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Rev. Bras. Enferm. vol.31 número4

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(1)

Bn, 31 : 96-07, 1978

DISTRIBUiÇÃO DE PACIENTES, SEGUNDO O

GRAU DE CUIDADO

*

J orge L orenz etti

BEn/06

LOENZI, J. - Distribuição de pacients segundo o grau de cuidado. ev. Bs. Enf.; DF, 31 : 498-507, 1978.

IRODUÇAO

3

ciências da área da saúde têm pre­

senciado nas últimas décadas um inten­

so e prodigioso desenvolvimento cienti­

fico e tecnológico, sem no entano, um

adequado acompanhameno dos serviços

que atendem a população, que em geral,

permanecem atrasados e orientados

como serviço de doença, mantendo a

maioria da população marginalizada dos

beneficios deste desenvolvimeno.

sta dicotomia entre saúde como "ci­

ência" e "serviços" exige das profissões

da área da saúde uma dedicação prio­

ritária na busca de um equ1librio entre

teoria e prática. O caminho para tal,

parece ser o da intensificação da pes­

quisa cientifica, como forma adequada

de sentir-se a realidade e a partir daí

planejar e executar uma intervenção que

modifique positivamente esta realidade,

em termos de saúde da população.

A enfermagem, como profissão de saú­

de, portanto, co-responsável por ela, e

ainda, em fase de consolidação e afir­

mação como ciência, precisa enfrentar

esta dicotomia, armada do espírito cien­

tifico para cumprir satisfatoriamente o

seu papel na sociedade atual. O conhe­

cimento cientifico guiará a prática de

enfermagem e esta promoverá o seu de­

senvolvimento como ciência.

:

dentro deste contexto maior que se

insere este trabalho, a busca do con­

creto conhecimento da prática que per­

mitirá a sua transformação.

O hospital, através dos tempos, pode

ser configurado em três faes distintas;

a primeira caracterizada como de "hor­

ror", foi a de inicio do hospital, local

onde os individuos indesejáveis da so­

ciedade e praticamente condenados,

eram confinados, nas piores condições

e

j ogadQs

à

própria sorte; a segunda sur­

giu com o desenvolvimento da medicina,

caracterizando o hospital como local

para tratamento de doentes e, foi deno­

minada fase de "doença", centrado na

(2)

OZI, J. - Disribuição de pacients seundo o r.U de cuidado. ev. Bs. Ef.;

DF, 31 : 46-57, 1978. .

doença, fase que aind. predomina em muitos, senão na grande maioria dos nossos hospitais até o momento; a ter­ ceira fase, caracteriza o que se chama de hospital modeno, que é a de "saúde", centrado na saúde e viso como uma instituição perfeitamente integrada na atenção à saúde da população, no sen­ tido preventivo, curativo e de reabilita­ ção, onde o indivíduo é considerado um ser humano integral e único para a as­ sistência. A idéia que melhor representa o hospital modeno é a de um centro de saúde, voltado para a promoção, pro­ teção, recuperação e -reabilitação da saú­ de, além do ensino e pesquisa.

O hospital atual busca a eficiência para atender bem um maior número de pessoas no menor tempo possível, por razões técnicas e econômicas. Isto, exige uma adequada organização do cuidado que favoreça e permita alcançar esta eficiência. A teoria do cuidado Progres­ sivo ao Paciente,. cPP, têm mostrado grande valor, neste sentido, permitindo uma organização do cuidado ao pacien­ te onde o ser humano é o centro la atenção, pois hierarquiza o cuidado em função das necessidades do cllente, sen­ do as necessidades da pessoa que de�r­ minam, em número e grau, a sua assis­ tência, inclusive, em termos do local para o atendimento, ou seja, atender o ser humano de forma certa, no momen­ to certo e no local certo. O PP hierar­ quiza o atendimento do hospital em três níveis: intensivo, intermediário e míni­ mo, colocando o hospital num sistema integrado de saúde, valorizando o tra­ balho domiciliar e ambulatorial, reco­ mendando que o atendimento em regime de intenação de pacientes com cuidado mínimo não ultrapasse os 15% do total de pacientes intenados. Assim, o cpp

pemite a racionalização do atendimen­

o e um efetivo rendimento quantitativo e qualitativo do hospital.

O contato com a teoria do cpp sem­ pre evidenciou para nós estes aspectos,

e neste trabalho, nos propomos a veri" ficar a utilização dos léitos do hospital, em termos do grau de cuidado dos pa­ cientes intenados, saber a distribuição dos pacientes por necessidade de aten­ ção. E, o instrumento de Jelinek et aill é que veio possibilitar esta verificação.

A enfermagem está intimamente re­ lacionada ao hospital, não se podendo conceber hospital sem enfermagem, e o próprio conceito de intenação impllca em necessidade de cuidados de enferma­ gem nas 24· horas do dia, sendo assim, é a prinCipal responsável pela organiza­ ção do cuidado, de onde, o seu interesse e necessidade deste tipo de trabalho.

Justifica-se ainda este estudo, pelo fato de, Florianópolis viver uma queixa generalizada pela superlotação dos seus hospitais, falta de leitos hospitalares e a necessidade de mais hospitais.

2 - OBVOS

- Identificar a distribuição dos pa­ cientes segundo o grau de cuidado num hospital geral de Florianópolis;

- Verificar a sistemática geral de atendimeno do mesmo hospital geral de Florianópolis.

3 -TOOGA

3 . 1 -

POPULAÇAO

Todos os pacientes intenados no hos­ pital geral de Florianópolis escolhido, cujas principaiS características são:

a) 242 leitos de intenação Assim dis­ tribuídos :

Unidade 1 - Clínica cirúrgica femi,ina

- 46 leitos;

Unidade 2 -Clínica médico-cirírgica

masculina - 11 leitos;

Unidade 3 -Terapia intensiva (I)

... 11 leitos ;

Unidade 4 - Clínica cirúrgica maseuli­ na - 61 leitos;

Unidade 5 - Clínica médica masculina -

51

leitos;

(3)

OZTI, J. - Distribuição de pacients segundo o grau de cuidado. ev. Brs. Ef.;

DF, 31 : 496-507, 1978.

Unidade 6 - Clínica médica femínina

- 46 leitos;

Unidade 7 - Clínica médico-cirúrgica mista - 16 leitos.

As unidade 2 e 7 são privativas (apar­ tamentos) e a terapia intensivo está subdividida em 6 leitos gerais, 4 corona­ rianos e 1 de isolamento.

A utilização dos leitos da TI implica sempre em manter disponível o leito de intenação da unidade de origem do pa­ ciente.

b) Resumo acumulado da atividade hospitalar de j aneiro a outubro de 1977, fonecido pela secretaria de saúde do Estado de Santa Catarina:

Média de leitos disponíveis : 231,11 leitos Média de leitos ocupados : 200,4 leitos Taxa de ocupação : 86,55%

Média de permanência : 11,46 dias Taxa de mortalidade geral: 8,18% egres­

sos

Taxa de mortalidade após 48 horas : 7,10% egressos.

3 . 2 - INSTRUMENTO

o instrumento utilizado foi o formu­ lário de Jelinek et aUi, também aplica­ do por NEVES, E . P . , em sua disserta­ ção de mestrado "Avaliação da Qualida­ de da Assistência de Enfermagem, Va­ lidação de um instrumento'. Este instru­ mento, anexo I, constitui um sumário das condições dos pacientes, que possi­ bilita a classificação dos mesmos em 4 tipos, corresponden�s ao grau de cuida­ do, pela atribuição de escores:

Tipo I -� o paciente de auto-cuida­ do, que requer um mínimo de assistên­ cia de enfermagem, como o paciente que deambula e não necessita de medica­ mentos e/ou tratamentos com freqüên­ cia.

Tipo II - � o paciente de cuidado parcial, que necessita algum cuidado de enfermagem, supervisão ou alguma aju­ da para locomover-se e desempenhar seu cuidado pessoal. Não está sob

medica-ções e/ou tratamentos complexos e fre­ qüentes.

Tipo III - � o paciente de cuidado total, que requer pessoal de enfermagem para iniciar, supervisionar e desempe­ nhar a maioria de suas atividades; ou paciente que necessita receber medica­ ções e/ou tratamentos complexos.

Tipo IV - � o paciente de cuidado in­ tensivo, que necessita de assistência de enfermagem complexa e requer uma pes­ soa de enfermagem constantemente a seu lado.

O formulário está organizado em co­ lunas que agrupam três aspectos do pa­ ciente : condições, cuidados básicos e ne­ cessidades terapêuticas, sendo que cada coluna apresenta um item a ser obser­ vado para assinalar ou não.

Cada item do formulário tem um va­ lor numérico fixo e após assinalados na observação, com auxilio de uma régua que se adapta a cada coluna, soma-se os pontos correspondentes na régua, a cada coluna assinalada e anota-se na coluna própria o total correspondente, que dará o tipo de paciente :

Tipo I = O a 24 pontos ; Tipo I = 25 a 48 pontos ; Tipo III = 49 a 120 ponos; Tipo IV = 121 ou mais pontos.

O instrumeno foi utlizado original­ mente, inclusive a classificação e a ori-­ entação básica para preenchimeno. anexo lI, apenas sendo retirados os íten­ de idade, transferência e alta, que nã<> eram de interesse para o presente tra­ balho.

3 . 3 -PRt-TESTE

(4)

LOENZTI, J. -Distribuição de pacientes seg'undo o grau de cuidado. ev. Bras. Enf. ; DF, 31 : 456-507, 1978.

observação realizou-se um pré-teste, onde os nove observadores, incluídos os colaboradores da pesquisa mais duas en­ fermeiras do hospital, foram divididos em grupos de 3 e cada grupo classificou 5 pacientes, ao mesmo tempo, porém, sem comunicação entre eles.

Antes do pré-teste foi realizada uma reunião com os observadores para dis­ cussão e análise do instrumento e sua orientação básica para preenchimento.

O pré-teste mostrou uniformidade dos observadores, com pequenas diferenças individuais que não alteraram a classi­ ficação dos pacientes, com todos os 3

grupos de 3 observadores classificando seus 5 pacientes dentro do mesmo tipo, respectivamente.

Após o pré-teste, fez-se nova reunião onde se discutiu os resultados do mesmo e as dúvidas finais foram esclarecidas, partindo-se assim, para a coleta de da­ dos.

3 . 4 - COLETA DE DADOS

A

aplicação do instrumento foi no pe­ ríodo de 30/11/77 à 05/12/77, ou seja, em seis dias consecutivos, respectivamente de quarta a segunda feira, das 7 às 9 horas, em todas as unidades de interna­ ção do hospital geral escolhido. Obser­ vou-se todos os pacientes que estavam na unidade neste horário, inclusive os que teriam alta naquele dia, pois, vi­ sou-se observar que tipos de pacientes, grau de cuidado, ocupavam os leitos e mesmo o período de 6 dias equilibrou as altas e internações. Ficaram excluídos da

classificação apenas os pacientes ausen­ tes da unidade durante todo o tempo da observação, como em cirurgia ou Raio X.

Escolheu-se seis dias com o intuito de tornar a amostra mais representativa, e pela uniformidade dos resultados, este período mostrou ser suficiente. Também, propositalmente, o períOdO englobou um final de semana.

O horário das 7 às 9 horas foi conve­ niente por ser o de início das atividades dos pacientes, em geral, e da assistên­ cia mais concentrada, além de movimen­ to diminuido nas unidades.

A coleta transcorreu sem incidentes e a partir do terceiro dia graças ao co­ nhecimento dos pacientes, a observação ficou mais rápida, sendo que em média, cada observador classificava 30 pacientes em uma hora e meia.

Os observadores consideraram o ins­ trumento válido, pela comparação do tipo de paciente definido e observado, de fácil aplicação e assim, útil e neces­ sário ao planej amento da assistência de enfermagem.

4 - APRESENTAÇAO DOS RESULTADOS

Os dados da classificação dos pacien­ tes, por tipo, nos seis dias, foram ta­ bulados e resumidos em seis tabelas e um gráfico, tratados sob a forma de mé­ dias, desvios padrões e percentuais,

Na tabela 1, temos o percentual de pa­ cientes classificados no período, sendo que em média, foram classificados 97,87% dos pacientes internados.

Tabela 1 -Percentual dos paciente classificados no período de 30/11 à 05/12/77 0.° ao 6.0 dia) num hospital geral de Florianópolis.

Dia

Pacientes

Classificados 95,89

2.° 3.°

98,50 95,02

4.° 5.° 6.° Média

100,00 100,00 97,84 97,87

FONTE : O total de pacientes internados foi fornecido uelo SAME do hosQital.

(5)

OZI, J. - Distribuição de paciens segundo o grau de cuidado. ev. Bras. Ef.; DF, 31 : 496-57, 1978.

Na tabela 2, temos um resumo da dis­ tribuição dos pacientes no hospital, clas­ sificados por grau de cuidado, onde ve­ mos que 61,90% dos pacientes intena­ dos eram do tipo I ou de auto-cuidado e que mais de 80% são do tipo I e II e

apenas 0,61 % são do tipo V ou de cui­ dado intensivo. E que o 6.0 dia, 2.& feira, apresentou o menor número de pacien­ tes tipo III e o maior tipo V do período de observação.

Tabela 2 - Distribuição dos pacientes classificados, por grau de cuidado (tipo) no períodO de 30/11 à 05/12/77, num hospital geral de Florianópolis.

T. o

1 2

2 2

3 2

42

5 2

6 2

l

DF

%

I

.09 126

129 1i5

109 115 117 , 16

7 , 80

61 , 90

11

44

38

31

38

41

40

38 , 66

4·, 50

20 , 42

III

33

32

30

39

36

24

32 , 3 3

4 , 73

17 , 07

IV

1

1

1

1

3

1 , 16

0 , 90

0 , 61

Total

1 87

197

191

193 186 182

189 , 31

5 , 75

100 , 00

M

z

média

DP

=

desvio

padrão

>

=

percentagem

Na tabela

3

visualizamos o perfU da distribuição dos pacientes pelas sete unidades do hospital, onde destacamos:

a) -A unidade 6, clinica médica fe­ minina, possui um percentual de paci­ entes tipo I maior que a unidade 4, cU­ nica cirúrgica masculina;

b) - A unidade 7, sendo do tipo pri­ vativa (apartamentos) apresentou o malor percentual de pacientes tipo I ;

c) - A I com 91,52% de pacientes tipo III e apenas 1,65% de pacientes tipo V;

d) - xistência de pacientes tipo IV nas unidades 5 e 4.

Na tabela 4 repetimos os elementos da tabela 3, porém, relacionando com a capacidade total de leitos de cada uni­ dade e salientamos:

500

a) - A unidade 6 apresenou a me­ nor dispànibilidade de leios e o maior percentual de pacientes tipo I;

b) - A I tol a 2.& unidade com menor disponibilidade de leitos;

c) - s unidades 5

e

3 foram as de maior percentual dé pacientes tipo I e III depois da

I;'

Na tabela

5,

temos a tabela 4 consi­ derando-se a capacidade .total do hos­ pital e observamos:

a) - Taxa de ocupação no período em tono de 80% ;

b) -6.° dia, 2.& feira, foi o de maior disponibilidade de leios;

c) - s leitos disponíveis mais aque­ les ocupados por pacientes tipo I per­ fazem 70,21 % dos leitos do hospital;

(6)

II III

IV

Total

II l U I V

Disponível

Total

g

i

Tablla 3 -D1etr1u1çÃo dOI pacientes 01 .. e1l10do. por ll1dadl di inteação e u d. l1ddo ( tipo ) , no período do 30/11 à 05/12177, l ho.pitl lll do 1l0r1nóol1l.

7 6 5 4 3

i DP " i DP " " DP " i DP " i DP

9,50 0,70 76 ,00 28,17 1 , 40 67,33 27,51 2 , 24 61, 63 26,00 4 , 69 62,46 4 , 68 1,19 2 , 50 0 , 76 20,00 7 , 67 2 , 34 18,33 8 , 16 1,80 18, 33 12,00 2 ,23 26,77 1 , 63 0,70 0,50 0 , 50 .4 ,00 6,00 1 , 29 14,34 8,50 1 , 60 19, 10 4,16 1,78 9,28 1,66 0,76

0 , 33 0,74 0 , 74 0,66 0,47 1 ,47

" 57,30 '22, 39

20, 31

2 (UTI) i DP

0 , 66 0 ,75

6,65 0 , 91

0,16 0,36

·12,50 10,00 41,64 100,00 44,50 100,00 44, 62 100,0 8,17 100,00 9 , 67

i

9,50

2,50

0,50

3,50

16,0

I . Iéd1a P • » .. v10 o " . �o.�h1

Tabela 4 -Distribu1ção dos acienteo 01 .. 1I1cdol por u do l1dado (tio) em relação à caac1dd.

total de leitos d. cada "iddo do nteaçÃo no oríodo do 3111 . 05/12/77, l hosp1 l

eral de Flor1nóol1l.

7 .6 5 4 3 2 (UrI)

DP " i P " 1 . P " i DP " i DP " i P

0,70 59,39 28,17 1,40 61,25 21,51 2,24 5 3 , 96 26,0 4,89 45, 92 4,68 1 , 19 42, 56

0,76 15, 62 7 ; 67 2 , 34 16,67 8 , 16 1,0 16,00 12,0 2,23 19, 67 1 , 83 0,70 16, 63 0 , 66 0,75 0,50 3,12 6,0 1 , 29 13,04 8,50 1 , 60 16 ,6' 4,16 l,7a 6,81 1 , 66 0,76 15,09 8 , 85 0,91 0 , 33 0 , 74 0 , 64 0 , 66 0 , 47 1,08 0,16 0,38 0,95 21, 87 4,16 2,12 9,04 6,50 2,25 12, 74 16,18 2 ,01 26,52 2 , 83 0 , 91 25 , 12 1 , 33 0,75

10,0 46,0 10,0 51,0 100,0 . 61,0' - . , 100,00 11,00 10,0 11,0

. ád1a P - v10 do " - Pellonl

1

" 11 DP .

19, 35 3 , 59 69,51 ..

6 , 82 5 , 53 0 , 92 20,94 91,52 2 , 66 1,12 9 , 55

1 , 65

100,00 27,84 100,00

1 " i DP "

... o

19, 35 3,59 42,08

6,00 5 , 83 0 , 92 12, 67 60,46 2 ,46 1.12 5 , 78

1 , 45

12,09 18,16 3 , 61 �9,47

(7)

LOENZI, J. - Distribuição de pacientes segundo o grau de cuidado. ev. Bras. Enf.; DF, 31 : 00-507, 1978.

Tabela 5 - Distribuição percentual dos pacientes classificados por grau de cuidado (tipo) em relação à capacidade total do hospital no período de 30/11

à 05/12/77, num hospital geral de Florianópolis.

Tipo

I

II

III

IV

Disponível

TOTAL

1.0

45,06

18,18

13,63

0,41

22,72

100,00

2.°

52,08

15,70

13,22

0,41

18,59

100,00

3.°

53,33

12,80

12,39

0,41

21,07

100,00

Na tabela 6 temos a distribuição ge­ ral dos pacientes classlflcados que não obtiveram nenhum ponto na

observa-Dia

4.°

47,54

15,70

16,11

0,41

20,24

100,O

5.°

45,05

16,94

14,87

23,14

100,00

6.° Média

47,54 48,45

16,53 15,97

9,91 13,35

1,23 0,47

24,79 21,76

100,00 10,00

ção e tivemos em média 33,16 paci­ entes ou 17,50% com zero ponto nos seis dis.

Tabela 6 - Distribuição dos pacientes classificados com zero ponto no período de 30/11 à 05/12/11, num hospital geral de Florian

Ó

polis.

Dia

Pacientes 24

% 12,83

2.°

?9

19,79

3.°

8

19,89

No gráfieo temos representado a dis­ tribuição geral dos pacientes classifica­ dos no período, por grau de cuidado,

4.° 5.0

35 31

18,13 16,66

6.°

32

17,58

Média

33,16

17,50

(8)

OEZI, J. -Distribuição de pacientes segundo o grau de cuidado. ev. Bras. Ef.; DF, 31 : 46-57, 1978.

Gráfico Distribuição dos pacientes classificados por grau de cuidados (tipo) no período de 30/11 à 05/12/77 num hospital geral de Florianópols.

)

70

l >

60

l ·i ) m

50

.

l

d

40

30

20

10

I

11

Os pacientes estão distribuidos em clínicas médicas, cirúrgicas, mistas e por sexo, como j á ficou explícito na ca­ racterização do hospital.

Nas unidades, os pacientes estão dis­ tribuídos independentemente do seu grau de cuidado, levando a uma mistura de pacientes com graus de cuidado dife­ rentes.

A

classificação dos pacientes aqui uti­ lizada pode ser enquadrada do ponto de vista do CPP, correspondendo :

Tipo I - Auto cuidado a cuidado míni­ mo;

Tipo II e III - cuidado parcial e total a cuidado intermediário;

Tipo IV - cuidado intensivo a cuidado intensivo.

5

- DISCUSSAO DOS RESULTADOS

A

organização do hospital em clínicas, critério de conveniência médica, e a mistura de pacientes com graus de

cui-III

IV

Tipo

dado diferentes, se relacionam aos re­ sultados obtidos, em termos de utiliza­ ção dos leitos hospitalares e provavel­ mente, precisa ser pesquisado, compro­ mete significativamente o desempenho

qualitativo e quantitativo do hospital. Pois, isto evidencia que a assistência ao hospitalizado não parte da permanente avaliação das necessidades do paciente como ser humano, que exige organização que favorece o atendimento destas ne­ cessidades em gênero, número e grau.

Os aspectos mais relevantes dos resul­ tados apresentados são :

a) -

A

utilização dos leitos do hos­ pital em 61,90% por pacientes tipo I e somando-se os leitos disponíveis temos 70,21 % da capacidade do hospital. Isto por um lado evidencia que o hospital ainda não atingiu a fase de saúde e por outro, mostra a necessidade do desen­ volvimento do hospital como centro de saúde, inserido no seu contexto sócio­ econômico-cultural, para cumprir o seu

(9)

OZI, J. - Disribuição de paciens segundo o grau de cuidado. ev Bs Ef '

DF, 31 : 46-507, 1978. . ' . . ,

papel, como instituição voltada para a saúde da população. Também é alar­ mante a exIgêncIa de um adequado tra­ balho ambulatorIal e a criação de ser­ viços domiciliares, pois, teoricamente, .

grande maIoria destes pacIentes tipo I, portanto, a maiorIa dos intenados, po­ deriam e deverIam estar sendo acom­ panhados em ambulatório ou domicilio com vantagens técnicas e econômicas evidentes e possiveIs de comprovação num trabalho posterior.

b) - A TI é uma unidade que re­ presenta uma fase do cuidado progres­ sivo, porém, mostrou que aplicada isola­ damente leva a dIstorções claras da sua função como a utilização dos leitos em 91,52% por pacientes tipo IIl, superlota­ ção e pacientes com necessidade de cui­ dado intensivo sendo atendidos nas uni­ dades de intenação. E ainda, o número de leitos da

I

deve ser estabelecido em função da demanda de pacientes que exIgem cuidados intensivos.

c) - Unidades de clinica médica com menor disponibilidade de leitos e maIor incidêncIa de pacientes tipo I. Os paci­ entes de clínica médica são os que, le fato, preencheriam em maior número os serviços a domicilio e ambulatorial, fi­ cando a cirurgia mais com necessidade de alta precoce e aumento das cirurgias extenas, e ai, também seriam servidas por êste tIpo de serViço. Os estudos da OMa recomendam maIor número de ho­ ras de assistência ao paciente clinico em relação ao cirúrgIco, e o trabalho mos­ trou que a unidade 4, cirúrgica, possui um contingente de pacientes com maIor grau de cuidado que a unidade 6, mé­ dica.

d) - Houve variabilidade do grau de cuidado dos pacientes dentro das diver­ sas unidades nos seis dIas e pouca va­ riabilidade do número de pacientes por grau de cuidado nos seis dias em todo o hospital, confirmando a viabilidade de

um organização orientada pela sistemá­ tica do cuIdado progressivo.

e) - O instrumento de classifica­ ção dos pacientes por grau de cuidado mostrou-se prátIco pela sua funciona­ lidade e rapidez, e sensível, constituindo­ se num achado a ser trabalhado cons­ tantemente, por representar o ponto de partida para que a assistência ao pa­ cIente hospItalizado deixe de ser subje­ tiva, centrada no pessoal hospitalar, en­ fim, anti-científica, para tonar-se ob­ jetiva, centrada nas necessidade apre­ sentadas pelo paciente e assim, plane­ jada e cientifica.

6 - CONCLUSAO

Os objetivos do presente estudo fo­ ram plenamente alcançados, na medida que permitiu se conhecer o perfil da uti­ lização dos leitos do hospital pela dis­ tribuição dos pacientes segundo o grau de cuidado e da sistemática geral de atendimento do referido nosocôm1o.

A prática por nós desenvolvida, no desempenho profissional, levou-nos a

uma progressiva preocupação com o en­ foque deste trabalho, notadamene, nos últimos tempos com as novas descober­ tas mostrando a correlação positiva exIs­ tente entre tempo de Intenação e in­ fecção hospitalar, e os levantamentos de acIdentes hospItalares e queixas "mitos" como as j á descrItas na introdução. Este estudo mostrou objetIvamente a visão subjetiva que tínhamos da organização hospitalar e seu desempenho.

(10)

OTI, J . .- Disribuição de pacients segundo o grau de cuidado. Rev. Bs. EI.;

DF, 31 : 46-507, 1978. .

7 - RECOMENDAÇOES

a) - Que este tipo de trabalho seja repetido e anasado nas institlições hospitalares para permitir um aperfei­ çoamento do instrumento, além é claro, de favorecer a adequada organização hospitalar.

b) - Que o planejameno da quanti­ dade e qualidade da assistência ao hos­ pitalizado, bem como do pessoal, seja centrado nas necessidades dos pacientes, fazendo-se pesquisa relacionando o grau de cuidado com a ass

S

tência necessária. c) - ue as instituições hospitalares procurem assumir o conceito de centro de saúde, aplicando o cuidado

progres-slvo ao paciente com seu dinamismo ambulatorial e domieliar.

d) - Que os enfermeiros apliquem a classificação dos pacientes mesmo no sistema tradicional de organização, pos­ sibilitando o planejamento da assistên" cia de enfermagem e a sua execução pelo processo de enfermagem. Também, como uma forma de aperfeiçoar o ins­ trumento de classificação por grau de cuidado, inclusive, em termos da teoria das necesisdades básicas.

e) - Que o rendimento qualitativo e quantitativo do hospital seja uma preo­ cupação de todos os profissionais da saúde, permitindo assim, que o mesmo esteja unicamente voltado para a saúde da população.

RENCS

1 -NEVES, Eloita Pereira. Avaliação da qualidade da Asisstência de Enfer­

fermagem, validação de m istru­

mento. Tese de Mestrado, J, 1977. 500 p.

2 -Organizacion Mundial de La Salud. Oicina Sanitária Panamericana.

Unidades de CUilo Intensivo para

la América Latina, 1973.

3 -DAA, C. J. Organizacion e Unida­

de e Cuilo Intensivo.

Organiza-cion Panamericana de . Salud, 1972.

4 -Organizacion Mundial de La Salud. Ofi­ cina Sanitária Panamericana. M é­ todo del Camino Critico en la Ad­ ministracion de Projectos de Salud,

1975.

5 -SALOMON, D. V. Como fazer uma Mo­ nografia. Belo Horizonte, Interli­ vros, 1972. 295 p.

ANEXO I

ORIENTAÇAO BSICA PRA A CSSIFICAÇAO DOS TPOS DE PACIENTES

1 - Atualização da lista de pacientes da undade;

2 - Os observadores assinalam as condições de seus pacientes, de acordo com os seguintes indicadores :

Inconsciente : se o paciente está inconsciente não pode ser assinalado também confuso ou desorientado. Se além de nconsciente é cego, assinalar só in­ consciente.

Incontinente : refere ao paciente que está com incontinência de fezes ou urina, mas não está com sonda.

Cego ou quase cego : assinalar se o paciente necessita da enfermagem devido à

cegueira. Assinalar também para os pacientes com curativo ocular, ex. pós­ operatório de catarata, ec.

(11)

ORZTI, J. -Distribuição de pacintes

s

egnda o grau de cuidado. v. s. Enl.;

DF, 31 : 46-507, 1978.

Isolamento : refere ao paciente portador de infecções ou doenças transmissíveis,

em isolamento.

Imobilidade parcial : Ex. paciente em repouso no leito pode ser capaz de usar

a comadre, mudar de posição no leito, etc., mas necessita de ajuda para

sair do leito para a cadeira.

Imobilidade total: refere a um grau maior de imobilidade.

Traqueostomia: assinalar para paciente que tenham traqueostomia. Também as­

sinalar sondas, drenos ou tubos, se o cuidado com as cânulas está sendo feito

pela enfermagem.

Cuidados com sondas, drenos, ou tubos.

x.

aspiração, limpeza, irrigação, etc.

Curativos e cuidados de pele : assinalar se o paciente necessita de curativos,

bandagens, ou cuidados com a pele incluindo cuidados com escaras (pre­

ventivo ou curativo) .

Sinais vitais : assinalar caso os sinais vitais devam ser controlados mais fre­

qüente do que rotina. Inclui T, P, R, e T. A, reflexos, pulso nas extremida­

des, etc.

Necessidades especiais de ensino : Ex. paciente diabético, ensino pré-operató­

rio, etc.

Necessidades emocionais especiais : assinalar somente aqueles que necessitam

maior apoio emocional do que é esperado para a média dos pacientes da

unidade.

Preparo para testes diagnósticos : assinalar aqueles testes que requerem preparo

do paciente pela enfermagem. Ex. cateterismo cardíaco, etc.

3 -

Os observadores utilizam uma régua que se adapta

à

cada coluna do su­

mário e soma mentalmente os pontos correspondentes na régua, em cada

coluna assinalada, e anota na collna própria o total correspondente.

Os valores correspondentes, na régua, foram determinados de acordo com

as horas de trabalho de enfermagem previstas para

a.

execução completa

da tarefa ou do cuidado.

4 -

Os observadores verificam no verso da régua os valores correspondentes

a

cada tipo e anota na coluna própria.

5 -

Valores correspondentes na régua a partir da

l.a

coluna (inclusive) .

24 - 15 - 18 - 12 - 9 - 9 - 24 - 24 - 24 - 6 - 10 - 5 - O

3 - 4 - 10 - 3 - 2 - 2 - 8 - 8 - 6 - 12 - 12 - 12 - 12 - 3.

6 -

Valores correspondentes a cada tipo de paciente, existentes no verso da

regra :

O - 24 =

tipo I (auto-cuidado)

25 - 48 =

tipo II (cuidado parcial)

49 - 120 =

tipo III (cuidado total)

(12)

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Tabela  1  - Percentual  dos  paciente  classificados  no  período  de  30/11  à  05/12/77  0.°  ao  6.0  dia)  num  hospital  geral  de  Florianópolis
Tabela  2  - Distribuição  dos  pacientes  classificados,  por  grau  de  cuidado  (tipo)  no  períodO de 30/11  à  05/12/77,  num  hospital  geral  de  Florianópolis
Tabela  4  - Distribu1ção  dos  acienteo  01  ..  1I1cdol  por  u  do  l1dado  (tio)  em  relação  à  caac1dd
Tabela  6  - Distribuição  dos  pacientes  classificados  com  zero  ponto  no  período  de  30/11  à  05/12/11,  num  hospital  geral  de  Florian Ó polis
+2

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