O reclamante opõe embargos de declaração ao acórdão prolatado por esta Eg. Turma, apontando omissões. Pede a correção dos vícios. É o relatório.

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(1)Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do Trabalho. A C Ó R D Ã O (Ac. 3ª Turma) GMALB/mm/AB/ls EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. DESCABIMENTO. Os embargos de declaração não autorizam o estabelecimento de diálogo entre as partes e o órgão jurisdicional, nunca viabilizando a modificação da substância do julgado, quando ausentes os vícios que a Lei, exaustivamente, enumera. A insatisfação com o resultado do julgamento demandará providências outras, segundo as orientações processuais cabíveis. Assim é que, opostos à deriva das situações a que se referem os arts. 1.022 do CPC e 897-A da CLT, nega-se provimento aos embargos de declaração.. Vistos, relatados e discutidos estes autos de Embargos de Declaração em Recurso de Revista com Agravo n° TST-ED-RRAg-877-38.2014.5.05.0016, em que é Embargante MILTON ALVES DE AZEVEDO JUNIOR e Embargada EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS - ECT. O reclamante opõe embargos de declaração ao acórdão prolatado por esta Eg. Turma, apontando omissões. Pede a correção dos vícios. É o relatório. V O T O ADMISSIBILIDADE. Presentes os pressupostos objetivos e subjetivos de admissibilidade, conheço dos embargos de declaração. MÉRITO. Firmado por assinatura digital em 30/06/2021 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP 2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.. Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 100434FBF156AC00DA.. PROCESSO Nº TST-ED-RRAg-877-38.2014.5.05.0016.

(2) fls.2. PROCESSO Nº TST-ED-RRAg-877-38.2014.5.05.0016 Alega o embargante a ocorrência de omissões no acórdão, mais especificamente quanto à questão relacionada ao termo final da pensão mensal e à existência de credencial sindical nos autos (documento de fl. 524), a fim de amparar o pedido de honorários advocatícios. Sustenta que “não houve pronunciamento sobre o pedido deduzido na petição inicial e reiterado no recurso de revista, no sentido de que o marco final do pagamento da pensão mensal vitalícia devida ao embargante é a data em que este completar 74,29 anos de idade, expectativa média de vida do brasileiro, conforme relatório do IBGE de 2012” (fl. 1.681). Assevera que, “ao afirmar que ‘o documento mencionado pelo autor (fl. 523) não revela que o sindicato profissional está assistindo o reclamante’”, esta eg. Corte deixou “de observar que, na verdade, o documento a que se refere o trabalhador é o constante das fls. 524 dos autos eletrônicos” (fl. 1.682). Sem razão. Nos termos do art. 897-A da CLT, caberão embargos de declaração nas hipóteses de “omissão e contradição no julgado e manifesto equívoco no exame dos pressupostos extrínsecos do recurso”. O art. 1.022 do CPC, por sua vez, estabelece que cabem embargos de declaração para: “I - esclarecer obscuridade ou eliminar contradição; II - suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento”. As alegações do embargante não se submetem a nenhuma das hipóteses de cabimento dos embargos de declaração, previstas nos arts. 897-A da CLT e 1.022 do CPC. Quanto ao termo final da pensão mensal, ao contrário do que alega o reclamante, inexiste qualquer insurgência específica da parte nas razões de recurso de revista. Vê-se que, naquela oportunidade, o autor concentrou toda a argumentação na questão relacionada ao percentual da pensão mensal, conforme se infere dos seguintes trechos (fls. 1.541/1.545): “Na hipótese de ser rejeitada a preliminar de nulidade do julgado por negativa de prestação jurisdicional, o presente recurso, ainda assim, merece ser conhecido e provido, pelos inúmeros elementos de mérito ensejadores da reforma da decisão regional, mormente para que deferida a pensão mensal no percentual de 100%, que corresponde ao trabalho para qual se inabilitou, pelas razões a seguir enumeradas e a majoração dos danos morais. [...]. Firmado por assinatura digital em 30/06/2021 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP 2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.. Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 100434FBF156AC00DA.. Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do Trabalho.

(3) fls.3. PROCESSO Nº TST-ED-RRAg-877-38.2014.5.05.0016 Ressalta-se que o artigo e 950 do Código Civil preveem a indenização nos casos em que o ofendido não possa exercer ofício ou profissão, à importância do trabalho para o qual se inabilitou, bem como o pagamento dos lucros cessantes. O referido artigo não prevê a redução do percentual da pensão em razão de o ofendido poder exercer outras funções além da qual se inabilitou, justamente em razão de reabilitação profissional. Data venia, a letra da lei é expressa ao afirmar que a pensão corresponderá à importância do trabalho para o qual a vítima se inabilitou, que no caso dos autos é 100%, uma vez que o Obreiro não mais poderá desempenhar as atividades de Carteiro Motorizado, não se referindo, assim, ao grau de culpa do ofensor. [...]. Ora, se o trabalhadora ficou impossibilitado – permanentemente -, de retornar ao cargo que exercia antes de se afastar em virtude de doença ocupacional (conforme consignado no próprio acórdão regional) por óbvio, é devida a remuneração referente aquele cargo, para qual habilitou e ganhou experiência durante os anos, posto que nunca mais poderá percebê-la, em virtude de sua incapacidade, sendo devido o percentual de 100%, sob pena de violação frontal ao artigo 950 do Código Civil. Assim, a decisão de primeiro grau, mantida pelo Tribunal Regional, no que se refere ao pagamento de pensão e lucro cessante viola de forma frontal os artigos 949 e 950 do Código Civil. Por essa razão, requer-se o conhecimento e provimento do recurso de revista, a fim de que seja deferido o pedido de indenização por pensão no percentual de 100%, lucros cessantes e indenização por danos emergente, decorrente do acidente de trabalho sofrido pelo Obreiro, sob pena de violação frontal aos arts. 949 e 950 do CC/2002.” (destaquei). Ademais, ressalte-se que, conquanto o reclamante mencione, ali, que “faz jus ao pagamento de pensão mensal no percentual de 100% da remuneração da referida função, que deve ser multiplicada pelo último salário recebido pelo Obreiro, com as gratificações e demais vantagens inerentes à função, pela quantidade de meses até o dia em que completaria idade referente a expectativa de vida do brasileiro, segundo o último senso realizado pelo IBGE, além do pagamento dos lucros cessantes eis que deixou de perceber a respectiva gratificação correspondente ao adicional de risco” (fl. 1.542/destaquei), em nenhum momento Firmado por assinatura digital em 30/06/2021 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP 2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.. Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 100434FBF156AC00DA.. Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do Trabalho.

(4) fls.4. PROCESSO Nº TST-ED-RRAg-877-38.2014.5.05.0016 trouxe fundamentos a amparar tal pedido, tampouco fez o cotejo analítico, nos moldes do art. 896, § 1º-A, da CLT, razão pela qual inexiste o alegado vício. No que concerne à existência nos autos de credencial sindical, constou expressamente da decisão ora hostilizada que: “Conforme se infere do trecho transcrito do acórdão regional, o autor não está assistido pelo seu sindicato. É de se notar que a procuração e o substabelecimento constantes a fls. 63/64 não evidenciam que os advogados ali indicados são representantes do sindicato profissional. Por outro lado, observa-se que o documento mencionado pelo autor (fl. 523) não revela que o sindicato profissional está assistindo o reclamante, tampouco outorga poderes aos patronos ali mencionados para atuarem na presente demanda.” Cumpre registrar que, conquanto haja uma divergência sobre o número da página (fl. 523 ou fl. 524), na qual consta o documento denominado “termo de autorização para assistência judiciária gratuita”, esta eg. Turma apreciou devidamente tal declaração, registrando de forma clara, na decisão embargada, que “o documento mencionado pelo autor (fl. 523) não revela que o sindicato profissional está assistindo o reclamante, tampouco outorga poderes aos patronos ali mencionados para atuarem na presente demanda”. Assim, o acórdão contém fundamentação explícita sobre os questionamentos suscitados, inexistindo, portanto, qualquer vício. Noto que a parte busca, na verdade, por via imprópria, rediscutir a matéria decidida. A argumentação exposta nos embargos revela a insatisfação com o resultado do julgamento. Ressalte-se que os embargos de declaração não autorizam o estabelecimento de diálogo entre as partes e o órgão jurisdicional, nunca viabilizando a modificação da substância do julgado, quando ausentes os vícios que a Lei, exaustivamente, enumera. A insatisfação com o resultado do julgamento demandará providências outras, segundo as orientações processuais cabíveis. Firmado por assinatura digital em 30/06/2021 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP 2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.. Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 100434FBF156AC00DA.. Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do Trabalho.

(5) Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do Trabalho. PROCESSO Nº TST-ED-RRAg-877-38.2014.5.05.0016 Opostos à deriva das situações a que se referem os arts. 1.022 do CPC e 897-A da CLT, nega-se provimento aos embargos de declaração. ISTO POSTO ACORDAM os Ministros da Terceira Turma do Tribunal Superior do Trabalho, por unanimidade, conhecer e negar provimento aos embargos declaratórios. Brasília, 30 de junho de 2021. Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001). ALBERTO BRESCIANI Ministro Relator. Firmado por assinatura digital em 30/06/2021 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP 2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.. Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 100434FBF156AC00DA.. fls.5.

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