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DISCIPLINA: DIREITO PROCESSUAL CIVIL II PROCESSO DE EXECUÇÃO PÓS-GRADUAÇÃO SENTIDO ÚNICO PROFESSOR: JOSÉ HORÁCIO SAMPAIO

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DISCIPLINA: DIREITO PROCESSUAL CIVIL II – PROCESSO DE EXECUÇÃO – PÓS-GRADUAÇÃO – SENTIDO ÚNICO

PROFESSOR: JOSÉ HORÁCIO SAMPAIO

1. PROCESSO DE CONHECIMENTO 1.1 Noções Elementares

Procedimento comum – O CPC/2015, extinguiu o procedimento ordinário – que consistia em procedimento sumário e sumaríssimo. Só existe o procedimento comum.

O livro I da Parte Especial indica o Código que se dedicará às disposições relativas ao processo de conhecimento e ao cumprimento de sentença. O título II (arts. 513 a 527, 528 a 538 se referem a cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de a obrigação de prestar alimentos e outras obrigações, CPC/2015).

A sentença no processo de conhecimento que é o título executivo judicial terá eficácia satisfação através do cumprimento de sentença. (art. 513 a 538, CPC).

O Título III (arts. 539 a 770, CPC se referem a Procedimentos Especiais).

A sentença no processo de conhecimento que é o título executivo judicial terá eficácia satisfação através do cumprimento de sentença. (art. 513 a 527, CPC).

2. PROCESSO DE EXECUÇÃO

2.1 Noções gerais (art. 771 a 974 do CPC).

A tutela jurisdicional executiva consiste na prática de atos jurisdicionais tendentes à realização material do direito atual ou potencialmente violação.

Deste conceito depreende-se que a tutela jurisdicional executiva:

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b) Abrange não apenas o resultado da execução forçada (realização material do direito do demandante), mas também os meio tendentes à sua obtenção.

3. Teoria Geral da Execução

Na execução civil o devedor no cumprimento de sua obrigação, responde com seus bens.

A exceção se dá em relação ao devedor de alimentos, que pode responder com a privação de sua liberdade, dado que os alimentos se refere a subsistência do menor de idade.

Antes era possível a prisão do depositário infiel, hoje não ocorre mais, uma vez que o Brasil é signatário do pacto de São José da Costa Rica.

3.1 Princípios Específicos da Execução 3.1.1 Princípio da Satisfatividade

O devedor arca com todas as obrigações, desde a obrigação principal e seus acessórios.

Ex. Juros, multas, honorários advocatícios etc.

3.1.2 Princípio do resultado

A obrigação deve ser cumprida de acordo com o pactuado, sendo este resultado alcançado.

3.1.3 Princípio da utilidade

O devedor deve cumprir exatamente o que pactuou o credor, ou seja, o credor deve receber aquilo que foi pactuado. È possível que o credor possa receber algo diferente do acordado. Por exemplo, numa obrigação de fazer, é possível que a obrigação seja convertida em perdas e danos.

3.1.4 Princípio da disponibilidade

O Estado não pode invadir todo o patrimônio do devedor, mas apenas o patrimônio necessário para satisfazer ao credor. Por exemplo, se a dívida é de 100,00, o Estado não pode ir além deste valor.

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3.1.5 Princípio da especificidade

O cumprimento da obrigação deve ser específica, ou seja, deve se referir apenas ao que ficou acordado entre as partes.

3.1.6 Princípio da adequação

Deve se utilizar os meios adequados para atingir o resultado desejado.

3.1.7 Princípio do ônus

O devedor que está em mora com o credor deve suportar todos os ônus decorrentes da execução além da obrigação que deu ensejo aquela execução. Art. 831, CPC.

3.1.8 Princípio da menor onerosidade

Está previsto no art. 805, CPC. Existindo vários meios para a execução, utilizam-se os meios menos gravoso para satisfazer o credor, desde que estes meios sejam tão eficazes quanto outros. Este princípio é de proteção ao devedor. È este que deve indicar o meio menos gravoso para o juiz. Ele serve ao devedor, deve aplicado combinado com o principio do resultado e da satisfação.

3.2. Princípios Gerais

3.2.1 Princípio da efetividade

Deve-se conhecer o processo como uma garantia que o cidadão tem contra o Estado. O Estado, por exemplo, em nome de a efetividade não deve praticar atos que não estejam de acordo com a ordem jurídica.

Processo é instrumento de garantia dos direitos do cidadão. Muito embora esse cidadão seja devedor, não se pode fazer o que se quer com seu patrimônio.

3.2.2 Princípio do contraditório

Este princípio rege a fase executiva, indicado no CPC. O direito de ser ouvido, o direito

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d ser informado regularmente dos atos praticados no processo, o direito da motivação nas decisões e o direito de impugnar as decisões.

3.2.3 Princípio da boa-fé processual atrelado ao princípio da cooperação

Os atos tanto do devedor e quanto do credor devem ser direcionados para a satisfação da dívida. As partes não devem se utilizar de meios para dificultar ou embaraçar a penhora.

(art. 774 e 776, CPC).

3.2.4 Princípio da dignidade da pessoa humana

Também na execução deve-se respeitar a dignidade da pessoa humana. A execução não pode ser utilizada como um meio de tortura, ruína contra o devedor. Aqui também se refere a impenhorabilidade de determinados bens.

Por exemplo, o bem de família é impenhorável, isso para garantir o mínimo de sobrevivência do devedor. Outro exemplo, o salário é impenhorável, no caso de penhora, está-se ferindo o princípio da dignidade da pessoa humana.

4. Título Executivo

Título executivo é o ato jurídico capaz de legitimar a prática dos atos de agressão a serem praticados sobre os bens que integram um dado patrimônio de forma a tornar viável sua utilização na satisfação de um crédito. É elemento fundamental para que haja execução, sem título executivo não pode haver execução.

É uma garantia do devedor, se não houvesse essa regra da necessidade do título para que possa haver a execução. São não houvesse a necessidade do título executivo, o que aconteceria é que qualquer pessoa poderia propor uma execução.

O título executivo corresponde o interesse de agir de quem detém o título executivo.

O ato de condenar é que é o titulo e não o documento a sentença não é necessariamente o título, mas o ato de condenar. Imaginando que por alguma razão os autos foram

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extraviados. Mesmo assim o título sobrevive, uma vez que se trata de um ato, que é o de condenar.

4.1 Conteúdo do título executivo

Este se refere a delimitação subjetiva e objetiva da execução. Delimitação subjetiva define quem são as partes, devedor e credor, e também vai delimitar os bens que a execução deve atingir. Neste caso se refere aos bens objeto da execução.

O título não vai prever os meios executórios. Este título vai limitar a responsabilidade do devedor, na natureza da obrigação que ele assumiu em pagar. Por exemplo, alimentos, entrega de coisa etc.

4.2 Características do Titulo

São três as características básicas que configuram o título executivo: a) líquido; b) certo;

e exigível.

Outra característica é que só título executivo aquilo que a lei diz que é titulo executivo.

Só a lei cria título executivo.

a) A Certeza que o juiz aprecia é da existência da obrigação diante apenas do título, sentença ou título extrajudicial e não só dos pressupostos formais do título executivo.

Diante do título, o juiz tem certeza da existência de uma obrigação e a natureza desta obrigação. Sabe quem é o devedor quem é o credor, que há uma obrigação contraída, e quando deverá haver o cumprimento da obrigação.

b) A Liquidez é quanto deve o devedor para o credor, isso tem que está claro no título.

Embora seja possível acrescentar aos títulos juros e correção monetária, mesmo assim está presente a liquidez, para fazer um calculo aritmético. No caso de sentença ilíquida, embora a regra seja de que a sentença seja sempre líquida, só será possível a execução, após a liquidação da sentença.

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ou uma condição suspensiva, ou tiver, foi satisfeito este termo ou esta condição já foi cumprida. Exemplo tem uma determinada dívida e ela venceu esta então é exigível.

(art. 786, 787, 787, CPC).

Além disso, coloca-se como característica do título executivo que ele deve conter a assinatura do devedor, via de regra o devedor deve participar da formação do título.

A exceção em que o devedor não assina o título é a certidão da dívida ativa da fazenda pública, por exemplo, a dívida de imposto, IPTU que não foi pago. Neste caso, a fazenda pública pode promover uma execução fiscal contra o devedor do IPTU. A legislação é que estabelece esta regra.

4.3 Espécies de titulo executivo

A legislação estabelece duas espécies básicas de título executivo:

a) título executivo judicial; e, b) título executivo extrajudiciais.

Os títulos executivos judiciais estão previstos no art. 515, CPC.

Os títulos executivos extrajudiciais são produzidos fora do poder judiciário, mas valem tanto quanto os títulos executivos judiciais, e estão previsto no art. 784, CPC.

5. Competência no Processo de Execução

Há uma competência específica para execução do título executivo judicial e uma competência específica para o título extrajudicial.

A Competência para execução do título executivo judicial que é o cumprimento de sentença, que está previsto no art. 515 do CPC, que se fará no juízo originário.

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Se a ação rescisória que se origina no tribunal, este é o juízo competente para dar cumprimento a sentença. No caso de processo originário na primeira instância, mesmo que haja recurso para os tribunais, a competência é do juiz de primeira instancia para dar cumprimento a sentença.

A competência para execução de título extrajudicial está previsto no art. 781, CPC.

6. Legitimidade no processo de execução e no cumprimento de sentença

Dos sujeitos processuais – legitimidade ativa – quem pode figurar no pólo ativo de um processo de execução e no cumprimento de sentença. Está previsto no art. 778 e ss. do CPC.

O credor originário é quem está legitimado para propor o processo de execução e o cumprimento de sentença. A legitimidade ativa ordinária é do credor, e em casos excepcionais o ministério público tem legitimidade extraordinária.

O art. 779 do CPC trata da legitimidade passiva. Aqui está a legitimidade passiva originária.

O art. 780 do CPC. É possível reunir vários títulos, por exemplo, cheque e nota promissória num único processo de execução de título executivo extraordinário.

7. Responsabilidade Patrimonial na Execução

Toda execução é real e não na pessoa. Regra geral é de que o devedor não pode impedir a contrição de seu patrimônio. O devedor não pode evitar que o Estado atinja seu patrimônio.

O art. 789, CPC. O devedor vai responder pela obrigação com todo seu patrimônio, ressalvado algumas situações.

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Uma situação peculiar é em relação a Empresa Individual de Responsabilidade Ltda.

EIRELI. Que só responder pelas obrigações da empresa os bens indicado e integralizados pelo titular da empresa.

Responsabilidade executiva primária é aquela que recai sobre o patrimônio individual do devedor.

Responsabilidade executiva secundária é quando o patrimônio de terceiras pessoas passa a responder pela obrigação sem serem partes no processo. Não se trata de um novo devedor.

O art. 790 CPC, que se somam ao comando do art. 789 CPC, é que vai tratar desta questão.

Art. 793 CPC se refere ao direito de retenção. Exemplo contrato de depósito. Imagine-se que alguém celebra um contrato de depósito de um bem e entrega ao depositário. Ao retornar pede o bem de volta, mas não cumpre sua obrigação. Neste caso este o depositário pode reter o bem.

O art. 794 CPC estabelece o chamado benefício de ordem. Fiador por exemplo não é devedor, mas responde pela divida do devedor. O fiador pode alegar que primeiro seja executado os bens do devedor, invocando o benefício de ordem. Se o fiador efetuar o pagamento do devedor, ele se sub-roga no direito do credor de cobrar do devedor.

O art. 795 CPC estabelece o benefício de ordem do sócio, e o art. 796 CPC trata da responsabilidade do espólio e dos herdeiros.

8. Fraude Contra Credores e Fraude Contra à Execução

Há dois tipos de fraude contra credores e contra a execução. A fraude contra devedores é uma disposição livre de bens com o objetivo de prejudicar credores provocando a insolvência do devedor.

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Há dois requisitos para caracterizar a fraude a credores. O primeiro deles é a insolvência, ou seja, mais dívidas do que crédito.

O segundo requisitos é a intenção fraudulenta. É quando o devedor se desfez de seu patrimônio com a intenção de fraudar, não honrar as dívidas. O adquirente também precisa ter a intenção de fraudar credores.

Há uma forma de se combater isso, é a chamada ação pauliana, que está prevista nos arts.158 e 165 co Código Civil. O regramento do combate a fraude é um direito material.

Essa fraude contra credores é causa de anulação do ato de disposição praticado pelo devedor. O ato de disposição ou transferência do bem vai nulo.

A fraude à execução é inclusive, um crime previsto no art. 179 do Código Penal. È considerado crime, haja vista não só frutar a execução, mas também o próprio poder judiciário. É muito mais grave do que a fraude a credores, já que há um processo em tramitação.

Requisitos da fraude à execução: Há uma ação em curso e o devedor tem conhecimento dessa ação, e se desfez de seu patrimônio, tornando-o insolvente, para não pagar a divida.

Essa fraude se caracteriza tanto no processo de conhecimento, como de execução. Não precisa ter a intenção de lesar credores.

Outra diferença entre a fraude a credor e a fraude a execução, é que nesta não há necessidade de uma ação própria.

Na fraude a execução aquele que adquiriu o bem tem interesse no processo, podendo atuar como litisconsorte, ou assistente.

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Aqui não se trata de anular o ato, conforme art. 792, inc. I CPC. O art. 792 estabelece as causas de fraude à execução. Que é o primeiro caso de fraude a execução. O segundo caso de fraude a execução, esta no inciso II do art. 792 CPC.

O art. 828 do CPC trata da chamada averbação premonitória.

A averbação premonitória é para dar publicidade a todas as pessoas, da existência da execução contra aquela pessoa.

9. Procedimento da Execução por Quantia Certa Contra Devedor Solvente

É um procedimento padrão utilizado mais amplo no processo de execução. A finalidade desse procedimento é que deve executar um devedor para cumprir uma obrigação por quantia certa.

Esse devedor tem que ser solvente, ou seja, tem que ter patrimônio suficiente para satisfazer a credito. Tem que ter patrimônio maior do que seus débitos. O pagamento tem que ser em dinheiro.

O art. 797, do CPC, trata a respeito desse devedor solvente. Essa execução consiste na expropriação de bens para transformar em dinheiro para efetuar o pagamento da dívida, através da penhora. Há exceção a essa regra. Previsto no art. 824, CPC. Essa é a regra geral.

Procedimento se inicia com a propositura da ação por meio da petição inicial, cujos requisitos estão previstos no art. 798, CPC. Assim.

Quando se trata de execução por quantia certa contra devedor solvente, está-se referindo a execução de títulos extrajudiciais. A execução de título executivo judicial é um outro procedimento.

É necessário indicar a espécie da execução na petição inicial, instruída com os documentos necessários.

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Protocolada a petição inicial, preenchidos todos os requisitos, o juiz analisará a petição, que poderá mandar emendar, ou se for o caso poderá indeferir a petição se verificar que não é o caso de aquela petição seguir.

O art. 827, CPC, dispõe sobre despacho positivo, que ocorre quando o juiz verifica que a petição preencheu todos os requisitos. Nesse despacho inicial, já fixa os honorário advocatícios em 10% (dez por cento).

Se o executado efetuar o pagamento no prazo de 03 (três) dias, os honorários serão reduzidos para 05 (cinco por cento).

O art. 828, CPC, trata da averbação premonitória. Que consiste ao exeqüente requerer uma certidão para a averbação junto ao órgão de registro de imóveis ou móveis. No caso de veículo, apresenta a certidão junto ao DETRAN, no sentido do exeqüente se precaver de uma fraude a execução. Independe de ordem judicial, que deve ser informado ao juiz.

A fraude a execução, ocorre quando o executado tem conhecimento de que há uma ação judicial contra ele.

O art. 829, CPC vai tratar da citação. O executado dispõe de 03 (três) dias úteis da data da citação para efetuar o pagamento. Caso não haja o pagamento, o oficial de justiça fará a penhora e avaliação dos bens independentemente de novo mandado.

O art. 830 do CPC vai tratar do arresto que não tem natureza cautelar e sim executiva.

Esse arresto caracteriza como uma pré-penhora. Se o executado não efetuar o pagamento em três dias, o arresto se converterá em penhora.

O art. 831 do CPC se refere a penhora, que recai sobre todos os bens necessários para cobrir o valor da dívida, valor principal, correção, juros, custas processuais, honorários

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Penhora é o ato de constrição patrimonial através do qual são apreendidos bens que serão utilizados como meios destinados a viabilizar a realização do crédito do exeqüente.

Efeitos da penhora: que pode ter efeitos de natureza processuais e efeitos de natureza material.

Como efeito de natureza processual tem-se a garantia do juízo, a penhora vai garantir o juízo naquele processo de execução; além disso, vai individualizar os bens que suportarão a atividade executiva. No caso do executado ter um patrimônio muito maior do que a dívida que está sendo cobrada, a ação executiva vai recair apenas sobre aqueles bens penhorados.

Outro efeito é gerar o direito de preferência ao credor. Tendo em vista que sobre o mesmo bem pode ter varias penhoras. E o credor preferencial é aquele que primeiro penhorou o bem.

Outro efeito da penhora é privar o devedor da posse direta do bem, esse efeito é de natureza material. Esse bem é levado a um depositário, que é um terceiro, como o próprio devedor pode figurar como depositário, mesmo assim perde a posse direta do bem. Quando o devedor é nomeado depositário ele deixa de ser possuidor direto passando a ser a detentor do bem.

O ultimo efeito de natureza material, torna ineficazes os atos posteriores de alienação ou oneração de bens se essa penhora ver averbada na matricula deles com base no art. 792, inc.

III, CPC.

A penhora é formalizada com base no art. 838, CPC.

Depósito é a transferência da posse dos bens do executado para outra pessoa, conforme art. 840, CPC.

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O art. 870 CPC, diz respeito a avaliação dos bens. A regra geral é de que o oficial de justiça proceda a avaliação dos bens.

O art. 871 CPC fala dos casos de não avaliação dos bens. Nos casos em as partes concordam com o valor de avaliação. Avaliação é atribuir um valor dos bens.

O art. 873 CPC fala da possibilidade de nova avaliação.

O art. 874 CPC fala dos efeitos da avaliação.

O art. 841 do CPC indica que o juiz deve determina a intimação do devedor para que ele tome conhecimento da penhora, via de regra, na pessoa do advogado.

O art. 842 do CPC vai falar sobre a necessidade da intimação do cônjuge do executado.

O art. 875 do CPC fala sobre expropriação de bens.

10. EXECUÇÃO PARA ENTREGA DE COISA CERTA - (arts. 806/810, CPC) E EXECUÇÃO PARA ENTREGA DE COISA INCERTA - (Arts. 811/813, CPC).

Propositura da petição inicial < Ao despachar a inicial, o juiz poderá fixar multa por dia de atraso no cumprimento da obrigação, ficando o respectivo valor sujeito a alteração, caso se revele insuficiente ou excessivo.

Citação do executado para em 15 dias satisfazer a obrigação < O do mandado de citação constará ordem para imissão na posse ou busca e apreensão, conforme se tratar de bem imóvel ou móvel, cujo cumprimento se dará de imediato, se o executado não satisfazer a obrigação no prazo que lhe foi designado.

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Executado entrega a coisa em juízo < Se o executado entregar a coisa, será lavrado o termo respectivo e considerada satisfeita a obrigação, prosseguindo-se a execução para o pagamento de frutos ou o ressarcimento de prejuízos, se houver. Neste momento considera-se satisfeita a obrigação, prosseguindo-se a execução se for o caso de existir pagamento de frutos ou o ressarcimento de prejuízos (art. 807 do CPC/2015). < Extinção da execução.

Alienada a coisa quando já litigiosa, será expedido mandado contra o terceiro adquirente, que somente será ouvido após depositá-la < o exequente tem direito a receber, além de perdas e danos, o valor da coisa: quando essa se deteriorar, não lhe for entregue, não for encontrada ou não for reclamada do poder de terceiro adquirente < Não constando do título o valor da coisa e sendo impossível sua avaliação, o exequente apresentará estimativa, sujeitando-a ao arbitramento judicial; Serão apurados em liquidação o valor da coisa e os prejuízos < havendo benfeitorias indenizáveis feitas na coisa pelo executado ou por terceiros de cujo poder ela houver sido tirada, a liquidação prévia é obrigatória.

Havendo saldo: < em favor do executado ou de terceiros, o exequente o depositará ao requerer a entrega da coisa: < em favor do exequente, esse poderá cobrá-lo nos autos do mesmo processo

11. EXECUÇÃO DA OBRIGAÇÃO DE FAZER - (arts. 814/821, CPC) E EXECUÇÃO D EOBRIGAÇÃO D ENÃO FAZER - (arts. 822/823, CPC).

11.1 Aspecto Gerais

São sutis as diferenças entre o procedimento de execução por título extrajudicial para a satisfação de obrigações de fazer e de não fazer no regime revogado e no atual.

As modificações ficaram concentradas, na maioria, em ajustes de redação (p. ex. Troca da terminologia credor/devedor, para exequente/executado.

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 Cumprimento deficitário da obrigação por terceiro contratado às custas do executado – Percebendo que o terceiro contratado não realizou a prestação a contento, o exequente terá 15 (quinze) dias para postular ao órgão judicial sua complementação. Antes, no regime revogado, esse prazo era de 10 (dez) dias.

Instaurado o contraditório, o terceiro contratado terá agora também 15 (quinze) dias para se manifestar a respeito. Antes, o prazo era de 5 (cinco) dias.

 Prazo para o exequente exercer seu direito de preferência para o cumprimento da obrigação – O credor pode desejar, ele mesmo, realizar a obrigação ou comandar sua execução. A contratação de terceiro, diante disso, se revela desnecessária. A lei confere ao credor, a qual deverá ser exercida no prazo de 5 (cinco) dias, contados da aprovação da proposta do terceiro consultado para realizar a obrigação. No regime anterior o prazo era o mesmo, mas o termo inicial outro. Lá a contagem se iniciava da apresentação da proposta, o que, na prática, se mostrava inexeqüível.

12.2 Cronograma Conceitual

Execução de Obrigação de Fazer Fundada em Título Extrajudicial Petição inicial.

< Juiz ao despachar a inicial, fixará multa por período de atraso no cumprimento da obrigação e a data a parir da qual será devida (se o valor da multa estiver previsto no título e for excessivo, o juiz poderá reduzi-lo – art.

814, parágrafo único, CPC/2015.

< Citação do executado para satisfazer a obrigação no prazo que o juiz lhe designar, se outro não estiver determinado no título executivo (art. 815 do CPC/2015).

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Obrigação Infungível < Havendo recusa ou mora: A obrigação pessoal será convertida em perdas e danos, caso em que se observará o procedimento de execução por quantia certa (art. 821, parágrafo único, do CPC/2015).

< Se a obrigação infungível é realizada < Extinção da execução

Obrigação fungível < Requerimento de perdas e danos (art. 816 e § único).

Valor das perdas e danos será apurado em liquidação, seguindo-se a execução para cobrança de quantia certa.

Obrigação fungível < Requerimento da satisfação da obrigação à custa do executado (art. 816) por terceiro no que encaminhará proposta < terceiro realiza a obrigação. Se o terceiro contratado não realizar a prestação no prazo ou se o fizer de modo incompleto ou defeituoso, poderá o exequente requer ao juiz, no prazo d e15 (quinze) dias, que o autorize a concluí-la à custa do contratante.

Obrigação fungível < Exequente pode requerer ao juiz, no prazo de 15 (quinze) dias, que o autorize a concluí-la ou a repará-la à custa do contratante (terá preferência de oferta o exequente em relação ao terceiro – art. 820 CPC/2015

12. EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA – ARRESTO, PENHORA, AVALIAÇÃO, EXPROPRIAÇÃO DE BENS - (arts. 824/909, CPC);

12.1 Aspectos gerais

Expropriação dos frutos e rendimento de empresa ou estabelecimento – O regime anterior, com a redação fixada pela Lei 11.382/2006, estabelecia três modalidades de expropriação: adjudicação, alienação e usufruto sobre o bem móvel ou imóvel. Esse último mudou, tendo sido ampliado. Agora, mais do que a constituição de usufruto, admite-se expressamente também que o credor satisfaça seu crédito mediante a apropriação de frutos e rendimento gerados por empresas ou estabelecimento

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Honorários de advogado – O piso dos honorários passa a ser de 10% (dez por cento). Ao despachar a inicial o juiz não poderá fixar menos (e nem mais, é o entendimento). Caso o executado pague integralmente a dívida em até (três) dias, esse valor será reduzido pela metade. Ainda assim, o percentual inicial poderá ser majorado pelo órgão judicial. A hipótese principal é a rejeição dos embargos à execução, embora não seja a única. A majoração poderá ocorrer até sem o oferecimento de reação, dependendo da extensão e complexidade do trabalho do advogado do exequente.

Averbação da existência da execução - O mecanismo do art. 615-A do CPC/1973 foi aprimorado. Agora não basta mais o mero ajuizamento da execução. A inicial terá de ser admitida e processada pelo órgão judicial. Aí o exequente poderá extrair certidão atestando esse fato, averbando-o perante registro de imóveis, veículos ou outros nos quais constem bens do devedor. Em seguida, terá 10 (dez) dias para apontar nos autos todas as averbações realizadas.

Uma vez concretizada a penhora em extensão suficiente para garantir a satisfação do crédito, caberá ao exequente providenciar o cancelamento das averbações sobre o patrimônio não constrito. Também terá 10 (dez) dias para fazê-lo. Caso contrário, o juiz poderá determinar tal providencia de ofício. È Importantíssimo, porém, estar atento a esse prazo, porque o exequente indenizará os prejuízos que essa sua desídia der causa.

Citação e fluência do prazo de pagamento – O prazo para pagar é o mesmo do regime anterior: 3 (três) dias. Ficou expressamente definido, agora, o termo inicial de sua contagem: o recebimento do mandado de citação e não sua juntada aos autos (art. 829/CPC).

12.2 Arresto, Penhora e Avaliação

Arresto - A estrutura do arresto é semelhante à do regime anterior. Três

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vezes que o executado será procurado pelo oficial de justiça nos dias seguintes à efetivação do arresto: agora serão 2 (duas) vezes e não (três), como no CPC/1973. A segunda, é a expressa permissão para se realizar a citação por hora certa na execução, e a última, a citação por edital exige a frustração das tentativas de citar o executado pessoalmente e por hora certa.

Conversão do arresto em penhora independentemente de termo - Cumpridos os procedimentos para citação do executado, o arresto se converterá em penhora, independentemente da lavratura de outro termo (art. 830, § 3º).

Impenhorabilidade de créditos decorrentes da alienação de unidades imobiliárias (art. 833, XII) – Não se tornou impenhorável qualquer crédito proveniente da alienação de unidades imobiliárias. Em linhas gerais, o crédito deve decorrer de obra instituída em regime de incorporação e, além disso, sua destinação estar atrelada à execução da obra. Para tanto, exigi-se a prévia constituição de um patrimônio de afetação por parte do incorporador, o qual precisa ter sido averbado no regime de imóveis (art. 32-B da Lei 4.591/1964).

Ainda assim, a só constituição desse patrimônio não torna impenhorável a integralidade dos recursos porventura auferidos com toda e qualquer venda de unidades imobiliárias afetadas. Protegida está apenas aquela parcela do crédito indispensável ao pagamento ou reembolso das despesas inerentes à incorporação.Aquilo que exceda esse limite (como, p. ex., eventuais lucros a serem embolsados pela incorporadora com a alienação), não conta, a a partir dessa perspectiva, com a proteção da impenhorabilidade (art. 31-A, §8º, da Lei 4.591/1964).

Possibilidade de penhora de verba salarial superior a 50 salários mínimos - Flexibiliza-se a penhora de remuneração mensal. Embora, como regra, o salário continue impenhorável, admite-se sua constrição em duas hipóteses: para satisfazer prestação alimentícia e quando a remuneração do devedor for maior do que o equivalente a 50 (cinqüenta) salários mínimos. No caso dos alimentos, a penhora do salário deve observar a limitação imposta pelo art. 529, § 3º (a verba

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penhora, somada à prestação vincenda, não pode ultrapassar cinqüenta por cento dos ganhos líquidos do devedor. Já nas remunerações superiores a cinqüenta salários mínimos, a contrição pode ocorrer para satisfação de crédito de qualquer natureza. Deve-se apenas atentar-se ao limite: é possível a penhora daquilo que sobejar os cinqüentas salários mínimos de receita mensal do devedor.

A prioridade do dinheiro na ordem preferencial de bens penhoráveis – Para alguns, o texto do art. 835, § 1º, tornaria superada a orientação da súmula 417 do STJ. Assim, havendo dinheiro disponível, este teria prioridade para ser penhorado, mesmo existindo outros bens disponíveis do devedor. Porém, não é o entendimento majoritário de que haja essa prioridade. Pois o dispositivo não afasta a incidência do princípio da menor onerosidade da execução, motivo pelo qual esse caráter prioritário não pode ser tido como absoluto. Pode ser relativizado na forma do art. 829, § 2º, CPC.

Fiança bancária e seguro garantia judicial equipara-se a dinheiro – O CPC/2015 encerrou a polêmica na jurisprudência recente do STJ. Agora, com o art. 835, § 2º, essa controvérsia está superada. Ambos foram equiparados a dinheiro. Assim, preenchidos os requisitos previstos no dispositivo (não ser o valor inferior ao do débito e estar acrescido de trinta por cento), a substituição agora não pode recusada ou indeferida.

O executado como depositário provisório dos bens arrolados pelo oficial de justiça (art. 836, § 2º) - Na falta de bens penhoráveis o oficial de justiça inventariará os que guarnecem a residência ou estabelecimento comercial do executado. Elaborada a lista e para assegurar que o devedor não se desfaça do ali arrolado, será nomeado “depositário provisório” de tudo até outra deliberação por parte do órgão judicial.

Depositário dos bens penhorados – Merece destaque a previsão de que os bens imóveis rurais, bem como máquinas e utensílios em geral necessários à atividade

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portanto, o devedor não deve ser desapossado até a expropriação. Já em relação aos móveis e imóveis urbanos, a regra é a de que sejam destinados ao depositário (§ 1º). Ou seja, mantê-los nas mãos do executado dependerá ou da falta de depositário judicial ou da recusa/desinteresse do exequente em exercer tal tarefa.

Intimação da penhora na pessoa do advogado ou da sociedade da qual faça parte (art. 841) – Caso a penhora seja formalizada na presença do executado, este se reputa intimado do ato ali mesmo, devendo o oficial de justiça certificar o corrido. Ausente o executado, sua intimação, então ocorrerá na pessoa de seu advogado ou, até mesmo, na pessoa da sociedade de advogados à qual pertença.

Não se exige, portanto, a intimação pessoal. Esta somente será necessária, no caso de o executado não contar com advogado constituído nos autos. Mesmo aí, a comunicação se dará, preferencialmente, pela via judicial.

Veículo automotor: penhora por termo nos autos (art. 845, § 1º) - O CPC/1973 permitia a penhora de imóveis por termo nos autos. Isto é, indicado o bem, o oficial de justiça lavra a constrição, que em seguida deve ser anotada no respectivo registro. Isso agora também foi estendido aos veículos automotores.

Havendo a comprovação de que o devedor é proprietário do veículo, o auto de penhora poderá ser lavrado independentemente de sua retomada pelo oficial de justiça. Lavrado o termo, a penhora deve ser anotada no registro competente, para presunção absoluta de ciência de terceiros (art. 844). O exequente pode requisitar a entrega (ou retomada coercitiva), para o depositário judicial ou a seus próprios cuidados (art. 840, § 1º).

Penhora eletrônica (on line) de dinheiro (art. 854, CPC) – O CPC estabelece procedimento para realização da chamada penhora „on line‟ ou „via BACENJUD‟. Há a salutar previsão de contraditório, possibilitando ao executado manifestar-se sobre possíveis excessos antes da concretização da penhora, bem como a responsabilização civil da instituição financeira depositária, no caso de eventual desídia. Veja a seguir.

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 Penhora „on line‟: fase de indisponibilidade - Sem ouvir o executado, o órgão judicial comandará pela via eletrônica á autoridade competente o pedido de indisponibilidade de ativos financeiros do executado, suficientes para garantir a satisfação do crédito. O bloqueio indistinto poderá gerar excessos, sendo desejável que o próprio juiz os perceba e corrija de ofício. Eventual ordem de desbloqueio deverá ser cumprida pelas instituições financeiras depositárias no prazo de 24 (vinte quatro) horas. Concretizada a indisponibilidade, o executado será intimado para se manifestar. A intimação será destinada a seu advogado (caso já constituído nos autos). Apenas na ausência de defensor a intimação será pessoal.

 Penhora „on line‟: fase do contraditório – O executado terá (cinco) dias para se manifestar a respeito da indisponibilidade. Trata-se de providencia acertada.

Nesse prazo poderá demonstrar ao órgão judicial ou a impenhorabilidade dos recursos bloqueados ou o próprio excesso do bloqueio. Outras questões de ordem pública também poderão vir a ser ali veiculadas, como a própria inviabilidade da execução decorrente, p. ex., da inexigibilidade do crédito.

Penhora „on line‟: momento da concretização – Analisada a manifestação do executado (ou no caso de sua ausência), o órgão judicial determinará, se for o caso, a penhora dos valores necessários à satisfação do crédito. Não será necessário lavrar-se termo específico. A indisponibilidade inicialmente comandada se converterá em penhora, devendo o órgão judicial requisitar à instituição financeira depositária que transfira em 24 (vinte e quatro) horas os valores para a conta judicial.

Penhora „on line‟: responsabilidade da instituição financeira - Outra inovação é a expressa responsabilidade da instituição financeira por sua conduta ao longo do procedimento. Responderá civilmente pelos prejuízos que causar, caso não atenda às determinações judiciais, no prazo estabelecido na lei, normalmente de 24 (vinte e quatro) horas: a) para desbloquear valores excessivos, cancelar

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e os prejuízos de que dela decorram, a instituição financeira depositária fica sujeita a indenizar a parte prejudicada.

Penhora de quotas ou ações (art. 861) – Há procedimento específico para viabilizá-la. Possibilita-se que, dentro de determinado prazo (não superior a três meses), os sócios ou a própria sociedade adquiram as quotas penhoradas. Do contrário, poderá haver tanto a liquidação dessas quotas ou ações (depositando-se em juízo o valor apurado), como, excepcionalmente, leilão judicial para aliená- las.

Penhora de empresa (art. 852) – Somente será levada a efeito, “se não houver outro eficaz para efetivação do crédito” (art. 865). Havendo a penhora, o juiz então nomeará administrador-depositário (enquanto no regime anterior, indicaria apenas o depositário).

Penhora de edifício em construção sob o regime de incorporação imobiliária (art.862, §§ 3º e 4º) – Admite-se a penhora apenas das unidades imobiliárias ainda não comercializadas pelo incorporador. A administração d obra poderá ser transferida a uma comissão de representantes dos adquirentes ou, sendo o empreendimento viabilizado por financiamento bancário, por representante indicado pela instituição financiadora. Não se perca de vista, ainda, que os créditos oriundos da venda das unidades imobiliárias conta com impenhorabilidade (art. 833, XII), dentro dos limites, fixados pelo art. 31-A, § 8º, da Lei 4.591/1964).

Penhora de faturamento da empresa (art. 866) – Caberá ao órgão judicial estabelecer qual percentual do faturamento da empresa é passível de penhora. O número não poderá ser expressivo e ponto de inviabilizar suas atividades, nem modesto a ponto de prolongar o pagamento para além do “tempo razoável”. No caso concreto, a capacidade financeira da empresa e o valor do crédito deverão ser considerados pelo órgão judicial. Importante salientar, ainda, o caráter

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subsidiário dessa medida: terá lugar apenas diante da ausência de outros bens penhoráveis ou da dificuldade de alienar aqueles existentes.

Penhora de frutos e rendimentos de bem móvel ou imóvel – O órgão judicial nomeará administrador-depositário, que poderá ser uma das partes ou terceiro.

Esse submeterá à aprovação judicial seu plano de gestão, assim como prestará contas regularmente. O executado, nesse período, perderá o direito de gozo sobre o bem, até a quitação integral da dívida, incluindo honorários. Efetivada a constrição, caberá ao exequente averbá-la no respectivo registro, independentemente de mandado judicial.

Avaliação: utilização de estimativas divulgadas em pesquisa – O dispositivo incorpora ao processo ferramenta muito utilizado no comércio de veículos automotores. A mais conhecida chamada “Tabela Fipe”. Estimativas como essa poderão ser agora empregadas para apuração de valor de bens penhorados, tornando, com isso, dispensável a avaliação judicial. O contraditório deve ser respeitado e eventual impugnação será decidida pelo órgão judicial.

12.3 Expropriação de Bens

Adjudicação (art. 876) – Exigi-se a intimação do executado para manifestar-se a respeito do pedido. No caso de penhora de quotas ou de ação de sociedade anônima de capital fechado, esta também será intimada. Passados 5 (cinco) dias da intimação do último interessado, o órgão judicial decidirá as questões e, se for o caso, ordenará a lavratura do auto de adjudicação.

Remição pelo executado no caso de penhora de bem hipotecado (art. 877, §§ 3º 3 4º) – Os dispositivos devem ser interpretados em harmonia com os arts. 1.482 e 1.483 do Código Civil.

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Nova possibilidade de requerer a adjudicação (art. 878) – Frustrada a alienação judicial, permite-se que o interessado requeira (ou reitere, se já o tiver feito antes) a adjudicação do bem penhorado.

Alienação por iniciativa particular ou por leilão judicial (art. 879) – São duas modalidades de alienação, sendo que a primeira prefere a segunda.

Leilão judicial: preferência pela via eletrônica – Apenas na impossibilidade de realizá-lo por meio eletrônico é que se adotará a forma presencial (art. 882). O encargo caberá a leiloeiros públicos, como no mínimo 3 (três) anos de experiência profissional (art. 889, § 3º, CPC/2015 – no regime anterior exigia-se (cinco) anos.

Todavia, nas localidades desprovidas de leiloeiro credenciado a escolha caberá ao exequente (art. 880, § 4º). A alienação pela via eletrônica observará a regulamentação especifica fixada pelo CNJ, as exigências de publicidade, autenticidade e segurança, bem como as regras sobre certificação digital (art. 882,

§§ 1º e 2º).

Edital e sua divulgação (arts. 886 e 887) – O texto do edital será publicado com no mínimo 5 (cinco) dias de antecedência da data designada para o leilão. Essa publicação ocorrerá, preferencialmente, em site indicado pelo juiz da execução.

Somente se isso não for possível ou se tal divulgação revelar-se insuficiente para o caso concreto (p. ex. localidade da execução), o edital será publicado ao menos uma vez em jornal de grande circulação, bem como afixado no local de costume na sede do juízo. O órgão judicial, porém, poderá determinar outras formas de divulgação, tanto via internet quanto por meio de emissora de rádio ou televisão. Cabe ao órgão judicial avaliar a divulgação mais adequada para o leilão.

Certificação a respeito da alienação judicial (art. 889) _ Tanto o executado, quanto terceiros titulares de algum direito real sobre o bem levado a venda (assim como o Poder Público, no mesmo caso de bem tombado), devem ser intimados a respeito da realização da alienação. A antecedência mínima é de 5 (cinco) dias.

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Cerificação do executado revel – Não basta apenas a revelia para tornar desnecessária essa cientificação. É preciso que o executado ou não tenha advogado constituído nos autos ou seu endereço seja desconhecido. Nesse cenário, a intimação será tida como realizada mediante a divulgação do próprio edital do leilão.

Limitação de quem pode dar lance (art. 890) – No que se refere ao juiz, membros do Ministério Público e da Defensoria Pública, escrivães e auxiliares da justiça em geral, a limitação se circunscreve à “localidade onde servirem ou a que se estender a sua autoridade” (inc. III). Os servidores públicos em geral não podem dar lance para arrematar bens provenientes de pessoa jurídica a que servirem. O leiloeiro e seus prepostos também estão proibidos de tentar arrematar bens cuja venda estejam encarregados, assim, como os advogados de quaisquer das partes.

Preço vil (art. 891, parágrafo único) – São dois os critérios definidos fixados pelo CPC. Tendo o órgão judicial fixado preço mínimo para a arrematação, será considerado „vil‟ qualquer valor inferior àquele limite. Caso, porém, não exista essa limitação inicial, então „vil” será o lance inferior a 50% 9cinquenrta por cento) do valor da avaliação.

Possibilidade de aquisição parcelada de bens móveis e imóveis (art. 895) – No regime anterior admitia-se ofertas para aquisição parcelada de bem imóvel penhorado. Essa possibilidade foi agora estendida também para os bens móveis. O pagamento inicial será de no mínimo 25% (vinte e cinco por cento) do valor do lance e o restante parcelados em até 30 (trinta) meses. Tratando-se de bem móvel, o parcelamento será garantido por caução e, de imóvel, por hipoteca. Há multa para o caso de atraso (§ 4º) e o arrematante poderá será executado nos próprios autos em que se operou a aquisição no caso de inadimplemento (§ 5º). A mera apresentação de proposta, por sua vez, não tem o condão de suspender a realização de leilão já designado (§ 6º).

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Vícios que possam comprometer a arrematação e a via adequada para arguí-los (art. 903) - Deverão ser suscitados nos autos em até 10 (dez) dias após o aperfeiçoamento da arrematação (§ 2°). Depois disso, eventual impugnação somente poderá ser suscitada por meio de ação autônoma, figurando o arrematante como litisconsorte necessário (§ 4º).

12.4 Cronograma Conceitual

Execução por Quantia Certa realiza-se pela expropriação de bens do executado, ressalvadas as execuções especiais.

< A expropriação consiste em:

 Adjudicação

 Alienação

Apropriação de frutos e rendimentos de empresa ou de estabelecimento e de outros bens

< Antes de adjudicados ou alienados os bens, o executado pode, a todo tempo, remir a execução, pagando ou consignando a importância atualizada da dívida, acrescida de juros, custas e honorários advocatícios.

Execução por Quantia Certa realiza-se pela expropriação de bens do executado, ressalvadas as execuções especiais.

< Ao despachar a inicial, o juiz fixará, de plano, os honorários advocatícios de 10% (dez por cento), a serem pagos pelo executado.

O executado será citado para pagar a dívida no prazo de 3 (três) dias, contado da citação

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 Do mandado de citação constarão, também, a ordem de penhora e a avaliação a serem cumpridas pelo oficial de justiça tão logo verificado o não pagamento no prazo assinalado, de tudo lavrando-se auto, com a intimação do executado.

 A penhora recairá sobre os bens indicados pelo exequente, salvo se outros forem indicados pelo executado e aceitos pelo juiz, mediante demonstração de que a contrição proposta lhe será menos onerosa e não trará prejuízo ao exequente.

O executado será citado para pagar a dívida no prazo de 3 (três) dias, contado da citação

< Se o oficial de justiça não encontrar o executado, arrestar-lhe-á tantos bens quantos bastarem para garantir a execução.

< Nos 10 (dez) dias seguintes à efetivação do arresto, o oficial de justiça procurará o executado 2 (duas) vezes em dias distintos e, havendo suspeita de ocultação, realizará a citação por hora certa, certificando pormenorizadamente o ocorrido

< Incumbe ao exequente requerer a citação por edital, uma vez frustradas a pessoal e a com hora certa

< Aperfeiçoada a citação e transcorrido o prazo de pagamento, o arresto converter-se-á em penhora, independentemente de termo.

13. LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA - (Arts. 509/512, CPC)

Legitimidade do devedor – O devedor, à Luiz do CPC, também tem legitimidade para pedir a liquidação da sentença.

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Pareceres técnico-científicos – Pareceres apresentados pelas partes na liquidação por arbitramento, se forem considerados pelo juiz como provas suficientes, podem liberá-las da produção de prova pericial.

Decisão parcial de mérito – É possível a liquidação de decisão parcial de mérito.

Pedido genérico – sentença líquida – Ainda que a parte tenha formulado pedido genérico, deverá a decisão ser líquida, definido a extensão da obrigação, determinando o índice de correção do valor da moeda, taxa de juros, termo a quo e eventual periodicidade de capitalização de juros (art. 491).

13.1 Cronograma Conceitual

LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA

< Interessado apresenta petição para que seja processada a liquidação:

 Juiz intimará as partes para apresentação de pareceres ou documentos elucidativos e, caso possa decidir de plano, proferirá decisão sobre a liquidação (art.510 do CPC/2015).

 Juiz intimará as partes e caso não possa decidir de plano (após a apresentação de pareceres ou documentos elucidativos nomeará perito (art. 510 do CPC/2015).

 Nomeado o perito, o juiz observará, no que couber, o procedimento d aprova pericial (art. 465 e 477 do CPC/2015).

 Juiz profere decisão interlocutória sobre a pretensão liquidatória.

LIQUIDAÇÃO PELO PROCEDIMENTO COMUM

< Interessado apresenta petição para que seja processada a liquidação

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 Juiz determinará a intimação do requerido, na pessoa de seu advogado ou da sociedade de advogados a que estiver vinculada, para, querendo, apresentar contestação no prazo de 15 dias, observando-se,a seguir, no que couber, o disposto nos arts. 318 a 770 – Procedimento Comum e demais procedimentos do Livro I da Parte Especial do CPC/2015 (art. 511 do CPC/2015).

 Findo o procedimento previsto no art. 511, o juiz proferirá decisão interlocutória sobre a pretensão liquidatória.

LIQUIDAÇÃO POR ABRITAMENTO

< Requerimento do credor ou devedor (art. 509, CPC/2015).

 Juiz intimará as partes para a apresentação de pareceres ou documentos elucidativos e, caso possa decidir de plano, proferirá decisão sobre a liquidação (art. 510 do CPC/2015).

 Juiz intimará as partes e caso não possa decidir de plano (após a apresentação de pareceres ou documentos elucidativos) nomeará perito (art. 510 do CPC/2015).

 Nomeado o perito, o juiz observará, no que couber, o procedimento da prova pericial (art. 465 e 477 do CPC/2015).

 Juiz profere decisão interlocutória sobre a pretensão liquidatória.

14. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA (ARTS. 513/538 DO CPC/2015) 14.1 Disposições gerais

Sentença que reconhece dever de pagar quantia e princípio dispositivo – O cumprimento de sentença para cobrança de quantia certa. quer provisória ou definitiva, depende de requerimento da parte interessada. Permanecendo silente

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ano, exigirá a intimação pessoal do executado para o início do procedimento executivo.

Intimação do devedor para cumprimento da sentença (art. 513, § 2º) – A regra geral é a de que seja intimado na pessoa de seu advogado constituído nos autos. Não é, porém, a única alternativa. Outras vias de intimação podem ter lugar, como a por carta (quando representado pela Defensoria Pública ou não tiver procurador constituído), por meio eletrônico (também na falta de procurador e havendo o cadastro na forma do art. 246, § 1º) e por edital (quando citado por essa via na fase de conhecimento e lá tendo permanecendo revel).

Importância de se manter atualizados os endereços para receber comunicações – O CPC em vários cenários, presume realizada a comunicação quando enviada ao endereço físico ou eletrônico da parte registrado no processo (art. 274). Não é diferente no cumprimento de sentença. Caso a parte mude um desses endereços e não comunique nos autos a alteração, as intimações porventura direcionadas àquele desatualizado poderão ser presumidas como efetivadas.

Intimação do executado após 1 (um) ano do trânsito em julgado – Caso o interessado não requeira o início do cumprimento de sentença dentro de um ano, contado do trânsito em julgado, ao fazê-lo depois o executado deverá, então, ser intimado pessoalmente, por via postal (art. 513, § 4º). Não caberá, portanto, a intimação de seu advogado, por mais que mantenha, nos autos, seus poderes de representação.

Cumprimento de sentença contra fiador e outros co-responsáveis – Somente poderão ser sujeitados a cumprir a condenação se tiverem participação da fase de conhecimento.

Título executivo judicial: decisões que reconheçam a exigibilidade de obrigação (art. 515, I) - O CPC ajusta a definição legal ao prover que o título executivo judicial, por excelência, não é mais a “sentença de mérito” (tal qual o fixado o regime revogado). Com as decisões antecipatórias de tutela e as chamadas

“interlocutórias de mérito”, cuja satisfação sempre ocorreu por meio da atuação executiva da jurisdição, não fazia mais sentido restringir à sentença o conceito de título judicial. Assim as decisões (interlocutórias ou final), na qual haja o

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reconhecimento da exigibilidade da obrigação de pagar, fazer, não fazer ou entregar coisa, contam com eficácia executiva e, portanto, estão encartadas na definição legal de título executivo judicial.

Título executivo judicial: decisão interlocutória estrangeira (inc. IX) – Contra expressamente com eficácia executiva e seu cumprimento, no Brasil, ocorrerá por meio de expedição de carta rogatória (art. 960, § 1º).

Possibilidade de se levar a protesto a decisão judicial transitada em julgado (art.

517) – O CPC passa não só a admitir o protesto de títulos judiciais, como também estabelecer procedimento para tanto. Após transcorrido o prazo para pagamento voluntário, o exequente poderá extrair certidão de inteiro teor da decisão, a qual será apresentada ao cartório de protesto. A pendência de ação rescisória contra o título judicial poderá ser anotada à margem do protesto. Valendo lembrar, ainda, a possibilidade de, concomitantemente, inserir-se o nome do executado nos cadastros de proteção ao crédito (art. 782, § 5º).

Questões relacionadas com a validade do procedimento e dos atos executivos podem ser argüidas por simples petição (art. 518) – Inspirado na “exceção/objeto de pré-executividade” surgida no regime anterior, permite-se que questões relacionadas com a validade em si da instauração do procedimento de cumprimento de sentença, bem, como doa atos de execução posteriores, sejam suscitadas por simples petição.

As regras do cumprimento de sentença se aplicam, no que couberem, à efetivação da tutela provisória (art. 519) – A tutela executiva da jurisdição não se manifesta apenas por meio do cumprimento de sentença. Os atos do Estado-juiz no sentido de tornar concreto determinado comando judicial são manifestação de sua atuação executiva. Por isso e sempre que couber, poderá valer-se de mecanismos típicos do cumprimento de sentença: multa, arresto, sequestro etc.

14.2 Cumprimento Provisório da Sentença que Reconhece a Exigibilidade de Obrigação de Pagar Quantia Certa – (Art. 520/522, CPC).

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Reação do executado no cumprimento provisório de sentença – Mesmo diante da provisoriedade da execução, ao executado é oportunizada a possibilidade de reagir (art. 520, § 1º). Na verdade, o executado deve reagir (apesar de o dispositivo mencionar que poderá fazê-lo “se quiser”), pois uma vez convertida em definitiva a execução, apenas questões supervenientes poderão ser suscitadas (art. 525, § 11) ou aqueles relacionadas com a validade da execução e de atos executivos (art. 518).

Multa e honorários de advogado no cumprimento provisório – Agora admite-se a incidência de ambos, apesar da provisoriedade (art. 520, § 2º). A jurisprudência consolidada do STJ era em sentido oposto. Com essa inovação, caso a condenação, ao final, venha a ser revertida ou modificada, o exequente, também seu advogado (na porção dos honorários), terão de ressarcir o devedor prematuramente cobrado.

Possibilidade de depósito do valor e isenção da multa – Na execução provisória o executado pode isentar-se da multa. Terá de comparecer “tempestivamente” aos autos e “depositar” o valor (art. 520, § 3º). Não há uniformidade de entendimento sobre se esse depósito afastaria em definitivo a multa, no caso de a execução torna- se definitiva. Alguns entendem que sim, mas apenas se, diante da consolidação do resultado final, o depósito for revertido em pagamento pelo executado. Não o sendo, na execução definitiva a multa deverá, então, ser acrescida na forma do art. 523, § 1º.

Restituição ao estado anterior no cumprimento provisório – Caberá ao exequente ressarcir todos os prejuízos gerados pela antecipação da execução. A restituição do executado ao estado anterior, porém, sofre limitações. Sem prejuízo do ressarcimento integral, atos que na execução provisória tenham implicado transferência de posse, propriedade ou modificação de outro direito real, não serão desfeitos.

Aplicação subsidiária às obrigações de fazer/não fazer e entrega de coisa – O procedimento para o cumprimento provisório para obrigação de pagar quantia, se aplica, também, a essas outra modalidades de obrigação, respeitadas as respectivas particularidades.

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Dispensa de caução: crédito alimentar “independentemente de sua origem” – A dispensa de caução é medida excepcional. Quando se tratar de crédito alimentar, presume-se a necessidade para tanto. O dispositivo abrange créditos com essa natureza, independentemente da origem (tal qual, p. ex. os honorários de advogado – art. 85, § 14). Alem disso, não fixa limite máximo para o levantamento, tal qual o fazia o regime anterior. Nada impede, porém, que o órgão judicial, diante das peculiaridades do caso concreto e a partir de seu poder gral de cautela, restrinja dispensa de caução e apenas parcela crédito.

Dispensa de caução: decisão em harmonia com entendimento jurisprudencial consolidado – A dispensa pode ser comanda quando a sentença estiver em harmonia com súmula dos tribunais superiores (STF/STJ) ou em conformidade com entendimento fixado no julgamento de recursos repetitivo. Há, aqui, notável probabilidade de manutenção da decisão, recomendado a dispensa.

Manutenção obrigatória de caução – Em qualquer situação, mesmo que presentes requisitos, em princípio, liberadores da caução, esta deverá ser mantida quando, a partir do caso concreto, a expropriação sem garantia de reversibilidade ensejar manifesto risco de vir a gerar danos ao executado, de difícil ou incerta possibilidade de reparação (art. 521, parágrafo único).

14.3 Cumprimento Definitivo da Sentença que Reconhece a Exigibilidade de Obrigação de Pagar Quantia Certa - (Art. 523/527, CPC).

Multa e honorários no cumprimento definitivo – Caso não ocorra o pagamento voluntário incidirão multa e honorários, cada um deles no percentual de 10% (dez por cento) sobre o valor cobrado na execução. Não há exatamente novidade em relação ao regime anterior, a não ser a prefixação dos honorários, que agora, obrigatoriamente, deverão observar o patamar estabelecido no dispositivo (art. 523,

§ 1º).

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demonstrativo descrevendo não só o valor de seu crédito, mas os encargos que compõe e como foi obtido (art. 524), especialmente: a) o índice de correção monetária; b) a taxa de juros aplicada; c) o termo inicial de incidência desses encargos; d) a modalidade de capitalização dos juros (simples ou composta), se for o caso; e) descontos obrigatórios que tenham sido aplicados. Providencia idêntica se exige em relação à execução por título executivo extrajudicial (art. 798, parágrafo único).

Verificação prévia dos cálculos pelo juiz – Tal qual permitia o regime anterior, (art.

475-B CPC/1973), o órgão judicial pode se valer de contador para avaliar a consistência dos cálculos apresentados pelo exequente (art. 524, § 2º).

Inicio do prazo para oferecer impugnação – Não se exige mais a concretização e intimação da penhora para deflagrar o início do prazo para oferecer impugnação.

Agora a contagem se inicia automaticamente, após o escoamento do prazo conferido ao executado para pagamento (art. 525).

Prazo em dobro para impugnar – Há previsão expressa (art. 525, § 3º). Vale ressaltar que o tratamento, na execução lastreada em título extrajudicial, é o oposto.

Lá não se admite o prazo em dobro para os executados, mesmo representados por procuradores diferentes (art. 915, § 3º).

Alegação de excesso de execução – Além de quantificar o excesso, o executado também deverá (i) declarar de imediato o valor que entende devido e, além disso, (ii) apresentar cálculo demonstrando a pertinência desse número (art. 525, § 4º). A importância da observância desses dois requisitos se sobreleva na prática, porque na ausência de qualquer deles a alegação de excesso será liminarmente rejeitada (art.

525, § 5º).

Atribuição de efeito suspensivo à impugnação – Tal qual o regime anterior, o oferecimento de impugnação, por si só, não suspende a execução. Para que se lhe atribua efeito suspensivo, é preciso o concurso de quatro requisitos: (i) requerimento do executado; (ii) garantia de satisfação do crédito Conrado; (iii) relevância dos fundamentos apresentados na impugnação e; (iv) manifesto risco de dano irreparável ou de difícil reparação (art. 525, § 6º). Valendo lembrar, que mesmo

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durante a suspensão, serão permitidos atos de redução, reforço ou substituição de penhora, além daqueles necessários para avaliação dos bens constritos.

Questões supervenientes à impugnação – Transcorrido o prazo para impugnação, questões supervenientes, relacionadas com a validade e adequação de atos executivos posteriores, poderão ainda ser trazidos pelo executado. Deverá fazê-lo por meio de petição simples e no prazo de 15 (quinze) dias da ciência do fato ou intimação do ato (art. 525, § 11). Paralelamente a isso e de mineira ainda mais ampla, todas as questões relacionadas com a validade do procedimento poderão ser trazidas pelo executado a qualquer tempo (art. 518).

Título fundado em ato normativo considerado inconstitucional – O direito registrado no título executivo poderá vir a ser considerado inexigível, caso tenha se baseado em ato normativo considerado inconstitucional pelo STF; O CPC inova ao dispor que tal declaração pode decorrer tanto de controle abstrato de constitucionalidade, quanto do difuso. O primeiro conta com eficácia erga omnes,enquanto o outro apenas inter partes. A doutrina se inclina a admitir que a declaração em controle difuso somente pode gerar a inexigibilidade tratada no (art.

525, § 12), se a partir dela o senado tiver suspendido a execução da regra (art. 52, X, da CF/1988). Do contrário, não se poderia atribuir eficácia erga omnes a decisão que se limita a valer entre as partes do processo no qual foi pronunciada. Além disso, o CPC também estabelece que a decisão do STF declarando a inconstitucionalidade deve ter sido pronunciada antes do trânsito em julgado da decisão exeqüenda (art. 525, § 14). Caso seja posterior, aí o título judicial preserva sua eficácia executiva e deve ser impugnado, então, por meio de rescisória. O prazo para ajuizá-la inicia-se com o trânsito em julgado da decisão do STF (art. 526, § 15).

Cumprimento espontâneo da condenação – O devedor pode tomar a iniciativa de cumprir a obrigação, depositando em juízo o valor devido segundo os contornos fixados pelo título executivo. Isso afasta a incidência da multa e honorários sobre o valor depositado. Caso o credor discorde, a execução prosseguirá pela diferença,

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muito expressiva, dependendo do caso). Entende-se que a possibilidade de reação deve ser preservada, sem o que esse mecanismo se tornará de todo inócuo.

14.4 Cumprimento da Sentença que Reconheça a Exigibilidade de Obrigação de Prestar Alimentos - (Art. 528/533, CPC).

O cumprimento de sentença que condena ao pagamento de prestação alimentícia – Já houve quem defendesse que as regras do cumprimento de sentença, inseridas no CPC/1973 pela Lei 11.232/2005, não se aplicariam à execução – por expropriação – da sentença de alimentos. O COM solucionou de vez a questão, pois disciplina expressamente, nos arts. 528 a 533, o cumprimento de sentença que condena ao pagamento de prestação alimentícia.

O cumprimento de decisão interlocutória que fixa alimentos – Solucionado mais essa antiga polêmica, o CPC estabelece a mesma disciplina para o cumprimento de sentença que condena ao pagamento de prestação alimentícia, e para o cumprimento de decisão interlocutória que fixa alimentos (art. 528, caput).

O protesto do pronunciamento judicial – O CPC prevê que o executado, em três dias contados de sua intimação, não efetue o pagamento, não prove que efetuou e nem justifique a impossibilidade de efetuá-lo, o juiz mandará protestar o pronunciamento judicial (art. 528, § 1º).

A justificativa da impossibilidade de adimplir – A justificativa do devedor não se confunde com a impugnação à execução, que poderá ser apresentada se o credor optar pela execução por expropriação. Trata-se, a justificativa, de defesa em qua se poderá alegar o pagamento ou qualquer dos meios de extinção da obrigação sem pagamento (como, por exemplo, a transação), ou a impossibilidade temporária de adimplir (art. 528, § 2º). E essa impossibilidade deve ser, efetivamente, temporária, porque a definitiva, que autorizaria a exoneração da obrigação alimentar, deve ser alegada em ação própria.

Execução por coerção pessoal – o prazo civil – A prisão civil do devedor de alimentos pode ser decretada pelo prazo de um a três meses (art. 528, § 3º). O CPC reproduziu a regra do CPC/1973 e, respeitados os critérios de hierarquia,

Referências

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