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Organização das noções ubíqua: regressão progressiva & progressão regressiva: a educação como motor e mediador de uma globalização participada

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Academic year: 2021

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(1)ORGANIZAÇÃO DAS NOÇÕES UBÍQUAS: REGRESSÃO PROGRESSIVA & PROGRESSÃO REGRESSIVA A educação como motor e mediador de uma globalização participada. Nelson V. Carneiro. Dissertação apresentada à Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto, para obtenção do grau de Mestre em Ciências da Educação Sob orientação do Prof. Doutor José Alberto Correia. VOLUME I outubro, 2013.

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(3) RESUMO Este texto constitui uma análise social progressiva que procura relacionar contextos evolutivos numa perspetiva ecológica, tentando problematizar e colocar em evidência alguns factos, sem contudo deixar de exprimir alguma expectativa sobre aquelas que poderão ser as opções disponíveis de sustentabilidade e articulação dos pretextos globais, num contexto Humanista contemporâneo. Tendo como referência o paradigma da modernidade, procura-se sintetizar nos seus três princípios estado, mercado e comunidade*, a capacidade e potencial de reorientação do curso das opções que, na transição conceptual geo-espacial (local/global), julgamos pertinente refletir. A reconceptualização destas parcelas de sentido carece de uma capacidade prévia de cada sujeito se rever e situar nesta problemática, por forma a contribuir para a emergência de novas abordagens aos desafios colocados pela mundialização, numa perspetiva de contexto social pantópico. Acabando este processo, por constituir um desafio à capacidade de simultaneamente se olhar do interior e exterior de si. Procura-se assim, dar conta do papel fundamental que a reorganização social, e em particular o campo educativo, poderão assumir como uma resposta evolutiva. Um percurso de leitura, interpretação e desocultação progressiva da condição humana universal, como sinónimo de multi-individualismo comunicante. Para tal apresenta-se uma linearidade temporal onde se cruzam olhares de uma fase de regressão progressiva e de uma fase de progressão regressiva.. * Estas cores surgirão ao longo de todo o texto, representado os mesmos princípios embora em configurações distintas desde uma situação representada na pág. 52 à sugestão de uma reorganização sugerida na pág. 140, passando por esquema analíticos intermédios (pág. 119, 124 e 181). * These colors will appear throughout the text, illustrating the same principles albeit in different configurations from one situation shown on p. 52 to the reorganization suggested on p. 140, passing through intermediate analytical schema (p. 119, 124 and 181). * Ces couleurs surgiront au long du texte, représentant les mêmes principes bien qu’avec des configurations differentes depuis une situation représentée en p.52 jusqu’à la suggestion d’une réorganization suggérée à la p.140 passant par des schémas analytiques intermédiaires (p. 119, 124 et 181).. 2.

(4) 3.

(5) ABSTRACT This text is a social progressive analysis that attempts to relate evolutionary contexts in an ecological perspective, trying to highlight and discuss some facts, without failing to express relevant expectations about available options of sustainability and articulation of global pretexts in a contemporary humanistic context. Using the paradigm of modernity as a reference, synthesized in its three principles state, market and community*, we find it relevant to reflect upon the ability and the potential to shift the course of options in the geo-spatial conceptual transition (local /global). The reconceptualization of these threads lacks a previous capacity of each subject to review and to locate himself within this problem so as to contribute to the emergence of new approaches and to the challenges posed by globalization, in a perspective of a social pantopic context. Ending this process, it poses a challenge to the ability of simultaneously looking from the inner and at our outer selves. It is aimed to provide an account of the key role that social reorganization, and in particular the field of education, may take as an evolutionary response. It is a path of reading, interpretation and progressive unblinding of the universal human condition, as synonym of a communicating multi-individualism. In order to do this, it is presented a temporal linearity in which views from a progressive regression phase and from a regressive progression phase intersect.. *. These colors will appear throughout the text, illustrating the same principles albeit in different configurations from one situation shown on p. 52 to the reorganization suggested on p. 140, passing through intermediate analytical schema (p. 119, 124 and 181).. 4.

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(7) RÉSUMÉ Ce texte constitue une analyse sociale progressive qui prétend mettre en rapport les contextes évolutifs dans une perspective écologique, essayant de rendre problématique et de mettre en évidence quelques faits, sans pour autant laisser d’exprimer une certaine expectative sur celles qui pourront être les options disponibles de durabilité et l’articulation des pretextes globaux, dans un contexte Humaniste contemporain. Ayant comme référence le paradigme de la modernité, on essaye de synthétiser dans ses trois principes - etat, marché et communauté* - la capacité et le potentiel de réorientation du cours des options ce qui, dans la transition conceptuelle géo-spaciale (locale/globale), nous semble une réflexion pertinente. La reconceptualization de ces parcelles de sens manque d’une capacité préalable de chaque sujet de se revoir et de se situer dans cette problématique, de façon à ce qu’il puisse contribuer pour une émergence de nouveaux abordages aux défis posés par la mondialization, dans une perspective de contexte social pantopique. Ainsi, ce processus se constitue comme un défi à la capacité de simultanément regarder à l’intérieur et à l’extérieur de soi. On tente, ainsi, de rendre compte du rôle fondamental que la réorganization sociale, et en particulier au niveau de l’éducation, pourront assumer comme une réponse évolutive. Un parcours de lecture, interprétation et désocultation progressive de la condition humaine universelle, comme synonyme de multi-individualisme communicant. Pour cela, l’on présente une linéarité temporelle oú se croisent les regards d’une phase de régression progressive et d’une phase de progression régressive.. *. Ces couleurs surgiront au long du texte, représentant les mêmes principes bien qu’avec des configurations differentes depuis une situation représentée en p.52 jusqu’à la suggestion d’une réorganization suggérée à la p.140 passant par des schémas analytiques intermédiaires (p. 119, 124 et 181).. 6.

(8) 7.

(9) AGRADECIMENTOS Ao Professor Doutor José Alberto Correia pela abertura e cumplicidade com que orientou este trabalho. À Professora Doutora Amélia Lopes e à Doutora Helena Barbieri, pelo apoio e disponibilidade nesta fase final. Aos docentes da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto que, durante a frequência da parte curricular, ainda nas antigas instalações do Campo Alegre, nos transmitiram o seu saber, mas também o seu inconformismo e estímulo. Ao Eduardo Aires, pelo precioso apoio, nas batalhas contra os vírus, os ficheiros, bloqueados, as formatações, os bugs... À Doutora. Paula Dias e à Doutora. Sandra Lage pelo apoio nas traduções mais técnicas. À Doutora Ana Pinto pela colaboração na revisão de alguns aspetos estruturais e organizativos do texto. Ao meu colega, Doutor José Preto pelas conversas inspiradoras em torno de arestas, pontos e circunferências. Aos meus restantes colegas de trabalho, pela compreensão e cooperação ao longo de todo este processo. À biblioteca da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto. À biblioteca da Universidade de Trás-os-Montes e Alto-Douro e ao Grémio Literário de Vila Real.. Por fim, um agradecimento à minha família, com particular relevo para o meu pai Francisco e para o meu sobrinho Tomás.. 8.

(10) 9.

(11) ABREVIATURAS AEC. Atividades de Enriquecimento Curricular. AIDS. Acquired Immunodeficiency Syndrome. ASEAN. Associação de Nações do Sudeste Asiático. APD. Apoio ao Desenvolvimento. BCE. Banco Central Europeu. BPM. Benefício Privado Marginal. BSM. Benefício Social Marginal. CDC. Carta dos Direitos da Criança. CEE. Comunidade Económica Europeia. CMa. Custo Marginal de Despoluição. CO2. Dióxido de Carbono. E. Energia. EUA. Estados Unidos da América. FMI. Fundo Monetário Internacional. G8. Grupo das 8 economias mais desenvolvidas. G20. Grupo das 20 economias mais desenvolvidas. GATT. General Agreement on Tarifs and Trade. GDP. Gross Domestic Product. GNI. Gross National Income. GNP. Gross National Product. GDI. Gross Domestic Income. HIPC. Heavily Indebted Poor Countries. HIV. Human Immunodeficiency Vírus. I. Situação de mercado desregulado. IAEA. International Atomic Energy Agency. ICT. Information and Communication Technology. IDG. Índice de desigualdade de género. IDH. Índice de Desenvolvimento Humano. IDHAD. Índice de Desenvolvimento Humano ajustado à Desigualdade. IMF. International Monetary Fund. IPG. Índice de Progresso Genuíno. 10.

(12) IPM. Índice de Pobreza Multidimensional. ISS. International Space Station. LDCs. Least Developed countries. MERCOSUL. Mercado Comum do Sul. MDG. Millennium Development Goals. NQF. National Qualification Frameworks. NWS. Nuclear Weapons States. ODA. Official Development Assistance. ODM. Objetivos de Desenvolvimento do Milénio. OECD. Organization for Economy Cooperation and Devlopment. OCDE. Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico.. OMC. Organização Mundial do Comércio. ONU. Organização das Nações Unidas. PNUD. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. RPL. Recognition of Prior Learning. SEJD. Secretaria de Estado da Juventude e do Desporto. SIPRI. Stockholm International Peace Research Institute. S&P. Standard & Poor’s. SNUS. South-North Development Monitor. TPI. Tribunal Penal Internacional. TWN. Third World Network. UA. União Africana. UE. União Europeia. UN. United Nations. UNESCO. United Nations Educacional Scientific and Cultural Organization. UNFPA. United Nations Population Fund. UNGA. United Nations General Assembly. UNICEF. United Nations Children´s Fund. UNRIC. United Nations Regional Informacion Center. UPE. Universal Primary Education. USA. United States of América. WTO. World Trade Organization. WWF. World Wide Fund (World’s Wild life Fund). ZERI. Zero Emissions Research & Initiatives 11.

(13) ORGANIZAÇÃO DAS NOÇÕES UBÍQUAS: REGRESSÃO PROGRESSIVA & PROGRESSÃO REGRESSIVA A educação como motor e mediador de uma globalização participada Volume I _____________________________________________________________________________________________________________. ÍNDICE INTRODUÇÃO_________________________________________________________________ 16 PROBLEMÁTICA _________________________________________________________________ FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA E CONCEPTUAL ______________________________________________ QUADRO METODOLÓGICO __________________________________________________________ ESTRUTURA ____________________________________________________________________. 18 20 24 27. CAPÍTULO I ___________________________________________________________________ 32 MODELOS E PERSPETIVAS DE GESTÃO POLÍTICA E ECONÓMICA NA MODERNIDADE: A TRANSFORMAÇÃO DOS PODERES DO ESTADO E AS EXTERNALIDADES RESULTANTES DESTA TRANSFORMAÇÃO_____________________________________________________________ 32 1.1. A DIVISÃO DO TRABALHO _______________________________________________________ 33 1.2. IDEOLOGIA: PULVERIZAÇÃO E NEBLINA OU O RETOMAR INCESSANTE DE UM CICLO?________________ 36 1.3. O FATOR ECONÓMICO NAS MICRO E MACRO TRIBOS _____________________________________ 42 1.4. O ESTADO DE PROVIDÊNCIA COMO PROTÓTIPO ENSAIADO DE UM QUERER UNIVERSAL VINDOURO (SOCIEDADE DE PROVIDÊNCIA) ________________________________________________________________ 43 1.5. A RESIGNAÇÃO NÃO EXPLICA… NADA… _____________________________________________ 45 1.6. MODERNIDADE (A)PÓS MODERNIDADE _____________________________________________ 51 1.7. RIQUEZA & POBREZA __________________________________________________________ 56 1.8. (ECO)NOMIA & (ECO)LÓGIA _____________________________________________________ 59 CAPÍTULO II: A ERA GLOBALIZAÇÃO _______________________________________________ 68 REGRESSÃO PROGRESSIVA E PROGRESSÃO REGRESSIVA: AS MIGRAÇÕES PLANETÁRIAS. O INDIVÍDUO COMO MEDIADOR ENTRE CULTURA UNIVERSAL E SUB-CULTURAS – MULTIINDIVIDUALISMO______________________________________________________________ 68 2.1. ANTES DE SER... _____________________________________________________________ 68 2.2. AS CIDADES GLOBAIS, MULTICULTURALISMO OU MULTI-INDIVIDUALISMO: ECUMENISMO HUMANITÁRIO SOBERANIAS NACIONAIS VS. SOBERANIA GLOBAL __________________________________________ 73 2.3. DEPOIS DA MODERNIDADE O PÓS; E DEPOIS DO PÓS?!...__________________________________ 77 2.4. CULTURALISMO, MULTICULTURALISMO OU MULTI-INDIVIDUALISMO? _________________________ 85 2.5. A TROVA DOS DEUSES (ECUMENISMO) ______________________________________________ 98 2.6. EQUILÍBRIO: REGRESSÃO PROGRESSIVA & PROGRESSÃO REGRESSIVA ________________________ 103 2.6.1. PROGRESSÃO REGRESSIVA (GLOBALIZAÇÃO CONSCIENTE) POSITIVISTA _______________________ 111 CAPÍTULO III _________________________________________________________________ 115 PULVERIZAÇÃO E MIMETISMO IDEOLÓGICO FUNCIONAL: A RELEVÂNCIA DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS/LOCAIS NA EMERGÊNCIA E MONITORIZAÇÃO DE SOLUÇÕES DE DEMOCRACIA PARTICIPADA AO NÍVEL DA SOCIEDADE E DA EDUCAÇÃO. – SOCIEDADE DE PROVIDÊNCIA. _ 115 3.1. SOB O ESPELHO…ESQUERDA OU DIREITA?!_______________________________________ 115. 12.

(14) ORGANIZAÇÃO DAS NOÇÕES UBÍQUAS: REGRESSÃO PROGRESSIVA & PROGRESSÃO REGRESSIVA A educação como motor e mediador de uma globalização participada Volume I _____________________________________________________________________________________________________________________________. 3.2. MÉRITO __________________________________________________________________ 128 3.3. SERÁ POSSÍVEL CONCILIAR O SISTEMA DE “ESTADOS NAÇÃO” VIGENTE E ESTRATIFICADO (CENTRO-PERIFERIA PÁG. 119) COM UM MODELO SUPRA ESTADO (PERIFERIA-CENTRO-PERIFERIA PÁG. 124)?_____________ 131 3.4. ESTADO, SOCIEDADE & PROVIDÊNCIA: DAS REDES SOLIDÁRIAS À SOLIDARIEDADE EM REDE. _________ 135 3.5. O CAPITALISMO AO SERVIÇO DO HOMEM ___________________________________________ 141 3.5.1. “CONTORNOS DE UMA ORDEM PÓS-MODERNA” _____________________________________ 143 3.5.2. “DIMENSÕES DE UM SISTEMA PÓS-ESCASSEZ”: CAPITALISMO DE SUBSISTÊNCIA _________________ 144 3.6. QUE ORIENTAÇÃO PARA A EDUCAÇÃO NUM PARADIGMA DE SUSTENTABILIDADE GLOBAL/LOCAL DA SOCIEDADE DE PROVIDÊNCIA? ______________________________________________________ 149 3.6.1. AS DIFERENTES DIMENSÕES DO CAMPO EDUCATIVO ___________________________________ 149 3.6.2. O MULTI-INDIVIDUALISMO SISTÉMICO E A EMANCIPAÇÃO DO SUJEITO-AUTOR __________________ 156 3.6.3. EDUCAÇÃO AO LONGO DA VIDA: EDUCAÇÃO FORMAL, EDUCAÇÃO NÃO FORMAL E EDUCAÇÃO INFORMAL 157 3.6.4. COMPETÊNCIAS CHAVE – 2012 (COMISSÃO EUROPEIA) ________________________________ 159 3.6.5. ARTICULAÇÃO, PARCERIAS E GESTÃO PARTILHADA DA CIDADE _____________________________ 160 3.6.6. AÇÃO CÍVICA _____________________________________________________________ 164 CAPÍTULO IV_________________________________________________________________ 167 O RETRATO DE UMA GLOBALIZAÇÃO PARCIAL: DADOS PARA REFLEXÃO E PERSPETIVAS DE ARTICULAÇÃO NO SENTIDO DO ESTABELECIMENTO DE UMA GLOBALIZAÇÃO DOS DIREITOS E DOS DEVERES________________________________________________________________ 167 4.1. A FUGA DO HOMO __________________________________________________________ 4.2. DIPLOMACIA DE TOPO ________________________________________________________ 4.3. QUANTIFICANDO ____________________________________________________________ QUADRO 6. VARIAÇÃO DA POPULAÇÃO MUNDIAL 1950-2100 _______________________________ 4.4. INVESTINDO _______________________________________________________________ 4.5. GERINDO _________________________________________________________________. 167 170 174 174 177 179. CONSIDERAÇÕES FINAIS _______________________________________________________ 187 REFERÊNCIAS ________________________________________________________________ 203 OUTRA BIBLIOGRAFIA CONSULTADA _____________________________________________ 217. 13.

(15) ORGANIZAÇÃO DAS NOÇÕES UBÍQUAS: REGRESSÃO PROGRESSIVA & PROGRESSÃO REGRESSIVA A educação como motor e mediador de uma globalização participada Volume I _____________________________________________________________________________________________________________________________. ÍNDICE FIGURAS FIGURA 1. LIBERALISMO/SOCIALISMO ____________________________________________________________ 37 FIGURA 2. PROJETO SOCIOCULTURAL DA MODERNIDADE. _______________________________________________ 52 FIGURA 3. MIKHAIL ZLATKOVSKY (S/TÍTULO). O CRESCIMENTO PELO CRESCIMENTO É A IDEOLOGIA DAS CÉLULAS CANCERÍGENAS. EDWARD ABBEY (SAMUELSON & NORDHAUS, 1999: 322). ________________________________________ 67 FIGURA 4. GLOBALIÇÃO (IMAGEM ADAPTADA) (ESTRADA & SINÉ, 1975). ____________________________________ 68 FIGURA 5. DIMENSÕES DA GLOBALIZAÇÃO SUGERIDAS POR ANTHONY GIDDENS (GIDDENS, 1996: 50). ________________ 69 FIGURA 6. SOCIEDADE/INDIVÍDUO – GLOBAL/LOCAL __________________________________________________ 83 FIGURA 7. MULTI-INDIVIDUALISMO. _____________________________________________________________ 97 FIGURA 8. EVOLUÇÃO ______________________________________________________________________ 103 FIGURA 9. THE BIG IDEA: THE HUMAN JOURNEY (NATIONAL GEOGRAPHIC, 2009)_____________________________ 105 FIGURA 10. ESQUEMA POLÍTICO DA SOCIEDADE ATENIENSE (INFOPÉDIA 2005) _______________________________ 108 FIGURA 11. 2005-2015 UN DECADE OF EDUCATION FOR SUSTAINABLE DEVELOPMENT _________________________ 114 FIGURA 12. SISTEMA MUNDO ATUAL ____________________________________________________________ 120 FIGURA 13. SISTEMA MUNDO POSSÍVEL __________________________________________________________ 125 FIGURA 14. FERO “BUBINO” KUDLAC (S/TÍTULO). ___________________________________________________ 127 FIGURA 15. MÉRITO _______________________________________________________________________ 128 FIGURA 16. CAPITALISMO DE SUBSISTÊNCIA _______________________________________________________ 141 FIGURA 17. CONTORNOS DE UMA ORDEM “PÓS-MODERNA” (GIDDENS, 1996: 116) ___________________________ 143 FIGURA 18. DIMENSÕES DE UM SISTEMA PÓS-ESCASSEZ (GIDDENS, 1996: 117) ______________________________ 144 FIGURA 19. COMPETÊNCIAS CHAVE – 2012 (COMISSÃO EUROPEIA). (EUROPEAN COMMISSION, 2012: 6; ANEXO 50). ___ 159 FIGURA 20. EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA (PIBID/UFRRJ, S.D.; EDR, 2009). __________________________________ 169 FIGURA 21. PENSAR/EDUCAR/PARTILHAR ________________________________________________________ 179 FIGURA 22. REGRESSÃO PROGRESSIVA/PROGRESSÃO REGRESSIVA ________________________________________ 181 FIGURA 23. INDIVÍDUO LOCAL/GLOBAL___________________________________________________________ 182 FIGURA 24. “MAGNIFICENT DESOLATION” (PALAVRAS DE BUZZ ALDRIN QUANDO ALUNOU EM 1969 NA LUA TERRESTRE. – MISSÃO APOLO 11) ___________________________________________________________________ 185 FIGURA 25. PATH OF LIFE, MC ESCHER __________________________________________________________ 199 FIGURA 26. O LIVRO ÁRVORE - SALVADOR DALI ____________________________________________________ 201 FIGURA 27. ORGANIZAÇÃO DAS NOÇÕES UBÍQUA ___________________________________________________ 202. ÍNDICE QUADROS QUADRO 1. POPULAÇÃO ESTRANGEIRA NO MUNDO (NEVES, 2004: 115). ___________________________________ 71 QUADRO 2. EXPORTAÇÕES MUNDIAIS (NEVES, 2004: 112). _____________________________________________ 71 QUADRO 3. A SITUAÇÃO ECONÓMICA MUNDIAL EM 2001 (NEVES, 2004: 134). _______________________________ 72 QUADRO 4. AÇÃO CÍVICA (MECANIZAÇÃO DA ORGÂNICA SOCIAL) _________________________________________ 164 QUADRO 5. CONTRIBUIÇÃO PARA O FUNDO DA ONU/POPULAÇÃO _______________________________________ 172 QUADRO 6. VARIAÇÃO DA POPULAÇÃO MUNDIAL 1950-2100 __________________________________________ 174 QUADRO 7. OLHARES (O MUNDO ATUAL)_________________________________________________________ 175. 14.

(16) ORGANIZAÇÃO DAS NOÇÕES UBÍQUAS: REGRESSÃO PROGRESSIVA & PROGRESSÃO REGRESSIVA A educação como motor e mediador de uma globalização participada Volume I _____________________________________________________________________________________________________________________________. ÍNDICE GRÁFICOS GRÁFICO 1. TRIBUTAÇÃO PERVERSA EM OPERAÇÃO (PNUD, 2005: 127). ___________________________________ 46 GRÁFICO 2. NET OFFICIAL DEVELOPMENT ASSISTANCE FROM OECD-DAC COUNTRIES AS A PROPORTION OF DONORS’ GROSS NATIONAL INCOME TO ALL DEVELOPING COUNTRIES AND TO THE LEAST DEVELOPED COUNTRIES (LDC’S) 1990-2010 (PERCENTAGE) (UN, 2011C: 59) __________________________________________________________ 48 GRÁFICO 3. PROGRESSOS PÓS-MONTERREY EM DIREÇÃO À META DA APD (APOIO AO DESENVOLVIMENTO). (PNUD, 2005:87). (VER ANEXO 18)______________________________________________________________________ 58 GRÁFICO 4. ILUSTRAÇÃO DA POLÍTICA DE ANÁLISE CUSTO-BENEFÍCIO QUE PRETENDE DEFINIR OS NÍVEIS EFICIENTES DE POLUIÇÃO, OU SE QUISERMOS, ANÁLISE DA INEFICIÊNCIA DAS EXTERNALIDADES (SAMUELSON & NORDHAUS, 1999: 335). ______ 61 GRÁFICO 5. NÍVEL DE INTENCIONALIDADE DOS HOMINÍDEOS (DUNBAR, 2006: 180). ____________________________ 86 GRÁFICO 6. TEMPO PASSADO EM CATAMENTO (DUNBAR, 2006: 122). _____________________________________ 87 GRÁFICO 7. WHERE DO THE WORLD´S OUT-OF-SCHOOL CHILDREN LIVE? (UNESCO, 2011: 40)____________________ 113 ERROR! HYPERLINK REFERENCE NOT VALID. GRÁFICO 9. A DESPESA MILITAR EXCEDE A AJUDA PÚBLICA AO DESENVOLVIMENTO NOS PAÍSES RICOS (PNUD, 2005: 94)_____ 1 ERROR! HYPERLINK REFERENCE NOT VALID. GRÁFICO 11. MAIS RICOS MAS MENOS GENEROSOS: A RIQUEZA CRESCE MAIS DEPRESSA DO QUE A AJUDA (PNUD, 2005: 88) 122 GRÁFICO 12. WORLD POPULATION GROWTH (UNDESA, 2013)_________________________________________ 174 GRÁFICO 13. ESTIMATE AND PROJETED POPULATION BY MAJOR AREA (UNFPA, 2011: 5) _______________________ 175 ERROR! HYPERLINK REFERENCE NOT VALID. GRÁFICO 16. OFFICIAL DEVELEPMENT ASSISTACE 2012. PERCENT OF GNI (STATISTISK, 2013) ______________________ 1 ERROR! HYPERLINK REFERENCE NOT VALID.. 15.

(17) ORGANIZAÇÃO DAS NOÇÕES UBÍQUAS: REGRESSÃO PROGRESSIVA & PROGRESSÃO REGRESSIVA A educação como motor e mediador de uma globalização participada Volume I _____________________________________________________________________________________________________________________________. INTRODUÇÃO Quem pretender fazer o bem a outrem terá de o fazer nas pequenas coisas. O Bem Geral é a pretensão do patife, do hipócrita e do adulador. A Arte e a Ciência existem apenas nos pequenos pormenores. (William Blake, Jerusalém) Duas extravagâncias: excluir a razão, admitir apenas a razão. (Blaise Pascal, Pensamentos). Neste enunciado teórico procuramos situar-nos reflexivamente por entre algumas perspetivas que sugerem diferentes perspetivas de leitura e interpretação sobre a contemporaneidade. Desde logo, deparámo-nos com duas aceções que se entrecruzam, se aproximam e se contestam (modernidade e pós-modernidade) procurando problematizar e enunciar coordenadas tipológicas que de forma, mais ou menos, pretensiosa, nos procuram fazer definir o nosso locus introspetivo. O local de onde, segundo a nossa perspetiva nos colocamos, de onde partimos para emitir uma apreciação, um determinado comentário, ou um raciocínio argumentativo sobre os fenómenos sociais que observamos, ou sobre os quais pretendemos apelar à observação. “Como destacou William Blake, os textos modernistas privilegiam as utopias racionais idealistas do bem geral. Em contrapartida os textos pós-modernistas privilegiam as heterotopias da diferença localizada e do saber local” (Paulston, 2001: 223). À partida é um risco considerável, termos a pretensão de o fazer. Tal, suscitaria a ideia de que conseguimos uma compreensão sólida sobre todas as aceções discursivas e teóricas em causa, bem como dos textos e enunciados produzidos pelos seus autores, que tendem a ser encaixados num local específico sob um título ou uma síntese icónica, e que ao citar esta ou aquela posição, estaríamos habilitados a traduzir todo o edifício conceptual inerente. Mas que ainda assim, nos estimula a querer perceber, as similitudes e distâncias entre si, numa nebulosa de hipotético sentido. Fazê-lo sem assumirmos os riscos próprios, seria em nosso entender, petrificar a discussão admitindo, por conseguinte, que sobre o assunto tudo se houvera explorado e concluído em termos académicos. Não o fazer seria, em última análise, subverter o prognóstico hermenêutico subjacente à investigação. Recorremos a um texto de Rolland G. Paulston (2001) no sentido de nos pequenos pormenores procurarmos, experimentar as extravagâncias de exclusão e admissão da razão sugeridas por Blaise Pascal, no sentido de confrontarmos e ponderarmos, através deste exercício, a exclusão e admissão da nossa hipotética e pretensiosa arte e ciência de ousar. 16.

(18) ORGANIZAÇÃO DAS NOÇÕES UBÍQUAS: REGRESSÃO PROGRESSIVA & PROGRESSÃO REGRESSIVA A educação como motor e mediador de uma globalização participada Volume I _____________________________________________________________________________________________________________________________. fazer o Bem Geral, caucionada pelas palavras de William Blake na citação inicial desse texto. Procurámos assim, ler e interpretar as diferentes posições e argumentações, discernindo e extraindo desses contributos, ingredientes capazes de sustentar uma argumentação própria, que ainda que não subscrevendo na totalidade nenhuma das aceções, até porque não as conhecemos na íntegra (em toda a sua dimensão e problematização emergente das várias leituras sobre si), procura dar conta do nosso posicionamento face a temas que consideramos comuns e passíveis de ser adotados e problematizados. Não apenas na perspetiva da erudição e do reconhecimento cartesiano expresso, que tudo tende a arrumar em locais (categorias) específicos e especializados, mas também na perspetiva da desocultação e da libertação dos espartilhos conceptuais procurando uma argumentação genuína, que busca sustentação, também em aspetos mundanos e plebeus do mundo e da realidade que percecionamos. Nas próprias palavras de Paulston (2001: 204) procuramos “um espaço intertextual que permite a negociação de sentidos e de valores”. Neste sentido, também a minha leitura “só pode ser entendida à luz da possível heterogeneidade de cada texto. Outras leituras, incluindo as dos próprios autores, produziriam provavelmente interpretações e mapeamentos diferentes” (Paulston, 2001: 205). Mais que uma tentativa de fuga aos referenciais homologados, procurando dissimular alguma insegurança e domínio absoluto do código “sagrado”, pretende-se dar conta que um dos ingredientes fundamentais da investigação na atualidade é, em nosso entender, a necessidade de os grémios de saber se dotarem de alguma permeabilidade, no sentido de permitirem um diálogo integrador com os códigos “profanos” emergentes, que pelo seu contributo, participam também desta forma para uma relativização e enriquecimento das perspetivas homologadas. Um investigador é assim em nosso entender, não apenas aquele que domina na íntegra todas as posições e conclusões publicadas sobre um tema, mas aquele que admite que conhecendo apenas parte desse espólio, poderá com o seu modesto contributo, simplesmente participar de uma reflexão que por vezes lhe é vedada devido ao hermetismo e compartimentação codificante com que se escreve e descreve a realidade. É contudo fundamental que neste processo de aproximação e tradução simultânea haja referenciais comuns suficientemente latos (facilmente apropriáveis), que permitam estabelecer linhas de localização das diferentes posições num percurso comum. Num percurso retrospetivo e prospetivo que não seja autocentrado no indivíduo (investigador ou observador), e na sua realidade conventual e clubística 17.

(19) ORGANIZAÇÃO DAS NOÇÕES UBÍQUAS: REGRESSÃO PROGRESSIVA & PROGRESSÃO REGRESSIVA A educação como motor e mediador de uma globalização participada Volume I _____________________________________________________________________________________________________________________________. (local/interna), mas que ao ocorrer em cada um deles, tenha simultaneamente a ousadia de perspetivar a sua individualidade como a síntese dinâmica e continuamente actualizável de uma expressão simultaneamente local e global. Ser-se investigador é portanto, assumir-se que a especialização não é um privilégio adquirido, mas um percurso nunca terminado. Algo efémero e transitório. É um processo do qual apenas experimentamos uma etapa numa linha de tempo em que somos acompanhados pelos contributos dos que nos precederam e dos que a nosso lado tornam possível, que após o perecimento físico de uma geração, se transmita a especialidade; ou seja, os ingredientes. Para que, aqueles que nos venham a proceder consigam perpetuar este ciclo de busca da condição de ser-se especial (integrado, discursivo, reflexivo) – individualidade coletiva. Ser-se investigador é portanto, caminhar-se no sentido de extração e reformulação de sentido(s) numa nebulosa multidiscursiva, onde quem aspira a perseguir a condição de investigador deve simultaneamente permitir-se à extravagância e à ousadia de induzir em si e nos seus semelhantes, a permeabilidade necessária à interpretação da arte e ciência da “patifaria”, da “hipocrisia” e da “adulação”; da arte e ciência de conjeturar o “Bem Geral”; da arte e ciência de rentabilizar o potencial dos “Pormenores”.. Problemática Nesta perspetiva, impôs-se-nos uma reflexão e revisão na forma como topografar a realidade social atual, considerando que para tal, e atendendo à problematização e construtos teóricos cumulativamente arguentes e contra arguentes de uma linguagem progressivamente mais técnica e intrincada, existia a necessidade de uma reflexão retrospetiva alargada no tempo e espaço, no sentido de encontrar denominadores comuns de sentido, leitura, interpretação e escrita daquilo que possamos entender como percurso humano comum. O fenómeno globalização, obriga-nos a uma pergunta fundamental. O que de facto nos une num mundo tão assimétrico?. A partir desta questão outras emergem: porque aconteceu assim? Desejamos continuar esta realidade que temos vindo a desocultar? Que perspetivas para o futuro? Como podemos contribuir? Para nos localizarmos, perante estas questões, decidimos que para encontrar respostas a um nível que, de certa forma, nos supera, teríamos que assumir o risco pela ambição de criar um esboço, um croqui, que sem ambição de vê-lo ascender à categoria de mapa, pudesse de alguma forma contribuir para uma discussão sobre a forma de, naquilo 18.

(20) ORGANIZAÇÃO DAS NOÇÕES UBÍQUAS: REGRESSÃO PROGRESSIVA & PROGRESSÃO REGRESSIVA A educação como motor e mediador de uma globalização participada Volume I _____________________________________________________________________________________________________________________________. em que nos reconheçamos semelhantes, possamos intervir. Possamos partilhar sugestões para que consigamos continuar semelhantes na forma como progressivamente nos pensamos numa relação comum em que as dimensões de espaço e tempo são agora simultaneamente, mais dinâmicas e nos convocam a um posicionamento diferente daquele que experimentamos em fases antecedentes, onde a semelhança ou diferença assumiam a expressão de uma visão de fação tendencialmente entrincheirada nos arquétipos locais/regionais/parciais (então tidos como universais). Tínhamos a convicção que, apesar de toda a evolução e progressismo que a humanidade possa ter experimentado, esta não poderia, perante um percurso pró-ativo de reconhecimento coletivo em que os diferentes universalismos se tendem a diluir, considerar que a última estação seria o colapso, a aniquilação do sentido do pensar e agir coletivo. Ou seja perante a emergência de um universalismo cumulativamente mais consistente, se negasse a evidência que a perceção de maior diversidade é o resultado do reconhecimento homogéneo da amplitude espacial e discursiva da base comum onde estas diferenças coabitam e se rearranjam, em oposição a diversos pseudouniversalismos não dialogantes que em fases precedentes permaneciam num espaço global não conectado. Acreditamos que a aproximação espacial despoletou a aproximação discursiva e com ela a contestação e a relativização ideológica. A emergência, num passado recente, de algumas posições mais ou menos fatalistas e alarmistas que decorreram deste processo de leitura e interpretação do espaço e tempo, propiciaram títulos icónicos e conceitos que prognosticavam o fim da história ou hiperrealidade. Na era da pré-modernidade o conceito de escolástica representava o saber transmitido, a conceção das esferas de sentido sob uma narrativa teocêntrica, onde a religião sustentava e orientava o paradigma. Com a emergência da conceção antropocêntrica, simultânea a um contexto emergente de contração do espaço e de uma perceção crescente e consciente do conceito de universalidade geográfica, bem como com a emancipação do Homem, da razão e do estado, propulsionou-se este movimento de metanarrativa, de um devir universal centrado no Homem como medida de todas as coisas. Recentemente, o prefixo pós e algumas leituras transversais de alguma literatura encimada por esta aceção de ascese, rejeitando o universalismo e a(s) metanarrativa(s) da modernidade, pareceram-nos suspeitas, insipientes e excessivas. Conduzem-nos à conceção de que a amplitude do campo e das opções ao não se referenciarem numa conceção do Homem universal, tendia à erradicação do Homem numa perspetiva 19.

(21) ORGANIZAÇÃO DAS NOÇÕES UBÍQUAS: REGRESSÃO PROGRESSIVA & PROGRESSÃO REGRESSIVA A educação como motor e mediador de uma globalização participada Volume I _____________________________________________________________________________________________________________________________. evolutiva. Forçando uma adoção interpretativa revolucionária destituída de condutividade, que no extremo se poderia conceber como a ideia do “pós-humano”. Algo que se nos afigurava como irrealista e a carecer de referenciação numa equação espacio-temporal. Onde há momentos o Homem substituíra a religião, e onde agora se sugere a substituição pela incerteza acerca deste. Algo que, mais que constatado, se apresentava na forma de desejado (por uma comunidade de saber embrenhada num ciclo vicioso de gestação de originalidades metafóricas em que os textos superam a realidade e a poesia se afigura como um bálsamo discursivo que acalenta e embala o espírito), mas onde as soluções a problemas emergentes orbitam num registo mais discreto.. Fundamentação teórica e conceptual Em nosso entender, aquilo que é reclamado pelos textos e autores pós-modernos, não oferece uma grafia realmente nova e original. Mais do que acentuar a polaridade (algo avesso aos pós-modernos) entre denominações, com uma pretensa decolagem imaginada do “armagedão racionalista”, utilizando-se os excessos e falências da modernidade como plataforma de lançamento a sugestões reflexivas avulsas de contemplação também elas excessivas (porque agora não referenciadas ao espaço, ao sentido universalista e às instituições que ainda que decadentes na ótica pós-moderna prevalecem e sustentam a coabitação dos discursos dissidentes encarando-os como parte do processo de recuperação), deveria considerar-se as possibilidades de refletir as opções do presente ancoradas a uma perspetiva evolutiva. Pensar-se a educação na atualidade, implica refletir-se sobre a sociedade contemporânea não apenas a partir das pequenas emancipações locais subjetivas, mas também conceber estas numa perspetiva de pertença e devir universal ancorada numa abordagem de evolução inscrita num espaço global. A abordagem a problemáticas num tempo de transnacionalização das relações políticas económicas e das externalidades daí emergentes não pode decorrer apenas de discorrências e atitudes efetivadas a nível local. Estas são pertinentes e mesmo desejáveis, mas terão que ponderar um pressuposto básico e sensocomunizado, de que a liberdade de uns é limitada pela colisão que determina a limitação da liberdade de outrem. Desta forma, a tarefa de mapeamento e cartografia social como expressão das heterotopias faz todo o sentido, sendo mesmo desejável, se concebido numa perspetiva de utopismo universal que se redefine através de uma aculturação heterotópica constante e se desenvolve entre as dimensões espaciais do local e do global. 20.

(22) ORGANIZAÇÃO DAS NOÇÕES UBÍQUAS: REGRESSÃO PROGRESSIVA & PROGRESSÃO REGRESSIVA A educação como motor e mediador de uma globalização participada Volume I _____________________________________________________________________________________________________________________________. Nunca se é totalmente local, nem nunca se é totalmente global. Local e global não são unidades estanque e opostas, são dimensões dialogantes por via do indivíduo. Não se pode reclamar a evidência da desocultação (sócio-espacial) do conceito de globalização e logo em seguida, às primeiras pingas, quando a cartilha que detínhamos não fornece as coordenadas necessárias à persecução, tratarmos de explicar que afinal o reconhecimento do potencial universalista humano latente e disperso que agora tende à agregação concetual democrática e que durante milénios se foi emancipando, é uma falácia, e que os próximos passos não carecem de chão. Pois fazendo-se crer que ao invés de caminharmos levitamos, cria-se a sensação que estamos assim mais perto do céu e por conseguinte, tendo-se decretado a falência do potencial humano universal, alguma divindade, num ato de magia, fará recair sobre cada um a medida certa da razão e da verdade singular. Será esta a plataforma ideal de emergência de soluções a externalidades que atualmente se nos afiguram? Para pugnarmos pela liberdade de pensamento não podemos apenas dizer que agora passámos a pensar para dentro. Se também pensamos para fora, se partilhamos saber e informação com um semelhante que seja, já não existe verdade singular. Estamos unidos pela permeabilidade discursiva e comunicacional, e ela por si só, quando admitida num contexto espacial de globalização, legitima uma projeção antropocêntrica no sentido lato. A menos que queiramos colocar a discussão numa ótica de resolução pela força somática, verificamos que num cálculo simples como o que se apresenta, e apesar das dúvidas e das confrontações, emerge entre homens, sobretudo verdade coletiva. A subjetividade não pode ser enclausurada, como se pretendêssemos aprisionar as borboletas, de volta aos casulos. A título ilustrativo tomemos o conceito de ser-se local, ser-se português. Esta é em si a demonstração de que nos nossos genes biológicos e “culturais” existe um percurso evolutivo onde, no indivíduo português atual, lemos simultaneamente a heterotopia (de uma miscigenação com Iberos, Celtas, Gregos, Cartagineses Romanos, Bárbaros, Muçulmanos, africanos, índios e atualmente com os povos dos países de (i)emigração) e o utopismo que perseguimos por via da educação formal e informal, da participação protocolar de instituições internacionais e de modelos transnacionais, de um país aberto, consumidor e produtor de informação numa sociedade dinâmica e global onde as trocas de saber permitem a emancipação (redefinição constante) de um pulsar universal e essencialista. Seria possível conceber-se um ser-se português pós-moderno? Certamente teria que abdicar da sua dimensão universalista. Certamente (atendendo à evolução multiétnica do conceito) teria também que ser algo diferente do ser-se português. Algo 21.

(23) ORGANIZAÇÃO DAS NOÇÕES UBÍQUAS: REGRESSÃO PROGRESSIVA & PROGRESSÃO REGRESSIVA A educação como motor e mediador de uma globalização participada Volume I _____________________________________________________________________________________________________________________________. completamente novo e original que rompesse com o caminho percorrido... desde África. Imagine-se o mesmo com um ser-se egípcio, um ser-se grego, um ser-se tibetano... Ao pretender-se alertar para a necessidade de ampliar o campo das opções em análise, não se pode simplesmente sugerir-se um homem novo, desvinculado do seu passado, das suas raízes/interconexões e sugerir-se-lhe uma alienação, uma radicalização reinventiva onde a democratização do anarquismo e a inversão surge como vanguarda edificante transcendente. O conceito de heterotopia mesmo num extremo, se considerado ao nível do sujeito, é ele mesmo em si, uma utopia porque um indivíduo (mesmo o suposto pós-moderno) é tendencialmente, muito mais que um simples indivíduo. Ele é essencialmente sociedade. Utopismo como síntese heterotópica plural permeável. Ser-se português, é portanto também ser-se adepto, simpatizante ou indiferente ao Sporting Clube de Portugal, ao Chelsea, ao Al Ahly, ao Botafogo, ao Nagoya Grampus; ao sol da praia, às cores garridas, ao sapateado, ao fado, a bavaroise, ao strogonoff, ou à sardinha assada pingada na broa... Dependendo do local, ou das afiliações distintas e particulares de simpatia que nos seduzem, ou nos repelem, ou nos são por algum motivo mais próximas, ou distantes, existem escolhas e afinidades que são mais fáceis de exprimir, experimentar, adotar, venerar, ou simplesmente prescindir. Existem porém limitações em que o dualismo corpo-mente não são uma opção. Não necessitamos colocar-nos para lá da exosfera para reconhecermos cá na Terra a existência de seres intelectualmente e socialmente semelhantes, onde apenas um não seria, pela sua verdade e ação isolada, capaz de condicionar ou resgatar a sobrevivência da ecosfera. Qualquer um deles pode confecionar ou vestir roupa, usar óculos, conduzir uma bicicleta, comunicar utilizando formas, códigos e canais diversos. Contudo, estes fenómenos, entre tantos outros, não são uma excentricidade individual e particular, mas uma sofisticação social dos humanos. O nível de intelectualidade que carateriza o grupo humano é portanto a essência universal básica. O mínimo denominador comum onde todas as dúvidas existenciais e devaneios esotéricos devem aconselhar-se. Senão, quem salvaria as borboletas?! Desta forma ainda que não consideremos pós-modernidade uma designação confortável revemo-nos um pouco na passagem de Usher R. e Edwards R. (Paulston, 2001: 214) ao referirem que “A nossa atitude perante o pós-moderno é ambivalente. Concordamos que para ser consistentemente pós-moderno nunca nos devemos apelidar de pós-modernos (...)”.. 22.

(24) ORGANIZAÇÃO DAS NOÇÕES UBÍQUAS: REGRESSÃO PROGRESSIVA & PROGRESSÃO REGRESSIVA A educação como motor e mediador de uma globalização participada Volume I _____________________________________________________________________________________________________________________________. A nossa missão é portanto, pontuar a nossa dissertação sob a égide de um princípio de educação, que não rejeita a escola de massas, e uma perspetiva de acesso e sucesso universal à educação, procurando evidenciar o potencial do aluno-autor como antecâmara do cidadão-autor numa interconexão das dimensões geo-espaciais local e global. Procurando sobretudo desconstruir os discursos que afirmam a inevitabilidade de se declarar inviável esta linha de pensamento moderna. Em síntese, um princípio onde têm lugar todos os contributos que visem combater a ideia de que o mundo desigual é um facto consumado e inerente ao Homem, que abdica da razão e que por essa via se posiciona próximo de uma doutrina de argumentação somática global, procurando inculcar a ideia de que a educação tem que adequar-se nesse pressuposto. A educação considerada neste contexto surge como agência formal do estado em contestação a si mesmo. Um estado só faz sentido se considerado na perspetiva social organizada sob pressupostos comuns. Contestando-se este modelo, contesta-se a existência do estado. Contesta-se portanto a existência dos sistemas educativos organizados, de sentido amplo e universal. Alude-se a um modelo de estado mínimo, situado ao nível dos estratos dirigentes. Um estado que não chega para todos. E que por essa razão tem que ser dissolvido para que os saberes se recombinem. Aspira-se a núcleos tendencialmente mais pequenos, privados e autónomos; quase cavernícolas. Núcleos que contestando o monolitismo da escola de massas, legitima o monolitismo da competição. Ainda que envolta em algumas dúvidas quanto ao contexto de origem, atribui-se a Winston Churchill a expressão, “Então pelo que é que lutamos?!...”. Esta frase foi supostamente proferida quando o seu ministro das finanças o instigava a proceder a cortes nas artes e na cultura para fazer face ao esforço de guerra em que a Inglaterra estava envolvida. Independentemente da fonte, acreditamos que a expressão é válida e atual também no contexto educativo, perante a ameaça do fim da universalidade no acesso à educação e à emergência de políticas educativas que afastam a educação da esfera social para a alocarem a uma perspetiva mercantil arbitrária. “Então pelo que é que lutamos?!...” Nós sociedade, ou nós indivíduos?. 23.

(25) ORGANIZAÇÃO DAS NOÇÕES UBÍQUAS: REGRESSÃO PROGRESSIVA & PROGRESSÃO REGRESSIVA A educação como motor e mediador de uma globalização participada Volume I _____________________________________________________________________________________________________________________________. Quadro metodológico Embora por vezes as categorizações e designações tendam a cristalizar e entrincheirar os campos semânticos e a textualidade é necessário a elas recorrer e confrontá-las em campo neutro, para daí extrairmos sentido. Concluímos que a metodologia sugerida por Paulston, a cartografia/mapeamento social, ainda que designada de pós-moderna, possui virtudes que nos permitiriam caminhar no sentido de uma abordagem subtil do modelo sócio-cultural da modernidade, procurando manter a sua estrutura (Santos, 1994) introduzindo-lhe mecanismos interpretativos de relativização e diálogo que permitissem (re)colocar o binómio indivíduo-sociedade como entidade dotada de proatividade, que mais que venerar um universalismo estático imaginado e passivo, contribuiria para a redefinição da universalidade experimentada e partilhada, que enforma e promove a discussão multilingue na concertação linguística comum.. Paulston (2001: 225) refere mapeamento como “uma metáfora do debate, como uma abordagem heurística” (...) “uma nova ferramenta espacial criada especificamente para tornar visível a crescente complexidade do saber”(...) “uma cartografia social capaz de visualizar e padronizar a multiplicidade, em termos de perspetivas múltiplas, géneros argumentos ou sonhos” (...) “um processo relativamente simples, ainda que exigente, de ler agrupar as perspetivas dos textos”. O autor refere como etapas principais: •. A escolha do assunto ou debate a mapear;. •. Seleção de textos que alimentam esse debate;. •. Identificação do leque de posições na miscelânea intertextual;. •. Identificação das comunidades textuais que partilham o mesmo modo de ver e de comunicar a realidade;. •. Testar o mapa no terreno com os indivíduos ou as comunidades de saber envolvidos. Partilhar interpretações e elaborar um novo mapa.. Aproveitando as suas palavras, que referem que “o processo de mapeamento e tradução procura desvendar sentidos, revelar limites nos campos culturais e expor as tentativas reacionárias de fechar as fronteiras e proibir as traduções” Paulston (2001: 225), decidimos assumir o risco de procurar através da bibliografia apresentada no final deste texto, delinear (com base em alguns destes pressupostos) uma argumentação capaz de. 24.

(26) ORGANIZAÇÃO DAS NOÇÕES UBÍQUAS: REGRESSÃO PROGRESSIVA & PROGRESSÃO REGRESSIVA A educação como motor e mediador de uma globalização participada Volume I _____________________________________________________________________________________________________________________________. expor a nossa perceção da realidade, através do contributo de diferentes textos, autores e campos semânticos. Sempre que possível procuramos citar a perspetiva de autores (através de excertos de texto) como forma de suportar os nossos esquemas e argumentação que apresentamos. Por vezes é também comum partirmos de um excerto de texto, de um ou vários autores para, a partir daí, aclarar uma problemática sobre a qual nos pronunciamos em seguida. Certos de que existem posicionamentos e opiniões das quais nos sentimos mais próximos, não queremos no entanto deixar de expressar o apreço que temos por todos os autores citados. Segundo Paulston (2001: 225-226) o mapeamento social também pode ser visto como uma metodologia decorrente do modo hermenêutico de pesquisa que reconhece que os mundos são construídos e interpretados quer objetiva, quer subjetivamente, ou seja, que dentro dos campos de estudo ou dos locais de conhecimento existe um permanente diálogo que envolve sistemas semânticos enganadores. Estes sistemas semânticos são construídos pelos seus teorizadores e o diálogo vem criar um campo aberto e intertextual. Por este motivo, tanto o investigador de educação comparada como o leitor atuam como tradutores desta pesquisa interpretativa.. Ao contrário dos textos pós-modernos e anti-iluministas que se opõem à validade universal das grandes narrativas, as práticas de cartografia social e educativa aparentemente procuram dar espaço e representatividade a todas as sensibilidades procurando delas, retirar as “pequenas” nuances que nos permitam esboçar um caminho, ou um sentido, sem termos que optar por um dos lados em concreto, e em absoluto. Podendo emancipar as nossas dúvidas e propor novas leituras. Se eventualmente muitos diriam que esta visão é em si pós-moderna, diríamos simplesmente e utilizando um título de Paulston (2001) que, pelo atrás exposto, esta visão surge essencialmente “depois da efémera e frágil pós-modernidade”, sendo que o termo “depois” não significa sequencialidade cronológica, mas sobretudo suspeita conceptual; qualquer coisa que se demarca do pós e se inscreve na perspetiva evolutiva de transformação contínua. Ainda que a verdade seja, na perspetiva de alguns autores, cada vez mais particular e não geral, “ao mesmo tempo que passamos da sua formulação alternativa para um espaço mais heterotópico de compreensão reflexiva crítica” (Paulston, 2001: 239), devemos ainda. 25.

(27) ORGANIZAÇÃO DAS NOÇÕES UBÍQUAS: REGRESSÃO PROGRESSIVA & PROGRESSÃO REGRESSIVA A educação como motor e mediador de uma globalização participada Volume I _____________________________________________________________________________________________________________________________. assim, sempre perguntar-nos de onde gizamos esta premissa. E se esta deixa efetivamente espaço à conceção da floresta ou apenas à existência de árvores. A nossa participação na parte curricular do mestrado em Ciências da Educação Políticas Educativas e Ensino Superior e também Educação Desenvolvimento Local e Mudança Social permitiu-nos contactar e apreender novas perspetivas de leitura, reflexão e escrita da realidade educativa e social. As quais a par do nosso contacto quotidiano com a realidade educativa experimentada, como docente do ensino básico (1º Ciclo) e da pesquisa informal que fomos desenvolvendo, gerou em nós uma série de questões, confrontos e dilemas que orientaram a nossa curiosidade e ambição de percorrer este caminho aprendiz de topógrafo. Se o mapa “moderno” que detínhamos não nos oferecia os caminhos e as respostas suficientes, restava-nos apenas o retrocesso como forma de repensar as opções. Um retrocesso, que nos levasse a questionar a natureza dos intervenientes e o caminho percorrido, atendendo às condicionantes do meio e à relação do(s) intervenientes com este e entre si. É óbvio que tal tarefa é à partida um exercício de presunção desmedida, que gera suspeita quanto à capacidade de dominar toda a dimensão implícita. Contudo, consideramos que para tal seria necessário moderar a postura de investigador especialista e reivindicar a atitude legítima de observador. Ao tentarmos não significava que iríamos conseguir. Mas não tentarmos significava que não conseguiríamos de todo. Começámos então por consultar bibliografia que nos pudesse auxiliar no esclarecimento e consolidação de alguns conhecimentos genéricos, que ao longo do nosso percurso académico fomos angariando e assimilando, acerca da evolução do Homem tendo em conta a sua dimensão dual, social e biológica. Neste contexto, e ao considerarmos a dimensão biológica, não podemos deixar de o relacionar no conjunto das outras espécies do mundo vivo. Assim, procuramos sublinhar o aspeto da sobrevivência e da luta pela escassez de recursos, a competição pelas condições mais favoráveis, como uma referência e uma ponte entre as dimensões biológicas (físicas) e a dimensão social (psíquica e afetiva) dos seres vivos na relação com o meio. O conceito de economia parecia-nos portanto fazer a síntese destes aspetos. Procuramos então buscar fundamentação teórica que expressasse a relação evolutiva do Homem e da sociedade na gestão da sobrevivência e afirmação da coletividade em paralelo a uma emancipação progressiva da dimensão organizativa e social que o foi afastando da condição paritária com o restante mundo animal (a que chamámos 26.

(28) ORGANIZAÇÃO DAS NOÇÕES UBÍQUAS: REGRESSÃO PROGRESSIVA & PROGRESSÃO REGRESSIVA A educação como motor e mediador de uma globalização participada Volume I _____________________________________________________________________________________________________________________________. fase de regressão progressiva). Esta excentricidade, senão mesmo excesso, de aflorar o subentendido, afigurou-se-nos como um ingrediente necessário à sensibilização de que, desde uma fase de regressão progressiva até uma fase de progressão regressiva, não devemos descurar o facto de na biologia o conceito de evolução ser mais consensual que o conceito de revolução. Procuramos assim, sublinhar que os desafios que se nos apresentam hoje como tarefas de leitura e intervenção educativa, cada vez mais têm que atender às ambivalências, sincronias e assincronias sociais de um campo sucessivamente mais vasto, interligado e dinâmico. Um campo onde as heterotopias se redefinem e com isso, mais que decretar o fim da utopia, do essencialismo e do universalismo, acabam por permitir rearranjos destes conceitos numa dimensão progressivamente mais consciente e localizada (ao nível local do sujeito e ao nível global da humanidade). Além da discussão paradigmática de organização social moderna ou pós-moderna, da utopia (não lugar) ou da heterotopia (vários lugares justapostos num único lugar), possa vislumbrar-se também a pantopia dinâmica (todos os lugares heterotópicos permeáveis e discursivos numa reformulação utópica constante e diacrónica). – Unimultiplicidade. Por outro lado a dimensão biológica do homem é aqui destacada numa perspetiva ecosférica e ecológica (eco-oikos-casa + logos-estudo) no sentido de vincular a dialética social a uma essência material e a um campo de confrontação de pulsões ambientais. Pretendemos com isto associar a necessidade de reflexão do campo educativo e do campo social ao pressuposto inalienável de sabermos se o(s) futuro(s) que ambicionamos e conjeturamos com os níveis e ritmo de progresso que temos vindo a experimentar nesta fase de certezas dinâmicas é compatível com um paradigma de sustentabilidade do ecossistema natural e com uma perspetiva de acesso equitativo a padrões mínimos de qualidade de vida. As verdades não podem de todo, ser apenas subjetividades entrincheiradas. Podemos até olhar acima das nuvens, olhá-las a partir do chão.. Estrutura Num primeiro capítulo do texto, recuperamos algumas posições que procuram dar conta da conceção económica antes, mas sobretudo no dealbar do estado moderno. Procurámos também ilustrar as diferentes conceções políticas e sociais decorrentes da época das luzes e a definição de alguns conceitos como “socialismo” e “liberalismo” bem como a tendência evolutiva destes. Aí introduz-se também a conceção darwinista e do 27.

(29) ORGANIZAÇÃO DAS NOÇÕES UBÍQUAS: REGRESSÃO PROGRESSIVA & PROGRESSÃO REGRESSIVA A educação como motor e mediador de uma globalização participada Volume I _____________________________________________________________________________________________________________________________. sócio-darwinismo presente numa época colonial eurocêntrica. Introduz-se a expansão das relações internacionais e as fases de evolução e transformação do conceito de capitalismo e das externalidades emergentes de um modelo de produção industrial, nomeadamente ao nível da ecologia. Destaca-se desta amálgama de considerações, a preponderância que o fator economia/mercado assume na grafia e gestão, por parte de um sistema de estadosnação vestefalianos modernos onde um modelo de liberalismo económico transnacional (neoliberalismo) preside à erosão e dissipação das fronteiras e soberania dos estados na gestão da realidade interna. No segundo capítulo, começamos por problematizar o conceito de globalização dando conta de alguns consensos e de alguma controvérsia que orbitam em seu torno. Procura-se sobretudo evidenciar o papel do(s) indivíduo(s) como elemento central de um processo interpretativo e criativo no conceito de globalização. Ponderam-se os receios e as certezas que aludem a uma transição paradigmática questionando o determinismo do termo pós-modernidade e da sua ambiguidade enquanto modelo alternativo ao modelo sociocultural da modernidade. Considera-se que a relação ambivalente (local/global) e simultânea do sujeito autor (eu autotélico) em detrimento do sujeito ator é um ingrediente elementar à interpretação do conceito de cultura, o qual subdividimos em duas dimensões: Cultura universal (cultura coletiva da humanidade) e subculturas que, no extremo representam cada um dos indivíduos. Falamos portanto, nesta perspetiva de multiculturalismo enquanto metáfora de multi-individualismo que, através de uma ação intensa de aculturação opera uma reflexibilidade e redefinição emancipatória da conceção de Cultura e simultaneamente dos conceitos de modernidade e globalização. Procura argumentar-se essa reflexibilidade como indutora de uma evolução paradigmática, com potencial de reformulação e resolução dos défices e excessos da modernidade. Introduz-se a possibilidade de uma relação dual entre estado e comunidade, operar uma monitorização da dimensão económica com base no pressuposto de operacionalização funcional do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) e do IPG (Índice de Progresso Genuíno) globais, numa plataforma dialogante entre conceções de globalização hegemónica e antihegemónica. Por fim faz-se um resumo e ponto de situação sobre a diáspora de expansão territorial do povoamento e da organização quantitativa e qualitativa dos grupos e estruturas sociais humanas num período de globalização inconsciente (regressão progressiva) e num período de globalização consciente (progressão regressiva) onde as questões ambientais/ecológicas são assumidas como um fator estrutural a considerar na urgência reconcetualizante. Sendo que neste último estádio o indivíduo e a sociedade se 28.

(30) ORGANIZAÇÃO DAS NOÇÕES UBÍQUAS: REGRESSÃO PROGRESSIVA & PROGRESSÃO REGRESSIVA A educação como motor e mediador de uma globalização participada Volume I _____________________________________________________________________________________________________________________________. voltam a confrontar (ainda que agora a uma dimensão planetária consciente) com aspetos primordiais com os quais se havia confrontado durante o primeiro estádio, tais como condições diferenciadas de acesso a bens elementares, como alimentação e segurança. Num terceiro capítulo começamos por apresentar o dualismo discursivo e teórico esquerda–direita, a par de outros elementos, como parte de um espólio argumentativo que na atualidade dissimula e limita uma apropriação pratica e efetiva da ideia de democracia. Procuramos demonstrar que estes pretextos procuram sobretudo sustentar uma ideia de alteridade dicotómica num processo em que ambas as opções assumem na atualidade grafias miméticas. Este expediente, procura sobretudo legitimar uma relação de poder de sentido centro-periferia, em que força tende a absorver a razão. Procurando sustentar esta linha argumentativa, apresentamos um esquema circular interpretativo desta realidade que ilustra uma situação de capitalismo desorganizado, alguns dados estatísticos e uma reflexão em torno do conceito de mérito. Caminhamos assim no sentido da proposta de uma réplica reajustada em que se apresenta uma interpretação da realidade social (economia, política e cultura) numa ótica de capitalismo de subsistência (realidade globutópica). Aqui procura-se também desconstruir a sigla ONU, não apenas na aceção e definição tradicional (Organização das Nações Unidas), mas também evidenciando uma crítica a alguma inoperância e gestão quase privada de um núcleo (condomínio) de países sobre as tomadas de decisão a implementar. Utilizando a mesma sigla mas com diferente definição (Organização das Noções Ubíqua), procuramos chamar à atenção para o facto de esta instituição necessitar de maior legitimidade representativa e participativa, procurando estendê-la a todo o planeta como sinónimo de universalidade; de perseguição de uma efetiva democracia e equidade. Assim cada sujeito (incluído) é, ou deveria ser, uma noção ubíqua, num contexto de organização dialogante de sentido periferia-centro-periferia, que ao conceber o todo na especificidade de cada uma das suas partes, encontra a validação de um processo que legitima a globalidade como expressão de todos os reconhecimentos heteroindividuais, como globalidade interpretativa ativa e dinâmica. Procuramos focalizar a necessidade de uma evolução das estruturas (instituições) formais globais como um requisito de reconhecimento consciente e responsável de um serse global, como uma demonstração de que após desembrulharmos o globo envolto numa esoteria democrática, descobrimos o Homem como produto desse construto. Nesta linha de pensamento, apresentam-se aquelas que em nosso entender poderiam ser as premissas de uma relação de parceria entre as dimensões do estado e da comunidade na monitorização e educação da dimensão económica. Apresenta-se como tronco principal a conceção do 29.

Referências

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