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INTEGRAÇÃO DE SISTEMAS CERTIFICÁVEIS: QUALIDADE E MEIO- AMBIENTE

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Academic year: 2021

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(5) PQPR STSVU8WX YZWA[]\Y^WA_X STYZWA_`FaZb6b.cZdZb8cZeZ% fZg %haZb6iVfZjaZklQ% j monIp?nMq r?s tuwv9nyx z|{.nt}9q z?~9v9€z?‚?v?xƒ~9s „ z?r9z†z9‡?q ns pOˆnMr9q tw€z?‰)}?q zJŠ‹nˆzn†Mv9†NˆnMpJˆNtI‡?s s ~9t~9n Foz do Iguaçu, PR, Brasil, 09 a 11 de outubro de 2007. 1. Introdução A adoção de modernos sistemas e técnicas de gestão deixa de ser um diferencial competitivo e torna-se uma condição básica para sobrevivência organizacional. É neste cenário que os sistemas de gestão da qualidade e gestão ambiental têm sido cada vez mais objeto das atenções dos gestores, que os têm adotado como forma de gerar vantagem em relação à concorrência. Por outro lado, mais recentemente, observa-se também uma crescente preocupação com a imagem da empresa perante a sociedade. Em função disso, cresce consideravelmente a adoção de sistemas de gestão ambiental, que além de reduzirem as emissões de poluentes no meioambiente, também auxiliam na redução dos custos por meio da racionalização do processo produtivo, do incentivo a reciclagem, da redução do consumo de energia e água, etc. Em função do exposto, o principal objetivo deste artigo é analisar criticamente o processo de implantação de um sistema de gestão ambiental com base na norma ISO 14001:2004 em uma empresa brasileira do setor moveleiro que já possuía um sistema de gestão da qualidade certificado segundo a norma ISO 9001:2000 e propor, com base na revisão teórica e nos resultados do estudo-de-caso, orientações genéricas para integração de sistemas de gestão da qualidade e ambiental. Para condução deste trabalho foi realizada uma pesquisa qualitativa com base na metodologia de estudo-de-caso. Os instrumentos utilizados para coleta de dados foram entrevistas, análise documental e visitas in loco. Segundo Grünbaum (2007), na metodologia de estudo-de-caso, o objeto de estudo está sempre de algum modo relacionado com as pessoas, mais especificamente com a interpretação da percepção dos atores sociais de um determinado fenômeno ou os significados que estes atores atribuem aos fenômenos. Além disso, são estudados os indivíduos no ambiente seu natural. O estudo de caso possui uma visão holística quando tenta entender e explicar o que acontece e porque acontece. Assim, torna-se importante compreender e identificar os fatores contextuais que cercam a unidade de análise. Seu objetivo pode ser descritivo, exploratório ou explicativo, isto é, podem gerar teoria ou contribuir para sua modificação. Segundo este mesmo autor, os investigadores não têm nenhum controle sobre os eventos cruciais no contexto estudado. Múltiplas fontes de dados podem e devem ser utilizadas na tentativa de entender e interpretar o fenômeno. Yin (2003) salienta que é necessário considerar os seguintes princípios fundamentais para o trabalho de coleta de dados: a) utilização de várias fontes de evidência, ou seja, evidência de duas ou mais fontes, mas que convergem em relação ao mesmo conjunto de fatos ou descobertas; b) utilização de um banco de dados para os casos, isto é, uma reunião formal de evidências distintas a partir do relatório final do estudo; e c) realização de um encadeamento de evidências, isto é, ligações explícitas entre as questões feitas, os dados coletados e as conclusões a que se chegou.. 2. Normalização, certificação de sistemas, gestão da qualidade e gestão ambiental A ISO 14000 e a ISO 9000 possuem focos similares em relação à racionalização do processo produtivo e possibilitam a utilização de um maior leque de ferramentas, métodos e práticas quando da implantação de um Sistema de Gestão Ambiental a partir de um Sistema de Gestão da Qualidade (CURCOVIC, SROFE E MELNIK, 2005).. 2.

(6) PQPR STSVU8WX YZWA[]\Y^WA_X STYZWA_`FaZb6b.cZdZb8cZeZ% fZg %haZb6iVfZjaZklQ% j monIp?nMq r?s tuwv9nyx z|{.nt}9q z?~9v9€z?‚?v?xƒ~9s „ z?r9z†z9‡?q ns pOˆnMr9q tw€z?‰)}?q zJŠ‹nˆzn†Mv9†NˆnMpJˆNtI‡?s s ~9t~9n Foz do Iguaçu, PR, Brasil, 09 a 11 de outubro de 2007. As normas ISO, em geral, contemplam sistemas de controle de processos que envolvem a gestão de suprimentos, recursos humanos, informações e documentos, projeto, produção e distribuição de produtos e serviços para atender as necessidades dos clientes (MAGD e CURRY, 2003). Conforme Slack, Chambers e Johnston (2002), a Gestão da Qualidade Total é entendida como uma filosofia de como abordar a administração da qualidade. É um modo de agir e pensar a produção, que se preocupa particularmente com os seguintes assuntos: a) atendimento das necessidades e expectativas dos consumidores; b) inclusão de todas as partes da organização; c) inclusão de todas as pessoas da organização; d) exame de todos os custos relacionados com a qualidade; e) fazer “as coisas certo da primeira vez”, por exemplo, enfatizando a construção da qualidade desde o design, em vez de apenas inspecionar; e f) desenvolvimento de sistemas e procedimentos que apóiem a qualidade e a melhoria. Um Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ) é a compreensão, integração e utilização de todos os recursos da organização de forma a atender as necessidades dos clientes e satisfazê-los consistentemente, por meio de melhorias contínuas em todas as atividades da organização (MAGD e CURRY, 2003). Convém que a adoção de um sistema de gestão da qualidade seja uma decisão estratégica da organização. O projeto e a implementação de um SGQ são influenciados por necessidades, objetivos específicos, produtos fornecidos, desenho dos processos, tamanho da estrutura da organização e sua cultura organizacional (ISO 9001, 2000). Alguns dos principais benefícios gerados pela implantação da ISO 9000 são: aumentar as oportunidades de mercado; reduzir custos; fortalecer a reputação da organização aos olhos das partes interessadas; reduzir desperdício (tempo e materiais); competir mais efetivamente a partir da melhoria da satisfação do consumidor; melhorar o sistema de gerenciamento; e aumentar as margens de lucros, ganhos por empregados, e aumentar a margem de lucro das partes interessadas (DOUGLAS, COLEMAN e ODDY, 2003). A Figura 1 apresenta os principais elementos, e suas inter-relações, que compõem a norma ISO 9001.. Figura 1 – Elementos da ISO 9001 Fonte: ISO 9001 (2000).. 3.

(7) PQPR STSVU8WX YZWA[]\Y^WA_X STYZWA_`FaZb6b.cZdZb8cZeZ% fZg %haZb6iVfZjaZklQ% j monIp?nMq r?s tuwv9nyx z|{.nt}9q z?~9v9€z?‚?v?xƒ~9s „ z?r9z†z9‡?q ns pOˆnMr9q tw€z?‰)}?q zJŠ‹nˆzn†Mv9†NˆnMpJˆNtI‡?s s ~9t~9n Foz do Iguaçu, PR, Brasil, 09 a 11 de outubro de 2007. Segundo Quazi et al. (2001), a ISO 14001 possui uma estrutura que guia a empresa na compreensão e estruturação de um Sistema de Gestão apropriado. Permite o desenvolvimento de algumas ferramentas ambientais de análise e auxilia na definição do ciclo de vida dos produtos. Importantes pesquisas sobre a certificação ISO 14001 têm focado os seguintes assuntos (ZENG, et al., 2005): a) procedimentos adotados e resultados obtidos por empresas que são certificadas conforme a ISO 14001; b) razões que tem levado as empresas a procurarem a certificação ISO 14001; c) benefícios gerados a partir da implantação da ISO 14001; d) impressões e atitudes de colaboradores e fornecedores sobre a ISO 14001; e e) fatores críticos que afetam a implementação de um Sistema de Gestão Ambiental, de uma forma geral, e estudo específico das dificuldades de implementação da ISO 14001. 3. Integração de Sistemas de Gestão A norma ISO 14000 foi desenvolvida com base na ISO 9000 e elas possuem muita semelhança e extrema ligação entre si. Ambos os sistemas (da qualidade e ambiental) possuem objetivos similares e induzem a utilização de muitas ferramentas em comum. Desta maneira, algumas organizações buscam potencializar seus resultados por meio da sinergia alcançada com integração, completa ou parcial, destes dois sistemas (KARAPETROVIC e WILBORN, 1998). A integração entre sistemas com base nas normas ISO 9000 e ISO 14000 é o caso mais comum. O maior beneficiado pela ISO 9000 é o consumidor, porque é o foco principal da gestão da qualidade. Já o Sistema de Gestão Ambiental com base na ISO 14000 possui seu foco na comunidade global, que é quem, de fato, usufrui de seus benefícios. Contudo, as indústrias também têm lucrado muito com a certificação ISO 14000, pois passam a estar habilitadas para os negócios globais (MOHAMED, 2001). Embora existam muitas similaridades entre a ISO 9001 e 14001, é importante também considerar suas diferenças. Na ISO 9001, o sistema provém de um processo que assegura conformidade às especificações requeridas pelos produtos, e no caso da ISO 14001, as atenções estão mais concentradas nas saídas das atividades da organização, que devem estar alinhadas com as políticas, objetivos e metas ambientais (WILKINSON e DALE, 1999). Inúmeros fatores internos e externos influenciam decisões e atividades no processo de integração de sistemas de gestão. O processo de implantação de um único sistema de gestão certificável está intrinsecamente interligado com o sistema maior de gestão da organização. A implantação integrada de mais de um sistema de gestão certificável é influenciado e influencia não só um ao outro, como também todos os demais subsistemas da organização (KARAPETROVIC e WILBORN, 1998). Segundo Pun, Chin e Lau (1999), o projeto de ambos sistemas de gestão, ISO 9000 e ISO 14000, é um processo interativo que consiste em definir a documentação e os melhoramentos sobre as capabilidades requeridas. A ISO 9000 fornece uma estrutura para definição e implementação de uma linha base de garantia do sistema da qualidade, que é essencial para desenvolver a melhoria contínua dos processos e técnicas.. 4. Estudo-de-caso A empresa estudada foi fundada em 1965 e atua no setor moveleiro. Produz mais de 100 toneladas de móveis/dia, tem 250 colaboradores e fatura perto de R$ 36.000.000,00 por ano. Possui sede no interior do estado de São Paulo e exporta para mais de 15 países na Europa, América e África. Destaca-se na produção de móveis com chapas de aglomerado provenientes de florestas de reflorestamento.. 4.

(8) PQPR STSVU8WX YZWA[]\Y^WA_X STYZWA_`FaZb6b.cZdZb8cZeZ% fZg %haZb6iVfZjaZklQ% j monIp?nMq r?s tuwv9nyx z|{.nt}9q z?~9v9€z?‚?v?xƒ~9s „ z?r9z†z9‡?q ns pOˆnMr9q tw€z?‰)}?q zJŠ‹nˆzn†Mv9†NˆnMpJˆNtI‡?s s ~9t~9n Foz do Iguaçu, PR, Brasil, 09 a 11 de outubro de 2007. A empresa, até meados de 1999, não tinha um instrumento de gestão eficaz para a implementação de Valores, Crenças e Políticas organizacionais. A organização e seus diversos setores não possuíam missão, objetivos ou indicadores de desempenho estabelecidos, que fossem alinhados à estratégica da empresa. Sua alta direção não dominava, nem conhecia as técnicas e os instrumentos de gestão estratégica disponíveis. Não havia nenhum controle sistemático sobre o processo produtivo, nem mesmo inspeções periódicas eram realizadas. Isto acarretava altos índices de desperdício e de retrabalho. A empresa não prospectava sugestões de melhorias junto aos seus colaboradores e possuía grande deficiência em relação ao treinamento e ao desenvolvimento da mão-de-obra. Não se monitorava, nem se incentivava o desenvolvimento do relacionamento interpessoal entre os funcionários. O processo de certificação ISO 9000 e sua integração com a norma ISO 14000 teve início com o desenvolvimento e implantação de um Programa da Qualidade em maio de 1999. Nesta época foram designados os times da qualidade e ambiental, onde cada um tinha seu próprio líder, que era responsável pela disseminação da informação aos outros colaboradores e eventual esclarecimento de dúvidas. Após o lançamento do Programa, primeiramente o da Qualidade, foi iniciado o 5S, a manutenção da ordem foi a fase mais difícil e complexa do 5S, pois era nela que mostravamse os resultados e o verdadeiro comprometimento dos colaboradores com o Programa. Após o 5S, com a elaboração dos procedimentos operacionais, por meio do auxilio dos supervisores e líderes de cada setor, deu-se continuidade ao Programa da Qualidade e Ambiental. Realizou-se a partir de março de 2000, um levantamento sobre os indicadores de desempenho. Em seguida, foram identificados os aspectos ambientais de seus processos e produtos, do seguinte modo: 1) levantamento de todas as atividades e resíduos gerados; 2) identificação dos aspectos ambientais que as atividades ou seus resíduos podem ocasionar ao meioambiente e a sociedade; 3) identificação dos impactos ambientais provenientes dos aspectos levantados; 4) quantificação dos resíduos gerados, classificando-os como baixa, média ou alta intensidade; 5) classificação da freqüência com que o resíduo é gerado; 6) classificação da importância do impacto ambiental em função de sua quantificação, freqüência e gravidade; 7) levantamento do custo do impacto ambiental, incluindo-se o tratamento de seu resíduo; 8) somatório dos graus relativos à sua quantidade, freqüência, importância, custo, gravidade, etc., de forma a se verificar sua significância sobre o meio-ambiente; 9) levantamento das regulamentações, normas, legislações pertinentes relativas ao tratamento dos resíduos; e 10) levantamento da disposição e armazenamento corretos dos resíduos. A empresa também envolveu a comunidade na integração de seus sistemas de gestão por meio da realização de algumas ações sociais, como o “Programa Reciclo”. Este consiste na reciclagem do lixo proveniente da comunidade e da própria empresa tem como objetivo principal auxiliar, com os recursos arrecadados, a capacitação dos colaboradores por meio da realização de cursos de pós-graduação, graduação, profissionalizantes, idiomas, informática, etc. O programa também ajuda a manter o respeito ao meio-ambiente, educando colaboradores e crianças e adolescentes da comunidade, informando sobre as técnicas de preservação do meio-. 5.

(9) PQPR STSVU8WX YZWA[]\Y^WA_X STYZWA_`FaZb6b.cZdZb8cZeZ% fZg %haZb6iVfZjaZklQ% j monIp?nMq r?s tuwv9nyx z|{.nt}9q z?~9v9€z?‚?v?xƒ~9s „ z?r9z†z9‡?q ns pOˆnMr9q tw€z?‰)}?q zJŠ‹nˆzn†Mv9†NˆnMpJˆNtI‡?s s ~9t~9n Foz do Iguaçu, PR, Brasil, 09 a 11 de outubro de 2007. ambiente, a coleta seletiva, a destinação correta do lixo e resíduos produtivos e sobre a reciclagem. A integração dos dois sistemas pode ser constatada por vários elementos. Destacam-se a integração da documentação, onde um mesmo documento é elaborado com prescrições tanto para qualidade como para o meio-ambiente; os treinamentos, que dentro do possível e quando envolvem questões relativas a estes sistemas, são ministrados para também tratar dos dois temas em conjunto; as atitudes da alta administração, que procura tomar decisões relativas a estes dois sistemas sempre considerando suas inter-relações; as inspeções, que também procuram investigar os elementos de ambos os sistemas; as análises críticas e dos indicadores de desempenho, que têm como principal objetivo dar uma visão dos processos que compõem os sistemas de forma conjunta, dentre inúmeros outros elementos. Dentre as melhorias constatadas com a integração destes sistemas, destacam-se: a) A satisfação dos colaboradores que era 78% em 2003, aumentou para 84% no final de 2006. Esta empresa foi classificada neste período entre uma das 100 melhores empresas para trabalhar na América Latina e a quinta melhor empresa para trabalhar no Brasil, segundo o Great Place to Work Institute; b) O índice de conformidades em relação as entregas dos fornecedores passou de 63% em 2003 para 89% em 2006; c) As conformidades em relação ao atendimento dos requisitos do produto no processo produtivo passaram de 98% em 2003 para 99% em 2006; d) A quantidade de lixo que passou a ter seleção e reciclagem apropriadas e sua destinação corretamente executada aumentou 37% de 2003 a 2006; e) O nível de destinação correta e reaproveitamento dos resíduos teve um aumento de 9% no período de 2003 à 2006. É importante ressaltar que com a implantação do sistema de gestão integrado, a empresa conseguiu reduzir consideravelmente seus custos em função do enxugamento de sua estrutura organizacional, pois um único departamento passou a gerenciar o sistema de gestão da qualidade e ambiental. 5. Recomendações genéricas para integração de sistemas de gestão Tomando-se como base o referencial teórico apresentado e o estudo-de-caso realizado, apresentamos as seguintes recomendações genéricas para desenvolvimento e implantação de sistemas de gestão integrados: a) O esforço da alta administração para consideração e o respeito pelo ser humano, por suas necessidades e anseios, cria um vínculo permanente de afetividade entre todos na empresa e gera um ambiente de trabalho saudável e que inspira confiança, qualidade e consciencia ambiental em seus processos e auxília na melhoria da segurança no trabalho; b) A administração deve envidar máximo esforço para disponibilizar o apoio administrativo e pessoal necessário para solução de problemas detectados pelos instrumentos de gestão e monitoramento de processos dos sistemas da qualidade e ambiental; c) Ao contratar serviços de consultoria, pesquisar e qualificar adequadamente as potenciais empresas a serem contratadas, para que se minimize a probabilidade de sua troca por motivos de não atendimento das necessidades do contratante;. 6.

(10) PQPR STSVU8WX YZWA[]\Y^WA_X STYZWA_`FaZb6b.cZdZb8cZeZ% fZg %haZb6iVfZjaZklQ% j monIp?nMq r?s tuwv9nyx z|{.nt}9q z?~9v9€z?‚?v?xƒ~9s „ z?r9z†z9‡?q ns pOˆnMr9q tw€z?‰)}?q zJŠ‹nˆzn†Mv9†NˆnMpJˆNtI‡?s s ~9t~9n Foz do Iguaçu, PR, Brasil, 09 a 11 de outubro de 2007. d) Contratar ou treinar e promover um funcionário interno para que seja o coordenador do programa de desenvolvimento e implantação dos sistemas a serem integrados. Ele será o elo de ligação entre a empresa de consultoria e a empresa contratante, além de, geralmente, ser o Representante da Direção e o responsável pelas ações estratégicas referentes à implantação dos sistemas; e) Identificar as interfaces e principais processos em comum entre os sistemas certificáveis que se pretende implantar, pois dessa forma pode-se planejar a execução de processos únicos que atendam a ambos sistemas e com isso reduzir esforços e ganhar em sinergia; f) Capacitar e gerar conhecimento gerencial e técnico a todos os empregados da empresa, conforme sua necessidade em função das atividades que executa, com a finalidade de desenvolver e aperfeiçoar competências; g) Fomentar um sistema de liderança corporativa nos níveis gerenciais da empresa que minimize suas principais deficiências e a possível desmotivação de seus colaboradores, com a finalidade de criar um grupo forte e coeso e, dessa forma, disseminar as informações corretas aos níveis operacionais e quebrar os tradicionais paradigmas de resistência à mudança que influenciam negativamente a implementação das normas ISO 9001 e 14001 e, conseqüentemente, sua integração; h) Preocupar-se em desenvolver os fornecedores-chave para suprir as eventuais deficiências de qualidade e consciência ambiental de seus processos e produtos, por meio da criação de requisitos e exigências preestabelecidas para sua qualificação em relação aos dois sistemas; i) Utilizar um software de gestão integrada (ERP – Enterprise Resource Planning) para otimizar a comunicação entre os diversos setores/processos da empresa e os sistemas certificáveis de gestão. Elementos como planejamento, programação e controle da produção, processo comercial, suprimentos, manutenção, gestão de pessoas e logística aumentam, quando bem gerenciados, enormemente a performance dos sistemas de gestão da qualidade e ambiental; j) Desdobrar os indicadores estratégicos em indicadores gerenciais e operacionais, de maneira que todos os funcionários da empresa compreendam como seu trabalho contribui para a empresa cumprir suas estratégias e possam efetivamente auxiliar neste processo; k) Instituir um eficiente canal de comunicação com os clientes, de forma que seja possível compreender suas reais necessidades e transformá-las em requisitos de processos de produtos. 6. Conclusão Este trabalho apresentou os principais procedimentos utilizados e os resultados conseguidos na implantação de um sistema de gestão ambiental com base na norma ISO 14001 e sua integração com um sistema de gestão da qualidade com base na norma ISO 9001 já implantado e certificado em uma empresa brasileira de móveis, evidenciando a maturidade dos processos e os benefícios em relação a, por exemplo, redução de custos e melhorias de performance de qualidade e meio-ambiente obtidas. Um dos principais argumentos para a integração de sistemas certificáveis é o efeito positivo que ela tem sobre os colaboradores das empresas, conscientizando-os e motivando-os sobre a necessidade de conquistar metas cada vez mais audaciosas, aumentar a qualidade de processos e produtos, preservar o meio-ambiente e o ser humano e reduzir custos operacionais.. 7.

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(12) PQPR STSVU8WX YZWA[]\Y^WA_X STYZWA_`FaZb6b.cZdZb8cZeZ% fZg %haZb6iVfZjaZklQ% j monIp?nMq r?s tuwv9nyx z|{.nt}9q z?~9v9€z?‚?v?xƒ~9s „ z?r9z†z9‡?q ns pOˆnMr9q tw€z?‰)}?q zJŠ‹nˆzn†Mv9†NˆnMpJˆNtI‡?s s ~9t~9n Foz do Iguaçu, PR, Brasil, 09 a 11 de outubro de 2007. KARAPETROVIC, S.; WILLBORN, W. Integration of quality and environmental management systems. The TQM Magazine. Volume 10, Number 3, p. 204-213, 1998. MAGD, H.; CURRY, A. ISO 9000 and TQM: are they complementary or contradictory to each other? The TQM Magazine, Volume 15, Number 4, p. 244-256, 2003. MOHAMED, S. T. The impact of ISO 14000 on developing world businesses. Renewable Energy, Volume 23. p. 579 – 584, 2001. PUN, K. F.; CHIN, K. S., LAU, H. A self-assessed quality management system based on integration of MBNQA/ISO 9000/ISO 14000. Journal of Quality e Reliability Management, Volume 16, Number 6, p. 606629, 1999. QUAZI, H. A. et al. Motivation for ISO 14000 certification: development of a predictive model. Omega, Volume 29, p. 525-543, 2001. SLACK, N.; CHAMBER, S.; JOHNSTON, R. Operations Management. 3. ed. London: Pearson Education Limited, 2001. WILKINSON, G.; DALE, B. G. Integrated management systems: an examination of the concept and theory. The TQM Magazine, Volume 11, Number 2, p. 95-104, 1999. YIN, R.K. case study research: design and methods, 3rd ed., Sage, Newbury Park, CA, 2003. ZENG, S. X. et al. Towards implementation of ISO 14001 environmental management systems in selected industries in China. Journal of Cleaner Production, Volume 13, p. 645 – 656, 2005.. 9.

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