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3 METODOLOGIA

3.1 Classificação da pesquisa

A pesquisa em si, segundo Gil (1999) pode ser reconhecida como um processo formal e sistemático de envolvimento do método cientifico e ao mesmo tempo, tem como objetivo principal descobrir respostas para problemas mediante o emprego de procedimentos científicos sem a preocupação direta com as suas aplicações e consequências práticas.

Assim, várias são as opções de se classificar um estudo ou pesquisa: quanto à natureza, quanto a abordagem, aos objetivos, e segundo os seus procedimentos técnicos ou meios.

Levando em consideração ao critério de classificação quanto a natureza, o presente estudo classifica-se como uma pesquisa aplicada, que segundo Gil (1999) visa:

Visa gerar conhecimentos para aplicação prática, voltados à solução de problemas específicos da realidade. Envolve verdades e interesses locais. A fonte das questões de pesquisa é centrada em problemas e preocupações das pessoas e o propósito é gerar soluções para os problemas humanos. GIL (1999) apud ZAMBERLAN (et. al) (2014).

Portanto, uma pesquisa aplicada é voltada a atingir objetivos reais, que compõem a realidade dos indivíduos que realizam a atividade, e serve como ponte de discussões de problemas do ambiente, envolvendo neste contexto um referencial teórico que atenda a área de conhecimento em discussão, buscando soluções alternativas para o problema.

Levando em consideração a forma de abordagem da investigação, o presente estudo classifica-se como sendo quantiqualitativa. É considerada qualitativa, pois segundo Gil (1999), insere-se no campo das Ciências Sociais. Por basear-se não em fatos, mas em opiniões dos sujeitos entrevistados. O estudo visa considerar que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito.

Já segundo Oliveira (1997), a pesquisa qualitativa é justificada através de formas adequadas para o entendimento da relação da causa e efeito ao fenômeno para consequentemente chegar a veracidade e razão. Enquanto Zamberlan (et. al.) (2014) completa relacionando que o ambiente natural e o pesquisador são as fontes e os instrumentos para coleta dos dados, bem como a analise e interpretação dos dados são requisitos básicos para uma pesquisa de abordagem qualitativa, que tem o processo e o significado como focos.

Para justificar a abordagem quantitativa do presente estudo, Oliveira (1999, p. 115), coloca que quantitativa é a pesquisa que visa “quantificar opiniões, dados, nas formas de coleta de informações, assim como também com o emprego de recursos e técnicas estatísticas”. Assim considera que tudo pode ser quantificável, traduzindo em números as opiniões e informações para depois classifica-las e analisa-las. Para Gil (2002) esta abordagem também é conhecida como método estatístico, e fundamenta-se na aplicação da teoria estatística da probabilidade.

Segundo Santos (1999) as pesquisas também podem ser classificadas quanto aos seus objetivos, sendo que são baseadas no grau de aproximação e no nível conceitual do pesquisador em relação ao fenômeno estudado na pesquisa.

É considerada pesquisa de caráter exploratório, pois segundo Vergara (1997, p. 45) é uma “investigação em uma área na qual há pouco conhecimento acumulado e sistematizado”. Gil (2002) insiste que o objetivo desta pesquisa é proporcionar maior familiaridade com o problema, tornando-o mais explicito. Já pra Malhotra (2001) a pesquisa exploratória tenta explorar uma situação, com o objetivo de fornecer critérios e compreensão sobre o problema abordado pelo investigador.

Alves (2003) observa em seus estudos, que a pesquisa exploratória tem o objetivo de tornar mais clara a questão de estudo, aprofundando as ideias em questão. Constitui o

primeiro passo de todo trabalho científico, pois tem a finalidade de proporcionar maiores informações sobre o assunto.

Pesquisa exploratória é usada, portanto, quando não se tem informações sobre determinado tema e se busca maior familiaridade com o problema para torna-lo mais explicito, ou se deseja conhece-lo, proporcionando uma aproximação do assunto, aumentando a dimensão de compreensão do assunto a ser investigado.

A pesquisa também é considerada descritiva dentro dos seus objetivos. Descritiva pois, segundo Gil (1999), tem o objetivo de descrever as características de determinada população ou fenômeno ou ainda relações entre as variáveis. Sob a perspectiva de Zamberlan (et. al) (2014), a pesquisa descritiva tem o objetivo de visar, identificar, expor e descrever os fatos de determinada realidade, características de um grupo, população ou contexto social para assim poder identificar as diferentes formas dos fenômenos e explicações das relações de causa e efeito dos mesmos.

Malhotra (2001) destaca um fator importante. Na pesquisa descritiva os fatos e elementos são observados, registrados, analisados, classificados e interpretados, sem que o pesquisador ou investigador interfira neles. Isso significa que os fenômenos são estudados, mas não são manipulados pelo investigador. Esta pesquisa baseia-se na descrição de algo. Sob o olhar de Mattar (1996), esta pesquisa tem objetivos bem definidos e procedimentos formais, dirigida para avaliação e analise de ações, bem como o pesquisador necessita saber exatamente o que pretende com o estudo e porque deseja faze-lo, já que neste tipo de pesquisa é muito utilizado as entrevistas pessoais.

Toda pesquisa também deve considerar a classificação de acordo com os critérios de procedimentos técnicos ( GIL , 2002) ou meios (VERGARA, 1997), onde a presente pesquisa se torna uma pesquisa bibliográfica, documental, observação, levantamento (survey), entrevista de profundidade, e estudo de caso.

O estudo é de natureza bibliográfica, porque se trata de um estudo sistematizado, desenvolvido com base em material publicado por autores consagrados que escreveram sobre o tema. De acordo com Gil (2002, p.44), a pesquisa bibliográfica “é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos”. Para Vergara (2004), é o estudo sistematizado desenvolvido com base em material publicado em livros, jornais, redes eletrônicas. Já segundo os estudos de Lakatos e Marconi (2001) pesquisa bibliográfica abrange todo o referencial teórico já tornado público em relação ao tema de estudo, como publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses, material cartográfico. Mattar (1997) ainda complementa a ideia observando que a

pesquisa bibliográfica é uma forma rápida, com custos reduzidos, de amadurecer ou aprofundar o problema da pesquisa.

É documental pois utiliza de materiais conservados em alguns órgãos reguladores e instituições relacionadas ao setor leiteiro de Santo Cristo. A pesquisa documental é descrita por Gil (2002) como sendo materiais ou documentos que ainda não foram analisados, mas que podem ter valor cientifico para a pesquisa. Para Vergara (2004), a pesquisa documental é realizada em documentos conservados no interior de órgãos públicos, registros, anais, balancetes e outros.

É considerada de observação, onde Fachin (2001), descreve como sendo fundamentado sob procedimentos de natureza sensorial, com o objetivo de captar os fatos essenciais e acidentais de um fenômeno do contexto empírico. Assim durante as visitas do autor junto as propriedades também é possível observar alguns dados relevantes.

A presente estudo terá também a utilização da pesquisa de levantamento ou survey, que segundo Gil (2002) permite ao pesquisador realizar a sondagem de opinião publica sobre um determinado tema de estudo. São caracterizadas por ter uma interrogação direta das pessoas cuja o comportamento se deseja conhecer. Procura-se a solicitação de informações em um grupo significativos de pessoas sobre um assunto e sob uma analise quantitativa obtêm-se as conclusões sobre os dados. Survey, de acordo com os estudos de Malhotra (2001), é um levantamento que utiliza um questionário estruturado, direcionado a uma amostra de uma população e destinado a provocar informações especificas do entrevistado.

A entrevista em profundidade também será usada como procedimento técnico na pesquisa. Conforme Richardson (1999), a entrevista em profundidade, em vez de responder à pergunta por meio de diversas alternativas pré-formuladas(como fazem nos questionários) visa obter do entrevistado o que ele considera dos aspectos mais relevantes sobre o estudo. Esta técnica não estruturada procura saber que, como e por que algo ocorre, em lugar de determinar a frequência de certas ocorrências. Este tipo de entrevista resulta em uma livre troca de informações porque não há pressão social para se forçar a reação das pessoas. Para Roesch (1996) as entrevistas em profundidade não utilizam de questionários formais, mas a discussão gira em torno do problema especifico que se tem em mãos.

Estudo de caso pois tem o objetivo de aprofundar e detalhar os conhecimentos sobre cadeia do leite de Santo Cristo, principalmente no que se refere aos produtores de leite do mesmo. Assim estudo de caso é, para Vergara (1997) o circunscrito a uma ou poucas unidades, entendidas como pessoas, uma família, um produto, uma empresa, um órgão publico, uma comunidade ou mesmo um pais. Gil (2002), complementa como sendo um

estudo com poucos objetivos, que permitam o seu amplo e detalhado conhecimento do assunto ou tema. Bowditch e Buono (1992) apud Sparemberger (2009), entendem que a principal vantagem do estudo de caso é a possibilidade de os pesquisadores poderem se envolver diretamente com o assunto (pessoa ou organização) com relativa rapidez, e obter uma “sensação” do que está acontecendo.

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