3: Animais no Pastejo. ... 136

Imagem 4: Silo de armazenagem de silagem ... 136

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...11

1 CONTEXTUALIZAÇÃO DE ESTUDO...13

1.1 Apresentação do tema ... 13

1.2 Caracterização do setor ... 16

1.3 Problema e questão de estudo ... 18

1.4 Objetivos ... 19 1.4.1 Objetivo Geral ... 20 1.4.2 Objetivos Específicos ... 20 1.5 Justificativa ... 20 2 REFERENCIAL TEÓRICO...23 2.1 Agronegócio ... 23

2.2 Sistemas Agroalimentares (SAGs) ... 26

2.2.1 Sistema agroalimentar do leite ... 29

2.3 Propriedades Rurais ... 31

2.3.1 Planejamento na propriedade rural ... 32

2.3.2 Gestão na propriedade rural ... 34

2.4 Competitividade ... 36

2.5 Fatores de competitividade ... 38

3 METODOLOGIA...42

3.1 Classificação da pesquisa ... 42

3.2 Universo Amostral e Sujeitos da Pesquisa ... 46

3.3 Coleta de Dados ... 47

3.4 Análise e Interpretação dos Dados ... 49

4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS...51

4.1 Caracterização dos produtores e propriedades rurais do SAG do leite do município de Santo Cristo-RS ... 51

4.2 Características do processo de Gestão utilizado pelos produtores de leite de Santo Cristo ... 72

4.3 Transações dos produtores com os elementos da cadeia produtiva do leite ... 78

4.3.1 Consumidor Final ... 79

4.3.2 A Distribuição ... 80

4.3.3 Agroindústrias/indústrias de lácteos ... 81

4.3.4 Fornecedores de insumos ... 84

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4.4 Fatores competitivos na atividade leiteira dos produtores de Santo Cristo ... 86

4.4.1 Fatores impulsionadores de competitividade ... 87

4.4.1.1 Redução do custo de produção ... 88

4.4.1.2 Produtividade/padrão genético de qualidade ... 90

4.4.1.3 Qualidade do leite produzido ... 91

4.4.1.4 Matéria Prima ... 94

4.4.1.5 Adesão a Tecnologia de Sucesso ... 94

4.4.1.6 Comercialização/ Concorrência ... 95

4.4.1.7 Utilização de Assistência Técnica ... 96

4.4.1.8 Gestão Administrativa/Planejamento estratégico ... 97

4.4.1.9 Busca da Eficiência Financeira... 98

4.4.1.10 Atividades consorciadas ... 98

4.4.2 Fatores Inibidores de competitividade ... 100

4.4.2.1 Disponibilidade de Mão de Obra ... 102

4.4.2.2 Porte das Propriedades ... 104

4.4.2.3 Variação no Preço do Leite ... 104

4.4.2.4 Preço dos insumos ... 106

4.4.2.5 Instabilidades Climáticas ... 107

4.4.2.6 Problemas de Sanidade Dos Animais ... 108

4.4.2.7 Recursos Financeiros/incentivos governamentais ... 109

4.5 Tendências da produção de leite no município de Santo Cristo ... 110

4.5.1 Proposições de ações estratégicas competitivas para melhorar a performance dos produtores de leite de Santo Cristo ... 116

CONCLUSÃO...120

BIBLIOGRAFIA...123

APÊNDICES...128

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INTRODUÇÃO

Em momentos atuais, os mercados estão sobre efeitos constantes de mudanças e incertezas que afetam de forma significativa a estrutura de todas as organizações, que necessitam estar preparadas para vencer obstáculos em suas trajetórias de muita luta, para se manter sobrevivente em um mercado cada vez mais competitivo.

No caso do agronegócio não é diferente. O momento atual, do ano de 2015, é de muito nervosismo para a economia brasileira, onde o agronegócio é considerado a locomotiva da balança comercial brasileira, responsável em 2013, segundo dados da CNA (Confederação da agricultura e pecuária do Brasil), por cerca de 23% do total do PIB brasileiro. Constata-se que muitas são as dificuldades encontradas no setor, e a maioria delas ataca diretamente o produtor rural, com problemas principalmente relacionados ao baixo preço do produto agrícola, elevado preço dos insumos, constantes atualizações de qualidade sanitária, baixo potencial de investimento nas propriedades, e consequentemente endividamento, gerando a exclusão de muitos das suas atividades.

A competitividade esta cada vez mais intensa e acentuada entre organizações e setores, exigindo dos gestores muita competência, atenção e criatividade, para inovar em produtos e processos diante das mudanças do ambiente. Dentro do agronegócio também é necessário gerir e ao mesmo tempo desafiador ser um gestor de negócios do agribusiness, observando as grandes mudanças deste setor nos últimos tempos.

A cadeia do leite nos últimos anos vem sendo objeto de estudos e constantes investigações por parte do Ministério Público, que acarretaram em uma disseminação de incertezas e nervosismo dentro da cadeia do leite. As serias investigações são em relação a possíveis atitudes suspeitas dos elementos formadores da cadeia leiteira do País, atingindo principalmente a cadeia leiteira gaúcha. O leite produzido pelos elementos atingidos pelos escândalos desvendados nas investigações, esta com descredito perante o mercado nacional, gerando assim a não aceitação do mesmo perante o mercado consumidor. Tudo isto gera grandes dificuldades para o setor.

A gestão de qualidade é necessária para o sucesso da atividade agrícola, observando que é necessário desenvolver fatores que possibilitem o aumento da produtividade, com uma alimentação do rebanho lácteo de qualidade, padrões genéticos, uso de novas tecnologias, melhoramento do conhecimento humano para melhor gestão do empreendimento rural, estão entre os fatores para se manter competitivo no mercado.

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No Rio Grande do Sul o mercado lácteo vem se desenvolvendo e aperfeiçoando, embora venha enfrentando momentos de nervosismo perante os fraudes vigentes na cadeia do leite. É um setor que tem muitas potencialidades e oportunidades para expandir ainda mais o seu poderio competitivo, principalmente a região Noroeste do Estado, grande polo produtivo do estado. Dentro deste polo o município de Santo Cristo ganha destaque por ter uma produção bem acentuada, 62.640 mil litros em 2014 e ao mesmo tempo regular, que permite ao município nos últimos anos brigar para estar entre os primeiros lugares em produção do estado.

Nesta direção este estudo visou buscar informações referente a realidade dos Produtores de leite do município de Santo Cristo, com o objetivo principal de analisar e interpretar os fatores impulsionadores e inibidores de competitividade das atividades dos produtores rurais da cadeia do leite do município.

Para tanto, a estrutura do presente relatório de pesquisa esta desenvolvida em quatro capítulos principais. Iniciasse com a contextualização do estudo, abordando o tema proposto, a caracterização do setor ao qual o estudo se dedicou a pesquisar, o problema de estudo ao qual o estudo tentou responder, os objetivos propostos para nortear a realização da pesquisa e também a justificativa pela qual o presente estudo tornou-se viável a pesquisa.

No segundo capitulo, o trabalho apresenta a elaboração do referencial teórico, onde são descritos temas e abordagens teóricas sobre os principais estudos que tornam –se importantes para analise dos resultados. No terceiro capitulo são expressos os procedimentos metodológicos, que nada mais são que, a forma como procederam a coleta dos dados e analise, bem como a classificação da pesquisa e os mesmos.

No quarto capitulo realiza-se a apresentação da analise e interpretação dos dados da pesquisa. Seguindo com a conclusão resultante da realização do presente estudo. Por fim, as referencias bibliográficas fecham a temática do trabalho, juntamente com os apêndices.

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1 CONTEXTUALIZAÇÃO DE ESTUDO

Contextualizar o estudo remeteu ao pesquisador abordar uma apresentação do tema ou assunto em questão, bem como a exposição e caracterização da organização ou setor que foi objeto de estudo. As exposições do problema e da questão a qual o estudo se dedica a responder, também são descritos neste capitulo. Também estão relacionados os objetivos aos quais o trabalho segue para responder a questão, bem como os fatos que justificam a elaboração do presente estudo.

1.1 Apresentação do tema

Em cenários de muita competividade e busca constante por melhores desempenhos, com âmbito de driblar as constantes mudanças que permeiam o seu ambiente, é muito importante que toda e qualquer tipo de organização tenha uma gestão de qualidade. As transformações e evoluções do mercado empresarial acontecem de forma constante e toda e qualquer atividade necessita de algum tipo de mecanismo gerencial, que venha a trazer suporte para o desenvolvimento mais competitivo e sustentável das atividades desempenhadas.

As organizações, segundo Chiavenato(1997), são extremamente diversificadas e diferenciadas, onde a tarefa administrativa torna-se incerta e desafiadora, pois enfrenta em seu ambiente mudanças carregadas de incertezas e complexidades. Para tanto a necessidade de toda e qualquer tipo de organização estar preparada para este mercado de incertezas, com um sistema gerencial composto de pessoas capacitadas e com amplo conhecimento, que venham a fortalecer as atividades da empresa perante as incertezas e vulnerabilidades impostas pelo mercado.

Esta base de mudanças constantes, com mercados cercados de incertezas e adversidades para as empresas, também é reconhecida em um âmbito diferente, mas muito forte no Brasil, as empresas rurais, que são abordadas por Ferreira (2009) como unidades de produção em que são exercidas atividades que dizem respeito a culturas agrícolas, criação de gado ou culturas florestais, com a finalidade de obtenção de renda. Para se parecer competitiva no mercado, é necessário que toda empresa rural obtenha uma boa gestão de suas

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atividades, tendo um suporte administrativo que venha a proporcionar oportunidades de redução de custos, aumento da produtividade, dos lucros e consequentemente serem mais competitivos.

O agronegócio brasileiro sempre assumiu um papel de destaque na economia brasileira, sendo um dos grandes propulsores da geração de renda do pais. Batalha (2001) defende que o agronegócio é o conjunto das operações de produção e distribuição de suprimentos agrícolas, juntamente com as operações de produção dentro das unidades agrícolas, do armazenamento, processamento e distribuição dos produtos agrícolas produzidos por eles nas organizações rurais. Para Neves, Zylbersztajn e Neves(2005), o agronegócio abrange a agricultura, o fornecimento dos insumos para a agricultura, a distribuição varejista e as agroindústrias, formado assim por centenas de milhares de atores e dentro deste contexto do agronegócio, se um componente deste conjunto sofre um abalo, o conjunto todo sofre alguma consequência.

Segundo Neves, Zylbersztajn e Neves (2005), o Brasil durante sua historia era considerado competitivo no setor do agronegócio em senário mundial devido ao baixo preço da terra e mão de obra barata, mas essa percepção dos outros países se modificou e atualmente o Brasil é considerado competitivo pois adquiriu com a sua experiência uma grande gama de competência, com alto potencial produtivo, e por fim a força de vontade do brasileiro em enfrentar os desafios existentes em seu ambiente de agronegócio. Alguns dados confirmam esta ideia, onde, no ano de 2013, segundo o CNA (Confederação da agricultura e pecuária do Brasil), o agronegócio brasileiro correspondia a cerca de 23% do total do PIB brasileiro, sendo um dos poucos propulsores da renda brasileira que ainda estão em expansão nos últimos anos. Em 2013 teve aumento de 3,56 % e em 2014, mesmo com a crise que o país enfrentou, teve aumento de 1,59 %, oque demonstra a importância que o agronegócio tem para o Brasil como um todo.

O agronegócio é um composto muito grande de produtos, e desta forma cada produto é trabalhado de uma forma distinta, organizados dentro de Sistemas Agroindustriais ( SAGs), que segundo Neves, Zylbersztajn e Neves (2005) são conjuntos de relações contratuais de empresas e agentes especializados que buscam disputar o consumidor final de determinado produto. Em um primeiro momento, um sistema agroindustrial (SAG) de um determinado produto, de acordo com Zylbersztajn e Neves (2000), é representado pelo Antes da Porteira ( fornecedores de insumos, equipamentos, desenvolvimento de pesquisas), pelo Dentro da Porteira ( os produtores e propriedades rurais em si), e pelo Pós- Porteira ( industrialização,

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transformação, processamento ate chegar ao cliente, consumidor final), todos buscando satisfazer o consumidor final.

O agronegócio para produzir resultados de sucesso requer de ações que sejam eficientes estrategicamente e que gerem competividade. Para tanto Ferraz, Kupfer e Haguenauer (1996) conceituam a competitividade pela habilidade da organização em fabricar produtos melhores que os seus concorrentes, dentro dos limites impostos por sua capacitação tecnológica, gerencial, financeira e comercial. Para Ferraz e Coutinho (1995), uma empresa para atingir seu sucesso competitivo baseia-se na dependência da criação e renovação das vantagens competitivas por parte das empresas e estas dependem da capacidade das empresas de se diferenciarem das demais. Assim, agronegócio competitivo pode ser considerado aquele que consegue se impor, sobreviver ou ainda conseguir crescer no mercado, obtendo resultados de estratégias desenvolvidas para trazer menores custos, maior produtividade e lucro.

Segundo Zylbersztajn e Neves (2000), em um Sistema Agroindustrial (SAG), de um produto distinto do agronegócio, a competividade é sempre necessária e é cada vez mais forte. Essa competitividade é diagnosticada ou determinada pela capacidade produtiva, inovação, relacionando os investimentos públicos e privados em relação a tecnologia e formação de capital humano (conhecimento adquirido), para aumentar a capacidade de gestão e coordenação, capacidade de receber, processar e utilizar as inúmeras informações existentes, em função de trazer estratégias inovadoras e competitivas, com maior controle e capacidade de reação perante as incertezas do seu ambiente.

O Sistema Agroindustrial (SAG) do leite é um dos componentes do agronegócio brasileiro. É uma das cadeias produtivas mais importantes economicamente e socialmente para o Brasil. Segundo dados do IBGE(2012), o Brasil ocupava em 2011 o terceiro lugar mundial em produção de leite, com uma produção anual de 33,2 milhões de toneladas métricas de leite. Em âmbito mundial da cadeia do leite, o Brasil vem conquistando seu espaço no mercado de lácteos de alta qualidade, demonstrando que o pais esta evoluindo e desenvolvendo um potencial competitivo na relação da qualidade do leite nacional.

Em quesitos de Brasil, o Rio Grande do Sul é um dos maiores produtores de leite, sendo o segundo maior produtor de leite do país, com uma produção de 3,879 bilhões de litros anuais (IBGE, 2012), correspondendo a 12,1% do total nacional. Um dos fortes polos produtivos do estado esta localizado no noroeste do estado, que historicamente sempre teve grande produção de leite, e ao mesmo tempo industrias beneficiadoras do leite localizadas na região, tornando o setor muito competitivo.

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Todo este contexto, reforça ainda mais a importância que o SAG do leite possui economicamente e socialmente, tanto em país, estado nacional e principalmente a região noroeste, grande polo produtivo, ora gerando empregos, renda e também alimentação para a população como um todo, demonstrando ser assim um fator de sustentabilidade indiscutível.

Entende-se que a cadeia do leite é formada por diversos elementos e fatores que trabalham entre si em uma rede de relações, mas o presente estudo visa apenas explorar os dados referentes as propriedades rurais e seus proprietários, em meios de mudanças, e grandes incertezas enfrentadas pelos produtores de leite na busca pela competitividade dentro do setor.

1.2 Caracterização do setor

O agronegócio mundial convive com constantes mudanças, é um setor que depende indiscutivelmente de fatores climáticos, estando sujeito a incertezas e mudanças constantes. Mesmo assim, sempre foi um setor que viabilizou a existência da humanidade durante séculos, sendo a agricultura uma das primeiras atividades desenvolvidas e ate hoje considera-se o agronegócio um considera-setor fundamental, pois produz alimentos e gera renda aos paíconsidera-ses produtores.

No Brasil, o setor do agronegócio, foi historicamente um porta voz do pais mundialmente, sendo um dos maiores produtores e exportadores de produtos agrícolas do mundo. Em 2013 no Brasil o agronegócio correspondia a 23% do total do PIB, sendo um dos poucos setores com maior crescimento nos últimos anos no pais.

A cadeia do leite no Brasil tem sua importância dentro do agronegócio, sendo uma das principais fontes de renda para muitas famílias brasileiras. Essa importância é notável, pois a cadeia do leite esta presente em todo território brasileiro, com propriedades produtivas, empresas beneficiadoras, fornecedoras de insumos, que estão localizadas em todas as regiões do pais. Entre as regiões com maior produção estão Sudeste, Sul e centro-oeste.

O Sistema Agroindustrial do leite é muito complexo, e compreende empresas produtoras de insumos, propriedades rurais, transportadores e beneficiadores, transformadores, varejistas, onde todos buscam satisfazer o consumidor final.

Nos últimos anos a produção de leite do Brasil vem evoluindo, em vezes por exigências de novos mercados, mercados mais exigentes em qualidade do leite, e por vezes em incentivos governamentais para impulsionar o crescimento do setor. O Brasil surge em 2011 como o terceiro maior produtor de leite do mundo, com 33,2 milhões de toneladas métricas de leite produzidas.

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O Rio Grande Do Sul é o segundo maior produtor de leite do Brasil, com uma produção de 3,879 bilhões de litros anuais (IBGE, 2012), correspondendo a 12,1% do total nacional. A maioria deste leite produzido provem de propriedades de médio e pequeno porte, que é a predominância dentro do SAG do leite no rio grande do sul. Cerca de 70% do leite do estado vem de propriedades com menos de 100 hectares, isto por que, em pequenas propriedades se consegue maior renda por hectares com o desenvolvimento da atividade leiteira, viabilizando consideravelmente esta atividade.

Um dos polos produtivos do estado, com destaque nacional, é o noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, da onde provem, segundo a Emater-RS, 1/3 do leite gaúcho. É a esta região que pertence o município de Santo Cristo, com uma população de 14.378 habitantes, dispersos em um território de 366,9 km² (IBGE, 2014). Grande maioria das propriedades rurais existentes no município são de pequeno porte, que possuem como principal agregador de renda para a família a produção de leite. Dentre as propriedades que praticam a atividade leiteira, a media de hectares por propriedade é bem pequena, chegando a 15,8 hectares, segundo dados da EMATER (2015).

Historicamente o município sempre esteve em destaque na produção leiteira e deste modo vem evoluindo muito nos últimos anos para acompanhar as exigências de mercado e assim permanecer competitivo dentro do mercado nacional. Algo que impressiona é a regularidade da produção de leite do município de Santo Cristo, que nos últimos anos sempre disputa os primeiros lugares na produção de leite do estado, atingindo em 2011 a primeira colocação com a produção de 56.284 mil litros, dados obtidos de 2012 caiu para segunda posição, com 58.254 mil litros(IBGE).

Segundo os últimos dados apurados, chegou a ponta do ranking de produção do estado em 2013 (IBGE), com uma produção anual de 59.943 mil litros de leite, aonde permaneceu em 2014 com 62.640 mil litros. Esta evolução se deve aos altos investimentos feitos em melhoramento genético e tecnológicos nas propriedades rurais do município, visando ter maior produtividade por animal ordenhado. Os produtores do município veem na produção de leite um forte potencial de agregador de renda para a sustentabilidade das propriedades de pequeno porte predominantes no município. Segundo um estudo realizado pela EMATER (2015), no município existe um total de 1650 produtores rurais que desempenham a atividade leiteira, desde a produção para venda a indústria, consumo próprio e outros fins.

Porém, os dados contribuíram para a analise de alguns elementos, mas para a execução do presente estudo se utilizou de dados repassados pela secretária da agricultura e pecuária do

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Município de Santo Cristo, que possui o numero de produtores que fazem a venda do produto e recebem nota fiscal do mesmo, que é repassada para o bloco de produtor e consequentemente paga imposto sobre oque produz. Esse numero de produtores enquadrados neste item chegou no ano de 2014 a 652 produtores. Como o presente estudo visa diagnosticar a competitividade dos produtores de leite do município, será utilizado como base este numero de produtores.

1.3 Problema e questão de estudo

O agronegócio é um dos setores que mais sofre com incertezas e torna-se vulnerável a muitas ações externas, além de ser formado por milhares de atores e se um deles sofrer alguma queda ou sofrer algum abalo, todos os componentes do setor vão receber consequências.

Em épocas de grandes e constantes mudanças, a gestão de uma empresa rural torna-se cada vez mais importante para o sucesso competitivo, que a mesma busca no mercado em que atua. O agronegócio atual evoluiu e requer de um novo contexto de modelos de gestão rural, para crescer e se adaptar aos novos contextos de mudanças tecnológicas, exigências de qualidade pelo mercado e consequentemente um mercado cada vez mais competitivo.

Sabendo da importância que o SAG do leite possui dentro do agronegócio perante a economia, e da necessidade de possuir uma produção competitiva, o gerenciamento da propriedade rural ganha papel fundamental no sucesso destes fatores. A maioria das empresas rurais de pequeno porte não possuem subsidio e nem conhecimento humano adquirido para realizar uma administração gerencial ideal da propriedade. Havendo assim pouca evolução nestas empresas rurais que não possuem um bom gerenciamento.

Uma organização rural possui sucesso quando consegue reverter os seus trabalhos em lucros possíveis de serem reaplicados no desenvolvimento da propriedade e no melhoramento do nível de vida da família. Aqui a importância de um bom gerenciamento da propriedade e suas atividades, para que ocorra uma gestão estratégica eficaz, buscando combater os fatores externos, para que não venham a interferir no sucesso do empreendimento.

Visando as grandes mudanças no setor do SAG do leite nos últimos anos, novas restrições e normas de qualidade do leite impostas pelo mercado consumidor sobre o leite produzido pelo produtor rural, visto que o município de Santo Cristo sempre foi um dos maiores produtores de leite do estado, entende-se a importância dos melhoramentos genéticos e tecnológicos que os produtores estão implantando em seus empreendimentos rurais, visando estarem sempre competitivos diante das mudanças do ambiente em questão.

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Atualmente os produtores do município enfrentam grandes dificuldades para permanecerem competitivos no mercado, e segundo a Emater (2015). E os mais complexos fatores de dificuldade enfrentados são :

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tamanho reduzido das propriedades;

-

falta de mão de obra;

-

restrição ao fornecimento de energia elétrica;

-

condições das estradas para coleta do leite;

-

falta de interesse das industrias de adquirir o leite

Dentre os pontos positivos do setor no contexto geral e também do município, são que nos últimos anos os incentivos de governo e ate mesmo de instituições privadas aumentaram muito, com uma maior assistência técnica para os empreendedores rurais, melhoramento adequado da parte genética do rebanho e tecnológico das atividades e instalações. Assim o mercado torna-se atrativo para aqueles que conseguem ser competitivos, atendendo todas as exigências de qualidade e ao mesmo tempo gerando lucro para o empreendimento rural.

Neste contexto descrito, percebe-se a importância dos “produtores” como elemento que compõe o Sistema Agroindustrial do leite. Para haver uma maior compreensão da situação das propriedades e produtores de leite como um todo, esta pesquisa pretende estudar os produtores de leite do município de Santo Cristo - RS. Assim para melhor entender tais quesitos, formulou-se um questionamento que norteará o presente estudo: Quais os fatores

impulsionadores e inibidores de competitividade produtiva, das atividades dos produtores da cadeia do leite no município de Santo Cristo/RS?

1.4 Objetivos

Inicialmente, é importante que se entenda do que se trata um objetivo. Maximiano (1997, p.42) afirma que “objetivo é o termo genérico para todas as ideias que indicam alguma espécie de resultado que se espera alcançar”. Um objetivo é o foco principal, buscado em uma determinada situação, algo que se quer alcançar, ou seja, um resultado a ser obtido a partir do esforço despendido em prol de uma melhora com relação à situação anterior à ação.

Definiu-se para os estudos do presente relatório de pesquisa um objetivo geral e alguns objetivos específicos, que operacionalizam o objetivo geral.

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1.4.1 Objetivo Geral

Analisar os fatores impulsionadores e inibidores de competitividade produtiva dos empreendimentos rurais do Sistema Agroindustrial (SAG) do leite no município de Santo Cristo.

1.4.2 Objetivos Específicos

Para a consecução do objetivo geral, buscou-se atingir os seguintes objetivos específicos:

 Verificar as características dos empreendimentos rurais e dos proprietários que praticam a atividade de leiteira no município de Santo Cristo;

 Caracterizar o processo de gestão utilizada pelos produtores nas propriedades de produção de leite em Santo Cristo;

 Identificar as principais transações e atividades dos produtores com os demais componentes da cadeia produtiva do leite;

 Avaliar os fatores de competitividade das atividades dos produtores de leite do Sistema Agroindustrial de leite de Santo Cristo;

 Identificar quais os fatores de tendência da produção de leite no município de Santo Cristo, propondo sugestões estratégicas para alavancar os aspectos mais frágeis do produtores de leite do município.

1.5 Justificativa

A investigação do tema “competividade dos produtores de leite da cadeia produtiva do leite no município de Santo Cristo”, justifica-se pela maior e exigente busca de produtos alimentícios de qualidade pelo mercado consumidor. Percebe-se um consumidor mais atento a qualidade de vida presente e futura, vindo a adquirir produtos que venham a acrescentar a sua saúde e consequentemente a sua qualidade de vida.

Desta forma, o leite tem um grande valor para a vida saudável dos consumidores. Ingerindo um produto lácteo em perfeitas condições, tem características nutritivas de destaque, além de ser um dos produtos alimentares mais conhecidos pela população brasileira, tornando-se um produto de destaque em pontos econômicos e sociais.

Investigar o assunto, também demonstra o interesse existente atualmente na questão do agronegócio e especificamente o setor leiteiro em âmbito nacional. São temas que estão em discussão em todo o pais, e com muita evidência no Estado do Rio Grande do Sul, que atende hoje como sendo o segundo maior produtor do país, bem como no município de Santo Cristo,

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que se destaca na produção de leite, estando entre os maiores produtores do estado. Atualmente o leite é um dos principais atributos de renda para as famílias de agricultores do município, e fonte de geração de empregos em muitas agroindústrias situadas no município.

Sabendo da importância do leite como atributo de renda para as famílias produtoras, o presente estudo vai explorar os empreendedores rurais do município, que enfrentam dificuldades e visualizam pontos de oportunidade dentro do SAG do leite.

O município de Santo Cristo é considerado um município agrícola, possuindo uma população rural de 45 % do total de habitantes, com um conjunto de 2038 propriedades rurais existentes no município. Destaque para as propriedades que tem a atividade leiteira como um dos principais agregadores de renda para a família, que no município chega a um total de 1650 empresas rurais, segundo os dados da EMATER (2015), voltadas a produção de leite, desde produtores que vendem o leite para industrias, consumo próprio, venda direta ou outros fins. Segundo a secretaria da agricultura e pecuária o numero de produtores de leite que dão entrada da nota fiscal do leite no bloco é de 652. Assim, este número foi usado de base no estudo.

Os cenários de relevo e clima do município são propícios para a implantação da atividade leiteira. A grande maioria das propriedades do município são de pequeno porte e com relevo íngreme, improprio para o uso em atividades agrícolas de planta e colheita, e muito propicias para o pastejo de animais e outros fins da atividade leiteira. Por tanto, a atividade leiteira nestes locais são que melhor respondem a investimentos no quesito vida social e econômica para os produtores rurais.

A atividade leiteira gera um faturamento mensal para os produtores, que na sua maioria são pequenas propriedade, elevando ainda mais a importância da busca por uma gestão de qualidade para a propriedade. No município trabalham lado a lado organizações rurais distintas, muitas ainda em parâmetros antigos de produção, que não buscam o melhoramento continuo como fonte de inovação, e outras empresas rurais que se utilizam de alta tecnologia produtiva, alcançando assim altos índices de produtividade e ao mesmo tempo de competitividade dentro da cadeia leiteira.

Produtores que estão seguindo as imposições da globalização, e desde sempre foram os inovadores tecnológicos na cadeia leiteira do município vão se destacando a níveis muito competitivos de produção, conseguindo manter os seus diferenciais competitivos sempre em alta performance. Ao mesmo tempo quem não se adaptou de forma alguma as inovações tecnológicas e exigências do consumidor, acabam por se excluindo pela simples falta de

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recursos ou má gerenciamento dos recursos para reinvestimento na área tecnológica da propriedade, aumento a produtividade e competitividade, que leva a empresa ao sucesso.

Assim a investigação deste tema junto aos produtores rurais do município de Santo Cristo, buscou explicar todo o contexto abordado, e veio com um intuito de agregador de conhecimento para o município, levando em consideração os poucos estudos relacionados a cadeia produtiva do leite, e em especifico relacionada diretamente aos produtores rurais , que já tenham sido abordados no município de Santo Cristo.

A todos os produtores e empresas rurais do município e região, o presente estudo pode ser útil, a partir da utilização dos dados do estudo, sendo aplicada nas propriedades para uma melhor organização de processos, adesão a tecnologias que aumentam a produtividade, entre outros dados abordados na pesquisa.

Busca-se salientar a importância dos estudos da presente pesquisa para o acadêmico autor, filho de proprietários de uma das empresas rurais da cadeia leiteira de Santo Cristo, que buscou aumentar seu conhecimento humano no curso de Administração da UNIJUI, a fins de repassar seus conhecimento adquiridos na presente pesquisa, na gestão eficaz da empresa rural de sua família.

Os estudos relativos a trabalhos de Conclusão de Curso são geralmente disponibilizados a toda comunidade, vindo a serem utilizados como agregador de conhecimento aos leitores, bem como dando iniciativa para novos estudos mais específicos ou amplos de pesquisa.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

Neste capítulo foram abordadas diferentes bases da teoria, conceitos e abordagens utilizados sobre o agronegócio brasileiro, os sistemas agroalimentares e em especial o Sistema agroalimentar do leite, bem como as propriedades rurais, o planejamento e a gestão na propriedade rural e por fim conceitos e abordagens de competitividade, bem como os fatores de competitividade.

2.1 Agronegócio

O Brasil sempre foi conhecido pelo seu forte e potencial setor primário, desde o inicio da industrialização brasileira, pela década de 1970, abria portas para o crescimento econômico do País. Observando em parâmetros atuais, o agronegócio continua sendo a principal base comercial do Brasil, gerando empregos, renda, geração de impostos e principalmente alimentação para a grande população brasileira.

O agronegócio é um montante de agentes, descritos como atores e transações envolvidas na produção, processamento e na distribuição de produtos de origem agropecuária. Consta que o agronegócio é um conjunto de atividades de uma rede de agentes, na sua maioria econômicos, que compreendem a parte de produção de insumos, a produção e armazenagem de produtos agrícolas e derivados, bem como a sua distribuição. Para Callado (2006), o agronegócio é um conjunto de empresas que produzem insumos agrícolas, bem como as propriedades rurais, as empresas de processamento e todas as empresas responsáveis pela distribuição.

Segundo os estudos de Sparemberger (2009, p. 30), “o agronegócio contempla o conjunto de atividades envolvidas na produção agroindustrial desde a produção de insumos até a distribuição do produto final e é composto de inúmeras cadeias produtivas e de instituições de apoio que formam o ambiente no qual elas estão inseridas”.

O agronegócio também é chamado de agribusiness ou mesmo de negócio agrícola. Para tanto, Bacha (2004, p.22) coloca o agribusiness como o “conjunto de atividades realizadas pela agropecuária e pelos setores a ela vinculados”. O mesmo, trás que o agribusiness engloba o grupo de atividades que utilizam da terra como fator de produção, para o plantio de cultivares agrícolas, florestas ou criação de gado.

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Batalha (2001, p. 27), contempla o agronegócio como sendo “a soma das operações de produção e distribuição de suprimentos agrícolas, das operações de produção nas unidades agrícolas, do armazenamento, processamento e distribuição dos produtos agrícolas e itens produzidos por eles”. Assim o agronegócio vem a ser a soma das operações de produção e distribuição de suprimentos agrícolas, bem como as operações de produção da fazenda e armazenagem, processamento e distribuição dos produtos agrícolas e subprodutos derivados deles.

O agronegócio compreende todo um conjunto e envolvidos em todas as atividades sócio econômicas que de uma ou outra forma tem relação com agropecuária, com agricultura, e outras atividades desempenhadas de forma simples ou complexa na parte agrícola de um pais. Compreende não exclusivamente a parte agrícola, mas também todo a rede que é ligada a este eixo principal, que pode ir desde os pequenos detalhes das atividades agrícolas dos produtores rurais, manejo com a criação de gado, entre outros, e ate mesmo a uma atividade de grande escala exercida pelas grandes industrias produtoras de insumos, ou mesmo que processem e transformem em produtos mais sofisticados os produtos agrícolas primários. É o que explica Zylberstajn (1995), quando diz que o agronegócio possui um enfoque moderno e sistêmico, sendo formado por empresas que produzem, processam e distribuem produtos agrícolas e derivados.

Bacha (2004, p.22), contempla o agronegócio como “uma visão sistêmica da economia, evidenciando como certos segmentos fornecem insumos a agropecuária e outros segmentos procedem a transformação e distribuição dos produtos in natura ou transformados”.

Visando que o agronegócio é um conjunto de atividades e empresas, Sparemberger (2010), enfatiza que o mesmo não pode ser configurado como uma empresa ou setor de atividades isolado e sim como um sistema que esta em sintonia com as constantes variações do ambiente. Assim nunca a agricultura ou mesmo a pecuária pode ser abordada de forma separada e sem elos de ligações com outros agentes, que são responsáveis por garantir a existência da produção, transformação, distribuição e consumo dos bens alimentares produzidos.

O agronegócio pode ser entendido como um conjunto de agentes que possuem uma dinâmica entre cada elo ou ciclo da cadeia. Segundo Pizzolatii (2003), inicia pelo antes da porteira ( com mercado de insumos), seguindo com o dentro da porteira ( unidade de produção agrícola, propriedades rurais), e por fim o depois da porteira ( com processamento, distribuição, transformação).

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O elo do antes da porteira é dominado atualmente por poucas empresas, e que estão investindo alto em pesquisa, tecnologia e inovação para continuarem a serem competitivas no mercado. Para o autor, o segmento do dentro da porteira vem evoluindo para um processo de concentração produtiva, em ênfase na eficiência e produtividade. Este fator esta levando muitos produtores rurais do mundo todo, e inclusive Brasil a abandonarem suas atividades rurais, e acaba levando a uma concentração das matérias primas animais e vegetais em mãos de poucos propriedades, que por sua vez estão sendo bem gerenciadas na busca pela competitividade. Para o depois da porteira, o mesmo autor coloca como sendo formado por etapas de processamento, transformação e distribuição dos produtos vindos da agropecuária, setor primário, ate atingir os consumidores finais.

Para entender melhor a estrutura do agronegócio alguns autores trazem alguns elementos que devem ser observados mais a fundo, os quais, segundo Neves, Chaddad e Lazzarini(2000), são os seguintes : visão sistêmica, foco analítico, gerenciamento integrado, sistemas com fluxo, foco de analise, analise comparada, ambiente institucional e uma grande rapidez na adaptação.

Bacha descreve o agribusiness em no mínimo quatro partes ou segmentos:

“- segmento I: composto por empresas a montante, empresas que fornecem insumos ou suprimentos;

- segmento II: empresas agropecuárias, propriedades rurais, empresas rurais;

-segmento III: composto por empresas que processam ou transformam os produtos agropecuários

- segmento IV: empresas distribuidoras.” BACHA(2004, P. 22)

Seguindo a mesma ideia dos autores, Zylbersztajn (1995), também estudou os elementos que podem elucidar a estrutura do agribusiness, mas este tentou demonstrar em uma imagem os elementos que formam esta rede e a logica de inter-relação existente entre os segmentos como mostra a figura 1.

Figura 1: Representação analítica do agronegócio

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Esta rede de elementos, que forma a estrutura do agronegócio é uma das principais fontes de crescimento, e considerada atualmente a base da balança comercial brasileira, mas segundo Neves, Chaddad e Lazzarini (2000), somente os recursos naturais brasileiros não vão ser suficiente para o Brasil ser sempre competitivo. É necessário que o pais tenha uma mentalidade de inovação e busca pela produtividade, para assim, fazer com que o agribusiness faça seu papel de interiorizar o desenvolvimento, distribuir renda, gerar emprego e outros benefícios sócio econômicos para o País.

Neves (2005) vem na mesma perspectiva, indicando que o agribusiness leva o desenvolvimento para o interior, distribui melhor a renda, gerando empregos e trazendo outros benefícios econômicos e sociais. Porém é necessário que a produtividade e inovação sejam as palavras chaves na busca pela competitividade, atingindo novos mercados, e ambientes de ampliação da demanda, não deixando de lado a necessidade do governo realizar esforços para atingir certos fins. Segundo o autor, o Brasil enfrenta desafios para fazer o agronegócio continuar crescendo, que estão ligados a duas vertentes principais. Primeiro a coordenação vertical, nas ferramentas de marketing ( marcas e mercados novos e promissores, inovações em produtos) e a vantagem vista na presença de grandes lojas do varejo mundial, levando os produtos alimentícios brasileiros para as suas lojas mundialmente. E em segundo momento o desafio da coordenação horizontal, que é fazer a inclusão da maior quantidade de produtores no moderno agronegócio brasileiro e da mesma forma a realização de negócios entre cooperativas dentro e fora do país.

Desta forma, a noção de agronegócio demonstra que elementos ligados com o setor primário são os elementos que atualmente ainda geram a base para a balança comercial brasileira, e observando todo o potencial pode crescer ainda mais no âmbito de desenvolvimento sócio econômico nacional. Esse desenvolvimento provem da melhor maneira de vencer os desafios existentes, buscando ser inovador e produtivo, que são o eixo para o ápice da competitividade.

2.2 Sistemas Agroalimentares (SAGs)

Grandes mudanças em um contexto de empresas cada vez mais competitivas entre concorrência e mercado, e assim, cada vez mais interligadas em seus sistemas ou redes de negócios. O agronegócio ou sistema agroindustrial é o conjunto de elementos, atividades e empresas que possuem uma relação em comum, em função de um produto agrícola. Para

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este estudo, Neves, Chaddad e Lazzarini (2000), consideram mudar a expressão de sistema agroindustrial para sistema agroalimentar ( SAG), já que este atende a espaços mais amplos do mercado, atingindo assim as industrias de alimentos e bebidas, sem deixar de lado os outros setores que não produzem alimentos ou bebidas.

Zylbersztajn (1995) descreve um SAG como um sistema formado por agentes econômicos da atividade agropecuária que são responsáveis por inúmeras etapas de produção, transformação e comercialização de um produto com origens agropecuárias, ate este mesmo produto chegar ao seu destino final, que é o consumidor. Este processo, pode envolver muitas empresas, tanto industrias ou não e ocupar diferentes espaços físicos, dependendo das regras institucionais impostas.

Segundo Zilbersztajn e Neves (2000), cada SAG tem o tamanho ou corte adequado para a situação desejada. O tamanho ou dimensão de cada SAG depende dos propósitos de quem planeja o mesmo. Se for o caso de atender a politicas publicas a delimitação quase sempre recai sobre um âmbito nacional, não ultrapassando fronteiras. Já se for um SAG com fortes ligações internacionais, que pode sofrer com as mudanças internacionais, será necessário ultrapassar as fronteiras e debater um sistema de produção e distribuição que envolva diferentes países.

Desta forma, os autores, focam em um SAG destinado a um determinado produto e a uma dimensão geográfica dependendo de cada caso. Assim, percebe-se a fundamental importância que o ambiente institucional tem sobre um SAG, muitas vezes observando as regras, costumes, cultura, de um determinado espaço geográfico do SAG.

Para completar esta ideia, Zamberlan et. al. (2010), descreve que os SAGs podem mudar ao longo do tempo, como descreve em :

“Os SAGs podem mudar ao longo do tempo, conforme as relações entre os agente se modificam, seja por intervenções externas, seja por mudanças tecnológicas. Os agentes dos Sistemas Agroalimentares mantem uma intensa relação de cooperação, pois dai poderá depender seu sucesso individual, mas também ocorrem conflitos diante de constantes disputa por margens de lucro, uma vez que o consumidor final devera irrigar todo o sistema com um fluxo monetário a ser distribuído entre os diferentes agentes que colaboram com a produção e distribuição de produtos.” (ZAMBERLAN et. al. , 2010. P.22)

Todo sistema agroalimentar esta sujeito a mudanças constantes em sua estrutura, podendo em muitos momentos estar em ápice de crescimento e movimentação, com grande impacto positivo sobre a economia em que atua, mas por méritos de mudanças constantes do mercado, com intervenções externas, tecnológicas, ou outras, pode sofrer grandes baques. As crises podem ser de um SAG como um todo, ou apenas elementos dele. Mesmo assim, se um

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elemento do SAG sofrer uma queda, todo o complexo do sistema ira sofrer alguma consequência.

Esta concepção é explicada por Zilbersztajn e Neves (2000, p.15), quando trazem a ideia do SAG como rede não linear de relações, onde “cada agente terá contatos com um ou mais agentes, e a partir do desenvolvimento e aperfeiçoamento dessas relações poderão tornar a arquitetura do SAG mais ou menos eficiente”.

Para os mesmos autores, o SAG é um conjunto de relações contratuais entre empresas e agentes, que por objetivo final é disputar e atender o consumidor de determinado produto.

Segundo Neves (2002), a ideia principal que esta em torno do Sistema Agroalimentar é que cada SAG pode ser considerado um conceito mais ampliado de empresa, e deste modo, podendo ser gerenciado. Isso é diagnosticado quando observasse as relações entre os elementos do sistema e percebesse o fluxo que acontecem no SAG, seja de produtos, serviços, financeiros, de comunicação, informação e outros que transitam pelos dois sentidos da rede do sistema. Fluem no sentido do consumidor final para indústria de insumos as informações, pedidos, pagamentos; e da mesma forma, fluem da indústria para o consumidor os produtos e serviços e comunicações; e ao mesmo tempo, nos dois sentidos, ocorrem as negociações, riscos e transações financeiras e econômicas.

Para melhor entender como acontecem as relações entre os elementos de um SAG, Zylbersztajn (2000), fez uma analise descritiva do sistema, demonstrando através de uma figura (figura 1), os agentes, as relações que acontecem entre eles, os setores, as empresas e organizações de apoio e o ambiente institucional.

Figura 2: Transações e elementos de um SAG

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Neste esquema organizado pelo autor é possível visualizar as transações que acontecem dentro do sistema ( descritas por T1, T2...)entre os vários elementos que compõem o sistema. Mesmo andando por fora, o ambiente organizacional e institucional tem forte fator decisório dentro de um determinado SAG, impondo novas regras de jogo e proporcionando mudanças. Assim quanto mais o SAG estiver preparado para as incertezas do ambiente e mais rápido se adaptar as mudanças, mais competitivo e sucesso terá.

As figuras 1 e 2 são semelhantes, e complementares. A segunda contempla além dos elementos da cadeia de um SAG, também as transações que podem ocorrer entre eles, seguindo as logicas desde a produção do insumo, ate o produto final, recebido pelo consumidor final.

Neves (apud Souza, 1999), avalia as perspectivas para o agribusiness brasileiro e relaciona um conjunto de elementos e fatores críticos para o sucesso da agroindústria:

 Coordenação dos Sistemas Agroalimentares (SAGs), buscando agilizar as informações, adaptação dos sistemas às novas tendências, redução de custos na negociação com o mínimo conflitos;

 Rápida reestruturação dos SAGs brasileiros que apresentam ineficiência em termos tecnológicos, e articulação estratégica dos seus atores;

 Necessidade de reconversão de sistemas que não apresentam futuro promissor, através de alteração geográfica ou a troca de atividades;

 Estabelecimento de parcerias para entrar em novos mercados, visando a obter redução de custos de ingresso, ganhos mais rápidos de expertise e sinergia, dentre outros;

 Inserção de marcas brasileiras no mercado internacional, buscando a exportação de produtos processados.

Segundo o autor, para o agronegócio brasileiro chegar a uma perspectiva de sucesso, estando competitivo, é necessário à observação de alguns critérios a serem melhorados no país. A boa estruturação dos SAGs esta entre os fatores principais, e por meio deste, percebesse a importância do estudo, e entendimento de cada SAG, que fazem parte do agronegócio brasileiro.

2.2.1 Sistema agroalimentar do leite

O Sistema Agroalimentar (SAG) do leite é um conjunto de inúmeros elementos, atividades e empresas do mercado de lácteos, e que de uma ou outra forma estão em constantes ligações e transações, ou de conflitos, parcerias, competitividade e outros. É o que

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os autores Brum e Muller (2008) também relatam, quando descrevem que a cadeia produtiva do leite é formada por muitos fatores, elementos que interagem entre si.

Para Escosteguy et al. (1993, p.09), entende-se por “Sistema Agroalimentar do Leite o conjunto de processos integrantes da produção, comercialização, industrialização e consumo de produtos de origem láctea”.

Mundialmente o leite é um requisito alimentício muito forte, possuindo um consumo mundial muito expressivo. Para suprir essa necessidade de demanda é necessária uma produção mundial elevada, que em 2013 chegou a 552.091 mil toneladas, segundo dados da USDA – Departamento de Agricultura dos Estados Unidos.

Em quesitos de Brasil a produção nacional chegou a 24,741 bilhões de litros em 2014, segundo dados do IBGE. Em todas as regiões nacionais existe algum tipo de Sistema Agroalimentar do leite, alguns mais forte, com produção anual significativa para venda, e outros mais fracos, mesmo que apenas para subsistência. Os maiores produtores de leite do pais são a região sudeste e sul, onde minas gerais é o maior produtor do pais, seguido do Rio Grande do Sul, como mostra a tabela a seguir:

É visível a importância do SAG do leite para o Brasil como um todo, e esta importância, para Gomes (2001) é expressa por como sendo a principal característica do sistema, onde :

“A principal característica da cadeia produtiva do leite no Brasil é a sua importância no agronegócio nacional que, além de ser significativa, encontra-se representantes dos segmentos de produção, industrialização e comercialização de leite e derivados em todas as régios do território nacional, os quais desempenham papel relevante no suprimento de alimentos e na geração de emprego e renda para a população.” GOMES (2001, apud SOUZA, AMIN E GOMES, 2009. P. 06)

Sabendo da importância deste SAG leiteiro para o Brasil, consegue-se eleger os diferentes elementos que formam o mesmo. Para Brum e Muller (2008), o sistema ou cadeia do leite inicia com a produção de insumos, suprimentos para os produtores rurais. Na sequencia vem os próprios produtores, em sua empresas rurais, com animais ( para produção leiteira e desenvolvimento genético de qualidade) chegando as industrias que são a sequencia da cadeia produtiva, englobando empresas beneficiadoras e transformadoras do leite in natura e ao mesmo tempo os responsáveis pelo recolhimento e logística do leite e produtos industrializados. Todos os componentes da cadeia buscam satisfazer por fim o consumidor, que completa esta rede de elementos do sistema agroalimentar do leite.

O Brasil possui produtores de leite muito heterogêneos, que variam de pequenos, médios e grandes produtores, alguns com as mais modernas tecnologias de produção

Referências

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