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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC - SP PROGRAMA DE ESTUDOS PÓS-GRADUADOS EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS E ATUARIAIS

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC - SP

PROGRAMA DE ESTUDOS PÓS-GRADUADOS EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS E ATUARIAIS

UTILIZAÇÃO DE DERIVATIVOS FINANCEIROS NA GESTÃO DE RISCO PELAS COOPERATIVAS AGROPECUÁRIAS DO ESTADO DO PARANÁ - BRASIL.

Linha de Pesquisa: Controladoria Econômica de Gestão e Finanças Corporativas Orientador: Prof. Dr. José Roberto Securato

CLAUDEMIR JOSÉ DE SOUZA

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1

CLAUDEMIR JOSÉ DE SOUZA

UTILIZAÇÃO DE DERIVATIVOS FINANCEIROS NA GESTÃO DE RISCO PELAS COOPERATIVAS AGROPECUÁRIAS DO ESTADO DO

PARANÁ – BRASIL

PROGRAMA DE MESTRADO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS E ATUARIAIS

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC - SP

2013

CLAUDEMIR JOSÉ DE SOUZA

UTILIZAÇÃO DE DERIVATIVOS FINANCEIROS NA GESTÃO DE RISCO PELAS COOPERATIVAS AGROPECUÁRIAS DO ESTADO DO

PARANÁ – BRASIL

Dissertação apresentada à Banca Examinadora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo como exigência parcial para obtenção do Título de Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais, sob orientação do Prof. Dr. José Roberto Securato.

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BANCA EXAMINADORA

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______________________________

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DEDICATÓRIA

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5

AGRADECIMENTOS

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6

RESUMO

Nas últimas décadas estudos sobre a gestão de risco através de instrumentos como derivativos tornaram-se frequentes e muitas questões relacionadas a estes instrumentos persistem. A compreensão das diferentes classes de riscos nas quais as cooperativas agropecuárias estão expostas fará com que os gestores financeiros utilizem os derivativos e demais metodologias adequadas para uma gestão eficaz de forma a ir ao encontro da tese defendida pela Teoria de Finanças de que o uso de derivativos deve ter preferencialmente o propósito de proteger a organização de riscos e não ser apenas mais uma forma de obter resultados com propósitos especulativos. Esta pesquisa teve como objetivo de investigar o gerenciamento de risco em uma amostra de 47 cooperativas agropecuárias do estado do Paraná. Quanto à metodologia utilizaram-se a pesquisa descritiva explicativa com a aplicação de um questionário aos gestores financeiros da amostra. As evidências mostraram que as classes de risco mais gerenciadas com derivativos pelos gestores financeiros das cooperativas são as exposições cambiais, seguidas pela de commodities, de taxa de juros e de patrimônio não seguindo a mesma ordem das demais pesquisas realizadas no Brasil e no exterior assim como evidenciou que a maior preocupação dos gestores financeiros está ligada aos aspectos institucionais e legais do que dos econômico-financeiros. O conhecimento e o gerenciamento dos riscos inerentes à atividade nas cooperativas agropecuárias do Estado do Paraná vêm a contribuir de forma afirmativa mostrando a necessidade constante de aprimoramento na gestão destas organizações em benefício dos cooperados, e consequentemente, para o bem de toda a sociedade.

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ABSTRACT

In recent decades, studies on the management of risk through instruments such as derivatives have become frequent and many issues related to these instruments remain. Understanding the different classes of risk in which the agricultural cooperatives are exposed will cause financial managers use derivatives and other suitable methodologies for effective management in order to meet the thesis defended by the theory of Finance that the use of derivatives should have preferably the purpose of protecting the organization from risks and not be just another way to obtain results with speculative purposes. This study aimed to investigate the risk management in a sample of 47 agricultural cooperatives in the State of Paraná. Regarding the methodology used descriptive explanatory research with the application of a questionnaire sample financial managers. The evidence showed that the managed risk classes with more derivatives managed by financial managers of cooperatives are foreign exchange exposures, followed by commodities, interest rate and equity not following the same order of other surveys conducted in Brazil and abroad as well as showed that the biggest concern of financial managers is linked to institutional and legal aspects than financial. The knowledge and the management of the risks inherent to the activity in agricultural cooperatives in the State of Paraná have been contributing in the affirmative showing the constant need for improvement in the management of these organisations for the benefit of cooperative members, and consequently, for the good of society as a whole.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Número de cooperativas por ramo nos anos de 2010/2011... 27

Tabela 2 - Número de cooperados por ramo nos anos de 2010/2011... 28

Tabela 3 - Número de empregados por ramo nos anos de 2010/2011... 29

Tabela 4 - Número de cooperativas por regiões e Estados nos anos de 2010/2011... 30

Tabela 5: Número de cooperados por regiões e Estados nos anos de 2010/2011... 31

Tabela 6 - Número de empregados por regiões e Estados nos anos de 2010/2011... 33

Tabela 7 - BRASIL e PARANÁ - Produtos de origem animal: participação percentual e “ranking” nacional... 36

Tabela 8 - Comparativo da taxa de resposta dos levantamentos sobre uso de derivativos em empresas não financeiras em diversos países... 78

Tabela 9 - Percentual de respondentes usuários de derivativos em diversos países... 79

Tabela 10 - Variação na intensidade de uso de derivativos: 2012/2011 e 2011/2010... 81

Tabela 11 - Cooperativas agropecuárias usuárias de derivativos, por classe de risco e produtos/mercados utilizados... 81

Tabela 12 - Grau de preocupação dos gestores financeiros quanto à utilização de derivativos... 82

Tabela 13 - Frequência com que as cooperativas agropecuárias operam nos mercados de derivativos de câmbio... 86

Tabela 14 - Percentagem que é hedgeada pelas cooperativas agropecuárias opera nos mercados de derivativos de câmbio... 87

Tabela 15 - Horizonte de hedge de acordo com a exposição... 88

Tabela 16 - Frequência com que as cooperativas agropecuárias utilizam previsões (própria ou de terceiros) sobre o mercado de câmbio... 88

Tabela 17 - Frequência com que as cooperativas agropecuárias operam nos mercados de derivativos de taxas de juros... 89 Tabela 18 - Frequência com que as cooperativas agropecuárias utilizam previsões (própria ou de terceiros) sobre o mercado de taxas de juros... 89 Tabela 19 - Tipos de opções utilizadas pelas cooperativas agropecuárias no ano de 2012. 90 Tabela 20 - Tipos de swap utilizados pelas cooperativas agropecuárias no ano de 2012.... 90

Tabela 21 – Frequência com que as cooperativas agropecuárias avaliam seu portfólio de derivativos...

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Tipos de fatores fundamentalistas que afetam os preços... 56 Quadro 2 - Mercado futuro e a termo... 67 Quadro 3 - Estudos Internacionais sobre o comportamento do agricultor na adoção de

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Participação na produção de cereais, leguminosas e oleaginosas segundo as grandes... 35

Figura 2 - Modelo Teórico de empresa cooperativa... 39

Figura 3 - Abordagem conceitual da separação entre propriedade e decisão de gestão nas organizações... 40

Figura 4 - Separação entre Propriedade e Gestão da Organização e Decisões de Controle e Gestão em Cooperativas Agropecuárias... 41

Figura 5 - Problemas oriundos dos direitos de propriedade difusos e as consequências na organização cooperativa... 48

Figura 6 - Divisões e subdivisões do risco financeiro... 53

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Frequência com que as cooperativas agropecuárias utilizam derivativos financeiros... 80 Gráfico 2 - Utilização do VaR pelas cooperativas agropecuárias... 83 Gráfico 3 - Faixa correspondente à percentagem das receitas em moeda estrangeira em

2012... 81 Gráfico 4 - Faixa correspondente à percentagem dos custos em moeda estrangeira em

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SUMÁRIO

CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO

1.1 TEMA... 14

1.2 DELIMITAÇÃO DO TEMA... 14

1.3 SITUAÇÃO PROBLEMA... 15

1.4 OBJETIVOS... 16

1.4.1 Objetivo Geral... 16

1.4.2 Objetivo Específico... 16

1.5 JUSTIFICATIVA E CONTRIBUIÇÕES DA PESQUISA... 16

1.6 METODOLOGIA... 18

1.7 DESCRIÇÃO DOS CAPÍTULOS... 21

CAPÍTULO 2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 ORIGEM DO COOPERATIVISMO... 23

2.2 COOPERATIVISMO NO BRASIL... 25

2.3 COOPERATIVISMO NO PARANÁ... 34

2.4 COMO SÃO CONSTITUÍDAS AS COOPERATIVAS... 37

2.5 TEORIA DA AGÊNCIA NAS COOPERATIVAS AGROPECUÁRIAS... 43

CAPÍTULO 3 – TIPOS DE RISCOS NAS QUAIS AS COOPERATIVAS ESTÃO EXPOSTAS 3.1 TIPOS DE RISCO... 49

3.2 RISCOS NAS ATIVIDADES AGROPECUÁRIAS... 54

3.3 A UTILIZAÇÃO DE DERIVATIVOS FINANCEIROS PARA GESTÃO DE RISCO... 59 3.3.1 Diversificação... 62

3.3.2 Integração Vertical... 62

3.3.3 Controle de Profução... 62

3.3.4 Contratos de Comercialização... 62

3.3.5 Manutenção de Reservas Financeiras e Alavancagem... 63

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13

3.3.6.1 Contratos Futuros... 64

3.3.6.2 Contrato a Termo... 66

3.3.6.3 Opções... 67

3.3.6.4 Swaps... 68

3.4 ESTADO DA ARTE NA ADMINISTRAÇÃO DE RISCO COM A UTILIZAÇÃO DE DERIVATIVOS FINANCEIROS... 68 CAPÍTULO 4 – ANÁLISE DA GESTÃO DE RISCOS NAS COOPERATIVAS AGROPECUÁRIAS DO ESTADO DO PARANÁ 4.1 ANÁLISE DOS DADOS... 78

CAPÍTULO 5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS... 93

REFERÊNCIAS... 96

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14

CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO

1.1 TEMA

UTILIZAÇÃO DE DERIVATIVOS FINANCEIROS NA GESTÃO DE RISCO PELAS COOPERATIVAS AGROPECUÁRIA DO ESTADO DO PARANÁ.

1.2 DELIMITAÇÃO DO TEMA

Na última década estudos relacionados ao uso de instrumentos de gerenciamento de risco, como derivativos, tornaram-se frequentes, persistindo ainda muitas dúvidas em relação aos custos e benefícios relativos a essa utilização.

A Teoria das Finanças, afirma que o uso de derivativos pode ser um instrumento eficaz na gestão dos riscos, a partir desse pressuposto, delineia-se o objetivo desta pesquisa, que buscará determinar, através da replicação da Wharton survey, quais instrumentos de

gerenciamento de risco foram utilizados pelas cooperativas agropecuárias do Estado do Paraná nos anos de 2011 e 2012.

As cooperativas agropecuárias são extremamente relevantes para economia do Estado do Paraná, são responsáveis, conforme dados da OCEPAR (2012), por 55% do PIB agropecuário do Estado além da significativa contribuição na geração de emprego e renda, tornando importante o desenvolvimento de estudos no setor motivo, os quais foram escolhidos para a realização da presente pesquisa.

A presente pesquisa restringe-se teoricamente ao tema gerenciamento de risco através da utilização de derivativos, tendo como base fundamental a pesquisa pioneira que foi desenvolvida por Bodnar et al (1995), na qual se estudou o gerenciamento de risco,

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1.3 SITUAÇÃO PROBLEMA

A turbulência, a incerteza, a volatilidade e a complexidade do ambiente de negócios global interconectado e extremamente marcado por mudanças rápidas passam a exigir das organizações e, consequentemente, dos tomadores de decisões atuação mais crucial e destacada.

Os gestores das organizações precisam utilizar-se de instrumentos de gestão para minimizar as incertezas, os riscos e maximizar os retornos, a rentabilidade, pois, o mundo globalizado promoveu relevantes mudanças na gestão dos negócios, e o conceito de incerteza está, em sua maior parte, em não se compreender as novas tendências e regras de mercado.

O mercado competitivo atual deixa espaço somente para empresas eficientes, que se mostram capazes de agregar valor em suas decisões, assim como, perceber e mudar com o ambiente, uma vez que a vantagem sustentada está diretamente relacionada com a rápida capacidade de adaptação; empresas que conseguem administrar de forma eficiente as incertezas deste complexo ambiente, ou seja, o risco é algo que deve ser gerenciado, mitigado ou transferido através da utilização de instrumentos de hedge como os derivativos.

O maior risco para as organizações está justamente em não perceber e administrar os riscos inerentes ao negócio, ficando à mercê da sorte; lembrando sempre que dificilmente haverá futuro no mercado para este tipo de player.

As cooperativas, assim como as demais organizações, estão inseridas em um ambiente na qual a incerteza está presente e com ela o risco, destacando as commodities agrícolas que

variam tanto em termos de produção como preço, decorre deste fato a necessidade de um gerenciamento do risco em busca de uma estratégia adequada de hedge que maximize o tradeoff risco e retorno.

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16

1.4 OBJETIVOS

1.4.1 Objetivo Geral

Identificar se os gestores financeiros das cooperativas do Estado do Paraná utilizam derivativos na gestão de risco.

1.4.2 Objetivos Específicos

- Verificar quais são os riscos inerentes à atividade das cooperativas agropecuárias;

- Identificar quais são as classes de risco mais comumente gerenciadas com derivativos nas cooperativas agropecuárias;

- Identificar qual a maior preocupação dos gestores financeiros das cooperativas quando utilizam derivativos;

- Comparar os resultados obtidos na pesquisa com as divulgadas para instituições não financeiras.

1.5 JUSTIFICATIVAS E CONTRIBUIÇÕES DA PESQUISA

A exposição das cooperativas agropecuárias e seus cooperados nos diferentes tipos de riscos tornaram-se mais evidentes nos últimos anos e recentemente com a pior crise no campo, nos últimos 40 anos.

A incerteza está presente em todas as atividades econômicas aumentando cada vez mais o grau de dificuldade enfrentado pelos gestores nas diferentes decisões em termos de gerenciamento do risco; a busca pela estratégia de gestão adequada passa necessariamente pela otimização do tradeoff entre risco e retorno no qual está implícita à gestão das empresas

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17 O agronegócio paranaense e brasileiro tem uma significativa participação na economia, basta observar o peso dos produtos agropecuários na pauta de exportação inclusive destacando o Brasil como um dos líderes mundiais na produção e exportação de vários produtos.

Os resultados alcançados pelo Brasil no agronegócio devem-se em grande parte à força do cooperativismo e especificamente no Estado do Paraná as 81 cooperativas agropecuárias respondem, conforme dados da OCEPAR (2012), por cerca de 55% do PIB agropecuário do Estado.

As cooperativas agropecuárias destacam-se inclusive entre as maiores empresas do setor conforme apontado recentemente pelo Ranking Valor 1000 do Jornal Valor Econômico que traz 15 cooperativas do Estado do Paraná entre as mil maiores empresas do Brasil.

O agronegócio contribui significativamente na geração de emprego e renda, na balança comercial através das exportações destacando-se como um setor de vital importância para a economia brasileira.

Aperfeiçoar a gestão das cooperativas agropecuárias é de suma importância pela expressiva força que possuem no agronegócio, sendo esta a forma mais eficaz de levar o país à redução das desigualdades sociais.

O ambiente cada vez mais competitivo exige gestores cada vez mais preparados a perceberem e utilizarem os diferentes instrumentos disponíveis para o gerenciamento dos diferentes tipos de riscos; riscos estes, de difícil mitigação por parte dos produtores agropecuários que acabam buscando através da constituição de cooperativas a forma de melhor protegerem-se destes diferentes tipos de riscos, pois, estas atuam em escalas tanto na compra de insumos e produtos como no acesso a diferentes mercados para os diferentes produtos, assim como a instrumentos inacessíveis aos pequenos produtores.

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1.6 METODOLOGIA

A presente pesquisa buscará através da aplicação de um questionário uma amostra de cooperativas agropecuárias responder ao problema de pesquisa:

Os gestores financeiros das cooperativas agropecuárias do Estado do Paraná utilizam derivativos na gestão de risco?

A busca pela resposta a este problema delineará a presente pesquisa, pois levantará quais riscos as cooperativas agropecuárias do Estado do Paraná estão expostas e como estes são percebidos e gerenciados, pois as cooperativas foram criadas para gerarem melhoria econômica e social dos cooperados através das vantagens comuns obtidas em suas atividades econômicas.

Para atingir os objetivos propostos e responder ao problema apresentado será realizada inicialmente uma ampla pesquisa bibliográfica, conforme Cervo e Bervian (2006, p. 65), buscando conhecer e analisar as contribuições culturais e científicas do passado existentes sobre um determinado assunto, tema ou problema.

Quanto à finalidade a investigação será do tipo básico, pois buscará verificar os riscos inerentes à atividade empresarial no qual as cooperativas agropecuárias do Estado do Paraná estão expostas, os instrumentos de gestão de riscos disponíveis e como os riscos são percebidos e gerenciados pelos gestores financeiros. Conforme Bravo (1991) a investigação social básica tem como finalidade o melhor conhecimento e compreensão dos fenômenos sociais.

Em síntesis se puede decir que La finalidad de La investigación social em conjunto, es el conocimiento de La estructura e infraestructura de lós fenômenos sociales, que permita explicar su funcionamiento (investigación básica) com el propósito de poder llegar a su control, reforma y transformción (investigación aplicada).

(BRAVO, 1991, p. 33).

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19 Com relação ao alcance temporal a investigação será longitudinal ou diacrônica e retrospectiva pelo fato de que os dados que serão coletados são dados históricos, ou seja, a utilização de instrumentos financeiros para gerenciamento de riscos relativos ao ano de 2011 e 2012.

Quanto ao alcance temporal Bravo (1991, p. 34) destaca:

b) Alcance temporal – Conforme a este aspecto, la investigación puede referirse a un momento específico o a un tiempo único t, o puede extender su análisis a uma sucesión de momentos temporales t1, t2 . En el primer caso recibe el nombre de seccional. (...)

En el segundo caso, se llama investigación longitudinal. También reciben el nombre de sincrônicas lãs seccionales y de diacrônicas lãs longitudinales. Aquí el corte es transversal, ló que permite estudiar La evolución Del fenômeno em el período dado. Las investifaciones longitudinales se puedem subdividir em retrospectivas, em lãs que la serie de momentos estudiados se refieren al pasado, y prospectivas, cuando se refieren al presente y futuro. (BRAVO, 1991, p. 34).

A pesquisa será do tipo descritivo explicativo; descritivo pelo fato de ter como objetivo central analisar a utilização de derivativos para gestão dos riscos nas cooperativas agropecuárias do Estado do Paraná através da replicação da Wharton survey, que verificará quais instrumentos de gerenciamento de risco vem sendo utilizado; e explicativa onde será verificado se as classes de risco mais gerenciadas com derivativos nas cooperativas agropecuárias do Estado do Paraná e se seguem a mesma ordem apresentadas nas demais pesquisas realizadas no Brasil e no exterior, ou seja: 1) exposição cambial (FX); 2) a taxas de juros (IR); 3) a preços de commodities (CM); e 4) patrimonial (EQ).

Este tipo de pesquisa, conforme Collis e Hussey (2005, p. 24) descreve o comportamento dos fenômenos e é utilizada para identificar e obter informações sobre as características de um determinado problema ou questão; Bravo (1991, p. 34) destaca que este tipo de pesquisa tem como objetivo central a medição precisa de uma ou mais variáveis dependentes em uma população definida ou em uma amostra de população.

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Amostra não probabilística intencional ou de seleção racional: de acordo com uma estratégia adequada, os elementos da amostra são escolhidos. Estes se relacionam intencionalmente com as características estabelecidas. O pesquisador, portanto, se dirige intencionalmente a grupos de elementos dos quais deseja saber a opinião. (BARROS e LEHFELD, 1986, p. 107).

As fontes utilizadas serão de dados primários, pois serão levantados através de um questionário aplicado junto a uma amostra de cooperativas agropecuárias do Estado do Paraná, que será objeto da pesquisa e de dados secundários através do levantamento de informações sobre as cooperativas agropecuárias, sobre o setor agropecuário e um levantamento bibliográfico sobre tipos de riscos aos quais estão expostos os produtores agropecuários e as cooperativas agropecuárias e sobre as ferramentas utilizadas para o gerenciamento dos riscos.

A pesquisa bibliográfica procura explicar um problema a partir de referências teóricas publicadas em documentos. Pode ser realizada independentemente ou como parte da pesquisa descritiva ou experimental. Em ambos os casos, busca conhecer e analisar as contribuições sobre um determinado assunto, tema ou problema. (CERVO e BERVIAN, 2006, p. 65).

Para coleta de dados foi utilizado a ferramenta Lime Survey; trata-se de um software

livre para aplicação de questionários online disponibilizado pelo Núcleo de Apoio e

Capacitação em Tecnologia Educacional da Universidade Paranaense (NACTE). Para facilitar o encaminhamento e o retorno dos questionários devidamente respondido foi realizado um contato com a Diretoria da OCEPAR que auxiliou no contato com cada uma das cooperativas a serem pesquisadas; após o encaminhamento do referido questionário via e-mail para as cooperativas, foi realizado contato por telefone e algumas visitas foram realizadas durante o período de abril a julho de 2013.

Quanto ao caráter a pesquisa será quantitativa, centrada de maneira predominante nos aspectos objetivos e susceptíveis de quantificação.

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21 Será utilizado para o desenvolvimento da pesquisa um questionário, a ser encaminhado via e-mail aos gestores financeiros das cooperativas agropecuárias do Estado do Paraná, que usará como base as perguntas da Wharton Derivatives Survey e da pesquisa

realizada por Saito e Schiozer (2005); o referido questionário já foi replicado em diferentes países em empresas não financeiras.

1.7 DESCRIÇÃO DOS CAPÍTULOS

A presente pesquisa buscou suprir a escassez de estudos que tratam da utilização das ferramentas de gestão para gerenciamento dos focando os derivativos financeiros para gerenciamento de risco nas cooperativas agropecuárias do Estado do Paraná.

A importância da pesquisa proposta também está vinculada à possibilidade de, oportunamente, ser utilizada em outros setores econômicos, assim como verificar como os gestores financeiros percebem e administram os riscos inerentes a atividade e se as classes de risco seguem a mesma ordem apresentadas nas demais pesquisas realizadas no Brasil e no exterior.

A dissertação foi estruturada sob a forma de capítulos, sendo que neste primeiro capítulos delineamos a pesquisa e abordamos os objetivos e a metodologia utilizada para responder a questão problema.

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22 capítulo é apresentada de forma singela a Teoria da Agência gestão nas cooperativas agropecuárias.

No terceiro capítulo, será apresentada a fundamentação teórica da dissertação, oferecendo o referencial teórico indispensável para o alcance dos objetivos propostos. Para isso, este capítulo foi subdividido em quatro partes: a primeira parte conceitua os tipos de riscos; a segunda parte apresenta os riscos nas atividades agropecuárias vindo na sequência a terceira parte que versa sobre a utilização de derivativos financeiros para a gestão de risco, para no final apresentar o estado da arte na gestão de risco com a utilização de derivativos financeiros abordando pesquisas realizadas no Brasil e no mundo.

No quarto capítulo é apresentado a análise e interpretação dos dados os quais foram úteis para responder ao problema da pesquisa.

Finalmente, após todas as análises, chegou-se ao quinto e último capítulo onde se descreve as considerações finais da pesquisa.

Desta forma, a presente dissertação procurou descrever com profundidade como o risco é gerenciado pelos gestores financeiros das cooperativas agropecuárias do Estado do Paraná e se seguem a mesma ordem apresentadas nas demais pesquisas realizadas no Brasil e no exterior, assim como efetuou um profundo levantamento bibliográfico sobre o tema investigado.

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CAPÍTULO 2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O presente capítulo para melhor caracterizar o objeto de estudo, descreve a origem do cooperativismo e em seguida apresenta o cooperativismo no Brasil. Para o presente capítulo foi utilizado dados da Organização das Cooperativas Brasileiras, da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Estado do Paraná e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística; informações referentes ao ano de 2012 que caracterizam efetivamente o objeto de estudo além de evidenciar sua importância no cenário paranaense e brasileiro; na sequência apresenta, utilizando-se como base a legislação pertinente, como são constituídas as sociedades cooperativas e as diferenças destas e as sociedades comerciais; ainda neste capítulo é apresentada de forma singela a Teoria da Agência gestão nas cooperativas agropecuárias.

2.1 ORIGEM DO COOPERATIVISMO

Na Inglaterra, no século XIX, iniciou-se a disseminação por William King e Robert Owens de um movimento no meio operário incentivando a organização de cooperativas; nascia através deste movimento em 1820, conforme destacado por Menegário (2000, p. 8) a Liga para a Propaganda da Cooperação; em 1827, William King organiza em Brighton na Inglaterra a primeira pré-cooperativa de consumo; oito anos depois, em 1835, surgia em Lyon na França uma sociedade semelhante à criada na Inglaterra.

Em 1843, conforme destacado por Klaes e Salm (1997, p. 7), vinte e oito tecelões das fábricas de Rochdale em Manchester na Inglaterra fundaram a cooperativa de consumo transformando-se na referência mundial do cooperativismo; na época, eles buscaram na associação a realização de ideais de liberdade, igualdade, justiça, solidariedade, equidade e educação alicerçando com isso, os princípios fundamentais do cooperativismo.

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24 Corroborando nesta cronologia Safanelli et al (2011) destaca:

Os Princípios Cooperativos, expostos pela primeira vez de forma sistemática pela Cooperativa dos Probos Pioneiros de Rochdale em 1844, foram a partir da criação em Londres da Aliança Cooperativa Internacional, em 1895, estudados e debatidos pela entidade que agrupava as cooperativas a nível mundial em sucessivos Congressos Internacionais, aprovando reformulações dos mesmos a partir de 1937 (Paris), 1966 (Viena) e 1995 (Inglaterra). SAFANELLI et al (2011).

Diante do exposto destacamos que para a existência de uma cooperativa esta deverá estar organizada e funcionar segundo os princípios e normas fundamentais que por sua vez, precisam manter-se vigentes ao longo dos anos; sendo sete os princípios do cooperativismo:

1º - Adesão voluntária e livre - as cooperativas são organizações voluntárias, abertas a todas as pessoas aptas a utilizar os seus serviços e assumir as responsabilidades como membros, sem discriminações de sexo, sociais, raciais, políticas e religiosas.

2º - Gestão democrática - as cooperativas são organizações democráticas, controladas pelos seus membros, que participam ativamente na formulação das suas políticas e na tomada de decisões. Os homens e as mulheres, eleitos como representantes dos demais membros, são responsáveis perante estes. Nas cooperativas de primeiro grau os membros têm igual direito de voto (um membro, um voto); as cooperativas de grau superior são também organizadas de maneira democrática.

3º - Participação econômica dos membros - os membros contribuem equitativamente para o capital das suas cooperativas e controlam-no democraticamente. Parte desse capital é, normalmente, propriedade comum da cooperativa. Os membros recebem, habitualmente, se houver uma remuneração limitada ao capital integralizado, como condição de sua adesão.

4º - Autonomia e independência - as cooperativas são organizações autônomas, de ajuda mútua, controladas pelos seus membros. Se firmarem acordos com outras organizações, incluindo instituições públicas, ou recorrerem ao capital externo, devem fazê-lo em condições que assegurem o controle democrático pelos seus membros e mantenham a autonomia da cooperativa.

5º - Educação, formação e informação - as cooperativas promovem a educação e a formação dos seus membros, dos representantes eleitos e dos trabalhadores, de forma que estes possam contribuir, eficazmente, para o desenvolvimento das suas cooperativas. Informam o público em geral, particularmente os jovens e os líderes de opinião, sobre a natureza e as vantagens da cooperação.

6º - Intercooperação - as cooperativas servem de forma mais eficaz aos seus membros e dão mais força ao movimento cooperativo, trabalhando em conjunto, através das estruturas locais, regionais, nacionais e internacionais.

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25 Os Movimentos Associacionistas, com manifestações no campo trabalhista, político e socioeconômico, espalharam-se pelo mundo e deram lugar ao aparecimento das modernas Organizações Cooperativas.

Conforme Boesche (2005) a cooperativa pressupõe duas entidades: a associação de pessoas e a empresa comum; enquanto associação de pessoas, ela precisa ser participativa, mutualista, equitativa e democrática; e enquanto empresa comum ela precisa almejar resultados, focar o mercado, inovar tecnologicamente visando sempre a melhor prestação de serviços aos cooperados.

Em 1895 foi criada a Aliança Cooperativa Internacional (ACI) sendo constituída como uma associação não governamental e independente que possui como objetivo a integração e o desenvolvimento do cooperativismo; o movimento cooperativista representado pela ACI em 1946 passou a ter uma cadeira no Conselho da Organização das Nações Unidas (ONU) sendo uma das primeiras organizações não governamentais a integrar o conselho.

A sede da ACI está localizada em Genebra, Suíça organizando-se através de quatro sedes continentais (América, Europa, Ásia e África) com estrutura própria, conselho de administração e direção regional contando com mais de 230 organizações presente em mais de 100 países representando 1 bilhão de pessoas.

A ACI América, com sede em San José, Capital da Costa Rica, representa 74 organizações que congregam cerca de 50 mil cooperativas e mais de 300 milhões de cooperados.

2.2 COOPERATIVISMO NO BRASIL

O elemento formador do florescente cooperativismo brasileiro teve sua origem em 1847 quando, segundo destacado por Morozini et al (2009), o médico francês João Maurice

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26 Segundo Gimenes (2006) o cooperativismo no Brasil só encontrou clima favorável após a libertação dos escravos (1888) e, concomitantemente, a vinda de imigrantes europeus que traziam em sua cultura conteúdo doutrinário associativista.

De acordo com Bastiani (1991, apud Gimenes 2006, p. 6):

As primeiras cooperativas brasileiras datam do fim do Séc. XIX, no setor de consumo dos centros urbanos, sendo a Associação Cooperativa dos Empregados da Cia. Telefônica de Limeira, Estado de São Paulo, a primeira delas (1891). As cooperativas para atender aos interesses da zona rural datam do início do presente século, com a organização das primeiras caixas rurais do tipo Raiffeisen a partir de 1902 pelo padre Theodoro Amstadt, no Rio Grande do Sul. BASTIANI (1991, apud GIMENES 2006, p. 6).

A partir de 1906, ainda segundo Morozini et al (2009), nascem e se desenvolvem as

cooperativas no meio rural idealizadas por produtores agropecuários imigrantes alemães, holandeses, italianos, poloneses e japoneses.

Após a promulgação do Decreto no 22.239/32 e campanhas elaboradas por órgãos de assistência ao cooperativismo e divulgadas pelo Governo Federal, conforme destacado por Menegário (2000), ocorre um aumento no número de cooperativas.

Durante o IV Congresso Brasileiro de Cooperativismo, realizado em Belo Horizonte em 1969, segundo Gimenes (2006) foi criado o órgão nacional de representação do movimento cooperativista brasileiro, a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB). Implantado juridicamente em 1971 pela Lei 5.764, o sistema OCB atua também como órgão técnico – consultivo do governo, congregando todas as Organizações das Cooperativas Estaduais (OCEs). Em âmbito internacional, a OCB é filiada à Organização das Cooperativas das Américas (OCA) e à Aliança Cooperativa Internacional (ACI).

Segundo Pinho (1982) o cooperativismo no Brasil foi marcado pelo predomínio do pensamento doutrinário Rochdaleano com início no final do século passado com duração aproximada de 80 anos e a partir do início da década de 70 do século passado, com a tentativa de combinar a promoção da atividade humana solidária com a racionalidade empresarial, deixando de ser idealista para firmar economia de mercado como cooperativa empresa.

(28)

27 296.000 pessoas, sendo 52% destas, mulheres; quando analisado somente a região Sul elas são 42% do total empregado; em todo o país as cooperativas congregam mais de 10 milhões de cooperados.

Para melhor analisarmos as sociedades cooperativas no Brasil utilizamos dados do relatório da OCB (2012) e com estes reconstruímos as tabelas de forma a facilitar a interpretação dos dados.

A primeira tabela, Tabela 1, apresenta o número de cooperativas por ramo nos anos de 2010 e 2011 sendo classificados os ramos em ordem decrescente pelo número de cooperativas e apresentado também variação entre os anos e também a participação percentual de cooperativas em cada um dos ramos pelo total de sociedades cooperativas no Brasil.

Tabela 1: Número de cooperativas por ramo nos anos de 2010/2011

RAMOS N

O DE COOPERATIVAS

Variação de 2010 a 2011

Percentual do total

2011

2011 2010

Agropecuário 1.523 1.548 - 2% 23,12%

Transporte 1.088 1.015 7% 16,52%

Crédito 1.047 1.064 -2% 15,90%

Trabalho 966 1.024 -6% 14,67%

Saúde 846 852 -1% 12,85%

Educacional 294 302 -3% 4,46%

Produção 243 235 3% 3,69%

Habitacional 226 242 -7% 3,43%

Infraestrutura 128 141 -9% 1,94%

Consumo 120 123 -2% 1,82%

Mineral 69 63 10% 1,05%

Turismo e Lazer 27 31 -13% 0,41%

Especial 9 12 25% 0,14%

TOTAL 6.586 6.652 -1% 100%

Fonte: Adaptado de Panorama do Cooperativismo Brasileiro – OCB (2012)

Conforme podemos observar na Tabela 1 o ramo agropecuário, objeto de estudo da presente pesquisa, é significativo em número de cooperativas estando em primeiro lugar em número de cooperativas, ou seja, 1.523, representando 23,12% do total de cooperativas; no período em estudo apresentou uma redução de 2% no número de cooperativas deste ramo reduzindo de 1.548 para 1.523 entre 2010 e 2011.

(29)

28 cooperados e apresentado também a variação entre os anos do número de cooperados e também a participação percentual de cooperados em cada um dos ramos pelo total de cooperados das sociedades cooperativas.

Tabela 2: Número de cooperados por ramo nos anos de 2010/2011

RAMOS N

O DE COOPERADOS

Variação de 2010 a 2011

Percentual do total

2011

2011 2010

Crédito 4.673.174 4.019.528 16% 46,69%

Consumo 2.710.423 2.297.218 18% 27,08%

Agropecuário 969.541 943.054 3% 9,69%

Infraestrutura 829.331 778.813 6% 8,29%

Saúde 271.004 246.265 10% 2,71%

Trabalho 188.644 217.127 -13% 1,88%

Transporte 143.458 321.893 -55% 1,43%

Habitacional 99.474 101.071 -2% 0,99%

Mineral 58.891 20.792 183% 0,59%

Educacional 51.534 57.547 -10% 0,51%

Produção 11.500 11.454 0,40% 0,11%

Turismo e Lazer 1.468 1.368 7% 0,01%

Especial 393 397 -1% 0,004%

TOTAL 10.008.835 9.016.527 11% 100%

Fonte: Adaptado de Panorama do Cooperativismo Brasileiro – OCB (2012)

Quando analisado o número de cooperados por ramo podemos observar que o agropecuário, conforme Tabela 2, representa 9,69% do número total de cooperados ficando em terceiro no ranking atrás do ramo de crédito, que está em terceiro no ranking relativo ao número de cooperativas, ou seja, representa 15,90% do total de cooperativas e o ramo de consumo que embora esteja em décimo no ranking relativo ao número de cooperativas, apresenta o maior número de cooperados sendo este, 46,69% do total.

Devemos destacar que o ramo consumo, segundo lugar no ranking relativo ao número de cooperados, cresceu no período 18% no período de 2010 para 2011; neste ramo há a cooperativa Coop que contribui para esse resultado possuindo mais de 1.500.000 de cooperados, representando 55,34% do ramo, sendo a maior deste segmento na América Latina.

(30)

29 participação percentual de empregados em cada um dos ramos em relação ao total empregado pelas sociedades cooperativas.

Tabela 3: Número de empregados por ramo nos anos de 2010/2011

RAMOS N

O DE EMPREGADOS Variação

de 2010 a 2011

Percentual do total

2011

2011 2010

Agropecuário 155.896 146.011 7% 52,62%

Saúde 67.156 56.776 18% 22,67%

Crédito 33.988 29130 17% 11,47%

Consumo 10.968 9.892 11% 3,70%

Transporte 9.712 10.787 -10% 3,28%

Infraestrutura 6.334 5.775 10% 2,14%

Educacional 3.694 3.349 10% 1,25%

Produção 3.605 3.669 -2% 1,22%

Trabalho 2.738 3.879 -29% 0,92%

Habitacional 1.829 1.676 9% 0,62%

Turismo e Lazer 193 32 503% 0,07%

Mineral 161 144 12% 0,05%

Especial 12 14 -14% 0,004%

TOTAL 296.286 271.134 9,3% 100%

Fonte: Adaptado de Panorama do Cooperativismo Brasileiro – OCB (2012)

Quando tratamos da questão de geração de empregos diretos, o ramo agropecuário novamente destaca-se, conforme Tabela 3, ficando em primeiro lugar no ranking, como ocorre em termos de número de cooperativas, representando 52,62% do número de empregados enquanto que o ramo Saúde situa-se em segundo lugar representando 22,67% e o de Crédito vindo na sequência com 11,47% do total de número de empregados sendo seguido pelo ramo de Consumo que sob esta ótica representa 3,70% dos empregados.

(31)

30 relação ao número de sociedades cooperativas da região; a análise sempre destacará o Estado do Paraná por sediar o cooperativo objeto da presente dissertação.

Tabela 4: Número de cooperativas por regiões e Estados nos anos de 2010/2011

REGIÃO ESTADO

NO DE

COOPERATIVAS de 2010 a Variação 2011

Percentual da Região

2011

2011 2010

Sudeste

São Paulo 932 911 2% 39,68%

Minas Gerais 785 781 1% 33,42%

Rio de Janeiro 482 452 7% 20,52%

Espírito Santo 150 141 6% 6,39%

Total 2.349 2.285 3% 35,67%

Nordeste

Bahia 783 659 19% 45,05%

Paraíba 252 276 -9% 14,50%

Pernambuco 221 212 4% 12,72%

Ceará 135 158 -15% 7,77%

Maranhão 130 244 -47% 7,48%

Rio Grande do Norte 121 108 12% 6,96%

Alagoas 105 101 4% 6,04%

Sergipe 55 61 -10% 3,16%

Piauí 55 54 2% 3,16%

Total 1.738 1.718 1% 26,39%

Sul

Rio Grande do Sul 550 728 -24% 52,38%

Santa Catarina 261 262 0% 24,86%

Paraná 239 237 1% 22,76%

Total 1.050 1.227 -14% 15,94%

Norte

Pará 252 276 -9% 31,94%

Amazonas 157 131 20% 19,90%

Rondônia 107 129 -17% 13,56%

Amapá 81 61 33% 10,27%

Acre 72 51 41% 9,13%

Roraima 63 70 -10% 7,98%

Tocantins 57 54 6% 7,22%

Total 789 772 2% 11,98%

Centro-Oeste

Goiás 221 221 0% 33,48%

Distrito Federal 184 169 9% 27,88%

Mato Grosso 155 154 1% 23,48%

Mato Grosso do Sul 100 106 -6% 15,15%

Total 660 650 2% 10,02%

TOTAL GERAL 6.586 6.652 -1% 100%

Fonte: Adaptado de Panorama do Cooperativismo Brasileiro – OCB (2012)

(32)

31 2010 para 2011 de 3% possuindo 35,67% do total de cooperativas do Brasil, vindo seguida da região Nordeste que possui 26,39% e em terceiro lugar a região Sul com 1.050 cooperativas em 2011, apresentando um queda de 14% em relação ao ano de 2010, representando 15,94% do número de cooperativas do Brasil; nesta região, o Estado do Paraná está em terceiro lugar no número de cooperativas, ou seja, representa 22,76% das cooperativas da região Sul.

O Estado do Paraná com 239 cooperativas em 2011 é o oitavo do País em número de cooperativas, estando atrás de São Paulo com 932, Minas Gerais com 785, Bahia com 783, Rio Grande do Sul com550, Rio de Janeiro com 482, Santa Catarina com 261 e do Pará com 252.

A Tabela 5 apresenta o número de cooperados por região e Estados nos anos de 2010/2011 onde através de dados oriundos da OCB (2012) reorganizamos de forma a montar a presente tabela; nesta, apresentamos o número de cooperados por região do Brasil sendo classificadas em ordem decrescente as regiões por este número e de cada região apresentamos os Estados em ordem decrescente pelo número de cooperados; apresentamos também, a variação percentual no número de cooperados de 2010 para 2011 assim, com a participação percentual da região em relação ao número total de cooperados no Brasil e dentro das regiões, o percentual representativo de cada Estado em relação ao número de cooperados da região a qual o Estado pertence; a análise novamente destacará o Estado do Paraná por sediar o cooperativo objeto da presente dissertação.

Tabela 5: Número de cooperados por regiões e Estados nos anos de 2010/2011

REGIÃO ESTADO N

O DE COOPERADOS Variação

de 2010 a 2011

Percentual do total

2011

2011 2010

Sudeste

São Paulo 3.335.957 2.765.614 21% 70,95%

Minas Gerais 939.631 925.701 2% 19,98%

Rio de Janeiro 230.307 229.895 0,18% 4,90%

Espírito Santo 196.214 151.347 30% 4,17%

Total 4.702.109 4.072.557 36% 46,98%

Sul

Rio Grande do Sul 1.999.766 1.924.384 4% 50,66%

Santa Catarina 1.267.868 1.007.496 26% 32,12%

Paraná 679.966 534.232 27% 17,22%

Total 3.947.600 3.466.112 15% 39,44%

Centro-Oeste

Mato Grosso 253.650 221.894 14% 39,38%

Distrito Federal 143.128 142.654 0% 22,22%

Goiás 141.064 126.407 12% 21,90%

Mato Grosso do Sul 106.260 92.906 14% 16,50%

(33)

32

Nordeste

Bahia 228.677 422.470 -46% 41,57%

Pernambuco 111.165 105.949 5% 20,21%

Ceará 60.544 78.019 -22% 11,01%

Rio Grande do Norte 54.798 66.636 -18% 9,96%

Paraíba 46.761 45.365 3% 8,50%

Alagoas 20.104 20.086 0% 3,65%

Sergipe 11.212 11.542 -3% 2,04%

Maranhão 10.920 12.636 -14% 1,98%

Piauí 5.957 6.623 -10% 1,08%

Total 550.138 769.326 -28% 5,50%

Norte

Pará 82.325 45.959 79% 49,93%

Rondônia 37.795 38.656 -2% 22,92%

Amazonas 16.554 12.203 36% 10,04%

Tocantins 11.374 10.568 8% 6,90%

Acre 8.837 8.370 6% 5,36%

Amapá 5.043 4.617 9% 3,06%

Roraima 3.228 4.298 -25% 1,96%

Total 164.886 124.671 32% 1,65%

TOTAL GERAL 10.008.835 9.016.527 11% 100%

Fonte: Adaptado de Panorama do Cooperativismo Brasileiro – OCB (2012)

Quando comparado às regiões e seus respectivos Estados em relação ao número de cooperados novamente o Sudeste se destaca, conforme apresentado na Tabela 5, possuindo 46,98% do número total de cooperados do Brasil no ano de 2011, representando um aumento de 36% quando comparado com o ano de 2010; podemos observar que assim como o Estado de São Paulo é o primeiro em número de cooperativas, também em termos de número de cooperados posiciona-se em primeiro lugar tendo apresentado um aumento de 21% neste número de 2010 para 2011 representando 70,95% do número de cooperados da região Sudeste sendo seguido de Minas Gerais, Rio de Janeiro e do Espírito Santo.

(34)

33 A Tabela 6 apresenta o número de empregados nas sociedades cooperativas por região e Estados nos anos de 2010/2011; nesta, apresentamos o número de empregados por região do Brasil; sendo classificadas em ordem decrescente as regiões por este número e de cada região apresentamos os Estados em ordem decrescente pelo número de empregados; apresentamos também, a variação percentual no número de empregados de 2010 para 2011 assim, com a participação percentual da região em relação ao número total de empregados nas sociedades cooperativas do Brasil e dentro das regiões o percentual representativo de cada Estado em relação ao número de empregados da região a qual o Estado pertence; a análise novamente destacará o Estado do Paraná, como feito nas outras análises, por sediar o cooperativo objeto da presente pesquisa.

Tabela 6: Número de empregados por regiões e Estados nos anos de 2010/2011

REGIÃO ESTADO

NO DE EMPREGADOS Variação

de 2010 a 2011

Percentual do total

2011

2011 2010

Sul

Paraná 64.999 57.526 13% 42,70%

Rio Grande do Sul 48.755 49.072 -1% 32,03%

Santa Catarina 38.462 31.886 21% 25,27%

Total 152.216 138.484 10% 51,37%

Sudeste

São Paulo 48.505 39.755 22% 51,41%

Minas Gerais 31.364 29.829 5% 33,24%

Rio de Janeiro 7.883 7.693 2% 8,36%

Espírito Santo 6.591 5.959 11% 6,99%

Total 94.343 83.236 13% 31,84%

Centro-Oeste

Mato Grosso 7.724 6.238 24% 36,02%

Goiás 7.349 6.404 15% 34,27%

Mato Grosso do Sul 4.491 3.445 30% 20,94%

Distrito Federal 1.882 1.828 3% 8,94%

Total 21.446 17.915 20% 7,24%

Nordeste

Ceará 5.457 5.654 -3% 26,55%

Bahia 3.853 6.109 -37% 18,74%

Pernambuco 3.348 3.172 6% 16,29%

Paraíba 2.912 2.631 11% 14,17%

Alagoas 2.244 3.358 -33% 10,92%

Rio Grande do Norte 1.301 1.746 -25% 6,33%

Sergipe 643 617 4% 3,13%

Piauí 447 482 -7% 2,17%

Maranhão 352 676 -48% 1,71%

Total 20.557 24.445 -16% 6,94%

Norte

Pará 2.325 1.694 37% 30,10%

Amazonas 1.692 1.523 11% 21,91%

Rondônia 1.530 1.831 -16% 19,81%

(35)

34

Amapá 572 547 5% 7,41%

Acre 394 222 77% 5,10%

Roraima 369 336 10% 4,78%

Total 7.724 7.054 9% 2,61%

TOTAL GERAL 296.286 271.134 9,3% 100%

Fonte: Adaptado de Panorama do Cooperativismo Brasileiro – OCB (2012)

Quando comparamos o número de empregados, a região Sul aparece em primeira no ranking com destaque para o Paraná que se coloca em primeiro entre os demais estados brasileiros; a região sul concentrou em 2011, conforme Tabela 6, 51,37% do total de empregados em cooperativas do Brasil estando o Estado do Paraná em primeiro lugar na região com 42,70% dos empregados seguido do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina.

Diante dos dados apresentados ficou evidenciado a importância das cooperativas agropecuárias na economia brasileira e paranaense o que justifica a presente pesquisa pela relevância do objeto de estudo.

2.3 COOPERATIVISMO NO PARANÁ

Conforme observamos nas Tabelas anteriormente apresentadas o Estado do Paraná está em oitavo lugar no ranking em termos de número de cooperativas no Brasil e em terceiro lugar na região Sul; em quinto lugar no ranking em termos de número de cooperados no Brasil estando atrás do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina na região Sul, colocando-se em primeiro lugar no ranking quando comparado com os demais estados do Brasil em termos de número de empregados, tendo apresentado um aumento de 13% neste número do ano de 2010 para o ano de 2011, o que mostra a força do Paraná na geração de empregos neste setor de cooperativas.

A economia paranaense é a quinta maior do País respondendo em 2011 por 6,1% do PIB nacional conforme dados do IPARDES (2012).

(36)

35 arroz, o milho e a soja; a Figura 1 apresenta a participação na produção de cereais, leguminosas e oleaginosas segundo as grandes Regiões e unidade da Federação conforme dados do IBGE.

Figura 1: Participação na produção de cereais, leguminosas e oleaginosas segundo as grandes Regiões e unidade da Federação (Set/2012)

Fonte: IBGE (set/2012)

Conforme figura 1, podemos verificar que o Estado do Mato Grosso está em primeiro lugar na produção nacional de grãos com uma participação de 24,7% enquanto que o Estado do Paraná aparece em segundo lugar com 19% seguido do Estado do Rio Grande do Sul com 12,3%; estes três Estados respondem por 56% da produção nacional de grãos.

Ainda segundo dados do IBGE (set/2012), conforme figura 1, a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas é liderada pela Região Centro-Oeste com 70,7 milhões de toneladas seguidas pela Região Sul que apresentou uma produção de 56,5 milhões de toneladas; em terceiro lugar temos a Região Sudeste com uma produção de 19,3 milhões de toneladas; em quarto lugar esta a Região Nordeste com uma produção de 12,7 milhões de toneladas e a Região Norte com uma produção de 4,5 milhões de toneladas.

(37)

36 lugar no ranking onde responde por 26,3% seguido de Santa Catarina com 18%, Rio Grande do Sul com 14,5%, São Paulo com 14,5% e Minas Gerais com 6,9%; já na suinocultura a Região Sul responde por 65,9% do número de abates, sendo que Santa Catarina lidera o ranking com 26,4% seguido do Rio Grande do Sul com 18% e o Paraná em terceiro lugar com 16,6%. Na bovinocultura o Estado do Paraná está em nono no ranking.

Tabela 7 - BRASIL e PARANÁ - Produtos de origem animal: participação percentual e “ranking” nacional, 2010

Produto Brasil Paraná Part.% (PR/BR) Ranking

Casulos de Bicho da Seda (t) 3.651 3.178 87,0 1o

Lã de Ovinos (t) 11.646 511 4,4 2o

Mel de Abelha (t) 38.017 5.468 14,4 2o

Leite (1.000 litros) 30.715.460 3.595.775 11,7 3o

Ovos de Galinha (1.000 dz) 3.246.719 335.441 10,3 3o

Ovos de Codornas (1.000 dz) 232.398 9.300 4,0 4o

Fonte: SEAB/DERAL/DCA/PECUÁRIA (28/09/2012)

Conforme Tabela 7 referente ao posicionamento do Paraná comparado com o Brasil no ranking de produção de produtos de origem animal, no ano de 2010 o Estado destacou-se em Casulos de Bicho da Seda ficando em primeiro lugar; em lã de ovinos e mel de abelha em segundo lugar; em leite e ovos de galinha ficou em terceiro lugar e na produção de ovos de codornas ficou em quarto lugar.

Todos os resultados alcançados pelo Estado do Paraná na agropecuária e na pecuária, deve-se a força das cooperativas presentes no estado, atualmente são 81 cooperativas agropecuárias conforme OCEPAR; corroborando neste sentido a edição 2012 do ranking Valor 1000, do Jornal Valor Econômico, traz 15 cooperativas paranaenses entre as mil maiores empresas do Brasil; sendo elas a Coamo, C.Vale, Cocamar, Lar, Integrada, Copacol, Castrolanda, Coopavel, Agrária, Frimesa, Batavo, Cocari, Copagril, Coasul e Capal; praticamente todas avançaram muitas posições em relação à classificação do ano anterior.

(38)

37 Na avaliação da Revista Globo Rural (2012) conforme oitava edição do prêmio “Melhores do Agronegócio 2012” as cooperativas Coopersucar e a C.Vale estão entre as 30 principais empresas do agronegócio brasileiro.

Conforme dados da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), as cooperativas respondem por cerca de 60% do Produto Interno Bruto (PIB) agropecuário do Estado; no ano de 2011 o faturamento registrado pelas cooperativas no Estado foi de R$ 32 bilhões, sendo este valor o mais alto dos últimos dez anos.

Ciente da importância das sociedades cooperativas foi sancionada pelo governo do Estado do Paraná em 25 de outubro de 2012 a Lei Estadual nº 17.142/2012 que estabeleceu as Políticas Estaduais de Apoio ao Cooperativismo destacando-se o artigo 2º, inciso VIII:

[...]

VII – estabelecer tratamento tributário adequado ao ato cooperativo, que não pode resultar em tributação mais gravosa aos cooperados, pessoas físicas ou jurídicas, do que aquela decorrente das atividades ou operações realizadas por conta própria sem a interveniência da cooperativa; (PARANÁ, 2012).

A OCEPAR (2012) referindo-se a lei sancionada destaca que:

Este texto é vetor que complementa os comandos constitucionais nacionais dos artigos 174, §2º e 146, III, “c”, pois a lei deve apoiar e estimular o cooperativismo; estabelecendo adequado tratamento tributário ao ato cooperativo. Idem se analisarmos o comando do artigo 148 da Constituição do Estado do Paraná. Portanto, grande marco regulador infraconstitucional. Destaca-se também o fomento da autogestão (inciso VI), a citação da divisão de ramos e o estímulo à criação, manutenção e desenvolvimento das cooperativas (inciso VII) proibindo tratamento tributário mais gravoso aos cooperados, fruto, portanto do tratamento adequado que a constituição determina.

Importante é a menção expressa na lei estadual da igualdade das cooperativas frente às outras pessoas jurídicas no processo licitatório. OCEPAR (2012).

A importância do agronegócio e consequentemente das cooperativas agropecuárias para a economia paranaense e brasileira evidenciam a necessidade de estudos de forma a auxiliar na gestão das mesmas, disponibilizando informações para melhor compreensão e gerenciamento dos riscos nas quais essas sociedades cooperativas estão expostas.

2.4 GESTÃO E GOVERNANÇA NAS COOPERATIVAS

(39)

38 necessidades econômicas, sociais e culturais comuns, por meio de uma empresa de propriedade coletiva e democraticamente gerida.

A compreensão, a internalização e o exercício da governança corporativa estão, há cerca de 25 anos, entre os mais importantes desafios da moderna gestão. No mundo corporativo, mais até que os domínios dos conceitos e das melhores práticas de governança colocam-se como questões também fundamentais a assimilação do significado histórico deste novo desafio, das responsabilidades decorrentes e de seus futuros desdobramentos. (ANDRADE e ROSSETI, 2009, p. 26).

Para entender esta complexa organização o presente tópico deste capítulo apresenta suscintamente a visão sistêmica de organização e nela inserem-se as cooperativas; na sequência apresentamos um modelo teórico de cooperativas e diferentes estruturas de governança encontradas no Brasil, nos Estados Unidos e na União Européia para melhor entendermos as questões de governança nas sociedades cooperativas.

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39 Figura 2 - Modelo Teórico de empresa cooperativa

MERCADO

COOPERADOS COOPERATIVA

Agregação de valor ao insumo cooperado Aumento da capacidade de barganha do cooperado

CENÁRIO 1 - Relação Cooperativa/Cooperados

Prestação de Serviços Informação

Saída do Insumo Processado pela Cooperativa para o Mercado

Resposta do Mercado ao Insumo Processado pela Cooperativa

Insumo Associado para a Cooperativa Resultado

Líquido da Ação Cooperativa para os Cooperados

CENÁRIO 2 - Relação Cooperativa/Mercado

Saída do Insumo Processado pela Cooperativa para o Mercado Resposta do Mercado ao Insumo Processado pela Cooperativa

CENÁRIO 2 - Relação Cooperativa/Mercado

Fonte: VALADARES (2005)

A sociedade cooperativa influencia e é influenciada pelo ambiente, a concorrência, o desenvolvimento tecnológico, as influências governamentais, as condições macroeconômicas (inflação, taxas de juros etc.), o comportamento dos consumidores e fornecedores, bem como a cultura das pessoas que interagem com a empresa, são exemplos de fatores que influenciam permanentemente a situação empresarial, em seus aspectos físicos, financeiros, mercadológicos, patrimoniais etc. Todos esses fatores inseridos em um ambiente turbulento.

Esses fatores podem constituir oportunidades ou ameaças à sobrevivência da empresa e estão continuamente exigindo respostas, tanto como uma forma de defesa, quanto como um modo de aproveitar oportunidades e prosperar.

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40 empresariais, podendo também ter origens externas, como por exemplo, as mudanças na legislação, escassez de recursos, entre outros. Esses problemas empresariais dificultam ou mesmo impedem que a sociedade cooperativa produza os resultados para o qual foi criada.

Entre os problemas internos existe, ainda, a falta de controles gerenciais e a consequente deficiência dos sistemas de informações utilizados no processo de tomada de decisão com vista à análise gerencial da empresa. (OLINQUEVITCH, 1982, p. 28).

É essencial para ambas as sociedades, tanto as cooperativas quanto as comerciais, os controles gerenciais para auxiliar na tomada de decisões; conforme salientado por Cook (1995

apud Costa, 2010) as cooperativas diferem das demais organizações por duas razões: os

cooperados são simultaneamente proprietários, usuários e consumidores dos seus produtos e serviços e o direito ao controle não é vinculado ao montante de capital investido pelo sócio/acionista como ocorre nas sociedades comerciais.

A Lei 5.764/71 estabelece que a sociedade cooperativa seja administrada por uma Diretoria ou Conselho de Administração, composto exclusivamente de associados eleitos pela Assembleia Geral, com mandato nunca superior a 4 (quatro) anos, sendo obrigatória a renovação de, no mínimo, 1/3 (um terço) do Conselho de Administração.

A separação entre propriedade e controle é estudada por Costa (2010) onde é unificado os conceitos Berle e Means (1932) e do processo decisório estabelecido por Fama e Jensen (1983) onde o autor sintetiza ambos os conceitos e condições na Figura 3.

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41 Fonte: COSTA (2010)

Conforme Figura 3 há uma separação entre direito de controle residual e de controle formal de forma que os cooperados mantenham o direito de controle residual e elegem o conselho de supervisão, o conselho administrativo e a diretoria contratam os diretores e o executivo principal, ou seja, o conselho administrativo detém e executa o controle formal sobre as decisões de controle formal e delega as decisões de gestão ao executivo responsável pelo gerenciamento da organização. Ainda segundo Costa (2010, p. 13) este tipo de separação permite as especializações que promovem a maior probabilidade de sobrevivência das organizações.

Costa (2010, pág. 28) representa através da Figura 4 possíveis variações dos modelos de governança em cooperativas agropecuárias brasileiras (modelo 1, 2 e 3) e o modelo predominante nas cooperativas americanas (modelo 4) e européias (modelo 5) delineados a partir de Ginder e Deiter (1989), Pellervo (2000), Hendrikse (2005) e Bijman e Van Dijk (2009).

Figura 4: Separação entre Propriedade e Gestão da Organização e Decisões de Controle e Gestão em Cooperativas Agropecuárias.

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42 A Figura 4 apresenta diferente estrutura de governança presente no Brasil, nos Estados Unidos da América e na União Européia e nelas podemos observar:

- Encontramos no Brasil três diferentes estruturas de governança sendo que na primeira (estrutura 1) os cooperados que formam a assembleia geral, possuem o direito de controle residual, elegem o conselho fiscal e o conselho de administração, possuem o direito de controle formal, que contratam os gerentes; na segunda (estrutura 2), os cooperados elegem o conselho fiscal e a diretoria executiva (presidente e diretores executivos) que contratam gerentes; e na terceira (estrutura 3) os cooperados elegem o conselho de administração (presidente, diretores executivos e diretores vogais) que contratam gerentes;

- Nos Estados Unidos as sociedades cooperativas possuem apenas uma estrutura de governança; a assembleia geral elege o conselho de diretores que elegem o presidente do conselho e também contratam o CEO que contrata os gerentes;

- A União Européia possui uma estrutura de governança similar a dos Estados Unidos; nela a assembleia geral elege o conselho de supervisão que nomeia o conselho executivo e o presidente que contrata o CEO e este contrata os gerentes.

Conforme destaca Costa (2010, p. 26) a classificação das cooperativas em uma ou outra estrutura de governança, apresentado na Figura 3, somente pode ser feita a partir da análise da alocação dos direitos de controle formal e dos direitos decisórios descritos no estatuto social e nas relações de agência no interior da organização.

Independentemente da estrutura de governança adotada fica claro a necessidade de adoção das boas práticas de Governança Corporativa de forma a preservar os cooperados, ou seja, os quatro princípios básicos listados pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (2009), transparência (disclosure), equidade, prestação de contas (accountability) e

responsabilidade corporativa, vai ao encontro complementando os princípios doutrinários do cooperativismo, conforme destacado por Bialoskorski Neto (2006), ou seja, democracia, adesão livre, neutralidade política e religiosa, fomento à educação cooperativista e distribuição das sobras das operações pro rata.

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feito nas empresas de capital aberto, orientar para um caminho próspero e benéfico para seus sócios. (SILVA, 2012, p. 40).

Uma cooperativa agropecuária no Brasil pode ser ao mesmo tempo caracterizada como cooperativa de compra, de venda, de produção e de crédito conforme Moreira (2009, p. 57) executando atividades de venda de insumos, compra e venda de produtos aos cooperados, industrialização de commodities transformando-as em produtos com valor agregado ao mercado; otimização e redução de custos com modais entre outras.

Neste amplo contexto de atividades são diversos e diferentes os riscos assumidos pelas cooperativas agropecuárias que precisam ser administrados, mas para que isso ocorra os gestores precisarão conhecer os riscos nas quais as cooperativas estão expostas, pois se quiserem sobreviver e prosperar na era da informação, devem utilizar sistemas de gestão derivados de suas estratégias e capacidades.

2.5 TEORIA DA AGÊNCIA NAS COOPERATIVAS AGROPECUÁRIAS

A teoria da agência e a teoria dos direitos de propriedade são oriundas das teorias desenvolvidas pela nova economia institucional que surge, conforme Bialoskorski Neto (2001), a fim de complementar a teoria neoclássica considerando outras variáveis e condicionantes como o ambiente institucional, no qual as organizações estão inseridas; neste sentido, Gonçalves (2009, p. 25) destaca que as instituições e outras características como o padrão tecnológico e a natureza das relações contratuais podem determinar as transações, os custos de transformação e consequentemente os de produção que já não são mais tão simples quanto uma função de preços e quantidades.

O estudo do ambiente institucional foca seus esforços, segundo Williamson (1985), na assimetria de informações, na incerteza e nos contratos imperfeitos.

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Tabela 1: Número de cooperativas por ramo nos anos de 2010/2011  RAMOS  N O  DE COOPERATIVAS  Variação
Tabela 2: Número de cooperados por ramo nos anos de 2010/2011
Tabela 3: Número de empregados por ramo nos anos de 2010/2011  RAMOS  N O  DE EMPREGADOS  Variação
Tabela 4: Número de cooperativas por regiões e Estados nos anos de 2010/2011
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Referências

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