Instituto de Físia
Transição Quântio-Clássia em Sistemas om Propensão
Coletiva
Milton Alexandre da Silva Junior
Orientador: Prof. Dr. Antonio Fernando Ribeiro de Toledo Piza
Tese de doutorado apresentada ao Instituto
de Físia para a obtenção do título de
Doutor em Ciênias
Comissão Examinadora:
Prof. Dr. Antonio Fernando Ribeiro de Toledo Piza (IFUSP)
Prof. Dr. Mahir Saleh Hussein (IFUSP)
Prof. Dr. Iberê Luiz Caldas (IFUSP)
Prof. Dr. Diógenes Galetti(IFT-Unesp)
Profa. Dra. Kyoko Furuya (IFGW-Uniamp)
São Paulo
2010
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Agradeçoaoprofessor Antonio Fernando Ribeirode ToledoPiza pelaexelente orientação epeloapoio,emespeialpelapaiênia,amimdispensadosdurantearealizaçãodestetrabalho.
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Agradeçoà Fapesp pelosuporte naneiro durante arealização deste trabalho.•
Agradeço aos meus pais, Milton Alexandre da Silva e Maria de Lourdes Barellos da Silvapeloapoiodurante arealização deste trabalho.
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Agradeço aos olegas do Instituto de Físia pelo apoio e pelas disussões, sobre Físia ounão, que muito ontribuírampara odesenvolvimento deste trabalho.
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AgradeçoaoprofessorCarlosMolinaMendespelosuporteomputaionaldurantearealização deste trabalho.Nesta tese, estudamos o omportamento de sistema quântios ujo limite lássio pode tanto
apresentar um omportamento regular omo aótio. Nosso estudo se baseou na araterização
dinâmiadoomportamento,aótioouregular, destessistemasquântios nolimite lássioatra-
vés da análise daestrutura de distribuiçõesno espaço de fases. Partiularmente, apliamos estas
ferramentas ao estudo da transição quântio-lássia para uma lasse de sistemas, que denomi-
namos generiamente omo sistemas om propensão oletiva, os quais possuem a importante
propriedade de admitir, emum erto limite análogoao limite termodinâmio, uma desrição de
sua dinâmiaem termos de um número reduzido de variáveis de natureza oletiva. Esta proprie-
dade além de nos permitir reduzir a dinâmiade sistemas ompliados à dinâmia de sistemas
om pouos graus de liberdade, também nos permite, através de um esalonamento apropriado
das variáveisoletivas,estudar o limite lássio destes sistemas onomitantemente om o limite
termodinâmio,evitando assim lidar diretamenteom proedimentosformaisusualmenteassoi-
ados ao limite lássio da forma
~ → 0
. Diferentemente das abordagens usuais, a abordagem que utilizamos nesta tese, baseada na propensão oletiva dos sistemas, permite a implementaçãode uma desrição em termos doomportamento de distribuiçõesno espaçode fasespara sistemas
om espetro puramentedisreto num espaço de dimensão nita.
In this thesis, we studied the behaviour of quantum systems whih in the lassial limit may
exhibiteitherregularorhaotibehaviour. Ourstudywasbasedonthedynamialharaterization
of the, haoti orregular,behaviour of these systems inthe lassial limitthrough the analysis of
the struture of phase-spaedistributions funtions. Partiularly,we haveappliedthis harateri-
zationtoolstothestudy ofthequantum-to-lassialtransitioninalassofquantum systems,that
we alled generally assystems with olletive propensity, whih have the important property of
admiting,inaertainlimitanalogous tothethermodynamiallimit,adesription oftheirdyna-
misintermsofalownumberofvariablesofolletivenature. Thispropertyallowsustodesribe
the dynamisofvery ompliatedsystemsintermsofthe dynamisofsystems withfewdegrees of
freedom. Besides, this allows us to study the lassial limitof these systems onomitantly with
the termodynamial limit, avoiding in this way to deal with formalproedures assoiated with
the limit
~ → 0
. Dierently from the usual approahes, the one we employ inthis thesis, basedonthesystems' olletivepropensity,allowsforanimplementationofadesriptionintermsof the
behaviour of phase-spae distribution funtions for systems endowed with a disrete spetrum in
a nite-dimensionalspae.
1 Introdução 3
2 Expoentesde Lyapunov, CaoseaDinâmiadeDistribuiçõesno EspaçodeFases 7
2.1 Expoentes de Lyapunov paraum TempoFinito emTermosdoGradientede Distri-
buições noEspaço de Fases. . . 7
2.1.1 DistribuiçãoClássias. . . 7
2.1.2 Análogo Quântio do Expoente de Lyapunov para um TempoFinito. . . 12
2.2 Heterogeneidade DistribuionalnoEspaço de Fases . . . 15
2.2.1 Contexto Clássio . . . 15
2.2.2 Contexto Quântio . . . 17
3 Espaços de Dimensão Finita 21 3.1 Basede Operadores Unitários de Shwinger . . . 21
3.2 FormalismonoEspaço de Fases Disreto . . . 25
3.3 Distribuições num Espaço de Fases Disreto . . . 28
4 Modelo om Propensão Coletiva 33 4.1 Modelo de Bose-Hubbard om Dois Sítios e
N
Bósons . . . . . . . . . . . . . . . . . 334.1.1 Representação emTermos de Operadores Coletivos(Quasi-Spin) . . . 34
4.1.2 Transformada de Weyl Disreta e aFunção de Wigner . . . 36
4.1.3 Limite Semi-Clássio . . . 44
4.2 Heterogeneidade DistribuionalnoModelo de Bose-Hubbard . . . 47
4.2.1 Estado Iniiale Cálulode
˜ h q (ˆ ρ)
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 474.2.2 Correspondênia Quântio-Clássia . . . 54
5 Modelo om Dois Graus de Liberdade 60 5.1 HamiltonianodoSistema,Representação de Quasi-Spine Limite Termodinâmio . . 60
5.2 Sistemade DoisMomentosAngulares Aoplados . . . 66
5.2.1 HamiltonianodoSistema eseu Limite Clássio. . . 66
Modelo (5.1). . . 67
5.3 Heterogeneidade Distribuional para o Modelo de Dois Momentos Angulares Ao-
plados . . . 68
6 Conlusões e Perspetivas 75
Apêndies 78
A. Exemplo Explíito da Equivalênia entre
˜ h q (ˆ ρ)
eh q (ˆ ρ)
no LimiteD → ∞
e da NãoComutatividade dos Limites
D → ∞
eα → 0
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78B. Análise davariania
v(α)
noCaso Contínuo e Obtençãoda Equação (2.41)(2). . . . . 82C. Obtenção de (2.45)(3) a partir de (3.39) . . . 84
Referênias Bibliográas 87
Introdução
As profundasdiferençastantooneituais quantoténias entre ameânia quântiae ameânia
lássia,aexistêniadenotáveispropriedadesdeorrespondênia entreasduasteoriaseosuesso
de ambas nos seus respetivos domínios naturais de apliação [1℄ onstituem o erne do onjunto
de problemas designado generiamenteomotransição quântio-lássia. Umadas questões ru-
iais nesse ontexto é a que se refere à transição quântio-lássia para sistemas lassiamente
não integráveis, sendo a não integrabilidade lássia no mínimoembaraçosa frente à linearidade
quântia. Esta questão, por sua vez, deve ser entendidaomo indissoluvelmente ligada à questão
da natureza espeía do proesso limite que onduz do sistema quântio ao sistema lássio não
integrável.
Neste ontexto,existem sistemasquântios que,emboraideais,podemsertomadosomoapro-
ximaçõesúteisparasistemasexperimentalmenterealizáveis,desritosporhamiltonianosqueadqui-
rem araterístiaslássias,om um número restritode variáveisdinâmiasde natureza oletiva,
em um determinado limite que pode ser visto de erta forma omo análogo a um limite termo-
dinâmio [2, 3℄. Tais sistemas serão hamados aqui sistemas om propensão oletiva. Uma
araterístia interessante dessa lasse de sistemas, espeialmente em onexão om análises da
transição quântio-lássia,éade queolimitelássio está assoiadoaumlimitedotipolimite
termodinâmio bem denido, independentemente de operações formaisdotipo
~ → 0
.Umexemplodessetipodesistemaonsisteemumaaproximaçãodedoismodosparaumsistema
frio de muitos (
N
) bósons aprisionados em um poço duplo de potenial externo. Neste aso, sea † ±
ea ±
são operadores de riação e aniquilação para os dois estados do dubleto mais baixo de partíula únia, o hamiltonianoH
do sistema pode ser esrito em termos dosoperadores coletivos J 1 ±
iJ 2 = a † ± a ∓
,J 3 =
a † + a + − a † − a −
/2
eJ =
a † + a + + a † − a −
/2 = ˆ N /2
; isto fazom que dinâmiado sistema de
N
bósons seja desritaatravés da dinâmiade um sistema omapenas um grau de liberdade, desritoporum onjuntopequeno de variáveisdinâmiasoletivas.
Note que neste aso, o número de variáveis dinâmiasas quais a dinâmia do sistema de muitos
orposa reduzida, não depende do valorde
N
.No limite em que a onstante de movimento
J → ∞
, temos que oorre um adensamento no espetro dos operadores esalonadosj k ≡ J k /J
,k = 1, 2, 3
; e de aordo om as relações deomutaçãosatisfeitaspelosoperadores
J k
,[J i , J j ] =
iε ijk J k
,queemtermosdosj k
amJ [j i , j j ] =
i
ε ijk j k
, vemos os operadoresj k
omutam no limiteJ → ∞
, o que possibilita que o espetro dos operadoresj k
sejam tratados omo variáveis lássias ontínuas. Neste sentido, o hamiltoniano por partíulaH/2J
pode então ser esrito emtermos dos operadores esalonadosj k
de tal formaque, no limite
J → ∞
, este adquire araterístias lássias. Como veremos no orpo desta tese, o esalonamento dohamiltonianoH
om o número de partíulas dos sistemaN
,desempenha umpapel fundamental para que se araterize a propensão oletiva do sistema, ou seja, para que no
limite termodinâmio
N → ∞
osistema adquira araterístiaslássias. Veremos também que aso tomássemos o limiteN → ∞
sem onsiderar o esalonamento deH
, por exemplo da formaomo foi feitoem[4, 5, 6℄, obteríamosuma desrição de
H
emtermos de variáveisontínuas numespaço de dimensão innita aoinvés de um sistema om araterístiaslássias.
O sistema desrito no exemplo aima foi efetivamente realizado em uma versão aberta (in-
luindo dependênias temporais externas notadamente do parâmetro de hopping) e teve seu
omportamento aótio estudado experimentalmente [7, 8, 9℄. A generalização para redes om
muitos sítios do modelo de dois modos, atualmente de uso orrente para a desrição de on-
densados atmios de Bose-Einstein submetidos a redes periódias de potenial externo geradas
optiamente, onsiste no modelo de Bose-Hubbard. Neste aso, a restrição aos dois modos mais
baixos é substituída pela restrição aos
L
modos mais baixos no aso de sistemas omL
sítios, epela restrição à primeira zona de Brillouinpara redes periódias extensas. O aso
L > 2
, nito,foi reentemente estudado do ponto de vista do aos quântio [10℄ araterizado em termos de
estatístias de espaçamentode energiasde estadosestaionários.
Diversos trabalhosaolongodosúltimosquinzeanos(verporexemplo[11℄-[20℄)seouparamda
transiçãoquântio-lássiaapartirdeumavariedadedepontosdevista. Umdessespontosdevista
tende a privilegiar o omportamento de trajetórias lássias e relaioná-lo seja om proprideades
de estados quântios de sistemas orrespondentes, seja om astrajetórias desritas por valores
médios quântios das variáveis dinâmias apropriadas [11, 20℄. Alternativamente, a ênfase da
desrição é desloada das trajetórias para o omportamento de distribuições no espaço de fases,
asoemqueasdinâmiaslássiaequântiasãodesritaspelasequaçõesdeLiouvilleedeLiouville-
von Neumann respetivamente [12℄-[19℄. Em partiular, o sistema onsiderado nos trabalhos de
Emerson e Ballentine [13, 14℄ é um sistema aberto, om propensão oletivaredutível a um únio
graudeliberdade. Eleontémumasimetriamodularquenãoétratadanaversãolássia,embora
possasertomadaemontadeformaalevaradiferentesformasdeorrespondêniaquântio-lássia
[21℄.
Ostrabalhos[15℄-[19℄,poroutrolado,enfatizamoomportamentode
texturas
noespaçodefa-sestantonoasoquântio(atravésdousodarepresentaçãode Wigner)omonoasolássio. Esse
pontode vistapermite,partiularmenteemsua realização talomodesenvolvidanos trabalhosde
permiteumatraduçãoessenialmentediretaeindependentederepresentaçãoasistemasquântios,
desritos em termosdo operadordensidade.
Em sua versão lássia [18℄, uma dessas medidas [16, 18, 19℄ se relaiona diretamente om
o expoente de Lyapunov máximo do sistema, e este fato é usado na onstrução de um objeto
dependentedotempoquepodeser vistoomouma versãopara umtemponitodesteexpoentede
Lyapunov. Uma araterístiarelevantedessa medidade omplexidadeda distribuição noespaço
de fases é o seu aráter não linear no operador densidade, o que em partiular a torna sensível
a proessos de emaranhamento envolvendo diferentes graus de liberdadedos sistema onsiderado
[22℄.
Estas ferramentas de análise do omportamento de distribuições no espaço de fases foram
amplamente utilizadas no ontexto de sistemas quântios desritos em espaços de Hilbert om
dimensão
infinita
,para versões quantizadas de sistemas lássios onheidos. Neste aso, a dinâ- mia do sistema quântio é desrita emtermos de variáveis annias quântias quepossuem umespetro ontínuo, tipiamente, variáveis de posição
q
e seu momentoanniamente onjugadop
[16, 18, 23,24, 19, 25, 26℄. No entanto,outros asos, porexemplo envolvendo variáveis de ângulo
e momentoangular (ação),permaneem onsideravelmente menosexplorados.
De partiular interesse para nós nesta tese, são os sistemas desritos num espaço Hilbert que
possui dimensão
D finita
, ujo limite lássio está diretamente assoiado ao limite ontínuoD → ∞
, tomado de formaapropriada (por exemplo, o modelo de muitos bósons em dois modosloalizadosdesritoanteriormente). Seriaportantodesejável enontrar umaextensão dadesrição
em termos de distribuições no espaço de fases que também levasse em onta o aso de sistemas
desritosemespaçosdedimensãonita. Destaforma,seríamosapazesdeapliarasferramentasde
distribuiçõesnoespaçode fases também paraesta lasse sistemas,por exemplosistemasdesritos
porgrausdeliberdadede spin. Naverdade, omoveremosnoorpodestatese,épossívelextender
o uso desta análise de
texturas
de distribuições para o aso mais geral de sistemas desritos por graus de liberdade que não possuem uma ontrapartida lássia, ou seja, que são desritios porum número nito de estados. Esta possibilidade se mostra potenialmente interessante quando
nos voltamos para o ontexto de sistema quântios de muitos orpos, por exemplo um sistemade
muitos átomos armadilhadosomo é oaso do modelo de Bose-Hubbard.
A idéia envolvidanesta tese onsiste emutilizara araterização dinâmiadoomportamento
aótio baseada na análiseda estrutura de distribuições noespaço de fases [16℄-[19℄para estudar,
nesses sistemas om propensão oletiva, a transição quântio-lássia onomitante om o limite
termodinâmio. A transição está ligada, no aso, à resente marosopiidade do sistema,
independendo de proedimentos formais do tipo assoiado ao limite
~ → 0
. Deve ser notada agrandeliberdadeemgeralexistente, nesteontexto,om relaçãoà
escolha
dasvariáveisdinâmiasoletivas a que se reduzirá a dinâmia do sistema, bem omo a possibilidade de implementar
Deve nalmente ser notado que a liberdadeexistente na esolha das partiulares variáveis di-
nâmias oletivas a serem privilegiadasno proesso de transição quântio-lássia [21℄ impliana
possibilidadede alteraronomitantementearepresentaçãono
espa
ço de f ases
dosestadosestai-onáriosquântios, eportantotambémo onteúdo espetral, eonsequentementeasaraterístias
dinâmias assoiadas a diferentes regiões do espaço de fases. Desta forma, é no mínimo extre-
mamente duvidoso que seja possível formar uma imagem razoavelmente ompleta da transição
quântio-lássia sem levaremontaa liberdadeinerente àesolha das variáveisdinâmiasnais.
No que segue dividimos esta tese da seguinte maneira: noapítulo 2, apresentamos um breve
resumo das ferramentas utilizadas na análise de distribuições no espaço de fases. No apítulo 3,
introduzimos oformalismo neessário para traduzir estas ferramentasdo espaço de fases para o
ontextodesistemasdesritosnumespaçodedimensãonita. Finalmentenoapítulo4,apliamos
estas ferramentas para oaso de um sistema om propensão oletiva (omodelo de Bose-Hubbard
omdoissítiose
N
bósons)ujaomportamentonolimitelássioétotalmenteregular. Noapítulo 5,realizamos mesmo estudodo apítulo4 paraum sistemaom propensãooletivaque, nolimitelássio, pode apresentar um omportamento irregular (aótio). No apítulo 6, apresentamos
algumas onlusões e disutimos algumas perspetivas de trabalhos futuros dentro do assunto
desta tese.
NoapêndieA,apresentamosumexemploexplíitodeomoépossívelobteraheterogeneidade
distribuional no aso de um espaço de dimensão
infinita
tomando omo ponto de partida oequivalente desta para um espaço de dimensão
finita
, através de um limite ontínuo. Nesteapêndietambémapresentamosumexemploexplíitodanãoomutatividade,noasodeumespaço
de dimensão nita, entre o limite lássio e o limite que dene a heterogeneidade distribuional.
No apêndie B, fazemos uma análise do omportamento da variania utilizada na denição da
heterogeneidade distribuionaldependênia da heterogeneidadeno espaço de fases noaso de um
espaçode dimensão nita. NoapêndieC, obtemosde uma formamais explíitaa expressãopara
heterogeneidade distribuionalnoaso de um espaço de dimensão nita.
Expoentes de Lyapunov, Caos e a Dinâmia
de Distribuições no Espaço de Fases
Neste apítulo, apresentaremos de uma forma resumida a teoria desrita em[16, 18℄, na qual nos
baseamos para fazer o estudo datransição quântio-lássia. Apresentaremos a denição de uma
medida de omplexidade no espaço de fases, que têm omo prinipal ingrediente o gradiente de
distribuiçõesnesteespaço[18℄. Emseguidaapresentaremosumadeniçãoalternativadestamedida
[16℄ que, apesar de tambémreair nautilizaçãode gradientede distribuições, tem omo prinipal
ingrediente uma medida de entropia. Esta segunda abordagem será a que utilizaremos em nosso
estudo da transição quântio-lássia, em primeiro lugar por apresentar uma essênia mais físia
aosebasear numa medidade entropiae emsegundo lugar,pelomesmomotivo,porpermitiruma
onexão mais imediataom o estudode proessos deoerênia [22℄.
2.1 Expoentes de Lyapunov para um Tempo Finito em Ter-
mos do Gradiente de Distribuições no Espaço de Fases
2.1.1 Distribuição Clássias.
O aos em meânia lássia é usualmente denido através da forte sensibilidade das trajetórias
noespaço de fases apequenas mudanças nas suas ondições iniiais. Quantitativamente, o aos é
desrito por uma grandeza positiva onheida omo expoente de Lyapunov máximo. Esta gran-
deza mede a taxa om que duas trajetórias no espaço de fases, oriundas de ondições iniiais
innitesimalmentepróximas,se afastamapósum tempomuito longo (
t → ∞
).Na verdadeexiste todoumespetro de expoentes de Lyapunov (onúmero deexpoentes éigual
ao número de dimensões do espaço de fases), pois as taxas om que as trajetórias se afastam
uma da outra podem variar de aordo om a direção da separação iniial noespaço de fases. No
edevidoàtaxaderesimentoexponenialoefeitodevidoaosdemaisexpoentes serárelativamente
suprimidoonforme
t → ∞
.Tendoissoemmente,onsideremosiniialmenteumsistemaHamiltonianoom
n
grausdeliber-daderepresentadospelasvariáveisanniasdeposição
q ˜ 1 , . . . , q ˜ n
emomentop ˜ 1 , . . . , p ˜ n
,ondeq ˜ i
ep ˜ i
sãoanoniamenteonjugadas,ouseja,
{ q ˜ i , p ˜ i } (˜ q i ,˜ p i ) = 1
,onde{ f, g } (˜ q i ,˜ p i ) = P n
i=1 [(∂f /∂ q ˜ i ) (∂g/∂ p ˜ i )
− (∂f /∂ p ˜ i ) (∂g/∂ q ˜ i )]
,são osparênteses de Poisson nasvariáveisanniasq ˜ i
ep ˜ i
. Denimosentãovariáveis esalonadas adimensionais
q 1 , . . . , q n
ep 1 , . . . , p n
, tais queq i ≡ q ˜ i /ℓ
ep i ≡ p ˜ i ℓ/ κ
, ondeℓ
possui unidadesdeposição
q ˜ i
eκ
possuiunidades deação,ouseja,deq ˜ i × p ˜ i
. Nesteaso, podemosfailmenteveriar que
{ q i , p i } (˜ q i ,˜ p i ) = 1/ κ
e{ q i , p i } (q i ,p i ) = 1
.1Am de tratarmos igualmente as oordenadas
q i
e seus respetivos momentos onjugadosp i
,araterizamos um pontono espaçode fasesporum vetor noespaço
2n
-dimensionalγ ≡ (q 1 , . . . , q n , p 1 , . . . , p n ) .
(2.1)Em seguida,por onveniênia, introduzimosamatriz antisimétria
J
J = 0 1
− 1 0
!
,
(2.2)onde
0
e1
são asmatrizesnulaeidentidaden × n
,respetivamente. A matrizJ
obedeeàrelaçãoJ † = J −1 = − J.
(2.3)Comoauxíliode
J
,asequaçõesanniasde movimento(ouseja,asequaçõesdeHamilton),nesteaso podem ser esritas naformaompata
˙
γ = J ( ∇ H) .
(2.4)Asensibilidadedeumatrajetórialássia
γ (t)
apequenasperturbaçõesemsuaondiçãoiniiailγ (0)
é desrita pelamatriz de estabilidadeM γ(0)
, ujoselementossão denidos omoM
ij [γ (0) , t] ≡ ∂γ i (t)
∂γ j (0) ,
(2.5)ouseja,seonsiderarmosduas trajetórias
γ 1 (t)
eγ 2 (t)
innitesimalmenteseparadas iniialmente, teremosque a evolução desta separação será dada porγ 2 (t) − γ 1 (t) = M γ 1 (0) { γ 2 (0) − γ 1 (0) } .
(2.6)1
Paradesriçõesquântias, fazendoaassoiação direta
(q i , p i ) → (ˆ q i , p ˆ i )
entre as variáveisadimensionaisq i
ep i
eosoperadoresq ˆ i
ep ˆ i
,temos que[ˆ q i , p ˆ i ] =
i~ / κ
,~ / κ
podeservistoomouma espéiedeonstante dePlank adimensional.Amatrizde estabilidade
M γ(0)
tambémpode seromputadaatravésdesuaequaçãodiferenial.Esta equação diferenialsegue diretamentede (2.4) e(2.5)
M ˙ γ(0) = J ∇ 2 H
M γ(0) ,
(2.7)om a ondição
M γ(0) = 1
, emt = 0
.Com isso podemos enm denir o expoente de Lyapunov máximo dosistema. Uma formade
denir osexpoentes de Lyapunov é através dos autovalores damatriz [27℄
Λ γ(0) = lim
t→∞ M T γ(0) M γ(0) 1/2t
,
(2.8)onde
M T γ(0)
representa a transposta deM γ(0)
. Neste aso, os expoentes de Lyapunov são oslogaritmosdos autovalores de
Λ γ(0)
esegundo [28, 27, 29℄é possívelprovar queo limitet→∞ lim 1 t ln
M γ(0) u
= λ [γ (0)] ,
(2.9)onde
|· · · |
éa normausual noespaçode fases,existe para qualquervetoru
do espaçode fases, talque
u 6 = 0
. Na equação(2.9),λ [γ (0)]
éomaior dos expoentes de Lyapunov dosistema,ouseja,oexpoente de Lyapunov máximo.
Existe uma forma mais geral de denir os expoentes de Lyapunov. Seja
M
uma variedadeRiemanniana
2n
-dimensional, ompata e difereniável. Denotamos porT x
o espaço tangente aM
num dado pontox
. Oteoremade Oselede [28, 27℄ nos dizque para todovetorη ∈ T x
,η 6 = 0
,o limite
t→∞ lim 1 t ln
T x t η
= λ (x, η) ,
existe e é nito, onde
||· · · ||
é a norma induzida emT x
pela métria Riemanniana emM
eT x t
éresponsável pelo mapeamentode vetores de
T x
emvetores deT x(t)
, onde{ x (t) }
é uma urva emM
tal quex (0) = x
.Alémdisso, oteorematambémnos dizqueexiste uma base
{ η i } 1≤i≤2n
deT x
talque,onformeη
variaonúmeroλ (x, η)
assume apenas osvalores{ λ (x, η i ) } 1≤i≤2n
, omλ 1 (x) ≤ λ 2 (x) ≤ · · · ≤ λ 2n (x) ,
onde zemos
λ (x, η i ) = λ i (x)
,1 ≤ i ≤ 2n
.Osnúmeros
{ λ i (x) } 1≤i≤2n
formamohamadoespetro de expoentes de Lyapunov daevoluçãodo sistema no ponto
x
eλ 2n (x)
é o expoente de Lyapunov máximo do sistema. Segundo [28℄(teorema B), para um dado vetor
η 6 = 0
tomado aleatoriamenteno espaço tangente, teremos queλ (x, η) ≡ λ 2n (x)
,umavez queosvetoresη
paraosquaisλ (x, η) < λ 2n (x, η)
formamum onjuntode medida de Lebesgue nula.
Seja agora
ρ t [γ (t)]
uma distribuição lássiade probabilidadesbemomportadaeδγ (t)
umapequena variaçãodesta trajetória. O teoremade Liouvilleimplia que
ρ t [γ (t) + δγ (t)] − ρ t [γ (t)] = ρ 0 [γ (0) + δγ (0)] − ρ 0 [γ (0)] .
(2.10)No limite em que
| δγ (0) | → 0
e utilizandoo fato de queJ 2 = − 1
eJM † γ(0) J = − M −1 γ(0)
, obtemosa equação
M γ(0) J ∇ ρ 0 [γ (0)] = J ∇ ρ t [γ (t)] .
(2.11)Substituindo(2.11) em(2.9) obtemos
λ [γ (0)] = lim
t→∞
1
t ln {| J ∇ ρ t [γ (t)] |}
= lim
t→∞
1
t ln {|∇ ρ t [γ (t)] |} .
(2.12)É importante notar que (2.12) dene o expoente de Lyapunov máximo não mais em termos de
trajetóriasmasagoraemtermosdaspropriedadesdedistribuiçõesnoespaçodefases[16,18℄. Mais
preisamente, quantomais rápido a estrutura de
ρ t
aumentar, maior será ovalordeλ [γ (0)]
.Seguindo [19℄, denimos aseguintequantidade,
χ c (t) ≡
R |∇ ρ t | 2 dγ R ρ 2 t dγ
1/2
,
(2.13)que através de uma integração porpartes se torna
χ c (t) =
−
R ρ t ( ∇ 2 ρ t ) dγ R ρ 2 t dγ
1/2
,
(2.14)que porsua vez é uma médiasobre os gradientes da distribuição
ρ t
.Utilizando (2.11)e (2.14), obtemos
χ c (t) =
" R
JM γ(0) J ( ∇ ρ 0 )
2 dγ R ρ 2 0 dγ
# 1/2
.
(2.15)O signiado físio de
χ c (t)
se torna mais laro quando onsideramos a transformada de Fourier deρ t
, ouseja,ρ t (γ) = 1 (2π) 4
Z
dk exp (2π
ik · γ) ρ t (k) ,
onde
ρ t ( k )
denotaaomponentedeFourieraluladanovetor2n
-dimensionalk
. Nesteasotemosque (2.14)a
χ 2 c (t) =
R dkk 2 | ρ t (k) | 2
R dk | ρ t (k) | 2 ,
(2.16)mostrando que
χ c
é o raio quadrátio médio datransformada de Fourier da distribuiçãoρ t (γ)
, eque portanto pode ser utilizada omo uma medida da estrutura no espaço de fases lássio [19℄.
Isto signiaque quantomaior
χ c
, mais estruturaρ t (γ)
apresentará.Para dinâmias ompletamente integráveis existe um onjunto espeial de oordenadas gene-
ralizadasformado porvariáveisde ação e ângulo
I i
eθ i
, omi = 1, . . . , n
. Nesta representação, o Hamiltonianodependesomentedaquelasvariáveisde açãoquesãoonstantes demovimento. Paraestes asos, a equação(2.7) possui asolução
M γ(0) = 1 + J ∂ 2 H
∂γ 2 t.
(2.17)Substituindo esta dependênia temporal explíita da matriz de estabilidade na equação (2.15)
obtemoso omportamentode
χ c
para temposlongost→∞ lim
χ c (t) t =
R | (∂ 2 H/∂γ 2 ) J ∇ ρ 0 | 2 dγ R ρ 2 0 dγ
1/2
.
(2.18)Portanto, para dinâmias regulares, a estrutura da distribuição
ρ t
, medida porχ c (t)
, assintoti-amente apresenta uma dependênia linear no tempo. Isto oorre na representação de ação e
ângulo, no entanto,
χ c (t)
pode apresentar uma dependênia polinomial no tempo para outrasrepresentações annias[19℄.
No aso em queo sistema emquestão possui uma dinâmiaaótia temosque [18℄
t→∞ lim 1
t ln χ c (t) = λ,
(2.19)onde
λ
é o expoente de Lyapunov máximo do sistema. Isto signia que, no aso aótio, o raioquadrátiomédio datransformada de Fourierda distribuição
ρ t
aumentaassintotiamentea uma taxa exponenialdada porλ
.Uma vez que um dado limite de resolução
δ
no espaço de fases orresponde à impossibilidade delevarmosemonsideraçãomodosdeFouriermaioresque1/δ
,oaospode serinterpretadoomo uma espéie de perda exponenial de informação, ontida na expansão em modos de Fourier dadistribuição iniial
ρ 0
.Pordenição,oexpoentede Lyapunov generalizado
λ
éumapropriedadeassintótia,relevante quandot → ∞
. No entanto, de aordo om [18, 19℄, é possível deniruma versão doexpoentedeLyapunov para um tempo
t
nito emtermos deχ c (t)
. Esta denição é dada porλ c (t) ≡ 1 t ln
χ c (t) χ c (0)
,
(2.20)a qualdeve satisfazer
t→∞ lim λ c (t) = λ.
(2.21)Esta denição ((2.20)om (2.21)) torna-sebastante relevanteemum estudorealístio(numério,
para ser mais preiso) da orrespondênia quântio-lássia, pois num estudo deste tipo temos
aesso apenas às propriedades da dinâmia lássia aótia que podem ser analisadas para um
tempo
t
nito. Portanto,tendoemmenteeste ontexto realístio,énomínimoextremamenteútil ter em mãos uma denição doexpoentede Lyapunov para um tempot
nito.A quantidade
λ c (t)
, nos permiteestudar oaos baseando-nos nadinâmiade distribuiçõesno espaço de fases, apenas no aso de distribuições lássias. Na subseção seguinte apresentaremosuma versão quântia de
λ c (t)
(λ q (t)
dada em (2.28)) que nos permitirá extender a análise dedistribuiçõesnoespaço de fasespara o aso quântio.
2.1.2 Análogo Quântio do Expoente de Lyapunov para um Tempo Fi-
nito.
Do ponto de vista de ensembles estatístios, a maneira usual de estudarmos as propriedades de
orrespondêniaentreum sistemalássioeseuanálogoquântio(sistemaquantizado)onsisteem
omparamos a equação lássia de Liouville para uma densidade de probabilidades no espaço de
fases,omaequaçãoquântiadeLiouville-vonNeumannparaooperadordensidade,representando
um dadoestadodosistemaquantizado,numadadarepresentação noespaçode fases,porexemplo
arepresentaçãode Wigner-Weyl. Maispreisamente,suponhamosporexemploumsistemahamil-
toninanogenério da forma
H (p, q) = p 2 /2m + V (q)
, desritoem termosdas variáveis dinâmiasde posição
q
emomentop
. Classiamente, um estadoiniial deH (q, p)
pode ser representado por uma distribuição de probabilidades positivaρ (p, q)
no espaço espaço de fases enquanto que umestadoiniialdosistemaquantizado,desritoporum operadordensidade
ρ ˆ
,temsuarepresentação noespaço de fases dada pela função de Wigner orrespondenteρ W (p, q)
, uja denição éρ W (p, q) ≡ 1 2π ~
Z
dv
e~
ipv h q − 1
2 v | ρ ˆ | q + 1
2 v i .
(2.22)A evolução temporal lássia e quântia deste sistema são então dadas respetivamente pelas
equaçõesde Liouvillepara
ρ (q, p)
e de Liouville-vonNeumann paraρ W (q, p)
, ouseja,∂
∂t ρ (p, q) = − h p
m ∂ q − ∂ q V (q) ∂ p
i ρ (p, q) ,
(2.23)∂
∂t ρ W (p, q) = − h p
m ∂ q − ∂ q V (q) ∂ p
i ρ W (p, q) +
∞
X
λ=1
( ~ /2
i) 2λ
(2λ + 1)! ∂ 2λ+1 q V (q) ∂ p 2λ+1 ρ W (p, q) ,
(2.24)desde que o potenial
V (q)
possa ser expandido em série de Taylor. Classiamente, temos que o aso extremoρ (p, q) = δ (p − p ′ ) δ (q − q ′ )
, quando substituido em(2.23), nos fornee as equações de Newton para o movimento de uma partíula de massam
. Quantiamente no entanto, esta formaultraloal não é permitidapois , para oaso de um estado puro2
,
Z dp
Z dq
ρ W (p, q) 2
= 1
2π ~ .
(2.25)A impossibilidade de uma desrição daevolução dosistema quântio em termosde trajetórias de
partíulas noespaçode fases,está initimamenteligada aoprinípiode inerteza de Heisenberg eé
uma diuldade que aparee naturalmente emestudos daorrespondênia quântio-lássia.
Contudo, apesar dadiuldade menionada noparágrafo anterior,segundo [18, 19℄, é possível
denir um análogo quântio para os expoentes de Lyapunov, da forma omo foram denidos
em (2.12), fazendo uso de funções de Wigner no espaço de fases, através de uma analogia direta
om a equação (2.13). Para tanto,seguindo [18, 19℄, denimos a medida
χ q
da estrutura de umadistribuição quântia noespaço de fases omo
χ q ≡
" R
|∇ ρ W t (γ) | 2 dγ R (ρ W t (γ)) 2 dγ
# 1/2
,
(2.26)onde
ρ W (γ)
é afunção de Wigner dada em(2.22). No espaço de Fourier, temos queχ 2 q =
R d kk 2 | ρ W t ( k ) | 2
R dk | ρ W t (k) | 2 ,
(2.27)om
ρ W t (γ) = 1 (2π) 4
Z
dk exp (2π
ik · γ) ρ W t (k) ,
de onde vemosque
χ q
éo raioquadrátio médiodatranformada de Fourier dafunção de Wigner.Comadenição(2.26),temosnalmentequeoexpoentedeLyapunovparatemponitoemtermos
dadinâmiade distribuiçõesquântias, emanalogiadireta om
λ c (t)
, édado porλ q (t) ≡ 1
t ln
χ q (t) χ q (0)
.
(2.28)Apesar de possuírem uma forma muito semelhante e serem obitidas através de um simples
2
Paraoasodeumestadodemistura,oladodireitodaequação(2.25)ariamultipliadopor
P
k w 2 k
,ondeosw k
analogia, as quantidades
λ c (t)
eλ q (t)
possuem omportamentos diferentes no limitet → ∞
.Classiamente, vemos em (2.21) que neste limite
λ c (t)
por denição é o expoente de Lyapunovmáximo do sistema. Quantiamente no entanto, a situação é um pouo diferente. Suponhamos
que
ρ ˆ
sejaooperadordensidadeassoiadoàfunçãodeWignerρ W (q, p)
eγ ˆ i
ooperadorassoiadoàvariávelannia lássia
γ i
(por exemploq i
oup i
). Segundo [18℄, podemos onsiderarnaequação(2.14) o fato de que
∇ 2 ρ ≡ { p, { p, ρ }} + { q, { q, ρ }}
e além disso utilizar o proesso usual dequantização
{ A, B } → − (
i/ ~ ) h A, ˆ B ˆ i
(onde
[, ]
representa o omutador entre dois operadores) para obter uma versão de (2.26) em termosdo operador densidadeρ ˆ
e das variáveisannias dosistema
ˆ γ i
dada porχ 2 q = 2 X
i
Tr
(ˆ ρ 2 ˆ γ i 2 − ρˆ ˆ γ i ρˆ ˆ γ i )
~ 2
Tr(ˆ ρ 2 ) .
(2.29)Esta versão é independente de representação e, para o aso de um estado puro, ou seja
ρ ˆ 2 = ˆ ρ
,tem a formamais simples
χ 2 q = 2
~ 2 X
i
( h γ ˆ i 2 i − h γ ˆ i i 2 ),
(2.30)onde
h O ˆ i ≡ h ψ | O ˆ | ψ i
denota o valor esperado do operadorO ˆ
em um dado estado quântio| ψ i
.Umavez quea equação (2.29) nos dizque
χ 2 q ≤ 2 X
i
Tr
(ˆ ρ 2 ˆ γ i 2 )
~ 2
Tr(ˆ ρ 2 ) ,
temosque
χ q
possuiumlimitesuperiorparaqualquersistemaHamiltonianolimitado. Dessaforma, para sistemas limitadose~
xo,temos quet→+∞ lim λ q (t) = 0,
(2.31)que nada mais é do que o resultado onheido de que sistemas quântios limitados não podem
exibiraos no sentido lássio.
Para estudar o omportamentode
λ q (t)
eλ c (t)
parat
nito, é neessário estudar as soluçõesdaequação(2.24)parafunçãodeWigner
ρ W
. Consideremos então,umsistemaumsistemaHamil- toniano espeío om dois graus de liberdadeH = H (q 1 , q 2 , p 1 , p 2 )
, sob a ação de um potenialV (q 1 , q 2 )
. Neste aso, temosque (2.24) édada por[19℄∂ρ W
∂t =
H, ρ W + X
(l 1 +l 2 )>1,
ímpar( ~ /2
i) (l 1 +l 2 −1) l 1 !l 2 !
∂ (l 1 +l 2 ) V (q 1 , q 2 )
∂q l 1 1 ∂q 2 l 2
∂ (l 1 +l 2 ) ρ W
∂p l 1 1 ∂p l 2 2 ,
(2.32)ondeoprimeirotermodoladodireitodaequaçãosão osparêntesesde Poisonlássioseosegundo
termo representa a soma sobre uma série innitade orreçõesquântias.
Osmesmosresultadosdaseçãoanteriorpodemserobtidosapartirdeumaabordagemligeiramente
diferentedevidaaGu[16℄. Adedução deGuapresentaumarátermaisfísio,poissebaseianuma
medida da omplexidade de uma distribuição ao longo doespaço de fases, e utiliza omo medida
para esta omplexidade uma variação da entropia do sistema quando é feita uma média (oarse-
graining)innitesimalnoespaçodefases. Utilizandoestavariaçãodeentropia,Gu[16℄deniuuma
medida apaz de desrever quantitativamente a variação na estrutura da distribuição no espaço
de fases onformeéfeita amédia(oarse-graining), aheterogeneidade distribuionalnoespaçode
fases. Como veremos mais adiante, esta quantidade está diretamente relaionada, em sua versão
lássia
h c
, om a quantidadeχ c
dada em (2.13) e em sua versão quântiah q
omχ q
dada em(2.26).
2.2.1 Contexto Clássio
Comoobjetivode denirumaquantidadequepudesse serutilizadaomoumamedidadahetero-
geneidade mirosópia de umadensidade noespaço de fases,YanGu[16℄ tomouomo pontode
partidaumaanalogiadiretaomoproblemade agitaruma misturainiialmenteseparadade água
e tintapreta. Guonsiderou queenquantodopontovistamaroópioo líquidoiniialmentenão
uniformetende aumestado de misturaom uma orpredominantementeinza,dopontode vista
mirosópioquantidadesde águaetintavãosendo deformadas emlamentosada vez mais nos
de tal forma que a esala da heterogeneidade, iniialmentemarosópia, se torne mirosópia.
Comoem meânia estatístia quantomais uniformementedistribuída é
ρ
maioro valordaentro-pia de Gibbs
S
, poderíamos onsiderar a entropia média (oarse-grained)S
g omo uma medidadauniformidade marosópia de
ρ
.Supondo agora um ensemble estatístio de sistemas lássios que iniialmente estão unifor-
memente distribuídos em uma região pequena do espaço de fases. À medida que a densidade
ρ t (γ)
, omγ = (q 1 , . . . , q n , p 1 , . . . , p n )
, se espalha no espaço de fases em lamento ada vez maisnos, a diferença entre a entropia média (oarse-grained) e a entropia do sistema (ne-grained)
apresentará um resimento ontínuo até que a esala da heterogeneidade distribuional de
ρ
setorneomparávelaotamanhodaéluladoespaçode fasesutilizadanoproessode média(oarse-
graining). Neste aso, podemos onsiderar esse aumento na entropia do sistema devido a uma
média (oarse-graining)innitesimal omo uma medidada heterogeneidadedistribuional de
ρ
.Paraumadadadensidade
ρ(γ)
noespaçodefases,podemosdenirumamédia(oarse-graining) sobre esta densidade talque formaque a densidade médiaρ α (γ)
é dada por[16℄ρ α (γ) = Z
δ α (γ ′ ) ρ (γ − γ ′ ) dγ ′ ,
(2.33)lim α→0 ρ α = ρ δ α (γ ′ )
de tamanho
α
emγ ′
e quepossui aspropriedadesZ
δ α (γ)dγ = 1,
(2.34)δ α ( − γ) = δ α (γ),
(2.35)α→0 lim δ α (γ) = δ(γ),
(Deltade Dira) (2.36)α→0 lim 1 α
Z
γ i γ j δ α (γ)dγ = δ ij , (i, j = 1, . . . , 2n)
(2.37)e
Z
M (γ)δ α (γ)dγ = o(α),
(2.38)se
M (γ)
for um monmioemγ
de ordemmaior que dois.Utilizando omodenição para aentropia dosistema
S(ρ) = − ln Z
| ρ(γ) | 2 dγ
,
(2.39)e levando em onta(2.33) temos que
∆S = S(ρ α ) − S(ρ) = − ln
R | ρ α (γ) | 2 dγ R | ρ(γ) | 2 dγ
≥ 0,
(2.40)e segundo [16℄, a heterogeneidadedistribuional noespaço de fases édenida omo
h c (ρ) (1) = lim
α→0
∆S α
(2) =
2n
X
i=1
R | ∂ρ (γ) /∂γ i | 2 dγ
R | ρ (γ) | 2 dγ .
(2.41)Segundo Gu [16℄, esta denição da heterogeneidade de
ρ
implia na existênia de um om-primento araterístio no espaço de fases, a saber
1/ p
h c (ρ)
, que mede o omprimento de ondamédio 3
das osilações dadensidade
ρ
. Como menionadoanteriormente, podemos ver naequação (2.41) queas quantidadesh c (ρ)
eχ 2 c (t)
são equivalentes (ver (2.13)).3
Otermomédioaquinãodeveseronfundidoomamédiadevidaaooarse-graining.
O análogo quântio da heterogeneidade distribuiional no espaço de fases, denida em termos
do operador densidade, pode ser obtido de através do mesmo proedimento seguido no ontexto
lássio. Consideremos um sistema quântio om
n
graus de liberdade, representado por um operador densidadeρ ˆ
. Seguindo [16℄, denimos a média (oarse-graining) sobre este operador densidade omo sendo oproesso peloqualobtemos (κ = ~
,ver nota de rodapé1)4
ˆ ρ α =
Z
δ α (γ) e
i(γˆ γ) ρe ˆ −
i(γˆ γ) dγ,
(2.42)onde
lim α→0 ρ ˆ α = ˆ ρ
,δ α (γ)
representa a função de alisamento utilizada em (2.33) eγ ˆ j = − p ˆ j
e
ˆ γ j+n = ˆ q j
,j = 1, . . . , n
, são os2n
operadores assoiados as oordenadas no espaço de fasesγ j ≡ (q j , p j )
, omj = 1, . . . , 2n
.Utilizando para aentropia do sistema,novamenteseguindo [16℄, a seguinteexpressão
S (ˆ ρ) = − ln
Trˆ ρ 2
,
(2.43)e levando em ontaas equações (2.42) onluímosque
∆S = S (ˆ ρ α ) − S (ˆ ρ) = − ln
Tr
[ˆ ρ 2 α ]
Tr
[ˆ ρ 2 ]
> 0.
(2.44)Introduzimos então o funionalnão-negativo dooperador densidade
ρ ˆ
h q (ˆ ρ) (1) = lim
α→0
∆S α
(2) =
2n
X
i=1
R
∂ρ W (γ) /∂γ i
2 dγ R | ρ W (γ) | 2 dγ
(3) = −
2n
X
j=1
Tr
[ˆ γ j , ρ] ˆ 2
Tr
(ˆ ρ 2 ) ,
(2.45)onde
ρ W (γ)
éa função de Wigner do operador densidadeρ ˆ
dada em(2.22). A equação (2.45)(2)pode ser obtida utilizandoo mesmo proedimento empregado no ontexto lássio (ver Apêndie
B) enquantoque aequação (2.45)(3) segue diretamenteda denição de
h q (ˆ ρ)
(ver Apêndie C).Da equação (2.45)(3)obtemos adesigualdade
h q (ˆ ρ) ≤ 2
n
X
j=1
Tr
ρ ˆ 2 q ˆ j 2 + ˆ p 2 j
Tr
[ˆ ρ 2 ] ,
(2.46)4
Noteque,devidoànãoomutatividadedos
q j
ep j
,adenição(2.42)podelevaradiferentesdeniçõeslassi-quegaranteque
h q (ˆ ρ)
élimitadaparatodoensemblequeonsistede sistemasquântios limitados.Uma vez que, segundo [16℄,
1/ p
h q (ˆ ρ)
representa a esala do espaço de fases na qual utuaçõesapreiáveisdadensidade podem ser observadas, esta esala preisaser maior quea esalamínima
dada pelarelação de inerteza
∆q∆p ≥ 1/2
min { ∆q, ∆p } ≥ 1/2L,
(2.47)om
L = max { ∆q, ∆p }
. Em outras palavras,devemos terh q (ˆ ρ) ≤ 4L 2 ,
que éompatívelom a desigualdade(2.46).
Uma outra araterístia interessante da heterogeneidade quântia (2.45) é que esta pode ser
denida mesmo paraum únio sistemaquântio, oque não oorre oma heterogeneidadelássia
(2.41), que não possui signiado para uma distribuição de um únio ponto no espaço de fases.
Novamentedaequação(2.45)(3), épossívelobterqueaheterogeneidadeparaum sistemaquântio
desritoporuma função de onda
ψ
pode ser expressa omoh q (ψ) = 2
n
X
j=1
(∆q j ) 2 + (∆p j ) 2 ,
onde
(∆q j ) 2 = h ψ | q ˆ j 2 | ψ i − h ψ | q ˆ j | ψ i 2 (∆p j ) 2 = h ψ | p ˆ 2 j | ψ i − h ψ | p ˆ j | ψ i 2 ,
que éidêntia a (2.30).
Podemos resumirasprinipaisaraterístiasglobaisdoomportamentode
h q (ˆ ρ)
, pelomenospara os sistemas estudados em [16, 18, 23℄, da seguinte forma:
(i)
para sistemas lassiamente regulares (integráveis),h q (ˆ ρ)
osilaomo umafunção dotempoexibindoresimentoiniialomoumapotêniadotempo;
(ii)
parasistemaslassiamenteaótios,h q (ˆ ρ)
apresentainiialmenteum resimentoexponenialom o tempo,uja taxa de resimento assintótio é dada pelo expoentede Lyapunov máximo do sistema lássio orrespondente, até atingir um patamar de saturação.
Este omportamento iniial 5
pode ser visto na gura 2.1, que mostra a dependênia temporalde
h q (ψ)
para aversão quântia do sistema65
É importante notaque oomportamento quântio dosistema (2.51) éna verdade periódioom umperíodo
daordemde
N
[16,30℄.6
NoHamiltoniano(2.48),
δ 1 (t)
representeaumasequêniadefunçõesδ
deperíodoum.H = 1 2 p 2 + 1
2 K q 2 δ 1 (t) ,
(2.48)para o qual aevolução temporalde uma distribuição noespaço de fases
ρ t (p, q)
é dada expliita-mentepor
ρ k+1 (p k+1 , q k+1 ) = ρ k (p k , q k ) ,
(2.49)om
p k+1 = p k − K q k (mod 1)
q k+1 = q k + p k+1 (mod 1).
(2.50)Esta versão quântia é dada por [31℄
ˆ
ρ k+1 = ˆ D ρ ˆ k D ˆ † ,
(2.51)onde
D ˆ = exp −
iπ N p ˆ 2
exp −
iπ N K q ˆ 2 .
Na gura 2.1osasos A, B eC referem-serespetivamente aos estados iniiais
(
A) | ψ (0) i = C
s−1
X
j=−s
exp
− πj 2 N
| j i ,
(
B) | ψ (0) i = 1
√ 2r + 1
r
X
j=−r
| j i ,
(
C) | ψ (0) i = 1
√ 2 N
s−1
X
j=−s
h 1 + ( − 1) j i
| j i ,
onde
N = 20000
,s = 10000
,r = 100
e| j i
,j = − s, . . . , s − 1
sãoN
autoestados do operadorq ˆ
om autovalores
j/ N
.Figura 2.1: (Figura retirada de [16℄). Evolução temporal de
ln [h q (ψ)]
para diferentes estadosquântios iniiais. As urvas sólidas referem-se a
K = − 1
(omportamento aótio) e as urvas traejadasreferem-se aK = 0
(omportamentoregular).Ainda omrelaçãoaequação(2.45)(3),tambéméimportantenotarque,atravésde umamani-
pulaçãoalgébriasimples,é possível mostrarqueesta equivaleàexpressão alternativade
χ 2 q
dadaem(2.29). Assimilaridadesentre
χ 2 q
eh q (ˆ ρ)
tambémforamestudadasom algumdetalheem [23℄.A utilização destas medidas da estrutura de distribuições no espaço de fases, bem omo do
proessodemédia(oase-graining)paraoestudodaorrespondêniaquântio-lássiaemsistemas
lassiamente aótios, já foi feita para diversos sistemas (ver por exemplo [25, 26, 32, 24, 31℄, e
referênias lá itadas). No entanto, é importante enfatizar que a utilização desta araterização
doomportamentolassiamenteaótioemtermosde distribuiçõesnoespaçode fases,mesmono
aso de sistemas quântios, foi feita apenas para sistemas desritos por variáveis ontínuas num
espaço de dimensão
infinita
.Contudo,omo aráevidentemais adiante(mais preisamentenoapítulo4),para tratarmos
ossistemasompropensãooletivaserá neessárioextender estadesrição paraoasode sistemas
quântios desritos por variáveis disretas num espaço de Hilbert que possui dimensão
finita
.Com este objetivo, apresentaremos no próximo apítulo o formalismo neessário para desrever
taissistemasquântios. Alémdisso,mostraremosopontode partidade omoesteformalismoserá
utilizado(nosapítulos4e5)paraimplementarmososmétodos desritos aquinoapítulo2(mais
espeiamente (2.45)) para estes sistemas.
Espaços de Dimensão Finita
Neste apítulo apresentaremos o formalismo neessário à desrição de sistemas num espaço de
dimensão nita. Iniialmente, introduziremos uma representação proposta por Shwinger, obtida
através da simples existênia de uma base ortonormal no espaço de Hilbert do sistema orres-
pondente, naqualosgraus de liberdadedosistemaquântio são desritos pormeiode operadores
unitáriosnoespaçodeoperadoresorrespondente. Atravésdestarepresentaçãoépossívelonstruir
análogosdisretos de quantidades que antes eram usualmente denidas para sistemas ontínuos
num espaço de dimensão innita. Mostraremos que uma das prinipais vantagens desta repre-
sentação disreta, é que nolimite em que adimensão doespaço setorna innita reuperamos os
resultados usuais para sistemasontínuos num espaço de dimensão innita. Emseguida, faremos
uso desta representação para implementar a desrição em termos de distribuições, apresentada
no apítulo2 (mais espeiamente (2.45)), num espaço de fases de dimensão nita. Estas ferra-
mentasserãode fundamentalimportâniaparaque possamosapliaruma desriçãoemtermosde
distribuiçõesno espaçode fases,aos sistemasom propensão oletiva.
3.1 Base de Operadores Unitários de Shwinger
Éumfatobemonheidoqueparaadesriçãoquântiaompletade umsistemafísio,éneessária
aexistênia de um onjuntode operadores quepermitaa onstruçãode todasas possíveisquanti-
dades dinâmiasrelaionadas aeste sistema. Os elementos deste onjunto são então identiados
omo sendo oselementos de uma base ompleta no espaço de operadores do sistemaem questão.
Um onjunto partiular de operadores foi proposto por Shwinger [33, 34, 35, 36℄. Em seus
trabalhos, Shwinger notou que é possível obter uma base ompleta no espaço dos operadores a
partir de um par de operadores unitários
U ˆ
eV ˆ
, que atuamnoonjunto deD
autovetores um do outro, daseguinte forma:V ˆ s | u n i = | u n−s i , U ˆ s | v n i = | v n+s i , n = 0, 1, . . . , D − 1
(3.1)| u k i ≡ | u k( mod D) i , | v m i ≡ | v m( mod D) i ,
(3.2)que impliaque
U ˆ D = ˆ V D = ˆ1;
(3.3)e de onde vem que osautovalores de
U ˆ
eV ˆ
são raízes daunidade, ou seja,U ˆ | u k i = exp
2π
iD k
| u k i , V ˆ | v k i = exp 2π
iD k
| v k i ,
(3.4)o quemostra que opar de operadores
U ˆ
eV ˆ
obedeetambémauma álgebra de Weyl:U ˆ j V ˆ l = exp 2π
iD jl
V ˆ l U ˆ j ,
(3.5)e seus autovetores são relaionadospor uma transformada de Fourier disreta:
h v k | u n i = 1
√ D exp
− 2π
iD kn
.
(3.6)Valeapenamenionarofatodequeestaonstruçãoétotalmentegeral,umavezqueShwinger
obteve os resultados aima a partir da simples suposição da existênia de
D
estados ortonormais (qualquer base ortonormal em um espaço vetorial omplexo de dimensãoD
). Shwinger então,veriouqueopar de operadores
U ˆ
eV ˆ
poderiaser utilizadopara deniruma basenoespaçodosoperadores (omoserádisutido ommaioresdetalhes napróximaseção)equeapartirdesta base
seria possívelobter uma desrição ompleta do sistemafísio emquestão.
Comomenionadoanteriormente,umadasprinipaisvantagensdestarepresentaçãodeShwin-
ger éofato de podermosgerar osresultados usuaispara um espaçode dimensão innitanolimite
D → ∞
. Am de veriarmos esta propriedade de uma forma explíita, seguindo [6℄, primeiro introduzimoso fatorde redeǫ = r 2π
D ,
(3.7)que obviamente seanula nolimite
D → ∞
. Em seguidaonstruímos, apartir dos autoestadosdeU ˆ
eV ˆ
, dois operadores hermitianosP ˆ
eQ ˆ
de talformaqueP ˆ =
(D−1)/2
X
j=−(D−1)/2
jǫ δ p 0 | v j ih v j | , Q ˆ =
(D−1)/2
X
j ′ =−(D−1)/2
j ′ ǫ 2−δ q 0 | u j ′ ih u j ′ | ,
(3.8)onde
δ
é um parâmetro livre que pode assumir qualquer valor dentro do intervalo aberto(0, 2)
(a disussão original de Shwinger é equivalente a assumir