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Linguagens, Códigos e suas Tecnologias

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Linguagens, Códigos

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Olá amigos!

Estamos começando nosso segundo fascículo de “Linguagens, códigos e suas tecnologias” nesta busca pela aprovação no Exame Nacional do Ensino Médio - ENEM.

No fascículo anterior, apresentamos os conteúdos e as habilidades e competências que são exploradas no ENEM. Acreditamos que o primeiro passo rumo à aprovação é saber exatamente aquilo que você precisa estudar. Esse foi o nosso principal objetivo no primeiro fascículo.

Neste segundo fascículo de linguagens, códigos e suas tecnologias, começaremos resolvendo os desafios do fascículo anterior. Em seguida, apresentaremos algumas questões do ENEM-2009 seguidas de comentário, dica e resolução, procedimento adotado em todas as questões. Por fim, lançaremos mais dois desafios para vocês.

Aproveitem a oportunidade para aprofundar ainda mais os seus conhecimentos e garantir o sucesso.

INTRODUÇÃO

RESOLUÇÃO DAS QUESTÕES-DESAFIO

DO FASCÍCULO ANTERIOR

01) (ENEM 2009/CANCELADO – QUESTÃO 02)

Observe a tirinha da personagem Mafalda, de Quino.

QUINO, J. L. Mafalda. Tradução de Monica S. M. da Silva. São Paulo: Martins Fontes, 1988.

O efeito de humor foi um recurso utilizado pelo autor da tirinha para mostrar que o pai de Mafalda

A) revelou desinteresse na leitura do dicionário.

B) tentava ler um dicionário, que é uma obra muito extensa. C) causou surpresa em sua filha, ao se dedicar à leitura de um livro tão grande.

D) queria consultar o dicionário para tirar uma dúvida, e não ler o livro, como sua filha pensava.

E) demonstrou que a leitura do dicionário o desagradou bastante, fato que decepcionou muito sua filha.

Comentário: O enunciado põe em foco o efeito de humor produzido na tira. O aluno precisa reconhecer qual elemento gera esse efeito.

Dica: Para solucionar situações-problema envolvendo tiras cômicas analise não só a linguagem verbal, mas também a visual, já que nesse tipo de texto elas se complementam.

Resolução:

A alternativa “A” está errada porque a partir do momento em que o pai de Mafalda busca auxílio no dicionário ele já demonstra interesse em informar-se sobre algo.

A alternativa “B” está errada porque o objetivo de uma pessoa quando busca auxílio em um dicionário não é lê-lo como se fosse uma obra literária, e sim tirar alguma dúvida sobre a grafia e/ou o significado de alguma palavra ou apenas ampliar o seu conhecimento.

A alternativa “C” também está errada, pois apesar de Mafalda demonstrar surpresa diante da atitude do pai de ler algo que ela julgava ser um livro extenso, o efeito humorístico não é gerado a partir disso.

A alternativa “D” está correta, pois o efeito de humor é produzido devido à quebra da expectativa de Mafalda. Devido a sua imaturidade ela imaginou que seu pai estaria interessado na leitura de um livro, quando na verdade seu interesse era apenas realizar uma consulta rápida.

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A alternativa “E” está errada porque em nenhum momento, seja através de palavras ou da expressão corporal, o pai de Mafalda demonstrou desagrado diante da leitura do dicionário.

Portanto, o item correto é o “D”.

02) (ENEM 2009/CANCELADO – QUESTÃO 15)

Texto 1

No meio do caminho

No meio do caminho tinha uma pedra Tinha uma pedra no meio do caminho Tinha uma pedra

No meio do caminho tinha uma pedra [...]

ANDRADE, C. D. Antologia poética. Rio de Janeiro/São Paulo: Record, 2000. (fragmento)

Texto 2

DAVIS, J. Garfield, um charme de gato - 7. Trad. da Agência Internacional Press. Porto Alegre: L&PM, 2000.

A comparação entre os recursos expressivos que constituem os dois textos revela que

A) o texto 1 perde suas características de gênero poético ao ser vulgarizado por histórias em quadrinho.

B) o texto 2 pertence ao gênero literário, porque as escolhas linguísticas o tornam uma réplica do texto 1. C) a escolha do tema, desenvolvido por frases semelhantes, caracteriza-os como pertencentes ao mesmo gênero. D) os textos são de gêneros diferentes porque, apesar da intertextualidade, foram elaborados com finalidades distintas.

E) as linguagens que constroem significados nos dois textos permitem classificá-los como pertencentes ao mesmo gênero.

Comentário: Esta questão exige que o aluno detenha o conhecimento sobre intertextualidade e gêneros textuais.

Dica: Para solucionar este tipo de questão você deve analisar atentamente as características dos dois textos envolvidos para reconhecer suas semelhanças e diferenças. Além disso, deve estar atento aos objetivos do autor ao produzir seu texto.

Resolução:

A alternativa “A” está falsa, pois o texto 1 não perde suas características de texto poético ao ser parodiado no texto 2. O primeiro apenas serve de influência para a elaboração do segundo usando o recurso da intertextualidade.

A alternativa “B” está errada porque o texto 2 não pode ser visto como uma réplica do primeiro, apenas foi influenciado por ele.

As alternativas “C” e “E” também estão erradas porque os dois textos pertencem a gêneros diferentes.

A alternativa “D” está correta, pois apesar da intertextualidade, os textos diferem quanto à finalidade e ao gênero. O primeiro é um poema que traz uma reflexão existencial e o segundo um quadrinho cujo principal objetivo é produzir o humor.

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01) (ENEM 2009 – QUESTÃO 96)

Para o Mano Caetano

1 O que fazer do ouro de-tolo

Quando um doce bardo brada a toda a brida, Em velas pandas, suas esquisitas rimas? 4 Geografia de verdades, Guanabaras postiças

Saudades banguelas, tropicais preguiças?

A boca cheia de dentes 7 De um implacável sorriso

Morre a cada instante

Que devora a voz do morto, e com isso, 10 Ressuscita vampira, sem o menor aviso

[...]

E eu soy lobo-bolo? lobo-bolo Tipo, pra rimar com ouro de tolo? 13 Oh, Narciso Peixe Ornamental!

Tease me, tease me outra vez1

Ou em banto baiano

16 Ou em português de Portugal Se quiser, até mesmo em americano De Natal

[...]

1 Tease me (caçoe de mim, importune-me).

LOBÃO. Disponível em: http://vagalume.uol.com.br Acesso em: 14 ago. 2009 (adaptado)

Na letra da canção apresentada, o compositor Lobão explora vários recursos da língua portuguesa a fim de conseguir efeitos estéticos ou de sentido. Nessa letra, o autor explora o extrato sonoro do idioma e o uso de termos coloquiais na seguinte passagem:

A) “Quando um doce bardo brada a toda brida” (v. 2) B) “Em velas pandas, suas esquisitas rimas?” (v. 3) C) “Que devora a voz do morto” (v. 9)

D) “lobo-bolo//Tipo pra rimar com ouro de tolo? (v. 11-12) E) “Tease me, tease me outra vez” (v. 14)

Comentário: O enunciado pede que o aluno encontre a passagem da canção na qual o compositor, além de explorar o extrato sonoro do idioma, também use termos coloquiais. Nunca é demais repetir que uma boa leitura do enunciado é a chave para uma interpretação coerente e uma resolução adequada de qualquer questão.

Dica: Procure resolver essa questão apoiando-se em seus conhecimentos sobre figuras de linguagem, em especial as figuras de som: assonância e aliteração, além de conhecimentos sobre coloquialidade.

Resolução:

A alternativa “A” está errada porque apesar de explorar o extrato sonoro do idioma com a aliteração da consoante “b” em “bardo/brada/brida”, o autor não utiliza termos coloquiais.

A alternativa “B” está errada por não apresentar nenhum termo que revele o extrato sonoro do idioma nem termos coloquiais. O vocábulo “panda”, por exemplo, não é um termo coloquial.

A alternativa “C” também está errada por não apresentar termos coloquiais, apesar de apresentar uma aliteração da consoante “v” em “devora/voz” que revela a exploração do extrato sonoro do idioma.

A alternativa “D” está correta, pois além de explorar o extrato sonoro do idioma com a assonância da vogal “o” em lobo/ bolo, o autor também utiliza os termos “tipo” e “pra”, que são termos coloquiais.

A alternativa “E” está errada por referir-se a elementos estrangeiros. Portanto, não podemos afirmar que nesse trecho o compositor explore o extrato sonoro do idioma, já que o idioma referido na questão é o português.

Portanto, o item correto é o “D”.

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02) (ENEM 2009 – QUESTÃO 99)

Cárcere das almas

Ah! Toda a alma num cárcere anda presa, Soluçando nas trevas, entre as grades Do calabouço olhando imensidades, Mares, estrelas, tardes, natureza.

Tudo se veste de uma igual grandeza Quando a alma entre grilhões as liberdades Sonha e, sonhando, as imortalidades Rasga no etéreo o Espaço da Pureza.

Ó almas presas, mudas e fechadas Nas prisões colossais e abandonadas, Da Dor no calabouço, atroz, funéreo!

Nesses silêncios solitários, graves, que chaveiro do Céu possui as chaves para abrir-vos as portas do Mistério?!

CRUZ E SOUZA, J. Poesia completa, Florianópolis: Fundação Catarinense de Cultura. Fundação Banco do Brasil, 1993

Os elementos formais e temáticos relacionados ao contexto cultural do Simbolismo encontrados no poema “Cárcere das almas”, de Cruz e Sousa, são

A) a opção pela abordagem, em linguagem simples e direta, de temas filosóficos.

B) a prevalência do lirismo amoroso e intimista em relação à temática nacionalista.

C) o refinamento estético da forma poética e o tratamento metafísico de temas universais.

D) a evidente preocupação do eu-lírico com a realidade social expressa em imagens poéticas inovadoras.

E) a liberdade formal da estrutura poética que dispensa a rima e a métrica tradicionais em favor de temas do cotidiano.

Comentário: O enunciado da questão direciona o aluno a realizar uma análise formal e outra temática do poema de Cruz e Sousa.

Dica: Essa é uma questão que exige do candidato alguns conhecimentos teóricos da literatura sobre versificação, figuras de linguagem e a estética Simbolista.

Relembrando seus estudos você deve ter observado que o poema é um soneto (forma fixa constituída de 14 versos, divididos em 2 quartetos e 2 tercetos) com versos decassílabos e esquema rímico ABBA ABBA CCD EED. Veja:

Versificação

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Ah! / To / da a al / ma / num / cár / ce / re an / da / pre / sa

(verso decassílabo)

OBS: Considera-se apenas até a última sílaba tônica da última palavra. Esquema Rímico presa A grades B imensidades B natureza A grandeza A liberdades B imortalidades B Pureza A fechadas C abandonadas C funéreo D graves E chaves E Mistério D

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Resolução:

A alternativa “A” está errada, pois o poeta não utiliza uma linguagem simples e direta na elaboração dos versos. Na realidade, ele usa a metáfora ao comparar implicitamente o corpo humano a um cárcere onde toda a alma anda presa, além de inverter a ordem de determinados termos nos seguintes versos:

Quando a alma entre grilhões as liberdades Sonha e, sonhando, as imortalidades Rasga no etéreo o Espaço da Pureza.

Na ordem direta da língua ficaria assim:

“Quando a alma entre grilhões sonha as liberdades e, sonhando, rasga as imortalidades no etéreo Espaço da Pureza”

A alternativa “B” está errada, pois as características apresentadas não podem ser associadas à estética Simbolista. Elas se aplicam melhor ao Romantismo.

A alternativa “C” está correta. Em primeiro lugar porque a forma poética escolhida por Cruz e Sousa, conforme vimos, foi o soneto - uma forma consagrada pela literatura clássica, além dos versos decassílabos, o que confirma o refinamento estético. Em segundo lugar, porque o tratamento metafísico de temas universais comprova-se quando o eu-lírico compara o “corpo” a uma prisão onde a “alma” anda presa. É importante destacar que ele não se refere apenas a sua própria alma e sim à alma do ser humano em geral.

A alternativa “D” também está errada, pois uma das características do Simbolismo é a “alienação social”, ou seja, para o poeta simbolista a realidade social não interessa.

A alternativa “E” está errada, pois o que podemos perceber nesse poema é justamente o oposto do que se afirma. Trata-se de um soneto, poema de forma fixa dividido em dois quartetos e dois tercetos, cujos versos são decassílabos e repletos de rimas, conforme exposto anteriormente.

Portanto, o item correto é o “C”.

03) (ENEM 2009 – QUESTÃO 100)

O Gênero dramático é aquele em que o artista usa como intermediário entre si e o público a representação. A palavra vem do grego “drao” (fazer) e quer dizer “ação”. A peça teatral é, pois, uma composição literária destinada a apresentação por atores em um palco, atuando e dialogando entre si. O texto dramático é complementado pela atuação dos atores no espetáculo teatral e possui uma estrutura específica, caracterizada: 1) pela presença de personagens que devem estar ligados com lógica uns aos outros e à ação; 2) pela ação dramática (trama, enredo), que é o conjunto de atos dramáticos, maneiras de ser e de agir das personagens encadeadas à unidade do efeito e segundo uma ordem composta de exposição, conflito, complicação, clímax e desfecho; 3) pela situação ou ambiente, que é o conjunto de circunstâncias físicas, sociais, espirituais em que se situa a ação; 4) pelo tema, ou seja, a ideia que o autor (dramaturgo) deseja expor, ou sua interpretação real por meio da representação.

COUTINHO, A. Notas de teoria literária. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1973 (adaptado).

Considerando o texto e analisando os elementos que constituem um espetáculo teatral, conclui-se que

A) a criação do espetáculo teatral apresenta-se como um fenômeno de ordem individual, pois não é possível sua concepção de forma coletiva.

B) o cenário onde se desenrola a ação cênica é concebido e construído pelo cenógrafo de modo autônomo e independente do tema da peça e do trabalho interpretativo dos atores.

C) o texto cênico pode originar-se dos mais variados gêneros textuais, como contos, lendas, romances, poesias, crônicas, notícias, imagens e fragmentos textuais, entre outros.

D) o corpo do ator na cena tem pouca importância na comunicação teatral, visto que o mais importante é a expressão verbal, base da comunicação cênica em toda a trajetória do teatro até os dias atuais.

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E) a iluminação e o som de um espetáculo cênico independem do processo de produção/recepção do espetáculo teatral, já que se trata de linguagens artísticas diferentes, agregadas posteriormente à cena teatral.

Comentário: o enunciado deixa claro que além de buscar informações no texto sobre o gênero dramático, o aluno também deve usar o seu conhecimento prévio sobre os elementos que constituem um espetáculo teatral.

Dica: para resolver essa questão você deve estar atento aos principais elementos que compõem um espetáculo teatral, tais como o cenário, o figurino, os efeitos sonoros e a iluminação.

Resolução:

A alternativa “A” está errada, pois além de possível, é mais provável que um espetáculo teatral seja realizado de forma coletiva envolvendo vários profissionais tais como figurinista, diretor, atores e produtores.

A alternativa “B” está errada porque o cenário é completamente dependente do tema da peça e da interpretação dos atores, ou seja, dos espaços que serão ocupados por eles durante a interpretação.

A alternativa “C” está correta já que qualquer gênero textual pode servir de base para elaboração de um texto cênico. Na verdade, a criatividade do autor e a sua capacidade de adaptação de um determinado gênero textual aos moldes do teatro são cruciais quando verificamos os resultados.

A alternativa “D” está errada, pois o corpo do ator na cena às vezes fala mais do que as palavras. Portanto, a expressão corporal dos atores em cena é tão ou mais importante do que a expressão verbal dependendo da peça apresentada. Não é à toa que os atores investem parte de sua formação em cursos de expressão corporal.

A alternativa “E” também está errada, pois ao contrário do que é afirmado todos os elementos que constituem o espetáculo teatral são interdependentes e pensados em conjunto.

Portanto, o item correto é o “C”.

04) (ENEM 2009 – QUESTÃO 112)

Cuitelinho

Cheguei na bera do porto Onde as onda se espaia. As garça dá meia volta, Senta na bera da praia. E o cuitelinho não gosta Que o botão de rosa caia.

Quando eu vim da minha terra, Despedi da parentaia.

Eu entrei em Mato Grosso, Dei em terras paraguaia. Lá tinha revolução, Enfrentei fortes bataia.

A tua saudade corta Como aço de navaia. O coração fica aflito, Bate uma e a outra faia. E os oio se enche d’água Que até a vista se atrapaia.

Folclore recolhido por Paulo Vanzolini e Antônio Xandô. BORTONI-RICARDO, S.M. Educação em língua materna. São Paulo: Parábola, 2004.

Transmitida por gerações, a canção “Cuitelinho” manifesta aspectos culturais de um povo, nos quais se inclui sua forma de falar, além de registrar um momento histórico. Depreende-se disso que a importância em preservar a produção cultural de uma nação consiste no fato de que produções como a canção “Cuitelinho” evidenciam a

A) recriação da realidade brasileira de forma ficcional. B) criação neológica na língua portuguesa.

C) formação da identidade nacional por meio da tradição oral.

D) incorreção da língua portuguesa que é falada por pessoas do interior do Brasil.

E) padronização de palavras que variam regionalmente, mas possuem mesmo significado.

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Comentário: a questão apresentada põe em destaque a linguagem oral e a sua importância na preservação da cultura de uma nação.

Dica: para resolver a questão, você deve saber que as variedades linguísticas são comuns dentro da sociedade e que elas não podem ser encaradas como incorreções. São apenas formas diferentes de expressão empregadas por um determinado grupo da sociedade. Encarar tais variedades como erro seria um preconceito linguístico.

Resolução:

A alternativa “A” está errada, pois a canção retrata um aspecto da realidade brasileira e não se trata, portanto, de uma ficção.

A alternativa “B” está errada, pois os elementos presentes na canção “Cuitelinho” são marcas da oralidade de um determinado grupo da sociedade. Tais elementos não se configuram como neologismos.

A alternativa “C” está correta, pois a canção transmitida oralmente de geração a geração realmente permite que a cultura e a variedade linguística de dada população seja preservada. Isso permite que as pessoas conheçam a diversidade da língua oral e a sua importância na formação da identidade de um povo.

A alternativa “D” está errada porque o que prevalece na canção é o seu valor cultural, e não as incorreções, quando consideramos a norma culta padrão. Além disso, não é possível associar a variedade linguística presente na canção apenas a pessoas do interior do Brasil.

A alternativa “E” também está errada, pois não há uma padronização de palavras que variam dependendo da região. Esse tipo de linguagem pode ser detectado de Norte a Sul do país. Além disso, desvios de concordância podem ser cometidos por pessoas em qualquer parte do país.

Portanto, o item correto é o “C”.

05) (ENEM 2009 – QUESTÃO 115)

Teatro do Oprimido é um método teatral que sistematiza exercícios, jogos e técnicas teatrais elaboradas pelo teatrólogo brasileiro Augusto Boal, recentemente falecido, que visa à desmecanização física e intelectual de seus praticantes. Partindo do princípio de que a linguagem teatral não deve ser diferenciada da que é usada cotidianamente pelo cidadão comum (oprimido), ele propõe condições práticas para que o oprimido se aproprie dos meios do fazer teatral e, assim, amplie suas possibilidades de expressão. Nesse sentido, todos podem desenvolver essa linguagem e, consequentemente, fazer teatro. Trata-se de um teatro em que o espectador é convidado a substituir o protagonista e mudar a condução ou mesmo o fim da história, conforme o olhar interpretativo e contextualizador do receptor.

Companhia Teatro do Oprimido. Disponível em: www.ctorio.org.br. Acesso em: 1 jul. 2009 (adaptado)

Considerando-se as características do Teatro do Oprimido apresentadas, conclui-se que

A) esse modelo teatral é um método tradicional de fazer teatro que usa, nas suas ações cênicas, a linguagem rebuscada e hermética falada normalmente pelo cidadão comum.

B) a forma de recepção desse modelo teatral se destaca pela separação entre atores e público, na qual os atores representam seus personagens e a plateia assiste passivamente ao espetáculo.

C) sua linguagem teatral pode ser democratizada e apropriada pelo cidadão comum, no sentido de proporcionar-lhe autonomia crítica para compreensão e interpretação do mundo em que vive.

D) o convite ao espectador para substituir o protagonista e mudar o fim da história evidencia que a proposta de Boal se aproxima das regras do teatro tradicional para a preparação de atores.

E) a metodologia teatral do Teatro do Oprimido segue a concepção do teatro clássico aristotélico, que visa à desautomação física e intelectual de seus praticantes.

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Comentário: o enunciado deixa claro que o aluno deve solucionar a questão baseando-se nas características apresentadas no texto. Portanto, podemos presumir que algumas informações que auxiliarão na resolução estarão explícitas no texto.

Dica: esse é o tipo de questão que requer uma leitura cuidadosa. Releia o texto quantas vezes forem necessárias para certificar-se de suas escolhas. Alguns aspectos, embora não estejam explícitos, podem ser inferidos a partir das informações apresentadas.

Resolução:

A alternativa “A” está errada, porque segundo o texto o Teatro do Oprimido usa uma linguagem cotidiana do cidadão comum e não uma linguagem rebuscada e hermética.

A alternativa “B” está errada, pois o texto deixa claro que não há separação entre atores e público, muito menos passividade da plateia: “Trata-se de um teatro em que o espectador é convidado a substituir o protagonista e mudar a condução ou mesmo o fim da história, conforme o olhar interpretativo e contextualizado do receptor.”

A alternativa “C” está correta, pois está explícito no texto que a linguagem teatral não deve ser diferente daquela utilizada no cotidiano pelo cidadão comum. Isso estimula sua reflexão crítica acerca do mundo que o rodeia.

A alternativa “D” está errada, pois o convite ao espectador para substituir o protagonista e mudar o fim da história não evidencia uma aproximação com as regras do teatro tradicional, e sim moderno.

A alternativa “E” está errada, pois o Teatro do Oprimido não segue a concepção do Teatro Aristotélico na qual o espectador é um ser passivo. No teatro proposto por Boal, não existe a condição passiva dos espectadores. Estes deixam de ser a figura anônima do teatro convencional, de raiz aristotélica, para assumirem o papel de atores transformadores da cena dramática que eles próprios criam e recriam.

Portanto, o item correto é o “C”.

06) (ENEM 2009 – QUESTÃO 116)

A dança é importante para o índio preparar o corpo e a garganta e significa energia para o corpo, que fica robusto. Na aldeia, para preparo físico, dançamos desde cinco horas da manhã até seis horas da tarde, passa-se o dia inteiro dançando quando os padrinhos planejam a dança dos adolescentes. O padrinho é como um professor, um preparador físico dos adolescentes. Por exemplo, o padrinho sonha com um determinado canto e planeja para todos entoarem. Todos os tipos de dança vêm dos primeiros xavantes: Wamaridzadadzeiwawe, Butséwawe, Tseretomodzatsewawe, que foram descobrindo através da sabedoria como iria ser a cultura Xavante. Até hoje existe essa cultura, essa celebração. Quando o adolescente fura a orelha é obrigatório ele dançar toda a noite, tem de acordar meia-noite para dançar e cantar, é obrigatório, eles vão chamando um ao outro com um grito especial.

WÉRÉ É TSI’RÓBÓ, E. A dança e o canto-celebração da existência xavante. VIS-Revista do Programa de Pós-Graduação em Arte da UnB. V. 5. n. 2, dez. 2006.

A partir das informações sobre a dança Xavante, conclui-se que o valor da diversidade artística e da tradição cultural apresentados originam-se da

A) iniciativa individual do indígena para a prática da dança e do canto.

B) excelente forma física apresentada pelo povo Xavante. C) multiculturalidade presente na sua manifestação cênica. D) inexistência de um planejamento da estética da dança, caracterizada pelo ineditismo.

E) preservação de uma identidade entre a gestualidade ancestral e a novidade dos cantos a serem entoados.

Comentário: o assunto tratado na questão é a cultura indígena, o que exige do aluno um conhecimento geral atualizado.

Dica: Leia atenta e cuidadosamente o texto, pois é nele que se encontram todas as informações para a correta resolução da questão.

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Resolução:

A alternativa “A” está errada, pois não se trata de uma iniciativa individual. Os padrinhos é que planejam a dança dos adolescentes.

A alternativa “B” também está errada, pois na verdade a boa forma física é consequência da prática da dança.

A alternativa “C” está errada por não se tratar de multiculturalidade, pois é uma herança dos antepassados indígenas apenas.

A alternativa “D” está errada, pois há sim um planejamento realizado pelos padrinhos dos índios adolescentes.

A alternativa “E” está correta, pois o fato de se passar a cultura através da dança de geração a geração preserva a identidade cultural e o fato do padrinho sonhar com os cantos que serão entoados junta o novo ao tradicional.

Portanto, o item correto é o “E”.

07) (ENEM 2009 – QUESTÃO 120)

Se os tubarões fossem homens

Se os tubarões fossem homens, eles seriam mais gentis com os peixes pequenos?

Certamente, se os tubarões fossem homens, fariam construir resistentes gaiolas no mar para os peixes pequenos, com todos os tipos de alimento, tanto animal como vegetal. Cuidariam para que as gaiolas tivessem sempre água fresca e adotariam todas as providências sanitárias.

Naturalmente haveria também escolas nas gaiolas. Nas aulas, os peixinhos aprenderiam como nadar para a goela dos tubarões. Eles aprenderiam, por exemplo, a usar a geografia para localizar os grandes tubarões deitados preguiçosamente por aí. A aula principal seria, naturalmente, a formação moral dos peixinhos. A eles seria ensinado que o ato mais grandioso e mais sublime é o sacrifício alegre de um peixinho e que

todos deveriam acreditar nos tubarões, sobretudo quando estes dissessem que cuidavam de sua felicidade futura. Os peixinhos saberiam que este futuro só estaria garantido se aprendessem a obediência.

Cada peixinho que na guerra matasse alguns peixinhos inimigos seria condecorado com uma pequena Ordem das Algas e receberia o título de herói.

BRECHT, B. Histórias do Sr. Keuner. São Paulo: Ed. 34, 2006 (adaptado).

Como produção humana, a literatura veicula valores que nem sempre estão representados diretamente no texto, mas são transfigurados pela linguagem literária e podem até entrar em contradição com as convenções sociais e revelar o quanto a sociedade perverteu os valores humanos que ela própria criou. É o que ocorre na narrativa do dramaturgo alemão Bertolt Brecht mostrada. Por meio da hipótese apresentada, o autor

A) demonstra o quanto a literatura pode ser alienadora ao retratar, de modo positivo, as relações de opressão existentes na sociedade.

B) revela a ação predatória do homem no mar, questionando a utilização dos recursos naturais pelo homem ocidental. C) defende que a força colonizadora e civilizatória do homem ocidental valorizou a organização das sociedades africanas e asiáticas, elevando-as ao modo de organização cultural e social da sociedade moderna.

D) questiona o modo de organização das sociedades ocidentais capitalistas, que se desenvolveram fundamentadas nas relações de opressão em que os mais fortes exploram os mais fracos.

E) evidencia a dinâmica social do trabalho coletivo em que os mais fortes colaboram com os mais fracos, de modo a guiá-los na realização de tarefas.

Comentário: o texto é uma metáfora crítica à sociedade capitalista opressora das minorias.

Dica: a interpretação do texto ao pé da letra levará a uma resposta errada. Você deve ter conhecimento geral sobre sociedade e atualidade muito bom.

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PROJETO DESAFIO ENEM 2010 I Jornal Diário do Nordeste I COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA: Prof.Francisco Sidney Nogueira Brito e Prof. Jackson José Nogueira de Brito I PROFESSORES AUTORES: Gustavo Maximino Lima, Luiza Alice Lopes Menezes, Ítalo Felipe Gomes e Patrícia Moreira Sampaio I EDITORA VERDES MARES LTDA (Praça da Imprensa s/n - Fortaleza/CE - CEP: 60.135-690) I Diretoria Comercial: Antônio Vidal I Gerência Comercial: Alana Aguiar I Planejamento de Vendas: Camila Coutinho.

QUESTÕES-DESAFIO

Resolução:

A alternativa “A” está errada, pois o texto não relata, nas entrelinhas, uma relação de opressão de forma positiva.

A alternativa “B” está errada, pois o texto não permite uma interpretação denotativa, já que se trata de uma metáfora em que o mar é a representação do mundo comandado pelo capitalismo.

A alternativa “C” está errada, pois a colonização do homem ocidental na verdade enfraqueceu a organização das sociedades africana e asiática.

A alternativa “D” está correta, pois apresenta a exata interpretação desejada do texto, deixando claro que os mais fortes são os tubarões e os mais fracos os peixes pequenos.

A alternativa “E” está errada porque não há colaboração entre mais fortes e mais fracos. Apenas os mais fracos executam as tarefas.

Portanto, o item correto é o “D”.

01) (ENEM 2009/CANCELADO – QUESTÃO 03)

A maioria das declarações do imposto de renda é realizada pela Internet, o que garante maior eficiência e rapidez no processamento das informações.

Os serviços oferecidos pelo governo via Internet visam

A) gerar mais despesas aos cofres públicos.

B) criar mais burocracia no relacionamento com o cidadão. C) facilitar e agilizar os serviços disponíveis.

D) vigiar e controlar os atos dos cidadãos.

E) definir uma política que privilegia a alta sociedade.

02) (ENEM 2009/CANCELADO – QUESTÃO 06)

Vera, Sílvia e Emília saíram para passear pela chácara com Irene.

- A senhora tem um jardim deslumbrante, dona Irene! - comenta Sílvia, maravilhada diante dos canteiros de rosas e hortênsias.

- Para começar, deixe o “senhora” de lado e esqueça o “dona” também - diz Irene, sorrindo. - Já é um custo aguentar a Vera me chamando de “tia” o tempo todo. Meu nome é Irene.

Todos sorriem. Irene prossegue:

- Agradeço os elogios para o jardim, só que você vai ter que fazê-los para a Eulália, que é quem cuida das flores. Eu sou um fracasso na jardinagem.

BAGNO, M. A língua de Eulália: Novela Sociolonguística. São Paulo: Contexto, 2003 (adaptado).

Na língua portuguesa, a escolha por “você” ou “senhor(a)” denota o grau de liberdade ou de respeito que deve haver entre os interlocutores. No diálogo apresentado acima, observa-se o emprego dessas formas. A personagem Sílvia emprega a forma “senhora” ao referir-se a Irene. Na situação apresentada no texto, o emprego de “senhora” ao se referir à interlocutora ocorre porque Sílvia

A) pensa que Irene é a jardineira da casa.

B) acredita que Irene gosta de todos que a visitam.

C) observa que Irene e Eulália são pessoas que vivem em área rural.

D) deseja expressar por meio de sua fala o fato de sua família conhecer Irene.

E) considera que Irene é uma pessoa mais velha, com a qual não tem intimidade.

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